O passado de Lane



Assim que a aula terminou, Harry percebeu que Malfoy havia saído praticamente correndo da sala, mas quando ele virou-se novamente para procurar Lane, já a havia perdido de vista. Intrigado pensando porque ela evitava falar com ele, Harry andou rapidamente até os jardins, pois tinha certeza de que a iria encontrar lá.

Acertou. Assim que saiu do castelo, pôde ver Lane sentada encostada em uma árvore perto do lago, aproveitando os últimos raios de sol que desapareciam no horizonte. Sem fazer barulho para não indicar a sua presença, como um caçador que se aproxima de uma presa, Harry andou devagar até a garota e sentou-se rapidamente ao seu lado.

- O que aconteceu?

Lane levou um susto e olhou assustada para o garoto que a encarava sério. Respirou fundo e pensou que realmente não conseguiria fugir por muito tempo.

- Como assim? Não aconteceu nada. – ela tentou dizer isso com a voz calma, mas sua voz tremeu um pouco.

- Porque você está me evitando desde ontem? – Harry achou melhor perguntar isso antes de dizer que ouvira a conversa dela e de Luna.

- Eu não estou te evitando. – mentiu Lana, encarando-o. Mas, como Harry estava com uma expressão de total incredibilidade, baixou os olhos. – Eu só imaginei que você não fosse querer correr o risco de chamar a atenção de Voldemort.

- Lane, não seja ridícula. Tudo o que Voldemort quer é me matar, chamar sua atenção não vai fazer nenhuma diferença.

Lane não conseguiu evitar um sorriso e olhou para o rapaz de soslaio. Harry viu que os olhos dela seguravam as lágrimas, francamente, que garota emotiva! Olhando para o lago, tentando soar casual, Harry disse:

- Então, eu não sabia que a Luna era sua prima.

- É... – disse Lane vagamente. – Eu estou morando com eles desde que o meu outro tio faleceu.

- Lane, - começou hesitante Harry. Ele estava decidido a descobrir mistério que envolvia o passado da garota ao seu lado. – o que aconteceu na sua vida?

A garota lentamente virou o rosto para encara-lo. Tinha nos olhos uma expressão triste que a fazia ficar linda iluminada pela luz do crepúsculo.

- Aconteceu tudo que você pode imaginar de ruim. – ela disse simplesmente.

- Você pode me contar. – falou Harry solidário,

Lane deu um sorriso e murmurou que era algo com o qual apenas ela deveria se preocupar. Com a curiosidade aguçada, Harry pediu que ela lhe contasse, sempre era melhor dividir seus fardos com alguém. Ela pareceu considerar o pedido e, depois de um tempo, começou a falar com a voz baixa:

- Eu já te disse que quando os meus pais morreram passei a morar com o meu tio, mas o que eu não te disse era que eu tinha uma irmã, Pamela. Meu pai e meu tio faziam parte da confraria dos Cavaleiros da Luz. Um tempo antes de morrer, ela iniciou eu e Pam na tal da confraria. Eu era até boa nos exercícios que fazíamos, mas Pam era ótima. Ela era dois anos mais velha do que eu e nos dávamos super bem. No entanto, dois anos atrás, algo terrível aconteceu. Eu, Pam, e meu tio Alfred fomos “pegos” em uma armadilha, cinco comensais nos encurralaram. Isso não seria problema para um Cavaleiro da Luz e duas Guerreiras, mas meu tio aparatou. Ele nos abandonou lá, sozinhas, para enfrentar cinco comensais. – Harry já não conseguia esconder mais a surpresa que estava sentindo ouvindo tudo aquilo, e já tinha os olhos arregalados. – Mas tudo bem, eu e Pam lutamos sem parar. Eu já havia “nocauteado” um comensal e estava cuidando do segundo, enquanto Pam já se livrava do terceiro. Ela virou-se para mim com um sorriso triunfante nos lábios, mas eu fiquei pálida. Um dos comensais levantou-se e estava bem atrás da minha irmã. Ela seguiu o meu olhar e virou-se novamente, já pronta para lançar um feitiço, mas não foi rápida o suficiente, o comensal a matou. Livrei-me dele, mas não consegui salvar a minha irmã.

- Eu... Sinto muito. – Harry conseguiu dizer. Mas tinha alguma coisa que ainda o incomodava. – Lane, eu não quero soar insensível, mas eu sinto que mais coisa aconteceu e você não quer me contar.

Ela deu um sorriso cínico e olhou o rapaz. “Será que eu devo contar?” pensava. “Mal não vai fazer...”.

- Você tem razão. Algo mais aconteceu. – ela disse vencida. – Depois que livrei-me do comensal, Voldemort apareceu. Ele disse que minha irmã não precisava ter morrido, e que eu podia evitar que mais pessoas tivessem o mesmo destino, unindo-me a ele. Obviamente, eu me recusei, embora a dor pela perda de Pam fosse enorme. Depois de mais algum tempo de insistências e recusas, ele lançou em mim uma maldição. Eu não sei exatamente o que foi, nem mesmo Dumbledore sabe, mas é algo relacionado com as minhas emoções. É como se algumas vezes eu não as controlasse, como se uma simples tristeza fosse tão profunda que tomasse conta de mim. Eu sei que parece estranho, mas antigamente pessoas morriam por causa desta maldição. Hoje em dia ela é proibida pelo Ministério, mas faz tanto tempo desde a última vez que foi usada, que ninguém mais sabe como pará-la. E o pior de tudo, é que certamente Voldemort planeja algo, relacionado a esta maldição, para obter os poderes do sangue de minha mãe. Entendeu porque eu disse que não devo preocupar os outros com os meus problemas?

Diferente do que Lane esperava, e isso a surpreendeu, Harry sorriu e passou o braço em torno dos seus ombros, dizendo que ela podia contar com ele. A garota sorriu-lhe um sorriso sincero, agradecido, e ambos levantaram-se e começaram a caminhar lentamente em direção ao castelo conversando sobre assuntos leves e diversos. Os dois sentindo o coração bater enlouquecidamente.


N/A: Hi people! Eu tenho uma dúvida: tem alguém lendo a fic?!? Sério! Por favor se manifestem! Mandem críticas, sugestões, e PLEASE comentem!! Bjus, Torfithiel.

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