Cap 1 <One more Kiss>
-Você me disse que diria toda a verdade...Você precisa se entregar, você prometeu...
-Bom, talvez você não devesse confiar em mim tão cegamente.
-Mas Draco...Eu não...-mas o loiro já tinha se virado e ido embora.
Mais um beijo poderia ser a melhor coisa
Mais uma mentira poderia ser a pior
E todos esses pensamentos nunca descançam
Você não é uma coisa que eu mereça
Draco andou pelo jardim durante uns trinta minutos, sem realmente olhar aonde ia.
“A culpa não é dela, seu idiota, você sabe que não é...É toda sua”
Vários flashs disparavam em sua cabeça, estava tão absorto que nem sentia o frio destroçante que fazia.
Sua cabeça doía muito, mas voltar para o salão comunal não era uma opção muito atraente...Já que agora ele era o grande traidor...
A marca negra em seu braço ardia. Ele teria que obedecer ás ordens de seu “mestre”. Alguma coisa dentro dele dizia que aquilo era simplesmente errado. Não via Voldemort como mestre, não queria vê-lo como mestre.
Tinha sido incumbido da tarefa de matar o Weasley e a Granger, aparentemente Voldemort achava que eles eram o único motivo de Potter ter sobrevivido até agora...
Nenhum deles significava nada pra ele, ninguém...Ele já tinha um plano, uma data, praticamente um resultado, se não fosse a Weasley mais nova.
Assim que Gina descobriu seu plano sua vida tinha realmente sido infernizada...A ruiva era persistentemente irritante.
Os esforços de Gina pra salvar o irmão e a amiga foram ficando mais agressivos...Mas Draco percebia uma coisa naqueles planos que ele não entendia, ou pelo menos fingia na entender...Ela ainda assim tentava proteger Draco das possíveis conseqüências.
Sua cabeça estava uma zona, não sabia de onde vinha aquele sentimento torturante de que ele ia cometer o maior erro de sua vida, aquela vontade idiota de gritar, sentia seu estômago afundar toda vez que ouvia Pansy se gabar de ter alguém tão malvado como ele perto a excitava. Ele era malvado? Sim, com certeza...
Afastou-se de todos, não entendia porque...
Na minha cabeça só existe você agora
Esse mundo cai sobre mim
Nesse mundo, existe o real e o que você decide acreditar
E isso parece real pra mim...
O dia estava chegando, o dia do assassinato...Ele devia fazer isso? Talvez a Weasley estivesse certa “sua fraqueza é não saber quem é você”.
Um dia depois, sua decisão estava feita...Era o dia.
Ele viu Gina o encarar durante o café com uma cara de quem estava tendo um mal presságio. Riu de si mesmo ao se importar com isso. E daí se achavam que ele era tão desprezível assim.
Naquela noite ele montou guarda na porta da Griffinória, observou cada movimento estranho. A qualquer momento os comensais atacariam...E ele devia ser a peça chave do ataque.
Sentiu uma culpa terrível em não contar a Dumbledore sobre como os Comensais tinham descoberto um jeito de entrar em Hogwarts. Mas o que isso importava agora?
O primeiro apareceu...era agora, ele tinha que se decidir o que era certo e o que não era...E isso certamente não era...Eles não poderiam entrar na Griffinória sem ele.
Varias coisas aconteceram em pouco tempo: Draco subiu até a torre e esperou pelo pior, os comensais descobriram a traição e começaram uma busca, Gina saiu procurando Draco Deus sabe lá porque. Harry, Rony e Hermione que estavam fora da Griffinória se separaram por aí (tinham sido avisados do que iria acontecer por um sonho de Harry) a procura ninguém sabe-se lá de que.
Draco estava sentado numa janela sem vidro que deixava um frio enorme entrar que congelava os pulmões de Draco. De repente viu seu pai caminhando até ele, se perguntou se tinha alguma chance de aquilo ser alguma alucinação, mas desistiu dessa opção.
-Draco, Draco, meu filho – Lucio enfatizou a palavra filho com repugnância – Eu sabia que você era estúpido, mas eu não fazia idéia de quão longe ela poderia ir.
Ele permaneceu em silêncio com um olhar ilegível.
Lúcio levantou sua varinha contra Draco e disse em grunhidos:
-Você vai me dizer a senha...
Mas o final da frase foi abafada por um grito agudo.
Gina estava parada entre Draco e Lúcio, com ódio nos olhos:
-Você vai machucar seu filho pra conseguir o que quer?
-Weasley, sai daqui – disse Draco entredentes começando a tremer sem saber porque.
-Não, eu vou ferir você.
Malfoy viu seu pai encurralar Gina com a varinh empunhada...
-Não!
-Não? Porque não, Draco? – Disse Lúcio irônico e de repente Gina percebeu de onde Draco tirara aquele ar de deboche terrível –E o que você vai fazer contra mim...Era o que eu tinha achado...Sempre o mesmo covarde. Está apaixonado por uma Weasley, Draco?
Fez se um silêncio momentâneo e Lúcio continuou:
-Porque isso não seria bom...
Mas Draco sentia sua cabeça girar, apaixonada, ele? Não podia estar...Ou estava?
Harry apareceu saindo debaixo de sua capa a gritou palavras ininteligíveis apontando sua varinha um Malfoy de cada vez, errou Lúcio com um desarme e acertou Draco, que se apoiou na parede.
Um corte profundo surgirá em seu peito, sentiu o sangue escorrer.
Tudo estava ficando embaçado, a voz de seu pai em sua cabeça dizia que ele era uma covarde...uma aberração.
A raiva se espalhou por ele, mais que a dor, ele sentia a imensa vontade de não se render ao que ele não queria, e ele realmente não se tornaria um comensal da morte e não serviria Voldemort, mesmo que tivesse que morrer pra ficar livre disso.
Ele se levantou e viu Harry cair no chão com um Cruciatus e Gina desacordada do outro lado...Seu pai iria finalizar seu dever, iria matar Potter.
Draco empunhou a varinha e gritou
-Avada Kedavra...
Mas seu corpo já estava caído no chão antes que ele pudesse se certificar que tinha acertado a pessoa certa.
Você me ama, mas não sabe quem sou
Estou indeciso sobre a vida que levo
E onde eu estou
Você me ama, mas não sabe quem eu sou
Então me deixe ir...
Draco acordou algumas horas depois na enfermaria, sentou e sentiu seu corpo todo doer, olhou em volta e viu Gina deitada em uma cama e Potter, em pé o seu lado com um estranho semblante de...hum, parecia alegria.
-Obrigado Malfoy...Eu quero dizer, você me salvou. E, sinto muito, pelo seu pai.
-Então...Eu acertei mesmo.
-Sim, se não tivesse acertado, eu e Gina estaríamos...
-Ela está bem?
-Está...Só precisa descansar.
Ele queria que ficasse tudo bem, ele queria sentir que tinha feito a coisa certa...Mas tinha matado seu próprio pai.
Horas depois o ministério inteiro estava espalhado por Hogwarts, procurando pelo assassino, procurando por ele.
Harry tinha dito que não contaria a ninguém o que havia acontecido...Gina, assim que se levantou tentou convencer a todos que o certo era dizer a verdade, e que tudo ia ficar bem, já que Draco tinha feito aquilo em auto-defesa.
Draco não dizia nada...
Harry seria enterrogado então os dois ficaram sozinhos...o silêncio foi total.
Depois de alguns minutos Draco disse:
- Porque você entrou na frente?
-O que?
-Porque você entrou na frente quando meu pai apontou a varinha pra mim?
-Porque ele ia te machucar!
-E?
-Como assim?
-Eu sou um Malfoy, humilhei os Weasleys desde que tinha três anos...Estou no clã daqueles que os Griffinórios odeiam, você é uma Griffinória. Você me odeia.
-Eu não te odeio, você sabe que não. Eu te defendi porque, bom, mesmo que não querendo eu...eu gosto de você, de um jeito muito..intenso. E eu sei que você não gosta de mim, mas isso não muda o que eu sinto.
-Você está errada.
-Sobre o que?
Draco aproximou-se de Gina e a beijou.
...
Gina conseguira convencer Draco a contar a verdade...Mas quando chegou a hora, Draco fez algo mais.
Ele escondeu a parte onde Harry usara uma maldição imperdoável contra seu pai e contra ele próprio...Assim, um deles se safava.
Gina descobriu...Draco iria para Azicaban...receberia o beijo do dementador...era a regra.
-Você me disse que diria toda a verdade...Você precisa se entregar, você prometeu...
...
Eu sonho, nós em direção ao que eu espero
E eu me recuso a te amar
Como esse amor pode ser uma coisa boa
Quando eu sei pelo que estou passando
A culpa por ter matado seu pai gelava seu peito, o frio estava deixando suas mãos duras, o corte em seu peito parecia queimar sua carne.
Seus pensamentos estavam uma bagunça, ele não conseguia raciocinar...
Draco soltou um grito de ódio, caiu de joelhos na neve e socou o chão.
Gina observava o cena de longe...Aproximou-se e colocou sua mão no ombro de garoto, ele não virou.
Não importa quanto eu tente
Eu não consigo escapar dessas coisas por dentro
Eu sei, eu sei.
Mas todos os pedaços se desmancham
Você será a única que sabe
Quem sabe
Gina não disse nada, apenas se ajoelhou ao seu lado e beijou de leve sua bochecha, passou seu braço sobre seus ombros e o abraçou, e ele retribuiu...
Os dois permaneceram lá durante horas...Sem dizer nada.
Draco sentia que talvez as coisas fizessem sentido agora...Só agora.
Beijou a garota apaixonadamente e foi encarar o que viesse pela frente...
Você me ama mas não sabe quem sou, então me deixe ir...
^^Finite^^
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