A Torre atingida pelo Raio



Uma vez de volta sob o céu estrelado, Harry levantou Dumbledore ao topo da rocha mais próxima e então o colocou de pé. Encharcado e tremendo, com o peso de Dumbledore ainda nele, Harry se concentrou como ele jamais tinha feito, o máximo possível em seu destino: Hogsmeade. Fechando seus olhos, ele agarrou o braço de Dumbledore tão firmemente quanto pôde e se colocou adiante daquele sentimento de pressão horrível.

Ele soube que tinha funcionado antes mesmo de abrir os olhos, o cheiro de sal e brisa marinha tinham sumido. Ele e Dumbledore estavam tremendo e gotejando no meio da escura Rua Alta em Hogsmeade. Por um momento horrível a imaginação de Harry lhe mostrou mais Inferis que rastejavam em sua direção ao redor das lojas, mas ele piscou e viu que nada estava se mexendo; tudo estava parado, uma escuridão completa à exceção de algumas lâmpadas de rua e altas janelas iluminadas.

'Nós conseguimos, Professor!' Harry sussurrou com dificuldade; de repente ele percebeu algo queimando em seu peito. 'Nós conseguimos! Nós pegamos o Horcrux!'

Dumbledore cambaleou contra ele. Por um momento, Harry pensou que sua inexperiente Aparatação tivesse deixado Dumbledore fora de equilíbrio; então ele viu a face dele, mais pálida e mais úmida que já vira sob a luz distante de um poste.

'Senhor, está bem?'

'Já estive melhor, ' disse Dumbledore fraco, entretanto os cantos de sua boca se contraíram. 'Aquela poção... Não era nada saudável... '

E para o horror de Harry, Dumbledore caiu no chão.

'Senhor...Está tudo bem, senhor, vai ficar bem, não se preocupe.'

Ele olhou em volta desesperadamente por ajuda, mas não havia ninguém para ser visto e tudo que ele podia pensar era que ele deveria, de alguma maneira, levar Dumbledore depressa a um hospital.

'Nós precisamos chegar até a escola, Senhor... Madame Pomfrey... '

'Não', disse Dumbledore. 'É... Do Professor Snape que eu preciso... Mas acho que não posso caminhar muito, contudo... '

'Certo, senhor, escute... Eu vou bater em uma porta, achar um lugar onde você possa ficar - então eu posso correr e chegar a Madame...'

'Severus', disse Dumbledore claramente. 'Eu preciso de Severus... '

'Certo então, Snape - mas vou ter que o deixá-lo por um momento assim eu posso...'

Antes que Harry pudesse fazer algum movimento, porém, ele ouviu passos de alguém correndo. O coração dele saltou: alguém tinha visto, alguém sabia que eles precisavam de ajuda - e dando uma olhada ao seu redor viu a Madame Rosmerta que corria rua abaixo no escuro na direção deles com salto alto, cheio dos frufrus, usando um roupão de seda bordado com dragões.

'Eu vi vocês aparatando quando estava puxando minhas cortinas do quarto! Oh meu Deus, não pude pensar no que faz... - mas o que tem de errado com Alvo?'

Ela veio hesitante, enquanto arquejava, e fitou os largos olhos de Dumbledore.

'Ele está ferido', disse Harry. 'Madame Rosmerta, ele pode entrar nos Três Vassouras enquanto eu vou ate a escola e consigo ajuda para ele?'

'Você não pode ate ir ate lá sozinho! Você não percebeu - não o viu?'

'Se você me ajudar a apoiá-lo', disse Harry, não a escutando, ‘eu acho que nós podemos colocá-lo lá dentro...'

'O que aconteceu?' Perguntou Dumbledore. 'Rosmerta, o que tem de errado?'

'A...A Marca Negra, Alvos.'

E ela apontou para o céu, na direção de Hogwarts. O medo inundou Harry ao som dessas palavras... Ele se virou e olhou.

Lá estava, se mantendo no céu sobre a escola: o flamejante crânio verde com uma língua de serpente, a marca que os Comensais da Morte deixavam para trás sempre que eles tinham entrado em um edifício... Onde quer que eles tivessem matado...

'Quando apareceu?' Perguntou Dumbledore, e sua mão apertou dolorosamente o ombro de Harry enquanto ele lutava para ficar em pé.

'Deve ter sido minutos atrás, não estava lá quando coloquei o gato para fora, mas quando eu fui para o andar superior-'.

'Nós precisamos voltar imediatamente ao castelo, ' disse Dumbledore. 'Rosmerta', e mesmo cambaleando um pouco, ele parecia ter completamente o controle da situação, 'nós precisamos de transporte - vassouras-'.

'Eu tenho algumas atrás no bar', ela disse, parecendo muito amedrontada. 'Eu devo correr e buscá-las?...'

'Não, Harry pode fazer isso.'

Harry elevou sua varinha imediatamente.

'Accio vassouras da Rosmerta.'

Um segundo depois eles ouviram um estrondo alto quando a porta da frente do bar se abriu; duas vassouras tinham saído para a rua, estavam correndo lado a lado e pararam imóveis ao lado de Harry, tremendo ligeiramente, na altura da cintura.

'Rosmerta, por favor, envie uma mensagem ao Ministério, ' disse Dumbledore, enquanto ele montava na vassoura mais próxima dele. 'Pode ser que ninguém dentro de Hogwarts tenha percebido qualquer coisa de errado... Harry vista sua capa de Invisibilidade'.

Harry tirou a sua Capa do bolso e lançou-a sobre si antes de montar sua vassoura; Madame Rosmerta já estava cambaleando de volta ao bar enquanto Harry e Dumbledore saíam fora do chão e subiam para ar. Quando eles aceleraram em direção ao castelo, Harry olhou lateralmente para Dumbledore, pronto para agarrá-lo se ele caísse, mas a visão da Marca Negra parecia ter agido em Dumbledore como um estimulante: ele tinha se curvado baixo sobre a vassoura, com os olhos fixos na Marca, seus longos cabelos prateados e a barba voavam atrás dele no ar noturno. Harry também olhou à frente para o crânio, e o medo inchou dentro dele como uma bolha venenosa, enquanto comprimia seus pulmões, controlando todo o desconforto de sua mente...

Quanto tempo eles tinham estado fora? Tinha a sorte de Rony, Hermione e Gina se esgotado? Era um deles que tinha feito a Marca Negra ser fixada em cima da escola, ou era Neville, ou Luna, ou algum outro sócio da AD? E se fosse... Ele que tinha lhes dito que patrulhassem os corredores, ele tinha lhes pedido que deixassem a segurança de suas camas... Seria ele responsável, novamente, pela morte de um amigo?

Enquanto eles voavam na escuridão, passavam pelo caminho, abaixo, pelo qual eles tinham caminhado mais cedo. Harry ouviu, por cima do assobio do ar noturno em suas orelhas, que Dumbledore murmura novamente em algum idioma estranho. Ele pensou e entendeu o por que ele sentiu sua vassoura tremer em um momento quando eles voavam por cima dos muros que delimitavam a escola: Dumbledore estava desfazendo os encantos que ele tinha fixado ao redor do castelo, de forma que eles poderiam entrar com velocidade. A Marca Negra estava brilhando diretamente sobre a Torre de Astronomia, a mais alta do castelo. Isso significava que a morte tinha acontecido lá?

Dumbledore já tinha cruzado as plataformas e estava desmontando; Harry pousou próximo há ele segundos depois e deu uma olhada em volta.

As plataformas estavam desertas. A porta para a escada em caracol que conduzia de volta até o castelo estava fechada. Não havia sinal de luta, nem briga com morte, nenhum corpo.

'O que isso significa?' Harry perguntou para Dumbledore, enquanto olhava para o crânio verde com o língua de serpente que se refletia malvadamente sobre eles. 'É a Marca realmente? Alguém definitivamente foi m... Professor?'

No brilho verde escuro da Marca Harry viu Dumbledore apertar seu tórax com sua mão enegrecida.

'Vá e desperte Severus, ' disse Dumbledore fracamente, mas de maneira clara. Conte a ele o que aconteceu e o traga a mim. Não faça mais nada, não fale com ninguém e não remova sua Capa. Eu esperarei aqui.'

'Mas -'

'Você jurou me obedecer, Harry - vá!'

Harry se apressou para porta que conduzia à escada espiral, mas sua mão só tinha há pouco fechado sobre anel de ferro da porta quando ele ouviu passos correndo do outro lado. Ele olhou em volta para Dumbledore que gesticulou para ele retroceder. Harry voltou, enquanto puxava sua varinha.

A porta se abriu violentamente, alguém entrou e gritou: 'Expelliarmus!'

O corpo de Harry ficou rígido e imóvel imediatamente, e ele se sentiu cair para trás apoiando na parede da Torre, como uma estátua instável, incapaz de se movimentar ou falar. Ele não pôde entender como tinha acontecido - Expelliarmus não era um encantamento para imobilizar.

Então, pela luz da Marca, ele viu a varinha de Dumbledore voando em um arco para cima da extremidade das plataformas e então... Dumbledore imobilizou Harry sem usar palavras, e o segundo que ele tinha levado para executar o feitiço tinha lhe custado à chance de se defender.

Levantando-se contra as plataformas, com a face muito pálida, Dumbledore ainda não mostrava nenhum sinal de pânico ou angústia. Ele somente olhou para quem o tinha desarmado e disse: 'boa noite, Draco.'

Malfoy pisou adiante, enquanto olhava depressa ao redor para conferir se ele e Dumbledore estavam sós. Os olhos dele pararam na segunda vassoura.

'Quem mais está aqui?'

'Essa pergunta eu deveria lhe fazer. Ou você está agindo só?'

Harry viu os olhos pálidos de Malfoy encarando Dumbledore por causa do clarão esverdeado da Marca.

'Não'. Ele disse. 'Eu tenho ajuda. Há Comensais da Morte aqui em sua escola esta noite.'

'Bem, bem.' Disse Dumbledore, como se Malfoy estivesse mostrando a ele um ambicioso projeto de lição de casa. 'Realmente muito bom. Você achou um modo para os deixar entrar, como o fez?'

'Sim', disse Malfoy, que estava arquejando. 'Bem debaixo do seu nariz e você nunca percebeu!'

'Engenhoso, ' disse Dumbledore. 'Contudo... Perdoe-me... Onde eles estão agora? Você parece sem assistência.'

'Eles se encontraram com alguns de seus guardas. Estão tendo uma briga lá em baixo. Eles não vão demorar... Eu vim na frente. Eu - eu tenho um trabalho para fazer.'

'Bem, então, você tem que seguir com o que você tem que fazer, meu querido menino', disse Dumbledore suavemente.

Havia silêncio. Harry estava preso dentro de seu próprio invisível e paralisado corpo, enquanto encarava os dois, suas orelhas tentando ouvir os sons da briga distante dos Comensais da Morte, e em frente a ele, Draco Malfoy fez nada mais que olhar fixo a Albus Dumbledore que, inacreditavelmente, sorriu.

'Draco, Draco, você não é um assassino.'

'Como você sabe?' Disse Malfoy imediatamente.

Ele parecia perceber o quão infantil suas palavras tinham soado; Harry o viu corar sob a luz esverdeada da Marca.

'Você não sabe do que eu sou capaz, ' disse Malfoy vigorosamente, ‘você não sabe o que eu fiz!'

'Oh, sim, eu sei', disse Dumbledore suavemente. 'Você quase matou Katie Bell e Ronald Weasley. Você tem tentado, com crescente desespero, me matar todo o ano. Perdoe-me, Draco, mas elas foram tentativas fracas... Tão fracas, para ser honesto, que eu duvido se seu coração realmente esteve empenhado... '

'Esteve sim!' Disse Malfoy veementemente. 'Eu tenho trabalhado nisso o ano todo, e hoje à noite...'

Em algum lugar nas profundidades do castelo, debaixo de Harry houve um grito amortecido. Malfoy endureceu e olhou por cima de seu ombro.

'Alguém está tendo uma briga boa', disse Dumbledore convencionalmente. 'Mas você estava dizendo... Sim, como você planejou introduzir Comensais da Morte em minha escola que, eu admito, pensei ser impossível... Como você fez isso?'

Mas Malfoy não disse nada: ele ainda estava escutando tudo aquilo que estava acontecendo abaixo e parecia quase tão paralisado quanto Harry.

'Talvez você deva seguir com o trabalho sozinho', sugeriu Dumbledore. 'E se a sua ajuda foi impedida pelos meus guardas? Talvez você não tenha percebido, mas há membros da Ordem da Fênix aqui hoje à noite também. E afinal de contas, você realmente não precisa de ajuda... Estou sem varinha no momento... Eu não posso me defender.'

Malfoy somente o encarou.

'Eu vejo', disse Dumbledore amavelmente, quando Malfoy nem se moveu nem falou. 'Você tem medo de agir até que eles cheguem.'

'Eu não tenho medo!' Rosnou Malfoy, entretanto ele ainda não tinha feito nenhum movimento para ferir Dumbledore.

'É você que deveria estar assustado!'

'Mas por que? Eu não acho que você me matará, Draco. Matar não é tão fácil quanto você inocentemente acredita... Assim enquanto nós esperamos por seus amigos, me fale... Como você os contrabandeou para dentro? Parece ter levado muito tempo para calcular como fazê-lo.'

Malfoy olhou como se ele estivesse lutando contra o desejo de gritar, ou vomitar. Ele respirou varias e fundas vezes, enquanto fitava Dumbledore, com sua varinha apontando diretamente ao coração dele. Então, como se ele não pôde se controlar, disse, 'Eu tive que reparar aquele Gabinete que Desaparece quebrado que ninguém tinha usado durante anos. Aquele onde Montague se perdeu no ano passado.'

'Aaaah.'.

O suspiro de Dumbledore era quase um gemido. Ele fechou seus olhos por um momento.

'Isso foi inteligente... Há um par, eu assumo?'

'O outro está na Borgin & Burkes' disse Malfoy 'e eles têm um tipo de passagem entre eles. Montague me falou que quando ele estava preso no de Hogwarts, ele estava enrolado em limbo, mas às vezes ele podia ouvir o que acontecia na escola, e às vezes o que estava acontecendo na loja, como se o Gabinete estivesse viajando entre eles, mas ele não pôde fazer ninguém ouvi-lo... No fim ele conseguiu Aparatar para fora dele, embora ele não tivesse passado em seu teste. Ele quase morreu, fazendo isto. Todo o mundo pensou que era realmente uma boa história, mas eu fui o único que percebeu o significado -mesmo Borgin não sabia - eu fui o único que percebeu que poderia ter um modo de penetrar Hogwarts, pelos Gabinetes se eu consertasse o quebrado.'

'Muito bom'. Murmurou Dumbledore. 'Assim os Comensais da Morte puderam passar de Borgin e Burkes para a escola e o ajudar... Um plano inteligente, um plano muito inteligente... E, como você disse, bem debaixo do meu nariz...'

'Sim.' Disse Malfoy que, grotescamente, parecia criar coragem e confrontar do elogio de Dumbledore. 'Sim, era!'

'Mas houve tempos', Dumbledore continuou, 'em que teve certeza do sucesso reparando o Gabinete, não é? E você resolveu, julgando mal e cruelmente, me enviar um colar amaldiçoado que acabou por alcançar as mãos erradas... Envenenando, havia só uma pequena chance que eu poderia beber... '

'Sim, bem, mas você não descobriu quem estava por atrás daquela matéria-prima, não é?' Zombou Malfoy, Dumbledore deslizou um pouco sobre as plataformas, a força de suas pernas estavam enfraquecendo aparentemente, e Harry lutou sem resultados, contra o encanto que o mantinha.

'De fato, eu sabia'. Disse Dumbledore. 'Eu estava seguro que era você’.

'Por que você não me impediu, então?'

'Eu tentei, Draco. Professor Snape tem mantido os olhos em você sob minhas ordens -'

'Ele não tem o feito sob suas ordens, ele prometeu a minha mãe -'.

'Claro que isso é o que ele lhe contaria, Draco, mas -'.

'Ele é um agente duplo, seu homem velho e estúpido, ele não está trabalhando para você, você pensa que ele está!'

'Nós temos que concordar em diferir nisso, Draco. Acontece que eu confio no Professor Snape -'

'Bem, você está perdendo seu controle, então!' Zombou Malfoy. 'Ele me ofereceu bastante ajuda, querendo toda a glória para ele, querendo um pouco de ação. -''O que você está fazendo? Você que fez o colar, estúpido poderia ter acabado com tudo - “Mas eu não lhe contei o que estava fazendo na Sala Precisa, ele vai acordar amanhã e tudo estará terminado, ele não será mais o favorito do Senhor Escuro, ele não será nada comparado a mim, nada!’”.

'Muito gratificante' disse Dumbledore suavemente. 'Todos nós gostamos de apreciação pelo nosso trabalho duro, claro que... Mas você deve ter tido um cúmplice, afinal de contas... Alguém em Hogsmeade, alguém que pôde levar o colar à Katie ; o, o, aaaah... '

Dumbledore fechou os seus olhos novamente e chacoalhou a cabeça como se estivesse a ponto de dormir.

'...Claro que... Rosmerta. Há quanto tempo ela esta debaixo do encantamento Imperius?'

'Chegou lá afinal, não é?' Malfoy escarneceu.

Houve outro grito vindo de baixo, muito mais alto que o último. Malfoy olhou nervosamente para trás novamente e de volta a Dumbledore, que continuou.

'Rosmerta, pobrezinha foi forçada a se espreitar no próprio banheiro e passar o colar para qualquer estudante de Hogwarts que entrasse no lugar desacompanhado? E o licor envenenado... Bem, naturalmente, Rosmerta pôde envenená-lo para você antes dela enviar a garrafa a Slughorn, acreditando ser meu presente de Natal... Sim, muito perfeito... Bem feito... Pobre Filch, claro que não pensou em conferir uma garrafa de Rosmerta... Diga-me, como você tem se comunicado com Rosmerta? Eu pensei que nós tínhamos todos os métodos de comunicação dentro e fora da escola monitorados.'

'Moedas encantadas', disse Malfoy, como se ele tivesse sido compelido a continuar falando, entretanto a mão de sua varinha estava tremendo bastante. 'Eu tinha uma e ela tinha a outra eu podia enviar mensagens a ela -'

'Não é esse o método secreto de comunicação que o grupo que se chamava a Armanda de Dumbledore usou o ano passado?' Perguntou Dumbledore. A voz dele estava clara e sociável, mas Harry o viu deslizar uma polegada abaixo na parede enquanto ele disse isso.

'Sim, eu usei a idéia deles', disse Malfoy, com um sorriso amarelo. 'Eu peguei a idéia de envenenar o licor da sangue-ruim Granger, bem, eu a ouvi falando na biblioteca algo sobre Filch não reconhecer poções... '

'Por favor, não use essa palavra ofensiva na minha frente'. Disse Dumbledore.

Malfoy deu uma risada malvada.

'Você se preocupa quando eu digo "Sangue-ruim?" Quando estou a ponto de te matar?'

'Sim, eu me importo', disse Dumbledore e Harry viu os pés dele deslizarem um pouco mais no chão enquanto ele lutava para permanecer em pé. 'Mas sobre estar a ponto de me matar, Draco, você teve vários longos minutos. Nós estamos bastante a sós. Eu estou o mais inofensivo que você poderia ter sonhado em me encontrar e você ainda não agiu... '

A boca de Malfoy se contorceu involuntariamente, como se ele tivesse provado algo muito amargo.

'Agora, sobre esta noite', Dumbledore foi em frente, 'eu estou um pouco confuso sobre como aconteceu... Você soube que eu tinha deixado a escola? Mas claro que...' Ele mesmo respondeu sua própria pergunta, ' Rosmerta me viu partindo, ela passou a informação usando sua moeda engenhos, tenho certeza... '

'Está certo', disse Malfoy. 'Mas ela disse que você só estava indo por uma bebida e estaria de volta... '

'Bem, certamente eu tomei uma bebida... E voltei... Depois de um longo tempo', resmungou Dumbledore. ' Então você decidiu preparar uma armadilha para mim?'



'Nós decidimos pôr a Marca Negra em cima da Torre para conseguir que você se apressasse para voltar, ver quem tinha sido morto'. Disse Malfoy. 'E funcionou!'

'Bem... Sim e não...' Disse Dumbledore. 'Mas posso concluir, então, que ninguém foi assassinado?'

'Alguém está morto' disse Malfoy e a voz dele parecia subir uma nota enquanto ele dizia isto. 'Um dos seus... Eu não sei quem, estava escuro... Eu pisei em cima de um corpo... Eu tinha que estar esperando aqui quando você voltasse, só seu grupo da Fênix ficou no caminho... '

'Sim, eles fazem isso, ' disse Dumbledore.

Houve um estrondo e gritos abaixo, mais alto que nunca; soando como se as pessoas estivessem lutando na escadaria em espiral que conduziam para onde Dumbledore, Malfoy e Harry estavam e o coração de Harry trovejou despercebido no peito invisível dele... Alguém estava morto... Malfoy tinha pisado em cima do corpo... Mas quem seria?

Há pouco tempo, de uma maneira ou de outra, ' disse Dumbledore. ' Assim nos resta discutir suas opções, Draco. '

'Minhas opções!' Disse Malfoy ruidosamente. 'Eu estou aqui com minha varinha - eu estou a ponto de mata-lo - '

'Meu querido menino, você não me permitiu ter mais nenhuma pretensão sobre isso. Se você fosse me matar, você teria feito isto antes, quando você me desarmou, você não teria parado para esta conversa agradável sobre modos e meios.'

'Eu não tenho nenhuma opção!' Disse Malfoy e ele estava com rosto tão mortalmente pálido quanto Dumbledore. 'Eu tenho que fazer isto! Ele me matará! Ele matará minha família inteira!'

'Eu percebo a dificuldade de sua posição, ' disse Dumbledore. 'Por que outro motivo você acha que eu não o confrontei antes? Porque eu soube que você seria assassinado por Lorde Voldemort se ele percebesse que eu suspeitava. '

Malfoy estremeceu ao som do nome.

“Eu não ousei falar com você sobre esta missão quando eu soube que tinha sido confiada a você, no caso dele usar Legilimência contra você”. Continuou Dumbledore. “Mas agora, afinal, nós podemos falar claramente a um ao outro... Nenhum dano foi causado, você não feriu ninguém, entretanto, você tem muita sorte que suas vítimas por engano sobreviveram... eu o posso ajudar, Draco”.

“Não, você não pode”, disse Malfoy, a mão da varinha muito mal, realmente tremendo. “Ninguém pode. Ele me disse que fizesse isto ou ele me mataria. Eu não tenho nenhuma escolha”.

“Venha para o lado certo, Draco, e nós poderemos o esconder mais completamente que você possa imaginar possível. E mais, eu posso enviar os membros da Ordem, hoje à noite, à sua mãe e esconde-la também. Seu pai está seguro, no momento, em Azkaban... quando chegar a hora, nós poderemos o proteger também... venha para o lado certo, Draco... você não é um assassino...”

Malfoy encarou Dumbledore.

“Mas eu fui muito longe, não fui?” Ele disse lentamente. Eles pensaram que eu morreria na tentativa, mas eu estou aqui... E você está em meu poder... Eu sou o único com uma varinha... Você está sob minha clemência...”.

“Não, Draco”. Disse Dumbledore, baixinho. 'É minha clemência, e a não sua o que importa agora”.

Malfoy não falou. A boca dele estava aberta, a mão da varinha ainda tremendo. Harry pensou ter visto ele a abaixar por uma fração de segundos -

Mas, de repente, passos estavam ressoando pelos degraus e um segundo após, Malfoy foi empurrado longe quando quatro pessoas vestidas de negro passaram pelo baluarte de entrada. Ainda paralisado, olhando sem pestanejar, Harry contemplou com terror aos quatro estranhos: parecia que os Comensais da Morte tinham ganhado a batalha lá embaixo.

Um homem de aparência lupina com uma estranha virada para o lado, olhou de soslaio e deu uma risadinha ofegante.

"Dumbledore acuado!" Ele disse, e virou para uma pequena mulher que parecia sua irmã e que estava sorrindo ansiosamente. "Dumbledore sem varinha, Dumbledore sozinho! Bem feito, Draco, muito bem feito!".

"Boa noite, Amycus", disse Dumbledore calmamente, como se dando boas-vindas ao homem para uma reunião para o chá. ' E você trouxe Alecto também... Encantando... '

A mulher deu um curto riso furioso.

"Pensa que suas piadinhas o ajudarão na sua hora da morte, então?" Ela zombou.

"Piadas? Não, não, de maneira alguma", respondeu Dumbledore.

"Faça", disse o estranho de pé mais próximo a Harry, um grande e musculoso homem com o cabelo grisalho emaranhado e bigode, cujas vestes pretas de Comensal da Morte pareciam desconfortavelmente apertadas. Ele tinha uma voz como nenhuma outra que Harry alguma vez tivesse ouvido: mais um latido áspero que uma voz. Harry poderia cheirar uma mistura poderosa de sujeira, suor e, estranhamente, de sangue que vinha dele. As mãos imundas tinham unhas amareladas há muito tempo.

'É você, Fenrir? ' Perguntou Dumbledore.

Isso é certo, ' disse o outro, com voz rascante. “Feliz em me ver, Dumbledore?”.

“Não, eu não posso dizer que eu estou...”.

Fenrir Greyback arreganhou e mostrou os dentes pontudos. Sangue gotejava pelo queixo dele e ele lambia os lábios, obscena e lentamente.

“Mas você sabe como eu gosto de crianças, Dumbledore”.

"Eu devo entender que isso leva você a estar atacando até mesmo agora, sem a lua cheia? Isto é muito incomum... você desenvolveu um gosto por carne humana que não pode ser satisfeita apenas uma vez no mês?".

"Correto", disse Greyback. ' Está chocado, Dumbledore? Assusta você?'

'Bem, eu não posso pretender que não me repugne um pouco', disse Dumbledore. ' E, sim, eu estou um pouco chocado que Draco aqui tenha convidado você, de todas as pessoas, para a escola onde os amigos dele vivem...’.

' Eu não fiz, ' respirou Malfoy. Ele não estava olhando Greyback; parecia não querer olhar direto para ele. ' Eu não sabia que ele viria -'

“Eu não perderia uma viagem para Hogwarts, Dumbledore”, falou Greyback. 'Não quando há gargantas para serem arrancadas... Delicioso, delicioso... '

E ele levou uma unha amarela e passou nos dentes da frente olhando de soslaio para Dumbledore.

“Eu o poderia fazer de aperitivo, Dumbledore...”.

“Não” disse o quarto Comensal da Morte nitidamente. Ele tinha um rosto pesado e brutal. “Nós temos ordens. Draco é quem fará isto. Agora, Draco e depressa”.

Malfoy estava mostrando menos resolução que o normal. Ele olhou terrificado para o rosto de Dumbledore que estava até mais pálido e baixo que o habitual, tendo deslizado para longe e abaixo do baluarte da entrada.

'Ele não parece de qualquer maneira perigoso, se você me perguntar!' Disse o homem torto, acompanhando a irmã dele que estava rindo ofegante. 'Olhe para ele - o que é aconteceu a você, então, Dumby?’

'Oh, resistência mais fraca, reflexos mais lentos, Amycus', disse Dumbledore. 'Idade avançada, em resumo... Um dia, talvez, acontecerá a você... Se você tiver sorte... '

'O que significa, então, o que significa? ' Gritou o Comensal da Morte, repentinamente violento. ' Sempre o mesmo, não é, Dumby, falando e não fazendo nada, nada, nem mesmo sei por que o Lorde das Trevas se está aborrecendo para matar você! Venha, Draco, faça!’.

Mas naquele momento, houve sons renovados de luta abaixo e uma voz gritou, ' Eles bloquearam os degraus - Reducto! REDUCTO!'

O coração de Harry deu uma parada: então estes quatro não tinham eliminado toda a oposição, mas meramente furado a briga para o topo da Torre, e, pelo som disso, criou uma barreira atrás deles -.

'Agora, Draco, depressa! ' Disse homem brutal furiosamente.

Mas as mãos de Malfoy estavam tremendo tanto, que ele mal poderia apontar.

"Eu farei isto" grunhiu Greyback, e se moveu para Dumbledore com as mãos estendidas, os dentes à mostra.

'Eu disse não!' Gritou o brutamontes; houve um flash de luz e o lobisomem foi lançado para trás; ele bateu na parede e cambaleou, parecendo furioso. O coração de Harry estava martelando tão forte que parecia impossível que ninguém pudesse ouvir e saber que estava lá, preso pelo feitiço de Dumbledore -se ele se só pudesse mover, ele poderia lançar uma maldição por baixo da capa -.

'Draco, faça ou fique contra nós -' guinchou a mulher, mas naquele preciso momento à porta para as muralhas foi escancarada mais uma vez e lá estava Snape, a varinha apertada na mão. Com os olhos pretos dele varreu a cena, de Dumbledore que afundou contra a parede aos quatro Comensais da Morte, inclusive o lobisomem enfurecido e Malfoy.

“Nós temos um problema, Snape” disse Amycus grosseiro, olhos e varinha apontada para Dumbledore, “o menino não parece capaz –”.

Mas alguém falou o nome de Snape, bastante suavemente.

“Severus...”.

O som assustou Harry além de qualquer coisa que ele tivesse experimentado toda à noite. Pela primeira vez, Dumbledore estava suplicando.

Snape não disse nada, mas caminhou adiante e empurrou Malfoy asperamente para fora. Os três comensais da morte se retiraram sem uma palavra. Até mesmo o lobisomem pareceu se acovardar.

Snape contemplou por um momento a Dumbledore, e havia resolução e ódio marcadas nas linhas rígidas do rosto dele.

'Severus... por favor...".

Snape elevou a varinha e apontou diretamente para Dumbledore.

'Avada Kedavra!'

Um jato de luz verde saiu da ponta da varinha de Snape e acertou diretamente Dumbledore no peito. O grito de horror de Harry nunca o deixou; silencioso e preso, ele foi forçado a assistir quando Dumbledore foi lançado no ar: durante um segundo onde ele pareceu ficar suspenso em baixo do crânio brilhante, e então ele caiu lentamente para trás, como uma grande boneca de trapo, em cima das ameias e longe da vista.

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