Sectumsempra



Exausto, mas satisfeito com o trabalho noturno, Harry contou a Rony e Hermione tudo que aconteceu durante a lição de Feitiços da manhã (estavam lançando o feitiço Muffliato sobre quem estava perto). Eles estavam muito impressionados com o caminho que ele usou para descobrir a memória apagada de Slughorn e positivamente aterrorizados quando ele contou sobre os Hurcruxes de Voldemot e a promessa de Dumbledore de deixá-lo só, enquanto ele procura pelos outros.

"Uau!", disse Rony, quando Harry finalmente terminou de contar tudo. Rony estava movendo sua mão muito vagamente na direção do teto sem prestar a mínima atenção com o que estava fazendo. "Uau!". Você junto de Dumbledore ...e tentar e destruir ... uau!

"Rony, você está criando esta neve", disse Hermione pacientemente, segurando o seu pulso e afastando-o do teto do qual, antes vazio, grandes flocos brancos estavam começando a cair. Lilá Brown, Harry notou, fuzilava Hermione numa mesa vizinha com os olhos vermelhos, e Hermione imediatamente soltou o braço de Rony."Oh , sim!" disse Rony, olhando para baixo de seu corpo com vaga surpresa. "Desculpem-me ... ehrr... olhem como estamos com uma caspa terrível agora ..."

Ele escovou alguma neve falsificada dos ombros de Hermione e Lilá explodiu em lágrimas... Rony olhou imensamente culpado e se virou de costas para ela. "Nós brigamos", ele disse a Harry com o canto de sua boca, "Na última noite, quando ela me viu sair do dormitório com Hermione. Logicamente ela não pode te ver, assim pensou que tinha saído apenas nós dois".

"Ah!" disse Harry. "Bem – pelo menos você não terminou né?”, “Não” admitiu Rony. "Era ruim enquanto ela estava gritando, mas ao menos eu não tive que terminar.".

"Covarde!" disse Hermione, entretanto, ela olhou feliz. "Bem, hoje não foi uma boa noite para romances. Gina e Dino também terminaram, Harry.".

Harry pensou ter visto no olhar de Hermione algo indicativo e malicioso quando ela lhe falou isto, mas Hermione não tinha a possibilidade de descobrir que, intimamente, ele dançava uma conga. Manteve sua face imóvel e com uma voz indiferente e fria, ele perguntou "E como foi isso?"

"Oh! algo realmente tolo... ela disse que ele sempre cismava em levá-la até passar pela entrada do retrato, como se ela não pudesse fazer por ela sozinha... mas eles estavam por um fio há muito tempo.".

Harry lançou um olhar sobre Dino no outro lado da classe. Ele certamente estava parecendo infeliz.

"Claro! Isso te coloca em um pequeno dilema, não é mesmo?" disse Hermione.

"O quê você quer dizer com isso?", disse Harry rapidamente.

"O time de quadribol", disse Hermione. "Se Gina e Dino não estão se falando...."."Oh! Oh! Claro!" disse Harry."Flitwick", disse Rony em tom de alarme. O pequeno mestre de Feitiços estava se vindo para eles, e Hermione era a única que conseguiu transformar o vinagre em vinho; seu frasco de vidro estava cheio de um líquido carmesim profundo, enquanto o de Harry e Rony permanecia marrom vergonhoso."Agora, agora, garotos!" murmurou o Professor Flitwick reprovadamente. "Um pouco menos de conversa, e um pouco mais de ação ... Deixem-me ver vocês dois tentarem..."

Juntos eles levantaram suas varinhas, concentraram todos os seus poderes, e apontaram para seus frascos. O vinagre de Harry se transformou em gelo; o frasco de Rony explodiu.

"Sim... lição de casa" disse o Professor Flitwick, reaparecendo debaixo da mesa e limpando os cacos do alto de seu chapéu, "prática.".

Eles tiveram um de seus raros períodos livres depois de Feitiços e voltaram para a classe juntos. Rony pareceu positivamente aliviado sobre o fim de seu relacionamento com Lilá, e Hermione pareceu adorável, também, embora quando ele lhe perguntou o por que da felicidade, ela simplesmente dizia "Hoje é um bom dia!". Nenhum deles, porém, perceberam a batalha feroz que se passava dentro da cabeça de Harry:

Ela é irmã do Rony...

Mas ela acabou com Dino!

Mas ela continua sendo irmã do Rony!

Mas eu sou seu melhor amigo!

Mas isso só piora!

E se eu falar com ele primeiro -

Ele vai te socar.

E se eu não me importar?

Ele é seu melhor amigo!...

Harry já havia entrado no buraco do retrato da sala comunal ensolarada quando percebeu, vagamente, um pequeno grupo de alunos do sétimo ano juntos, enquanto Hermione gritava: "Katie! Você voltou! Você está bem?".Harry parou: Era certamente Katie Bell, o olhando completamente recuperada e cercada por seus amigos."Estou realmente bem!" ela disse alegremente. "Eles deixaram-me sair de St. Mungos no domingo, eu fiquei um par de dias em casa com mamãe e com papai e então voltei para cá nesta manhã. Leanne estava justamente me contando sobre MacLaggen e o último jogo, Harry...".

"Sim", disse Harry, "bem, agora que você voltou e Rony melhorou, nós teremos uma chance decente de arrasar a Corvinal, acho que nós ainda podemos estar na corrida para a Taça. Ouça, Katie..."

Ele explicou a questão, até então. Sua curiosidade até fez com que Gina saísse de sua cabeça temporariamente. Ele deixou cair sua voz quando os amigos de Katie começaram a apanhar suas coisas; aparentemente eles teriam aulas de Transfiguração mais tarde."... o colar ... você pode relembrar quem o entregou agora?""Não", disse Katie, balançando penosamente a cabeça. "Todos tem me perguntado, mas não consegui nenhuma pista. A última coisa que eu me lembro era que estava andando dentro do banheiro das meninas no Três Vassouras.".

"Você entrou definitivamente no banheiro das meninas, então?" disse Hermione."Bem, eu sei que abri a porta", disse Katie, "e eu suponho que alguém me dominou justamente enquanto eu entrava. Depois disso minha memória está branca até dois meses atrás em St. Mungos. Ouçam, é melhor eu ir, eu não posso me atrasar na aula com McGonagall justamente no meu primeiro dia de volta...".

Ela correu para apanhar a sua bolsa e se apressou a alcançar seus amigos, deixando Harry, Rony e Hermione sentados diante da mesa da janela e ponderando no que ela havia dito.

"Só pode ser uma garota ou uma mulher quem deu a Katie o colar", disse Hermione, "dentro do banheiro das meninas.".

"Ou alguém que se parecia com uma garota ou uma mulher", disse Harry. "Não esqueça, existia um caldeirão cheio de poção polisuco em Hogwarts. Sabemos que alguém conseguiu roubá-la..."

E em seu pensamento ele observou uma parada de Crabbes e Goyles passando adiante, todos transformados em garotas.

"Eu acho. Eu vou tomar outra dose de Felix", disse Harry, "e eu vou até a Sala Precisa novamente.".

"Que seria uma perda completa da poção", disse Hermione logicamente, pegando a copia do livro de Feitiços de Syllabary que acabara de retirar de sua bolsa. "Sorte só se pode conseguir as vezes, Harry. A situação com Slughorn era diferente, você sempre teve habilidade para persuadi-lo, você só precisava de um pouquinho de circunstâncias favoráveis. Sorte não é suficiente se você tem um encantamento poderoso. Não vá desperdiçar o resto da poção. Você vai precisar da maior sorte do mundo se Dumblebore o levar junto com ele...". Ela abaixou sua voz a um sussurro.

"Não podíamos fazer mais alguns?". Rony perguntou a Harry, ignorando Hermione. "Eu acho ótimo ter um estoque dela... Que tal olhar no livro..."

Harry puxou sua cópia de Poções Avançadas de sua bolsa, e olhou em cima de Felix Felicis

"Bom, isso é realmente complicado" ele disse, correndo os olhos sobre a lista de ingredientes. "e isso levará seis meses... Você tem que deixar cozinhar..."

"Típico" disse Rony.

Harry estava a ponto de guardar seu livro novamente, quando ele notou um canto de uma pagina dobrada, desdobrando-a ele viu o feitiço Sectumsempra, e em baixo escrito: "para os inimigos" que ele havia marcado algumas semanas antes. Ele ainda não tinha encontrado o que fazer com isso, principalmente porque ele não quis testar próximo a Hermione, mas ele estava considerando usar em McLaggen na próxima vez que ele aparecesse diante deles.

A única pessoa que não estava particularmente agradecida por ver Katie Bell voltar à escola era Dean Thomas, porque ele não seria requerido para a posição de artilheiro. Ele suspirou quando Harry lhe disse isso, meramente soltou um grunhindo, mas Harry teve uma sensação diferente enquanto se distanciava de Dean e Seamus..

Na quinzena seguinte, Harry disse que viu o melhor treino de Quadribol desde que virou Capitão. Seu time estava muito satisfeito com a saída de McLaggen, felizes por ter Katie de volta, e eles estavam voando excepcionalmente bem.

Gina não parecia transtornada com o rompimento com Dino, ao contrário, ela era a vida e a alma do time. Suas imitações de Rony se movendo ansiosamente para cima e para baixo diante dos aros como goleiro, ou das ordens frias dadas por Harry a McLaggen antes de ser nocauteado, tornava o treino muito divertido. Harry, sorrindo juntamente com todos, estava contente por ter uma razão inocente para olhar para Gina; e ele tinha recebido mais ferimentos durante os treinos porque não conseguia manter seus olhos nos balaços.

A batalha estava furiosa em sua cabeça: Gina ou Rony? Às vezes ele pensava que após Lilá, Rony não iria se importar se ele convidasse Gina para sair, mas então ele lembrou a expressão de Rony quando ele a viu beijando Dino, e era certo que Rony consideraria uma traição se Harry caminhasse de mãos dadas com Ginny. Contudo Harry não podia ajudar-se conversando com Gina, rindo com ela, voltando do treino com ela, entretanto sua consciência doeu demais, ele encontrou-se maravilhado pensando em como poderia conseguí-la para si. Teria sido ideal se Slughorn tivesse dado outra de suas pequenos festas, para Rony não estar por perto - mas infortunadamente, Slughorn parecia tê-las acabado. Uma ou duas vezes Harry considerou em pedir ajuda a Hermione, mas ele não pensou como conseguiria olhar pra Hermione, vendo um olhar satisfeito e acusador em seu rosto; como varias vezes via quando Hermione o flagrava olhando para Gina ou rindo de suas piadas. E para complicar o assunto, ele teve a irritante preocupação de que se não o fizesse, um outro alguém convidaria Gina para sair em breve: ele e Rony pelo menos concordavam para seu próprio bem, o fato de que Gina era popular demais.

De toda a forma, a tentação de tomar outro gole de Felix Felixis estava ficando mais forte durante o dia,e certamente era um argumento para, segundo Hermione, "aproveitar as circunstâncias" Os dias monótonos correram gentilmente em Maio, e Rony parecia estar sempre no ombro de Harry quando ele via Gina. Harry descobriu que apenas um golpe de sorte poderia de alguma maneira fazer com que Rony ficasse feliz com o seu melhor amigo e sua irmã saindo, e os deixasse sozinhos, ele junto dela mais do que alguns segundos. Nenhuma oportunidade surgiu enquanto se aproximava o final do periodo com o Torneio de Quadribol. Rony procurava falar de táticas com Harry todo o tempo e não tinha pensamentos para mais nada.

Rony não era o único a esse respeito; o interesse no jogo Grifinória-Corvinal estava correndo extremamente rápido na escola, para o jogo que decidiria o Campeonato das casas. Se Grifinória batesse a Corvinal por uma margem de trezentos pontos ( um número alto, porém Harry nunca tinha visto seu time voando melhor) então eles conseguiriam vencer o Campeonato. Se eles vencessem por menos de trezentos pontos, eles ficariam em segundo após Corvinal, se eles perdessem pela diferença de cem pontos ficariam em terceiro atrás da Lufa-Lufa e se eles perdessem por mais de cem pontos, estariam em quarto lugar e em lugar nenhum, e no pensamento de Harry, se eles perdessem, a casa não iria esquecer que ele foi o Capitão da Grinfinória e que a colocaria no fundo da tabela em dois séculos.

O ponto crítico da partida tinha as mesmas características de sempre: membros das casas rivais tentando intimidar os adversários nos corredores; desagradáveis canções sobre um jogador individual, ensaiados com a voz de passarinhos; os próprios membros das equipes circulando ao redor para gozar de toda a atenção ou senão entrando em banheiros e dando tiros para cima. De alguma maneira o jogo havia se ligado inexplicavelmente ao êxito ou fracasso de seus planos com Gina.Ele conseguia sentir que se eles vencesssem por mais de trezentos pontos, nas cenas de euforia e a ótima e calorosa festa de comemoração justamente com um saboroso trago de Felix Felicis talvez houvesse alguma chance.E no meio de tantas preocupações, Harry não havia esquecido sua outra ambição; descobrir o que Malfoy estava fazendo na Sala Precisa. Ele ficava verificando o Mapa do Maroto, e ele não conseguia localizar o local onde estava Malfoy, deduzindo que o mesmo estava perdendo o seu tempo dentro daquela sala.

Embora Harry perdesse as esperanças de descobrir o que acontecia dentro da Sala Precisa, e continuando à tentar entrar sempre que estava na vizinhança reformulando sempre seu pedido, a parede permaneceu firmemente fechada. Alguns dias antes da partida contra a Corvinal, Harry encontrou-se andando sozinho próximo a Sala Comunal, Rony estava fora em um banheiro próximo para disparar para cima novamente, e Hermione não saindo do seu normal foi ver o Professor Vector sobre um erro que ela pensou ter cometido em seu último ensaio de Aritimancia. Mais por hábito do que por qualquer coisa, Harry fez a sua usual tentativa no corredor do sétimo andar, checando o Mapa do Maroto. Por um momento ele não conseguiu localizar Malfoy em nenhum lugar e assumiu que ele estivesse dentro da Sala Precisa novamente, mas então ele viu Malfoy pequenininho, sobre um ponto no banheiro dos meninos no andar abaixo, acompanhado, não por Crabbe ou Goyle, porém por Murta que Geme.

Harry somente parou para olhar essa improvável dupla quando ele virou a direita em um conjunto de armaduras. O alto ruído trouxe-o de volta de seu devaneio; saindo da cena antes que Filch chegasse, dos pontos tracejados na escada de mármore e ao longo da passagem abaixo. Fora do banheiro, ele pressionou sua orelha de encontro à porta. Ele não podia ouvir nada. Ele muito silenciosamente á abriu.

Draco Malfoy estava de costas para a porta, suas mãos agarravam os lados da pia, seus cabelos brancos-louros arqueados.

"Não!", soou a voz da Murta que Geme de um dos cubículos. "Não... conte-me o que está errado... Eu posso ajudá-lo...” “Ninguém pode me ajudar", disse Malfoy. Seu corpo estava todo tremendo. "Não posso fazer isso... Eu não posso... Não quero trabalhar... e a menos que eu faça logo... ele disse que me matará...”.

E Harry observava, com um choque tão grande que parecia enraizá-lo àquele ponto, aquele Malfoy chorando - realmente chorando - lágrimas rolando sobre sua pálida face dentro da pia. Malfoy tossiu e engasgou-se e então, com um grande suspiro, quando olhou para a imagem no espelho rachado viu Harry parado olhando fixamente para ele.

Malfoy olhou, puxando sua varinha. Instintivamente, Harry puxou a sua. O feitiço de Malfoy errou Harry por centímetros, quebrando a lâmpada ao lado de Harry na parede. Harry jogou-se de lado no chão, pensando Levicorpus! E apontando sua varinha, mas Malfoy bloqueou o feitiço e levantou sua varinha para outro... "Não! Não" Parem com isso!”Guinchou Murta que Geme, sua voz ecoando alto no alto de todo o andar”.Parem! PAREM!".

Houve um estrondo alto e o escaninho atrás de Harry explodiu; Harry tentou um feitiço Prende-Pernas para contra-atacar passando ao lado da orelha de Malfoy e esmagando a cisterna abaixo de Murta que Geme, que gritava escandalosamente alto; água jorrou por todo o lado e Harry deslizou enquanto Malfoy, de face retorcida, gritou "Cruci-"

"SECTUMSEMPRA!" Gritou Harry do assoalho, agitando sua varinha descontroladamente.

O sangue jorrou do rosto e do peito de Malfoy como se ele tivesse sido chicoteado ou cortado por uma espada invisível. Ele balançou para trás e caiu no assoalho com um grande respingo de água, sua varinha caindo brandamente de sua mão direita. "Não ..." engasgou-se Harry.Deslisando e desconcertado, Harry colocou e mergulhou seus pés em direção a Malfoy, cujo rosto brilhava em vermelho escalate, suas mãos brancas embebidas em sangue em seu peito. "Não, Eu não queria...” ·Harry não sabia o que dizer. Ele caiu de joelhos ao lado de Malfoy, que estava se agitando descontroladamente banhado pelo próprio sangue. Murta que Geme soltou um grito alto e descontrolado: "ASSASSINATO! ASSASSINATO NO BANHEIRO! ASSASSINATO!"

A porta bateu atrás de Harry que ergueu os olhos, estarrecido: Snape havia entrado no banheiro, com a face lívida. Empurrando Harry de lado, ajoelhou-se ao lado de Malfoy, pegou sua varinha, e lançou um feitiço sobre as profundas feridas que Harry tinha provocado, sussurrando um feitiço que soou quase como uma canção. O fluxo de sangue pareceu diminuir, Snape limpou o resíduo que tinha sobre a face de Malfoy e repetiu o feitiço.Agora as feridas pareciam que faziam pontos.

Harry permaneceu observando, horrorizado com o que havia feito, pouco ciente de que estava embebido em sangue e água. Murta que Geme permaneceu gemendo e chorando logo acima. Enquanto Snape estava executando um contra-feitiço pela terceira vez, a meia-vida de Malfoy permaneceu na mesma posição.

"Você necessita de ala hospitalar. Pode haver certa quantidade de marcas e cicatrizes, mas se você tomar ditany imediatamente pode ser que até isso evitemos... Venha...”.

Ele apoiou Malfoy através do banheiro, voltando-se para a porta para dizer em uma voz furiosa e fria, "E você, Potter... E você espera por mim aqui”.

Não ocorreu nem por um segundo a Harry em desobedecer. Ele levantou-se lentamente, andou olhou abaixo o assoalho molhado. Ali havia manchas de sangue flutuando como flores de carmesim sobre a sua superfície. Não poderia nem mesmo contar com a Murta que Geme para ficar quieta, e ela continuava lamentando com prazer cada vez mais evidente.

Snape retornou dez minutos depois. Ele parou dentro do banheiro e fechou a porta atrás de si.

"Vá!", ele disse a Murta, e ela mergulhou dentro de seu vaso de uma vez, deixando um silêncio soando atrás dela.

"Eu não sei o que aconteceu", disse Harry por um momento. Sua voz ecoou no vazio, aquoso espaço. "Eu não sabia o que esse feitiço faria."

Mas Snape ignorou isso. "Aparentemente eu superestimei você, Potter", ele disse calmamente. "Quem diria que você conhecia tal feitiço das Artes das Trevas? Quem lhe ensinou esse feitiço?”.

"Eu... li sobre ele em algum lugar".

"Onde?”.

"Eu o li... em um livro na biblioteca", inventou Harry. "Eu não consigo recordar como ele se chamava...”!

"Mentiroso", disse Snape. A garganta de Harry ficou seca. Ele sabia o que Snape estava fazendo e ele nunca tinha conseguido impedi-lo...

O banheiro pareceu nublar-se diante de seus olhos. Ele tentou bloquear com toda a força de seu pensamento, mas a metade da cópia do livro do Princípe Mestiço avançava nadando nebulosa do fundo de sua mente.

Então estava olhando para Snape novamente, no meio da destruição, no banheiro molhado. Olhou fixamente nos olhos negros de Snape, esperando esperançosamente que Snape não visse o que temia, mas...

"Traga-me sua mala escolar", disse Snape suavemente, "e todos os seus livros escolares. Todos eles. Traga-os aqui. Agora!”.

Não havia nenhum ponto para discutir. Harry girou uma vez e saiu fora no corredor, e foi rapidamente para a Torre da Grifinória; a maioria do povo estava andando por outro caminho, ele todo molhado, encharcado de água e sangue, mas não respondeu sobre nenhuma pergunta que lhe fizeram enquanto ele passava.

Ele se sentia atordoado; era como se um animal de estimação tivesse retornado totalmente selvagem; em que o Príncipe tinha pensado para transcrever tal encanto em seu livro? O que aconteceria quando Snape o visse? O que diria ao Slughorn - Harry tinha seu estômago revirado - como tinha alcançado tão bons resultados em Poções durante o ano inteiro? Ele confiscaria e destruiria o livro que tinha ensinado tanto a Harry o ano inteiro? ... O livro havia se tornado uma espécie de guia e amigo? Harry não podia deixar isso acontecer,... Não podia...

"Onde você estava? Porquê você está ensopado? E esse sangue?". Rony estava parado no alto das escadarias, olhando fascinado, o aspecto de Harry.

"Eu preciso de seu livro", Harry arquejou. "Seu livro de Poções. Rápido... me de ele...”

"Mas e o do príncipe—”

"Eu explicarei depois!”



Ron tirou seu livro de Poções Avançadas da bolsa e entregou; Harry correu para o salão comunal. Aqui, pegou sua mochila ignorando os olhares assustados dos alunos que já tinham terminado o jantar, se atirou pelo buraco do retrato, e correu ao longo do corredor do sétimo andar.

Ele deslizou por uma parede ao lado da tapeçaria dos duendes dançantes, e fechando os olhos começou a caminhar.

Eu preciso de um lugar para esconder meu livro... Eu preciso de um lugar para esconder meu livro... Eu preciso de um lugar para esconder meu livro...

Ele passou três vezes para cima e para baixo da parede branca. Quando abriu seus olhos, estava lá enfim: a porta para a Sala Precisa. Harry puxou para abrir, e se lançou para dentro, batendo a porta.

Ofegou. Apesar da sua pressa, do seu pânico, do medo do que o esperava quando voltasse ao banheiro, não poderia se intimidar pelo que estava vendo. Ele estava em um quarto do tamanho de uma catedral grande, cujas janelas eram altas e enviavam feixes de luz para baixo, o que parecia uma cidade com paredes imponentes, construídas, pelo que Harry soube, por objetos de gerações antepassadas de Hogwarts.

Haviam becos e estradas limitadas por pilhas de mobílias estragadas e quebradas, guardadas ali, talvez, para esconder magias mal-feitas, ou então por elfos domésticos orgulhosos. Havia milhares e milhares de livros, que sem duvida eram roubados, rabiscados ou proibidos. Havia catapultas aladas e Frisbees Dentados, alguns, com vida o suficiente para pairar sobre as montanhas de outras coisas proibidas; Haviam garrafas de poções congeladas, chapéus, jóias, capas; algo que parecia cascas de ovo de dragão, garrafas arrolhadas cujos conteúdos ainda brilhavam, várias espadas enferrujadas e um machado pesado, manchado de sangue.

Harry se apressou adiante de um dos becos entre todos esses tesouros escondidos. Ele virou a direita após um enorme duende gigante, correu por um curto caminho, tomou a esquerda no armário de Desaparecimento quebrado, no qual Montague perdeu-se no ano anterior, parando finalmente ao lado de um armário grande que parecia ter ácido jogado sobre a superfície embolorada. Ele abriu o armário, rangendo as portas: já tinha sido usado como esconderijo para alguma jaula que morreu há muito tempo; seu esqueleto tinha cinco pernas. Ele colocou o livro do Príncipe Mestiço escondido atrás da gaiola e bateu a porta. Ele parou por um momento, seu coração batendo horrivelmente, contemplando toda desordem ao redor... . Ele poderia achar este local novamente entre toda essa tranqueira? Ele prendeu o busto lascado de um feiticeiro velho em cima de um engradado, colocou em pé sobre o armário que o livro estava escondido, empoleirou uma peruca velha e uma tiara manchada na cabeça de estátuas deixando mais distintivo, então voltou pelos becos de tranqueiras escondidas tão rápido quanto ele chegou, voltou para porta, saiu para o corredor e a porta atrás dele voltou-se imediatamente à virar pedra.

Harry correu para o banheiro do andar de baixo, colocando a copia de Poções Avançadas de Ron dentro da mochila. Um minuto depois, ele estava em frente a Snape que esticou a mão em direção a mochila de Harry. Harry lhe entregou, arquejando, uma dor queimava em seu peito e esperou.

Um por um, Snape extraiu os livros de Harry e examinou. Finalmente, o único que restava era o livro de Poções, que ele olhou muito cuidadosamente antes de falar.

"Este é seu livro de Poções Avançadas, Potter?”

"Sim", disse Harry, ainda tomando fôlego.

"Você esta certo disso, está, Potter?"

"Sim" disse Harry desafiante.

"Este é o livro de Poções Avançadas que você comprou da Floreios e Borrões?"

"Sim" disse Harry firmemente.

"Então por que" perguntou Snape, "tem o nome 'Roonil Wazlib' escrito dentro da contra-capa?”

O coração de Harry perdeu uma batida.

"É meu apelido" ele disse.

"Seu apelido" Snape repetiu. "Sim... é assim que meus amigos me chamam" disse Harry.

"Eu sei o que é um apelido" disse Snape. O frio dos seus olhos pretos eram enfadonhos e marcavam Harry novamente; ele tentou não olhar. Feche sua mente... Feche sua mente... Mas ele nunca tinha aprendido a fazer isto corretamente...

"Sabe o que eu acho, Potter?” Disse Snape, muito calmamente. "Eu acho que você é um mentiroso e fraudulento que merece detenção comigo todos os sábados até o fim do ano. O você acha, Potter?”

"Eu—eu não concordo, senhor" disse Harry, ainda recusando olhar nos olhos de Snape.

"Bem, nós veremos como você sente depois de suas detenções”, disse Snape. "Sábado de manhã às dez horas, Potter. Meu escritório."

"Mas senhor..." disse Harry, observando desesperadamente. "Quadribol... ultima partida...”

"Dez horas" sussurrou Snape, com um sorriso que mostrou os dentes amarelos dele. “Pobre Grifinória... quarto lugar este ano, eu temo...”

E deixou o banheiro sem mais palavras, deixando Harry fitar o espelho quebrado sentindo-se doente, como ele tinha certeza, que Ron nunca tinha sentido na vida dele.

"Eu não vou falar ‘eu te disse", disse Hermione, uma hora depois no salão comunal.

"Deixe-o, Hermione" disse Ron furiosamente.

Harry nunca fez isso no jantar; ele não tinha apetite algum. Ele tinha há pouco contado a Ron, Hermione e Gina, o que tinha acontecido, não que parecia ter necessidade. As noticias correram rápido: Murta que Geme aparentemente tinha visitado todos banheiros contando a história; Malfoy já tinha sido visitado na ala hospitalar por Pansy Parkinson que não perdeu tempo em caluniar Harry de longe, e Snape contou precisamente a todos o que havia acontecido.

Harry já tinha sido chamado ao salão comunal para suportar quinze minutos altamente desagradáveis na companhia da Professora McGonagall, que lhe dizia como ele tinha sorte em não ter sido expulso e apoiou sinceramente o castigo que Snape lhe deu, de cumprir detenção todos os sábados até o final do período.



"Eu lhe falei que havia algo errado com a pessoa do Príncipe," disse Hermione, evidentemente incapaz de se parar. "E eu tinha razão, não tinha?."



"Não, eu não penso que você tem," obstinadamente Harry disse.



Ele estava tendo um tempo o suficiente ruim sem precisar do que Hermione dizia; os olhares nos rostos do jogadores do time da Grinfinória quando ele tinha lhes falado que não poderia jogar no sábado, foi o pior castigo de tudo. Ele poderia sentir os olhos de Ginny nele, mas não os encontrou; não queria ver decepção ou raiva lá. Ele tinha há pouco lhe falado que ela estaria jogando como apanhadora no sábado e aquele Dino Thomas estaria se reunindo ao time como Artilheiro no lugar dela. Talvez, se eles ganhassem, Ginny e Dino fariam as pazes durante a euforia das comemorações. . . . O pensamento passou por Harry como uma faca fria. . . .



"Harry" disse Hermione," como você ainda tolera aquele Principe depois que ele escreveu aquele feitiço—"



"Para de falar sobre o livro!" Interrompeu Harry. "O Príncipe só copiou isto na margem! Não é como se ele estivesse aconselhando qualquer um para usar o feitiço! Tudo que nós sabemos, é que ele estava fazendo uma nota de algo que tinha sido usado contra ele!"



"Eu não acredito nisto," disse Hermione. "Você está realmente o defendendo...—



"Eu não estou me defendendo do que fiz!" disse Harry depressa. "Eu queria que não tivesse feito isto, e não é só porque eu tenho uma dúzia de detenções. Você sabe que eu não teria usado um feitiço assim, nem mesmo em Malfoy, mas você não pode culpar o Príncipe, ele não escreveu: ‘experimente isto, é realmente bom'—ele estava fazendo notas para si próprio, ele não estava fazendo para um outro qualquer. . . ."



"Você está me falando," disse Hermione," que você vai voltar e...—?"



"E pegar o livro? Sim, eu vou," disse Harry vigorosamente. "Escute, sem o Príncipe eu nunca teria ganhado o Felix Felicis. Eu nunca teria sabido salvar o Ron quando ele estava envenenado, eu nunca teria —"

"—adquirido uma reputação brilhante em Poções, ao qual você não merece," disse Hermione sordidamente.



“Dá um tempo, Hermione!” – disse Gina, e Harry estava tão maravilhado, tão agradecido, que olhou pra cima. “Pelo som, Malfoy estava tentando usar uma Maldição Imperdoável, você deveria estar feliz por Harry ter tirado algo bom da manga!”



“Bem, claro que eu estou feliz de Harry não ter sido amaldiçoado!” – disse Hermione, claramente estarrecida. “Mas você não pode dizer que aquele feitiço “Sectumsempra” seja bom, Gina, olhe onde ele o jogou! E eu tenho pensado, vendo o que isso acabou com suas chances no jogo...”



“Oh, não comece como se você entendesse de Quadribol”, - escapou Gina, “você só se atrapalha.”



Harry e Ron se encararam: Hermione e Gina, que sempre havia se dado muito bem uma com a outra, estavam agora sentadas com os braços cruzados, claramente em direções opostas. Ron olhou nervosamente para Harry, e então agarrou um livro por acaso e escondeu-se atrás dele. Harry, de alguma maneira, achou que ele sabia que merecia isso, mas sentiu-se inacreditavelmente alegre, mesmo que nenhum deles tenham se falado pelo resto da tarde.





Sua alegria porém, durou pouco. Eles teriam de aturar a zombaria da Sonserina no dia seguinte, sem mencionar na raiva dos companheiros da Grinfinória, que estavam infelizes porque seu capitão havia sido expulso do jogo final da temporada. Na manhã de sabado, o que quer que seja que Harry disse a Hermione, Harry teria trocado alegremente todos os Felix Felicis do mundo para estar se encaminhando para a quadra de Quadribol com Ron, Gina e os outros.Era praticamente insuportável fugir da massa de alunos que corriam em direção ao sol, todos eles vestindo chapéus e agitando bandeiras e cartazes - , descer os degraus de pedra e entrar dentro das masmorras onde ouvir os sons da multidão era quase impossível, sabendo também que não poderia ouvir um comentário sequer ou um aplauso ou vaia.



"Ah, Potter," disse Snape, quando Harry bateu em sua porta e entrou na desagradável e familiar sala na qual Snape, que estaria lecionando em outro andar , ainda não havia liberado; era repugnante ver os mesmos seres mortos submersos em poções coloridas distribuídas em todas as estantes. Obviamente haviam várias caixas empilhadas na mesa onde Harry supostamente deveria sentar-se; pela áurea, Snape daria um tedioso, difícil e obtuso trabalho para ele.



"Sr. Filch estava procurando alguém para limpar estes arquivos antigos," disse Snape suavemente. "Eles são as relíquias dos malfeitores de Hogwarts e seus castigos. Onde a tinta borrou, ou onde há pedaços de pergaminhos comidos pelos ratos, nós gostaríamos que você copiasse os crimes e punições e, tendo certeza de que eles estejam em ordem alfabética, colocasse nestas caixas . Você não está autorizado a usar magia.



"Certo, Professor," disse Harry, com tanto desprezo quanto ele poderia pôr nas últimas três sílabas.



"Eu pensei que você poderia começar," disse Snape, com um sorriso malicioso nos lábios, "Nas caixas de numero 1020 a 1056. Você irá encontrar alguns nomes familiares dentro, o que poderá aumentar seu interesse no trabalho...Você verá.....”



Ele tirou uma carta entre as caixas que estavam no topo e leu: "James Potter e Sirius Black. Apreendidos usando um feitiço ilegal em Bertram Aubrey. Aubreys tinha o dobro do tamanho normal. Dupla detenção." Snape riu. "Deve ser muito reconfortante, pensar que eles foram, um recorde permanentemente em nosso arquivos.”



Harry sentiu a sensação familiar de seu estomago estar borbulhando. Mordendo sua língua para prevenir uma futura retaliação, ele sentou de frente para as caixas e se encostou em outra.



Era, como Harry já previra, o mais chato, e inútil trabalho, já feito (como Snape havia planejado). Com a usual pontada no estômago, - o que significava que ele acabara de ler o nome de seu pai ou de seu padrinho, usualmente metidos em diversas confusões, ocasionalmente acompanhados por Remus Lupin e Peter Pettigrew. - enquanto ele copiava todas as suas ofensas e punições, ele queria saber o que estava acontecendo lá fora, o jogo já deveria ter começado . . . Gina como apanhadora contra Cho...



Harry olhava de tempos em tempos para o relógio pendurado na parede. Parecia estar se movendo muito mais devagar que um relógio normal ; talvez Snape o tivesse enfeitiçado para que ele fosse mais devagar? Ele não poderia estar ali por apenas meia hora... uma hora ... uma hora e meia . . .



O estomago de Harry começou a revirar quando o relógio marcou quinze para o meio dia. Snape, que não falou nada desde que deu a Harry sua tarefa , finalmente se levantou às dez para uma.



"Faremos o seguinte," ele disse friamente. "Marque o lugar de onde parou. Você irá continuar às dez horas no próximo sábado” Sim, senhor.



Harry colocou uma carta para marcar de onde havia parado e saiu correndo pela porta antes que Snape pudesse mudar de idéia, correndo pelos corredores, apertando os ouvidos para tentar escutar alguma coisa sobre o jogo, mas tudo estava quieto...., já havia terminado.



Ele hesitou um momento fora do lotado Salão Principal, depois correu pela escadaria, se Grinfinória tivesse ganhado ou perdido , eles usualmente celebravam ou choravam na sua própria sala comunal.



"Quidagis?" ele disse tendencioso para a Mulher Gorda, pensando no que poderia ter dentro.



Sua expressão era ilegível, ela disse: "Você verá..."



E ela virou o quadro.



Um som de celebração eclodiu atrás dela. Harry parou quando as pessoas começaram a gritar atrás dele, ele foi carregado pela multidão.



"Nós vencemos!" gritou Ron, puxando o para dentro da sala e agitando a Taça de Prata para Harry. "Nós vencemos! Quatrocentos e cinqüenta a cento e quarenta! Nós ganhamos!"



Harry olhou a sua volta; Gina estava correndo em sua direção; ela tinha um largo sorriso no rosto quando se jogou em seus braços. E sem pensar, sem planejar, sem se preocupar com o fato de ter 50 pessoas em volta .Harry a beijou.



Depois de um longo momento — que lhe pareceu mais ou menos uma meia hora — ou possivelmente varias manhãs de sol— eles se separaram. A sala estava muito silenciosa. Mas então várias pessoas assobiaram e começaram a dar uma série de risadas nervosas. Harry olhou por cima da cabeça de Ginny para ver Dean Thomas segurando um copo quebrado em sua mão, e Romilda Vance olhando como se fosse atirar alguma coisa. Hermione estava radiante, mas Harry estava procurando Rony com os olhos. Finalmente Harry o encontrou, ainda segurando a taça, e com uma expressão apropriada de quem tinha levado uma pancada na cabeça. Durante uma fração de segundo eles se olharam, e Rony deu um pequeno aceno com a cabeça, que Harry entendeu significar; Bem – se você quer...

A criatura em seu peito rugiu em triunfo, ele sorriu para Ginny e indicou, silenciosamente o lado de fora do buraco do retrato. Um longo passeio pela propriedade parecia conveniente, durante o qual - SE eles tivessem tempo – eles poderiam discutir a partida.

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