Cruzada
N/A - demorou um pouco mais do que eu planejava apra escrever esse capitulo... espero que gostem... aguardo comentarios...
Ao lado da cabana o meio gigante havia dispostas cadeiras, esteiras e poltronas para o conforto de todos que viriam. Com Mahcsid chegaram Juba Feroz, um hipogrifo de ar imponente e penas prateadas, um unicórnio, branco como todos que o garoto já vira, mas com um grosso e longo chifre brilhante, um sereiano estava na beira do lago, de onde podia ouvir e ser ouvido, e alguns animais que Harry não conhecia ou conhecia apenas de vista.
-Os que não puderam vir ficaram felizes por serem representados por mim e por Juba Feroz. – comentou Mahcsid honrado – Entendam: ele é O REI da floresta, por assim dizer. Dessa verdade nasceu o mito sobre os leões para os trouxas.
O grifo pareceu nem ter ouvido.
Da parte dos humanos vieram Lupin, McGonnagal, Moody, Harry, Rony e Hermione. Gine assistiria a tudo por um espelho de duas faces. Ela estava em contato com representantes de cada casa escolhidos pelos alunos.
-Só falta o ministro. – comentou Moody, em tom de escárnio. – O grande líder do mundo mágico.
Nisso aparece Scrimgeour, cercado de quinze homens. O homem, apesar de ter desenvolvido um certo respeito pelo rapaz, acreditava que deveria estar no comando. Pelo menos por sua experiência.
-Bom dia, ministro. – Harry cumprimentou-o com um sorriso simpático, que não chegava a seus olhos. – Seus homens têm uma mesa os esperando no salão principal, onde podem esperar bem alimentados pelo senhor. – completou com um olhar para a diretora, que entendeu e deu um aceno de cabeça. Haveria uma mesa pronta.
Scrimgeor entendeu a direta e dispensou seus homens, percebendo que o garoto tinha o apoio dos outros líderes. Sabia escolher suas batalhas.
-Certo. Acho que agora podemos começar. – disse o ministro conjurando uma cadeira mais alta que as outras. Os outros fingiram nem perceber.
-Concordo. – retomou a palavra Mahcsid – As forças das trevas se movimentam enquanto conversamos. Com a ajuda de Fawkes, temos sua localização e velocidade exatas. Em pouco menos de cinco dias estarão na entrada da floresta. Onde concordo com Harry, que deve ser o primeiro lugar a atacar.
-Mas será mais fácil defender o castelo. – intrometeu-se Scrimgeor.
-E será ainda mais fácil defender o castelo se as forças deles estiverem menores e com o moral baixo. – respondeu Harry de imediato, chamando a atenção para si – Além disso, muitos dos nossos aliados terão um desempenho muito melhor na floresta do que fechados no castelo. Acredito que devemos fazer pelo menos dois ataques, senão mais.
“Os trouxas passaram por muitas guerras. Umas das maiores e mais extensas foi a chamada guerra santa. Durante anos a população ocidental enfrentou a oriental por causa de religião, envolvendo quase todos os povos. Mas estou divagando. O importante é. Durante esse tempo, dois monarcas conseguiram levantar dois exércitos de tamanhos nunca visto antes. Todo homem queria participar da cruzada, deixando em seus lares quase 10 mulheres para cada homem, sendo a maioria desses velhos e crianças.”
“Acreditam que a mera vista desses exércitos seria suficiente para por medo nos inimigos. O que aconteceu, no entanto, foi bem diferente. Para começar, querendo os espólios, os líderes cometeram o erro de se separar, dividindo as forças. E esse erro Voldemort não vai mais fazer. Mas mesmo assim os números ainda eram impressionantes.”
“O maior e mais imponente dos exércitos ia a pé, com somente seus líderes montados por terra. Durante todo o caminho foram acossados por pequenas tropas orientais de arqueiros montados e, como não tinham nada semelhante, quando chegaram ao verdadeiro campo de batalha, seu exército era de somente um décimo do que tinha começado e o moral estava tão baixo que todos só queriam voltar pra casa e abandonar aquela guerra antes mesmo de terem entrado nela.”
A essa altura, todos já tinham entendido o ponto. Ou quase todos...
-E o que quer dizer com isso? –Perguntou Scrimgeor exaltado. – Isso aqui é um conselho de guerra e você vem contar histórias trouxas. Olha, o que eu proponho...
Mas ninguém jamais saberia o que ele ia propor, porque foi interrompido por um relincho nervoso do líder dos unicórnios. Umas criatura normalmente tão pura, e paciente. Nisso o sereiano aproveitou para murmurar um feitiço e o ministro passou o resto da reunião dormindo.
-Certo, Harry, - começou Juba Feroz – acho sua idéia excelente. Temos aqui animais, que como você bem colocou, não serão tão úteis na defesa direta do castelo. Mas que em campo aberto e principalmente dentro da floresta, não tem comparação em velocidade.
-É exatamente isso que eu estava pensando. E não acredito que vamos ser perseguidos. Talvez os lobisomens fossem capazes de alcançar alguns de nós. Mas eles já sofreram uma emboscada assim e estaremos organizados para o caso deles não terem aprendido a lição. Se qualquer tropa se destacar, será esmagada. O terreno é nosso.
-Então vamos fazer isso desde o começo? Quem concorda? – colocou Mahcsid em votação. E todos aceitaram, menos Harry. Todos viraram interrogativamente pra ele. – Mas a idéia é sua. Por que a objeção?
-Simples. Acho q devemos fazer isso depois que eles já estiverem na floresta. Como já discutimos bastante. O primeiro ataque, logo na entrada, deve vir como uma surpresa para Voldemort. E para a tática de atacar e retirar não precisamos da surpresa. Acho q no primeiro ataque, devemos levar tudo o que temos. Dar um prejuízo de verdade.
-Mas correríamos o risco de perder a guerra nesse momento. – Interpôs McGonnagal, e a maioria parecia concordar com ela.
-Poderíamos. Mas acho que é um risco válido. Para começar, teremos a surpresa do nosso lado. E estou propondo atacar uma vez e se retirar. Não levar tudo para uma guerra aberta. E acredito que todos concordam que Voldemort estará mais cauteloso agora. Temos que nos aproveitar disso. Além do que, ele pode esperar até resistência dos seres da floresta. Mas acredita que todos os bruxos estão em cerco. Não saberá o que o atingiu.
Todos, relutantes, tinham que concordar. Mesmo com o plano para roubo da chave ter funcionado melhor do que esperado, tendo na verdade trabalhado para o lado da luz, os números que o Lorde Negro trazia com ele eram perturbadores. Pelo menos basiliscos, que na opinião do menino-que-sobreviveu eram o pior que o inimigo tinha, tinham virado armaduras e fornecido veneno para as armas do bem.
Os próximos dias foram cheios de movimentação. Armas eram forjadas, especialmente arcos e flechas. Muitas flechas. Os sereianos garantiriam que o exército invasor não tivesse acesso à água. Isso o obrigaria a fazer uma linha de suprimentos, que seria uma idéia impossível, por causa do ataques relâmpagos, como seriam chamadas as investidas e retiradas. Ou senão teriam que atacar direto o castelo, sem tempo de se recompor, planejar ou sitiar.
O ministro, acreditando que tinha adormecido durante a reunião, acabou aceitando a liderança natural de Harry e Juba Feroz. Mesmo com seres mais sábios e experientes, todos acabavam seguindo os dois, sentindo segurança de que todas as decisões tomadas eram visando o bem de todos. Não seriam feitos sacrifícios.
Voldemort estava irado. Primeiro Dumbledore e aquele papo de ser o único que ele já temera. “Como se eu, o maior Lorde Negro, já tivesse temido alguém”. Depois veio Potter e a estúpida profecia. “Mas disso Nagini já cuidou. Pena que perdi um Horcruxe. Pelo menos ainda tenho mais três. Se o maldito Malfoy não tivesse sido tão descuidado!”
Agora aparecera aquele maldito que possibilitara o roubo da chave. Sabia que o feitiço o atingira em cheio e que somente um cuidado rápido o salvariam. Mas não conseguia deixar de pensar naquele escudo. Não deteria o avada, mas todo o resto parecia simplesmente se desfazer. Nem Dumbledore chegara tão longe. Além disso aquela forma animaga. Voldemort ainda não tinha muita certeza do que era. Mas sabia que era grande e voava mais rápido que um nazgul, mesmo machucado. Não havia muitos animais capazes de fazer isso. “Com sorte, meu feitiço deu um fim nele. Senão, meu exército não tem como ser parado de qualquer jeito. Provavelmente o que entrou deve ter cercado Hogwarts. Os inferi não teriam como abrir caminho pra dentro do castelo com ele lacrado. E não havia bruxos suficientes por lá. Mas também as forças que estavam dentro do castelo não têm como sair com tantos inferi. Acho que só Dumbledore poderia tirar o ímpeto colocado por mim.”
Voldemort foi tirado de seus devaneios por um comensal aparatando do seu lado.
-O que foi? – perguntou friamente. O que os imbecis podiam ter feito de errado agora? – Estão com medinho da florestinha? – ele tinha organizado tudo. Abriria caminho com lobisomens e os idiotas do oriente que acreditavam que ele lhes daria poder e terras. – Fale logo.
O comensal tremia.
-Meu Lorde. Fomos atacados.
Voldemort não esperou mais explicações. Aparatou imediatamente para a frente de suas forças, sabendo que faria aquele comensal sofrer por ter demorado tanto para dar a noticia.
Não tinha mais nada lá. Não fosse a falta de lobisomens de pé e metade dos bruxos orientais no chão, além do olhar de choque do resto, acharia que estava tudo do mesmo jeito. Aparentemente os lobisomens, sendo cabeça-quente e orgulhosos foram atrás dos atacantes. Voldemort sabia melhor. Ele não dispersaria sua forças novamente. assumindo controle da situação, recomeçou a entrada na floresta. Com ele na frente os inimigos não ousariam nada.
Harry estava ansioso. Era o único bruxo a pé, sendo capaz de se retirar rapidamente em sua forma animaga. O resto estava no dorso dos centauros, unicórnios, testralios e hipogrifos. Todos capazes vieram, exceto os professores que ficaram no castelo para manter a ordem. Todos os alunos maiores de idade estavam aqui, não importando a casa ou a origem. Os Sonserinos filiados ao Você-sabe-quem não tinham retornado a Hogwarts ou tinham sido apanhados na tentativa de atacar Harry quando ele se recuperava da primeira caça às Horcruxes.
Na frente vinham lobisomens e os bruxos asiáticos. Em grupo, eles eram mais ameaçadores do que os comensais. Então eram o alvo principal dos dois. Além do que, os lobisomens eram os mais prováveis de perder a cabeça e tentar ir atrás deles. Assim ele esperava.
Quando os inimigos estavam a dez metros da floresta e nem o mais nervoso dos alunos tinha como errar o alvo, Harry deu o sinal. Maldiçoes voaram. Bruxos caíram e alguns lobisomens também.
Não havia mais organização entre os inimigos.os bruxos que não caíram mandaram feitiços, mas a maioria levantou barreiras de defesa, recuando. Isso isolou os lobisomens.
Mas esses nem perceberam. Em dois pulo percorreriam os dez metros que os separava da floresta. E como poucos tinham caído, acreditaram que não seriam abatidos.
Grande erro. Pouco depois de passaram as primeiras arvores chuvas de flechas atravessaram seus corpos. Em menos de um minuto não havia mais nenhum lobisomem de pé.
Os bruxos, para garantir a distração continuaram mandando feitiços na barreira levantada pelos bruxos asiáticos, que em formações fechadas, não sofriam baixas nenhuma, mas não viam o que acontecia com os lobisomens na frente.
Os centauros mandaram uma saraivada por cima das barreiras e então todos recuaram. Não dariam tempo para reação. Não seriam pegos ali. Somente Harry e Fawkes ficaram para trás para verem o que aconteceria.
Eles viram quando Voldemort tomou o controle da situação e recomeçou a movimentação. Como previra, o bruxo das trevas não tentaria um perseguição. E agora se manteria na frente, com trolls o protegendo.
Os nazgul se revezariam no ar rodeando a movimentação e usando sua vista privilegiada para procurar emboscadas. Seus gritos agudos colocariam medo no coração dos defensores. Harry recuou para o castelo carregado por fênix que estava no seu ombro.
Na cavalgada de volta, Mahcsid e Juba Feroz sorriam discretamente. O plano funcionara exatamente como esperado. não foram para o castelo. Ao invés disso, com todos os centauros e grifos, foram para o lago mítico que os grifos habitavam. Não se surpreenderam ao ver Harry Potter já esperando por eles lá.
Harry, depois de ter certeza que todos estavam a caminho e que o castelo estava pronto para receber todos, inclusive os medi-bruxos que viriam de St. Mungus transformar a ala hospitalar num acampamento médico de guerra viajou com Fawkes para o lago para esperar os centauros e grifos, conversando com os sereianos.
-Foi excelente! – exclamou Mahcsid ao avistar seu aprendiz.
-Mas agora temos que ter cuidado. Nossos ataques relâmpagos não vão funcionar com os nazgul. Temos que dar um jeito neles antes que se aproximem do castelo e botem medo nos defensores. Não podemos deixar o moral cair depois de tanto esforço!
-Nós podemos cuidar deles. – Colocou Juba Feroz – Eles não são mais do que quinze. A minha colônia tem, pelo menos, trinta e cinco grifos aptos. Atacando dois cada criatura, podemos arrasta-las no ar o suficiente para lutarmos sozinhos.
-Você sabe o que ta propondo? Vai ter que ser realmente rápido, senão feitiços vão derrubá-los.
-Sei perfeitamente bem os riscos. Sei também como aquelas criaturas lutam e que não teremos vantagem nenhuma, mesmo em maior número. Mas confio nos meus.
-Arrastem-nos para onde podemos ajuda-lo. – ofereceu Mahcsid. Harry sabia o que Juba Feroz ia dizer, mesmo que não fosse capaz de ler sua mente.
-Obrigado, mestre centauro, mas temo que vá ter que recusar sua oferta. Não será honrado. Mesmo aquelas criaturas sendo vis e cheias de maldade, não as levaria para o abatedouro. Lutaremos frente a frente. E o que tiver que, será.
-E eu vou com vocês. – interpôs Harry. Os dois iam negar, mas o garoto não deu chance – Sou um grifo também e vocês salvaram minha vida. Me sentiria ofendido se deixado de fora. Mas Mahcsid. Tem uma coisa sim que você pode fazer, e que com certeza meu amigo Juba Feroz vai aceitar.
Os dois o olharam curiosos.
-Se vamos derrubar aquelas coisas, que sejam todas. Então vou ter que pedir para os centauros se colocarem em certo perigo, deixando-as os verem. Mas em todos os lados. Por isso vai ser tão arriscado. Serão grupos pequenos. Mas isso obrigará Voldemort a colocar todas no ar. Além disso, criará distração suficiente para eles não reagirem quando a gente atacar. Recuem para onde os sereianos podem ajuda-los depois. Depois disso, use Fawkes para te manter informado e poder manter os ataques relâmpagos. Deve conseguir reduzir ainda bastante os números deles antes de chegaram ao castelo sem baixas. Ninguém mais tem velocidade para alcança-los.
Todos concordaram e passaram mais um tempo acertando detalhes antes de dormiram. Atacariam no nascer do sol, vindos do lado do sol nascente, para aproveitar o momento de cegueira no alto. Os centauros se fariam vistos cerca de dez minutos antes.
Voldemort estava confiante. Quando o atacaram na entrada da floresta, temeu perder suas forças. Mas quem quer que fosse, estava desesperado. Porque poderia ter feito muito mais estrago antes de fugir. Provavelmente alguém que furou o sítio e tentou fugir através da floresta.
Suas suspeitas pareceram se confirmar cinco minutos atrás, quando seus nazgul perceberam separados grupos de centauros, provavelmente caçando os lobisomens que sobreviveram ou mesmo os bruxos que ousavam atravessar suas florestas fungindo do castelo. Ele sabia que os centauros odiavam todos os bruxos e não se aliariam a ninguém. Somente protegeriam seu território. Temeu que eles se unissem ao Potter quando ele mandou os lobisomens atravessarem a floresta com os gigantes na primeira vez. Não sobrou ninguém daquele grupo pra contar história.
Agora eles fariam o serviço por ele, eliminando qualquer um que tentasse fugir. E não ousariam enfrentar um grupo tão grande. Mas o Lorde das Trevas não correria risco. Principalmente porque se os centauros estavam tão perto, talvez houvesse bruxos por perto também. Mandou todos os nazgul para o ar. Eles voariam ao redor.
Seu exército não pararia a marcha. Queria reabastecer a água e sabia que exisitam lagos menores, todos ligados ao grande lago na frente do castelo. Sabia disso porque quando ainda não tinha recuperado seu corpo passara um bom tempo na floresta. Não a temia. Mas queria sair dela o mais rápido possível. Chegar logo no espaço aberto na frente do castelo pra reforçar o cerco e obrigar uma rendição. Com tanta gente reunida lá, inclusive grande parte do ministro, sabia que seria seu último obstáculo.
O barulho que os nazgul faziam o impressionava. Até os comensais mais acostumados à tortura e à instigar o terror tremiam quando as feras soltavam seus guinchos agudos, soltando seu hálito pútrido no ar.
De repente um barulho diferente, e até mesmo ele sentiu um tremor involuntário. E outro. Olhou para cima e o sol o cegou por um instante. Quando começou a se acostumar, só foi capaz de ver as sobras de seus nazgul sendo movidas por sobras com um quarto de seu tamanho. Com um grito lançou uma maldição. Alguns de seus comensais o imitaram. Mas foi tudo tarde demais. Já estavam muito longe. E com tantos grupos de centauros em volta, não poderia mandar um grupo de busca. E mover o exército inteiro atrás não valeira à pena.
Teria que confiar nos seus nazgul. Devia haver o dobre das sombras pequenas. Provavelmente algum animal inimigo natural. Mas agora era imprescindível continuarem. Não teriam aviso prévio caso alguém os atacasse. Retomou a marcha rumo ao castelo com velocidade máxima. Os gigantes teriam que correr. Mas chegaria logo em campo aberto.
Harry e Juba Feroz faziam um vôo rasante um metro acima das copas das árvores. A sensação era maravilhosa. E estar indo para um embate entre duas das raças mais fortes só o fazia se sentir mais vivo. Naquele momento se sentia parte dos grifos.
Ouviu um dos grifos atrás rugindo e um segundo depois soube por quê. O sol os alcançara. Sentindo o calor se espelhando por seu pêlo brilhante sentiu verdadeiro prazer. Olhou para o lado e viu a mesma reação no líder dos grifos que voava ao seu lado.
Ambos rugiram alto. Quase um minuto depois alcançavam os nazgul. O sol brilhava sobre eles. E os incomodava. Eram criaturas das trevas e por um momento Harry acreditou que poderia ser fácil. Mordendo o pescoço longo de um arrastou-o sozinho para longe do resto dos seguidores das trevas.
Mas foi só um instante que os nazgul se distraíram pelo sol e o ataque. O tranco que a criatura deu com o pescoço foi tão grande que Harry foi atirado contra uma árvore. “Ouch, essa realmente doeu!”
E chacoalhou a cabeça para desembaraçar a visão. Conseguiu pular da árvore menos de um segundo antes da criatura abocanha-la. Comparando com a mordida que tinha dado no pescoço da fera, sabia que era bem mais fraco. Mal rompera a pele, enquanto com aquela mordida o nazgul teria tirado um bom pedaço de carne. Dependendo de onde pegasse, seria fatal.
Qualquer outro animal teria dificuldade em enfrentar o outro. Os rugidos imponentes dos grifos fariam qualquer animal se encolher, enquanto os gritos agudos dos nazgul fariam qualquer um acreditar que o pior pesadelo estava na frente.
A criatura negra levantou vôo devagar, mas em seguida voava em alta velocidade de encontro ao grifo vermelho e dourado que era o Harry. Mas ele foi rápido o bastante pra se desviar e acertar de novo o pescoço do animal com uma de suas massivas garras. Arrancou mais um pedaço de pele e sentiu o cheiro pútrido que vinha do sangue preto que escorria pelo ferimento. Isso pareceu só servir para deixar a criatura mais irritada. Ao redor ouvia grifos e nazguls pedindo ajuda ou exultando por causo de um golpe vitorioso. Mas não podia se distrair.
A criatura já tinha dado meia volta e dava novo bote. Só que a cabeça dessa vez veio na diagonal, obrigando Harry a se afastar muito, não tendo como revidar o golpe. E ele não percebeu o rabo comprido vindo em sua direção. Segundos depois se via no topo de uma árvore, dessa vez com o nazgul no ar o observando. Na lateral da barriga, um rasgo pelo qual o sangue esvaia abundantemente.
Soltou um rugido de dor e de fúria. Sabia que tinha que acabar logo com aquilo, senão a perda de sangue seria seu fim. Não podia decepcionar e envergonhar os grifos que o aceitaram como um igual para essa luta. Avançou para a criatura que tentou acerta-lo com o rabo. Recebendo mais uma laceração, dessa vez no peito, conseguiu “montar” nas costas do inimigo. Cravou suas poderosas garras nas costas enquanto mordia o pescoço.
A criatura soltou um grito agudo de dor e entrou num mergulho. O grifo tinha que segurar a ânsia ao sentir o gosto daquele sangue infetado. Quando entraram no mergulho, se animou. O vento passando rápido pelos dois o revigorou.
O nazgul tentou virar o corpo de modo a coloca-lo por baixo. Tentou forçar no sentido contrario, mas o outro animal era muito maior e mais pesado. Largou então o pescoço, e começou a puxar o rabo para tirar o equilíbrio do outro. Mas era muito forte. O chão se aproximava rapidamente. Com mais um rugido, deu um ultimo puxão no rabo.
O nazgul virou e pressentiu que cairia. Tentou abrir as asas de novo, mas sentiu as garras do grifo se afundarem de novo no seu dorso, mantendo sua asas fechadas. No último instante o grifo, aproveitando o desequilíbrio do adversário, se jogo contra a cabeça desse, alçando vôo. O nazgul acabou por cair de cabeça, com o corpo pesado sobre seu pescoço comprido.
Não querendo dar a oportunidade do adversário se recuperar, Harry deu um loop e terminou o mergulho de boca e garras dianteiras no pescoço da criatura que se desvirava. Sentiu ele quebrando sob a pressão. E depois viu o sangue escorrendo da criatura morta. Soltou um rugido vitorioso e levantou vôo.
Em toda parte agora via os grifos em grande vantagem. Ajudou ainda um grupo de quatro a matar um nazgul, e depois se juntaram a mais dois contra um outro. Logo os 19 grifos sobreviventes se recuperavam no lago mítico. O sol se poria em pouco tempo.
Quando a última luz do dia desapareceu, Fawkes veio com notícias.
Mahcsid viu admirado quando os grifos arrastaram as bestas. E sorriu malicioso. Aquele sorriso na face do centauro faria comensais se sentirem criancinhas pegas fazendo coisa errada na frente do pai de cinta na mão. Mas eles não viram aquele sorriso, então não sabiam o que os esperava.
-Agoran, espalhe a notícia. Quem estiver dum lado do exército que não está Voldemort deve fazer chover flechas. Fawkes será responsável pela comunicação. Ouçam-na. E fiquem fora da mira dos bruxos.
E partiu em galope, com o grupo que o seguia atrás. Agoran rumo ou grupo mais próximo pra começar a cadeia de comando, como já planejado.
Harry viajou com Fawkes para o castelo depois de ouvi-la atentamente. Voldemort marchava direto. E demoraria pouco mais de um dia no ritmo que estava. Os centauros fariam-no amargurar pesadas perdas, mas comensais, gigantes e trolls provavelmente chegariam quase intactos.
Chegando ao castelo mandou um patrono para seus principais generais e se preparou para uma reunião perto da entrada do castelo. Todos que estiveram na outra chegaram rapidamente, com exceção de Mahcsid e Juba Feroz.
-Voldemort chegará em pouco mais de um dia. – começou sem demoras. Precisavam se preparar e ele precisaria descansar depois. ainda estava terminando de se recuperar da batalha com o nazgul. Demoraria dias, não fosse pela água maravilhosa da residência dos grifos.
Todos precisariam descansar, reparou. Tinham galopado direto para o castelo, demorando em torno de um dia. Tanto animais quanto humanos tinham se esforçado ao máximo para chegar a tempo de preparar tudo depois do primeiro ataque na entrada da floresta.
“Os grifos estão fora agora. Eles estão terminando de se recuperar, depois de terem destruído os nazul.” Todos pareciam esperançosos ao saber que não lutariam contra tais criaturas, mesmo às custas da companhia de valorosos aliados.
“Juba feroz me garantiu que tentarão chegar, mas espero que a luta acabe antes. Voldemort decidiu apertar o passo. As tropas que vão chegar aqui serão principalmente comensais, gigantes e trolls. Mahcsid acabou com os dementadores, usando suas flechas envenenadas e está dizimando os bruxos asiáticos. Voldemort tende a proteger seus comensais, por isso os asiáticos pagam o preço.”
“Gigantes e trolls são difíceis de abater com flechas. Os dementadores foram os primeiros pela distância natural que mantinham do resto do grupo. No final perderam a cabeça e tentaram um contra-ataque. Foram rechaçados sem piedade.”
“Agora, para chegar aqui em um curto tempo, os gigantes e trolls terão que usar todas as suas forças. Chegarão esgotados. Lembrando que Voldemort ainda acha que suas tropas estão sitiando o castelo, acredito que possamos preparar uma boa recepção para eles.”
“Os centauros estão do nosso lado. Talvez ele tenha percebido. Talvez não. Talvez ainda acredite que eles só estão protegendo a floresta. A minha idéia é a seguinte...”.
E seguiram discutindo o que fariam. Depois todos jantaram e foram dormir. No dia seguinte, Lord Voldemort chegaria para tomar seu último obstáculo com um exército completamente abatido. Sem considerar os alunos e refugiados, deveria haver pelo menos um defensor para cada comensal. E tanto alunos quanto refugiados lutariam, pois sabiam que não teriam mais para onde correr.
Mas Voldemort de nada sabia. Ele acreditava que a escola estava em sítio. E que seus basiliscos deviam ter feito vítimas antes de serem abatidos.
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