Ferida no Coração



Ferida no Coração

Gina chega ao local instantes depois, acompanhando o centauro enviado por Mahcsid em busca de ajuda. Ao ver o estado do amado, cai aos prantos.
-Por favor, menina. – começou o centauro, mestre do menino que sobreviveu – Iremos precisar da sua ajuda.
Ela assentiu. Olhava para o garoto com pesar. Ele estava pálido e suas veias estavam arroxeadas e saltadas.
-O que estão esperando? Façam alguma coisa. – pedia, desesperada.
-Estamos esperando chegar um curandeiro. Fizemos o que podíamos. – explicava o ancião – agora só nos resta torcer pelo curandeiro poder fazer alguma coisa, senão...
-Senão o que? Não me diga que vai desistir da vida dele. Ele faria de tudo por nos, especialmente nós dois. Não pode desistir dele.
-Acredite. Eu daria minha vida por ele. Mas infelizmente não tenho como. Mas não desistirei dele. Se o curandeiro for incapaz de ajudar, ainda haverá uma solução. Mas não quero nem considerá-la.
Gina chorava. O curandeiro, vindo do St. Mungus não tardou a chegar. Harry ainda respirava. Fraca e pausadamente, mas respirava. A garota se encontrava um pouco mais calma. Fawkes cantava tristemente. A magnífica ave já chorara sobre a ferida, mas o veneno já chegara há muito no coração, fazendo com que Harry parecesse inteiro por fora, mas extremamente doente.
O curandeiro se apressou em examiná-lo e, para decepção de todos, declarou ser incapaz de ajudar.
-Mesmo que conseguisse descobrir o veneno e fabricar a poção antídoto, isso levaria meses. Esse garoto não deve ter uma hora de vida. – e foi-se com medo das ameaças dos centauros que o culpavam por não tentar.
-Você disse que ainda havia uma esperança.
-Sim. Muito pequena. Que existe apenas graças à presença da fênix.
-Rápido. Faça o que tem que fazer.
-Não sou eu quem tem que fazer alguma coisa, menina. A vida dele agora está nas suas mãos e na de Fawkes.
-O que quer dizer? Explique-se. Ele está morrendo. Não vê?
O centauro parecia temer dizer aquilo. Mas sabia da urgência da situação. Temia que o amor do garoto, que sabia ser verdadeiro, não fosse correspondido da mesma maneira. Se aquela garota não amasse seu aprendiz, ele certamente morreria.
Com um sinal de Mahcsid, os outros centauros apanharam o corpo desfalecido de Harry e Gina foi jogada no lombo do mestre da horda.
Cavalgaram rápido até uma clareira, onde, no meio, encontrava-se uma espécie de altar de pedra.
A fênix mudou o canto, como se mostrasse entendimento das intenções dos centauros.
Gina desmontou ainda perdida. E ficou ainda mais perdida quando lhe foi estendido um punhal de prata, sem ornamentos. Simples e belo.
-Golpeie-o no peito, se o ama verdadeiramente. – Indicou Mahcsid.
A garota ficou imóvel. Harry estava morrendo e um centauro maluco a mandava terminar o serviço? Mas aquele era o mestre do garoto e parecia preocupado.
-Como assim? O que quer de mim?
-Se o seu amor por ele é verdadeiro, e espero que seja, pois é nossa última esperança, será capaz de cortar seu coração sem matá-lo. Com a ferida aberta, a fênix poderá curá-lo com seu choro. Acreditamos nela, pois já tentou salvá-lo há pouco, e o tem seguido.
Gina não tinha dúvidas quanto ao seu amor pelo garoto. Nem pela sinceridade do chefe dos centauros. Tudo aquilo parecia loucura, mas ao mesmo tempo fazia um sentido absurdo.
A cabeça de Harry tombou. É tarde demais, pensava a garota.
-Não. Não vou desistir de você agora. – e com uma coragem tirada do seu mais profundo interior, cravou o punhal no peito do garoto.
Soube que ele estava vivo somente porque ele se curvou ao receber o golpe. Fawkes parecia apenas esperar por isso, pois no segundo em que a garota retirou a arma, a ave pousou no peito do garoto e chorou.
A fênix não foi a única a chorar. Gina desabou sobre os joelhos e começou a chorar, soluçando. Os centauros nada faziam, a não ser observar a cena e torcer. Procuravam algum sinal nas estrelas, mas estas pareciam mais apagadas do que nunca.
-Você foi realmente corajosa. – falou Mahcsid, retirando o punhal das mãos da garota, que o abraçou.
-Não fui. Sabia que se não fizesse nada, ele morreria. Melhor uma chance mínima do que nenhuma. – o mestre centauro sentia-se da mesma maneira e correspondeu ao abraço. Nunca tivera um contato tão intimo com um humano. Nem mesmo Dumbledore ou Harry.
-O que aconteceu? – perguntou a garota quando o centauro se afastou abruptamente. Ele encarava o punhal, com um brilho nos olhos e um meio sorriso de orgulho.
-Ele era um animago, não era? Conseguiu completar a transformação, certo?
-Como sabe? O que está olhando. – ele não tirava os olhos do punhal. Ela olhou e entendeu. Havia sangue do garoto lá. Mas o sangue não era aquele vermelho comum. Era um vermelho mais vivo, intenso e brilhava.
-Seu sangue estava mudando. Provavelmente conservou ou usou das defesas desse animal quando foi atingido. Mas esse sangue. É incrível. De certa forma lembra o dos unicórnios, mas esses são prateados.
-Ele era um leão. Um leão com asas. – o centauro fez cara de entendimento.
-Foi por isso então que agüentou tanto tempo. Qualquer outro teria morrido simplesmente com o esforço de aparatar. Ou antes. Entre nós, esse animal que descreveu é conhecido como grifon. Ainda existem alguns nessa floresta. Em geral, tem asas e cabeça de águia, mas algumas exceções, os mais valentes e ariscos, têm cabeça de leão.
-O Harry é esse segundo tipo. Mas o mais importante: ele vai ficar bem? – perguntou com alguma esperança. Seu amado ainda jazia como um morto, a fênix voltara a cantar uma melodia triste, com a cabeça apoiada no peito já cicatrizado. Gina ficou olhando por um bom tempo para o lírio e o cervo no peito do rapaz.
Caiu no sono ali, ao lado do amado, acariciando fawkes. Quando acordou, muitos centauros continuavam ali. Um deles lhe trouxe comida e puxou conversa. Seu nome era Agoran.
-Ele é realmente especial. Acredito que se recupere.
-Mesmo? – aquele comentário ajudava a manter a esperança da garota, que não via melhora no menino que sobreviveu.
-Sim. Sabe que os grifons são consideradas as criaturas mais nobres da floresta? Assim como ele. Nunca vi ninguém com um poder tão forte, com um amor tão poderoso. Por isso acredito que se recupere.
“No começo fui contra ele ser treinado por nós. Odiava os humanos, sem diferença. Ele chegou aqui e começou o treinamento e eu o tratava muito mal. Dava ordens absurdas, tratava-o quase como a um escravo. E sabe o que fez?”.
“Não desistiu. Passei, aos poucos, a admirar sua fibra. Mas continuava achando que não era merecedor dos nossos ensinamentos. Quem diria. Ele acabou me ensinando. Apesar de tudo, continuava a me tratar com respeito. E como não era muito bom em oclumência, entrei em sua mente e descobri o porque. Ao contrario do que eu pensava, ele não estava aqui para se tornar mais poderoso”.
“Queria apenas achar uma maneira de salvar aos outros. E não somente aqueles próximos, mas todos. Talvez por isso em tão pouco tempo sua magia se desenvolveu tanto. Um dia parei de humilhá-lo. Não sem antes descobrir que ele já era mais poderoso do que qualquer centauro da tribo e continuava se submetendo aos meus maltratos por gratidão e respeito. Foi então que resolvi ajudá-lo também”.
“E sabe o que é mais engraçado? A melhor coisa para os centauros foi se aliarem aos humanos. E meus poderes cresceram também muito quando deixei de ser mesquinho. Eu que acabei ficando mais forte ao criar amizade com ele. E não o contrário. E agora, ele está nessa situação”.
“E se sair, coisa que espero que aconteça, vai sair mais forte. Seu amor o terá salvado e isso fará com que qualquer coisa se torne possível para ele. Por favor, não saia do lado dele. Traga-o de volta”.
A ruiva chorava. Chorava de alegria e orgulho de seu amado. Chorava pelas palavras de admiração que ouvira sobre ele. E mais: chorava porque o amava e sentia medo de perdê-lo. Mas agora sabia que ela era a única capaz de trazê-lo de volta. E sabia o que fazer.
Gina se levantou e saiu correndo.
Agoran se levantou e foi até Mahcsid que ouvira tudo.
-Ela vai trazê-lo de volta.
-Torço por isso com todas as minhas forças. O que fez foi uma bela atitude. Harry se orgulharia de você. – respondeu o chefe.
Agoran se retirou com lágrimas nos olhos.
Por volta do meio dia, Gina voltou. Trazia Rony, Hermione e Lupin.
Os quatro se juntaram a Mahcsid que se encontrava ao lado do garoto. Fawkes continuava aprumada no peito desse.
Aquelas eram as pessoas que mais amavam o menino-que-sobreviveu. Harry, em seus devaneios, podia ouvir vozes chamando-o de volta. Por muito tempo ficara no escuro, ouvindo apenas choros e um belo canto de uma fênix.
Vira seu padrinho, seus pais e até Dumbledore. Depois novamente a escuridão. Agora ouvia Gina chamando-o de volta. Seus amigos não arredaram pé. Lupin, de certa forma sentia-se responsável pelo garoto. Afinal era filho e afilhado de seus melhores amigos, ambos assassinados.
O quadro de Harry tornou-se estável, mas ainda beirava a morte. Vendo a dedicação e o amor daqueles humanos pelo seu aprendiz, Mahcsid resolveu que poderia ensiná-los também algo sobre a magia mais pura e verdadeira que existia.
Encontrou em Lupin um homem determinado, assombrado por uma maldição. Acabaram se tornando bons amigos. E alternavam ensinando coisas ao garoto, afinal o ex-professor de Hogwarts entendia muito mais que os centauros de magias comuns.
Tonks trazia informações. Aparentemente Voldemort acreditava que Harry Potter estava morto. Bellatriz havia sido resgatada, assim como os outros comensais presos no ministério. Os que foram capturados em Hogsmeade foram presos pela Ordem, que finalmente contava com a ajuda ministerial.
Rony e Hermione faziam progressos no treinamento, mas nada comparados à Gina, que era a que menos treinava, dedicando grande parte dos seus dias a fazer companhia ao amado e chamá-lo de volta. Não sabia porque o fazia, mas chamá-lo de volta, na opinião dela, o mostraria o caminho.
Tonks trazia sempre noticias tristes e Lupin sabia que não poderia se demorar muito mais. Mas alguma coisa o dizia que devia ensinar os garotos a lutar e uma força mais o impelia a permanecer ao lado de Harry.
Harry, nesse meio tempo, parecia ter se recuperado de vez, mas não voltava à consciência. Ninguém sabia explicar aquilo. Mahcsid é o que mais se aproximava da verdade:
-Ele só vive pelo desejo de viver. Quando seu corpo estiver pronto, sua mente despertará.
Certo dia, Tonks veio com a pior das notícias.
-Descobrimos que Voldemort não atacou o ministério à toa. Roubou de lá um objeto chamado o ímpeto dos mortos. É uma espécie de cajado pequeno. E agora ele descobriu como usá-lo.
Todos ouviam com atenção, incluindo os centauros, que pelas caras, pareciam saber o que o objeto fazia.
“Seu poder sobre inferis e vampiros agora é absoluto. Mas esse não é o pior. Essas criaturas agora estão imunes a fogo, luz e calor. Ninguém estava preparado para isso. Ninguém consegue enfrentá-los. Voldemort os está usando nas linhas de frente dos ataques. O pior é que ganharam também em força e velocidade. Mcgonnagal teme uma epidemia de vampiros, já que estes infectam facilmente ao morderem”.
“As famílias não saem mais de casa e Hogwarts virou um refúgio. Cada vez mais pessoas procuram abrigo na escola, que teve que parar com as aulas. A Ordem está ficando desesperada. E o pior de tudo aconteceu ontem. Aparentemente Voldemort descobriu uma maneira de penetrar os portões. O ministro veio com os rabos entre as pernas pedir ajuda a McGonnagal, pois sofrera mais um ataque. Dessa vez, Voldemort se apossou da chave-que-tudo-abre. Essa chave, feita por Merlin, é capaz de destrancar qualquer porta e desimpedir qualquer passagem”.
Todos estava horrorizados.
-É melhor irmos para as defesas da escola. – comentou Lupin de cabeça baixa.
Gina, que estava ao lado de Harry ainda, pediu chorosa:
-Volta logo. Precisamos de você.
-Quero oferecer meu arco. – prontificou-se Agoran, seguido de Mahcsid e todos os centauros.
-Então o que estamos esperando? Vamos logo que to louco pra pegar uns comensais. – todos olharam assustados para o dono da voz. Harry Potter se levantara e sorria misteriosamente.
Depois de muitos abraços e beijos, se encaminharam para o castelo. Não mais estavam temerosos. O retorno do garoto parecia uma intervenção divina. Coberto pela capa, se dirigiu com Tonks, Lupin, Rony, Hermione e Mahcsid à diretoria.
No caminho ainda segurou o riso quando viu Umbridge sair correndo ao avistar o centauro. O ministério inteiro havia corrido para Hogwarts, em busca de refúgio.
Entraram na sala e Rony, com Mahcsid atrás tratou de expulsar todos os membros do ministério de lá, sob olhar de reprovação de McGonnagal, que foi mantida na sala, com Moody ao seu lado.
-Temos boas noticias, diretora. – Lupin tomou a palavra – alguém resolveu se juntar a nós nessa guerra.
-Lupin, a não ser que Dumbledore tenha voltado à vida, não acho que um bruxo vá fazer muita diferença.
-Bom, eu não sou Dumbledore, mas fico honrado com a comparação. – falou Harry, removendo a capa. McGonnagal olhava espantada para ele. Moody, ele sabia, já o tinha visto com seu olho mágico. – Então, diretora, como estão os preparativos?
-Mal. Receio que dessa vez não teremos como preparar uma emboscada ou algo assim. E mesmo com você de volta, não acredito que duraríamos muito.
Harry sabia que ela estava certa. Sentia-se mais poderoso. Sabia que era graças a Gina.
-E se roubássemos a chave? – a idéia veio de Rony. No começo todos o olharam como se fosse louco, mas aos poucos, com reflexão, a idéia passou a agradar.
-Rony, você é um gênio! – exclamou Hermione.
-Seria uma ótima idéia. Mas infelizmente não temos mais espiões. – interveio Moody.
-Então teremos que agir quando chegarem. – Harry já tinha uma idéia formada na sua cabeça. – Se recuperarmos a chave, quem estiver de fora vai conseguir entrar?
-Acredito que não. Afinal, a chave dará passagem, mas não desativará os feitiços. O problema são os inferi e vampiros. Com certeza virão na frente e não temos como enfrentá-los.
-Descobriremos uma maneira até lá. Então esse é o plano. Quando Voldemort chegar com seu exército, acreditando numa vitória certa, daremos um jeito nos morto-vivos indestrutíveis, destruiremos os super morcegos, duelaremos com um exército de comensais e roubaremos uma chave no meio de tudo isso, sob os olhos e possivelmente das próprias mãos de Voldemort. Alguma pergunta? – Harry dera a palavra final.
-Só mais uma coisa. – respondeu Moody, em dúvida se achava o moleque um louco ou um maluco. E mesmo assim acredito que possa dar certo! Parece o Dumbledore. – esqueceu dos lobisomens, dementadores e gigantes remanescentes e loucos por vingança e de algumas criaturinhas amigáveis que se juntaram ao exército das trevas, como uma dúzia de basiliscos tirados sabe Merlin de onde, e acromântulas grandes e raivosas.
-AH, claro. Mero detalhe.



N/A - ainad nao reli esse cap... vou esperar os comentarios e faço as mudanças depois, como fiz no 17... espero comentarios sobre os dois... o q taum achando e o q devo mudar.... bjaum a todos (pelo menos a todas...)


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