R.A.B.
R.A.B.
Harry acorda assustado. Procura sua varinha e a encontra ao seu lado, assim como sua espada e arco. Somente então percebeu que estava deitado no chão. Sentou-se rapidamente imaginando estar ainda no subsolo do cemitério, mas para seu espanto, essa caverna é completamente diferente. É comum. Como qualquer outra caverna. E sem sinal de magia negra.
Somente então percebe uma fogueira acesa e olhando para ele uma figura escura. Ao lado dessa figura, vê Hermione dormindo calmamente.
A figura levanta a cabeça e então percebe que é um homem. Estranhamente esse homem parece familiar, mas não consegue se lembrar de tê-lo visto antes.
-Você parece com seu pai. – a mente de Harry funcionava a mil. Quem era aquele homem? Como conhecia seu pai? Como ele foi parar naquela caverna? Será que era um comensal que fora verificar a horcruxe? Mas se era, por que deixaria as armas de Harry com ele?
O homem se levantou, foi até uma parte mais escura e voltou com alguma coisa na mão. Harry, alarmado, levantou e apontou a varinha para o estranho, que apenas sorriu cansadamente e mostrou o que trazia.
-É só uma cerveja amanteigada. Se não quiser, eu guardo. Não precisa me matar só por tentar ser um bom anfitrião. E sim, essa é minha casa mesmo.
Harry estava confuso. Mas decidiu dar um voto de confiança ao outro, afinal, graças a ele estava ali. Só não tinha certeza se isso era bom ou ruim. Baixou a varinha, mas não a soltou e pegou a garrafa.
-Você deve ter um milhão de perguntas pra me fazer. Vamos sentar e conversar. Antes de qualquer coisa, acho que devo me apresentar formalmente, certo? Meu nome é Regulus Black.
O coração do garoto parou. Lembrava desse nome. Era o irmão de Sirius.
-Mas. Mas você foi morto pelo Voldemort... – o garoto lembrava bem do padrinho contando.
-É o que muitos pensam. Acho que além de você, e de mim, é claro, o único que sabe da minha existência é o próprio Lorde negro.
Harry reparou bem no sujeito. Agora sabia porque ele parecera familiar. Seus olhos eram iguais aos do irmão. Alguns traços do rosto também, mas ele lembrava mesmo a senhora Black, que Harry lembrava bem do quadro.
-Então você é o irmão do Sirius... – mas foi cortado pelo outro.
-Harry Potter, por favor, acredite em mim. Meu irmão NUNCA trairia seu pai. Seu pai sim era como um irmão pro Sirius. Muito mais irmão do que eu jamais fui.
-Calma. Eu sei que o Sirius não traiu meu pai.
-Você tem que acreditar. Ele não é assassin... Você sabe?
-Sei. Eu o conheci. Quando ele fugiu de Askaban.
-Pois é. Mas ele foi morto. – Harry sabia disso. Bem até demais.
-Eu sei. – afirmou tristemente – Eu estava lá. Mas como você sabe?
-Saiu em todos os jornais. Eu não conseguia acreditar. Ele sempre foi um excelente bruxo. Muito melhor que eu, pelo menos. – a voz de Regulus saia embargada e cheia de saudades – Lembro que foi por causa dele que não quis mais ser um comensal. Mas quando desisti, fui atacado e quase morri. Não muito depois ele foi preso e acho que nunca soube que eu ainda estava vivo. Levei anos pra me recuperar. Você disse que estava lá quando ele morreu?
Harry apenas concordou com a cabeça.
-Então talvez possa me dizer como foi? Não consigo pensar em muitos que seriam capazes de derrota-lo numa batalha. Foi o Olho-Tonto Moody?
-Não. – Harry achou até certa graça. Imaginou Sirius num duelo com Moody. O auror provavelmente gostaria que isso acontecesse. – Eles estavam do mesmo lado. Sirius trabalhava para a Ordem.
-Mas no jornal foi publicado o contrário.
-Infelizmente o jornal escreve o que o ministro quer. E Fudge nunca foi exatamente um homem de caráter. Ele queria mostrar que tava fazendo alguma coisa. Mesmo não estando.
-Fico feliz que você saiba a verdade, pelo menos. E parece que teve a chance de conhece-lo um pouco. Acho que é o que lê mais queria. Mais até do que ser inocentado. Ah, tenho uma coisa pra você... – e se levantou antes que Harry respondesse qualquer coisa. O garoto finalmente deu um gole na cerveja que estava na sua mão.
Regulus voltou com um embrulho na mão. Parecia um embolado de panos, mas quando estendeu para o garoto pegar, os panos caíram e Harry viu com entusiasmo o que segurava.
-O cálice de Huflepuff. Mas como?
-Quando cheguei no cemitério, encontrei um rastro de destruição. E seguindo esse rastro encontrei um túmulo removido de seu lugar. Dentro deste percebi uma passagem, que me levou até uma caverna, onde encontrei você e sua amiga. Ela já estava desmaiada. Mas você estava de joelhos e lançando um feitiço. Logo após caiu. No começo não entendi muita coisa, mas quando vi o que tinha feito com seu último esforço, fiquei entre entusiasmado e surpreso.
-Então eu estava certo. O cálice estava naquela pedra mesmo.
-Sim. Mas a surpresa de vê-los naquele lugar ainda não foi a maior que tive. Ver Harry Potter lá, sim foi a grande surpresa. Não imaginava que mais alguém estivesse na mesma busca que eu. Falando nisso. – e levantou-se novamente. Foi até a parte escura mais uma vez e trouxe um outro embrulho de panos, que estendeu ao garoto.
Harry, ansioso com o que poderia ser aquilo, estendeu os braços, mas sentiu uma dor forte e os contraiu por reflexo. Regulus, percebendo, retirou os panos que cobriam o objeto, enquanto explicava:
-Fiz vocês tomarem uma poção de rápida recuperação sem dor. Mas ela não cura seus machucados, apenas o ajuda a recobrar as energias e passar um tempo sem sentir dor. E temo que o efeito já esteja passando.
Harry mal absorveu as palavras. Seus olhos estavam fixos no objeto que lhe era mostrado.
-O que você foi fazer no cemitério?
-O mesmo que você. Estava atrás da horcruxe para destruí-la. O problema é que ainda não descobri como. – deu um sorriso amarelo olhando para o objeto que segurava. Era a horcruxe verdadeira. A que deveria estar no lago. A horcruxe pela qual Dumbledore se sacrificou.
-Então você é o R.A.B. você que pegou a horcruxe antes de nós. Naquele lago negro.
-Então também já esteve lá. Incrível.
-Ainda tinha a ajuda de Dumbledore. Não chegaria lá sem ele naquela época. Ai. – seu braço agora doía demais.
-Acho melhor você voltar para Hogwarts para cuidar do seu ferimento. E vou deixar as horcruxes com você que acho que lá estarão mais seguras. Se eu descobrir alguma forma de destruí-las, mandarei um recado.
-Tem razão. Mas não perca contato. Mas por que não fica na mansão Black?
-Aparentemente ela tem um novo dono. E de qualquer jeito, não agüentaria o quadro de minha mãe.
-Certo. Então vou indo. Posso fazer um último pedido? – perguntou o garoto, se levantando com esforço, embainhando a espada e pondo o arco nas costas, com muito esforço e dor.
-Ajuda pra levar as horcruxes e sua amiga?
-Também. – respondeu o garoto que não tinha pensado naquilo. – Queria que me avisasse caso fosse atrás de outra horcruxe. Quero ajudar na busca.
-Isso com uma condição. – respondeu o homem, enrolando as horcruxes de volta nos panos e depositando-as numa bolsa. – Me avisará também caso descubra alguma coisa. Estamos nessa juntos agora. – Harry concordou. Não tinha certeza do porque, mas confiava naquele homem que era quase um estranho.
Com um acenar de varinha, trouxe a varinha da amiga até si e guardou-a no bolso, enquanto pega a bolsa da mão do novo aliado. Com um novo aceno de varinha, trouxe o corpo inerte da amiga para junto de si.
-Acho que nem vou precisar de ajuda. Obrigado por tudo. – agora o que mais queria era sair dali. Seu corpo doía demais e já não tinha mais noção do tempo. Pelo menos com a poção que outro lhe dera enquanto dormia lhe dava energia o bastante para chegar ao destino com segurança.
Depois de um curto abraço, desaparatou.
Quando a sensação de ser fisgado pelo umbigo passou, abriu os olhos e vislumbrou Hogsmeade. O sol se punha atrás da colina da casa dos gritos.
O garoto estava a menos de cem metros dos portões de Hogwarts. Mandou um patrono para chamar McGonnagal, enquanto se encaminhava lenta e dolorosamente em direção ao portão, com sua amiga flutuando ao seu lado.
Quando chegou ao portão, nem precisou fazer o feitiço. Hagrid já chegava abrindo-o.
O meio gigante acompanhou-o até a ala hospitalar. Pelo caminho, muitos estudantes paravam para assisti-los passando, curiosos. Mas Harry manteve-se calado o caminho inteiro. Mal acreditava que voltava inteiro, ou quase, com duas horcruxes e um novo aliado. O irmão do padrinho estava vivo. E do seu lado.
Quando chegou à ala hospitalar, teve que contar parte da história para que a enfermeira soubesse como cuidar dos dois. Enquanto ela medicava Hermione, que continuava dormindo, Harry confiou a bolsa com as horcruxes a Hagrid e pediu que esse as entregasse para a diretora e para que guardassem e mantivesse em segredo. Prometeu que quando saísse da ala hospitalar, explicaria tudo.
O gigante assentiu e partiu para o menino que sobreviveu ser atendido novamente.
Harry tomou uma poção e mal conseguiu ouvir a bronca que tomava pelo estado do braço e do corpo. Assimilou algo como seu sangue está envenenado. Deveria ter voltado mais rápido. Temo pelo que pode acontecer.
-Ter tomado uma poção para recuperar as forças foi burrice porque está gastando energia que não tem e ajudando o veneno negro a se espalhar pelo seu corpo. E não sei o antídoto, mas darei um jeito. – foram as últimas palavras que ouviu antes de apagar.
N/A - e empolguei e escrevi paca essa semana.... pena que vou viaja e vou fica uma semana sem atualizar... e se qdo eu voltar naum tive cheio d comentario, num escrevo mais..... abraço e brigado......
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