Albus Severus e o Torneio Intercasas

Albus Severus e o Torneio Intercasas

Albus Potter e o Ogulho da Serpente



Capítulo 1: Início de Ano Letivo



 



Não era fácil ser o filho do bruxo mais famoso de todos os tempos. Albus pensava que nunca iria ser reconhecido pelo que fez e sim por ser o filho do famoso Harry Potter. E, para o seu azar (que muitos considerariam sorte), era o mais parecido. Não na personalidade, segundo ele. Parecia que era o oposto: ele era tímido e reservo, mas também indelicado e um pouco rebelde, assim como o pai Era difícil ele gostar de alguém logo de cara. Albus preferia dizer que só se interessava quando as pessoas tinham as qualidades certas.



 



Seu cabelo negro e rebelde, que ele sempre insistia em despentear, lhe dava um charme na opinião das meninas. Seus olhos verdes esmeraldas, quase escondidos por trás de seus óculos de leitura que quase sempre usava, eram belos e chamavam a atenção. Ele era baixo para a idade, mas isso não parecia incomodar. Diziam que era a cópia exata do pai quando tinha sua idade. Já seu irmão, James, era um pouco mais parecido com o avô. Tinha olhos amêndoas, cabelo espetado pretíssimo que que despenteava para parecer que vinh de uma partida de Quaddich (esporte bruxo). e seu rosto era cheio de sardas pelo rosto. A irmã, ruiva de olhos cor de chocolate.



 



Na manhã em que se inicia nossa história, Albus estava no Expresso Hogwarts, junto ao irmão, que era dois anos mais velho e a prima, Rose Weasley, que tinha olhos azuis escuros, quase violetas e cabelo ruivo, longo e cacheado.



 



- Por que vocês não vão fazer amigos da sua idade? - perguntou James. Albus, sem responder, pegou seu malão e saiu da cabine que compartilhava com o irmão. Rose o seguiu. Nenhum dos dois disse uma palavra até que Rose apontou com a cabeça para uma cabine que tinha apenas um menino. Ele tinha cabelos castanhos e olhos azuis claros e brincava com algo que parecia um sapo.



 



Albus se perguntou que criança usava sapo naqueles dias. Rose tinha um, mas porque tia Hermione não tinha condições para comprar uma coruja. Qualquer um que tivesse dinheiro e comprasse, era para pedir para ser zoado. Ele abriu a porta da cabine e perguntou com um sorriso tímido:



 



- Eu e minha prima podemos nos sentar aqui?



 



O garoto olhou pela primeira vez para Albus e assentiu.



 



- Claro que podem. Quais os seus nomes? - ele perguntou enquanto que observava Albus e Rose se sentarem a sua frente. Depois disso, apontou para o sapo. - Esse é Briton. O pedi de aniversário. Eu sei que ninguém compra muito sapos hoje em dia, mas eu gostei dele quando fui na loja de animais. O plano inicial era comprar uma coruja.



 



- Er... Eu sou Albus Potter - se apresentou o moreno, estendendo a mão para que o menino a segurasse. - E essa daqui é a Rose Weasley.



 



Albus assistiu os olhos do garoto se arregalarem diante da revelação.



 



- Eu sou Oliver jr Wood. - se apresentou o garoto, tentando não parecer surpreso. - Os pais de vocês são muito famosos. Fizeram história!



 



- Já sabemos disso. - Rose disse, antes de pegar um livro grosso da mochila e começar a ler. Um silêncio que para Albus não foi nada incômodo se apossou do local.



 



- Para que casa você quer ir? - Oliver jr perguntou para Albus e depois deu um tapinha de leve na testa. - Como pude me esquecer! Weasley e Potter são sempre selecionados para a Gryffindor- É claro que sei. Eu sei tudo sobre seus pais. - Oliver jr não se incomodou e Albus ficou ligeiramente irritado e pela sua expressão Wood reparou, porque estremeceu ligeiramente e assentiu. Albus pegou então Hogwarts: Uma História e começou a ler de onde tinha parado. Curiosamente, era justamente na página de casas.



 



"Os fundadores de Hogwarts criaram cada um uma casa pela quais seus alunos poderiam estudar de acordo com suas características, ou seja, aonde se sairiam melhor. Eles enfeitiçaram um velho chapéu, fazendo ele ter a inteligência para escolher os alunos, além de o tornar pensante.



 



A Gryffindor, fundada por Godric Gryffindor, é habitada pelos bravos de coração, os de nobreza e sangue frio incontestáveis. Suas cores são vermelho e dourado e ela representa o elemento fogo. Seu animal é um leão.



 



A Ravenclaw foi fundada por Rowenna Ravenclaw. Nela habitam os de inteligência e sabedoria acima dos demais. Suas cores são azul e bronze. Seu elemento é o ar. Seu animal é a águia.



 



A Slytherin foi fundada por Salazar Slytherin. Lá estão os de grande ambição e sede de poder, além de grande astúcia, tudo para alcançarem os fins que antes colimaram. Suas cores são o verde e o prata. Seu elemento é a água. Seu animal é a cobra.



 



E, por último, Helga Hufflepuff fez a Hufflepuff. Os aplicados, leais, sinceros e sem medo da dor lá encontrarão seu lar. Helga pegou todos os seus alunos e os ensinou como iguais. Suas cores são o amarelo e o preto. Seu elemento é a terra e seu animal é o texugo..."



 



Estava muito interessante. Albus ia para a outra página quando ouviu uma voz conhecida no corredor. Na verdade, duas. Lá estavam o novo professor de DCAT e também amigo de sua família, Teddy Lupin. Ele estava discutindo com Vitória Weasley, esta última com uma expressão raivosa no rosto que, conhecendo bem a prima, Albus achou muito forçada. Os dois nunca brigaram. Não que ele soubesse.



 



- Entenda, meu amor, não podemos ficar juntos por enquanto. Eu sou seu professor e devo ser tratado como tal. - Teddy dizia, passando as mãos pelos cabelos azuis (ele era um metamorfogo, ou seja, podia ter a aparência que quisesse).



 



Albus, só de ouvir aquilo, entendeu o que estava acontecendo. Eles no mínimo deviam estar atuando para Teddy não perder o emprego. Se aquilo fosse real, Vitória estava muito... Calma, por assim dizer, e ele a conhecia bem demais para acreditar que o que ela dizia a seguir não era premeditado. Afinal, Vitória estaria uma pilha de nervos em uma situação daquelas.



 



- Eu entendo. Você não pode perder seu emprego. Só não prometo esperar por você, afinal, muitos gatinhos têm esperado para ficar comigo.



 



Albus riu da expressão que Teddy fez. Era um misto de uma careta muito mal feita e de um pouco de incredulidade. Depois disso, Vitória passou por ele e foi em direção a Albus. Chegando bem perto de Albus, para o seu incômodo, e aproximando seus lábios da orelha fria do menino, que começava a ficar nervoso com o cheiro enjoativo e doce de xampú da garota, ela falou:



 



- Encenei bem, priminho?



 



Dito isso, ela se afastou. Albus suspirou de alívio quando processou em seu cérebro suas palavras. Ele queria realmente que Teddy virasse parte da família, ainda mais se fosse por estar casado com Vitória. Depois disso, ele voltou para a cabine. Rose ainda estava lendo. Ele resolveu trocar umas palavras com O.



 



- Cansei de ler. Respondendo a sua pergunta mesmo que você já tenha se auto-respondido, eu não sei se Gryffindor é a casa para mim.



 



- Mas como assim? - Oliver jr indgnou-se. - Você é filho de Harry Potter.



 



- Por isso mesmo. - Albus encolheu os ombros. - Estou cansado de ser comparado com meu pai. Quero mostrar que posso ser bom sendo quem eu sou e não uma cópia dele...



 



- Entendo. Deve ser muita pressão. - comentou Oliver jr antes de perguntar. - E que animal você trouxe? Se é que trouxe algum...



 



- Ah, eu deixei lá com o babaca do meu irmão. Tenho uma coruja e outro animal que, independentemente do que falam de sua espécie, age mais como um bicho preguiça. É um furão.



 



Oliver jr suprimiu a risada.



 



- Pelo menos eu não trouxe um sapo. E um furão é bem original. - Albus se defendeu irritado. O sapo de Oliver jr olhou feiamente para Albus após sua primeira observação.



 



- Eu sei. Por que seu irmão é um babaca? - o menino de cabelos castanhos perguntou, olhando fixamente para os olhos verdes de Albus. Dentre os três irmãos Potter, ele era o único que tinha herdado os olhos de seu pai e de sua avó.



 



- Ah, sei lá. - Albus se envergonhou. - Eu estou meio irritado com ele.



 



Não sabendo mais o que falar, Albus ficou calado. A moça do carrinho passou na cabine, perguntando se eles queriam alguma coisa.



 



- Três sapos de chocolate, por favor. - pediu Oliver jr, pegando o dinheiro do bolso.



 



- Eu quero feijõezinhos de todos os sabores de menta. - Albus tirou o dinheiro e entregou-o nas mãos da garota.



 



- Eu não vou querer nada. - Rose chegou a dizer e depois voltou para o livro.



 



- Aqui está.



 



Os dois pegaram os doces e assistiram ela se afastar.



 



- Veja só quem eu tirei! - disse Oliver jr ao abrir seu sapo. - Severus Snape!



 



Ele estendeu a figurinha para Albus, que percebeu:



 



- Ele não está aqui.



 



- Leia o que é dito sobre ele! Se você não sabe!



 



Albus sempre teve a curiosidade de saber mais sobre quem tinha originado seu nome do meio, Severus. Então começou a ler.



 



"Severus Snape



 



Ele foi um espião, trabalhando para a Ordem de Fênix. Enganou Voldemot. Segundo Harry Potter, ele foi fiel a Dumbledore até a morte dele, que foi um plano premeditado pelos dois, já que o velho iria morrer de qualquer jeito. Rumores contam que ele era apaixonado pela mãe de Harry e por isso protegia o garoto. Integrou a casa Slytherin em seus tempos de Hogwarts".



 



Uau. Severus Snape tinha sido um grande homem. Um pequeno detalhe tinha chamado a atenção de Albus: a palavra Slytherin. Ele sempre achou, pelo que tio Rony e seu irmão dizia, que lá só habitavam homens maus.



 



- Fascinante, não? Pode ficar para você. - ofereceu Wood. - Eu já tenho. Papai ganha um monte de sapos de chocolate por cada jogo que ele ganha. Ele é jogador de Quadribol.



 



- Oliver Wood, ou não? - Albus perguntou. O garoto assentiu. - Eu já ouvi falar dele. Jogador do Puddlemore United.



 



- Isso mesmo. Ele chegou a estudar com seu pai nos tempos de Hogwarts. - Oliver jr revelou. Era um fato que Albus realmente não sabia, assim pareceu.



 



De repente, Vitória apareceu na cabine, já com seu distintivo de monitora.



 



- Albie, Rosie, já estamos chegando. Você e o seu amiguinho aí já podem se vestir.



 



Dito isso, ele deu um sorriso simpático e saiu da vista de Albus. Vitória era parte Veela e Albus achava que era por isso que ele ficava meio tonto quando falava com ela.



 



- Você ouviu o que a menina disse? E como ela conhece vocês? - perguntou o novo amigo de Albus.



 



- É nossa prima. - ele respondeu.



 



Como Vitória disse, eles já estavam chegando. Demorou uns quinze minutos apenas para eles chegarem à Estação Hogsmeade, de onde iriam para Hogwarts.



 



Albus estava tão nervoso esperando a sua vez de ser selecionado que parecia uma pilha de nervos. Chegava a tremer.



 



- Malfoy, Scorpius! - o professor Longbottom anunciou e o menino louro foi até o chapéu, com os olhos azuis brilhando determinados.



 



- Slytherin!



 



O chapéu mal tinha encostado em sua cabeça... Scorpius sorriu e foi se juntar aos Sonserinos.



 



- Potter, Albus!



 



Albus caminhou até o banquinho e sentou-se, sentindo o chapéu ser colocado.



 



"Um Potter. Mas muito diferente dos Potter que costumo selecionar. Também há sangue Weasley, mas a Gryffindor não é o seu lugar. És corajoso, mas tens algo... diferente."



 



- Eu quero ser eu mesmo, provar que posso ser bom sendo eu mesmo e não sendo meu pai. Só isso. - Albus murmurou.



 



"Mais que coragem, tens ambição. Faria tudo para provar que é bom da sua maneira. E és muito astuto também... Daria um bom Sonserino. Você é muito inteligente e, diferente do seu irmão, gosta de estudar. Um bom Ravenclaw talvez. Você é leal e sincero, além de aplicado. Você realmente não tem medo de ser quem você é. És verdadeiramente bom para a Hufflepuff".



 



- Vai logo com isso... - Albus pediu.



 



"Bem, tenho uma proposta para fazer. A partir de agora, terás uma nova ambição: melhorar a imagem da casa Slytherin. Lá você se dará melhor, acredite. Pode parecer ruim no início, mas lá você irá brilhar como ninguém brilhou. Você aceita?"



 



- Você é quem manda, se quer me selecionar para lá eu vou de bom grado. - Albus já estava perdendo a paciência.



 



- Slytherin! - o chapéu anunciou para todos. Ele sentiu o chapéu ser retirado. Olhou para o professor. Ele estava atônito. Ele olhou para a mesa da Gryffindor, procurando seu irmão. James estava com a mão na boca, incrédulo. Vitória estava sentada ao seu lado e deu a Albus um sorriso simpático. Ele sorriu de forma tímida e foi sentar-se com os Sonserinos, que não fizeram festa alguma ao ser anunciada a casa da Albus. Pelo contrário, eles nem mesmo aplaudiram.



 



- Tem de haver algum erro. - o garoto ao lado de Albus disse, olhando para ele. - Depois do que seu pai fez, você nunca seria um Sonserino.



 



- Eu não sou meu pai. - Albus se irritou.



 



- Mas é um Potter. Um maldito Potter. - ele fez uma careta de desgosto.



 



- Fazer o que se o chapéu quis que eu viesse para cá...



 



Depois disso, fez-se um silêncio incômodo. Albus prestou atenção na seleção. Quando foi a vez de Rose, ele acenou para a prima. A seleção durou minutos. Rose conversava com o chapeú, que falava muito. Pareceu uma eternidade para Albus, mas finalmente o chapéu anunciou:



 



- Ravenclaw!



 



A mesa azul e bronze explodiu em vivas. Albus esperava que a prima fosse Gryffindor, sinceramente. Depois disso, o professor Longbottom, amigo da família Potter, chamou Oliver jr. O menino parecia nervoso, porém determinado. Mal encostando nele, o chapéu anunciou:



 



- Gryffindor!



 



- Mais um Wood! - Albus pôde ouvir um Gryffindor dizer. Todos da casa do leão aplaudiam fortemente. - Pena que perdemos um Potter e uma Weasley...



 



Depois que Oliver jr foi para junto dos Gryffindors e mais dois alunos foram selecionados, um para a Slytherin e outro para a Hufflepuff, a seleção acabou. A diretora McGonagall bateu levemente na taça, fazendo com que a atenção dos alunos se voltasse a ela.



 



- Primeiro de tudo, vamos dar as boas vindas ao novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Teddy Lupin!



 



Albus aplaudiu fortemente.



 



- Quero informar que, esse ano, as casas terão finalmente um motivo para seus membros competirem entre si. Esse ano será realizado pela primeira vez o Torneio Woodchampions.



 



Os alunos se entreolharam. O que seria esse torneio?



 



- Um aluno de cada casa será escolhido. Para se inscreverem, basta deixarem uma ficha de inscrição na caixa mágica presente nas salas de aula. Quero deixar claro que a escolha não é feita pelos professores. A caixa, por ser mágica, escolhe o participante com mais chances de ganhar o torneio. Será parecido com o Torneio Tribruxo, mas alunos desde o primeiro ano poderão participar, se tiverem coragem. O motivo disso é termos muito mais segurança do que tínhamos na decada passada. Dito isso, que comece o banquete!



 



Os burburinhos preencheram o Salão Principal. Albus olhou para a mesa e, como em passe de mágica, ela começou a encher-se de comida. Tinham coisas de todos os tipos: carnes, massas, doces... Mas Albus, estranhamente, não queria comer. Olhando para a mesa da Gryffindor, viu que James também olhava para a comida sem encostar no prato.



 



Resolveu ver como estava Rose na mesa da Ravenclaw. Ela estava comendo desesperadamente, de modo que lembrou Albus de tio Rony. Uma menina que estava ao seu lado tentava puxar assunto, mas ela não dava papo.



 



- Eu vou me inscrever nesse torneio. - o garoto que tinha insinuado que Albus não devia estar na Slytherin disse.



 



- Acho que todos da Slytherin vão se inscrever, novato. Você é só um primeiranista - um jovem moreno e de olhos azuis, que carregava o distintivo de monitor, deu ênfase à palavra primeiranista.



 



Albus pensou em se inscrever. Ele não sabia que tipo de provas teria o torneio, mas era uma chance de fazer o que o chapéu tinha proposto.



 



- Nenhum primeiranista tem chance. - ele ouviu um menino que parecia ter sua idade comentar.



 



- Agora... - Minerva McGonagall voltou a falar. - Quero que vocês se dirijam aos seus dormitórios. Os monitores de cada casa irão guiar os primeiranistas.



 



Albus assistiu o monitor levantar-se e os alunos fazerem uma fila atrás dele. Ele permaneceu em silêncio enquanto o seguiu até as masmorras.



 



- Agora, quero que saibam que terão de honrar a casa pela qual pertencem. A Slytherin é muito, por assim dizer, incompreendida. Isso se deve, muitos de vocês já deve saber, ao fato que muitos de nós apoiaram Voldemort na Segunda Guerra. Mas Horácio Slughorn, Severus Snape, alguns alunos da época, Régulo Black e Andrômeda Tonks nos orgulharam de forma que vocês não precisam se preocupar com sua reputação. Está manchada, mas procurem saber mais sobre os citados e sentirão orgulho da casa pela qual pertencem. Agora, vão para os dormitórios. O das meninas é o do lado direito, o dos meninos o do lado esquerdo. Se quiserem, podem ver o lago pelo vidro que tem no centro do Salão Comunal. Me chamo Thomas Flint, qualquer dúvida ou observação me procurem. A senha é Diário.



 



Após o longo discurso, ele deixou os primeiranistas e sentou-se em um do sofás do Salão Comunal da Slytherin. Albus subiu para o dormitório, que era amplo e espaçoso, com várias camas e a parede com pintura verde.



 



- Potter, você vai ficar com a cama do canto. - ele ouviu o mesmo menino que tinha dito que o chapéu devia ter feito um erro dizer e sentiu seu sangue ferver.



 



- Me desculpe, mas eu escolho a cama que eu quiser. - Albus retrucou.



 



- Potter, você não vai querer irritar o Zabini. - o garoto que, Albus lembrava bem, era Scorpius Malfoy. - Qual o seu primeiro nome, Zabini?



 



- Finn.



 



Albus suprimiu o riso por razões que ele nunca falaria na frente dos Sonserinos. A verdade é que na casa de tia Hermione tinha um objeto muggle chamado televisão. Ele tinha assistido um programa onde o nome de uma personagem de um programa era aquele.



 



- Achou meu nome engraçado? - se irritou o garoto.



 



- Não é isso. A propósito, vou ficar com essa cama. - revelou Albus, apontando para a a cama que ficava na frente da porta.



 



- Se eu deixar. - falou Zabini, tirando a varinha do bolso.



 



- Expelliarmus! - Albus exclamou e a varinha de Finn voou para longe. Após isso, ele deitou-se na cama e fechou os olhos, tentando dormir. Foi uma guerra ganha. Nenhum de seus companheiros de quarto lhe incomodou mais aquele dia.



 



Capítulo 2: A Lenda do Conde Drácula



 



Na manhã seguinte, Albus despertou ansioso para começar suas aulas. Subiu as escadas rumo ao Salão Principal. Logo quando entrou, Rose foi em sua direção.



 



- Você vai se inscrever? - perguntou ela, dispensando cumprimento.



 



- Vou. - ele respondeu.



 



- É perigoso, Albus! - exclamou Rose inconformada. - Todos estão cegos com esse torneio. Se é como o Tribruxo, grandes chances de uma morte acontecer existem.



 



- Eu nem sei se vou ser escolhido. E, além do mais, se os alunos do primeiro ano podem participar nem deve ser tão perigoso... - Albus encolheu os ombros.



 



- Por esse lado, tem razão. - suspirou a garota. - Seu amigo está me atormentando em busca de você. Melhor você ir ver ele na mesa da Gryffindor.



 



Que amigo? Albus lembrou-se de golpe. Oliver jr. Correu até a mesa da Gryffindor, onde o garoto estava tomando seu café da manhã.



 



- Oi, Oliver jr! Rose disse que você estava me procurando. - Albus cumprimentou, meio envergonhado por ter se esquecido dele.



 



- Oi, Albus. Mesmo em casas diferentes, eu quero que continuemos amigos. Apesar de, é claro, a Gryffindor e a Slytherin serem rivais. - Oliver jr falou com um sorriso simpático.



 



- É claro... - Albus assegurou para si mesmo. - Qual a sua primeira aula?



 



Ele lembrou-se de que ainda não havia pego os horários.



 



- Transfiguração com a Ravenclaw. Os horários das aulas estão na mesa das casas. - revelou Oliver jr. Albus apenas assentiu.



 



- Obrigado. Agora eu vou ir pegar o horário.



 



Dito isso, Albus saiu. Na mesa de Slytherin tinha o monte de papéis que ele julgou serem os horários. Ele procurou o do primeiro ano. Encontrou após descartar cinco papéis.



 



Primeiro Ano - Slytherin



 



Horários da Manhã



 



1ª aula - Feitiços com a Hufflepuff - 9:00



 



2ª aula - Defesa Contra as Artes das Trevas com a Gryffindor - 9:50



 



3ª aula - Vôo com a Ravenclaw - 10:40



 



4ª aula - Poções com a Hufflepuff - 11:30



 



Horário de almoço - 12:20



 



Após ler o papel, Albus procurou a sala da aula de Feitiços. O professor Fliwtick esperava na porta.



 



- Chegou cedo, senhor Potter. - ele comentou.



 



- Tinha medo de me perder. - confessou o moreno. O professor sorriu simpáticamente e Albus entrou na sala, sentando-se em uma das mesas.



 



- Abra o Livro Padrão de Feitiços na página 3, senhor Potter.



 



Albus obedeceu.



 



- Qual desses a gente vai aprender? - perguntou ele, vendo que na página três tinham quatro feitiços.



 



- Não posso estregar a surpresa. - o professor deu um sorriso misterioso.



 



Aos poucos, os alunos foram chegando. Um menina loura e de olhos verdes sentou ao lado de Albus. O professor começou a falar:



 



- Muito bem, hoje iremos aprender o feitiço Wingardium Leviosa. Abram na página três.



 



Albus suspirou. Não queria aprender a levitar coisas. Ele mirou a pena que estava na mesa e disse:



 



- Wingardium Leviosa.



 



Nada aconteceu.



 



- Você está fazendo errado. - criticou a menina ao lado de Albus. - Você não lê? Por acaso é analfabeto? Tem de girar e sacudir.



 



Albus não se importou da garota chamá-lo de analfabeto. Ele fez o que a garota ordenou e girou e sacudiu enquanto pronunciava o feitiço. A pena flutuou imediatamente.



 



- Obrigado.



 



- Não há de que. Odeio que errem as coisas. - falou ela. - Aliás, sou Drey Brooks.



 



- Nascida muggle? - Albus perguntou.



 



- Importa? Mas não.



 



Albus nunca tinha ouvido falar de uma família bruxa chamada Brooks.



 



- Meu pai trabalha no depatarmento das leis mágicas. Se chama Brendan Brooks.



 



Albus não estava muito afim de ouví-la falar sobre sua família. A verdade é que tia Hermione trabalhava bem provavel que junto ao pai dela.



 



- Legal.



 



- E quem são seus pais?



 



Ela tinha sentado-se com ele sem saber quem ele era. O queixo de Albus caiu.



 



- Harry Potter e Gina Weasley. Agora Potter.



 



A garota olhou arregalada para ele.



 



- Seu pai é um grande herói. - elogiou Drey.



 



- É mesmo. Mas eu não sou ele.



 



A garota riu.



 



- Nenhum ser humano é igual ao outro. Eu da minha parte não quero que você seja igual ao seu pai.



 



Albus sentiu-se agradecido por isso.



 



- Obrigado.



 



Ele percebeu que nas vestes dela estava o símbolo da Hufflepuff. Ele e Drey ficaram conversando até o fim de aula. Quando o sinal finalmente bateu, ele estava gostando de conversar com a garota e nem se importou mais dela falar dos pais.



 



- Foi bom conversar com você. Aliás, ainda não me disse seu primeiro nome.



 



- É Albus. - ele estendeu a mão para a menina, que a segurou delicadamente. Albus sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto sentia a pele suave e macia de Drey.



 



- Agora tenho que ir. Tenho aula de História da Magia com a Ravenclaw.



 



Dito isso, Drey se afastou. Albus se encaminhou para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde encontrou Teddy Lupin na frente do quadro negro.



 



- Bom dia, senhor Potter.



 



- Bom dia, Teddy.



 



- É Professor Lupin enquanto estivermos na sala de aula. - Teddy corrigiu. Albus assentiu e sentou-se ao lado de Oliver jr, que guardou um lugar para ele.



 



- Hoje iremos estudar sobre uma lenda fantástica, que serviu de impasse para criarem vários livros até mesmo no mundo muggle. - começou a dar sua aula Teddy.



 



- Queremos algo real, não fantasias. - reclamou um menino.



 



- Esperem eu terminar. Bem, a lenda do Conde Drácula se baseia em um imperador do mundo muggle que, apesar dos muggles não saberem, era um vampiro e serviu de inspiração para o autor do livro Drácula. Na aula de hoje vocês vão ler a página cinco, que fala sobre isso. Depois de lerem, eu quero quinze centímetros de pergaminho sobre como derrotar um vampiro.



 



Albus abriu na página 5 e começou a ler, interessado no assunto.



 



"A História de Vlad III, o Drácula:



 



Vlad é mais conhecido por sua política de independência em relação ao Império Otomano, cujo expansionismo sofreu sua resistência, e pelas punições excessivamente cruéis que impunha a seus prisioneiros. É lembrado por toda a região como um cavaleiro cristão que lutou contra o expansionismo islâmico na Europa e é um herói popular na Romênia e na Moldávia ainda hoje.



 



Ao mesmo tempo em que Vlad III se tornou famoso por seu sadismo, era respeitado pelos seus cidadãos como guerreiro, por sua ferocidade contra os turcos, e como governante que não tolerava o crime entre sua gente. Durante seu reinado, ergueu grandes mosteiros.



 



Fora da Romênia, o voivoda é célebre pelas atrocidades contra seus inimigos, que teriam sido a inspiração para o conde Drácula, vampiro de Drácula, romance de 1897 do escritor irlandês Bram Stoker.



 



Após a invasão de Valáquia pela Hungria, em 1447 Vlad II e seu filho mais velho, Mircea, foram assassinados. Em 1456, Vlad Țepeș retornou à região e retomou controle das terras, assumindo novamente o trono de Valáquia. Esse retorno tardio de Vlad teria apontado para os moradores da região que ele poderia ser um morto-vivo, que sabiam ser ele retornando anos depois de sua morte. Muitos não sabem, mas ele era um vampiro, assim como no livro que nele se baseou.



 



Não se sabe o que aconteceu a ele."



 



Interessante, pensou Albus. Ele pegou o pergaminho e pensou. Quais seriam as maneiras de deter um vampiro? Após pensar, ele começou:



 



"As melhores maneiras de deter um vampiro são, creio eu, usar o crucifixo ou fazê-lo se expor ao sol..."



 



Ao fim da aula, ele entregou o pergaminho à Teddy Lupin, que o leu rapidamente e deu um sorriso divertido, olhando para ele.



 



- Tem certeza que você não foi criado por muggles?



 



- Tirei isso das estórias de tia Hermione. - explicou o garoto.



 



- Logo vi. Só um de seus métodos funcionaria na prática.



 



Albus assentiu.



 



- Na próxima aula explicarei os seus erros. Não descontarei pontos porque não tinha explicado os métodos. Agora pode ir para a próxima aula.



 



Albus sentiu alívio pelo professor não tirar seus pontos. Antes de ir para a aula da vôo, ele fez uma última pergunta.



 



- Você acha que vai conseguir esconder o namoro por muito tempo?



 



- Não sabia que Vitória tinha te contado...



 



- Ela é minha prima. - disse Albus.



 



- Eu sei. - Teddy olhou para o garoto menor com confusão nos olhos.



 



- Deixa pra lá. Se você magoar ela de algum jeito, vai se ver comigo.



 



O moreno saiu da sala de aula, indo para o campo de Quadribol, onde a professora Cho Chang esperava.



 



- Bom dia, alunos... - ela cumprimentou. Albus lembrou-se do seu pai falara de Cho Chang. Ela foi namorada de seu pai, mas terminou com ele por ciúmes e por ficar do lado da amiga Marieta, que tinha entregado a Armada de Dumbledore.



 



- Bem, quero que se aproximem da vassoura e digam em pé!



 



Albus tentou fazer o que a professora disse. Quando ele disse em pé, sua vassoura subiu imediatamente. Ele observou os outros alunos. Rose, já com seu distintivo brilhante da Ravenclaw, conseguiu na terceira tentativa.



 



- Muito bem, agora eu quero que subam na vassoura e levantem alguns metros do chão.



 



Todos obedeceram a professora. Logo estavam flutuando.



 



- Agora eu quero que a Slytherin vá para o lado dos aros esquerdos e a Ravenclaw para o dos direito.



 



Albus mergulhou com a vassoura até os três aros. Quando estava chegando, ele viu Rose voando em sua direção. Sorriu, esperando a prima ir em sua direção. Mas logo se preocupou. Tamanha era a velocidade de Rose que ela tinha se desequilibrado, faltava pouco para ela cair da vassoura. Não perdeu tempo e foi em direção da prima, mas foi tarde demais. Antes que ela pudesse se chocar com um dos aros, ele pôs força na vassoura.



 



Sentindo o vento passar pelos seus cabelos, ele aproximou-se do local aonde ela iria cair. Estendeu os braços a tempo de senti-los pesados. Agarrou-a com força e prendeu-a contra o peito, sentind o peso do corpo da prima e também o de suas costelas. Isso pareceu durar séculos, mas durou minutos. Ela não iria morrer. Não enquanto Albus estivesse vivo.



 



- Dez pontos para a Slytherin pela demonstração de heroísmo! - a professora Chang anunciou, olhando para Albus e sorrindo de forma simpática. - Senhor Potter, quero que desça aqui!



 



Albus desceu para o chão, levando Rose com ele. Ela estava dando um leve sorriso e seus olhos azuis observavam Albus com admiração.



 



- Você sabe que eu não vou estar sempre para te salvar, Rosie. - brincou ele. Ela, inesperadamente, o abraçou com força e lhe deu um beijo na bochecha. Ele sentiu a pele arder.



 



- Seu reflexo foi ótimo, senhor Potter. - Cho elogiou. - Devo informar que a Slytherin precisa de um goleiro. Seu pai foi o apanhador mais jovem do século XX. Você aceitaria ser treinado para integrar o time da casa?



 



Diferente do que a professora esperava, Albus negou com a cabeça.



 



- Tenho coisas mais importantes para me preocupar no primeiro ano que Quadribol, sem querer ofender. - ele explicou e viu a cara de desapontamento da professora. - Mas com certeza em meu segundo ano eu faço os testes.



 



Sorrindo com a última parte, Cho assentiu e mandou ele voltar para o alto.



 



- Agora, vou escolher integrantes de cada equipe para concorrer a uma partida rápida.



 



Albus foi escolhido para goleiro. Ele ficou entre as goles, esperando a partida começar.



 



O jogo começou e logo nos quinze primeiros minutos o time da Ravenclaw conseguiu chegar perto do gol de Albus. Ele observou Galert Lockhart se preparar para o tiro. Em um impulso, se atirou para o aro direito, bem na hora de pegar a goles antes dela atravessar o aro. Jogou a goles para o jogador mais próximo da Slytherin. Quando Albus viu, já tinha saído um gol para o seu time.



 



- 10 a 0!



 



Albus comemorou silenciosamente, mas logo voltou à sua marca entre os aros.



 



- Pega essa, Potter! - Lockhart jogou. Albus se atirou se rapidamente para conseguir pegar a bola, mas quando sentiu a goles na ponta de seus dedos, a sensação desapareceu e ele ouviu Cho mudar o placar.



 



- 10 a 10!



 



Albus grunhiu, insatisfeito. Lockhart sorriu. Albus jogou as goles para o jogador da Slytherin, dessa vez não o primeiro que viu, mas o com melhor posição. E ele fez o que Albus esperava. Albus comemorou com barulho.



 



- Lack marcou! 20 a 10!



 



Pouco depois disso, Cho apitou, o que significava o fim do jogo.



 



- O outro Lack pegou o pomo enfeitiçado! Slytherin vence! Lacks, os dois, quero falar com vocês.



 



Eram gêmeos. Um da Slytherin e outro da Ravenclaw. Albus tinha certeza de que seriam chamados para integrar a equipe. E o pomo estava aparantemente enfeitiçado para ser mais lento. Feliz com a Vitória da Slytherin, Albus baixou com a vassoura para o chão.



 



- Podem ir para suas aulas! Deixem a vassoura no chão!



 



Albus fez o que era ordenado e partiu rumo à sala de poções. Era nas masmorras. Horácio Slughorn esperava sorridente.



 



- Ora, veja só! Um Potter em minha casa! - ele falou ao ver Albus entrar na sala. Além de sentir-se envergonhado, o moreno sentiu-se irritado.



 



- Olá, professor Slughorn. - ele cumprimentou o mais educadamente que pôde e depois sentou junto a Drey. Quando todos os alunos pareciam estar na sala de aula, o professor fechou a porta.



 



- Vamos à lista de chamada.



 



A lista de chamada, ao parecer, era a parte preferida de Slughorn. Era aonde ele passava praticamente a aula inteira falando dos pais dos estudantes e babando ovo.



 



- Albus Potter!



 



O menino levantou a mão.



 



- Seus pais, nem preciso dizer, eram ótimos. Seu pai ganhou a Felix Felicis por fazer a melhor poção uma vez, sabia?



 



Albus sentiu uma ponta de orgulho e outra de frustação. Se o pai era tão bom, ele nunca seria bom o suficiente para se equiparar. Mas ele não sabia se seria bom em poções.



 



A lista de chamada foi longa. Após, Albus contou, trinta minutos falando sobre os pais dos alunos, sobravam apenas vinte minutos de aula.



 



- Vamos confeccionar uma poção que era ensinada apenas no sexto ano, mas resolvi simplificá-la para poder caber nessa aula. A Poção do Morto-Vivo. Os ingredientes são: Losna, Raízes de valeriana, Raiz de asfodelo em pó e Vagem suporífera. O modo de preparo não é fácil nem mesmo na versão simplificada: picar raízes de valeriana e botar no caldeirão, após isso ela deve apresentar-se lisa e cor de grosélha, o ideal. Após feito, deve-se cortar a vagem suporífera (amassar preferenciavelmente com uma faca de prata, como Severus Snape descobriu) e botar no caldeirão. Agora mexa no sentido anti-horário ( aconselho para que a cada sete voltas no sentido anti-horário dê uma no sentido horário, pois faz deixar a poção pronta mais rápido, poupa o tempo do bruxo que a for preparar), que resulta em uma poção violeta. Adicionar a raiz de asfodelo em pó e a infusão de losna. Observação: se essa poção for muito ingerida pode causar a meia morte ou seja: a pessoa que bebe-la em abundância torna-se um morto-vivo, pois é induzida em sono eterno.



 



Albus sentiu-se animado. Aquela sim era uma coisa que ele queria aprender. Ele começou a picar as raízes de valeriana com força.



 



- Seja um pouco mais delicado, por favor, desse jeito você vai perder o braço. - Drey reclamou e Albus riu, picando com ainda mais força. A loura pareceu irritada, mas não disse nada. No fim da aula, a poção de Albus estava, no mínimo, melhor que os demais. A de Drey estava num tom azul marinho, mas não estava tão ruim quando, por exemplo, a de Scorpius Malfoy, que estava completamente vermelha e parecia que ele tinha parado no primeiro passo.



 



- Senhor Potter, vejo que herdou o talento para poções de seu pai e sua avó, Lílian.



 



Albus suprimiu o sorriso.



 



- Senhorita Brooks, você parou no antepenúltimo passo, mas a coloração não está violeta, porém está em uma cor próxima. Recomendo que estude, pois sei que você é brilhante em matérias como Transfiguração e parece ter um talento para feitiços.



 



Albus entendeu que era uma forma educada de dizer que ela podia ser muito boa em outras matérias, mas não em Poções. Drey pareceu pensar a mesma coisa, pois ficou cabisbaixa.



 



- Mal espero para te ver em feitiços. - Albus tentou animar a garota.



 



- Eu tinha que ser perfeita!



 



- A gente não pode ser perfeito em tudo... - disse Albus.



 



- Eu posso! - exclamou a garota. - Você picou todo descordernado e sua poção ficou perfeita!



 



- Acho que é questão de talento. - Albus deu de ombros.



 



Capítulo 3: Visão



 



Ao sair da aula de Poções, Albus pegou o formulário para se inscrever no torneio. No corredor, porém, ouviu uma discussão. Normalmente Albus teria ignorado e seguido em frente, porém uma das vozes era conhecida. Era James.



 



- Expelliarmus! - ele exclamou.



 



- Protego! - a garota pronunciou o feitiço, impedindo o Expelliarmus de fazer efeito e o rebatendo para o lado.



 



- Estupefaça! - James lançou o feitiço em direção à garota.



 



- Protego!



 



Dessa vez, o feitiço não rebateu para o lado e sim para James, que foi atirado para a parede.



 



- Bem feito. - a garota tirou sarro.



 



- Joplin, sua maluca! - ele xingou, após se levantar. - Nós poderíamos ser amigos!



 



- Eu não vou ser amiga de um Potter Gryffindor que, além de ser galinha, tem o rei na barriga. E que, além de tudo, parte pra magia quando perde uma discussão.



 



Dito isso, ela se afastou. Albus viu a chance de se aproximar.



 



- Impulsivo como sempre, maninho. - Albus comentou.



 



- Não enche, Albus. Essa garota me faz dar nos nervos, me deixa louco.



 



- Mais do que você já é? - perguntou Albus rindo. James se enervou.



 



- Qualé, Sonserinozinho? Vai tirar onda do seu irmão agora? - ele vociferou, fazendo Albus se assustar.



 



- Ei, se acalma, não foi minha intenção! - Albus quis afastar uma possível briga.



 



- Eu sei, Al. Como foram as primeiras aulas? - a expressão de James suavizou de repente.



 



- Normais. - ele respondeu. - Quem era aquela garota?



 



- May Joplin. Meu pior pesadelo.



 



- Percebi. - Albus deu um sorriso de leve.



 



- Eu tentei ser amigo dela, juro que tentei. - James começou. - Mas a vadiazinha além de ficar atormentando nascidos muggles resolveu pegar no meu pé.



 



- Como assim? Ela tem preconceito contra nascidos muggles? - perguntou Albus.



 



- Claro que tem, Al. Ela é Slytherin. - ele deu ênfase à palavra Slytherin, sem perceber que tinha tocado em um ponto fraco de Albus.



 



- Deus, James, eu sou Sonserino! E você não me vê por aí atormentando nascidos muggles!



 



- Desculpe. - pediu James atônito. - Eu... Me esqueci.



 



- Pois não se esqueça de que seu irmão é um Sonserino! E, se eu fosse você, iria pedir desculpas a ela!



 



- Não vou! Ela que peça! - o Potter mais velho se irritou. - Você viu que ela me chamou de galinha com o rei na barriga!



 



- E você não é? - indagou Albus. O rosto de James se fechou.



 



- Eu não tenho culpa se as meninas me agarram! - ele tentou se defender.



 



- Ah, James, você é um insensível!



 



Dizendo isso, Albus se afastou. O horário do almoço já tinha quase acabado. Ele chegou no Salão Principal, indo para a mesa e pegando o horário das aulas da tarde. Depois, pegou uma pena e uma tinta e começou a preencher o formulário. Prestou atenção nas perguntas.



 



"Por que você quer entrar e ganhar o torneio?"



 



Albus molhou a pena na tinta e respondeu da forma mais sincera que pôde:



 



"Para mostrar que Sonserinos podem ser bons e provar para mim que eu não posso ser meu pai e esquecer de ser eu mesmo".



 



Segunda pergunta:



 



"Qual criatura você teria mais medo de enfrentar?"



 



Albus raciocinou.



 



"Um Vampiro, pois não sei como derrotá-los".



 



Isso escrito, ele dobrou o papelzinho. Já tinha dado o horário da aula de História da Magia.



 



Ele se dirigiu para a sala de aula, onde o professor Binns o esperava. A aula foi incrivelmente chata. O professor começou a falar da Guerra dos Duendes.



 



Albus só faltou dormir durante a aula.



 



No intervalo ele foi abordado por Finn Zabini, que estava agora acompanhado por dois garotos, também primeiranistas.



 



- Veja só, é o garoto Potter! Eu ouvi a sua conversa com o seu irmãozinho.



 



- E? - perguntou Albus, desinteressado.



 



- Não queremos que você suje a imagem da Slytherin se juntando com... Gryffindors e sangue-ruins. - ele cuspiu a última palavra.



 



- Não sei quanto a vocês, mas eu não estou afim de ouvir essa baboseira. - Albus tentou passar por entre os meninos, mas foi em vão.



 



- O que está acontecendo? - Albus sentiu uma voz melodiosa por detrás dos garotos. Era Vitória.



 



- Potter chamou uma menina de sangue-ruim, professora. - mentiu um dos amigos de Zabini, de cabelos cor de palha e olhos castanhos.



 



- Eu não acredito. Albus, conte o que aconteceu.



 



- Isso é parcialidade! - reclamou o garoto, mas Vitória estava decidida a ouvir a versão de Albus.



 



- Ele estava me alertando sobre como não devo me juntar a Gryffindors e Sangue-Ruins. - explicou o menino dos olhos verdes, fazendo Vitória fazer uma careta de desgosto.



 



- Foi o suficiente. Menos cinco pontos para a Slytherin, não importando quem tenha começado a briga. E vão para a aula.



 



Dito isso, Vitória se afastou, não sem antes bagunçar o cabelo de Albus, que se avermelhou de vergonha.



 



- Você vai ver, Potter. - disse Zabini, antes de sair com seus amigos. Um, Albus reconheceu, era Brendan Lestrange, filho de Rabastan Lestrange. O outro, que mentiu para Vitória sobre o que tinha acontecido, ele não reconheceu.



Ele estava muito atrasado para a primeira aula de Adivinhação, que tinha sido integrada ao horário escolar dos alunos do primeiro ano. Então correu até a sala de aula. Abriu a porta e pediu licença, que foi concedida pela professora Trelawney. Ele se sentou com Oliver jr (a aula era com os Gryffindors) e perguntou o que era para ser feito.



 



- A gente tem que olhar na bola de cristal, para tentar ver algo. - ele explicou. - Uma grande bobeira, na minha opinião.



 



Oliver jr levou as mãos ao cabelo castanho. De repente, Albus viu uma cena que nunca se esqueceria pelo resto de vida.



 



Um homem de cabelos negros e olhos verdes, que estava presente. Era seu pai. Harry olhava fixamente para um outro cara, que parecia mais sombrio, e tinha um sorriso malicioso no rosto, sendo que os caninos estavam aparecendo por fora da boca.



 



Ele se aproximou de Harry lentamente, os dentes afiados mirando o pescoço. Harry empurrou-o para longe. O outro homem pareceu ficar irritado.



 



- Não vou te dar mais uma chance de ter uma vida após a morte. - ele murmurou, mas Albus pôde ouvir.



 



- Avada Kedavra!



 



O corpo do pai de Albus caiu no chão, intacto. Ele afastou os olhos da bola de cristal, assustado.



A semana passou rapidamente. Quando o moreno percebeu, já era domingo. Ele tomava seu café da manhã tranquilamente, quando as corujas adentraram o Salão. Uma delas, a sua, parda e pequena, deixou-lhe uma carta que parecia ser de seus pais. Ele tinha enviado uma carta para eles contando como tinha sido sua primeira semana.



 



"Albus,



Quero informar que estou muito orgulhoso de meu filho. A Slytherin ganhou um ótimo estudante, afinal.



Aqui em casa tudo está normal. Lílian mandou beijos, está com muita saudadades. Todos estamos.



Sua irmã está muito ansiosa para ir para Hogwarts, mas ela só irá daqui há dois anos. Espero que ela não lhe encha de perguntas quando você vier para o natal.



Sua mãe está lhe mandando um abraço. Ela e seu tio Rony ainda estão se conformando com o fato de você ser um Sonserino.



Beijos,



Seu Pai".



 



Não tinha sido tão ruim como Albus pensara que seria. Junto a carta estava o Profeta Diário. Ele leu a primeira página do jornal:



"Assassinatos no mundo muggle crescem cada vez mais



 



O número de vítimas muggles aumentou consideravelmente nas últimas semanas. No corpo dos mortos, há sempre dois furos, o que nos leva a pensar que poderia ser um vampiro".



 



Albus tomou seu suco de abóbora.



 



Naquele dia seriam revelados os indicados para o torneio. Ele nem estava tão ansioso, pois não tinha certeza se um aluno do primeiro ano tinha chances de ser escolhido para um torneio como aquele.



 



- Oi, Albus. - cumprimentou Oliver jr e junto a ele estavam Rose e Drey.



 



- Viemos desejar boa sorte. - Rose disse, com seus olhos azuis brilhantes fixos no primo.



 



- Obrigado, Rose. - ele agradeceu.



 



- Eu quero que saiba que, se for escolhido, não vou poder te ajudar. Nós na Hufflepuff vamos apoiar apenas o campeão de nossa casa escolhido. - revelou Drey.



 



- A mesma coisa eu e todos na Gryffindor.- Oliver jr lançou um olhar triste para Albus, como se fosse um pedido de desculpas. O moreno sorriu de forma simpática, como para dizer que estava tudo bem.



 



- Eu pretendo apoiar o campeão de Ravenclaw. - falou Rose e Albus ficou um pouco chateado.



 



- Mas nós vamos continuar sendo amigos, lógico! - Drey assegurou.



 



- Obrigado.



 



Um silêncio incômodo se fez depois disso. Albus viu a chance de perguntar:



 



- Quer ir ver o Hagrid, Rose?



 



Ele viu o rosto da prima se abrir em um sorriso.



 



- Claro que sim. Vamos levar Drey e Oliver jr também. - ela respondeu.



 



- Que bom! Ele convidou-nos.



 



Hagrid era o padrinho de Albus. Ele era um meio gigante de um ótimo coração. Era um grande amigo de seu pai e ia ver Albus todo ano nas férias.



 



- Quando? - perguntou Drey.



 



- Pode ser agora. - sugeriu Albus.



 



Os quatro foram para o cantinho de Hagrid.



 



- Albus! Rose! Vieram visitar seu velho amigo!



 



Os olhos do meio gigante brilhavam.



 



- É claro. Albus disse que você nos convidou. - Rose contou.



- Entrem!



 



Os quatro entraram. Drey olhava com medo para Hagrid, mas Oliver jr foi logo entrando e se sentando, ao parecer o ignorando.



 



- Quais os seus nomes?



 



- Drey. - respondeu a loura. - E esse é o Oliver jr.



 



- Uma Hufflepuff e um Gryffindor. Admito que não tenho uma boa impressão dos hufflepuffs, mas já tive dois exemplos de que podem ser muito bons.



 



- Fale-me mais sobre eles. - Drey pediu, curiosa.



 



- Um foi, é claro, Cedrico Diggory. Ele e Harry pegaram juntos a taça do Torneio Tribuxo. Foi assassinado por Rabicho, mas foi um dos campeões do torneio e fez as provas com maestria. - começou Hagrid. - A outra foi Ninfadora Tonks, uma hufflepuff bem rebelde por assim dizer. Metarmofoga e auror, trabalhava na captura de bruxos das trevas.



 



- É a mãe de Teddy. - Albus afirmou e Hagrid assentiu.



 



- Ela foi uma grande bruxa. Morreu na guerra contra sua tia Belatriz Lestrange, uma das servas de Voldemort.



 



- Matou a própria sobrinha! - se horrorizou Drey.



 



- Morreu pouco depois. Antes de matar Tonks, ela tinha matado o primo também. Sirius Black. Ele e o avô de Albus eram grandes amigos meus.



 



- A guerra tem o poder de separar famílias. - reparou Oliver jr. Hagrid assentiu.



 



- Mas vamos falar de coisas boas. Como foram as aulas de vocês?



 



- Isso lá é coisa boa? - Oliver jr fez uma careta.



 



- Para mim foram ótimas. - comentou Albus.



 



- Para mim também. Só não gostei de Poções. - confessou Drey.



 



- Ela quer ser perfeita em tudo, assim também não dá. - contou Rose. Albus concordou, pois também tinha notado isso.



 



- O Albus parece que herdou o talento da avó. O professor que disse. - Drey elogiou, querendo mudar o foco para o amigo.



 



- Lílian foi uma grande mulher. Era muito parecida a sua irmã, Albus. - Hagrid contou. - Mas tinha os olhos verdes, que nem o seu. Foi por causa dos olhos que seu pai deu o nome de "Severus" a você.



 



- Ele foi apaixonado pela minha avó, não é? - Albus perguntou. Tinha lido algo parecido a isso em sua figurinha no Expresso Hogwarts.



 



- Se não era apaixonado, a amou muito. James sabia que ele podia ter uma queda por Lílian, por isso não gostava dele. Bobagens de adolescentes.



 



- Diferentes deles, eu e o James até que nos damos bem. - comentou Albus. - Brigamos, mas todo irmão é assim.



 



- Ele veio aqui ontem. Queria resolver seus problemas amorosos. - Hagrid deu uma risadinha. - Ele está todo enrolado, coitado. Não sabe como dispensar as garotas e acaba partindo o coração delas.



 



- Ele tem um bom coração. Não entendo porque tem um clube de haters. - confessou Albus.



 



- O fã clube é maior. E, além do mais, toda pessoa que tem personalidade e talento como seu irmão é invejada. Veja seu pai, por exemplo.



 



- É, Hagrid, mas às vezes eu concordo com as pessoas quando elas dizem que James é arrogante e galinha. - Albus disse.



 



- Ele tem uma beleza invejável. As garotas ficam louquinhas por ele e ele não sabe o que fazer. Veja só, veio me perguntar como se fazia para dispensar elas sem que fiquem chateadas!



 



Aquele era um lado do irmão que Albus não conhecia



 



Capítulo 4: Conversa com Hagrid



 



Capítulo 4



 



Surpresas



 



Estavam todos no Salão Principal. A diretora McGonagall estava ao centro, segurando a pequena caixinha.



 



- Ela está programada para que a ficha saia às duas horas, ou seja, dois minutos. - ela explicou.



 



Todos estavam ansiosos. De repente, a caixinha começou a se mexer. Ela chacoalhou e de lá de dentro saiu um papel.



 



- Muito bem, todos prontos? - a diretora perguntou e todos assentiram. - O campeão da Gryffindor é... Tobias White!



 



Um setimanista de cabelos negros e olhos azuis caminhou lentamente até onde McGonagall estava, arrancando suspiros das garotas.



 



A caixa repetiu o processo e mais um nome saiu dela.



 



- A campeã da Ravenclaw é Marta Marvin!



 



Dessa vez foram os garotos que suspiraram. Marta era uma menina quintanista loura, de olhos verdes e muito magra. Ela começou a anda caixa começou a tremer. O papel saiu de forma instantânea.



 



- O campeão da Slytherin é... Albus Potter!



 



O salão ficou em completo silêncio. Albus se divertiu ao perceber que Zabini fez uma careta incrédula, como se não acreditasse.



 



- Venha logo, senhor Potter!



 



Albus levantou-se e foi seguido pelos olhares desconfiados e invejosos dos Sonserinos. Ele chegou até onde os outros competidores estavam. E, por fim, da caixa saiu o nome que representaria a casa da Hufflepuff.



 



- Estela Marfir!



 



Uma garota gordinha e simpática que parecia ser setimanista sorriu com o anúncio. Depois disso, ela saiu da cadeira com os aplausos fortes do pessoal da sua casa e foi para o lado de Albus.



 



- A primeira prova será realizada daqui há duas semanas. Enquanto isso, espero que o companheirismo e o respeito entre as casas prevaleça. - Minerva ajeitou seus óculos após dizer isso.



 



A cabeça de Albus estava a mil. Ele tinha sido escolhido. Dentre todos os Sonserinos que se inscreveram, um primeiranista iria competir no Torneio Woodchampions.



 



Ele olhou para Rose, que o observava com os olhos cor do mar quase neutro, enquanto que enrolava com a mão os fios ruivos do cabelo. Oliver jr tinha pregado seu olhar nele com admiração enquanto que Drey sorria de modo triste. Desviando o olhar para a mesa de Gryffindor, Albus pôde perceber que seu irmão tinha o queixo caído, além de que seus olhos castanhos esverdeados acentuavam o choque. Ao seu lado, uma loura de olhos azuis cristalinos chamou sua atenção. Era Vitória. Ela sorria abertamente, aparentemente com orgulho.



 



- Podem voltar para suas respectivas mesas. - ele ouviu McGonagall dizer e seguiu sua ordem.



 



Era o dia da grande partida do Quadribol. Slytherin e Gryffindor. Sabe-se lá o que tinha dado nos professores para fazer com que aquela fosse o primeiro jogo do ano. Rose tinha decidido dar o seu apoio a Albus, assim que estava inteiramente de vermelho e segurava uma bandeira verde e prata. Oliver jr ia, é claro, apoiar seu time. Drey ia torcer para a Slytherin, então se pôs ao lado esquerdo do moreno na arquibancada, enquanto que Rose ficava no outro. Com todos os jogadores em campo, o narrador Jhonas Jordan deu início ao jogo.



 



- A Slytherin começa com a posse de bola. Blackberry passa para Flint, que desvia de um balaço lindamente e se adianta para marcar. 10 pontos para a Slytherin.



 



Albus sorriu internamente.



 



- Kessius joga para White, que dribla BlackBerry e marca para o time da Gryffindor. 10 a 10.



 



Os Sonserinos soltaram gemidos de frustração.



 



- Portus rebate um balaço em BlackBerry, que desvia e joga a goles para Flint. Ele vai marcar, ele vai marcar... Brunnete defende. Essa garota já mostrou o que veio fazer, hein!



 



- Ela é boa. - admitiu Albus.



 



A partida já durava duas horas. Estava 100 a 60 para a Slytherin.



 



- Blue parece ter avistado o pomo! Verdana corre atrás. O que é isso... Uma finta de Wronsky! Blue agarra o pomo! Gryffindor vence o jogo!



 



Albus sentiu-se meio triste.



 



- Oliver jr deve estar feliz. - Drey falou, com um meio sorriso.



 



- Acredita que ele queria que eu ficasse na arquibancada da Gryffindor com ele? - Rose perguntou, para a surpresa do primo. - É sério, eu disse para ele que ia torcer pela sua equipe. Ele ficou vermelho fogo e depois falou que era para torcer para a equipe vencedora.



 



- Ele gosta de você. - Drey realmente se divertiu.



 



- Mas eu não gosto dele. - afirmou a prima de Albus.



 



- Pensei que se dessem bem. - comentou o menino dos olhos verdes.



 



- A gente se dá bem. É que eu não consigo entender o porquê dele gostar de mim.



 



- Rosie está com sérios problemas de auto-estima. - brincou o moreno.



 



- Não é isso. Eu não consigo entender sentimentos, entende? Eles não são... Explicáveis.



 



- Oras você não gosta de mim? - perguntou o garoto.



 



- Você é meu primo, Al.



 



- Ele não consegue entender o que você está dizendo. Eu entendi. Acho que você deve dar uma chance a ele. - Drey opinou.



 



- Ele é um cara legal, você vai ver. - incentivou Albus.



 



A segunda chegou lentamente. A primeira aula do dia para Albus, por causa de uma mudança da horário, seria a de Defesa Contra as Artes das Trevas. Ele chegou na sala e sentou-se em frente ao professor.



 



- Vou continuar a aula sobre vampiros. - anunciou Teddy. - O método de detê-los é, a única coisa que a maioria de vocês acertaram, expondo-o ao sol.



 



Albus suspirou. Pelo menos uma coisa ele tinha acertado.



 



- O segundo método é um pouco mais complicado. É necessário atravessar seu peito com uma estaca. Diferente do que a maioria de vocês botou, o crucifixo não funciona. É história para muggles. Agora, abram o livro na página quarenta e um para ler sobre lobisomens.



 



Albus obedeceu, ansioso por saber mais sobre essas criaturas. O pai de Teddy era um lobisomem, ele sabia, mas Teddy não o era. Ao parecer ele herdou o dom de metarmofogo da mãe e isso bloqueou as tendências caninas.



 



Ao seu lado, Rose já lia o conteúdo da página com voracidade. Ele copiou a prima e começou a ler.



 



"Os lobisomens são homens que se transformam em lobos na lua cheia. Quando transformados em lobisomem perdem completamente a consciência, a menos que tenham tomado a poção Mata-Lobos, que não impede a transformação mas mantém seu estado consciente de antes da tranformação.".



 



Após responder três questões sobre lobisomens, Albus sentiu os olhos do professor voltados para ele.



 



- Todos já terminaram? - Teddy perguntou e a turma assentiu. - Muito bem, agora vamos aprender um feitiço que é muito simples. O Expulso.



 



Os alunos se entreolharam, animados. Os olhos do metarmofogo ainda estavam sobre Albus, que encolheu os ombros sem entender.



 



- Formem duplas. Um de vocês irá jogar objetos nos outros, cuidado para não se machucarem. Para impedir o objeto de atingir, o outro aluno pronunciará o feitiço. Concentração, pessoal.



 



Rose e Albus sorriram, ansiosos para praticar o feitiço. Eles caminharam em direção ao centro da sala, lado a lado. Quando chegaram, Rose pôs-se na frente de Albus.



 



- Começa! - ordenou ela. O moreno sentiu-se nervoso, mas reuniu forças para jogar a pequena bola na direção da prima.



 



- Expulso! - exclamou a ruiva. O objeto explodiu antes que chegasse em sua vítima.



 



- Slytherin contra a Ravenclaw. - anunciou Oliver jr. - Não acredito que tenha esquecido.



 



Albus esquecera da partida de Quadribol daquele dia completamente.



 



- Por Merlin! Eu realmente tinha esquecido! Você vai torcer pra quem? - perguntou Albus, curioso. Sabia que Oliver jr gostava de Rose.



 



- Apesar da Rose ter torcido para a Slytherin último jogo e de você ser meu amigo, vou torcer pela Ravenclaw. Não só pela Rose, mas porque Gryffindor e Slytherin... Você sabe.



 



Albus assentiu.



 



- É óbvio que a Slytherin vai vencer. - ele disse, para a surpresa de Oliver jr, que comentou:



 



- A Ravenclaw anda imbatível.



 



- Não por muito tempo. - Albus afirmou.



 



O horário da partida chegou. Albus e Drey estavam já na arquibancada verde e prata, enquanto que Rose e Oliver jr estavam na azul e bronze.



 



- O Lack Hufflepuff está confiante hoje. - percebeu Drey com um sorriso no rosto, enquanto Albus se emburrava. A loura continuou sorrindo enquanto que olhava para o campo, atenta a entrada dos jogadores.



 



- Bem vindos à quarta partida de Quadribol da temporada! - era Vitória Weasley que iria narrar e proferiu essas palavras com entusiasmo. - Os jogadores entram em campo! Slytherin com seu time titular: Osmar, Theo e Kelly como artilheiros, Március como apanhador, Janice e Kenan como batedores e Limar como goleiro!



 



A arquibancada da Slytherin vibrou.



 



- Na equipe da Ravenclaw. - continuou Vitória. - Marina e Janis como batedoras! A dupla feminina mais badalada de Hogwarts!



 



- Se abstenha de comentários desse tipo, Srta. Weasley. - pediu McGonagall.



 



- Desculpe. Continuando, Horácio como apanhador, Henry Lack, Puris e Lince como artilheiros e Trista como goleira!



 



Foi a vez da arquibancada da Ravenclaw inteira prestigiar sua equipe. Foi ouvido o barulho do apito por parte de Cho.



 



- E começa o jogo! Lack passa para Lince, que dribla Kelly de maneira fantástica e marca o ponto! Dez a zero!



 



Foram escutados gemidos vindos da torcida da Slytherin.



 



- Que rápido! Lack parece avistar o pomo! Ele corre em direção da bolinha! Enquanto isso, Osmar dribla os três artilheiros da Ravenclaw e passa para Kelly, que marca! Dez a dez!



 



Albus e Drey gritaram com animação.



 



- O apanhador da Slytherin segue Lack, que está correndo numa velocidade incrível! Limar defende o tiro veloz de Osmar! E segue o jogo.



 



- Sinto que esse jogo vai acabar rápido demais. - comentou Albus e Drey confirmou com a cabeça.



 



- Com os dois Lack em campo não tem um jogo que dure mais de meia hora! - a loura afirmou.



 



- Kelly marca! Vinte a dez para a Slytherin! - Vitória anunciou e os Sonserinos foram ao delírio.



 



Mais dez minutos se passaram. Estava cinquenta a trinta para a Slytherin.



 



- Március Lack pega o pomo! Ravenclaw vence! - anunciou Vitória. Albus ficou cabisbaixo. Ele e Drey saíram da pista de Quadribol e foram para o lago conversar.



 



- Estou preocupado com a tarefa do torneio. - Albus comentou e a loura sorriu para ele.



 



- Por que você não pergunta para Hagrid? Ele deve saber qual é a tarefa... - ela sugeriu enquanto ela atirava pedras no lago.



 



- Você é um gênio! - exclamou Albus.



 



- Também não é assim. - riu Drey.



 



- Por que não pensei nisso antes? - indagou Albus inconformado.



 



- Mas tem que ver se ele pode falar também. - ela alertou.



 



- Ora, é lógico que ele vai falar mesmo não podendo. - falou Albus, se sentindo seguro.



 



- Então vamos. – Drey pegou na mão de Albus, que sentiu um choque elétrico percorrer sua espinha dorsal.



 



- Vamos procurar Oliver jr e Rose primeiro.



 



- Eles estão muito ocupados comemorando a Vitória da Ravenclaw. – discordou Drey, arrastando ele até a cabana de Hagrid, que já parecia os esperar, pois estava do lado de fora com Canino, seu cão.



 



- Albus! Drey! Aí estão vocês! – cumprimentou o meio gigante. – Estava lhes procurando!



 



- Nós também estávamos procurando você! – revelou Albus.



 



- Queria avisar você da primeira prova do torneio! Fui eu quem a preparei! – disse Hagrid, para o alívio das duas crianças. – Entrem!



 



Os três entraram na cabana de Hagrid e tomaram assento.



 



- Esperem que vou fazer um chá. – anunciou Hagrid e as crianças esperaram pacientemente enquanto que Hagrid fazia o chá de Camomila.



 



- Fale sobre a prova. – pediu o menino dos olhos verdes. Hagrid olhou para eles e obedeceu:



 



- A filha de Aragogue. – ele falou simplesmente.



 



- A filha de Aragogue? Seja mais claro. – voltou a pedir Albus. Hagrid suspirou.



 



- Você terá que enfrentar uma aranha gigante.



 



A cabeça de Albus deu mil voltas.



 



- Uma aranha gigante? – repetiu o garoto.



 



- Sim. Uma aranha gigante. A rainha desde que Aragogue morreu. – respondeu Hagrid.



 



- Isso é perigoso! – exclamou Albus. – Achei que seria uma coisa mais segura pelo que a diretora disse!



 



- Ora, é seguro. Sem emoção não existe adrenalina. – explicou Hagrid.



 



- E quando irá ocorrer a prova? – perguntou Drey, que tinha se esquecido.



 



- Amanhã. – respondeu Albus e a menina arregalou os olhos.



 



- A menina anda meio avoada. – comentou Hagrid.



 



- Tem outra coisa que eu queria falar para vocês. Não sai daqui. – revelou o garoto moreno e Hagrid estranhou.



 



- O que, meu caro? – ele incentivou Albus a falar.



 



- Na aula de adivinhação... – começou o filho de Harry. – Eu vi algo que me deixou apavorado. Não sei se foi imaginação ou não.



 



- Pois fala logo, Al! – Drey estava ansiosa.



 



- Eu vi um homem. Pálido. Ele matou meu pai. Depois disso eu não vi mais nada na bola de cristal.



 



Hagrid estremeceu. Drey pôs a mão na boca.



 



- Isso é grave, meu caro. – começou Hagrid, desconcertado. – Poucas pessoas têm esse dom para a adivinhação. E o futuro é incerto, ele pode ser mudado.



 



- Isso é verdade. – opinou Drey.



 



- Eu queria saber se tem alguma chance disso ser verdade e acontecer. – Albus explicou. Hagrid deu um leve sorriso.



 



- Oras Al. Visões são sempre incertas. Vai ver você viu uma cena que signifique algo que irá acontecer e não seja no sentido literal, seja uma metáfora. – Hagrid tentou animar o garoto, falhando miseravelmente.



 



- Entendi. Torço para que seja isso. - Albus, após dizer isso, se levantou, pronto para sair da cabana de Hagrid.



 



- Todos torcemos, filho.



 



Foram as últimas palavras de Hagrid antes de Albus e Drey saírem de sua casa.



 



Capítulo 6: Aragorn



 



O dia da primeira prova do Torneio Woodchampions chegara. Albus despertou cedo, ansioso, animado e com um frio na barriga. Iria enfrentar uma aranha gigante e estava até excitadocom isso. Mesmo achando estranho, Albus sabia que nunca tivera a chance de fazer algo assim antes. Ele lembrou-se de que o pai, Harry Potter, enfrentara Ararogue quando seguira uma ordem de Hagrid.. Sorriu levemente. Iria orgulhar seu pai e vencer sendo da Slytherin. Ele iria conseguir.



 



Ele desceu para o Salão Principal e encontrou sua prima Rose falando com Oliver jr. Se aproximou e tampou os olhos da prima com as mãos.



 



- Adivinha quem é.



 



- Eu não vou contar. - divertiu-se Oliver jr.



 



- Albus, seu besta. - Rose deu um leve cutucão no primo antes de tirar as mãos de Albus. - Nevoso?



 



- Um pouco. - admitiu Albus. - Você não vai mesmo torcer para mim?



 



- Eu sou da Ravenclaw. - desculpou-se sua prima. - Sinto muito.



 



- Eu posso torcer por você e para o campeão da Gryffindor ao mesmo tempo. – tentou animá-lo Oliver jr.



 



- Obrigada, parceiro. - Albus deu um sorriso sincero.



 



Os três conversaram até o horário da prova chegar. Rose animava Albus, dizendo que era impossível que o filho do famoso Harry Potter não se saísse bem em uma situação como aquela. O que ela não sabia, porém, é o fato de Albus não querer ouvir essas palavras. O fazia sentir-se pressionado. Oliver jr tentava a mesma coisa, só que de outra forma. Ele insistiu em dizer que Albus era corajoso, apesar de não ser Gryffindor. Isso consolou o moreno um pouco, mas não o suficiente para que ele parasse de se sentir nervoso.



 



Drey se juntou a eles quando deu o horário da prova. Os quatro foram para o campo de provas. Todos já estavam lá, inclusive os outros três campeões: Thomas White, da Gryffindor, sorriu para Oliver jr enquanto eles passaram. A garota Marvin, da Ravenclaw, passava maquiagem enquanto conversava com os Ravenclaws, o que fez Albus rir um pouco. Achou que ela pensava que iria para uma festa e não para um torneio. Estela Marfir conversava com um garoto da Hufflepuff. Seus olhos se pousaram em Albus e a garota sorriu simpaticamente em sua direção.



 



Na arquibancada, ele teve uma surpresa: James estava vestido de verde e prata. A pessoa que Albus menos esperava iria torcer para ele. Com um sorriso no rosto, Albus acenou para o irmão, que lhe devolveu o ato e mostrou a bandeira da Slytherin em suas mãos. Sentindo-se emocionado e orgulhoso, Albus se sentiu mais confiante que já estivera sua vida inteiro. Ao lado de James, ele pôde ver May Joplin olhando para o irmão de Albus com desprezo, uma cara de poucos amigos.



 



Mais para frente, ele reconheceu Zabini, que lançou um olhar ressentido para Albus mas mostou a bandeira da Slytherin com as mãos. Iria torcer para ele, mesmo que o odiasse. um minuto de silêncio imperou no local. Depois disso, a diretora McGonagall chamou a atenção de todos.



 



- Quero que saibam... - iniciou a professora. - Que esse torneio é muito importante para o Colégio. As quatro casas possuem um certo orgulho que eu desejo que seja mantido.



 



Albus viu James fazer uma careta.



 



- Agora, quero que se preparem, pois a prova começa em...



 



Após as palavras de McGonagall, o Potter mais novo respirou fundo.



 



- Um, dois... Três! - disse a diretora e então um sinal foi ouvido, anunciando que a prova tinha começado. Albus seguiu seu caminho até a Floresta Proibida, como fizeram os outros três concorrentes.



 



A brisa suave que percorreu seu corpo não se comparou ao frio interior que sentiu quando se deparou com Aragorn. A aranha parecia medir dois metros de altura e era negra, coberta de pelos para todo lado. Ele olhou em volto para verificar se os outros concorrentes estavam próximos. Ninguém por perto. Albus retirou a varinha do bolso.



 



- Expelliarmus! - ele ouviu Tobias White pronunciar e sua varinha foi atirada para o lado. Ele correu para alcançar sua varinha enquanto assistiu a luta do Gryffindor contra o monstro.



 



- Incêndio! - Tobias exclamou, mirando a aranha.



 



- Aquamanti! – Albus pegou sua varinha e tentou impedir. Um jato forte de água saiu de sua varinha. O fogo foi quase totalmente apagado e foi em direção da aranha, porém o efeito foi nulo pois o feitiço já estava enfraquecido. Então a aranha pareceu perceber a presença dele e se aproximou lentamente, com o olhar enfurecido. Com um único golpe de Aragorn, Tobias foi atirado para trás e caiu no solo liso. Foi o suficiente para Albus pensar em algo.



 



- Accio tronco! - Albus falou, apontando para o tronco caído que estava perto dele. Logo o tronco foi levado para a sua frente. - Wingardium Leviosa!



 



O tronco começou a levitar. Quando já estava em uma altura boa, Albus direcionou-o em direção da aranha. O golpe atingiu Aragorn em cheio. Comemorando internamente, ele notou que o animal foi jogado para trás. Com fúria, ela se recuperou rapidamente e andou em uma direção. Foi quando ele avistou Estela Marfir de longe, carregando consigo sua varinha.



 



- Flipendo! - a garota pronunciou o feitiço, mirando em direção da aranha, que foi atingida em cheio. Cambaleou porém ficou firme.



 



Albus voltou sua atenção para o tronco. Ele aproximou lentamente o pau a aranha, que pareceu se assustar. Então lembrou-se de Hagrid e do quanto ele sofreria se o bicho ficasse mal. Pensou em uma maneira de vencer a aranha sem que ela se ferisse muito. Raciocinou. Poderia fazer ela dormir. Pensou em um feitiço que pudesse fazer ela ficar paralisada, dormir ou desmaiar e então se lembrou:



 



- Petrificus Totalis



 



O jato de luz saiu de sua varinha e o corpo da aranha entorpeceu.



 



Albus suspirou aliviado. A primeira prova estava completa. Estela Marfir se afastou novamente, com um sorriso triste, olhando para Albus com admiração. O menino tentou se encaminhar para o Campo de Provas, onde todos o esperavam.



 



De repente, um barulho repentino surgiu. Algo se mexia dentre as árvores. Ele achou que deveria ser um dos campeões, mas uma gargalhada sonora e maldosa foi escutada e ele estremeceu. Algo foi arremessado para fora das árvores. Era um unicórnio. Estava morto. Ele se surpreendeu e se enojou. Quem mataria um puro unicórnio?



 



Um grito de socorro.



 



- Por favor, me salvem! – pedia Marta Marvin no local. Foi quando Albus decidiu que devia se aproximar. Não estava com medo. Ele podia não ser um Gryffindor, mas também não era tão medroso.



 



Ele se enfiou no meio de duas árvores e caminhou, desviando dos galhos e dos espinhos das plantas rasteiras. Foi quando sentiu algo arder em sua perna. Não havia conseguido escapar de um. Gemendo com a dor, ele continuou. A terra fofa fazia seus passos ficarem mais lentos. Quando ele conseguiu atravessar para o local de onde vieram os gritos, ele assustou-se pela segunda vez. Um grito agudo despertou seus sentidos, fazendo-o estremecer e levar as mãos às orelhas ardentes. Era de Marta. Uma visão horrenda o fez sentir um arrepio na espinha: Marta estava sendo segurada pelo homem que ela vira na visão onde seu pai era assassinado. Sentindo um súbito medo, Albus pensou em dar meia volta e correr. Porém seu instinto protetor foi mais forte e ele sabia que Marta iria ser morta caso ela não impedisse. Reunindo um pocuo de coragem e ousadia, ele alcançou a dizer em voz fraca:



 



- Solta ela! – exclamou com pouca força. O homem virou o rosto em sua direção. Sorrindo maliciosamente, ele deixou a menina cair ao chão. Ela estava já desmaiada e com o sangue lhe escorrendo pelo pescoço. Tinha sido mordida.



 



- Albus Potter. Queria lhe conhecer a tanto tempo…



 



O moreno surpreendeu-se. Estava acostumado a ouvir coisas desse tipo, porém um vampiro dizê-lo… Ele percebeu que ser o filho de Harry Potter tinha mais implicações do que ele imaginava.



 



- Quem é você? – Albus perguntou com nojo.



 



- Drácula.



 



Albus prendeu a respiração. Após ler sobre Drácula em sua aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, aquilo lhe parecia um pesadelo muito ruim ou um presságio de sua morte.



 



- Você quer morrer… Ou se transformar? – perguntou o vampiro de forma sádica. Albus sentiu uma reviravolta no estômago. Ele teria que escolher seu destino? Ele definitivamente não queria virar vampiro. Nem morrer.



 



Drácula se aproximou lentamente e Albus sentiu suas pernas bambearam. A paralisia preencheu seu cérebro e de repente ele esqueceu-se de como andar. O medo preenchia seu peito. Sentiu uma respiração quente em seu pescoço. Ele iria ser mordido. Sentindo seu fim cada vez mais próximo, assim como sua transformação, ele alcançou a fechar os olhos com força.



 



Algo aconteceu. Nada veio em seu pescoço. Drácula tinha se afastado. Albus abriu os olhos para se deparar com o olho azul sereno e preocupado de um Centauro.



 



- Ele já foi. – anunciou a criatura, dando-lhe um leve sorriso. O sangue de Albus voltou a circular, o peso em seu peito diminuía cada vez mais e ele lembrou-se de como andar. A paralisia deixou o corpo de Albus em poucos minutos.



 



- Obrigado.



 



- Meu nome é Felix. Você terá um longo destino pela frente, meu filho. Não se preocupe com seu pai. Já tem uma grande batalha para se preocupar.



 



Albus refletiu naquelas palavras por algum tempo, pensando no que elas poderiam significar. Um forte estrondo surgiu. A prova tinha terminado. Ele assistiu o centauro de afastar e pegou Marta com os braços, caminhando ainda meio entorpecido para o Campo de Provas.



 



- E o vencedor da primeira prova é... Albus Potter! – anunciou McGonagall.



 



Na arquibancada da Slytherin houve festejo. James sorriu orgulhoso para Albus. Oliver jr, da arquibancada da Gryffindor, deu um grande sorriso e Drey e Rose se dividiram entre orgulho e tristeza. Drey, porém, alcançou a rir quando olhou a cara assustada de Albus. Os Sonserinos estavam felizes e até alguns pareceram esquecer que Albus era seu rival, como Finn Zabini, que até sorriu para ele para depois perceber o que fez e fechar a cara novamente. Rindo, Albus foi encontrar os amigos.



 



Capítulo 6: Um Natal alà Weasley



 



Capítulo 6 – Um Natal alà Weasley



 



O natal chegou rapidamente para Albus e Rose. Eles estavam no Expresso Hogwarts junto a Oliver jr e Drey e conversavam animadamente.



 



- Vocês viram o Malfoy? – perguntou Drey.



 



- Cruel e bandido como sempre. – Rose torceu o nariz ao proferir essas palavras.



 



- Estamos chegando. – notou Oliver jr. Não demorou muito para o trem parar na estação. Albus e Rose desceram do trem juntos e começaram a procurar seus parentes.



 



- Albus! Rose! – eles ouviram uma voz exclamar. Viraram-se e deram de cara com tio Rony, que estava junto a James. – Venham cá.



 



Os dois foram apressadamente para junto do ruivo.



 



Todos já estavam na Toca. Faltavam apenas Fleur, Gui e seus filhos, que se atrasavam sempre desde que Albus se conhecia por gente. Talvez fosse que Fleur quisesse se arrumar o dobro de tempo do que a família Weasley inteira. Mas quando ele pensou isso, avistou quatro cabeleiras louras e uma ruiva adentraram o local.



 



- Louis! – exclamou Lílian, abraçando o menino que era mais ou menos da mesma altura.



 



- Salut! Tout va bien pour toi? – o menino cumprimentou, falando francês.



 



- O que quer dizer isso? – perguntou Lílian confusa.



 



- Ele foi alfabetizado em francês, esqueceu? – lembrou-lhe Hugo.



 



- Um belo capricho de sua tia Fleur, se quer sabe. – opinou Gui, recebendo um suave beliscão por parte da esposa.



 



- Alguém tinha que continuar com as gerações Delacour em Beauxbatons.



 



Enquanto isso, Albus e Rose conversavam de maneira bastante animada.



 



- O que será que ganharemos de presente? – perguntou a ruiva. Foi quando outra cabeleira ruiva tomou a visão de Albus.



 



- Lúcia! – cumprimentou o moreno, dando um abraço na prima.



 



- Oi, Albus! – disse a menina com um sorriso malicioso que Albus não entendeu. – Quer uma bala de banana?



 



"O que será que essa menina está aprontando?" pensou Albus, levando as mãos ao queixo. Lúcia era sempre conhecida por suas travessuras, mas dessa vez Albus decidiu arriscar.



 



- Sim, quero. – ele respondeu rapidamente e levou o doce à boca. Foi quando um grande inchaço em seu mamilo lhe despertou. Lúcia levou as mãos à boca e Rose fazia um enorme esforço para não rir.



 



- O que aconteceu? – ele perguntou confuso. Foi quando ele desceu os olhos e observou com horror o que acontecia. Seus peitos aumentavam gradativamente, parecendo seis femininos.



 



- Lúcia! – ele exclamou.



 



- Mana! – repreendeu uma voz ao fundo. Era Molly Weasley, a irmã mais velha de Lúcia. – Nunca mais faça isso.



 



- E adianta, Molly? – Percy resignou-se para a primogênita. – Lúcia não para. Eu estou começando a achar que eu e Jorge trocamos de filhos.



 



- Eu também acho. - Rose opinou, com o rosto vermelho do esforço para não rir. – Fred é muito cdf, reservado... Puxou o tio Percy.



 



- O que está acontecendo aqui? – a pergunta veio de Lílian, que entrou no local acompanhada de Louis e Hugo.



 



- Lúcia aprontou mais uma. – respondeu seu irmão. Foi quando os olhos da irmã se fixaram em seu peito.



 



- Albus, você virou travesti? – não conseguiu se conter a menina, fazendo todos do ambiente rirem, incluindo Albus.



 



- Não, mana...



 



- É a bala incha-peito. – interrompeu Lúcia antes que Albus pudesse terminar a frase.



 



- Engenhoso... – riu Lílian. – Genial. Você ganhou mais um ponto, Lúcia.



 



- Ponto? O que é isso? Uma competição? – indagou Rose, recebendo uma resposta afirmativa de Lúcia.



 



- James está com mais pontos até agora. – ela contou.



 



- Falando no demônio... – apontou a filha de Rony para James, que acabava de entrar com uma expressão de riso.



 



- Adivinhem? Vocês não vão acreditar... – ele deu uma pausa para uma gargalhada insana antes de continuar. – Vitória tem uma tatuagem!



 



- O que? – não conseguiu acreditar Albus. – Vitória?



 



- Sim, a doce e delicada Vitória. – zombou o mais velho.



 



- Mas como? Deixa eu ver! – pediu Lúcia animada.



 



- Fleur deve estar se descabelando. – divertiu-se Percy, para a surpresa dos demais.



 



- Falem para mim. – uma jovem loura e de olhos azuis apareceu na sala. – Fui quase deserdada.



 



- Imagina quando for Dominique. – Rose segurou o riso.



 



- Aposto cinco galeões que a tia Fleur a expulsa de casa. – James fingiu tirar o dinheiro do bolso.



 



- Ai, Ti, que exagero! – reclamou Vitória, em defesa da mãe. – Ela nunca faria isso.



 



- Dominique está planejando cortar o cabelo. – revelou o maior dos Potter. – Aposto também que Dominique será deserdada até os vinte anos.



 



- Vinte é muito! Aposto que até os dezessete! – brincou Lúcia.



 



- Agora é hora de pararem a brincadeira. Molly tem uma coisa muito a dizer. – anunciou Percy, fazendo todos se calarem.



 



- Quando todos estiverem aqui. – esperou a Weasley. Todos da família chegaram no local. – Bem, eu quero falar que... Nunca estive feliz como estou hoje. Acabei de receber o comunicado de que fui a aceita no ministério no Departamento das Leis Mágicas, mas ainda estou em observação.



 



A notícia pegou todos de surpresa. Mas foi então que todos começaram aplaudir e ir abraçar Molly, que estava emocionada, a beira de lágrimas. Havia apenas um ano que ela havia se formado e já havia recebido aquele emprego.



 



- A gente sempre acreditou em você, prima! – felicitou James, orgulhoso. Dominique foi a única a não abraçar Molly, que perguntou.



 



- Por que não vem me abraçar?



 



- Porque não sou puxa saco. – respondeu Dominique com uma careta. Todos ao seu redor riram, já conhecendo o jeito sincero e autêntico da garota.



 



- Você está ansiosa para entrar em Hogwarts ano que vem? – perguntou Rose para a prima.



 



- Ah, um pouco. – riu Dominique. – Nem tanto quando Louis está para entrar em Beauxbatons.



 



Albus e Rose riram.



 



- O que aconteceu com seu peito, Albus? Nunca pensei que você fosse travesti.



 



Após a pergunta de Dominique, a face de Albus ganhou coloração vermelha.



 



- É a bala incha peito da Lúcia. – explicou Rose.



 



- Essa menina... Queria ter toda essa criatividade. – comentou a loura. – O que vocês achariam se eu cortasse meu cabelo?



 



- Que poderia ficar legal. – Albus tentou ser agradável e a verdade é que foi sincero.



 



- Eu quero pintar as pontas de azul e verde. Para ficar parecido com o Teddy. – informou Dominique. – Mas Vitória disse que em vez de ficar parecendo o Teddy ficarei parecendo a Medusa.



 



Rose soltou um riso fraco.



 



- Diz para ela que fazer tatuagens pode deixar aparecendo gorduras localizadas. – deu a ideia a ruiva. – Ela vai tentar arranjar uma maneira de tirar rapidinho.



 



O trio reprimiu a risada que iria vir a seguir.



 



- Isso seria cruel. – discordou Dominique. – E isso não é verdade.



 



- Eu sei, mas ela merece depois que falou que você iria ficar parecendo a Medusa. – ponderou sua prima. – E uma dica: não mexe no cabelo.



 



- Bem, o cabelo é meu e eu faço o que eu quiser com ele. – disse Dominique irritadiça, se afastando da dupla.



 



- Menina de personalidade forte... – opinou Albus com um sorriso divertido.



 



- Foi só uma dica... – Não entendeu Rose.



 



- Rose e Albus venham abrir os presentes! – chamou o pai de Albus. Os dois foram animados até a árvore de natal, onde estavam seus presentes. Harry apontou a varinha para os peitos de Albus e os fez voltarem ao normal.



 



- Quando eu disser três... Um... Dois...



 



Ambos prenderam a respiração.



 



- Três!



 



Tanto Rose e Albus quanto Lílian e Hugo começaram a procurar seus presentes naquela montanha de embrulhos.



 



- Livros! – excitou-se Rose. – E mais livros!



 



- E mais livros. – concordou Albus, meio decepcionado. Não que não gostasse de ler... Na verdade, amava. Mas esperava naquele ano ganhar uma vassoura, ainda mais depois que a professora Cho escrevera aos seus pais contando o ocorrido na aula de vôo. – E roupas. - dessa vez sim houve desânimo.



 



Foi quando um embrulho dentre vários outros com seu nome (que Albus sabia serem roupas só de olhar) chamou sua atenção. Albus leu o bilhete.



 



"Faça bom uso. Seu pai",



 



Albus rasgou o pacote e se deparou com uma capa. Era a capa de invisibilidade. Surpreso e animado, ele retirou-a e colocou-a sobre si. Ele assistiu seu corpo desaparecer em questão de segundos.



 



- Parabéns, Al. – felicitou Rose.



 



- Por que para mim e não para James? – perguntou Albus confuso.



 



- James já tem o Mapa do Maroto. Ele roubou-o do meu escritório uma vez. Imagine ele com os dois... Mas você tem que me prometer uma coisa. – dois olhos verdes se encontraram à medida que Harry falava. – Que você a dividirá com Lílian quando chegar a vez dela de ir a Hogwarts.



 



- Pode deixar pai. – o garoto assentiu. Após abrirem todos os presentes, Albus subiu para seu quarto. Não tinha recebido a vassoura que esperava, mas ganhara coisas bem melhores.



 



Capítulo 7: O Duelo



 



- O Duelo -



 



Albus, Rose e James voltaram à Hogwarts no dia seguinte. Os três estavam andando calmamente pelos corredores quando avistaram uma cena infeliz.



 



- Sectusempra! Para aprender a respeitar seus superiores! - ouviu-se o tom poderoso e imponente de Joplin.



 



- Expelliarmus! - berrou James, antes que mais alguma coisa pudesse acontecer. A varinha de May foi parar metros dalí.



 



- Potter. - ela cuspiu o nome. - Como sempre estragando a diversão alheia.



 



- Diversão? - ele perguntou incrédulo. - Isso é diversão?



 



- Esses primeiranistas têm de aprender a me respeitar. - respondeu a menina, indo pegar sua varinha. - Aceita um duelo?



 



- É claro. - aceitou James. - Incendio!



 



- Aguamanti! - exclamou May antes que o feitiço pudesse a atingir. A água atingiu o fogo, o apagando. - Acho que não foi dessa vez. Reducto!



 



- Protego! - após as palavras do Potter mais velho, o feitiço foi paralisado pela metade.



 



- Rictumsempra!



 



James colocou o feitiço defensor mais uma vez.



 



- Você melhorou Joplin. - elogiou o moreno. - Tsc, tsc. Eu não contava com isso.



 



- Venci os últimos três duelos. - se irritou a garota. – Estupefaça!



 



- Expelliarmus! – pronunciou James e as duas luzes se encontraram, verde contra vermelho. Um choque rompeu o ar e os feitiços rebateram, indo para os lados. – Novamente empate.



 



- Bombarda! – exclamou May. Uma explosão ocorreu perto de James, fazendo com que ele se desequilibrasse e caísse ao chão. Ele se levantou e disse novamente o feitiço de desarmar. A varinha de Joplin voou para longe.



 



- Accio varinha! – James ordenou e a varinha de Joplin voou até suas mãos. Olhando satisfeito para ela, ele virou sua visão para a rival com uma expressão de deboche.



 



- Mas o que está acontecendo aqui? – se escandalizou Minerva McGonagall, que passava por perto àquela hora. – Por que a senhorita Joplin está no chão?



 



- James me atacou do nada, diretora. – mentiu descaradamente a pré-adolescente.



 



- Mentira! Ela estava atacando um garoto! – indignou-se o moreno. – Por falar nisso, cadê o garoto?



 



Ele olhou em volta, procurando sinais do atacado por May. Ele já tinha se ido.



 



- Fico mais tentada em acreditar na versão da senhorita, mas não quero cometer injustiças. – Minerva falou severamente. – Os dois irão cumprir detenção. Juntos. Meia noite na sala do Slughorn.



 



- Meia noite? – perguntou com um sorriso maroto James. Mas aí se lembrou de que teria de ficar sozinho com a Joplin. – Isso é injusto!



 



- Vocês dois há tempos estão precisando de uma lição... – discordou a diretora. – Senhor Potter, senhorita Joplin, licença...



 



A mulher passou por entre os dois, se afastando da visão de Albus.



 



- Essa Joplin é mesmo uma legítima Slytherin. – comentou Rose, quando a McGonagall já tinha se afastado.



 



- Vou ter que te aturar por quanto tempo hein, moleque? – proferiu essas palavras May.



 



- Eu tenho a sua idade, por isso sem "moleque"! – James indignou-se novamente.



 



- Vamos antes que esse lugar se incendeie. – Albus sussurrou para a prima.



 



- Ah, para isso tem o Aguamanti. – brincou Rose, arrancando uma risada do menino dos olhos verdes.



 



- Ah, Rose, só você...



 



A ruiva revirou os olhos enquanto os dois saíam de perto de James e da Slytherin. Os dois andavam rapidamente, até que Rose tropeçou em alguém.



 



- Olha por onde anda, pobretona. – repreendeu Malfoy. – E o filho do cicatriz... Podem fazer o casal do ano.



 



Com uma risada sarcástica, Scorpius deixou-os a sós. Albus ajudou Rose a se levantar.



 



- Casal do ano... – Rose repetiu corada.



 



- Não gosto dele. – comentou Albus.



 



- Eu o também detesto. – concordou a ruiva. Mas sua cabeça não estava nisso nesse instante. Sua cabeça estava agora no comentário que o louro fizera sobre ela e Albus.



 



- Você está bem? – perguntou Albus para a prima, estranhando.



 



- Você é meu primo! – Rose caiu em si. – Como assim casal do ano?



 



- Não sabia que era proibido primos namorarem... – Albus falou brincando.



 



- Bem, proibido não é... – informou a garota dos olhos azuis, até que percebeu que o primo estava brincando.



 



- Esquece isso, o Malfoy pirou na batata. – se envergonhou Albus. Rose apenas revirou os olhos e seguiu seu caminho.



 



- Onde será que estão Drey e Oliver jr? – perguntou Albus para si.



 



- Acho que no Salão Principal. – respondeu a ruiva. – Vamos procurá-los.



 



- Sim.



 



Os dois foram procurar os amigos. Oliver jr estava no Salão Principal, comendo um pedaço suculento de bife.



 



- Oliver jr! – Rose cumprimentou e abraçou o menino, que corou furiosamente. – Dá um pedaço de bife.



 



- É claro. – Oliver jr pegou um pedaço com o garfo e levou-o à boca da Weasley, que o arrancou e fechou a boca, começando a mastigar. – Sua comilona.



 



- Ah, para seu bobo... – divertiu-se Rose.



 



- Onde está Drey? – perguntou Albus interessado.



 



- Está conversando com Hagrid. – respondeu seu amigo. – Quer jogar Snap Explosivo comigo, Rose?



 



- Não. – respondeu a menina. – Vou para onde o Albus está indo.



 



Oliver jr fechou a cara e Albus sorriu para a prima.



 



- Então vamos ir ver Drey.



 



Dessa vez foi Rose quem fechou a cara e Oliver jr quem abriu um sorriso.



 



- Potter. – Albus ouviu uma voz atrás dele. Pensou se tratar de Malfoy, mas logo deu de cara com Zabini.



 



- Finn. – ele respondeu asperamente. – O que foi?



 



- Queria ver se a cota para Weasley e metidos a heróis bananas já estava esgotada. – riu Zabini. – Mas vejo que não. Agora temos também uma para o melhor amigo paspalho e palhaço.



 



- Você nem conhece Oliver jr! – indignou-se Rose.



 



- Pelo pouco que conheço eu já sei. – retrucou Finn. – Olha para a cara dele. Mal posso vê-la sem sentir vontade de dar risada.



 



As bochechas de Albus se avermelharam em fúria.



 



- Fala do meu amigo mais uma vez, Zabini. – começou a ameaçar o Potter. – E você nunca mais irá ver sua varinha de novo.



 



- Vamos ver se você verá a sua... – riu debochado o menino de pele morena. – Expelliarmus!



 



A varinha de Albus voou para longe dele e ele foi levado ao chão..



 



- Accio varinha! – exclamou o moreno e a varinha voltou para sua mão.



 



- Serpensortia! – Finn pronunciou e uma serpente saiu de sua varinha. Albus ficou paralisado pelo medo e viu que a cobra ia em direção a sua prima.



 



- Não ataque Rose! – ele quase berrou, enfurecido. A cobra parou por um instante.



 



- Você gosta mesmo dela, não? – a cobra falou e Albus a entendeu de forma perfeita.



 



- Gosto. – ele respondeu.



 



- Gosta do que, Albus? – perguntou Rose confuso.



 



- Ela é minha prima. Daria a minha vida por ela se fosse preciso.



 



Rose podia não saber com quem ele estava falando, mas ficou emocionada com aquelas palavras.



 



- Você está falando sério? – perguntou com um sorriso bobo no rosto.



 



- Está falando com quem? – indagou Oliver jr, tentando cortar.



 



- Com a cobra.



 



Rose parecia ter esquecido que havia uma serpente no local, assim como Oliver jr. Logo quando Albus falou, os olhos dos dois se abriram em terror.



 



- Alguém faz alguma coisa! – exclamou Rose.



 



- Se virem. – disse Finn antes de se afastar do local.



 



- Não façam nada com ela. – pediu Albus.



 



- Obrigada. - a criatura falou.



 



- Esse sibilo me dá arrepios. – confessou a prima do Potter.



 



- Qual o seu nome? – o moreno olhou com mais intensidade para a cobra.



 



- Cynthia.



 



- Gostei dela. – Albus comentou.



 



- Você... Fala a língua das cobras, Al! – Rose se horrorizou.



 



- Pelo jeito... – Albus se aproximou do animal para acariciá-lo.



 



- Isso é raro. – a ruiva disse. – Salazar Slytherin podia falar com as cobras. Vai ver é por isso que você...



 



- Fui selecionado para a Slytherin? – completou o menino. – Acho que não.



 



Um silêncio incômodo se apossou do local depois disso.



 



Capítulo 8: Cynthia



 



- O que iremos fazer com ela? – perguntou Rose, enquanto os três se dirigiam à cabana de Hagrid.



 



- Não sei. – admitiu o moreno. – Acho que vou ficar com ela.



 



- Você me parece bem do tipo que teria uma cobra de estimação. – divertiu-se Oliver jr. Os três chegaram, para se encontrar com Drey já na porta.



 



- Ah, vocês chegaram! – animou-se a loura, falando com os amigos. – O que é isso com vocês?



 



- É a Cynthia. – apresentou Albus, mostrando a serpente para a amiga, que se aproximou para olhar mais de perto.



 



- É venenosa? – ela perguntou temeRose.



 



- Não sei. – o garoto revelou. – Vou perguntar. Cynthia, você é venenosa?



 



- Não. Mas posso matar. – respondeu a cobra.



 



- Ela não é. – Albus respondeu enfim.



 



- Você consegue falar com as cobras? –admirou-se Drey. – Nunca tinha conhecido um ofidioglota.



 



- Eu descobri agora. – Albus deu um sorriso doce à Drey, que estremeceu. – Se quiser pode mexer.



 



Drey aproximou-se lentamente da serpente e começou a acariciar sua cabeça. O animal estremeceu e enrolou-se em suas mãos. Drey maravilhou-se.



 



- Vamos ficar com ela? – perguntou com esperança. – De onde veio?



 



- Finn atacou Albus e a conjurou. – disse Rose. – Estou pensando em levá-la para McGonagall.



 



- Vamos ficar com ela. – a loura pediu, recebendo um olhar desaprovador da ruiva.



 



- Ela deve ser selvagem. Não acho que goste muito de humanos. – Rose discordou, olhando-a atentamente.



 



- Eu gosto - a serpente falou simplesmente.



 



- Ela gosta. – Albus revelou por ela.



 



- Mesmo assim. – negou sua prima. – Ficar com uma cobra aqui pode ser perigoso.



 



- Você não nega mesmo de quem é filha. – riu Albus, fazendo-a corar encabulada. – Se obtivermos permissão, vamos ficar com ela.



 



- E quem deixaria você ter uma cobra? – indagou Oliver jr.



 



- Hagrid. – respondeu Drey com um sorriso travesso. – Ele com certeza vai autorizar.



 



- Ideia brilhante! – Albus felicitou a amiga e os quatro seguiram em direção à cabine do gigante.



 



- Será que irá ter um baile? – perguntou Rose enquanto estavam andando. – No Torneio Tribruxo, se não me engano, teve um.



 



- Acho que não. No Torneio Tribruxo os alunos eram mais velhos e, além do mais, de outras escolas. – opinou o menino de olhos verdes. – Acho que os alunos mais jovens não gostariam de um baile.



 



- Você é o único do primeiro ano a participar do torneio, Al. – lembrou-lhe a menina dos cabelos quase violetas.



 



- Eu sei Rose, mas mesmo assim. – ele disse incomodado. A verdade é que ele não gostava de dançar e não queria ser obrigado a fazer isso na frente das pessoas.



 



- Eu sei que você não gosta de dançar. – Rose começou a falar. – Mas eu posso te ensinar.



 



- Você iria com quem, Rose? - perguntou Drey curiosa.



 



- Não sei. – respondeu a ruiva incomodada. – Acho que com ninguém... Sei lá.



 



- Acho que ela quer ir com você. – falou Cynthia repentinamente, mas apenas Albus pôde entender.



 



- Você está enganada. – discordou Albus. – Eu também não tenho ninguém pra ir.



 



- Se tiver mesmo o baile... – começou Drey de forma despreocupada. – Vamos juntos. Rose e Oliver jr podem ir em dupla.



 



- Eu não quero ir com o Oliver jr. – rejeitou Rose e a face do menino dos cabelos castanhos escureceu.



 



- Achei que quisesse ir comigo. – ele lamentou. – Que eu fosse seu amigo.



 



- Você é. – desconcertou-se a menina dos olhos azuis.



 



- Então por que você não iria querer ir comigo? – perguntou Oliver jr.



 



- Porque não. – respondeu a ruiva, em um tom de "não pergunte mais isso".



 



- Está bem... – o menino disse de cabeça baixa. – Chegamos.



 



A cabana de Hagrid estava aberta. Eles estranharam e entraram. Hagrid estava encolhido junto ao fogo, tremendo de frio.



 



- Ah, vocês voltaram. – ele reparou feliz ao vê-los. – Fico feliz.



 



- Queremos te apresentar Cynthia. – Albus retirou a cobra debaixo das mangas e a mostrou para Hagrid.



 



- Uma cobra! – admirou-se Hagrid. – Onde a acharam? Não estiveram caminhando pela Floresta Proibida estiveram?



 



- Não. – se apressou a responder Albus. – Finn a conjurou em um duelo.



 



- Zabini. – o meio gigante cuspiu a palavra. – Muito parecido a Draco Malfoy em seus tempos de colégio.



 



- Não mais que o filho dele. – comentou Rose. – Menino arrogante e mimado.



 



- Scorpius é um bom garoto. – defendeu Hagrid, para a surpresa de todos. – Ele pode ser arrogante e mimado, mas isso o pai dele era também. Só que, diferente do pai, ele com certeza tem coração porque me ajuda a cuidar de todas essas criaturas.



 



- Scorpius te ajuda? Não sabia... – Albus falou. – Ele foi bem desagradável comigo.



 



- É, mas bem, vamos falar de Cynthia. – o meio gigante pediu, tentando mudar de assunto. – O que vocês querem fazer com ela?



 



- Pedir autorização para ficarmos com ela.



 



O rosto de Hagrid se iluminou.



 



- Desde que venham com ela me visitar duas vezes por semana.



 



Albus e Drey se entreolharam, sorrindo.



 



- É claro! – responderam juntos.



 



- Está com fome, Cynthia? – perguntou Hagrid preocupado.



 



- Diga a ele que estou. – ordenou Cynthia veemente.



 



- Ela está. – Albus respondeu. Hagrid pegou quatro ratos mortos que estavam escondidos em sua cabana (Albus se perguntou qual animal de Hagrid se alimentava daquilo) e deu para a cobra, que devorou em instantes.



 



- Que gostoso – elogiou a serpente depois de comer.



 



- O que vai ser a segunda prova, Hagrid? - o Potter ficou curioso.



 



- Dessa vez não poderei dizer. Mas posso dar uma dica: terá que conhecer suas fraquezas. – o guarda-caças disse, enigmático.



 



- Que tipo de dica é essa? – indagou Oliver jr, que até pouco tempo atrás estava calado.



 



- Quando chegar a hora vocês vão saber... Quanto a isso, não se preocupem. – Hagrid sorriu simpaticamente para o garoto.



 



- Bem, já vamos indo. – Albus se despediu, levantando-se e sendo acompanhado pelos três estudantes mais Hagrid até a porta.



 



- Bem, voltem sempre. – foram as últimas palavras de Hagrid antes da porta ser fechada atrás dos meninos. As meninas já estavam no gramado, andando de forma rápida.



 



- Albus! Oliver jr! – eles ouviram James dizer por trás deles. – McGonagall tem um anúncio a fazer!



 



Os dois se entreolharam e avançaram para encontrar as meninas, dando-lhes a notícia.



 



Chapter 9: Segunda Prova



 



- Quero lhes comunicar que dentro de duas semanas ocorrerá... – Minerva começou a falar, dando uma pausa de expectativa. – Um baile em comemoração ao Torneio! Cada escolhido será obrigado a participar e levar um acompanhante. E antes disso teremos a segunda prova do torneio, daqui a uma semana.



 



Albus gemeu em frustração. Teria de ir a esse baile e ainda por cima levar um acompanhante... Quem ele levaria? Pensou em Rose, mas logo quando teve essa ideia sentiu duas mãos o envolverem.



 



- Albus! – Drey cumprimentou animadamente. – Lembra que eu disse que se houvesse um baile você poderia ir comigo?



 



O moreno sorriu, aliviado por ter achado alguém como acompanhante rápido.



 



- É claro. – ele confirmou, mesmo que não lembrasse, pois os nervos na hora do anúncio ficaram a flor da pele. - Onde estão Oliver jr e Rose?



 



- Estão brigados. – respondeu a loura, olhando para Albus com certa apreensão. – Ele a convidou e ela não quer ir com ele.



 



Albus lamentou na hora ter aceitado o convite de Drey. Ele poderia ter isso com Rose, com certeza Drey e Oliver jr iriam juntos e nada daquilo estaria ocorrendo. E além do mais, ainda que fosse de duplas, os quatro poderiam se divertir juntos.



 



- Eu vou falar com Rose. – disse o menino, saindo da vista da amiga. Ele procurou no lugar mais óbvio: a biblioteca. O único lugar que Rose ia quando queria se acalmar. Procurou no meio de várias estantes e encontrou a ruiva sentada em uma mesa, lendo Hogwarts, Uma História.



 



- Ei, Rose... – ele chamou baixinho. – Por que não aceitou o convite de Oliver jr?



 



- Porque não sinto nada por ele. - a resposta veio como um baque.



 



- Então ele estava certo. Pensei que ele fosse seu amigo. – Albus falou indignado.



 



- Ele é. Mas o baile... Bem, não me parece um evento para amigo. – explicou Rose.



 



- Então você não iria comigo. – Albus sussurrou ainda mais e o coração da menina deu um tranco.



 



- Eu não disse isso. – Rose tentou concertar. – Mas você é meu primo e tudo mais.



 



- Entendi. – Albus sentiu-se aliviado. O motivo dela não ir com ele seria eles serem primos e não por não gostar dele ou alguma coisa assim. - Eu vou com Drey.



 



- Fico feliz por vocês. – Rose forçou um sorriso. A verdade era que ela não estava. Mas não queria estragar a felicidade do primo.



 



A semana passou rápido. O dia da segunda prova chegou rápido como previsto. Rose e Oliver jr ainda estavam brigados, porém a ruiva já estava começando a sentir falto do garoto porque em toda partida de Quadribol ele lhe fazia companhia. Ela lembrou-se de que ele torceu pela Ravenclaw por causa dela e sentiu-se mal.



 



Albus estava ansioso e nervoso. Não sabia como iria ser a prova e esperava que se saísse bem, pois não tivera tempo de se preparar muito. Ele esperava algo mais difícil do que enfrentar uma aranha gigante.



 



- Você vai se sair bem, Al. – Drey lhe deu forças, deferindo-lhe um beijo em sua testa antes de se afastar. A pele de Albus ficou quente pelo contato dos lábios da garota.



 



- Obrigado.



 



Albus sentiu-se mal por ter se arrependido alguma vez de aceitar o convite de Drey. Ela sempre foi uma amiga dedicada e cuidava de Cynthia quando Albus não podia. Falando em Cynthia, a serpente estava recebendo tratamento de rainha nesse tempo. Como prometido, Albus a levava para Hagrid toda semana e ela recebia montanhas de ratos.



 



- Todos muito deliciosos. – elogiou a cobra no dia anterior, após Hagrid colocar o último do dia (e também o centésimo) em sua boca.



 



Todos estavam no Campo de Provas. Albus se sentia nervoso, porém confiante. Ele olhou para a arquibancada da Slytherin e, para a sua surpresa, viu James e May de mãos dadas.



 



- Sabia que tinha alguma coisa aí. – comentou Estela Marfir. Albus sorriu.



 



- A prova irá ter início em um... Dois... Três... – Minerva deu uma pausa para depois continuar. – Valendo!



 



Albus sentiu-se tremendo. Diante de seus olhos, apareceu uma cópia sua. A cópia sorriu para ele. Ele, meio confuso aturdido, também deu um sorriso. O que significava aquilo?



 



- Expelliarmus! – exclamou a cópia de Albus, que ficou quase sem ação.



 



- Protego!



 



O feixe de luz do Expelliarmus colidiu com o do outro feitiço, parando no meio do campo.



 



- Estupefaça!



 



- Estupefaça!



 



Foi como reflexo. Assim que Albus pronunciou o feitiço, sua cópia fez exatamente igual a ele. Os dois feixes de luz se encontraram. Albus continuou com a varinha estendida, como também fez sua cópia. Os feitiços continuaram se enfrentando. Albus segurava a varinha fortemente, já sentindo uma dor em seu braço e um leve cansaço. Foi quando não aguentou mais e deixou que o feitiço o atingisse. Ele foi arremessado até a arquibancada. Levantou-se zonzo e voltou para o campo de batalha.



 



- Flipendo! – exclamou Albus, mirando sua cópia.



 



- Flipendo! – o segundo Albus também pronunciou o mesmo feitiço. Os feixes de luz se encontravam novamente e dessa vez Albus se sentiu revigorado e aguentou o máximo que pôde na disputa. A cópia abaixou a varinha e recebeu o feitiço em cheio, que o derrubou.



 



- Expelliarmus! – pronunciou Albus e a varinha da cópia foi jogada longe. Ele se aproximou dela e pegou-a. Nesse momento, um barulho foi escutado.



 



- Albus Potter completou a prova! – anunciou McGonagall. Albus sentiu-se orgulhoso de si mesmo e saiu do campo de batalha, satisfeito e se vangloriando. Drey, que estava mais perto, pulou em seu pescoço e lhe deu um beijo na bochecha.



 



- Esse é o meu Albus. – ela elogiou, fazendo Albus ficar bem vermelho. Depois chegaram Oliver jr e Rose.



 



- Sabíamos que você iria conseguir. – disse Rose, com um sorriso doce. – Uma pena a Ravenclaw ter perdido, porém.



 



- Fala para ele, Rosie. – incentivou Oliver jr para ela falar sabe-se lá o que.



 



- Nós vamos juntos ao baile. – anunciou Rose e Albus se sentiu enjoado, mas também ficou feliz pelos amigos.



 



- Tudo por causa da nossa conversa. – revelou Rose. – Você tem razão, ele é meu amigo. Eu fui uma idiota.



 



- Isso não quer dizer que eu não possa ser mais que amigo. – sussurrou Oliver jr para si, mas Albus pôde ouvir e estremeceu.



 



- Escuta aqui. – ele virou-se para Oliver jr. – Se você fizer algum mal a minha prima, pode ter certeza de que eu quebro sua varinha.



 



O menino de cabelos castanhos tremeu levemente.



 



- Pode deixar. – Oliver jr forçou um sorriso. – Ela está em ótimas mãos.



 



- Bom mesmo. – Albus iniciou um contato visual com Oliver jr que pareceu durar minutos.



 



Chapter 10: O Baile



 



O dia do baile chegou rapidamente. Albus olhou-se no espelho a terceira vez, para ter a certeza de que o cabelo não lhe despenteava.



 



- Perfeito. – ele comentou. Após isso, desceu a até a porta do Salão Comunal da Slytherin, onde ele e Drey combinaram de se encontrar. A garota já estava lá, com seus cabelos louros e seus olhos castanhos o observando com admiração.



 



- Você está muito bonito. – a garota elogiou.



 



- Você é que está linda. – Albus tentou agradá-la, falhando miseravelmente. Drey estava com um vestido amarelo e preto, das cores da Hufflepuff. Albus estava com um terno e com uma calça preta social.



 



- Vamos, iremos nos atrasar. – após as palavras de Drey, os dois fizeram seu caminho até o local.



 



Todos já estavam no salão. Albus adentrou o local inseguro, junto a uma Drey animada a falante.



 



- Quero apresentar a banda The Muggleborns. – começou a falar Minerva. – Eles são famosos por tocarem músicas muggles.



 



Ouviram-se murmúrios de lamentação, mais por parte dos Sonserinos. Albus não se importou.



 



- Agora, se não se importam. – McGonagall continuou a falar. – Quero que os participantes do torneio vão ao centro do salão com seus acompanhantes. Imediatamente.



 



Albus engoliu um seco. Sentiu-se mais nervoso do que nunca antes. Drey pegou sua mão delicadamente e o aproximou lentamente do centro do salão.



 



- Muito bem, a dança de abertura será realizada. – eles ouviram a diretora anunciar. Foi nesse momento que uma música começou a tocar.



 



A música era lenta. Agradável aos ouvidos de Albus e parecia também agradar Drey. Albus tentou colocar suas mãos nos ombros de Drey. Rindo, ela baixou-as para sua cintura.



 



- È assim, Albus. – ela ensinou. Depois disso, passou as mãos pelo pescoço de Albus. O moreno estava uma pilha de nervos. Não sabia dançar e Drey, por mais que o ensinasse, não iria conseguir o fazer virar um bom dançarino. Ele começou a dar dois passos para frente e dois para trás. Na tentativa, encostou de leve nos pés de Drey, que os afastou lentamente, para que parecesse ser um passo de dança. Albus agradeceu internamente e continuou tentando dançar.



 



- Tente me girar. – pediu a loura na orelha e Albus, na hora que a música havia entrado em seu refrão. Mas Albus achou melhor não. Vendo que o amigo não iria fazê-lo, Drey girou por si só, ficando mais próxima do rosto de Albus na tentativa. A face do Potter se avermelhou. Ele tremia, tentando acompanhar o ritmo da loura. Olhou para seu rosto. Os olhos castanhos de Drey se encontraram com os verdes de Albus. Drey sorriu levemente para o garoto e tentou dar outro giro. A música já estava entrando em seu segundo refrão.



 



And I don't want the world to see me



 



Cause I don't think they understand



 



When everything is made to be broken,



 



I just want you to know who I am.



 



A música entrou no instrumental. Drey e Albus dançaram lentamente, dois passos para lá, dois passos para cá.



 



- Essa música é linda. –comentou Albus. – Os muggles têm bom gosto.



 



- É mesmo. – concordou Drey. – Muito bom gosto.



 



Entrou novamente no refrão. Dessa vez, Albus não perdeu tempo e girou Drey, que ficou de frente a ele de novo.



 



- Ei, olha a Estela Marfir. – apontou discretamente a loura. Albus se virou para olhar a concorrente, sem se perder no ritmo da música. Estela Marfir era, provavelmente, a pessoa mais destrambelhada que Albus conhecia. Nesse momento ele olhou para o público e viu Rose junto a Oliver jr. Sua prima lhe sorriu de maneira doce e Albus retribuiu o sorriso. Continuaram dançando até a música terminar.



 



- Muito bem. Agora a pista de dança será aberta a todos. – anunciou Minerva.



 



- Vamos ir conversar com Oliver jr e Rose. – Albus deu a idéia e Drey acatou. Os dois procuraram o casal de amigos e os encontraram em uma mesa, sentados e conversando.



 



- Oi, Al! – cumprimentou Rose. – E Drey...



 



- Oi Rose, oi Oliver jr. – a loura sorriu simpaticamente para os dois. – Vamos dançar os quatro. Essa música é mais animada.



 



- Deixa para depois. – negou Rose. – Vão lá vocês dois.



 



- Eu não estou afim... – reclamou Albus e Drey se emburricou.



 



- Ah, vamos lá, Albus. – pediu a menina.



 



- Está bem.



 



Albus estendeu a mão para Drey e deixou-se guiar até o centro do salão. Estava tocando uma música animada, que Albus não conhecia. Parecia ser bruxa, pois falava das casas de Hogwarts. Parece que depois de tantas insistências dos alunos da família bruxa eles começaram a tocar músicas mais conhecidas pelo pessoal de Hogwarts.



 



Cause baby I´m a Slytherin,



 



Girl, you are a Gryffindor.



 



- Não gosto dessa música. – Drey fechou a cara. Albus pensou ser a letra.



 



- Por quê? – ele perguntou. – Parece divertida.



 



- Um Sonserino e uma Gryffindor. – explicou a garota, torcendo o nariz. – Não combina.



 



Albus riu.



 



- Bem, ela é minha prima, mas digamos que eu namorasse a Rose... – Albus levantou os ombros. – Seria normal. Sem brigas, discussões... E o James e a Joplin.



 



- Esses dois ainda se matam. – riu Drey. – E você e a Rose... Lembram-me muito as histórias do seu pai com a mãe dela, eu li em alguns livros esse ano...



 



- Nunca pensei nisso... – Albus admitiu. – Mas acho que tem razão. Nossos pais nunca tiveram algo e são muito amigos, como eu e ela.



 



- Eu acho que retiro. – Drey assustou-se. – Por que na mesa ela estava me fuzilando com o olhar.



 



- Falando nisso, cadê ela? – perguntou Albus, percebendo que Oliver jr estava saindo do salão, parecendo confuso e perdido. Vendo aquilo, Albus sentiu o coração palpitar de preocupação.



 



- Não sei. – disse Drey, sem dar importância.



 



- Vamos ir lá, Oliver jr parece estar procurando-a. – Albus pediu e os dois foram procurar a prima de Albus. Ela não estava no Salão. Os dois procuraram no local inteiro. Depois encontraram Oliver jr na saída da pista.



 



- Vocês viram Rose? – ele preocupou. Parecia preocupado. – Eu a perdi de vista quando ela foi buscar ponche.



 



- Estamos procurando. – contou Albus. – Procurou no dormitório da Ravenclaw? Você pode pedir para algum Ravenclaw entrar lá.



 



- Já mandei o Lack procurar. Ele não achou. E é muito metido, se quer saber.



 



- Também... – começou a falar Drey e os olhos dos dois se pousaram nela. – Ele é bonito, entrou na equipe de Quadribol no primeiro ano, tira notas excelentes...



 



- Quer entrar pro fã clube? Nathan está precisando de novos membros. – tirou sarro Oliver jr, recebendo um beliscão de Drey.



 



- Vocês estão procurando Rose? – eles ouviram uma voz delicada e feminina dizer. Era Brayanna Grover, uma menina do segundo ano da Gryffindor– Não devia estar lhes contando, mas acho que fiquei preocupada. Ela está na Floresta Proibida. Eu vi um cara pálido a levando. Ele disse que se eu contasse a alguém estaria morta. Mas é o certo a fazer.



 



Albus sentiu seu sangue ferver. Drácula. Com certeza era ele. Deu um olhar a Drey e depois outros para Oliver jr. Os concordavam em uma coisa: Rose tinha que ser salva. Albus não estava disposto a perder a prima. Não em um momento como aquele.



 



- Vamos para a floresta. Você se quiser também pode vir com a gente. – Albus disse para Brayanna, que apenas confirmou com a cabeça.



 



- Vamos. – ordenou a garota, passando as mãos pelos cabelos negros e cacheados, em sinal de nervosismo. Seus olhos azuis gélidos, geralmente gélidos, estavam agora com certo medo, que desapareceu em uma fração de segundos. Então os quatro andaram pelos corredores, procurando a saída do castelo.



 



Chapter 11: Resgatando Rose



 



Eles estavam saindo do castelo quando avistaram o Professor Longbottom andando com sua filha de nove anos, Jolie. Ela tinha cabelos louros, iguais aos do pai, lisos e que lhe batiam nas costas e também olhos esmeraldas, brilhantes, que lembravam muito Albus dele mesmo. Dois olhos verdes se encontraram e Albus se desesperou. A menina sorriu-lhe de maneira doce e lhe deu uma piscadela. Albus corou, com expectativa de ela estar flertando com ele, mas então percebeu que aquilo significava que ele não iria ser entregue. Isso se confirmou quando ela apontou para a direção oposta. Albus corou novamente, dessa vez com vergonha. Oliver jr suprimia a risada ao lado de uma Drey enciumada.



 



- Vamos aproveitar. – disse Brayanne e todos foram para fora do castelo. Hogwarts era realmente esplêndida quando vista do lado de fora. Eles seguiram até a floresta, escura e sombria, rodeada por pontos verdes e marrons que distorciam sua visão.



 



- Pessoal, vamos nos dividir. – falou Albus. – Oliver jr, você e Drey vão para a direita. Eu e Brayanne iremos para esquerda.



 



Os três assentiram e cada um foi para um lado. Brayanne seguiu Albus colada, com um ligeiro medo. Albus sentia seus joelhos bambearem a cada barulho que ouvia. Mesmo assim, os dois continuaram andando. Teve um momento em que Brayanne pegou na mão de Albus, como para ter a segurança que necessitava. Albus estremeceu ao ouvir algo vindo das árvores e continuou seu caminho, sem rumo algum, apenas querendo encontrar Rose o mais rápido possível. A mão de Brayanne era suave e delicada. Albus de repente lembrou-se das mãos de Drey e se avermelhou, agradecendo a escuridão do local para que Brayanne não percebesse.



 



- Estou ouvindo um barulho de choro... – revelou Brayanne. – Um gemido leve.



 



- Você tem uma audição boa, então. – Albus estranhou. – Eu não estou ouvido nada.



 



Mas não era verdade. Albus logo ouviu também algo parecido a um choro leve, em um tom que obviamente seria da prima.



 



- Melhor irmos. – Brayanne opinou e Albus a seguiu até onde estava o barulho do choro. Albus prendeu a respiração. Drácula estava em pé, com um sorriso maníaco no rosto e Rose estava presa a uma árvore, com cara inchada de choro. Brayanne estremeceu levemente e retirou a mão da de Albus delicadamente.



 



- O que ele pretende fazer? – ela perguntou.



 



- Eu não sei. – respondeu o moreno, apertando os punhos fortemente, tentando conseguir forças para ir até onde a prima estava.



 



- Rose! – ele exclamou, saindo da árvore e se aproximando de onde a ruiva estava. Drácula deu uma forte gargalhada e olhou para o garoto, com um brilho nos olhos.



 



- Estava a sua espera. – disse o vampiro. Albus ficou confuso. Brayanne falara que o vampiro tinha pedido para ela não contar, para ele e para os outros, o que ele fizera com Rose.



 



- Como assim? – perguntou confuso. O homem pálido deu então uma gargalhada cruel e arrastada.



 



- Eu sabia que a doce, tola Brayanne iria contar. – explicou o morto vivo. Albus olhou para a garota, que lhe deu apenas um olhar triste.



 



- Você conhece Brayanne? – estranhou o moreno.



 



- Ah, deixe-me explicar melhor. – Drácula revirou os olhos vazios e sem vida. – Ela é minha filha. Uma dhampira inútil.



 



Brayanne parecia estar à beira de lágrimas e Albus olhava dela para Drácula, confuso e penalizado. A garota era meio vampira.



 



- Mas agora será necessária. – Drácula continuou e Albus assistiu a mandíbula de Brayanne se alargar levemente.



 



- Para quê, pai? – a menina perguntou trêmula e confusa.



 



- Preciso que você se una a mim. – pediu Drácula. Foi quando os olhos de Brayanne se estreitaram em fúria.



 



- Nunca! – exclamou com força a pequena dhampira. Drácula rugiu.



 



- Então sinta a sua destruição!



 



Dito isso, o vampiro seguiu em direção aos dois. Albus sentiu a respiração fraquejar e o seu corpo entorpecer, fazendo com que fosse impossível dar alguns passos, ou até mesmo fugir.



 



- Vamos, Al! – Brayanne agarrou a mão do garoto e a de Rose e começou a correr, levando consigo o peso do menino e da ruiva, que mais pareciam dois bloco de gelo. Com suas velocidade e força anormais, que já não precisava mais esconder, logo eles estavam perto da entrada da floresta. Foi quando Albus pisou em algo e caiu. Brayanne o ajudou a se levantar e pegou também o objeto pelo qual ele tinha tropeçado. Era uma pedra.



 



- É só uma pedra. – comentou e ia colocando a pedra de volta ao chão quando Albus a impediu.



 



- Não. Eu ouvi falar dessa pedra. Meu pai a colocou aqui. – o moreno informou.



 



- E o que isso faz? – perguntou a menina. Rose olhou para o primo, também parecendo curiosa.



 



- Com isso nós podemos... Falar com os mortos. – contou o Potter. Os olhos de Rose e Brayanne se alargaram.



 



- Onde estão Oliver jr e Drey? – lembrou-se Rose repentinamente.



 



- Drácula pode tê-los encontrado. – estremeceu Brayanne.



 



- Albus! Rose! – eles ouviram alguém conhecido chamar. Era Hagrid. Ele se encontrava acompanhado de Drey e Oliver jr, que foram em sua direção.



 



- Até que enfim apareceram! Procuramos na floresta inteira... – revelou Hagrid, aliviado pelos três estarem a sAlbus. – O que aconteceu?



 



Rose, que tinha o raciocínio mais rápido, logo inventou uma história para que Hagrid e seus amigos não se preocupassem.



 



- Albus e Brayanne me encontraram chorando. Encontramos os centauros, que nos protegeram, e também encontramos isso. – a ruiva apontou para a pedra. Logo se arrependeu, achando que não era a escolha mais certa a fazer.



 



- Uma pedra... Por que a guardaram? – indagou Hagrid desconfiado, mas não fez mais perguntas. – Dêem-me ela. Vou escondê-la amanhã novamente na Floresta. A prova final do torneio será amanhã...



 



- Nós sabemos. – Albus disse ligeiramente nervoso.



 



- Boa sorte, Al. – lhe desejou Drey.



 



Capítulo 12: O Verdadeiro Sonserino



 



O Verdadeiro Sonserino



 



Albus entrou na arena temblando, tentando não parecer confiante mas estar seguro. Ele escutou um ruido proviniente do outro lado da arena e tornou a olhar o desafio: Uma criatura com quatro cabeças, uma era a de uma serpente, outra era de um leão, as restantes uma águia e um texugo.



 



Estremeceu. Era como se toda confiança se esvaísse. Como se toda sua motivação fosse lareira a baixo. Começou a refletir sobre o que era realmente terminar com a má reputação dos Sonserinos.



 



Fazer um ato Gryffindor? Albus tinha certeza que não era nem ao menos Gryffindor. Ou de qualquer casa que não fosse a escolhida pelo Chapéu. De que valeria por sua vida em risco? Os Sonserinos não continuariam tendo o maior número de bruxo das trevas dentre as casas? Alguns alunos, mesmo que fosse um número bem reduzido, iam continuar sendo preconceituosos. Ele percebeu de golpe que a maioria sabia que nem todos os Sonserinos eram preconceituosos. Pelo menos, até agora, ninguém o acusara de ter preconceito. Horácio Slughorn lutara bravamente contra Voldemort e aceitava nascidos muggles no Clube do Slugue.



 



Começou a se perguntar se valeria a pena afinal.



 



Sabia que os outros achariam que era covardia. Mas o que era coragem, afinal? Arriscar a própria vida sem motivo? Apenas para ser reconhecido pelos outros? Para dar uma honra que nem ao menos seria honra? Tinha algum motivo decente para enfrentar aquela Químera? Ele sabia bem que a vida de ninguém estaria em risco. Assim como Dumbledore, Minerva McGonagall nunca se atreveria a fazer uma coisa dessas: deixar livre o risco de alguém morrer.



 



Ele começou a se perguntar o porquê não era covardia enquanto corria na direção oposta ao monstro. Ele sabia que podia desistir agora mesmo e sua vida estaria salva. Coragem era a de seu pai: ele arriscava o pescoço sim, para salvar vidas. Porque algo estava em jogo. E ele sabia que, naquele instante, nem mesmo a dele estava em risco.



 



Decidiu que era o ato mais corajoso que ele poderia esperar de alguém como ele. Levantou sua varinha e soltou fagulhas.



 



Albus Severus Potter tinha paralisado o monstro em vez de matar



 



O choque foi aparente no rosto de todos. Dos torcedores, de sua família que assistia. Os Sonserinos ficariam indignados. Talvez menos se percebessem o que ele tinha percebido. Ele mostraria que era bom sendo ele. Sendo o Albus, não apenas o Sonserino. Sendo sem preconceito, sem sede de poder e sabendo o verdadeiro motivo do chapéu saber que ele era um verdadeiro Sonserino: ele era determinado. Inteligente. E como qualquer pessoa decente Slytherin tinha certo desprezo pelas regras.



 



E a regra de Sonserinos terem preconceito, serem maus, sem caráter o suficiente para alcançar suas ambições por meio de jogo sujo. Jogo sujo e injustiça.



 



Era totalmente errada.



 



Dizem que são nossas escolhas, muito mais do que nossas qualidades, que fazem quem nós somos.



 



Ele escolheu não ser das trevas simplesmente por falar a língua das cobras. Ele escolheu usar as habilidades para o bem em vez de simplesmente para o mau. Ele escolheu ser ele mesmo, em vez de ser todas aquelas as expectativas.



 



Ele percebeu que estava honrando sua casa. Não apenas isso: estava honrando quem ele era.



 



Seu pai aproximou-se, dando-lhe um abraço.



 



- Você com maior pontuação do que outros. QUE ORGULhO



 



Não é que ele não gostasse de ser o melhor. Mas ele percebeu que enfrentar uma Químera em uma atitude desmedida não o faria melhor do que os outros. Seu pai, como um verdadeiro Gryffindor, também entenderia.



 



Albus também percebeu que ele entendia melhor que muitos que estavam na arquibancada, torcendo pela Slytherin. A coruja de Albus pousou em seus ombros e ele lhe acariciou carinhosamente.



 



- Com Cynthia em casa vai ser bem difícil para essa aí. – brincou Harry. Albus sorriu.



 



- Não se preocupe, ela não vai devorá-la. Ou a Barney – assegurou Albus, mencionando o furão. – Eu garanto. Eu falo com ela.



 



Harry sorriu. Nem parecia surpresa o fato do filho falar com as cobras.



 



- Sabe filho, nunca tivemos uma admiração tão grande por alguém quanto hoje tive por você. – confessou sinceramente o pai de Albus.


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