Testemunhas



  Para todos naquela escola eles eram inimigos, todos acreditavam que ambos se odiavam mais do que tudo e que ambos, algum dia, lutariam um contra o outro. 



 



  Eles eram água e óleo, fogo e gelo, grifinória e sonserina, Vida e Morte; Inimigos naturais, opostos, Yin e Yang. 



 



  Ninguém se surpreendia ao ver os dois brigando por hogwarts, ninguém se surpreendia ao vê-los pelos corredores se azarando ou se batendo, as palavras de ódio, os gritos e os xingos já não eram novidade para nenhuma pessoa. 



 



  Mas ninguém sabia o que acontecia quando a noite caia e os dois se esgueiravam pelos mesmos corredores onde brigaram horas antes, ninguém via seus encontros a luz do luar, ninguem nunca viu os beijos e juras de amor às margens do lago negro.



  Foi sob as estrelas que ambos deram o primeiro beijo, foram as estrelas que presenciaram todas as juras de amor dos garotos, foi na torre de astronomia que os garotos tiveram suas várias noites de amor, pois quando o sol raiava ambos deveriam fingir se odiar, ambos deviam esconder tudo o que sentiam mesmo que no fundo de seus corações o único desejo de ambos era correr até os braços do outro e nunca mais se soltarem.



  O grifinório nunca pode dizer aos amigos onde fora tantas vezes durante a noite, nunca pode explicar por qual motivo nunca se relacionou com ninguém, mesmo que várias meninas tentassem lhe chamar a atenção. já o sonserino nunca soube explicar aos amigos o motivo de aparecer com um sorriso bobo e apaixonado ou que marcas eram aquelas que marcavam seu pescoço após as noites de amor.



  Harry ainda lembrava das fugas que ambos faziam até a floresta negra quando a saudade era demais, lembrava de como Draco fora paciente ao lhe ensinar francês para poderem enviar cartas um ao outro mais tranquilos, lembrava de como o garoto ficará desolado por ter sido um dos escolhidos para o torneio tribruxo e como a cada dia ele chorava mais por medo de lhe perder. Conseguia também se lembrar das vezes que deitados em uma clareira o loiro lhe dera aulas sobre as estrelas, lembrava do loiro lhe apontando cada estrela e constelação enquanto lhe explicava quais eram e como fora carinhoso ao lhe apresentar a estrela mais brilhante de Canis Majoris, Sirius, após a perda de seu padrinho. 



 



  O moreno nunca soubera qual a pior lembrança que tinha, se era lembrar a dor nos olhos de Draco quando Gina o beijou, ou se era horas depois quando conseguiram finalmente se encontrar Draco parecia destruído e ele realmente estava, o choro desesperado era tão sofrido que fazia Harry querer lhe abraçar e não soltar mais mas ele não pode nem se aproximar, ou se foi a dor que sentiu ao ter o relacionamento terminado. 



 



  O mesmo ficará semanas sem vontade de sair da cama, levantar lhe era um mártir ainda mais quando via como Draco também parecia mal, a dor de vê-lo e não poder tocar ou se aproximar e de saber que nunca poderia ver seu sorriso outra vez pois nunca poderiam assumir um ao outro. 



 



  Mas Harry acreditava que o pior momento de sua vida foi, após algumas semanas, Draco desaparecera, foram meses de puro desespero sem notícias do amado, até que durante a batalha de Hogwarts, Severo finalmente lhe dera uma resposta antes de morrer, em meio às lembranças. 



 



  Harry vira Draco, estava chorando desesperado enquanto seus pais e o próprio professor o olhavam confusos, e qual não foi sua surpresa ao descobrir que Draco estava grávido! Ele pode ver onde o esconderam e que Draco deveria estar quase quase ganhando a criança naquele momento. Harry estava tão ansioso para encontrar-lhe e conhecer seu filho, mas nada em sua vida era fácil, ele era uma horcrux e deveria morrer para que a batalha fosse ganha. Pensar na criança que o amado gerava lhe dera forças para seguir em frente e aceitar a morte, mas não morreu, ele sobreviveu pela segunda vez à maldição da morte. 



 



  Mal se lembrava de como tudo ocorreu depois, mas se lembrava que assim que acabou correu como nunca antes e assim que pode aparatar foi até o chalé Malfoy e lá encontrou o loiro dando a luz, foram longas horas até a criança sair mas Harry se sentiu realizado ao vê-lo, era tão branquinho e pequeno quanto aquele que lhe carregara, mas a surpresa maior foi quando a parteira disse que havia mais um, e ele veio, era maior que o irmão e tinha pele morena como a sua, seus dois filhos, seus dois tesouros. Scorpius e Albus haviam acabado de vir ao mundo para encher de alegria o coração dos dois jovens. 



 



  O mundo entrou em caos após Harry voltar, com dois bebês no colo alegando estar noivo de Draco Malfoy, seu até então inimigo. 



 



  Gina fizera um escândalo, Ronald e Hermione nem mesmo conseguia olhar para o amigo, se sentiam traídos, os Weasley se afastaram e menosprezaram e muitas críticas, teorias e tentativas para separar-lhes foram feitas mas ambos permaneceram firmes. 



 



  Foi numa noite estrelada que ambos casaram, em uma cerimônia simples e casual, pois as estrelas sempre foram testemunhas de seu amor, nada mais justo do que firmarem seus votos sob elas. 



 



  Harry e Draco criaram juntos os filhos e depois, com a morte de Andrômeda, o afilhadinho do moreno, Teddy Lupin, as três crianças eram muito unidas, mas também muito arteiras, os dois não podiam se distrair que eles explodiam alguma coisa.



 



  Já fazia onze anos desde a guerra e nunca mais havia falado com os amigos ou aqueles que lhe eram importantes, não por falta de tentativas, mas ao olhar para seu peito e encontrar o loiro dormindo tranquilamente não lhe dava vontade nenhuma de o acordar, mas tinham que fazer, era um dia especial, pois seria a primeira vez que embarcariam os garotos no Expresso Hogwarts, tinha que confessar, estava animado para ver o que aqueles três pestinhas iriam aprontar juntos, e já até preparava alguns discursos e maneiras de lidar com a fúria do antigo sonserino para ajudar os garotos, pois eram perfeitos Potters, bagunceiros energéticos e com um grande apreço por quebrar todas as regras possíveis e impossíveis, embora Harry tivesse certeza que os três iriam para a Sonserina, aqueles lá eram perfeitas cobrinhas e isso lhe enchia de orgulho pois aprendera que ser dessa casa não era ser mau, a sonserina não era e nunca foi a casa dos vilões, eles apenas assumiram os seus, diferente das outras que os negavam com todas as forças.



 



  No fim, ambos realmente eram opostos naturais mas se amavam acima de tudo e as estrelas eram as maiores testemunhas disso.



 





 


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