Sou Electra Black.

 

*Electra*

- oi- disse uma garota de cabelos cheios e pele escura- sou Helena Hooke, ou só Lena.

- oi, eu sou Electra Black- me apresentei e ela estendeu a mão, parecia um gesto antiquado, mas apertei mesmo assim.

Só restava um vagão que não estava lotado, nele estava um dos Potter, o mais novo, e um garoto albino.

-podemos?

O albino assentiu e entramos.

Coloquei meu malão em cima, num compartimento vazio e me sentei, Lena fez o mesmo.

- você viu aquel... -começou Lena.

Um pigarro alto a interrompeu, o albino nos olhava fixamente.

- sou Roger Smith- ele cumprimentou. 

- oi, eu sou Alvo- cumprimentou, timidamente, o Potter. Ele era bonitinho e fofo.

- Electra- acenei.

- Helena.

- entããão, como eu ia dizendo- continuou Roger- acho que ir para a Lufa-lufa seria o mesmo que me condenar, visto que lá só tem fracassados- foram palavras o suficiente para me fazer detestá-lo. -Sonserina é a melhor opção.

- Sonserina para o sonso- disse eu, Alvo e Lena riram- combina.

A porta do vagão se abriu e o outro Potter entrou, ele nos olhou e sentou ao lado de Al.

- fiquei sabendo que meu irmão estava com Smith, pensei que fosse seu irmão, mas não acho que você seja melhor, só vim aqui para avisar o tanto que este vagão esta infectado- disse ele, realmente, sua expressão era compatível com sua fala.

Vai dar merda, vai dar merdaa. Localizei minha varinha no bolso, qualquer coisa eu usava desarmamento, mas se não der tempo? Pensou uma parte de mim tem que dar, respondeu a outra.

- agora que você chegou só piorou, não se preocupe, basta você e seu irmão saírem que desinfecta- respondeu Roger, idiota.

- é melhor você se cuidar garoto, normalmente não ataco primeiranistas, mas nada me impede de abrir uma exceção.

- tenta, ou é medroso demais- zombou o albino

- cala boca, Roger- alteei minha voz, por Merlin, esse garoto ainda vai se machucar.

- não me mande calar a boca sua sangue... - ele estava vermelho.

- silencio- meu feitiço parece funcionar, ele não conseguiu terminar seu xingamento. Ele saiu irritado do vagão, batendo os pés e tentando gritar.

- ei, isso foi muito bom- Potter sorriu e me parabenizou- eu sou Tiago Sirius Potter- Sirius.

- obrigada- por Merlin, ele era muito bonito- Electra.

- eu sou Helena.

- e aí, Helena?- Tiago deu uma piscadela

- Electra- chamou Alvo -, para qual casa você quer ir?

- não sei- respondi com sinceridade- quase toda minha família foi para a Sonserina- pude ver a surpresa no rosto dos meus novos amigos-, só teve um que não foi, espero que aconteça o mesmo comigo.

- qual a sua família?- perguntou Tiago desconfiado

- Black- os Potter me fitaram, desacreditando.

- Black? Achei que o nome tinha se perdido- disse Alvo

- achei que não existisse mais nenhum vivo- concordou Tiago.

- restam três- expliquei- minha mãe, meu irmão e eu.

- vocês não estão na arvore genealógica dos Black- Alvo disse- a que está num quarto da nossa casa.

- realmente- sorri- minha mãe a reconstruiu em nossa casa, mas o motivo é simples, meu bisavô, Alphard, foi retirado quando ajudou meu primo, Sirius. Minha mãe também o queimou na tapeçaria, mostrando que não concorda com ele- soltei um riso amargo.

- aaaaah, sendo assim, nós nos completamos, não, Black?- Tiago me deu um sorriso maroto.

A porta do vagão se abriu novamente, alguns segundanistas enfiaram a cabeça e chamaram Tiago.

- entãão- ele se levantou- foi um prazer te conhecer Black. E você também Helena.

- até mais.

- tchau.

A porta se fechou e Tiago se mandou com seus amigos.

- qual casa?- perguntei para Lena.

- Corvinal, ou Grifinória- respondeu- Grifinória, Al?- Alvo assentiu- Black, acho que você vai para uma dessas casas também, você tem jeito de corajosa e se mostrou bem inteligente agora.

- obrigada, tomara que fique todo mundo junto.

- concordo- sorriu-, bem, vamos nos trocar.

Assim que nos trocamos eu comprei alguns doces e feijões de todos os sabores, quando o expresso chegou à Hogwarts enfiamos o que sobrou nos bolsos.

- primeiranistas, comigo- chamou um homem alto e barbudo- primeiranistas

Al, Lena e eu fomos até o homem gigante. Ele estava em cima de um barco sob o lago.

- você, mocinha,- ele apontou para mim- vem comigo.

- certo- virei para os meus amigos- vejo vocês lá.

- três em cada barco- anunciou o gigante- venha garota- ele sorriu gentilmente- eu sou Hagrid.

Subi no barco e peguei o remo. Olhei para Hagrid e avaliei sua expressão, era um rosto gentil, mas algo estava errado, seus olhos estavam chorosos.

- Hagrid, você está bem?

-estou sim,criança- sorriu- você é a Black?

- sim, como sabe?

- você tem o mesmo brilho e sorriso que um dia teve Sirius, grande homem, ele.

Sorri, chegamos a beira do lago logo, e nos dirigimos à entrada do castelo, era uma figura magnífica, com certeza. Passamos pelo portão e entramos no saguão.

- agora iremos para o Salão Principal, lá decidiram a que casa vocês pertencem, tomem cuidado com Pirraça, o Poltergeist, ele normalmente está flutuando aprontando com os alunos, primeiranistas principalmente.

Ele abriu a porta para o Salão, nele haviam quatro longas mesas, cada uma para uma casa, e em frente a essas mesas, no fundo do Salão, estava a mesa dos professores. Hagrid nos levou a frente das mesas, onde haviam colocado um banquinho com um chapéu velho. Fizemos uma fila e ouvimos um longo discurso da diretora, Minerva McGonagall.

-...e agora, o Chapéu Seletor os encaminhará para a casa a qual o coração pertence- assovios, gritos,palmas- venha para frente, Roger Smith.

Roger, o albino metido, se encaminhou para o banco, o Chapéu mal tocara sua cabeça quando disse Sonserina.A mesa da Sonserina explodiu em assobios e gritos de comemoração

A próxima foi Regina, foi encaminhada para Corvinal, novamente comemoração. Samirah, Lufa-lufa, comemoração. A lista continuou, comemoração.

-Helena Hooke- a menina se adiantou, estava claramente nervosa, tropeçou antes de chegar ao banquinho.

- bem, beem- o Chapéu pensou um pouco- Grifinória.

- Alvo Potter- ele estava nervoso, com certeza nervoso.

- Grifinória- anunciou o Chapéu. Comemoração.

- Electra Black- não sei como, mas consegui chegar ao banco sem cair, tropeçar, vacilar.

- hmm, Black?- disse o Chapéu baixinho- sua linhagem está enraizada na Sonserina… mas você é diferente. Seu coração não está lá, embora você fosse ter muito sucesso. Você é esperta, poderia ir para a Corvinal, mas é corajosa e intensa, fiel...o que seu coração deseja?- ele refletiu por um momento- para a casa dos ousados- decidiu- Grifinória!

Vivas, pulsos socando o ar e alguém em particular gritava mais alto, Tiago. Juntei-me a mesa de minha casa, sentei junto com meus amigos, que me abraçaram.

- sabia que era um leão- disse Tiago radiante.

- todos juntos- Alvo comemorou.

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- foi um dia e tanto, hein?- comentou Lena, quando entramos em nosso dormitório.

- foi perfeito, definitivamente perfeito- concordei

- Tiago não tirou os olhos de você.

- e nenhuma garota tirou os olhos dele, ficaram todas babando nele- ri- deve ser o pegador.

- provavelmente- ela sorriu-, mas pelo menos é gatinho.

 Ficamos acordadas conversando por um bom tempo, até que o sono nos obrigou a ir para cama

Grifinória. Era a prova que eu precisava, não sou como minha família, nem nunca vou ser, agora que tenho certeza disso não preciso mais disfarçar na frente daqueles malditos puro-sangues. Muahahahaha.

 

No primeiro dia de aula, na hora do café, meu morcego Batman trouxe um berrador.

- abaffiato- dito e feito.

- PORQUE VOCÊ NÃO PODE FAZER ALGO BOM PARA VARIAR?! COMO DIABOS VOCÊ PODE ENTRAR PARA A GRIFINÓRIA? ESQUECEU SUA FAMÍLIA? VAI SE MISTURAR COM ESSES SANGUE-RUINS? APOSTO COMO VOCÊ JÁ NÃO FEZ QUESTÃO DE FAZER AMIZADE COM ESSES IMPUROS. JÁ CHEGA, É HORA DE VOCÊ SEGUIR O FLUXO QUE NOSSA FAMÍLIA SEGUE, MALDITA TRAIDORA DE SANGUE- assim que a gritaria acabou o envelope vermelho se dissolveu.

- obrigada mamãe, me orgulho de não ser como vocês- falei sorrindo, desfiz o feitiço e Lena perguntou o que era. - um berrador da minha mãe. Acho que está um pouquinho brava por ter vindo para Grifinória, isso é como um bônus.

- mas a Grifinória é uma boa casa...

- eles acreditam na elite do puro sangue, a Sonserina mostra a linha de pensamento deles.

- e aí, Black, Hooke- cumprimentou Alvo- beleza?

- e aí?- disse.

- beleza.

- qual nossa primeira aula?- perguntou Al.

- Feitiços, com o Prof.ª Lovegood- respondeu Lena- junto com Lufa-lufa.

- e aí, Al, beleza?- um garoto do sexto ou sétimo com cabelo verde chiclete o cumprimentou.

-e aí, Teddy?

- é melhor você comer rápido, se não a gente vai se atrasar- Lena olhou no relógio- eita, melhor a gente ir agora, tá quase na hora

- tá bom, ta bom- Al pegou um pedaço de pão enfiou na boca e fomos meio andando meio correndo para a sala de Feitiços, no segundo andar.

A Prof.ª Lovegood era loira com olhos grandes e sonhadores, quando entramos ela pareceu ter despertado de seu mundo, ela sorriu e nos pediu para sentar.

- bem, hoje irei ensinar vocês o feitiço de levitação. Peguem suas varinhas- todos obedeceram- o nome do feitiço é Wingaridium Leviosa, e esse é o movimento que a varinha tem que descrever- o movimento era simples e suave- agora, levitem alguma coisa, pode ser um fio de cabelo, mas quero todos tentando.

- Wingaridium Leviosa- primeiramente queria acertar a pedra em cima da mesa, mas depois desviei o feitiço para a mesa inteira. A mesa levitou acompanhando a direção que minha varinha apontava. A professora me olhou e sorriu.

- muito bem- parabenizou- 10 pontos para Grifinória. É a Black?- confirmei com a cabeça- será um prazer te ter como aluna.

Os outros alunos ainda tinham dificuldade em levitar os objetos, Al foi o próximo a conseguir, levitou alguns livros da mesa.

- muito bem, Al- a professora passou por ele sorriu- 5 pontos.

Uma garota da Lufa-lufa levitou a cadeira ao seu lado

- 5 pontos para a Lufa-lufa- anunciou

 

Tivemos mais duas aulas, Poções com a prof.ª Chang e História da Magia, com um fantasma chato.

-agora?- perguntei para Lena.

-é um horário livre, ah por Merlin, que aula chata.

- Poções ou História da Magia?- perguntou Al.

- as duas.

- ah, eu gostei da aula de Poções- disse Al. Ganhamos mais 10 pontos para Grifinória

- você gostou porque é bom- reclamou ela- eu sou horrível, fora que ainda derrubei pus de dragão na minha roupa.

Fomos para o Jardim e sentamos na sombra de uma árvore, assim que sentei reparei que tinha alguém nos seguindo.

- ei, sonserino, o que você tá fazendo?- chamei.

- nada, só te confundi com alguém e queria ver se estava certo- mentira, claramente uma mentira.

- certo, porque não senta aqui?- ele parecia solitário.

- não vou me sentar com a sangue-ruim- disse apontando para Helena, okaay.

- a “sangue-ruim” tem nome, é Helena- disse irritada- com certeza ela é muito melhor que seus amiguinhos da Sonserina.

- não tenho amigos na Sonserina- respondeu

- mais uma razão para não ser arrogante e negar amizade.

- não vou falar com a sangu...- ele me olhou- trouxa- corrigiu

- é uma grande perda, mas sente mesmo assim.

- sou Will Blood- se apresentou.

Tiago chegou irritado olhando para Will

- o que esse idiota seboso faz aqui?- perguntou.

- eu sou Will, não sou idiota, você que é, sem cérebro- Will levantou e puxou a varinha. Óbvio que era idiota, Tiago era muito rápido.

-levicorpus- o feitiço fez Will ficar de ponta cabeça- quem é idiota agora, hein? Felipe vem cá- um garoto louro chegou e começou a dar risada.

- já está vermelho- disse ele- vamos ver a cueca dele, deve ter coraçõezinhos- risadas

- chega Tiago- gritei com ele- desce ele agora.

- ele estava te enchendo, Black- disse ele- merece.

- não, você quem está- gritei, lembrei o contra-feitiço- liberacorpus.

Perfeito. O feitiço o fez descer, ele estava tonto, tanto que caiu no chão.

- sai daqui, vai- eles fizeram isso, mas Tiago não saiu feliz nem pediu desculpas, acho que ele era assim, e se fosse, eu não queria ser sua amiga.

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