Amigos ou Inimigos



Tudo bem, ela não estava 100% disso ela sabia. Seus músculos estavam doloridos, sua cabeça e ouvidos zumbiam por ter ficado embaixo da água gélida mas e daí? Sarah era uma Leoa! Estava acostumada a ter dificuldades desde o seu primeiro ano! Como ele ousava deixar ela fora de uma partida decisiva daquelas? Tentou argumentar com a professora Minerva que veio lhe ver no dia seguinte, dia do jogo mas ela foi categórica, ele era o capitão, se ele disse que ela estava fora, bem, ela estava.


- Isso não é justo Olivia... – dizia ela naquela manhã momentos depois da professora Minerva ir vê-la, quando tanto Olivia quanto Emme vieram ver como ela estava. - ... só por conta de uma brincadeirinha boba...


- Não foi brincadeira Sah... – respondeu Olivia agora preocupada - ... quem te prendeu no lago congelado queria te ver mortinha...


- É minha amiga... James estava furioso quando chegou na torre ontem a noite, creio que ele deva achar que Bellatrix foi a “forra” pelo lance do “morrendo de frio” no saguão.... – Emme então coçou a sua nuca e completou - e se não fosse por Lupin, ele tinha invadido as masmorras atrás de quem fez essa brincadeira. Que cá entre nós, foi de muito mal gosto.


- Mas... mesmo assim...- tentou argumentar a garota mas Olivia a interrompeu.


- contando com você são duas a menos no time... – disse ela agora voltando a ficar séria – Lene, os pais dela sofreram um acidente e ela voltou para casa para o enterro. Era isso o que a professora McGonagall queria falar com ela.


- Pena que ela ficou sabendo pelo Profeta e não pela professora... – disse Emme - ... que modo mais horrível de se saber algo assim.


Depois de ouvir aquilo, bem, Sarah teve que dar o braço a torcer de que realmente estava fazendo um carnaval por um assunto sem nenhuma importância. Sentia por Lene, realmente ela não merecia saber que os pais tinham morrido por um jornaleco de quinta como estava o Profeta Diário. Na verdade ninguém merecia. Afundou em seus cobertores e decidiu que o que estava decidido não podia ser contestado, então seria melhor ela ficar por ali mesmo ou tinha certeza que iria invadir o campo.  Na realidade Sarah sentia mais era o orgulho ferido por ter sido tão descuidada. James a advertira para abrir os olhos, tomar cuidado e não sair sozinha. E ela por conta de sua estúpida teimosia, tinha feito exatamente o contrário.


“Agora é tarde para chorar pela poção derramada...” – disse ela para si mesmo enquanto vestia suas vestes limpas que Olivia tinha lhe trazido.  O jogo tecnicamente já teria terminado quando voltasse a torre e esperava que pelo menos a Gryffindor tivesse ganho. Assim se sentiria menos pior.


Tocara seu peito como era de costume. Tocar na pedra que fora do seu pai geralmente lhe dava conforto. A história dessa pedra era até meio estranha, na verdade quem a olhasse presa em seu pescoço como diria sua avó, acharia que era uma bijuteria baratinha, era uma pedra azul polida, parecida como um cristal azul lapidado em forma de lua crescente. Seu cordão era de couro cru, bem rústico. O encontrou por acaso quando tinha 10 anos dentro de um pomo de ouro no meio das coisas antigas de seu pai. Na ocasião, ele estava a serviço do Ministério da Magia. Não sabia exatamente o que estava fazendo ou procurando, pois mesmo seus avós não sabiam explicar. Porém, seus avós guardaram tudo o que puderam (e conseguiram) dos seus pertences em um pequeno baú, o qual Sarah o escondia como seu mais precioso tesouro. Eram pequenas recordações de sua juventude, como fotos, ingressos de jogos, e é claro um pomo de ouro.


Ela era muito nova para lembrar-se, mas ele desaparecera em meio a uma missão e nunca mais fora encontrado. Por esse motivo ela queria ser uma Auror, queria saber exatamente o que havia acontecido. O ministério dissera que ele havia “um acidente”, topara com um mendigo trouxa e este o acertou com uma arma de fogo o levando a morte. Então se ele havia morrido, onde é que estava o corpo? Sarah relutava em acreditar nisso, sua própria mãe, que era uma trouxa não acreditou que isso pudesse ser verdade tanto que mesmo não conhecendo magia ou a burocracia do Ministério,  por suas próprias mãos tentou procurar alguma pista. Mas Sarah nunca soube dizer se encontrara alguma coisa, afinal, enquanto estava visitando seus avós aos 10 anos, a casa em que vivia explodira, consumindo tudo o que havia nas chamas.


“Eu vou realmente saber o que houve...” – pensou ela enquanto via o sol se por do lado de fora. O tempo naquela enfermaria demorava a passar.


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Moody sempre fora um senhor exótico, por assim dizer. Nunca deu uma única razão para que duvidassem de sua palavra embora deixasse claro a quem ele realmente servia. Nunca se curvou aos corvos do Ministério, e talvez por sua competência em colocar bruxos das trevas em Azkaban estava ocupando o cargo como Auror desde que Charlus Alex Potter assumira o posto como Chefe. Porém como era de se esperar, o ministério inteiro estava a mercê de bruxos das trevas. Voldemort, ou “aquele que não se deve ser nomeado” estava adquirindo forças e ele sabia que não demoraria muito ele provavelmente estaria se mostrando ao mundo bruxo com toda a força. Ah quem o comparasse com Grindewall, mas ele, Moody, achava apenas que ele era um homenzinho patético carente de atenção, só isso. Mas com o Chefe dos aurores afastado,  Alex precisava de bons informantes dentro do Ministério assim como Dumbledore. Por esse motivo ele ainda permanecia e agüentava o azedume de Amycus e Alecto Carrow. Assim como o de seus míseros discípulos.


Amélia, uma de suas fieis discípulas no Ministério havia “fraudado” um comunicado dele de três dias atrás dizendo que tinha ido investigar uma possível pista de Alex do outro lado do país. Claro que a atual chefe do departamento dos aurores, Alecto Carrow e na sua opinião o ser mais desprezível que o ministro poderia colocar no cargo afinal, o cheiro podre de seguidores das trevas impregnava aquele Ministério de cima a baixo, não se convenceria tão fácil. O seu irmão, Amycus também estava de olhos bem abertos para cima dele, era de costume ser seguido por “olhos furtivos” de ajudantes daqueles dois, principalmente por ter sido ele o “fornecedor” da passagem de ida dos irmãos para Azkaban. Sabia que mais cedo ou mais tarde seria uma das próximas vítimas da dupla de irmãos, afinal, não tinha a confiança de ambos, mas também sabia que para eles era mais difícil ainda servir ao seu “Lord” e manter a pose de bons moços. Mas Alex precisava de gente de confiança no Ministério. Ele, Amélia e Cygnus eram os únicos com quem poderia contar no momento, já que sua esposa Lana seria uma presa fácil se assumisse novamente seu cargo ministerial.


Ele sabia que não eram um número muito favorável contra a luta as trevas, porém sua missão agora era conseguir quanto mais bruxos fosse possível para lutar contra a corrupção suja que o Ministério vinha sofrendo. E fora com esse pensamento que voltara ao ministério naquela manhã. A prioridade estava estampada nas paredes da Ala dos Aurores, o rosto do amigo Alex tomava conta de toda a parede mostrando a prioridade que era em tê-lo preso.


Mas como Dumbledore também o tinha advertido, teriam a chegada de novas delegações estrangeiras para o torneio internacional de duelos em Hogwarts, e a segurança tinha de ser redobrada no castelo. Embora soubesse que tinha bruxos muito competentes lá, a bondade do amigo Dumbledore o deixara cego e sem faro para a sombra negra que ele, com anos de experiência sabia que já se propagava como uma planta pegajosa que se enraizava pelas paredes.


Sentou-se em sua mesa, e começou a folhear a enorme pilha de papel que nela havia. Casos banais que não tinham nada haver com o assunto de que era considerado o mestre. Artes das Trevas. Estava ai algo que ele, em seus vários anos de estudo era renomado.


Não era um praticante, porém era um vasto conhecedor do assunto. Tão bom era que sua mente já funcionava como a de um bruxo das trevas, porém voltado simplesmente para o bem. Cruzara as pernas enquanto relia o relatório do desaparecimento de Cygnus, não demoraria a algum daqueles imbecis dos atuais “chefes” virem lhe interrogar ou tentar em vão tirar algo dele. Estava sentado em sua mesa enquanto verificava a pilha de papéis que a chefe dos aurores agora tinha lhe deixado. Parecia que ela o queria longe das ruas o que o deixava ainda mais mau humorado afinal ele fora feito para enfrentar o mal de frente não por traz de uma mesa. Era só uma questão de tempo até os bruxos partidários do "Lord das trevas" começarem a botar suas garrinhas de fora, e ele não ia perder essa chance de desmascará-los só precisava era de uma chance.


Estava concentrado na leitura quando a estrangeira auror que viera para ajudá-los acabava de chegar e pela sua fisionomia algo muito ruim havia acontecido. Ele sabia, pelo menos por altos que ela tinha capturado um dos comensais novatos, mas ele aparecera morto dentro do departamento de mistérios e nada nem ninguém soube dizer como isso foi acontecer.


Ele é claro deduzia mas, não tinha provas de que realmente fora um dos irmãos que agora dirigiam o departamento mesmo porque, eles não tinham dado as caras ali desde o desaparecimento de Cygnus.


"Deve ser por causa das escoriações que sofreu por ter se metido com Cygnus.... - resmungou ele enquanto levantava os olhos para ver a jovem que entrava os cumprimentando.


-Buenos ... Digo... Bom dia... – cumprimentou a jovem morena.


- Bom dia... - respondeu ele educadamente olhando tudo em volta. A jovem tinha um brilho no olhar que lhe dizia que mais uma aliada estava a caminho.


- Sr Moody, gostaria muito de hablar contigo unos momentitos...


Moody olhara para a jovem e dera sinal para ela sentar-se, mas como já era do seu jeito de ser, não gostava de conversas em lugares suspeitos e o Ministério não tinha "só ouvidos" como também olhos e línguas BEM venenosas ultimamente.


-Yo sei que nossa prioridade é a captura do Potter, não é? Pero, existem coisas que a meu ver não se encaixam... Tenho noção que é perigoso falar sobre isso no ministério, mas créo que o senhor talvez seja o único com quem posso compartilhar isso... . – afirmou a novata o que fez com que o mago sorrisse por dentro levantou-lhe a cabeça muito interessado no que ela tinha a dizer, estavam com baixas na resistência e quanto mais simpatizantes com sua causa melhor.


-Primeiro: O Comensal que capturei foi encontrado morto... Não me passa outra coisa na cabeça que só fizeram esto, para que el nom acabasse passando informações importantes para nós... Segundo... O senhor terá de concordar, pois não consigo deixar de desconfiar da Srta Alecto. Desde o desaparecimento de Cygnus e la moerte Del Primero Ministro trouxa, ela está desaparecida... Nom dá noticias, isso é de deixar qualquer Uno que tenha um pingo de inteligência com La pulga atrás da orelha...Estamos investigando o Potter a tempos, Sr Moody, mas não consigo encontrar nada em seu histórico que o incrimine. Lí tudo sobre el, relatórios, feitos, prisões, histórico escolar e nada... me convence que ele é praticante das trevas... Agora, Nossa Chefe, é um caso Muy deferente... No é para no mínimo, ficar desconfiada, señor? Estoy trabajando aqui, não por ser fiel ao ministério... O que eu quero, é descobrir la verdad e punir quiem merece. Creio que o ministério deva ajudar nisso, mas as coisas estão bem confusas por aqui...


Moody então coçou a cabeça e seus cabelos que começavam a ficar um tanto claros devido a idade. Já tinha visto muita coisa e se sabia exatamente algo era diferenciar uma maçã ruin de um cesto, mas no caso da Srta. Cortez era o contrário, achara uma maçã boa no meio de um cesto ruin.


- Pensamento encorajador minha cara... - disse ele finalmente depois de um suspiro - ... posso afirmar-lhe que a nossa Srta. Carrow estava sim no local onde o Primeiro Ministro trouxa foi morto... e não duvidaria se tivesse algo haver com o súbito desaparecimento de Cygnus e sua família- então abaixou o tom de voz e com a varinha usara um feitiço que bloqueava a conversa deles para ouvidos enxeridos - ... mas estava exatamente do lado onde a Srta Suspeita... - e riu com um esgar antes de continuar - ...Alecto Carrow é tão princesa de contos de fada quanto eu! Fui eu quem a mandou para Azkaban com seu irmão idiota, assim como metade dos comensais da morte que por algum motivo foram inocentados e colocados como iguais a bruxos decentes por aqui... e quanto a Alex Potter... não achou nada que o comprometesse por que realmente não existe nada contra ele. Nunca vi Auror mais dedicado e "odiador" de Artes Negras do que ele e cá entre nós se alguém como ele estivesse do lado das trevas, metade do ministério já tinha partido dessa pra melhor.- Então dera um suspiro e olhara em volta para disfarçar, não poderia comprometer ninguém e muito menos deixar a amostra seu real objetivo naquele lugar. - Ouça... aqui realmente não é o melhor lugar para conversarmos sobre suspeitas, a não ser que queira se juntar a Potter na lista dos mais procurados. Não me tiraram ainda porque sabem que estaria fora de seus alcances e é melhor Moody embaixo do nariz do que fora solto por ai... - olhara mais uma vez em volta e entregara-lhe um papel para disfarçar - Poderemos conversar em outro lugar, mas não aqui, se quiser algo de minha parte, aconselho conversar com Amélia Bonnes, ela é estagiária e tem contato com a maioria dos bruxos confiáveis assim não levantaremos suspeitas, irei almoçar com ela mais tarde, se quiser aparecer poderá acompanhá-la. Ela também pode explicar melhor o que vem acontecendo e o caráter dos nossos chefes de departamento.


Então sorriu estendendo a mão como se estivesse apenas prestando um favor a jovem, era preciso manter as aparências, não poderia correr o risco de deixar seus pupilos sozinhos em um departamento onde não se sabia quem poderia partir para o Lado das trevas. Seu olho bom prestando o máximo de atenção que podia na jovem auror a sua frente, enquanto seu outro olho girava tentando captar tudo que conseguia. Qualquer movimento por mínimo que fosse ele saberia. Mal colocara a jovem auror a par de que era perigoso que conversassem ali e então, como de costume lhe dissera que seria melhor ela ir almoçar com a jovem Bonnes, assim seria melhor que conversassem. Moody era um tanto quanto fácil de ser notado, e se a vissem com ele com certeza a colocariam na lista de suspeitas e praticamente perderiam um membro da resistência em potencial.


- Sr. Moody ... Tenho alguns pergaminhos que precisam de sua assinatura... e... só por curiosidade... quem foi que assassinaram? Não vi nada no Profeta diário e o pior, é que ouvi alguns aurores conversando quando cheguei... é alguém importante?


Moody prestara atenção e percebera que Amélia havia ido até ele apenas para ver se tinha alguma informação, e a inquietação de Analucía fora mais que obvia para alguém cujo treinamento fora com Lorigan Bruce. Moody pegara os papéis e com um movimento rápido assinara as folhas, porém como era de costume, sua assinatura aparecia e momentos depois sumia para garantir que ninguém usaria seu nome para outros fins.


-Bom, Senorita Bones... Sou Analucía Cortez, auror transferida do México, como estás? – disse a auror e Moody tratou de fazer as apresentações.


- Esta é Analucía, Bonnes... e estava me perguntando sobre a nossa Chefe... a Srta Carrow... e suas reais intenções para com os membros aqui desse departamento.. – disse ele dando ênfase na palavra “reais”.


- Agora a pouco, tocamos tu nombre aqui e creo que temos que conversar um poquito. Assuntos importantes...  Temos que hablar fora daqui... horário do almoço, si chica? Hasta...


- Tenha um bom dia Srta. Cortez... e aqueles relatórios preciso deles até o fim do dia Heinnn?? – disse ele em alto e bom som já que vira com seu olho mágico olhos muito impertinentes. Então com o olho bom encarara Amélia e sentara-se novamente na cadeira murmurando baixinho para que só ela ouvisse – Acho melhor apenas você se encontrar com ela, faça parecer algo casual, se me virem novamente com ela poderemos perder uma possível aliada está ouvindo?- Viu a jovem menear a cabeça discretamente, pegara a varinha novamente enquanto ela arrumava os papéis para sair. - Ah Bonnes... dê um jeito de despachar isso pra mim sim? – disse ele fazendo um floreio com a varinha e enviando o pergaminho selado mas sem nenhuma escrita nele como sempre fazia para ver se alguém tentava capturar suas informações. – Londres e para o mesmo endereço de sempre.


Quando a jovem saiu da sua sala, Moody sentou-se mais uma vez na sua cadeira, apoiou os pés sobre a mesa e ficou a fingir com o olho bom que relia alguns pergaminhos. Com o olho mágico continuava a examinar todos os movimentos de seus inimigos. Em meio a seus preciosos papeis encontrou algo extremamente interessante. – Ora, ora.. – murmurou ele em um tom de voz mais baixo ainda. - ... o que temos aqui...


Eram anotações de Cygnus feitas para o Ministério da magia enquanto estava infiltrado. Até a última data, Voldemort estava perseguindo informações sobre uma possível lenda local. Uma lenda mágica cujo todo e qualquer bruxo contava a história para seus netos em uma noite em frente ao fogo. Ele mesmo Moody, lembrava-se de seu velho pai lhe contar sobre a ilha das maças repletas de moças lindas, chamadas sacerdotisas. Que tinham o dom de predizer o futuro.


- Seria muito bom ter uma dessas agora... – disse ele para si mesmo e rindo da própria piada. Porém a cada pedacinho escrito que lia, seu semblante ficara ainda mais sério. Voldemort estava atrás de um pergaminho, na verdade não era um “mero pedaço de papel”, era as instruções de como chegar a Inys Withrim, ou como todos conheciam Avalon. – Mas o que é que ele iria querer com a Ilha das maçãs? – Como se lembrasse de algo, reuniu todas as suas coisas com a varinha, e mais que depressa ele pegou essas anotações, e fizera uma copia de todas sem que ninguém percebesse. As escondeu sobre as vestes. Precisava falar com Albus o quanto antes.


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Quando finalmente voltou a torre da Gryffindor aquele dia, não havia festa o que queria dizer que tinham perdido o jogo. Ninguém tocava no assunto embora tenha encontrado Ammy e Amos Diggory festejando. Ele todo preocupado veio pedir como ela estava, afinal todos tinham ficado sabendo do desfalque, e em pleno salão a professora Minerva disse que não perdoaria mais esses “ataques” ou qualquer “brincadeira” contra nenhum aluno. Se despediu dos lufanos e seguiu seu caminho até o salão principal onde iriam servir o jantar. Não tinha um pingo de vontade de comer mas havia combinado com Olivia de que assim o faria. Não tinha visto ou falado com James ou nenhum dos marotos desde o dia anterior o que lhe deixou com uma sensação estranha. Contudo, assim que chegou pode ver várias cabeças debruçadas sobre um jornal. Emme questionando o fato de como um comensal da morte pode ter sido morto dentro do ministério. Sarah lembrava-se de ter visto algo na edição anterior, aquela auror, Cortez, havia sido ela quem o tinha prendido. Ela olhou entre as cabeças de Alice e Emme e podia ver a mesma Auror gesticulando furiosa ao lado de duas outras pessoas com um semblante que lhe dava arrepios. Foi então que Remus veio até ela com um sorriso um tanto estranho.


- Er... Sah? – disse ele e ela então se virou – James pediu que o encontrasse na torre de astronomia depois do jantar.


Por alguns minutos, Sarah ficou tentando processar o que ele havia dito, pensou até mesmo em perguntar por que raios aquele maroto não tinha ido até ela em carne e osso e lhe perguntado. Mas tentou afastar esses pensamentos, Lupin não tinha nada haver com o que estava acontecendo entre eles, então apenas sorriu e disse que depois do jantar iria vê-lo. E foi o que fez. Mal conseguiu engolir alguma coisa. Algo dentro dela dizia que havia alguma coisa muito errada. Mas sem se deixar abater, Peter ficou incumbido de ser sua “guarda pessoal” até chegar as escadarias que levavam a torre de astronomia. Silenciosamente subiu as escadarias enquanto Peter desaparecia no andar abaixo. Assim que chegou ficara parada na porta, não sabia se entrava e chamava sua atenção ou se simplesmente esperava ele a notar. Optou pela segunda opção. Achara estranho ele evitar tanto falar com ela e depois chamá-la para um encontro. Mas não questionou, mesmo por que seu coração estava apertado e algo lhe dizia que tinha tudo haver com o que tinha acontecido não só na noite anterior como desde que começara a sair com ele.


Podia-se ver quase todo o território da escola daquele terraço semi aberto onde ela lembrava muito bem de ver as estrelas e suas posições. James então guardou algo que estava em suas mãos e continuou olhando para longe. Sabia que algo muito perturbador passava pela mente daquele maroto e como era de se esperar, ela já tinha uma idéia do que ele tentaria. Mas não ia ser tão fácil assim, mesmo que fizesse de tudo por ele, abandonar essa guerra ela não faria. Um frio em seu estomago como se tivesse engolido um bloco de gelo começou a se espalhar por todo o corpo no instante em que pela primeira vez naquele dia olhara em seus olhos.


- Não sei como começar Sah – disse ele a encarando. A garota permanecera séria, apenas cruzou os braços o encarando tentando com todas as suas forças manter-se firme.  Ele então continuou - Voldemort subestima o Amor, acredita que o verdadeiro poder vem da destruição, da dominação e do medo... Para ele não interessa como vai conseguir seus objetivos, ele apenas passa por cima do que for necessário para conseguir o que quer, me entende?


E como ela entendia, famílias se desfazendo, pessoas inocentes morrendo... havia muita dor no mundo e mesmo ela temia por seus avós, era a única família que ela tinha. Mesmo sentindo um nó na garganta não o interrompeu.


- Voldemort está caçando meu pai, ele sabe que meu velho oferece grande risco para seus planos... Meu pai correndo perigo significa que toda minha família corre perigo, Sah...- Jamais ela esqueceria aquele olhar, poderia viver 100 vidas e jamais esqueceria a maneira com que vira o brilho maroto completamente extinto. - Sah, você viu hoje com seus próprios olhos o que aquelas cobras Slytherianas podem fazer! Sarah entenda quando Voldemort mandar essas cobras malditas me pegar, para tentar chegar ao meu pai, e eles vão tentar me pegar.... – ele então fez uma pausa e voltou a falar - Então eles vão tentar me atingir usando as pessoas que eu amo e estão próximas de mim... E os garotos sabem se cuidar e eles se completam... Mas não posso permitir que você corra esse perigo...


A garota ainda tentava absorver o que as últimas palavras quando se dera conta de que ele a encarava, era a primeira vez que via ele a encarando daquela forma. E duvidava que alguma outra pessoa já o tivesse visto assim.  Mas mesmo assim não fazia parte do seu gênio ficar para traz enquanto seus amigos iam para uma batalha e não ia ser agora que faria isso. Respirou fundo e andou até a janela e virou-se para ele novamente.


- E acha que me mantendo longe... vai me deixar segura? –  disse ela séria porém com um tom de desafio na voz. – James, você não aprendeu nada nessas lutas e combates que tanto se orgulha? Acabou de dizer que Voldemort passará por cima de qualquer coisa... – então respirou fundo mais uma vez -  ...  Ninguém está a salvo, Potter...  não importa com quem andamos ou que família pertencemos... podemos morrer de qualquer forma...  e não vai ser me mantendo longe de você que vai me proteger... sabia muito bem onde estava me metendo quando... – Sarah desviou os olhos dos dele por alguns minutos e então respirou fundo, não ia admitir que estivesse apaixonada por ele no exato momento em que queria se afastar dela, então voltou a encará-lo tentando ao máximo conter o nó que havia aparecido em sua garganta. - ... Se  quer se ver livre de mim James acho melhor bolar uma outra desculpa... pois prefiro morrer lutando ao seu lado do que me esconder e aceitar a derrota... – sim ela foi realmente dramática, mas jamais tinha tido tanta certeza em algo que havia dito. Seus olhos brilhavam como o dourado da grifinória, e um breve silêncio incômodo ficou entre os dois. Tinha de ser forte, por mais que seu coração estivesse sangrando por dentro. O dia definitivamente não podia terminar pior do que estava, já tivera de agüentar ter sido vítima de verdinhos, sim ela tinha uma vaga idéia de que tinha sido coisa deles, ter sido vítima de um Depulso e depois praticamente congelada, e agora isso? Ok, não tinha nenhum compromisso com Potter, pelo menos não havia descoberto realmente o que tinham mas a cada dia, seu coração era mais e mais apaixonada por ele.


Não soube explicar o que estava sentindo, a única coisa que poderia fazer era agüentar até as últimas forças para não desabar ali mesmo no instante em que terminou de dizer-lhe que não desistiria ou se esconderia fosse o que fosse que viesse pela frente.A maneira com que James lhe olhara a fez desejar estar em seus braços mas...


“Não... você não é mais um troféu...” – mentalizou ela tentando novamente engolir o nó que havia se formado em sua garganta.


- Você não entende... Não estou pedindo que se esconda e muito menos que aceite a derrota! Somos discípulos de Godric Gryffindor, o destemido! Sei que vai lutar e nunca te desencorajaria a isso! – disse ele com certa urgência na voz.


- Ah não? – disparou ela sem pensar – E o que exatamente está pedindo? Que me afaste de pessoas as quais eu daria a minha vida só porque corro perigo? – Viu James dar-lhe as costas e isso a deixou ainda mais irritada. Fechou os olhos tentando conter a raiva mas estava terrivelmente difícil, sua respiração já estava rápida o suficiente para se tornar ofegante mas quando abriu os olhos e tomou coragem para disparar o que sentia... – Não sou idiota James eu...


Não conseguiu terminar, quando deu por si já sentia os lábios de James nos seus e não conseguiu se segurar. Suas pernas ficaram bambas, o coração disparara no peito como jamais havia feito antes. O toque dos seus lábios fez o corpo todo da garota estremecer. Lutava consigo mesma, uma parte de seu coração queria jogá-lo longe mas seu coração a desmentia no momento em que se vira realmente nos braços do garoto. Não conseguira explicar o que sentia, em um minuto as mãos que havia tentado o afastar agora mergulhavam em seus cabelos o acariciando levemente. Não vira quanto tempo se passara, mas, quando sentiu James afastando-se dela, parecia que tinha corrido o campo todo de quadribol. Sentiu James então se afastando, e ficara realmente sem entender.


- Você corre perigo ao meu lado... – James se afastara novamente A garota novamente cerrou o cenho e lhe olhou séria.


“Que raios aconteceu aqui?” – pensou ela pronta para rebater fosse o que fosse que James dissesse.


- Não me olhe assim, não estou te chamando de donzela indefesa! Mais é real... A guerra vai contemplar a todos, aqueles que querem lutar e aqueles que não querem, porém Sarah Perks... Neste exato momento ter qualquer contato intimo com um membro da família Potter significa assinar uma sentença de morte... Não me venha dizer que morreria lutando ao meu lado, pois jamais permitiria sua morte... JAMAIS! Não me perdoaria por isso, nunca! – falou o garoto, e ela notou a seriedade em sua voz.  Não sabia o que doía mais, ele dizer para se afastar dela ou não a olhar nos olhos enquanto dizia isso.


- A vida é correr riscos James Potter... hoje posso estar aqui mas amanhã posso cair da vassoura e quebrar o pescoço... – disse séria, o coração completamente destruído, por que razão a beijara daquela forma então? Por pena? Um tiro de misericórdia? Não pode terminar sua linha de pensamento pois sua ouviu a voz dele novamente.


- Quero que se afaste de mim! Passe mais tempo com as meninas, acho que vai estar mais segura... Se os informantes que tem no castelo, perceberem que estamos afastados você correrá menos perigo... E com as aulas da AG, vai entender como nós marotos nunca fomos realmente pegos em flagrante... Isso vai te ajudar... Acho que vai...


Ouvir aquilo foi como sentir um punhal atingindo seu coração e torcendo para que cada vez ele entrasse mais fundo em seu peito. Contendo-se para não o jogar pela janela, como faria se fosse um sonserino, e quando eu digo que ela estava se contendo, ela realmente estava. Respirou fundo, a fúria dentro dela já estava difícil de segurar.  Sarah o encarou, os olhos do garoto fixos em um ponto mas não nela. Se queria mesmo dizer aquelas palavras, deveria ao menos lhe olhar nos olhos. Dera alguns passos para trás entrando em seu campo de visão e estendeu-lhe sua varinha com o cabo voltado a ele.


- Pegue! - Viu o olhar do garoto um tanto confuso, mas não se deixou abater.


- VAMOS... PEGUE! – ordenou ela com toda a força que conseguiu, um buraco enorme no lugar onde instantes antes estava seu coração. Vendo que ele ainda não havia se movido continuou - É melhor me dar um Avada agora por que é a única maneira de me convencer a fazer isso... - E engoliu em seco - ... jurei no túmulo de meus pais que jamais deixaria alguém que amo morrer e pretendo cumprir essa promessa... queira você ou não... e não me importa o que você queira James Potter, aqui em sua frente está alguém que não é como as outras pessoas que fazem tudo o que ordena. - A respiração começara a ficar rápida outra vez, não choraria ou pelo menos tentava ao máximo conter uma lágrima insistente que teimava em rolar por sua face. Quando finalmente viu que ele não pegara sua varinha, e nem movera um músculo, não conseguiu segurar as lágrimas. Virou-se para a janela, não mostraria o que estava sentindo. Respirou fundo, detestava demonstrar fraqueza e realmente havia sido fraca ao deixar se iludir por James.


Mentalmente ficava se perguntando, se tivesse como voltar no tempo, conseguir evitar ter se envolvido com James, com certeza ela daria um jeito de evitar todo e qualquer contato com Potter. Devia ter feito isso, sua mente lhe advertira mais de mil vezes, mas por alguma razão, ou melhor por não conseguir esconder o que estava sentindo nos últimos meses optou por ignorar isso. Mas agora era tarde pra desfazer o erro, ou melhor tarde para voltar atrás ao que sentia o seu coração. A vozinha que tanto a importunava, que advertira sobre ele agora havia desaparecido. Mesmo ouvindo sua voz optou por não o encarar.


- É... Eu sei que sou mandão e que gosto das coisas do meu jeito, mas quando estou no controle da situação normalmente não deixo ela... sair do controle. É tão difícil assim entender o porquê disto tudo?


Sarah não se moveu, não conseguiria encarar James nem que fosse obrigada a isso. Pela primeira vez em todo esse tempo não conseguia enfrentar alguém ou pelo menos, não conseguia ver o olhar dele novamente e antes que se mostrasse fraca optou por continuar encarando, fosse o que fosse que estivesse na abertura a sua frente.


- Senhorita Perks... Gostaria que a senhorita entendesse que minhas ações, não são mesquinhas ou egoístas, mas sim repletas de amor, nobreza e fidelidade... A senhorita precisa se afastar de mim... Entenda que isso é para seu próprio bem. – disse ele.


Ao ouvir as palavras "formais" não conseguiu evitar voltar-se a ele para encará-lo. Preferia mil vezes que ele lhe cumprisse o que ela havia pedido, e lançasse a maldição do que a tratasse daquela forma. Ele estava de costas para ela o que a deixava ainda mais furiosa.


- Senhorita Perks você viu o que “Eles” estão prontos para fazer, te capturaram para utilizar-te contra mim, lhe fizeram mal para me atingir e.... Não posso deixar isso acontecer novamente, primeiro Mayfair.... e aquela cobra.... e agora aquela prima do Almofadinhas...


Sarah parou por uns segundos, então era isso o que havia acontecido? Mayfair tinha ido a forra por ela ter o desarmado em Hogsmeade e bem, Bella, rivalidade das duas vinha de anos antes. A garota abriu a boca para responder mas nada saiu de seus lábios pois o que estava tentando evitar acabava de acontecer. Seus olhos depararam-se com os dele de repente.


- Sah acho que é melhor terminarmos o nosso relacionamento... Acho que vai ser melhor assim... -  disse ele novamente não a encarando nos olhos.


Sarah sentiu o coração parar por alguns segundos e sentira como se perdera o chão. Respirou fundo tentando acalmar-se para poder dizer alguma coisa. Estava cansada desses joguinhos, estava cansada dele não a encarar como devia.


- Melhor pra mim... ou melhor pra você? - disse ela rápido para não perder a voz novamente - Acha que sou idiota "Sr. Potter"... acha que não sei que se eu não estivesse com você as coisas seriam mais fáceis pra sua vitória? - Engoliu em seco tentando não tremer ou desabar diante dele. Fechou os olhos por alguns segundos e tornou-os a abrir estava com raiva sim, por tratá-la como se ela não estivesse ali, porque raios não a encarava? - Não vou implorar ou fazê-lo sentir-se melhor só por que acha que não sou capaz de me defender... desde o meu primeiro ano em Hogwarts tenho minhas desavenças com Bellatrix e sair com você, não mudou nada... e nunca, ouça bem... nunca vai mudar isso. O universo não gira somente em torno do Sr. "Senhor Potter" - disse ela dando ênfase na formalidade - ... E querendo ou não já sou parte dessa guerra... tendo talento ou não pra combates... e muito menos "me protegendo" vai evitar isso...


Não podia mais continuar, deu-lhe as costas indo em direção a parte aberta da torre de Astronomia. Não ela não se atiraria dali, podia estar magoada, se sentindo a pior das bruxas mas não daria a ele esse gostinho. Apoiou-se na mureta pois realmente sentia-se fraca. A noite não demoraria a chegar, sabia que se não fosse ao jantar saberiam que talvez depois do incidente tivesse ficado indisposta mas, não se importava, nada mais importava agora. Respirou fundo mais uma vez para que as palavras saíssem sem rodeios, estava cansada disso.


- ... Se é isso o que tinha de me dizer... - disse ela em meio a um suspiro - Considere feito... e no que depender de mim, não perderá mais nenhuma batalha... mas achei que fosse mais inteligente... pode tentar enganar aquelas cobrinhas medíocres... mas não a si mesmo...minhas chances de proteção sem estar com você são as mesmas do que antes...


Queria era sumir de vista, mas não faria isso, pelo penos não enquanto uma bendita lágrima teimava em rolar pelo seu rosto. Já havia lido em muitos lugares a respeito de amor, mas não sabia  que no sentido real da palavra o coração doía tanto a ponto de fazer ela, Sarah Perks, chorar. Lembrava-se de ter feito isso apenas uma vez, quando nascera. Não por que fosse insensível, mas sim por que não conseguia fazer isso. Pelo menos não até agora. Queria poder sair dali, não iria conseguir encarar James, sabia disso sentia o coração se comprimir cada vez mais no peito. Tentava com todas as forças não deixar uma lágrima cair mas, não conseguiu evitar. Chegou a um ponto crítico onde tinha certeza que havia tocado em um assunto que faria James perder a calma, conhecia aquele maroto e indiretamente chamá-lo como todos o chamavam o faria parar de tratá-la com toda aquela formalidade. Podia sentir enquanto falava que ele não estava gostando nadinha do que estava ouvindo, mas, não ia parar de dizer-lhe o que pensava, não agora.


- Você não entende nada mesmo, não é? Você está vendo cifres de dragões na cabeça de hipogrifo! – Disse ele em um tom de voz agressivo, realmente ela tinha conseguido. Conseguia ouvir os passos dele, sabia que conseguira o tirar do sério mas mesmo com vontade de explodir para cima dele não faria, não tinha forças para isso.


- Pare de me chamar de senhor Potter... Odeio que me chamem assim! – trovejou ele. O sentia a pouco menos de um passo dela. Se fosse em outra situação, teria respondido a altura. Mas mesmo que quisesse, não conseguia. Fechara os olhos tentando acalmar-se para responder a ele mas não conseguia. Finalmente não conseguira mais controlar seu coração e mesmo contra sua vontade, duas novas lágrimas rolaram por seu rosto.


“Merlin, finalmente conseguiu o que queria não é?” – pensou ela queria desaparecer dali. Mas como se James estava entre ela e a porta?


Foi quando o sentiu tocando-a e mesmo contra sua vontade ele viu seu rosto. Agora não tinha como esconder ou negar qualquer coisa. O coração doía muito para querer fingir-se de forte, principalmente quando a sua fonte de força queria deixá-la.


- Pare de chorar por minha culpa, meu anjo... – disse ele mais brandamente agora...


Sabia que se fechasse os olhos que agora estavam cheios de lágrimas não conseguiria mais segura-las. Mas não conseguiu evitar quando sentiu os lábios do garoto em seu rosto. Não sabia se isso fizera bem ou piorara ainda mais as coisas. Permaneceu com os olhos fechados enquanto ouvia novamente sua voz.


- Você não entendeu até agora meus medos... Eu sei de seus problemas e sua vontade de lutar, jamais impediria isso... Sabe o porque? Porque eu te amo!


Abrira os olhos como se tivesse levado um balaço em seu estomago. Jamais soubera que James Potter dissera isso a alguém. Pelo menos não de bocas confiáveis. Delicadamente ele secou suas lágrimas praticamente a obrigando olhar para ele.


- Sarah você vai lutar sim... Jamais impediria você de lutar, nunca não tenho esse direito e pode tirar essas idéias de trasgos da cabeça, nunca ouse repetir que eu te culpo pelo que aconteceu! Na verdade eu me culpo de te colocar nessa situação! – Sua voz era calma. Ela queria poder dizer algo mas, as palavras morriam antes mesmo de chegar aos seus lábios. Nunca fora boa com palavras, e mesmo que tentasse não conseguiria. Não soube como mas seus olhos encontraram os dele outra vez. Jamais os tinha visto assim antes, e teve de se segurar outra vez para não voltar a chorar.


- Me escute com calma...- disse ele suavemente - Você precisa entender que Voldemort vai fazer de tudo para chegar no meu pai, e não sou o centro do universo, mas infelizmente minha família é e sempre foi metida a besta e essa mania está sendo testada agora... – Suas mãos então seguraram seu rosto a  obrigando a lhe olhar nos olhos. - Meus pais junto com Bruce estão criando uma resistência lá fora, assim como nós aqui dentro... Mas para Voldemort só meu pai está o desafiando o que faz ele querer a cabeça de meu pai a qualquer custo! Ele vai matar todos para chegar a ele, e lógico que ele vai vir atrás de mim! E se perceber que eu amo você e que você é minha namorada ele utilizará disto para chegar a meu pai... Sarah tente entender que eu nunca – então ele fez uma pausa, Sarah pensou em dizer alguma coisa mas não conseguiu, então ele a olhou fixamente nos olhos e continuou -  Sarah eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você! E eu sei que você não se importa, MAS EU SIM!


O coração disparara em seu peito outra vez, amava aquele maroto, agora mais do que nunca. Seus olhos completamente hipnotizados pelos dele. Aos poucos a distancia entre os dois foi diminuindo até que seus lábios encontraram os dele. Um beijo que começara lento mas que a cada segundo tornava-se mais exigente. Um misto de frio e calor percorreu seu corpo como o fogo de um dragão. O perfume do garoto, o gosto do seu beijo, a sensação do toque dele em seu corpo, era como se isso fosse se tornando parte dela. Sabia que não conseguiria viver sem James, já era uma realidade que a muito tempo ela relutou reconhecer. Sentiu-o afastar-se e fechara os olhos mais uma vez. Mas voltou a encara-lo quando ouvira sua voz. Sua respiração sobre seus lábios.


- Me entende agora? – disse ele colando sua testa a dela.


- Não é que não entenda... – disse finalmente fechando os olhos por alguns segundos e então o encarando novamente - ... é só ... que.. Como acha que eu vou me sentir se algo acontecer a você?- Sarah respirou fundo – Se estou lutando ao seu lado hoje é porque você me mostrou que existe algo pelo qual vale a pena lutar. Você é a minha fonte de força James ... esse amor que eu sinto por você é o que me faz ser forte o bastante pra enfrentar Voldemort. Duvido que algum dia ele venha a saber o que é isso. - seus olhos brilharam novamente então criou coragem novamente para encará-lo sim, havia admitido que o amava. - Mesmo me afastando de você, não vai conseguir impedir que saibam o que sente. E não é me afastando de você que vai impedir que tentem algo contra mim... Sou uma Gryffindor e tenho sangue de trouxa correndo em minhas veias... isso é uma ofensa a eles...Somos mais forte juntos, sei que sabe disso... ou não teria formado nosso pequeno grupo... - Sabia que podia dizer qualquer coisa mas não adiantaria muito quando James já tinha algo na cabeça.


Quando começara a sair com James, não pensou que poderia sentir algo tão forte como estava sentindo. Sempre se perguntara o que realmente ele havia visto em alguém como ela pois, não tinha nada de especial como as garotas que os cercavam. Ok, entendia de quadribol e muito bem, diga-se de passagem, melhor do que qualquer outra garota da escola. Dividia essa paixão com James assim como sabia que sempre fora a paixão de seu pai. Seu pai, alguém que apenas tinha vagas recordações. Alguém que diziam ter herdado o gênio e o espírito rebelde e que ela pouco conhecera. Alguém que herdara o talento e o amor pelo quadribol assim como a coragem para enfrentar tudo o que fosse necessário para ser feliz.


E essa felicidade mesmo momentânea, ela devia a James. Sempre soube da nobreza do garoto, e sempre lhe dera toda a liberdade para ir e vir sempre que quisesse, mas como seu coração lhe pregara uma peça a fazendo amá-lo tanto? Tinha esperanças de que isso nunca acontecesse. Mesmo não querendo não conseguiria impedir, e não o faria. Doía-lhe o peito, sentia-se inútil mas não fazia parte de sua personalidade ser tão egoísta. Abaixara os olhos novamente quando vira James afastando-se, conhecia aquele olhar, tinha algo mais que James não lhe dissera. Não sabia dizer o motivo de achar isso mas, tinha. E quando o viu bagunçar os cabelos, tivera certeza. Respirou fundo outra vez e finalmente voltou a encará-lo sentira um frio no estomago quando encontrou seus olhos a encarando por trás dos óculos.


- Sim fundei aquele grupo para nossas forças se juntarem e criarmos uma barreira... Confio plenamente no potencial de cada um que está nela, se não confiasse jamais a montaria e mostraria a ela segredos maroticos ... Sei que eles provavelmente irão atrás de cada um dos membros, da mesma forma que eles irão atrás dos nascidos trouxas e ...


Sarah o viu parar sem concluir e então o encarou esperando uma continuação.


- Mas até pegarem Alex Potter, as forças ministeriais juntamente com os Comensais da Morte estarão muito ocupadas caçando ele... Acredito que vai ser em breve, por isso desde que a noticia do Profeta saiu eu tomo doses de antiduto contra a Veretasserum...


Seu olhar estava fixo nele, por que ele parecia tentar esconder-lhe alguma coisa? James então voltou a se aproximar, levou um tempo para que Sarah percebesse que havia uma rosa em suas mãos. Somente quando a levou aos lábios é que se dera conta.


- Quero que fique com essa rosa. Toda vez que sentir minha falta essa rosa te ajudará, claro que não vou desaparecer, mas não posso ficar comprometido com alguém quando estou prestes a entrar para essa guerra, a qual ou eu sairei vencedor ao lado daqueles que se opuseram ou morrei nela.... Mas se for para morrer, morrei levando comigo o máximo deles que eu puder!


- Nunca duvidei disso... – disse ela sentindo ele colocar a flor em suas mãos. O nó em sua garganta começava a se formar outra vez.


- No final desta guerra espero poder voltar para teus braços que eu tanto amo, mas até lá meu amor, você está livre de nosso compromisso... Mesmo porque não sei se em tempos como esses haverá tempo para namoros e casamentos...


Fechara os olhos por alguns minutos e engoliu em seco, por mais que doesse não tinha nada que pudesse fazer. Não queria mesmo admitir isso mas não podia mudar o que ele já havia decidido. Quando ele mencionou irem para o salão principal ela se negou.


- Sinto muito James mas vou voltar direto a sala comunal... - disse ela mordendo o lábio inferior enquanto levantava os olhos para poder encará-lo. Queria poder ter as palavras certas para dizer agora mas não as encontrava. Levou uma das mãos ao seu peito e sentiu, ali estava a única e mais preciosa recordação que tinha de seu pai. Para muitos poderia ser apenas uma jóia sem valor, um pendente de couro com um pingente. Uma pedra azul em forma de uma pequena lua, a muito sua avó dissera que se tratava de algum item comprado em vendedores ambulantes espalhados por Londres mas, seu pai guardara esse legado dentro de um pomo de ouro, o mesmo que ela encontrara em suas coisas e tivera o primeiro contato com o quadribol. Delicadamente afrouxara a gravata do uniforme de modo que conseguisse abrir os dois primeiros botões da camisa que vestia. James provavelmente sabia da história dessa pequena lembrança pois, a observava em silêncio embora parecesse que o surpreendera. Sarah então retirou o cordão do seu pescoço e segurou-o diante dela. Depois se aproximou lentamente e ficando na ponta dos pés colocou o colar em James delicadamente – Não tem como libertar meu coração James, ele é seu, e sempre será... não importa onde você esteja... o levará com ele... e esse presente o manterá protegido... eu sei que manterá... – antes de se afastar por completo tocou-lhe os lábios com os seus em um único beijo - ... acho melhor você ir... se aqueles abutres do ministério notarem que não esta embaixo dos olhos deles...


- Eles podem até tentar... – disse ele finalmente. Dera u pequeno sorriso e lentamente Sarah o viu afastar-se. Não dissera nenhuma palavra. E ambos sabiam que não era preciso. Desviou os olhos assim que ele alcançou a porta, sabia que se não fizesse isso, ficariam ali por horas. A noite parecia calma e tranquila, mas já não tinha o mesmo brilho que havia antes para ela.

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