CAPÍTULO 17 - GAME OVER-O ÚLTI
CAPÍTULO 17
GAME OVER - O ÚLTIMO CHEFE
_Você?! _ espantaram-se os bruxinhos, quando o encapuzado virou-se para eles e tirou o capuz, dando um sorriso maligno e cruel. Em frente aos dois e estudando com atenção o Espelho de Ojesed, encontrava-se o espião de Voldemort em Hogwarts.
_Ora, ora, para que o espanto? _ perguntou o espião. Ali, com os cabelos raspados a zero, um olhar firme e astuto e com voz clara, sem gaguejar, o proprietário da nova papelaria de Hogsmeade, Quirinus Quirrell _ Até parece que estavam esperando por outra pessoa.
_Realmente, não esperávamos que fosse o senhor, Sr. Quirrell. O senhor nos pegou de surpresa. _ disse Nereida Snape, sentindo ao mesmo tempo o medo por estar em frente a um perigoso bruxo das Trevas, o desejo de impedi-lo de roubar a Pedra Filosofal e o alívio por saber que não era seu pai quem estava tentando ajudar Voldemort a recuperar os seus poderes.
_Ah, sim. Seria de esperar que fosse o seu pai em vez do pobre gaguinho e medroso Sr. Quirrell, não é mesmo, Srta. Snape? Afinal de contas, ele faz mais o estilo: misterioso, caladão, até mesmo meio sinistro, sempre de preto, como um grande corvo, ex-Death Eater, era o conselheiro preferido do Lorde e seu Mestre-Envenenador, seria o primeiro suspeito.
_Mas, antes mesmo de chegarmos a esta sala, eu já sabia que não era o Prof. Snape, embora eu não soubesse que era o senhor. _ disse Harry.
_Ora, pequeno Sherlock, o que fez com que chegasse a essa conclusão?
_Elementar, meu caro Sr. Quirrell. _ disse Harry, vestindo a carapuça de detetive, com a qual Quirrell o brindara _ Tivemos de enfrentar uma prova que exigia bastante perícia em vassouras e eu já sabia que o Prof. Snape sempre foi um péssimo piloto. Além disso, seria preciso ter alguma experiência como Apanhador de Quadribol e, até onde eu sei, o Prof. Snape nunca quis fazer os testes para a equipe da Sonserina.
Muito esperto, Harry Potter. Não, não se preocupem em usar as varinhas. “Accio!” _ as varinhas voaram para a sua mão _ Vocês não seriam páreo para mim, caso tentassem reagir. E agora eu estou perto demais para me deter por qualquer motivo. Sinto que a Pedra está próxima e que a chave para ela está no Espelho de Ojesed. Mas como?
_Você jamais a conseguirá, bruxo maligno. _ disse Nereida.
_Sim, eu sou maligno. Mas o seu papai, garotinha, já fez coisas que arrepiariam os cabelos do próprio Capeta. _ de repente, os olhos de Quirrell ficaram vermelhos e sua voz tornou-se sibilante _ “Tome cuidado. Harry Potter não é um adversário para se subestimar”.
Estranhando aquilo, Harry começou a estudar o ambiente, para estabelecer sua linha de ação ao enfrentar Quirrell. Viu que Nereida fazia o mesmo.
_Então, o senhor é um bruxo das Trevas. _ disse Harry _ Mas como é que ninguém nunca o descobriu?
_Eu era de um escalão mais baixo e recém-iniciado, então o Mestre ainda não me mandava para missões de campo. Por causa disso, eu era praticamente um desconhecido e, como eu estava fora do país durante os eventos da queda do Mestre, ninguém desconfiou de mim. Dessa forma, pude circular pela Bruxidade sem que ninguém me pedisse para levantar a manga esquerda das vestes. _ disse ele, mostrando o antebraço esquerdo onde via-se, meio esmaecida, a asquerosa Marca Negra.
A câmara onde estavam abria-se para um pequeno terraço, sendo possível ver uma nesga do céu estrelado. Daria para alguém fugir por ali, parecia não ser muito alto e poderiam correr pela parede externa, usando o Bukujutsu. Harry não podia deixar que Quirrell fosse bem-sucedido, mas queria garantir uma rota de fuga pelo menos para Nereida. Então, continuou a tentar distrair o bruxo.
_Mas e no jogo de Quadribol contra a Sonserina? Por que o Prof. Snape estava azarando a minha vassoura?
_Azarando? Hah! Ele estava te protegendo o tempo todo, entoando sem parar aquele contrafeitiço. Se não fosse aquele fogo, vindo não sei de onde, você estaria morto a esta hora e o Mestre teria caminho livre para recuperar seus poderes sem interferência.
_O Prof. Snape, me protegendo?
_Sim,parece que ele devia aquela ao seu pai.
_E o dragão de Hagrid? Foi o senhor quem lhe deu o ovo?
_Exato. Hagrid é um cara legal, mas tem dois pontos fracos: gosta de criar feras como se fossem lulus de madame e, apesar do tamanhão dele, um pouco de bebida já lhe solta a língua. Ele me contou tudo sobre o Cérbero e depois foi só ir dando corda, que ele me falou sobre as outras defesas. Assim, pude planejar o melhor jeito de atravessar e chegar até aqui.
_Mas não vai conseguir. Alguém irá detê-lo. _ disse Nereida.
_Srta. Snape, eu estou a um passo de conseguir para o Lorde das Trevas o instrumento que irá possibilitar a ele retornar na plenitude dos seus poderes e a única coisa que me separa dele é o segredo deste espelho. Eu não estou levando vocês dois em consideração pois não são um perigo. _ e, novamente, a voz sibilante _ “Não seja idiota! Eles são mais do que aparentam!”
_Então, o senhor acha que tem tudo sob controle, não é? Pois, a esta hora, o Prof. Dumbledore já deve estar sabendo do que houve. _ disse Harry.
_Ele não é aquilo tudo e não conseguirá chegar a tempo.
_E o senhor se acha a última bolacha do pacote, hein? Não levou em consideração o fato de que o mal está fadado ao fracasso? _ perguntou Nereida.
_Jovem Nereida Snape, a senhorita está demonstrando uma visão infantil e maniqueísta, polarizando tudo em termos de “Bem” e “Mal”. As coisas não são assim tão separadas, o Bem e o Mal confundem-se, às vezes. E, no final, a única coisa que resta de absoluto é o poder. Sim, o poder e as duas classes de pessoas que reagem a ele: os que são fracos demais para consegui-lo e os que são suficientemente fortes e determinados para obtê-lo e mantê-lo a qualquer preço. E, falando em obter, eu quero obter a Pedra, para entregá-la ao Lorde das Trevas. Eu olho para o espelho e me vejo obtendo-a, mas não há pistas de como fazê-lo. (“Eu também quero obter essa Pedra, mas é para impedir que ela caia nas mãos de Lord Voldemort, seu maldito”, pensou Harry).
Então, por uma terceira vez, os olhos de Quirrell ficaram vermelhos e ele falou com voz sibilante.
_ “O garoto. Use o garoto Potter, pois eu acho que ele é a chave.”
_Por que o senhor está falando igual a Lord Voldemort, Sr. Quirrell? Essa voz é como meu pai descreveu que a dele era. _ perguntou Nereida.
_É porque ele está mais próximo do que vocês imaginam, Srta. Snape. E com uma pequena ajuda de Harry Potter, para dizer a verdade.
_Como assim? _ perguntou Harry.
_Quando nos vimos pela primeira vez, no Dia das Bruxas, o Lorde via através dos meus olhos, graças à Legilimência. E, depois que levei a ele, na Albânia, o lenço com o qual Derek Mason limpou o seu rosto, contendo um pouco de seu sangue seco, criou-se a oportunidade de ajudá-lo a vir para a Grã-Bretanha. E agora, Harry Potter, venha cá e coloque-se em frente ao Espelho de Ojesed. _ disse Quirrell, ameaçando Harry com a varinha apontada para ele _ Não se move? Talvez eu deva incentivá-lo de outra forma.
Quirrell apontou a varinha para Nereida e então Harry fez o que ele mandava.
_OK, não ameace Nereida. Eu faço o que você quer. Pronto. E agora?
_Diga-me o que você está vendo.
Ao olhar para o Espelho de Ojesed, Harry viu sua própria imagem a encará-lo. Então, o “Harry” do espelho piscou para ele e tirou de dentro de um bolso interno da blusa do traje Ninja um belo cristal vermelho, quase do tamanho de uma bola de tênis, mostrando-o e guardando-o de novo. Naquele exato momento, Harry sentiu que algo pesava no seu bolso e instintivamente soube que era a Pedra Filosofal, embora não tivesse a menor idéia de como ela viera parar ali. Aí, resolveu enganar Quirrell até onde pudesse, até que algum dos professores ou mesmo Dumbledore chegasse para ajudá-los.
_Eu estou me vendo a receber a Taça das Casas, Dumbledore a está entregando para mim e eu estou apertando a mão dele.
_ “O garoto está mentindo! Faça-o dizer a verdade!” _ ouviu-se a voz sibilante, uma vez mais. Harry notou que havia um pequeno lapso, de cerca de um segundo, entre o momento em que a voz de Quirrell dava lugar à voz sibilante e vice-versa.
E o Bruxinho-Ninja rapidamente arquitetou um plano para recuperarem suas varinhas, que estavam na mão direita de Quirrell, equilibrando um pouco mais as coisas. Então, ficou entre Nereida e Quirrell, fazendo um sinal para a garota, que ela logo compreendeu. Encoberta por Harry, Nereida tirou algo do cinto e, quando Harry saiu da frente dela, ela arremessou, certeira, uma Shuriken na mão do bruxo das Trevas, que soltou as varinhas da dupla, logo recuperadas por Harry, que entregou a de Nereida.
_Malditos! _ exclamou Quirrell. Os bruxinhos apontavam as varinhas para ele, que tentou recuperá-las com um Feitiço Convocatório, mas os dois estavam prevenidos e mantiveram as varinhas firmemente seguras, evitando que elas voassem de volta para Quirrell, como da primeira vez _ E o que vão fazer? Me matar? Vocês não teriam coragem, ao contrário de mim, que não tenho o menor constrangimento em machucá-los, querem ver? “Diffindo!”
_ “Protego, Deflexio!” _ Nereida e Harry estavam atentos e protegeram-se com um Feitiço Escudo e um Refrator, desviando o Feitiço de Corte, que lhes causaria alguns talhos profundos e dolorosos. Então, novamente, ouviu-se a voz gélida e sibilante.
_ “OK, Quirrell, chegou a hora. Deixe-me assumir.”
_Tem certeza? O senhor acha que está em condições?
_ “Não temos alternativa, Quirrell. É agora ou nunca!”
_Então, está bem. Faça-se conforme sua vontade.
_Com quem está falando, Sr. Quirrell? _ perguntou Nereida.
_Eu faço uma idéia Nereida. _ disse Harry _ E a ardência em minha cicatriz me dá a certeza.
O rosto de Quirinus Quirrell começou a modificar-se e um outro sobrepôs-se a ele. Um rosto que Harry conhecia apenas por sonhos, de face plana e olhos vermelhos, com pupilas em fenda, assim como eram fendas o que ele possuía em lugar do nariz. Ali estava o rosto do quase assassino de sua família.
_Sabe muito bem quem sou eu, não é, Harry Potter? _ disse ele, virando-se para Harry.
_Sal Solo? _ perguntou o bruxinho, com uma expressão meio irônica no olhar.
_Como é que é? _ o bruxo maligno não entendeu nada.
_Não, não pode ser. Sal Solo possui um nariz. Se não fosse por isso, ele poderia ser o seu “Cover”... Lord Voldemort.
_Quem diabos é esse cara? _ perguntou Voldemort/Quirrell, impaciente.
_Ah, desculpe. “Cineskopia”. _ uma tela mágica apareceu e nela projetou-se um trecho de um videoclipe: “Guilty”. Nereida começou a rir por dentro, achando que Harry havia pego pesado com o Lorde das Trevas _ O vocalista dessa banda dos anos 80, a Classix Nouveaux, seria a sua cara, se não fosse o fato dele possuir algo que lhe falta, um nariz.
_Moleque insolente e inconseqüente dos infernos! _ exaltou-se Voldemort/Quirrell _ Você está a um passo da morte e ainda encontra oportunidade para fazer brincadeiras?
_E o que mais me resta,se você mesmo está me dizendo que estou prestes a morrer? Aliás, como conseguiu chegar à Grã-Bretanha? Você não estava escondido na Albânia, se não me engano?
_Estava, Harry Potter. Mas, graças a um golpe de sorte, pude possuir Quirrell e manter essa possessão por tempo suficiente para viajar para cá, no corpo dele. Eu simplesmente DETESTEI viajar de avião. Maldito transporte trouxa, charuto de aço com asas, suspenso no ar nem o Capeta sabe como!
_Mas a minha cicatriz doeu no Dia das Bruxas. Como pôde acontecer, se você ainda não havia possuído Quirrell?
_Ah, não havia possuído, mas estava meio que em contato mental, enxergando pelos olhos dele, o que pode ter provocado a dor em sua cicatriz, como uma espécie de efeito colateral. E, quando você sofreu o atentado, eu estava em contato mental com Nagini, que acompanhava os Death Eaters que lhe atacaram. E, agora, somos nós. Eu quero a Pedra Filosofal, Harry Potter.
_E o que faz você pensar que eu a tenho, Voldemort? E, se eu a tivesse, por que eu a daria para você?
_Eu já sabia que você não iria facilitar as coisas para mim. Não seria você se o fizesse. _ disse Voldemort/Quirrell, com um sorriso que distendeu seu rosto viperino, tornando-o mais grotesco _ E isso torna as coisas mais divertidas. Sei que você não é completamente indefeso, mas não é páreo para mim. Não arrisque a vida de sua amiga, a filha do meu conselheiro preferido. Sim, jovem Nereida, seu pai era bastante próximo a mim. Pena que ele me abandonou, após o meu desaparecimento. Bem, é hora de obter meu prêmio e ainda me livrar de você, Harry Potter. “AVADA KEDAVRA!!”
Mas Harry antecipou que Voldemort iria tentar matá-lo e saltou para fora do espectro de ação do mortífero raio verde. Com o Bukujutsu, subiu correndo pela parede até atingir uns cinco metros e saltou disparando seu feitiço, ainda no ar.
_ “Сибирский нокаут!!” _ o punho de gelo do “Nocaute Siberiano” atingiu Voldemort/Quirrell com força suficiente para lançar o bruxo uns três metros para trás mas, inacreditavelmente, ele não caiu e avançou.
_Já lhe disse, Harry Potter, eu quero a Pedra! E sei que ela está no bolso da blusa do seu traje Ninja! Entregue-a (“Praga, vacilei e deixei uma brecha mental. Não irá repetir-se”, pensou o bruxinho, fortalecendo sua Oclumência). Além disso, estou preparado para o seu “Nocaute Siberiano”, pois já o conheço. Vou lhe dar algo, a título de incentivo. “TARANTALLEGRA!!”
_ “DEFLEXIO!!” Obrigado, Voldemort, mas eu não estou a fim de dançar. Aliás, se você quer tanto assim a Pedra Filosofal, tente pegá-la. _ disse Harry Potter, enfiando a mão no bolso, pegando o brilhante cristal cor de sangue e atirando-o para o alto, gritando para a sua amiga _ AGORA, NEREIDA!!
Voldemort/Quirrell ainda tentou saltar para pegar a Pedra Filosofal no ar, mas não conseguiu.
_ “REDUCTO!!” _ bradaram com toda a força os dois bruxinhos, apontando as varinhas para a Pedra Filosofal e disparando o Feitiço Redutor com o máximo de potência que seus poderes lhes permitiram. Imediatamente a Pedra Filosofal simplesmente desfez-se em pó, que foi carregado por uma suave brisa, para jamais retornar.
_NÃÃÃÃOOOO!!! MALDITOS SEJAM, SEUS PIRRALHOS! VOCÊS FAZEM UMA VAGA IDÉIA DO QUE FOI QUE ACABARAM DE FAZER OU DO VALOR DO QUE ACABOU DE PERDER-SE?! _ Voldemort/Quirrell parecia a beira da loucura.
_Sem dúvida, Cara-de-Cobra. _ disse Nereida _ Acabamos de impedir que você recupere seus poderes para reiniciar seu reinado de terror sobre a Bruxidade. Como diriam no Brasil, “Perdeu, Playboy”! A Pedra Filosofal virou poeira e nem com sua magia, que não é pequena, você seria capaz de reconstitui-la.
_Bruxinha dos infernos! É melhor que você durma, para não ver o que acontecerá daqui para diante. “MORPHEUS!!” _ o Feitiço de Sono atingiu Nereida em cheio e a garota caiu ao solo, adormecida _ Considere como uma cortesia, jovem Nereida. Eu não feriria de forma deliberada um membro da família Snape. Agora nós dois, maldito Harry Potter! Prepare-se para ter uma morte horrível!
_Você não pode matar aquilo que não conseguir ver, Voldemort. Engula esta e veja se gosta! _ Harry lançou uma Kemuridama, que explodiu aos pés de Voldemort/Quirrell, envolvendo-o em uma densa e acre nuvem de fumaça, que o Lorde das Trevas teve de invocar uma brisa para dissipar, em seguida olhando à volta e não encontrando Harry.
_Apareça, moleque da cicatriz! Apareça e eu prometo que sua morte não será dolorosa... bem, não muito, pelo menos. _ disse Voldemort/Quirrell.
_Com prazer, bruxo mau. E aqui vai um presente especial para você, que eu aprendi observando o maior dos bruxos da atualidade: Alvo Dumbledore.
_EU sou o maior dos bruxos da atualidade! _ exaltou-se Voldemort/Quirrell.
_Até parece, cobra velha! “Κενοτεις Αστραψατο δε Τεμετο. Διός Τυκός!!”
Um fortíssimo raio de pura eletricidade foi disparado quando Harry bradou em Grego “Kenoteis astrapsato de temeto! Dios Tukos!!”, cuja tradução era “Venham, trovões do vácuo, devastem! Machado de Zeus!!”, que ele havia aprendido e treinado, depois de ter visto Dumbledore executá-lo. Voldemort/Quirrell foi duramente atingido e sua varinha partiu-se em três pedaços.
_Maldito seja, Harry Potter! Embora eu possa executar certos feitiços sem varinha, precisaria do meu próprio corpo, com todos os meus poderes! O corpo de Quirrell não resistiria à energia mágica emanada! _ disse Voldemort/Quirrell, levantando-se e avançando _ Vou matá-lo em um combate corpo-a-corpo!
Voldemort/Quirrell avançou e começou a golpear Harry, com a espada Ninja que tirou da bainha das costas de Nereida. O bruxinho sacou a sua e bloqueou o ataque do bruxo mau (“Espere aí, esse é o Corte-de-Nove-Espadas, do Ryu de Kuji-Kiri, a Academia Ninja do Mal, que foi destruída pelos Ninjas de Togakure, segundo a história que o Prof. Mason me contou”, pensou Harry, descobrindo como Quirrell havia passado pelo combate com seu duplo. Ele simplesmente deixara Voldemort assumir o controle e, facilmente, derrotar o duplo de Quirrell, que não possuía a mesma habilidade em artes marciais). Voldemort/Quirrell admirou-se de um garoto de onze anos resistir ao ataque mortal dos Ninjas Negros, reconhecendo as técnicas utilizadas.
_Moleque desgraçado! Aprendeu as técnicas de “Aka-i-Ninjutsu” de Togakure, as únicas capazes de fazer frente às de “Kan-Aku-Na-Ninjutsu”!
_Exatamente. Tome! _ aproveitando-se da distração causada pelo espanto de Voldemort/Quirrell, Harry conseguiu fazer com que a espada do bruxo das Trevas voasse para longe.
_Eu vou liquidá-lo com minhas próprias mãos! _ o bruxo avançou para Harry, com incrível velocidade e apertou o pescoço do garoto, que começou a ficar asfixiado. Mas, naquele momento, algo de diferente aconteceu.
No instante em que as mãos de Voldemort/Quirrell fizeram contato com a pele de Harry Potter, elas começaram a fumegar e cobriram-se de horrorosas marcas ulceradas de queimaduras e seu aspecto tornou-se cinéreo, como os carvões de uma fogueira, depois de ultrapassarem o estado de brasa. Para salvar sua vida, o garoto empurrou, instintivamente, o rosto do bruxo das Trevas com as suas mãos e, em seguida, caiu inconsciente, não vendo o que aconteceu a seguir.
As queimaduras em Voldemort/Quirrell estenderam-se por todo o seu corpo, que entrou em combustão, consumindo-se em chamas, deixando como resto somente um monte de cinzas e, antes que o vento as espalhasse, permitindo evolar-se uma figura semi-etérea, menos do que humana e pouco mais do que um fantasma. Sem o apoio do corpo possuído de Quirinus Quirrell, o corpo possuidor de Lord Voldemort não mais possuía base física para permanecer ali e, então, estava sujeito às barreiras mágicas de defesa de Hogwarts, existentes desde os Dias Negros e que não permitiam sua presença nos limites dos terrenos da escola, que forçavam-no a sair dali. Mas, antes de desaparecer na distância, o espectro ainda aproximou-se dos bruxinhos caídos, olhando-os com fúria impotente.
_ “Isto não terminou aqui, Harry Potter. Eu juro que você ainda pagará caro por haver frustrado meus planos. Você não perde por esperar.”
E o Lorde das Trevas sumiu na noite, tomando rumo ignorado.
_Ele está acordando.
_Será? Tivemos dois ou três alarmes falsos nos últimos dias.
_Mas eu acho que agora é para valer. Ele está se mexendo.
_E está abrindo os olhos.
_Até que enfim.
Perguntando-se porque o Além parecia tão barulhento, Harry Potter abriu os olhos e olhou em volta, estranhando o fato de que tudo estava meio embaçado (“Tonto. Pegue os óculos”, pensou ele). Instintivamente, levou a mão direita ao lugar onde julgava estar a mesinha de cabeceira, encontrando os óculos e colocando-os. Foi aí que viu onde estava.
Encontrava-se na ala hospitalar de Hogwarts, deitado em um dos leitos, cheio de pessoas à sua volta (“Madame Pomfrey vai ter um ataque”, pensou Harry, sorrindo). No leito ao lado, estava Rony e no outro, Nereida. Hermione, Soraya e Neville estavam ali, totalmente recuperados. Mason, Dumbledore, McGonnagall, Snape, Rosmerta, Tiago, Lílian, Algie, Sirius, Ayesha e os Weasley, entre os quais estava, para sua felicidade, Gina. Esta saiu de onde estava, ao lado de Rony, vindo até Harry, segurando suas mãos e beijando-as. O bruxinho fez o mesmo, diante dos sorrisos dos presentes. Em seguida, Arthur e Molly Weasley também vieram abraçá-lo.
_Bem, garotinho herói, acho que o senhor tem algumas coisinhas para nos explicar e é agora. _ disse Tiago, olhando para seu filho.
_OK, papai. E vai ser agora, pois já estou me sentindo melhor. Para resumir, impedimos que Lord Voldemort se apoderasse da Pedra Filosofal.
_Como? Lord Voldemort chegou até Hogwarts? _ espantou-se Lílian.
_Sim, mamãe. Ele chegou até aqui, possuindo o corpo de um servo.
_E o de quem? _ perguntou Sirius.
_Quirinus Quirrell. _ disse Rony, no leito ao lado _ O dono de uma papelaria, em Hogsmeade. Ele era o espião de Voldemort.
_Quirrell, eu me lembro dele. _ disse Ayesha _ Jeitinho medroso, gago e assustado. Então era tudo fachada?
_Sim, Sra. Black. _ disse Nereida _ Ele era bastante perigoso, eu e Harry confirmamos da pior maneira.
_Quanto tempo fiquei inconsciente? _ perguntou Harry.
_Uma semana. _ disse Rony _ Eu e Nereida ficamos baixados mais por garantia. Se bem que a minha concussão não foi moleza.
_Pois é. Mas você está de um jeito que se melhorar acaba estragando, hein, Sr. Rony Weasley? _ Nereida observou, com um olhar maroto. Sem mais nenhum sinal de seus arranhões, Hermione não saíra do lado do ruivo, que corou violentamente. A fratura do tornozelo de Neville estava perfeitamente consolidada, graças a Madame Pomfrey.
_Uma semana?! _ espantou-se Harry _ Mas, o jogo! Como ficou a partida contra a Lufa-Lufa?
_Perdemos, obviamente. _ disse Fred.
_Mas Diggory não capturou o pomo. _ disse Jorge.
_Não? E quem jogou como meu reserva? _ perguntou Harry.
_Vandenberg. E o cara fez bonito. Capturou o pomo de ouro na cara de Cedric Diggory. _ respondeu Jorge.
_Só que a Lufa-Lufa acabou vencendo, com vinte pontos de diferença. Mas foi melhor assim. _ disse Fred _ Os jogadores estavam todos cansados, Vandenberg quis terminar a partida nos termos dele.
_Então, a Sonserina ficou em primeiro? _ perguntou Nereida.
_Ficou, Nereida. _ respondeu Jorge _ Por mais um ano.
_Fazer o quê... _ disse Harry, com um suspiro.
_E o que foi feito da Pedra Filosofal, Potter? _ perguntou Snape.
_Eu e Nereida pulverizamos a Pedra, com um Feitiço Redutor. Era o único jeito para que Voldemort não colocasse as mãos nela, Prof. Snape.
_Entendo. _ disse Snape.
_Mas eu sinto por Nicolau Flamel. _ disse Harry _ Sem a Pedra, ele não poderá mais produzir o Elixir vitae e acabará morrendo.
_Quanto a isso, não se preocupe, Harry Potter. _ disse um senhor, adentrando a enfermaria. Usava belas vestes bruxas, em tons de azul e cinza, tinha cabelos brancos e longos, embora não tivesse barba nem bigodes, revelando um rosto maduro, porém jovial. Vinha acompanhado por uma bela mulher de cabelos castanhos, com alguns fios grisalhos, vestindo um vestido cor de vinho _ Ainda me resta o suficiente para resolver meus assuntos por, digamos, mais uns duzentos anos. Depois disso, bem... deixemos a Natureza seguir seu curso.
_Não se preocupa com a morte, Sr. Flamel? _ perguntou Harry.
_Até já me preocupei, um dia. Mas agora, depois de ter vivido mais de seiscentos anos, cheguei à conclusão de que posso dar por cumprida a minha missão neste mundo. Então, quando chegar o momento de passarmos para outro plano, eu e Perenelle poderemos ir, com a certeza de que fizemos bem feito tudo o que tínhamos de fazer. Portanto, o melhor que poderia acontecer foi o que aconteceu. Aquele cristal era perigoso demais para continuar existindo, eu deveria ter percebido desde quando Grindelwald tentou roubá-la e não conseguiu. Então, ele levou um enorme estoque de Elixir vitae, que já estava contrabandeando há tempos. Harry, não sei se Dumbledore já lhe disse uma frase que eu costumava dizer a ele. Lembra-se, Alvo?
_Claro, Nicolau. Você dizia que “Para a mente bem organizada e esclarecida, a Morte é apenas a aventura seguinte”. Ele está certo, Harry. Aquela pedra era muito perigosa.
_Exatamente, Alvo. _ disse Flamel _ Harry, muito obrigado, novamente. Você impediu que o pior bruxo das Trevas da atualidade colocasse as mãos em um objeto que permitiria a ele recuperar seus poderes, com o Elixir vitae e financiar sua cruzada de terror, com o ouro que poderia obter. Você é um pequeno herói e estou certo de que vai... (Flamel calou-se, ao ver que Dumbledore piscava para ele, disfarçadamente)... bem, creio que é isso. Até um dia, Harry. Tenha alta logo e retorne às aulas. Você será um grande bruxo, com certeza.
Flamel apertou a mão de Harry e Perenelle deu um beijo no seu rosto. O casal de mais de seiscentos anos retirou-se da enfermaria e Harry quis esclarecer um ponto pelo qual estava curioso.
_Mas, Prof. Dumbledore, e quanto à Pedra Filosofal? Como foi que ela veio parar no meu bolso?
_Ah, isso foi um estratagema brilhante que eu criei, modéstia à parte. A chave seria o Espelho de Ojesed, mas a Pedra Filosofal somente poderia ser obtida por alguém que não quisesse utilizá-la. Qualquer outro veria a si mesmo apenas fabricando Elixir vitae e obtendo ouro. Como você não tinha interesse na Pedra, ela foi parar no seu bolso.
_Bem, mano estamos indo. _ disse Algie, abraçando Harry _ Logo nos veremos, nas férias de verão.
_OK, Algie. Até.
_Filho, depois queremos mais detalhes. _ disse Tiago _ Estamos lá fora, aguardando. Ao que parece, vocês terão alta ainda hoje e precisamos de todas as informações que você puder nos dar, para os Aurores. Até mais.
Todos foram saindo, até que permaneceram apenas Dumbledore e Mason, junto aos baixados. Então, Harry comentou sobre a luta.
_Nereida estava inconsciente, atingida por um Feitiço Morpheus e não viu o meu combate com Voldemort. Eu o atingi com um “Machado de Zeus”, que aprendi com o Prof. Dumbledore. A varinha dele ficou inutilizada e então ele pegou a espada de Nereida. Prof. Mason, ele me atacou com um “Corte-de-Nove-Espadas”.
_Uma técnica Kuji-Kiri?! _ espantou-se Mason _ Mas os Kuji-Kiri foram destruídos pelos Togakure, nos anos 80. Isso é algo que vale a pena ser investigado, pois fornece novos dados.
_Principalmente para o tal dossiê que vocês estão preparando, não é, Harry?
_O senhor sempre acaba sabendo, Prof. Dumbledore. _ disse Harry, sorrindo para o Diretor de Hogwarts _ O que aconteceu depois que desmaiei?
_Eu cheguei logo em seguida, Harry. Você e Nereida estavam caídos no chão, inconscientes. _ disse Dumbledore _ Havia um monte de cinzas, dissipando-se ao vento e eu ainda pude ver um vulto meio espectral, perdendo-se na noite. Creio que o corpo de Quirrell foi destruído e, sem ter nada que o sustentasse fisicamente, Voldemort foi rechaçado pelas defesas que foram preparadas para mantê-lo longe daqui.
_E por que o corpo de Quirrell foi destruído? _ perguntou Nereida.
_Creio que pode ter acontecido uma coisa, um fato bastante raro, Nereida. Quando ele tentou matar a família de Harry, Lílian estava totalmente disposta a morrer, a fim de salvá-los. Mesmo Algie teria alguma chance, se ela morresse. A intenção e a coragem de Lílian em sacrificar-se pelos filhos, aliada a outros fatores, que ainda não é o momento de comentar, invocou uma magia antiqüíssima, a Protectio Prole, Proteção dos Filhos. Eis a marca do amor de Lílian por Harry e Algie, não tão evidente quanto essa cicatriz na testa de Harry, mas igualmente fazendo parte dele. Isso significa que, graças a essa magia, Voldemort não pode tocar Harry e, acredito que Algie também, sem que sofra danos físicos terríveis.
_E como o senhor chegou tão a tempo, Prof. Dumbledore? O senhor não estava em Londres? _ perguntou Rony.
_Ah, eu estava, Rony. Mas algo me dizia que eu deveria voltar para cá e, para reforçar minha decisão, duas corujas me alcançaram, no Ministério da Magia. Uma delas enviada pelo jovem Dean Thomas, com a mensagem de Harry.
_E a outra, Prof. Dumbledore? _ perguntou Harry.
_Anônima, Harry. Mas o texto era semelhante, pedindo para que eu retornasse, pois algo de muito importante estava em perigo. Algum dia descobriremos quem foi o autor. _ disse Dumbledore, enquanto Mason sorria. _ Então, desaparatei para Hogsmeade e emprestei uma vassoura, chegando aqui, rapidamente.
O senhor acredita que Voldemort foi derrotado, Prof. Dumbledore?
_Olhe, Harry, creio que desta vez, sim. Mas ele vai fazer novas investidas, com certeza. _ disse Dumbledore _ Mas agora ele vai nos encontrar sempre preparados.
_E ainda há uma outra coisa. _ disse Mason _ Se continuarmos sempre impedindo que ele volte, talvez consigamos impedi-lo permanentemente.
_Assim espero, Prof. Mason. _ disse Harry _ E quando teremos alta?
_Imediatamente, Sr. Potter. _ disse a enfermeira, Madame Pomfrey, aproximando-se com os papéis de alta _ Afinal de contas, há uma bela ruivinha lá fora, que não vê a hora de despedir-se do senhor, de uma maneira mais apropriada.
Todos na enfermaria riram, enquanto não se sabia quem estava mais vermelho, Harry ou Rony.
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