OS NOVOS INSEPARÁVEIS?



CAPÍTULO 6



 



OS NOVOS INSEPARÁVEIS?



 



 



 



 



 



 



Os amigos adentraram o Salão Principal e tomaram seus lugares, sentados às mesas de suas respectivas Casas. Foram cumprimentados pelos colegas, todos contentes pelo reencontro. Seamus Finnigan e Parvati Patil, Dean Thomas (Rony já não queria mais arrancar certas partes do corpo do colega pelos acontecimentos do ano anterior, o que Martinette agradeceria), Colin Creevey e seu irmão, Dennis. Este apresentava uma novidade: estava de mãos dadas com... Arianne Skeeter.



 



_Formam um belo casal. _ comentou Gina _ Mas fico pensando no que pode resultar desses dois juntos.



_É fácil de responder, Gina. _ disse Neville _ Dennis é tão fanático por fotografia quanto Colin...



_...E Arianne é sobrinha de Rita Skeeter. _ Janine continuou.



_Vai ser uma dupla de repórteres investigativos que farão Clark Kent e Lois Lane perderem longe. _ disse Harry.



_Com a diferença de que Dennis não se transforma no Superman, muito pelo contrário. _ comentou Rony.



_Arianne não se importa nem um pouco com isso, meu amor. _ disse Hermione, sorrindo.



_Com esses dois juntos, mais do que nunca eu terei de colocar um bom Feitiço de Segurança no meu baú, senão a minha Capa de Invisibilidade vai passear por toda Hogwarts sem mim, cortesia dos dois. E o Mapa do Maroto não pode mais sair dos meus bolsos de jeito nenhum. _ Harry comentou, divertido. Todos riram junto.



 



Das mesas vizinhas, outros amigos acenaram: da Corvinal, Padma Patil, Theophilus Boot e Martinette Montségur, que havia se transferido para Hogwarts no decorrer do ano anterior, depois do seu período de intercâmbio. Da Lufa-Lufa, Paula Benton, Anna Abbott, Susana Bones e a turma do Quadribol. Da Sonserina, Pansy Parkinson, Crabbe, Goyle e Nott. Na mesa dos professores, Sirius sentava-se à direita da Profª McGonnagall, conversando com Snape,que não mais apresentava o ar azedo dos velhos tempos. Ao lado deles estava Mason.



Então as portas se abriram e Hagrid entrou, seguido pelos alunos do primeiro ano, que logo agruparam-se em frente ao estrado. A Profª McGonnagall colocou à frente deles o já conhecido banquinho e, sobre ele, o Chapéu Seletor. Este logo iniciou sua canção para aquele ano:



 



 



_Sejam bem-vindos, todos,



veteranos e alunos novos.



Vindos de vários lugares,



várias classes, credos e povos.



Não tenham medo, podem chegar



pois aqui encontrarão seu lugar.



Não importa para qual casa vão,



o que deve mandar é o seu coração (mais do que qualquer tradição).



Seja na Grifinória, casa dos intrépidos e valentes,



na Corvinal, dos sábios e inteligentes,



na Lufa-Lufa, dos pacientes e bondosos



ou na Sonserina, dos puros-sangues astuciosos.



Seja correto, honesto e leal



para que sua alma não se volte para o mal.



Este chapéu, por mais que possa saber,



vê o que vocês podem, nem sempre o que vão ser.



Assim como na luz podemos ver a sombra e escuridão,



nas trevas é possível perceber o clarão.



O destino de cada um é um ramificar infinito,



não algo que esteja indelevelmente escrito.



Se tens as trevas em ti, criança,



não te desesperes, ainda há esperança.



Se não as carregas no teu ser,



permanece firme, não te deixes corromper.



Mas certo de uma coisa podes estar:



Em Hogwarts, sempre terás um lar.



Agora, para saber quem será teu irmão,



ponha-me na cabeça, façamos tua Seleção.



 



Trovejantes aplausos seguiram-se, por todo o Salão Principal. A cada ano o Chapéu Seletor ficava mais criativo. A Profª McGonnagall tirou do bolso das vestes um pergaminho com a lista dos novos alunos e começou a chamá-los:



 



_Ackerman, Cláudia.



 



A garota sentou-se no banquinho e a Profª McGonnagall colocou sobre sua cabeça o chapéu. Rapidamente ele disse:



 



_Lufa-Lufa!



 



Cláudia Ackerman dirigiu-se à mesa dos texugos, sendo afetuosamente recebida. A chamada continuou:



 



_Anders, Henry.



_Corvinal!



 



Minerva McGonnagall prosseguiu chamando os alunos até que, localizando o nome do seguinte, franziu a testa, deu um olhar espantado à lista e disse:



 



_Bin Laden, Jemail.



 



Murmúrios seguiram-se ao anúncio da professora. O sobrenome “Bin Laden” era conhecido, mesmo na Bruxidade. Um belo garoto de traços árabes avançou com firmeza, mas sem arrogância, cumprimentou educadamente a Profª McGonnagall e sentou-se no banquinho. O chapéu foi colocado sobre sua cabeça e disse:



 



_Jemail Bin Laden, você carrega um sobrenome que amedronta o mundo e que alguns considerariam um estigma. Mas sei que você não é o que acham, apesar das raízes. Somos o resultado não apenas de nossas origens, mas também de nossas escolhas.



_Tem razão, chapéu. _ disse Jemail, em voz baixa _ Sabe onde me colocará?



_Você sabe para onde quer ir?



_Não sei ao certo, chapéu. Só sei para onde não quero ir. Por favor, não me mande para a Sonserina.



_Excelente resposta, Jemail. Ela exprime o desejo do fundo do seu coração. Portanto, não há outro lugar para onde mandá-lo que não seja a ... GRIFINÓRIA!!



 



Apesar da surpresa, pois imaginavam que alguém com o sobrenome “Bin Laden” fosse automaticamente selecionado para a Sonserina, os grifinórios aplaudiram e fizeram lugar para Jemail, que sentou-se junto aos Inseparáveis, ao lado de Neville.



 



_Seja bem-vindo, Jemail. _ disse Hermione _ Estou certa de que gostará muito de Hogwarts. Meu nome é Hermione Granger e sou monitora da Grifinória, juntamente com meu namorado, Rony Weasley, sendo que nós também somos os Monitores-Chefes. Muito prazer.



_O prazer é todo meu, Hermione. _ respondeu Jemail, rapidamente integrando-se aos companheiros leões.



 



Prestando atenção à mesa dos professores, Harry jurou que pôde surpreender um enigmático sorriso no rosto de Sirius.



A Profª McGonnagall continuou chamando:



 



_Devereaux, Camille.



 



Uma garota de cabelos castanhos sentou-se no banquinho e logo o chapéu disse:



 



_Lufa-Lufa!



 



A Seleção prosseguiu, até que foram chamados dois irmãos gêmeos:



 



_Musashi, Heiko. _ uma garota japonesa sentou-se no banquinho e o chapéu disse:



_Para você não há melhor lugar do que a Grifinória.



 



Heiko levantou-se e foi para a mesa. Em seguida, seu irmão foi chamado:



 



_Musashi, Tetsuken. _ ele sentou-se e o chapéu o selecionou:



_O que eu disse para sua irmã vale para você, jovem “Punho de Aço”. Seja feliz na Grifinória. _ Tetsuken sentou-se à mesa, ao lado de sua irmã gêmea. Na mesa dos professores, quem sorria agora era Mason.



 



Prosseguindo, foi chamado:



 



_Townsend, Stuart.



 



Um garoto negro de cabelos rastafari, lembrando uma versão mais nova de Linus Jordan, sentou-se no banquinho, apreensivo. O chapéu disse:



 



_Não se preocupe, meu jovem. Sei muito bem onde colocá-lo. Corvinal!



 



Concluindo a Seleção, chamaram Amanda Wallace, que foi selecionada para a Sonserina. Draco, que estava procurando sentir o Ki dos alunos selecionados para a sua Casa, sorriu satisfeito. Poucos manifestavam tendência para as Trevas. Amanda Wallace não era um deles.



Porém as surpresas ainda não haviam terminado. Hagrid retirou-se e retornou, conduzindo uma jovem, cujo capuz cobria o seu rosto, semelhante à maneira pela qual Janine chegara, no ano anterior. Sentou-se no banquinho e tirou o capuz. Na mesa da Sonserina Draco, que já era bastante claro, ficou quase transparente ao olhar para o rosto dela. Tal fato não passou despercebido dos Inseparáveis, principalmente de Janine. Ao mesmo tempo, Martinette sussurrava algo ao ouvido de Luna Lovegood.



A garota era loira, com longos cabelos lisos e platinados, olhos cinza-azulados e, no rosto, uma expressão nobre e altiva. A Profª McGonnagall anunciou a jovem:



 



_Por transferência da Academia de Magia Beauxbatons, para o sexto ano, Valérie St. Clair Malfoy.



 



Estava explicada a palidez de Draco. Aquela garota era sua prima francesa, filha de seu tio paterno, René. O chapéu foi colocado sobre sua cabeça e logo declarou:



 



_SONSERINA! _ Valérie tirou o chapéu, colocou-o de volta no banco, cumprimentou educadamente a Profª McGonnagall e dirigiu-se para a mesa da Sonserina, sorrindo para seu primo e sentando-se ao lado dele. Dumbledore fez uso da palavra:



_Sejam bem-vindos. É uma satisfação tê-los em Hogwarts para mais um ano letivo. Aos veteranos, uma boa continuidade dos seus estudos. Aos recém-chegados, que Hogwarts corresponda às suas expectativas tanto quanto vocês às dela. Para todos, que esta milenar escola continue sendo uma extensão dos seus lares. Como já é de conhecimento da maioria, a Floresta é proibida aos alunos. O Sr. Filch preparou uma nova lista de objetos não permitidos, a qual está no quadro de avisos de suas Casas. Neste ano não há vagas para as equipes de Quadribol, pois os quadros estão completos. Tenho o prazer de lhes apresentar um novo membro do corpo docente de Hogwarts, o professor assistente da disciplina de Vôo, que assumirá a vaga quando Madame Hooch se aposentar. Com vocês, um destacado ex-aluno desta escola, Sirius Black.



 



Novamente murmúrios se fizeram ouvir entre os alunos:



 



_Sirius Black?



_Não havia morrido?



_Sim, mas retornou.



_Impossível! Como pôde?



_Ninguém sabe. O fato é que está aqui.



_Não era um foragido de Azkaban?



_Sim, mas foi provado que era inocente.



_Coitado. Passar doze anos naquele inferno.



_E além de tudo morrer e voltar da própria morte.



_Deve ser um cara muito especial.



_Mas claro! Ele é “Aquele-Que-Voltou-Da-Morte”.



_Não é padrinho de Harry Potter?



_Sim, era muito amigo do pai dele.



_Um gato! _ disse uma garota da Corvinal.



_Yummy, yummy, yummy!!! _ disseram, de forma meio cantada, duas da Sonserina.



_Tira o olho! É mais velho e é professor.



_E daí? Sonhar é permitido, não é? _ as garotas riram. Com certeza os olhos azuis de Sirius iriam iluminar muitos sonhos naquela noite.



 



Dumbledore concluiu os avisos e disse:



 



_Depois de tudo isso, nada mais posso dizer, a não ser “Bon appetit”!



A deliciosa comida preparada pelos elfos domésticos de Hogwarts surgiu magicamente nos pratos e todos deliciaram-se com as iguarias servidas. Após o jantar, Luna e Draco foram à mesa da Grifinória. Valérie foi atrás do primo e disse:



 



_Não me apresenta aos seus amigos, Draco?



 



Meio sem jeito, Draco fez as apresentações.



 



_Valérie Malfoy, minha prima da França. Esta é Janine Sandoval, minha noiva. Estes são Neville Longbottom, Luna Lovegood, Hermione Granger, Ronald e Virgínia Weasley e o noivo de Virgínia,...



_Harry Potter. _ disse Valérie, com um sorriso _ Sua mundialmente famosa cicatriz dispensa qualquer tipo de apresentação, embora nem fosse necessário. Você corresponde à descrição que meu pai fez. Ele disse que você era idêntico ao seu pai e me mostrou uma foto do Sr. Tiago Potter.



_René Malfoy conheceu meu pai? _ perguntou Harry.



_Sim, Harry. Foi em um encontro de Escolas de Magia em Amsterdam, quando meu pai estava no quarto ano.



 



Enquanto travavam esse diálogo, Harry tentava sentir o Ki de Valérie, pois tivera uma momentânea sensação de malignidade quando ela entrou no Salão Principal, a qual logo desapareceu. Insistindo, notou que a garota sabia bloquear a mente e diminuir o Ki, fato que o deixou ainda mais desconfiado. Utilizando o elo telepático, fez contato com Gina:



 



_ “Gina, Valérie sabe utilizar o Ki e está bloqueando a mente às minhas sondagens”.



_ “Eu sei, meu amor. Eu estava tentando fazer a mesma coisa e percebi que ela é resistente. Eu também tive uma rápida sensação de uma vibração maligna no Ki dela”.



_ “Acha que ela pode ser uma agente das Trevas em Hogwarts”?



_ “Talvez, Harry. Mas que ela possui uma mente fortíssima, isso possui. É bom que fiquemos alerta e passemos a informação aos outros, assim que possível”.



 



Os monitores começaram a conduzir os alunos para as Casas. Draco e Valérie despediram-se dos outros Inseparáveis e juntaram-se ao restante dos sonserinos. Luna foi para o grupo da Corvinal. Logo chegaram ao retrato da Mulher Gorda, que sorriu para eles e disse:



 



_Bem-vindos para mais um ano letivo, meus jovens. A senha, por favor.



_ “Sentinela da Liberdade”! _ disse Hermione e o retrato afastou-se, permitindo que os alunos passassem pelo corredor e adentrassem a Sala Comunal. Harry e os Inseparáveis sentaram-se nas suas poltronas preferidas, notando que Jemail estava sozinho, parecendo que os outros estavam com medo dele. Gina então o chamou:



_Jemail, venha cá. Sente-se conosco.



 



O jovem árabe sorriu e sentou-se junto aos Inseparáveis.



 



_Parece que meu sobrenome impressionou os colegas.



_Você deve reconhecer que “Bin Laden” é um nome conhecido, mesmo na Bruxidade. _ comentou Hermione _ Qual o seu parentesco com Osama?



_Ele é meu pai, Hermione.



 



Foi como se uma bomba tivesse sido detonada no local. Todos ficaram em silêncio, estupefatos com a revelação de Jemail.



 



_Seu pai? _ Harry estava surpreso.



_Sim, Harry. Poucos meses depois de eu nascer ele descobriu que minha mãe era uma bruxa. Ele a repudiou e ela retornou para a Inglaterra, comigo ainda bebê. Meus avós maternos nos acolheram e, quando comecei a manifestar magia, minha mãe me contou sua história. Não odeio meu pai, inclusive até o compreendo. Para alguém que pauta sua vida pela estrita observância dos preceitos do Alcorão, ser esposo de uma bruxa seria inadmissível. Ele nunca mais tomou conhecimento de nossa existência, mas não me importo. Minha mãe e meus avós sempre procuraram me ensinar a manter puros meu coração e objetivos. Me senti orgulhoso quando recebi a carta de Hogwarts e aqui estou. É um prazer enorme conhecer todos vocês, pois minha mãe sempre me falou sobre Harry Potter, a única pessoa a sobreviver ao impacto direto da Maldição da Morte. Ela me pediu que sua identidade permanecesse desconhecida, até que fosse o momento de revelá-la. Espero que respeitem essa decisão.



_Por nós tudo bem. _ disse Rony. _ Conte com nossa discrição, certo?



_Certo. _ disseram todos os outros e Jemail despediu-se, indo para o dormitório masculino. No caminho, cruzou com os gêmeos Musashi e Tetsuken lhe disse:



_Jemail-san, não pudemos deixar de ouvir sua conversa com Harry Potter e seus amigos. Minha irmã e eu não temos nenhuma restrição quanto às suas origens, não é, Heiko?



_Hai. Nada significa. Nós não podemos escolher de onde viemos, Jemail-san, mas o que fazemos a partir daí é responsabilidade nossa, nós construímos nosso próprio futuro.



_Portanto, gostaríamos que aceitasse um pequeno símbolo do penhor de nossa amizade. _ e lhe deram uma corrente com um pingente que era uma placa de aço, igual à que ambos usavam no pescoço. ela possuía dois Kanji gravados. De um lado o da Honra e, do outro, o da Amizade.



_Dômo arigatô gozaimassu, Tetsuken-san, Heiko-san. _ respondeu Jemail, utilizando termos e tratamentos japoneses, dos quais tinha conhecimento _ A placa diz tudo. Para mim é uma honra receber o penhor de sua amizade. Creio que está na hora de nos recolhermos, não é, Tetsuken-san? Konbanwa, Heiko-san. _ os rapazes foram para o dormitório masculino e Heiko para o feminino.



Depois que ele subiu, Harry e Gina contaram aos outros sobre Valérie, apenas omitindo o seu elo telepático. Hermione permaneceu em silêncio por alguns instantes e então falou:



_Realmente, vocês podem estar certos. Eu notei a expressão no rosto de Draco quando ela tirou o capuz das vestes. E se há alguém que conhece um Malfoy...



_...É outro Malfoy. _ completou Janine _ Draco já me falou dos seus parentes franceses, dizendo que eram tão partidários das Trevas quanto seus pais. René tem uma imagem respeitável para bruxos e trouxas como grande vinicultor mas, na verdade, é o maior agente de Voldemort no Vale do Loire. Eu não me espantaria se ela estivesse na Inglaterra para alguma missão específica.



_O problema é que, por enquanto, temos apenas suposições e nada de concreto. _ disse Rony _ A única coisa que poderemos fazer é ficarmos vigilantes. Ela sabe bloquear a mente e reduzir o Ki. Quem garante que também não tenha treinamento Ninja, talvez em um Dojo de técnicas negras?



_Isso explicaria muita coisa. Talvez ela também saiba sondar o Ki dos outros ou pior, que saiba utilizar Saiminjutsu e influenciar mentes. Acho bom colocarmos em prática os ensinamentos do Prof. Mason e protegermos as nossas próprias mentes. _ comentou Neville.



De repente a voz de Luna se fez ouvir, vinda da jóia de comunicação de Neville:



_ “Concordo com vocês todos. Eu estava ouvindo através da jóia e preciso lhes dizer uma coisa.



_Sobre aquilo que Martinette sussurrou no seu ouvido, quando Valérie tirou o capuz? _ perguntou Harry, olhando para o rosto de Luna na jóia, no pulso de Neville.



_ “Exatamente, Harry. Era sobre Valérie que ela estava falando.



_E o que ela lhe disse? _ Neville perguntou para a namorada.



_ “Ela me disse, literalmente, ‘Cuidado com ela. Ela não presta’ e ficou com uma expressão de medo no rosto.”



_Isso nós vimos. _ disse Gina _ Amigos, acho que o novo líder da gangue do mal não será Malcolm Baddock ou Gram Pritchard.



_É, vamos esperar para ver. _ disse Hermione _ Gente, é tarde. Vamos dormir, pois amanhã as aulas começam cedo.



_De acordo. _ disse Harry, dando um beijo de boa-noite em Gina. Rony fez o mesmo em Hermione e Neville despediu-se de Luna. Janine também foi se recolher. Veria Draco no dia seguinte. Hermione ainda comentou:



_Quando vi Jemail e os gêmeos Musashi, me veio à memória a amizade de outro trio, há sete anos atrás, com a diferença que eles não tiveram de nocautear um trasgo adulto. _ os amigos riram.



 



Sentados à mesa do café da manhã, receberam os horários das aulas, das mãos de Hermione e Rony. Luna já havia tomado o seu e juntara-se aos Inseparáveis, na mesa da Grifinória.



 



_Começamos com Transfiguração, seguida de...aah, não! História da Magia. Depois Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços e Estudos dos Trouxas. _ disse Harry _ À tarde, Trato das Criaturas Mágicas, dois tempos e Poções, dois tempos. Beleza, dá tempo de correr depois.



_Para o sexto ano também está puxado. _ disse Gina _ Mas não vamos negligenciar uma corridinha, não é, Luna?



_Com certeza, Gina. Ah, vejam. O correio está chegando.



 



Uma revoada de corujas entrou pelo Salão Principal, deixando cair a correspondência no colo de seus respectivos destinatários. Para Janine, uma carta de sua mãe e seus avós. Hermione recebeu o Profeta Diário e, para Lilá Brown...



 



_Carta de Duda? _ perguntou Harry.



_Como sabe? _ Lilá corou, levemente.



_Convivi com ele a maior parte de minha vida. Conheço de longe a letra dele.



_Duda? Aquele gato loiro, atlético, primo do Harry? _ perguntou uma garota do quarto ano.



_Ele mesmo. Eu o vi, em King’s Cross, no final do último ano letivo. E concordo com você. É mesmo um gato. _ disse outra.



_Mas o Harry não fica atrás. _ disse uma terceira _ Só aqueles olhos verdes... aah, mas que sorte tem a Gina Weasley.



_Isso mesmo, meninas. E é bom irem logo tirando o olho, pois nenhum dos dois está mais disponível. _ disseram Lilá e Gina, fazendo caras de bravas, mas rindo em seguida.



 



No envelope lia-se, no lugar do destinatário, “Srta. Lavender Brown”.



 



_ “Lavender”? _ perguntou Rony.



_É o meu nome, ora.



_Interessante, Lilá. _ comentou Harry _ Há mais de seis anos que estudamos juntos e, só agora, soube o seu nome. Mesmo na Seleção a Profª McGonnagall disse “Lilá”.



_Desde criança me chamam assim. Não que eu não goste do meu nome, mas é que já me acostumei a ser chamada assim. Tenho ainda uma irmã chamada “Laverne”.



_Era o nome de uma das Irmãs Andrews, cantoras americanas famosas das décadas de 30 e 40. _ comentou Janine _ Chamavam-se Laverne, Patti e Maxine. Há muitos filmes trouxas da II Guerra onde existem referências a elas ou uma de suas músicas tocando ao fundo.



_Seu nome é bonito. _ disse Gina.



_Concordo. _ disse Harry _ “Lavender” tem uma sonoridade que combina com você, bem... aristocrática e condizente com sua família.



_E o seu? _ perguntou Lilá _ Sempre o chamamos de “Harry”, mas esse é um diminutivo.



_Nunca fui muito fã de “Harold”. _ disse Harry _ acho a sonoridade muito pedante. Prefiro “Harry”, como sempre me conheceram. _ todos riram juntos.



 



Olhando a turma do primeiro ano indo para as aulas, Rony reparou em um grupo que não se largava e que era formado pelos gêmeos Musashi, Jemail, Camille Devereaux, Amanda Wallace e Stuart Townsend. Todos usavam os pingentes de “Honra e Amizade”. Ele comentou com os amigos:



 



_Não sei não, talvez ainda seja meio cedo para afirmar, mas eu acho que estamos olhando para a nova geração dos Inseparáveis e, dessa vez, a Sonserina está presente desde o início.



_Só espero que eles não se metam em tantas encrencas quanto nós, desde o primeiro ano. _ disse Harry _ Madame Pomfrey precisaria ter leitos privativos para eles.



_Mas, pelas caras deles, acho que vão aprontar bastante. _ comentou Janine _ Não sei por que, mas Heiko e Tetsuken Musashi me lembram Fred e Jorge. E não é somente por serem gêmeos.



_Se for assim, a sucessão dos Chefes dos Criadores de Confusão está garantida. _ disse Hermione, rindo _ Vamos, gente. A Profª McGonnagall está à nossa espera. _ e seguiram para a aula de Transfiguração.



 



A Profª McGonnagall iniciou um programa de revisões, visando preparar os alunos para os N.I.E.Ms, que teriam de prestar naquele ano. Começaram desde o início, com os Feitiços de Transformação Simples, que haviam aprendido no primeiro ano, aperfeiçoando sua execução, progredindo para os mais elaborados. Depois foram para a aula de História da Magia. Incrivelmente ninguém dormiu, mesmo com a sonífera voz do Prof. Binns. Era a importância dos N.I.E.Ms exercendo o seu papel.



Depois foram para Defesa contra as Artes das Trevas, onde Mason também iniciou um programa de revisões e ficou contente com o desempenho da turma. Pelo visto todos iam se dar muito bem nos exames, o que já o enchia de orgulho. Certa hora, aproximou-se de Harry e, disfarçadamente, combinaram a data da reunião da AD. A aula de Estudo dos Trouxas correu sem novidades e, a seguir, foram almoçar.



Na parte da tarde, começaram com Trato das Criaturas Mágicas. Hagrid estava satisfeito com o nível de conhecimento demonstrado pela turma. Todos queriam fazer um bom papel. Logo em seguida foram para as masmorras, para dois tempos de Poções. Com todos já sentados, o Prof. Snape adentrou a sala.



 



_Boa tarde, classe. Como sabem, este será o ano em que vocês, da sétima série, prestarão os N.I.E.Ms. Será bom revisarmos o que foi aprendido nesses últimos anos. Aliás, falando em revisar, eu me lembro de ter feito três perguntas ao Sr. Potter, quando vocês estavam no primeiro ano, as quais ele não soube me responder. Vamos ver se agora ele as responde (Harry pensou: “Já estava demorando para o narigudo lembrar-se de mim. Bom, vai ter uma surpresa”). Sr. Potter, o que eu obtenho se adicionar asfódelo em pó a uma infusão de losna?



_Poção do Morto-Vivo, Prof. Snape.



_Bom. E onde o senhor iria, caso eu lhe pedisse para me conseguir um bezoar?



_No estômago de uma cabra, Prof. Snape.



_Ótimo. E qual a diferença entre acônito licóctono e lapelo?



_Nenhuma, Prof. Snape.



_Excelente. Jamais pensei que diria isso, mas... dez pontos para a Grifinória. Porém, qualquer um pode decorar, enquanto que poucos podem compreender. Proponho ao Sr. Potter um pequeno desafio. Farei mais três perguntas, que são complementos das três primeiras. Se o senhor me responder corretamente, Sr. Potter, a Grifinória receberá mais vinte pontos. Se errar qualquer uma delas, retirarei os dez que concedi. De acordo, Sr. Potter?



_De acordo, Prof. Snape. _ disse Harry, olhando firmemente para o professor. Hermione olhava assustada para o amigo. Será que ele responderia corretamente?



_Sr. Potter, o que é a Poção do Morto-Vivo?



_É uma Poção de Sono fortíssima que, se for administrada em uma quantidade um pouco maior do que a recomendada, pode deixar a pessoa em uma espécie de coma, semelhante à morte, com uma acentuada redução do metabolismo.



_Bom, Sr. Potter. E o que é um bezoar?



_É uma espécie de pedra, resultante da agregação de pêlos e materiais que a cabra não consegue digerir e que fica no seu estômago. Às vezes a cabra os expele, semelhante a um gato cuspindo bolas de pêlo. Funciona como antídoto para a maioria dos venenos conhecidos e, se combinada com lágrimas de Fênix, contra todos, constituindo um Antídoto Universal. Porém é bastante rara.



_Ótimo, Sr. Potter. Para completar, por que não há diferença entre os dois acônitos?



_Porque são dois nomes diferentes para a mesma planta, o acônito. Inclusive, deve ser manuseado com muito cuidado, pois sua seiva e suas folhas possuem um alcalóide, chamado aconitina, o qual é um violento veneno, que mata por paralisia respiratória.



_Excelente, Sr. Potter. A Grifinória ganha mais vinte pontos.



Os alunos da Grifinória prorromperam em aplausos. Snape disse:



_Apenas sejam moderados nas comemorações, para não perderem os pontos concedidos. E, dirigindo-se à sua mesa, aproveitou que os alunos não podiam ver seu rosto e sorriu. Realmente essa turma iria arrebentar nos N.I.E.Ms.



 



Depois da aula de Poções, foram para o campo de Quadribol, devidamente equipados, a fim de uma boa corrida. E assim terminou o primeiro dia de aulas daquele ano.



Aplicados para os N.I.E.Ms, os alunos do sétimo ano nem perceberam o tempo passar e, quando deram-se por conta, haviam se passado três semanas. Foi então que Harry recebeu um convite inesperado e inusitado.


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