Como Serpentes e Leões



Harry se sentiu como se estivesse carregando algum tipo de talismã dentro de seu peito durante todas as duas semanas seguintes, um segredo ardente que o auxiliou nas aulas de Umbridge e até fez possível sorrir suavemente enquanto olhava nos horríveis olhos protuberantes dela. Ele e o AD a estavam impedindo sobre seu próprio nariz, fazendo justamente a coisa que ela e o Ministério mais temiam e sempre que ele estava empenhado em ler o livro de Wilbert Slinkhard durante as suas aulas se demorava, satisfazendo lembranças de suas reuniões mais recentes, lembrando de como Neville tinha sido bem sucedido desarmando Hermione, como Colin Creevey tinha controlado o feitiço do Impedimento após três reuniões com duro esforço, como Parvati Patil tinha produzido assim um bom feitiço

Redutor com o qual reduziu a mesa que sustentava todos os bisbilhoscópios a pó.

Estava achando quase impossível determinar uma noite regular da semana para as reuniões do ED, enquanto tinham que acomodar as práticas de quadribol de três times separados, que eram freqüentemente obrigados a serem reajustados por causa das condições de tempo ruim; mas Harry não estava preocupado com isso; tinha uma sensação de que era provavelmente melhor deixar o tempo das reuniões imprevisível. Se alguém os estivesse observando seria difícil contornar.

Hermione logo planejou um método de comunicação muito inteligente para a hora e a data da reunião seguinte para todos os membros no caso de precisarem mudar em um curto aviso, porque poderia ser suspeito se pessoas de casas diferentes fossem vistas atravessando o Salão Principal para conversar um com o outro freqüentemente. Ela deu a cada membro do AD um falso galeão (Rony ficou muito excitado quando primeiro viu a cesta e estava convencido de que ela estava atualmente distribuindo ouro).

- Você vê os números em torno da margem das moedas? - Hermione disse, segurando uma para examinação no fim de sua quarta reunião. A moeda brilhava gorda e amarela na luz das tochas. - No galeão real há apenas um número de série referente ao duende que modelou a moeda. Nesses falsos galeões, entretanto, os números serão mudados para refletir a hora e a data das próximas reuniões. As moedas ficarão quentes quando a data muda, então se você as estiver carregando num bolso poderá sentir. Nós pegaremos um cada e quando Harry estabelecer a data da próxima reunião ele mudará o número na moeda dele, porque eu coloquei um feitiço multiforme nelas, elas mudarão para imitar a dele.

Um vago silêncio recolheu as palavras da Hermione. Ela olhou em volta para todas os rostos levantados para ela perturbados.

- Bem... Eu achei que era uma boa idéia - ela disse vagamente. - Eu quero dizer, mesmo se Umbridge pedisse para que nós esvaziássemos os nossos bolsos não é nada suspeito em carregar um galeão, é? Mas... Bem, se vocês não querem usá-los...

- Você pode fazer um feitiço multiforme? - disse Terry Boot.

- Sim.

- Mas isso é... isso é do nível NIEM, isso é - ele disse fracamente.

- Oh - disse Hermione, tentando parecer modesta. - Oh... Bem... Sim, eu acho que é.

- Como você não está na Corvinal? - ele perguntou, fixo em Hermione com algo próximo a admiração. - Com cérebro como o seu?

- Bem, o Chapéu Seletor considerou seriamente me colocar na Corvinal durante a seleção - disse Hermione alegremente - mas decidiu pela Grifinória no fim. Então, isso significa que nós vamos usar os galeões?

Houve um murmúrio de aprovação e todos se moveram animados para buscar um da cesta. Harry olhou de lado para Hermione.

- Você sabe o que eles me lembram?

- Não, o quê ?

- As Marcas dos Comensais da Morte. Voldemort toca em um deles, todas as suas cicatrizes queimam e eles sabem que têm que se juntar a ele.

- Bem... Sim - disse Hermione rapidamente -, é de onde eu tive a idéia... Mas você notará que eu decidi gravar a data em pedaços de metal do que na pele dos nossos membros.

- É... Eu prefiro o seu jeito - disse Harry, sorrindo enquanto colocava seu galeão dentro de seu bolso. - Eu acho que o único perigo com isso é que eu possa acidentalmente gastá-los.

- Sem chance - disse Rony, que estava examinando o seu próprio falso galeão com um ar levemente pesaroso. - Eu não tenho nenhum galeão real para confundir com esse.

Quando ao primeiro jogo de quadribol da estação - Grifinória contra Sonserina - se aproximou, suas reuniões do ED foram suspensas porque Angelina insistia em treino quase diário. O fato era que Taça de Quadribol não era segurada há um tempo considerável para o interesse e agitação rodeada à chegada do jogo; Corvinal e Lufa-lufa estavam levando um intenso interesse no resultado, para eles, é claro, estariam jogando ambos times no próximo ano; e os capitães dos times, ainda que tentassem disfarçar uma pretensão decente de espírito esportivo, estavam determinados a ver seu próprio lado vitorioso. Harry constatou o quão a professora McGonagall se importava em derrotar Sonserina quando os absteve de dar dever de casa na semana antecessora ao jogo.

- Eu acho que vocês têm muito que fazer no momento - ela disse grandiosamente. Ninguém podia acreditar em seus ouvidos até quando ela olhou diretamente para Rony e Hermione e disse severamente. - Eu fiquei acostumada em ver a Taça de Quadribol na minha sala, garotos, e eu realmente não quero ter que entregá-la para o professor Snape, então usem o tempo extra para praticar, não irão?

Snape era não menos obviamente partidário; ele reservou o campo de quadribol para a prática da Sonserina tantas vezes que a Grifinória teve dificuldade de pegá-lo para treinar. Ele estava também se fingindo de surdo aos muitos rumores de que Sonserina tentava enfeitiçar os jogadores da Grifinória nos corredores. Quando Alicia Spinnet foi para a ala hospitalar com suas sobrancelhas crescendo tão cheias que logo cobriram sua visão e obstruíram a sua boca, Snape insistiu que ela deveria ter experimentado o feitiço para engrossar o cabelo em si mesma e se recusou a ouvir quatorze testemunhas que insistiam que viram o goleiro da Sonserina, Miles Bletchley, acertá-la por trás com um feitiço enquanto ela trabalhava na biblioteca.

Harry se sentia otimista sobre as chances da Grifinória; eles nunca, acima de tudo, tinham perdido para o time de Malfoy. Reconhecidamente, Rony ainda não estava representando o nível de Wood mas estava trabalhando extremamente duro para melhorar. Sua maior fraqueza era uma tendência a perder confiança após ter cometido um erro; se deixasse passar um gol ficava agitado e estava portanto apto a errar mais. Por outro lado, Harry viu Rony fazer algumas defesas verdadeiramente espetaculares quando estava em forma; durante uma prática memorável projetou uma mão de sua vassoura e chutou a goles para tão longe do arco da baliza que voou uma extensão do campo e caiu no centro do arco no outro fim; o resto do time sentia aquela defesa comparada favoravelmente com uma feita recentemente por Barry Ryan, o goleiro internacional da Irlanda, contra o rebatedor da Polônia Ladislaw Zamojski. Até Fred tinha dito que Rony deveria fazer ele e Jorge sentirem orgulho e que estavam seriamente considerando em admitir que estava relacionado com eles, algo que o garantiram que estavam tentando negar a quatro anos.

A única coisa que estava realmente preocupando Harry era o quanto Rony estava levando em conta as táticas do time da Sonserina para deixá-lo triste antes mesmo de irem ao campo. Harry, é claro, vinha tolerando os maliciosos comentários há quatro anos, tantos murmúrios como, "Hey, Potty, eu escutei Warrington jurar que vai te derrubar da sua vassoura no sábado," longe de esfriar o seu sangue, fê-lo rir. "A mira do Warrington é tão patética que eu ficaria mais preocupado se estivesse apontando para uma pessoa perto de mim" ele rebateu, o que fez Rony e Hermione rirem e tirar o sorriso malicioso do rosto de Pansy Parkinson.

Mas Rony nunca tinha tolerado uma impiedosa campanha de insultos, zombarias e intimidação. Quando sonserinos, alguns deles do sétimo ano e consideravelmente maiores do que ele era, murmuravam enquanto passavam nos corredores, "Encomendou a sua cama na ala hospitalar, Weasley?" ele não ria, ficava num tom de verde. Quando Draco Malfoy imitava Rony, deixando cair a goles (que fazia sempre que vinham com o sinal de cada um), as orelhas do Rony ficavam vermelhas e suas mãos balançavam tanto que era provável que ele deixasse cair o que estivesse segurando na hora, também.

Outubro se extinguiu num avanço de grandes ventos e chuva forte e novembro chegou, frio como um ferro gelado, com corrente de ar frio que perfuram as mãos e rostos expostos. O céu e o teto do Salão Principal se tornaram um pálido cinza perolado, as montanhas ao redor de Hogwarts estavam cobertas de neve e a temperatura no castelo caiu tanto que muitos estudantes vestiram suas luvas grossas protetoras de pele de dragão nos corredores entre as aulas.

A manhã do jogo amanheceu clara e fria. Quando Harry acordou olhou em volta, para a cama de Rony, e o viu sentado, assustado, perpendicular, seus braços ao redor dos seus joelhos, olhando fixamente para o espaço.

- Você está bem?

Rony confirmou mas não falou. Harry estava se lembrando impetuosamente de quando Rony tinha acidentalmente colocado um feitiço para vomitar lesmas em si mesmo, parecia tão pálido e suado como se tivesse feito isso, sem mencionar a relutância para abrir a sua boca.

- Você apenas precisa de um café da manhã - disse Harry, estimulante. - Vamos.

O Salão Principal estava completamente cheio quando chegaram, conversavam alto e o humor mais exuberante que o de costume. Enquanto passavam a mesa da Sonserina estava num excitação de barulhos. Harry olhou em volta e viu que, adicionado aos normais cachecóis e chapéus verde e prata, todos estavam usando um distintivo prata numa forma que parecia ser uma coroa. Por alguma razão muitos deles acenaram para o Rony, rindo estrondosamente. Harry tentou ver o que estava escrito nos distintivos enquanto caminhava mas estava tão concentrado em fazer Rony passar pela mesa rapidamente que não deu tempo para ler.

Receberam estimulantes boas-vindas na mesa da Grifinória, onde todos estavam vestindo vermelho e dourado mas longe de levantar o espírito de Rony, as aclamações pareciam consumir a última de sua disposição; ele desmoronou no banco mais próximo, parecendo como se estivesse enfrentando a sua última refeição.

- Eu devo ter sido um idiota para fazer isso - ele disse em um sussurro rouco. - Idiota.

- Não seja estúpido - disse Harry firmemente, passando a ele uma seleção de cereais -, você vai ficar bem. É normal ficar nervoso.

- Eu sou um lixo - grasniu Rony. - Eu sou ruim. Eu não posso jogar para salvar a minha vida. O que eu estava pensando?

- Agarre - disse Harry severamente. - Olhe para aquela defesa que você fez com o seu pé outro dia, até Fred e Jorge disseram que foi brilhante.

Rony virou um rosto atormentado para Harry.

- Aquilo foi um acidente - sussurrou miseravelmente. - Eu não pretendia fazer, eu escorreguei da minha vassoura quando nenhum de vocês estava olhando e quando eu estava tentando voltar chutei a goles por acidente.

- Bem - disse Harry, recuperando-se rapidamente de sua surpresa desagradável -, mais alguns acidentes como esse e o jogo está no bolso, não está?

Hermione e Gina se sentaram opostas a eles, vestindo cachecol, luvas e rosetas vermelho e dourado.

- Como você está se sentindo? - Gina perguntou a Rony, que estava agora olhando para os pingos de leite no fundo de sua tigela de cereal vazio enquanto seriamente considerava em mergulhar nelas.

- Ele está apenas nervoso - disse Harry

- Bem, isso é um bom sinal, eu nunca acho que você se sai tão bem nos exames se você não está um pouco nervoso - disse Hermione sinceramente.

- Oi - disse uma vaga e sonhadora voz atrás deles. Harry olhou: Luna Lovegood tinha saído da mesa da Corvinal. Muitas pessoas estavam olhando para ela e poucos estavam abertamente rindo e apontando; ela tinha procurado uma forma de chapéu como uma cabeça de leão de tamanho natural, que estava pousado precariamente na sua cabeça.

- Eu estou apoiando a Grifinória - disse Luna, apontando desnecessariamente para o seu chapéu. - Olha o que ele faz...

Ela o apanhou e deu uma leve pancadinha com a sua varinha. Ele abriu sua boca enorme e deu um rugido extremamente real, que fez todos que estavam na vizinhança pularem.

- É bom, não é? - disse Luna feliz. - Eu queria que ele mastigasse uma serpente para representar a Sonserina, você sabe, mas não deu tempo. De qualquer modo... Boa sorte, Ronald!

Ela foi embora. Eles não estavam totalmente recuperados do choque do chapéu da Luna e Angelina veio correndo em sua direção, acompanhada por Katie e Alicia, cujas sobrancelhas tinham misericordiosamente retornado ao normal pela Madame Pomfrey.

- Quando vocês estiverem prontos - ela disse -, nós estamos indo para o campo, checar condições e alterações.

- Nós estaremos lá em um instante - Harry assegurou a ela. - Rony apenas tem que comer algo.

Terminaram após dez minutos, mesmo que Rony não tenha sido capaz de comer algo mais e Harry pensou que seria melhor levá-lo para o vestiário. Enquanto se levantaram da mesa Hermione levantou também e, segurando o braço de Harry, ela o puxou para o seu lado.

- Não deixe Rony ver o que são aqueles distintivos da Sonserina - sussurrou urgentemente.

Harry olhou interrogativamente para ela mas a mesma balançou sua cabeça, chamando a atenção, Rony tinha andado para perto deles, parecendo perdido e desesperado.

- Boa sorte, Rony - disse Hermione, ficando na ponta do pé e dando nele um beijo na bochecha. - E você, Harry...

Rony parecia ir levemente enquanto caminhavam pelo Salão Principal. Ele tocou o lugar onde a Hermione o tinha beijado, parecendo desconcertado, enquanto não estava certo do que tinha acontecido. Parecia muito distraído para notar muito ao seu redor mas Harry arremessou um curioso olhar para os distintivos em forma de coroa enquanto passavam pela mesa da Sonserina e desta vez ele viu as palavras gravadas neles: "Weasley é o nosso rei".

Com uma sensação desagradável de que isso não deveria significar coisa boa; apressou Rony para o Saguão de Entrada, desceram as escadas de pedra e saíram no ar gelado.

A grama gelada mastigava sobre seus pés enquanto se apressavam para o gramado enlameado em direção ao estádio. Não havia vento e o céu estava uniforme, branco perolado, que significava que a visibilidade seria boa sem o obstáculo de raios solares diretos nos olhos.

Harry apontou esses fatores animadores para Rony enquanto caminhavam mas não estava certo de que o amigo estava escutando.

Angelina já tinha se trocado e estava conversando com o resto do time quando entraram.

Harry e Rony tiraram os suas vestes (Rony queria tirar o seu de trás para frente por muitos minutos antes de Alicia ficar com pena dele e foi ajudar), então se sentaram para ouvir a conversa antes do jogo enquanto um murmúrio de vozes lá fora aumentava enquanto a multidão vinha do castelo em direção ao campo.

- Ok, eu já descobri a escalação final da Sonserina - disse Angelina, consultando um pedaço de pergaminho. - Os batedores do último ano, Derrick e Bole, foram embora mas parece que Montague os substituiu com gorilas comuns, antes alguém que possa voar particularmente bem. São dois blocos chamados Crabbe e Goyle, eu não sei muito sobre eles...

- Nós sabemos - disseram Harry e Rony juntos.

- Bem, eles não parecem ser brilhantes suficiente para dizer onde fica o fim da vassoura do outro - disse Angelina, colocando no bolso o pergaminho - mas também fiquei surpresa que Derrick e Bole encontraram seus caminhos no campo sem guias.

- Crabbe e Goyle são do mesmo modelo - Harry assegurou.

Eles podiam ouvir centenas de passos subindo nos bancos nas arquibancadas dos espectadores. Algumas pessoas estavam cantando mas Harry não compreendeu as palavras. Estava começando a ficar nervoso mas sabia que seu nervoso não era nada comparado ao que Rony, que estava apertando seu estômago e olhando reto à frente de novo, seu queixo fixo e sua aparência cinza pálida.

- Está na hora - disse Angelina numa voz quieta, olhando para o relógio. - Vamos todo mundo... Boa sorte.

O time subiu, levaram ao ombro suas vassouras e marcharam em uma fila para fora do vestiário, entraram numa ofuscante luz do sol. Um berro de sons os saudaram, que Harry ainda podia escutar cantando, ainda que estivesse amortecido por aclamações e assobios.

O time da Sonserina estava esperando por eles. Eles, também, estavam usando aqueles distintivos em forma de coroa. O novo capitão, Montague, era feito pelas mesmas linhas como Dudley Dursley, com pesados antebraços como um pernil cabeludo. Atrás dele se espreitavam Crabbe e Goyle, quase tão largos, piscando estupidamente na luz do sol, balançando seus novos bastões de batedores. Malfoy estava ao lado, a luz do sol cintilando a sua cabeça loira. Ele alcançou os olhos de Harry e sorriu malicioso, dando uma pancadinha no distintivo em forma de coroa no seu peito.

- Capitães, apertem as mãos - ordenou a juíza Madame Hooch enquanto Angelina e Montague alcançavam um ao outro. Harry poderia dizer que Montague estava tentando esmagar os dedos da Angelina, ainda que ela não recuasse. - Montem em suas vassouras...

Madame Hooch colocou o apito na boca e apitou.

As bolas foram soltas e os quatorze jogadores se dirigiram para cima. Fora do ângulo de seu olho, Harry viu Rony correr em direção aos aros da baliza. Harry subiu rápido e alto, evitando um balaço, e deu uma volta no campo, olhando fixo ao redor por um brilho de ouro; no outro lado do estádio, Draco Malfoy estava fazendo exatamente o mesmo.

- E é Johnson, Johnson está com a goles, que jogadora ela é, eu venho dizendo isso há anos mas ela ainda não quer sair comigo...

- JORDAN! - gritou a professora McGonagall.

- Apenas um fato engraçado, professora, acrescenta um pouco de interesse... E ela desvia de Warrington, ela está passando por Montague, ela está... Ai! Foi atingida por de trás por um balaço vindo do Crabbe... Montague pega a goles, Montague descendo no campo e... Bom balaço este foi de Jorge Weasley, que mandou um balaço na cabeça do Montague, ele deixou a goles cair, pega por Katie Bell da Grifinória, passa para Alicia Spinnet e Spinnet logo...

O comentário de Lino Jordan soou pelo estádio e Harry ouviu tão desagradável como se pudesse através do vento assobiar em seus ouvidos o rumor da multidão, todos gritando e vaiando e cantando.

- Desviou de Warrington, evitou um balaço, passou perto, Alicia, e a multidão está amando isso, apenas escutem, o que é que eles estão cantando?

E quando Lino parou para ouvir a música cresceu mais alto e mais claro do mar de verde e prata na seção da Sonserina na arquibancada:

"Weasley não pode salvar nada, ele não pode bloquear um aro, é por isso que todos os sonserinos cantam: Weasley é o nosso rei."

- E Alicia passa de volta para Angelina! - Lino gritou e enquanto Harry se virou seu interior ferveu com o que tinha acabado de escutar, sabia que Lino estava tentando abafar as palavras da música. - Vamos agora, Angelina, parece que ela só tem o goleiro para ultrapassar! ELA LANÇA... ELA... Aaaah...

Bletchley, o goleiro da Sonserina, tinha salvado o gol; arremessou a goles para Warrington, que correu com ela, fazendo ziguezagues entre Alicia e Katie; a canção vinda de baixo aumentava cada vez mais alto enquanto avançava para cada vez mais perto de Rony.

"Weasley é o nosso rei, Weasley é o nosso rei, ele sempre deixa a goles entrar, Weasley é o nosso rei."

Harry não agüentou: abandonando a procura pelo pomo, ele se virou para assistir Rony, uma solitária figura no fim do campo, flutuando antes de três aros da baliza enquanto o pesado Warrington se atirava em sua direção.

- E é Warrington que está com a goles, Warrington se dirigindo ao gol, ele está fora da extensão do balaço com apenas o goleiro na frente...

Um grande aumento da música cresceu dos sonserinos embaixo:

"Weasley não pode salvar nada, ele não pode bloquear um único aro..."

- Então esse é o primeiro teste para o novo goleiro da Grifinória, Weasley, irmão dos batedores Fred e Jorge, e um novo talento prometedor no time, vamos, Rony!

Mas o grito de prazer veio dos sonserinos no final: Rony tinha mergulhado freneticamente, seus largos braços abertos e a goles tinha voado entre eles, passando pelo arco central.

- Sonserina marca! - a voz de Lino veio entre o ânimo e vaia das torcidas embaixo. - Então está dez a zero para Sonserina, falta de sorte, Rony.

Os sonserinos cantaram ainda mais alto:

"WEASLEY NASCEU NUMA CESTA, ELE SEMPRE DEIXA A GOLES ENTRAR..."

- E a Grifinória volta com a posse e Katie Bell está enchendo o campo - gritou Lino corajosamente, mesmo que a canção estivesse agora tão ensurdecedora que dificilmente poderia ouvir o que ele mesmo dizia.

"WEASLEY FARÁ COM QUE NÓS VENÇAMOS, WEASLEY É O NOSSO REI..."

- Harry, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - gritou Angelina, soando atrás dele para continuar com Katie. - VAMOS!

Harry percebeu que tinha ficado parado no meio do ar por mais de um minuto, assistindo o progresso do jogo sem um pensamento sobre onde estava o pomo; horrorizado, mergulhou e começou a circular o campo de novo, olhando em volta, tentando ignorar o refrão agora ressoando no estádio:

"WEASLEY É O NOSSO REI, WEASLEY É O NOSSO REI..."

Não havia sinal do pomo em qualquer lugar que olhasse; Malfoy estava ainda circulando no estádio apenas como ele estava. Passaram um ao outro no meio do ar em torno do campo, indo em opostas direções, e Harry escutou Malfoy cantando em voz alta:

"WEASLEY NASCEU NUMA CESTA..."

- E é Warrington de novo - berrou Lino -, que passa para Pucey, Pucey à direita, passa Spinnet, vamos agora, Angelina, você pode tomar dele... Vira ao avesso, você pode... Mas um bom balaço de Fred Weasley, eu quero dizer, Jorge Weasley, oh, quem se importa, um deles, de qualquer modo, e Warrington pega a goles e Katie Bell... Er... Pega dela, também... Então é Montague que está com a goles, Montague, o capitão da Sonserina, pega a goles e ele está acima do campo, vamos agora, Grifinória, bloqueia ele!

Harry voou ao redor do fim do estádio, atrás dos aros da baliza da Sonserina, determinado a não olhar o que Rony estava fazendo no final. Enquanto passava pelo goleiro da Sonserina ouviu Bletchley cantando com a torcida abaixo:

"WEASLEY NÃO PODE SALVAR NADA..."

- E Pucey desvia de Alicia de novo e ele está indo em direção ao gol, pare ele, Rony!

Harry não tinha que olhar para ver o que tinha acontecido: havia um terrível gemido do fim da Grifinória, unido com novos gritos e aplausos da Sonserina. Olhando para baixo, Harry viu a cara amassada de Pansy Parkinson em frente às arquibancadas, suas costas para o campo enquanto ela conduzia os torcedores da Sonserina, que estavam berrando:

"ISSO É PORQUE TODOS OS SONSERINOS CANTAM: WEASLEY É O NOSSO REI."

Mas vinte a zero não era nada, ainda havia tempo para a Grifinória alcançar ou pegar o pomo. Em poucos gols e estariam na liderança como de costume, Harry se assegurou, agitando e dando voltas pelos outros jogadores na busca de algo lustroso que confirmava ser a pulseira do relógio do Montague.

Mas Rony deixou entrar mais dois gols. Havia uma situação de pânico no desejo de Harry em encontrar o pomo agora. Se pudesse apenas pegá-lo logo e terminar o jogo mais rápido.

- E Katie Bell, da Grifinória, desvia de Pucey, passa por debaixo de Montague, bom desvio, Katie, e ela arremessa para Johnson, Angelina Johnson pega a goles, ela passa por Warrington, ela está indo em direção ao gol, vamos agora, Angelina... GRIFINÓRIA MARCA! Está quarenta a dez, quarenta a dez para Sonserina e Pucey está com a goles.

Harry podia ouvir o chapéu de leão ridículo da Luna rugir entre as aclamações da Grifinória e se sentiu animado; somente trinta pontos, não era nada, podiam retroceder facilmente. Harry se inclinou de um balaço que Crabbe tinha mandado verticalmente em sua direção e recuperou sua perseguição frenética no campo pelo pomo, mantendo um olho em Malfoy no caso de ele mostrar sinais de ter localizado, mas Malfoy, como ele, estava continuando a rodear ao redor do estádio, procurando sem resultado...

- Pucey arremessa para Warrington, Warrington para Montague, Montague de volta para Pucey, Johnson interfere, Johnson pega a goles, Johnson para Bell, isso parece bom, eu quero dizer, ruim, Bell é acertada por um balaço vindo do Goyle da Sonserina e é Pucey quem está com a posse...

"WEASLEY NASCEU NUMA CESTA... ELE SEMPRE DEIXA A GOLES ENTRAR... WEASLEY FARÁ COM QUE NÓS VENCAMOS..."

Mas Harry tinha visto finalmente: um minúsculo pomo de ouro que batia as asas estava flutuando a pés do chão, no fim do campo da Sonserina.

Ele mergulhou...

Em questão de segundos Malfoy estava riscando o céu na esquerda de Harry, uma mancha verde e prata estava esticada na sua vassoura...

O pomo ladeava no pé de um dos aros da baliza e corria depressa em direção ao outro lado das arquibancadas; mudou de direção, acomodando Malfoy, que estava próximo, Harry puxou a sua Firebolt bem próximo, ele e Malfoy estavam pescoço a pescoço agora...

A pés do chão agora, Harry ergueu sua mão direita de sua vassoura, esticando em direção ao pomo... Para sua direita, o braço do Malfoy se esticou também, estava alcançando, tateando...

Estavam acabados em dois aflitos, desesperados e varridos segundos, os dedos de Harry se fecharam ao redor da bola minúscula que se contorcia, as unhas do Malfoy arranharam as costas da mão de Harry desesperadamente; Harry puxou a sua vassoura para cima, segurando a contorcente bola em sua mão e os torcedores da Grifinória gritavam sua aprovação...

Estavam salvos, não importava que Rony tinha deixado aqueles gols entrarem, ninguém se lembraria, já que a Grifinória tinha vencido...

WHAM.

Um balaço atingiu Harry direto numa parte pequena das costas e ele voou para fora de sua vassoura. Felizmente estava a apenas cinco ou seis pés acima do chão, já que teve que mergulhar muito baixo para pegar o pomo mas estava exausto do mesmo jeito, então pousou estendido de costas no campo gelado.

Ouviu o apito da Madame Hooch soar, uma gritaria nas arquibancadas misturada a vaias, gritos de raiva e zombeteiros, um golpe, em seguida a voz furiosa de Angelina.

- Você está bem?

- Claro que estou - disse Harry severamente, segurando a sua mão e deixando ela o levantar.

Madame Hooch estava subindo em direção a um dos jogadores da Sonserina acima dele; ainda que não pudesse ver quem era daquele ângulo.

- Foi aquele assassino do Crabbe - disse Angelina furiosa -, ele atirou o balaço no momento em que viu que você tinha pegado o pomo, mas nós vencemos, Harry, nós vencemos!

Harry ouviu um bufo atrás dele e se virou, ainda segurando o pomo firmemente em sua mão: Draco Malfoy tinha aterrissado perto. Rosto branco em fúria, ainda estava conduzindo para zombar.

- Salvou o pescoço do Weasley, não salvou? - ele disse para Harry. - Eu nunca vi um goleiro pior... Mas então ele nasceu numa cesta... Você gostou dos meus versos, Potter?

Harry não respondeu. Ele se virou para encontrar o resto do time, que estava agora aterrissando um por um, gritando e socando o ar em triunfo; todos exceto Rony, que tinha desmontado de sua vassoura do outro lado dos aros da baliza e parecia estar fazendo o seu caminho de volta devagar para os vestiários, sozinho.

- Nós queríamos escrever outro par de versos! - Malfoy falou, enquanto Katie e Alicia abraçavam Harry. - Mas nós não encontramos rimas para gorda e feia, nós queríamos cantar sobre a sua mãe, veja...

- Fale sobre uvas azedas - disse Angelina, lançando a Malfoy um olhar de asco.

- ...Nós não pudemos encaixar em perdedor inútil também, para o seu pai, você sabe...

Fred e Jorge perceberam sobre o que Malfoy estava falando. Na metade do caminho, enquanto apertavam a mão de Harry, eles se firmaram, olhando para Malfoy.

- Deixe! - disse Angelina de uma vez, segurando Fred pelo braço. - Deixe, Fred, deixe gritar, ele está apenas furioso que ele perdeu, pouco pretensioso...

- Mas você gosta dos Weasley, não gosta Potter? - disse Malfoy, zombando. - Passa as férias lá e tudo, não passa? Não posso imaginar como você agüenta o fedor mas eu suponho quando você tem que ser levado para os trouxas, ainda assim a cabana dos Weasley cheira ok...

Harry agarrou Jorge. Entretanto estava levando um esforço juntado de Angelina, Alicia e Katie para impedir Fred de pular em Malfoy, que estava rindo abertamente. Harry olhou em volta para Madame Hooch mas ela ainda estava repreendendo Crabbe pelo seu ataque ilegal.

- Ou talvez - disse Malfoy, olhando com malícia enquanto saía de perto - você pode se lembrar de como a casa da sua mãe fedia, Potter, e o chiqueiro dos Weasley fazem você se lembrar...

Harry não estava atento em soltar Jorge, tudo que sabia era que um segundo depois os dois estavam correndo em direção a Malfoy. Ele tinha esquecido completamente que todos os professores estavam assistindo: tudo que queria fazer era causar a Malfoy o máximo de dor possível; sem tempo para pegar sua varinha, apenas fechou o punho que segurava o pomo e a o afundou o mais forte que pôde dentro do estômago de Malfoy...

- Harry! HARRY! JORGE! NÃO!

Ele podia ouvir as vozes das garotas gritando, Malfoy berrando, Jorge xingando, um sopro apitando e o berro do público ao redor dele mas não se importava. Não até que alguém na vizinhança gritou "Impedimenta!" e ele foi arremessado para trás pela força do feitiço, abandonou o esforço de socar todo centímetro de Malfoy que pudesse alcançar.

- O que vocês acham que estão fazendo? - gritou Madame Hooch enquanto Harry ficava de pé. Parecia que tinha sido ela que tinha laçado o feitiço do Impedimento; estava segurando o seu apito em uma mão e a varinha na outra; sua vassoura estava abandonada a muitos pés dali.

Malfoy estava torcido no chão, choro e gemido, seu nariz sangrando; Jorge estava exibindo um lábio inchado; Fred ainda estava sendo fortemente segurado pelas três artilheiras e Crabbe estava tagarelando no fundo.

- Eu nunca vi comportamento como esse, voltem para o castelo, os dois, e imediatamente para o escritório do seu Diretor de Casa! Vão! Agora.

Harry e Jorge viraram em seus calcanhares e marcharam para fora do campo, ambos ofegantes, nenhum deles dizendo uma palavra ao outro. Os berros e a zombaria do público ficavam cada vez mais fraco até que alcançaram o Saguão de Entrada, onde puderam ouvir nada exceto o som de seus passos. Harry ficou atento que alguma coisa ainda agitava em sua mão direita, as articulações que tinha socado contra o queixo do Malfoy. Olhando para baixo, viu as asas de prata do pomo saindo para fora de seus dedos, lutando pela libertação.

Eles tinham apenas alcançado a porta do escritório da professora McGonagall quando ela veio marchando pelo corredor. Estava usando um lenço da Grifinória mas arrancou de seu pescoço com as mãos balançando enquanto andava a passos largos em direção a eles, parecendo furiosa.

- Pra dentro! - ela disse furiosamente, apontando para a porta. Harry e Jorge entraram. Ela andou para atrás de sua mesa e os encarou, tremendo de raiva enquanto atirava o lenço da Grifinória para longe, no chão. - Bem? Eu nunca vi tamanha exibição tão vergonhosa. Dois em um! Expliquem-se!

- Malfoy nos provocou! - disse Harry firmemente.

- Provocou vocês? - gritou a professora McGonagall, batendo o punho de sua mesa tão forte que uma lata escorregou de lado e se abriu, espalhando no chão salamandras de gengibre. - Ele apenas tinha perdido, não tinha? É claro que ele queria provocar vocês! Mas o que na Terra ele poderia ter dito que justificasse o que vocês dois...

- Ele insultou meus pais - rosnou Jorge. - E a mãe do Harry.

- Mas ao invés de deixar isso para Madame Hooch resolver vocês dois decidiram dar uma exibição de duelo de trouxas, não deram? - berrou a professora McGonagall. - Vocês tem alguma idéia do que vocês...?

- Hum, hum.

Harry e Jorge giraram em volta. Dolores Umbridge estava de pé na entrada, coberta num casaco de lã verde que muito realçou sua semelhança a um sapo gigante, sorrindo de um horrível, doente, agourento jeito que Harry tinha associado com miséria iminente.

- Posso ajudar, professora McGonagall? - perguntou Professora Umbridge na sua mais venenosamente voz doce.

O sangue correu no rosto da professora McGonagall.

- Ajudar? - repetiu, numa voz apertada. - O que você quer dizer com ajudar?

A professora Umbridge se moveu para dentro do escritório, ainda sorrindo seu sorriso doente.

- Eu pensei que você ficaria grata por uma pequena autoridade extra.

Harry não ficou surpreso ao ver faíscas voarem das narinas da professora McGonagall.

- Você pensou errado - ela disse, virando suas costas para Umbridge.

- Agora, vocês dois, é melhor ouvirem bem. Eu não me importo que provocação Malfoy ofereceu a vocês, eu não me importo se ele insultou todos os membros da família que vocês possuem, o comportamento de vocês foi desgostoso e eu estou dando a cada um de vocês uma semana inteira de detenção! Não me olhe assim, Potter, vocês mereceram isso! E se qualquer um dos dois então...

- Hum, hum.

A professora McGonagall fechou os seus olhos enquanto rezava por paciência, então virou seu rosto para a professora Umbridge de novo.

- Sim?

- Eu acho que merecem mais do que detenções - disse Umbridge, sorrindo ainda mais largamente.

Os olhos da professora McGonagall se abriram de repente.

- Mas infelizmente - ela disse, com um esforço a um sorriso recíproco que fez com que parecesse que ela tinha tétano - é o que eu acho que conta, já que eles estão em minha casa, Dolores.

- Bem, atualmente, Minerva - sorriu a professora Umbridge -, eu acho que você descobrirá que o que eu acho conta, Agora, onde está? Cornélio há pouco me mandou.. Eu quero dizer - ela deu uma pequena risada falsa enquanto ela remexia a sua bolsa de mão -, o Ministro há pouco me mandou... Ah, sim...

Ela tinha tirado um pedaço de pergaminho que estava agora desenrolando, limpando a sua garganta exageradamente antes de começar a ler o que ele dizia.

- Hum, hum. Decreto educacional número vinte e cinco.

- Não outro! - exclamou a professora McGonagall violentamente.

- Bem, sim - disse Umbridge, ainda sorrindo. - De fato, Minerva, foi você que me fez ver que eu precisava de uma emenda adicional... Você lembra como você me ignorou quando eu fui relutante ao permitir a time de quadribol da Grifinória de reformar? Como você levou o caso a Dumbledore, que insistiu que o time estava permitido para jogar? Bem, agora, eu não pude ter isso. Eu entrei em contato com o Ministro e ele concordou comigo que a Alta Investigadora tinha que ter o poder de tirar privilégios de alunos, ou ela, digo, eu teria menos autoridade do que os professores comuns! E agora você vê, não é, Minerva, o quão certa eu estava em tentar parar a reforma do time da Grifinória? Temperamentos horríveis... De qualquer forma, eu estava lendo nossa emenda... Hum, hum... "A Alta Investigadora daqui em diante terá a suprema autoridade sobre todas as punições, sanções e remoção de privilégios mesmo que tenham sido ordenados por outros membros do grupo. Assinado: Cornélio Fudge, Ministro da Magia, Ordem de Merlin, Primeira Classe, etc., etc."

Ela enrolou o pergaminho e colocou de volta na sua bolsa de mão, ainda sorrindo.

- Então... Eu realmente acho que eu terei que banir esses dois de jogar quadribol de novo - ela disse, olhando de Harry para Jorge e voltando de novo.

Harry sentiu o pomo agitar loucamente em sua mão.

- Nos banir? - ele disse e sua voz soou estranhamente distante. - De jogar... De novo?

- Sim, Sr. Potter, eu acho que uma proibição vitalícia deve fazer o costume - disse Umbridge, seu sorriso se alargando mais ainda enquanto ela o assistia se esforçar para compreender o que tinha dito. - Você e o Sr. Weasley aqui. E eu acho, para assegurar, que seu jovem irmão gêmeo deve ser parado também, se os seus colegas de time não o tivessem segurado eu tenho certeza que ele teria atacado o jovem Sr. Malfoy. Eu quero as vassouras deles confiscadas para ter certeza que não haverá violação de minha punição. Mas eu não sou injusta, professora McGonagall - ela continuou para professora McGonagall, que estava agora de pé tão quieta como se esculpida em gelo, olhando-a -, o resto do time pode continuar jogando, eu não vi sinais de violência em nenhum deles. Bem... Boa tarde para vocês.

E com um olhar de máxima satisfação, Umbridge deixou a sala, deixando um horrível silêncio em seu rastro.

*

- Banidos - disse Angelina numa voz profunda, tarde da noite na sala comunal.

- Banidos. Sem apanhador e sem batedores... O que é que nós vamos fazer?

Não parecia que eles tinham ganhado o jogo. Em todo lugar que Harry olhava haviam rostos furiosos e tristes; o time estava mergulhado ao redor do fogo, todos menos Rony, que não tinha sido visto desde o fim do jogo.

- É apenas tão injusto - disse Alicia estarrecidamente. - Eu quero dizer, sobre Crabbe e aquele balaço que ele arremessou após o apito ter sido assoprado? Ela o baniu?

- Não - disse Gina miseravelmente; ela e Hermione estavam sentadas uma em cada lado do Harry. - Ele apenas teve linhas, eu escutei Montague rindo sobre isso no jantar.

- E baniu Fred quando ele nem sequer fez nada! - disse Alicia furiosamente, esmurrando seu joelho com o seu punho.

- Não é minha culpa que eu não fiz - disse Fred com um olhar muito feio no rosto. - Eu teria socado aquele pequeno saco de merda para uma polpa se vocês não tivessem me segurado.

Harry olhava miseravelmente para a janela escura. Neve estava caindo. O pomo que tinha pegado estava agora zumbindo ao redor da sala comunal; as pessoas estavam assistindo seu progresso como se estivessem hipnotizadas e Bichento estava pulando de cadeira para cadeira, tentando pegá-lo.

- Eu vou para cama - disse Angelina, levantando-se lentamente. - Talvez isso tudo mude como se eu estivesse tendo um sonho ruim... Talvez eu acorde amanhã e descubra que nós ainda não jogamos...

Ela foi logo seguida por Alicia e Katie. Fred e Jorge foram para cama algum tempo depois, olhando furioso para todos que passavam, e Gina foi logo em seguida. Só Harry e Hermione estavam perto do fogo.

- Você viu Rony? - Hermione perguntou numa voz baixa.

Harry balançou a sua cabeça.

- Eu acho que ele está nos evitando - disse ela. - Onde você acha que ele...?

Mas no exato momento houve um som atrás deles enquanto a Mulher Gorda se abria e Rony veio subindo com dificuldade pelo buraco do retrato. Estava muito pálido de fato e havia neve em seu cabelo. Quando ele viu Harry e Hermione, parou inerte em seus rastros.

- Onde você estava? - disse Hermione ansiosa, levantando-se de um salto.

- Caminhando - Rony murmurou. Ainda estava usando as vestes de quadribol.

- Você parece congelado - disse Hermione. - Vem aqui e senta!

Rony caminhou para a lareira e se afundou na cadeira distante de Harry, sem olhá-lo. O pomo roubado zoava sobre sua cabeças.

- Me desculpe - Rony murmurou, olhando para o seu pé.

- Pelo quê? - disse Harry.

- Por pensar que eu posso jogar quadribol - disse Rony. - A primeira coisa que eu farei amanhã é renunciar.

- Se você renunciar - disse Harry, analisando - ficarão apenas três jogadores no time - e quando Rony olhou desconcertado ele disse. - Eu recebi uma proibição vitalícia. E também Fred e Jorge.

- O quê? - Rony gritou.

Hermione disse a ele a história completa; Harry não poderia suportar dizer isso de novo. Quando terminou Rony pareceu mais angustiado que nunca.

- É tudo minha culpa...

- Você não me fez socar Malfoy - disse Harry com raiva.

- ...Se eu não fosse tão terrível no quadribol...

- Não há nada para fazer com isso.

- ...Foi aquela música que me deixou com medo...

- Poderia ter deixado qualquer um com medo.

Hermione se levantou e caminhou para a janela, longe de um argumento, assistindo a neve girar contra a vidraça.

- Olhe, desiste disso! - Harry estourou. - É ruim demais sem você se lamentar por tudo!

Rony não disse nada mas sentou, olhando miseravelmente para a bainha úmida das suas vestes. Após um instante disse numa voz triste.

- Essa é a pior coisa que eu já senti em toda a minha vida.

- Junte-se ao clube - disse Harry amargamente.

- Bem - disse Hermione, sua voz tremendo levemente. - Eu acho que sei de uma coisa que deve animar vocês dois.

- Ah é? - disse Harry ceticamente.

- É - disse Hermione, virando-se da janela preta como carvão, coberta com flocos de neve, um largo sorriso surgindo em seu rosto. - Hagrid está de volta.


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