GRANDE SURPRESA
CAPÍTULO 4
A GRANDE SURPRESA
Mesmo que ainda faltassem umas duas horas para o nascer do sol, ninguém foi capaz de conciliar o sono. Os acontecimentos daquela noite deixaram todos com a adrenalina bastante elevada.
O grupo desgarrado da Beauxbatons foi conduzido por Gui até a área do acampamento da escola, onde uma Diretora à beira do desespero só se tranquilizou ao ver todos os seus alunos sãos e salvos.
_Merci, jeune homme. Mes étudiants sont comme des enfants pour moi et je ne saurais pas quoi faire si quelque chose de mauvais leur arrivait (Muito obrigada, meu jovem. Meus alunos são como filhos para mim e eu não saberia o que fazer se algo de mal lhes acontecesse). _ disse ela a Gui, que estava admirado com o tamanho da mulher, mesmo que já tivesse ouvido falar dela.
_Ce fut un plaisir pour moi d'aider les étudiants et d'avoir l'honneur de vous rencontrer, Madame Maxime (Foi um prazer para mim, ajudar os alunos e ter a honra de conhecê-la, Madame Maxime). _ respondeu Gui, beijando a mão da Diretora da Academia de Magia Beauxbatons, Olímpia Maxime.
Rumando para o local onde tomariam as Chaves de Portal de volta para Ottery-St. Catchpole, com o que puderam recuperar de seus pertences, o grupo parecia mais aliviado por se afastar do local de tantas confusões. Ao passarem pelo dono da fazenda, Arthur o cumprimentou.
_Bom dia, Sr. MacPherson. _ disse Arthur _ Espero que os acontecimentos da última noite não prejudiquem sua opinião em relação a nós.
_Não, Sr. Weasley. Não se preocupe com isso. Mas o stress foi grande, isso é verdade. Aqueles sádicos ficaram fazendo terror psicológico conosco por horas, tanto que pedi ao Ministro Fudge que nos cedesse um Obliviador, para que as partes mais tenebrosas sejam apagadas de nossas memórias e que nos façam pensar que não passamos por tudo aquilo e nem presenciamos todo o estrago que fizeram. Nenhum de nós quer ter pesadelos com aquela brincadeira de mau gosto dos Death Eaters e espero que vocês deem a eles o que merecem por terem estragado uma noite que tinha tudo para ser perfeita.
_Assim espero, Sr. MacPherson. _ disse Mason _ Bem está na nossa hora.
Tomaram as Chaves de Portal e reapareceram no topo do Monte Stoatshead, de onde caminharam de volta a Ottery-St. Catchpole e à Toca. Ao cruzarem a porteira da fazenda Weasley, três mulheres preocupadíssimas correram para abraçar seus respectivos esposos, aliviadas por todos não apresentarem nada mais grave do que algumas contusões e escoriações.
_Ficamos em cólicas por quase toda a madrugada, assim que soubemos do ataque dos Death Eaters. _ disse Molly _ Que bom vê-los com, no máximo, ferimentos leves.
_É verdade que até mesmo os Malfoy ajudaram a defender o público contra aqueles imundos? _ perguntou Ayesha.
_Por mais incrível que possa parecer, Ayesha. _ disse Tiago _ Ambos estavam bem do meu lado, Lucius e Narcisa. E também saíram bem contundidos.
_Eles já fizeram ataques assim antes? _ perguntou Janine.
_Sim, esta não foi a primeira vez, Jan. _ disse Lílian _ Mas é a primeira em que aquela asquerosa Marca Negra foi projetada nos céus. Pelo menos desde a queda de Voldemort.
_Quando Voldemort estava em atividade, eles sempre projetavam aquele sinal logo após uma ação, fosse um atentado, um assassinato ou um simples ato de vandalismo, para deixar claro que haviam sido eles. _ disse Sirius.
_Tipo um animal urinando para marcar território. Eu já li algo sobre os Death Eaters, mas jamais havia visto aquilo. _ disse Janine.
_Somente legítimos Death Eaters, que aderiram a Voldemort e receberam a marca em seus antebraços, conseguem lançá-la. _ disse Tiago _ E já está na primeira página do “Profeta Diário”, vejam.
A primeira página da edição matutina do jornal bruxo estampava a horrenda imagem nos céus com a serpente coleando para fora da boca da caveira, como se fosse uma língua.
_Vai ser o assunto da Bruxidade, por um bom tempo. _ disse Algie.
_Só espero que não prejudique o... _ a um olhar de seu pai, Percy parou de falar. Aquilo atiçou ainda mais a curiosidade dos jovens, mas ninguém conseguiu arrancar uma palavra sequer dos dois sobre o assunto.
_Segredos e mais segredos. _ disse Rony _ Só espero que valha a pena todo esse suspense.
_Ah, vai valer sim. Pode ter certeza. _ disse Arthur _ Apenas tenham um pouco de paciência.
Nos dias que se seguiram, tanto Arthur quanto Tiago pouco eram vistos em casa e, quando apareciam, era bem rapidamente e com aparência cansada. Um beijo e um abraço na família, um revigorante sono de umas duas horas e então retornavam ao Ministério. A Corporação dos Aurores investigava qualquer pista que pudesse ser associada aos Death Eaters e o Departamento de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas se engajava em várias diligências para evitar que bruxos trambiqueiros (Mundungus Fletcher entre eles, obviamente) comercializassem objetos trouxas mal tecnomagizados ou com feitiços das Trevas, demandando um aumento nos serviços das patrulhas do Departamento de Execução das Leis da Magia.
_Até que enfim parece que o pânico está diminuindo, Arthur.
_Ainda bem, Tiago. _ concordou Arthur, tomando um gole de chá, durante uma pequena pausa na cafeteria do Ministério _ Ninguém aguenta esse clima de terror por um período muito prolongado.
_Já teria terminado, se aquela gralha albina da Rita Skeeter não aumentasse a insegurança com suas fofocas. _ disse Sirius, que havia ido visitar os amigos e que colocara os recursos de sua empresa de comércio internacional para diminuir os boatos e melhorar o clima.
_Pena que a partir de amanhã eu já não poderei ajudar diretamente. As aulas vão começar na segunda-feira e eu terei que estar em Hogwarts. _ disse Mason, terminando seu café _ Afinal, alguém precisará ficar de olho naquela galerinha.
_E eu não conto? _ perguntou Snape, que também havia se oferecido para prestar ajuda no que fosse possível.
_Claro que sim, Severo. _ disse Mason _ Haverá trabalho suficiente para todos nós, ainda mais em um ano especial como este.
_E espero que os Death Eaters não resolvam atrapalhar. Além dos perigos, a repercussão não seria nada boa. _ disse Tiago.
Alheios ao caos reinante no Ministério, os jovens haviam terminado de adquirir o material e encontravam-se na estação de King’s Cross, já tendo passado pela barreira e chegado à Plataforma 9 ½, onde aguardavam o embarque, após terem despachado suas bagagens.
_Será que papai vai conseguir chegar para se despedir? Eles estão até o pescoço de trabalho no Ministério. _ perguntou Gina, de mãos dadas com Harry.
_Espero que encontrem um tempinho, mas se não vierem, a justificativa é forte, filha. _ disse Molly, ao lado do casal.
_Mas acho que conseguiram. _ disse Nereida _ Olha eles, ali.
Com efeito, Arthur, Tiago, Sirius e Snape haviam acabado de passar pela barreira, acompanhados de Mason.
_Não deixaríamos de vir para nos despedirmos dos nossos “anjinhos”, na ida para mais um ano em Hogwarts. _ disse Tiago.
_Mesmo que eu e Severo estejamos lá, de olho neles. _ disse Mason.
_Como se adiantasse. _ disse Snape _ Eles vão aprontar de qualquer maneira.
_Credo, papai. _ disse Nereida _ É essa a ideia que o senhor faz de nós?
Todos riram com o comentário da garota.
_Não é só uma “ideia”, minha filha. Acontece que eu conheço vocês e não é de hoje. _ disse Snape, abraçando sua filha, enquanto o apito do Chefe avisava que o trem estava para partir _ Vou para o vagão dos professores. A gente se vê na escola. Bom dia para todos e até o...
Um olhar de Mason fez com que Snape interrompesse a frase.
_De novo esse pacto de silêncio. _ disse Harry _ Bem, logo terão que contar.
_Mesmo porque não se consegue manter um segredo grande assim por muito tempo. _ disse Rony.
_Paciência, jovens. Logo ficarão sabendo. _ disse Arthur, enquanto os bruxinhos embarcavam _ Boa viagem.
O Expresso de Hogwarts deixou a gare, com destino ao Norte. Dentro dele, vários bruxinhos criavam as mais variadas teorias sobre qual seria o tal segredo. Dali a pouco, Draco e Pansy chegaram à cabine dos Inseparáveis. A jovem sonserina já estava conformada com o fato de que o loiro gostava dela como uma grande amiga, mas nada mais do que isso. E, mesmo que relutasse em dar o braço a torcer, simpatizava com Janine, Então, providenciava a cobertura necessária para que Draco e a jovem brasileira pudessem se encontrar.
_Oi, Draco. Oi, Pansy. _ cumprimentaram os outros, enquanto os dois sonserinos encontravam lugar na cabine magicamente ampliada.
_Oi, gente. _ Draco sentou-se ao lado de Janine e Pansy encontrou um lugar ao lado de Algie.
_Nossos pais parecem estar fazendo um pacto de silêncio sobre algum evento importante deste ano. _ disse Rony. E ninguém consegue espremer nada deles.
_Meu pai também parece saber de algo especial, Weasley, talvez por ser acionista majoritário da RRB. _ disse Pansy, que também estava curiosa com o tão comentado evento _ Mas quando eu perguntava, parecia que ele havia lançado um “Colloportus” na própria boca e não a abria para nada.
_Seu pai é bem relacionado no Ministério, Draco. Será que ele não teve conhecimento de nada? _ perguntou Janine.
_Teve, Jan. Mas eu acho que nem com Maldição Imperius ele entregaria alguma coisa. Nem mesmo minha mãe ameaçando de colocá-lo para dormir nos alojamentos dos elfos domésticos adiantou. _ disse Draco, enquanto todos riam, imaginando a cena: Narcisa possessa, trancando a porta da suíte da Malfoy Manor e Lucius tendo que dormir, na melhor das hipóteses, na biblioteca.
O trem prosseguia com sua viagem, rumo à Escócia. Certa hora da tarde, passaram por um lugar muito especial.
_Ei, nii-san, lembra-se do segundo ano?_ perguntou Algie, com Pansy ao seu lado, fazendo cara de surpresa.
_É mesmo, Algie. _ disse Harry _ Glennfinan Bridge, só de lembrar já arrepia, não é, Rony?
_Tem como não lembrar? Foi onde o Expresso de Hogwarts quase nos pegou, quando estávamos com o Anglia. _ disse Rony, sob o olhar de censura de Hermione.
_Eu quis a sua cabeça naquele ano, até que vocês explicaram o que houve, aquelas armações do Dobby. _ disse Hermione, recordando-se daquela vez e do medo que havia sentido.
_Ah, quando vocês chegaram com o carro voador. No começo todos pensavam que vocês queriam se exibir, mas depois soubemos que vocês ficaram presos fora da plataforma. _ disse Pansy.
_Carro voador? _ perguntou Janine _ Aquele Ford Anglia que estava nas fotos, lá na Toca?
_O próprio, Jan. _ disse Harry _ O Sr. Weasley tecnomagizou o carro e nós acabamos precisando usá-lo. Agora ele está na Floresta Proibida.
_No ano anterior à minha chegada a Hogwarts. Depois quero saber da história, com detalhes. _ disse ela, abraçada a Draco.
Ao cair da noite, as luzes da estação de Hogsmeade já se faziam visíveis à distância, bruxuleando através de uma chuva torrencial que começou a cair de repente, ficando cada vez mais próximas até que, com o ranger dos freios, a composição parou na plataforma e os alunos desembarcaram. Logo à frente estava Hagrid em pé, sua altura fazendo com que se destacasse entre os passageiros, orientando-os quanto à direção a seguir, debaixo de um guarda-chuva que mais parecia uma barraca de praia.
_Senhores, a estrada está impraticável para os coches, devido à chuva. Portanto iremos todos pelo lago, utilizando aquela flotilha de minicaravelas. Não se preocupem, elas são magicamente protegidas. _ disse o enorme professor.
Alunos e professores embarcaram nas minicaravelas e logo a flotilha se deslocava pelo Lago Negro, as embarcações protegidas da chuva. Logo na saída, tiveram um vislumbre da estrada, transformada em um grande atoleiro.
_Realmente, os coches não sairiam do lugar. _ disse Hermione.
_Atolariam e a viagem terminaria antes de começar. _ disse Luna.
_As minicaravelas têm o mesmo encantamento dos botes, navegam sozinhas e não saem da formação. _ explicou Hagrid _ Logo estaremos chegando ao atracadouro do castelo.
Depois de algum tempo de navegação, a flotilha entrou pela caverna que dava acesso ao cais e os barcos pararam. As cordas se prenderam sozinhas e logo as manobras de atracação estavam concluídas. Os alunos e professores desembarcaram, enquanto as bagagens eram retiradas pelos elfos domésticos e levadas para cima, de onde seriam encaminhadas aos alojamentos.
_Elfos domésticos. _ disse Hermione _ Nunca vi tantos.
_Hogwarts é um dos lugares que mais possui elfos domésticos em toda a Grã-Bretanha ou talvez até no mundo, Srta. Granger. _ disse Mason, observando a celeridade e a presteza das pequenas criaturas _ Dumbledore propôs liberdade a eles, mas nem todos quiseram, a imensa maioria preferiu continuar submetida ao contrato mágico de servidão, alegando que não saberiam o que fazer com a liberdade.
_E mesmo os libertos continuaram trabalhando e abriram mão de qualquer remuneração que Dumbledore ofereceu. _ disse Snape _ Somente concordaram quando ele estabeleceu que os galeões fossem destinados a um fundo de assistência aos elfos que adoecessem ou que tivessem que ser libertos por idade avançada.
_O Prof. Dumbledore pensa em tudo. _ disse Hermione, também olhando para o trabalho dos elfos _ Alguém com menos experiência, tipo eu mesma, principalmente pela origem trouxa, não compreenderia e pensaria que eles estavam sendo pura e simplesmente explorados e se revoltaria.
_O contrato mágico de servidão é uma coisa milenar, Mione. Acho que ninguém mais se lembra de como foi que começou. _ disse Rony.
_Mas muitos elfos domésticos ainda são realmente explorados e brutalizados. Não vamos nos esquecer de Dobby. Eu não gostava de ver meu pai maltratando o coitado, mas não podia dizer nada. _ disse Draco _ Ainda bem que você conseguiu fazer com que ele o libertasse.
_Mas uma coisa é certa, Hogwarts ainda é o melhor lugar para elfos domésticos, submissos ou libertos. _ disse Luna _ O Prof. Dumbledore não acredita em desprezar criatura alguma.
Subiram e adentraram o Salão Principal, passando pelos alunos do primeiro ano, que aguardavam serem chamados para a Cerimônia de Seleção. Ocuparam seus lugares às mesas, enquanto os professores seguiam para o estrado. A Profª McGonnagall trouxe o banquinho e, sobre ele, colocou o Chapéu Seletor;
_Jovens alunos do primeiro ano, sejam bem-vindos à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. _disse a Vice-Diretora _ Este é o momento de serem divididos entre as Casas da escola que, como sabem, são quatro e levam os nomes dos fundadores, conhecidos como “Os Quatro Grandes”: Godric Gryffindor, Salazar Slytherin, Helga Hufflepuff e Rowena Ravenclaw. Este chapéu pertenceu ao próprio Gryffindor e foi por ele dotado de inteligência e sabedoria suficientes para conhecer suas personalidades e destiná-los à Casa mais certa. Bem, deixemos agora a decisão a cargo dele.
Assim que a Vice-Diretora terminou, um rasgo do chapéu se abriu e a voz dele foi ouvida por todo o salão.
_ “Quando os Quatro Grandes decidiram
Partilhar seus conhecimentos e artes
Fundaram esta nobre Escola
Para os jovens de todas as partes.
Não só da Grã-Bretanha e Europa,
Mas de onde mais pudessem surgir
Os talentos a serem orientados
A se tornarem os novos bruxos do porvir.
Sob a orientação de cada um deles,
Cada um foi destinado a ir
Para onde sua personalidade mandava
E a quem orientaria o caminho a seguir.
Gryffindor acolheu os bravos e corajosos,
Slytherin os astutos e ambiciosos,
Hufflepuff os gentis e bondosos
E Ravenclaw os inteligentes e estudiosos.
Assim tem sido por mais de um milênio,
Mesmo depois da escuridão que veio
Com a inclinação de Slytherin para as Trevas,
Que acabou por apartá-lo de nosso meio.
E temos então sobrevivido
A guerras, terrores e calamidade
Agora, aparentemente a paz permanece
Trazendo alívio a toda a Bruxidade.
Por mais que pareça reinar a tranquilidade
E as Trevas pareçam estar à distância
Não se deve baixar a guarda
E isso tem a maior importância.
Pois o perigo novamente se levanta,
É preciso que estejamos preparados
E que tenhamos força bastante
Para mantermos os espíritos elevados.
Procurando sempre sermos bruxos de bem,
Para que a Luz triunfe sobre a Escuridão
E tudo pode ter início neste momento,
Com uma criteriosa e correta Seleção.”
Como sempre, entusiásticos aplausos seguiram-se ao poema declamado pelo Chapéu Seletor, que ficava melhor a cada ano.
_Sempre criativo. _ disse Luna, de seu lugar na mesa da Corvinal, ao lado da mesa da Grifinória.
_No ano passado eu não ouvi o poema do chapéu, pois cheguei alguns dias depois do início do ano letivo. _ disse Janine _ Mas este foi bem bonito e trazia algo mais: um alerta.
_Tem razão, Jan. _ disse Hermione _ “O perigo novamente se levanta”. Por mais que o Ministério queira negar...
_... Os fatos convergem para a preparação de um retorno de Voldemort, sem dúvida. _ disse Rony.
_De acordo com o que papai contou sobre os Dias Negros, está bem parecido. _ disse Algie _ Atentados e tumultos praticados pelos Death Eaters...
_... E se raciocinarmos como adeptos da Teoria da Conspiração, eventuais desaparecimentos podem estar relacionados. _ disse Harry.
_Talvez até Bertha Jorkins, quem sabe. _ comentou Gina.
_Se bem que aquela lá é tão avoada, que pode não ter nada a ver com um possível perigo, talvez. _ disse Soraya.
_Esperemos que sim. _ disse Harry, pensativo _ Esperemos que sim.
_Mas pode não ser apenas um alerta. _ disse Janine.
_Como assim, Jan... mas é claro. _ disse Hermione _ Como foi que eu não pensei nisso antes?
_No quê? _ perguntou Rony _ Acha que pode ter sido... uma premonição?
_Sim, Rony. _ respondeu Janine _ Hermione concorda comigo que há algo mais. Veja, os Quatro Grandes estavam preocupados sobre como os alunos seriam selecionados depois que eles morressem. Então Godric Gryffindor dotou seu próprio chapéu de inteligência, raciocínio e arbítrio. Depois disso cada um deles transferiu aspectos de sua personalidade, para que o Chapéu Seletor pudesse encaminhá-los de acordo com seus perfis. E foi o último ato de Salazar Slytherin, antes de abandonar a escola.
_E considerando que Rowena Ravenclaw era uma verdadeira Vidente, uma das mais poderosas da História, o Chapéu Seletor estava manifestando essa habilidade, avisando de um perigo futuro. _ disse Hermione.
_Quer dizer que o aviso foi direcionado a nós? _ perguntou Algie.
_A quem mais seria? _ perguntou Harry _ É um aviso para que não baixemos a guarda e estejamos preparados para nos defendermos... mas do quê?
_De acordo com sua visão, Voldemort está de volta à Grã-Bretanha e tem algum tipo de plano. _ disse Gina.
_O tumulto durante a final do Campeonato Mundial de Quadribol pode fazer parte. _ disse Jorge.
_Ainda mais com a Marca Negra nos céus. _ disse Fred.
_Estão todos dizendo que vai haver algo de especial neste ano. Uma espécie de evento. _ disse Harry.
_Que melhor ocasião para a Ordem das Trevas executar um plano maligno? _ perguntou Soraya.
_Vamos seguir o combinado, só levar o assunto ao conhecimento de nossos pais se a coisa for demais para nós. _ disse Hermione _ Além disso, aqui em Hogwarts temos uma grande vantagem.
_Tem razão _ disse Rony _ Alvo Dumbledore.
_Já vi que as coisas lá foram bem mais difíceis do que os jornais mostraram, principalmente o “Profeta Diário”. _ comentou Neville.
_Minha mãe ficou bastante preocupada, pois chegou a ser manchete de primeira página no “Arúspice do Tietê” e no “Oráculo Farroupilha”, dois dos jornais bruxos de maior circulação do Brasil. _ disse Janine _ Ela só ficou mais tranquila depois que mandamos corujas avisando que estava tudo bem conosco.
Enquanto essa conversa transcorria, os novos alunos iam sendo selecionados, entre eles Dennis Creevey, irmão mais novo de Colin, para a Grifinória. Depois que a Seleção terminou, eles dirigiram-se às mesas de suas respectivas Casas, onde os colegas veteranos indicaram a eles seus lugares. Dennis sentou-se ao lado de seu irmão, junto aos Inseparáveis.
_Seja bem-vindo, Dennis. _ disse Harry _ Seu irmão já tem algumas histórias para contar.
_Harry Potter. _ Colin já me contou sobre a história da Câmara Secreta e de como ele foi petrificado. _ disse Dennis _ É um prazer conhecer você e os seus amigos.
_Colin nos disse que você é tão bom em fotografia quanto ele. Espero que faça bons registros deste ano. _ disse Rony.
_Darei o meu melhor, Rony. _ disse Dennis _ Ei, vejam, o Prof. Dumbledore vai falar.
Com efeito, o velho Diretor levantou-se de sua cadeira, à mesa dos professores. Foi até o parlatório em forma de coruja e estendeu um pergaminho à sua frente.
_Alunos, professores e funcionários, é com muita satisfação que recebemos a todos para mais um ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, um ano que promete ser fora do comum.
Tomou um gole de água e continuou.
_A Cerimônia de Seleção terminou e já sabemos quem foi para qual Casa. Não se esqueçam de que o parecer do Chapéu Seletor considera seu perfil e a escolha do seu coração. Nem sempre podemos contar que ele estará cem por cento correto, como já ocorreu anteriormente. O que tenho a dizer é que: onde quer que você esteja, procure ser um bruxo correto. Houve algumas mudanças na lista de objetos proibidos, o Sr. Filch já afixou a lista atualizada nos murais das Casas.
_Como se isso impedisse os alunos de trazê-los. _ disse Rony, baixinho, ao ouvido de Hermione, divertindo-se ao ver a namorada indecisa entre rir ou censurá-lo.
Enquanto isso, Dumbledore continuava com os avisos de início de ano.
_Como todos já sabem, mas nunca é demais reforçar, a Floresta Proibida faz jus ao seu nome. Os alunos só podem entrar em companhia de um professor.
_Ou correrão o risco de ter um “agradável encontro” com a família de Acromântulas de Aragogue. _ sussurrou Algie, ao ouvido de Janine _ Tipo como nós, há dois anos.
Depois de mais um gole de água, Dumbledore prosseguiu.
_Como já sabem, porém nunca é demais recordar, os acertos e fatos observados positivos de cada aluno rendem pontos para suas Casas, enquanto que as infrações e outros fatos observados negativos os retiram. O placar pode ser visto logo à entrada, onde há os respectivos contadores de pontos e as ampulhetas com as joias de cada Casa. Rubis para a Grifinória, topázios citrinos para a Lufa-Lufa, esmeraldas para a Sonserina e ametistas para a Corvinal. Que todos deem o seu melhor.
Nas mesas, os comentários em voz baixa continuavam.
_Vamos ver, então. _ disse Ernest McMillan, à mesa da Lufa-Lufa, animado pelo início de mais um ano _ Acredito que o maior duelo será entre Cedric e Harry. São os dois de nível mais elevado.
_Vamos chegar às finais neste ano e levar a Taça das Casas, com toda a certeza. _ disse Cho Chang aos colegas, na mesa da Corvinal.
_Ah, tá. _ disse Padma Patil _ Tudo pela possibilidade de encarar Harry na final, não é?
_Não, não invente coisas, Padma. Eu já superei. _ disse Cho.
_Não está convencendo muito, Cho. Não se esqueça que, além do Harry ser fiel, a Gina faz picadinho de Chang, se achar que você está se insinuando para ele.
_Vamos dar o nosso melhor, para vencer neste ano. Uma revanche Sonserina x Grifinória não cairia nada mal. _ disse Draco _ Sinto que estou em condições de capturar todos os pomos que vierem.
_Sem contar que você quer fazer bonito para uma certa grifinória, não é, Sr. Draco Malfoy? _ sussurrou Pansy, ao ouvido de Draco (da mesa da Grifinória, Janine ouviu o comentário e sorriu).
_Golpe baixo, Pansy. _ sussurrou Draco de volta _ Não nego que seria bom as duas coisas. Vencer e oferecera vitória a Janine.
_Vejam, parece que Dumbledore vai dar um aviso especial.
Ao parlatório, Dumbledore tinha um pergaminho finamente decorado em suas mãos.
_E para concluir, anuncio que neste ano não será realizada a tradicional Copa de Quadribol das Casas.
O silêncio que se fez no Salão Principal foi tamanho que, se uma pena caísse no chão, seria claramente ouvida.
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