I Want You Back
Cartas Para Ninguém
Capitulo 14
I Want You Back
Acordou com o leve movimento do pequeno corpo que dividia com ela a pequena cama.
Os seus olhos estavam cansados devido ao esforço da noite anterior, tinha lido todas aquelas cartas escritas durante os tempos de guerra, cartas para ninguém.
Ergueu-se da cama e caminhou até á janela, coberta pelas cortinas que afastou. Os jardins em volta da casa estavam cobertos de neve, fazendo-a lembrar daquela manhã fria onde tudo tinha começado.
Sentou-se à secretária olhando a loirinha que dormia serena na cama. Ficou imenso tempo assim, só olhando a pequena e quando desviou o olhar foi para o fixar nos campos cobertos de neve que avistava da sua janela.
Olhou para o relógio, não passava muito das nove e meia. Decidiu tomar um banho antes que Mara acordasse. Saiu do banho e após verificar que a loirinha ainda dormia desceu as escadas até à cozinha.
Encontrou um pequeno bilhete em cima da mesa, um bilhete da sua mãe.
“Gininha
Saí para fazer umas compras. Volto antes da hora do almoço.
Mãe”
Pegou numa peça de fruta e subiu novamente as escadas. Mara ainda dormia e Ginny continuou a olhar para o horizonte.
Reparou que algo se aproximava, uma coruja talvez. Mas ao contrário do que ela esperava a coruja não entrou pela janela da cozinha e sim pela janela do seu quarto.
Era um animal imponente, totalmente negro e com um olhar um tanto ou quanto ameaçador. Transportava um sobrescrito negro e de tamanho considerável.
Ela encarou um animal por uns minutos sem a certeza que queria abrir aquela carta. Não que ela soubesse de quem era ou o que continha, mas para além de Ron ninguém lhe mandava cartas e definitivamente aquela não se comparava ás cartas de Ron que normalmente eram pedaços de pergaminho rasurados com cerca de uma dúzia de linhas.
O animal piou de impaciência e Ginny decidiu pegar na carta. Assim que o fez o animal saiu da janela fazendo um voo picado, que ela não reparou.
O sobrescrito estava livre de qualquer tipo de marca ou escritura. Ela hesitou um pouco mas a sua curiosidade acabou por vencer.
“Ginevra”
Ela tremeu ao reconhecer a letra elaborada.
“Apesar de tudo decidi escrever esta carta. Acho que te devo um pedido de desculpas.
Foi errada a forma como te tratei, tu não merecias isso.
Eu estava confuso, sem saber o que pensar e eu não espero que compreendas isso…. A única coisa que tinha a certeza era que, depois de teres saído daquela porta eu me senti imensamente arrependido.
Depois disso muitas vezes pensei em procurar-te, mas havia sempre algo que me impedia, o meu recém-adquirido, orgulho Malfoy.”
Ela suspirou. Lágrimas começavam a formar-se embaciando a sua visão.
“Senti e ainda sinto saudades dos tempos que estivemos juntos, em que apesar de não me lembrar do meu passado tinha a certeza que eram os melhores dias da minha vida.
Mas sem duvida alguma, o que mais falta me fez nestes dias foram os teus beijos, o teu toque, o teu perfume ou o teu simples olhar, pelo qual me apaixonei.”
Agora ela não controlava mais as suas lágrimas, que escorriam livres pela sua face, manchando aqui e ali o pergaminho negro.
“As tuas lembranças foram a única coisa que me manteve são em Azkaban e agradeço por isso.
Talvez este seja o último adeus….
Draco Malfoy”
Ela ainda não acreditava que tinha acabado de ler aquela carta. Era tão surreal, toda a situação mas não podia ser mais perfeita.
Limpou as lágrimas e por alguma razão que desconhecia olhou pela janela. Estranhou ver a coruja que entregara a carta, pousada numa árvore ao fundo do jardim.
“Não, não pode ser….Ele não….”
Olhou para a Mara que ainda dormia e desceu as escadas a correr. Ao abrir a porta da cozinha sentiu o ar gelado a atravessar a sua camisola Weasley e o frio nos seus pés descalços.
Mas tudo aqueceu de repente, e ela esqueceu o frio completamente, ao vê-lo ali.
Parecia uma miragem, ele ali, sentado numa pedra semi-congelada, encarando o chão. Draco, apercebendo-se da presença dela, ergueu os olhos e encarou-a.
Mas não era uma miragem ou alucinação, lá estava ele, tal como ela se lembrava e com aquele brilho especial no olhar.
Ginevra não pensou duas vezes, e esquecendo-se completamente que estava descalça correu até ele, fazendo aquilo que mais desejava. Passou os braços á volta do pescoço dele e beijou-o fervorosamente.
Draco surpreendeu-se e ficou sem reacção durante alguns segundos mas logo correspondeu ao beijo com a mesma intensidade que a ruiva.
Separaram-se ofegantes, a ruiva tinha as bochechas rosadas e um enorme sorriso no rosto.
Ela retirou as mãos do pescoço do rapaz passando-as uma de cada lado da face dele. Ele fechou os olhos ao sentir as mãos quentes da ruiva na sua cara.
-Gin eu….
-O que é que ias dizer no julgamento? - Perguntou cortando o loiro.
-O mesmo que ia dizer agora….Gin eu amo-te….
Ela sentiu todo o seu corpo tremer, não só pelo frio mas pela frase do loiro.
-Eu…eu
-Não tens de responder, eu nem sequer devia ter vin….
A ruiva não o deixou continuar beijando-o outra vez. Draco abraçou-a com força erguendo-a uns centímetros.
-Devias voltar para dentro – Disse assim que se separaram – Ainda ficas doente….
-Não vou voltar agora que estás aqui… A menos que venhas comigo.
-Eu não sei…. Não devo….
Ela olhou-o com aqueles olhos brilhantes aos quais ele não conseguia resistir.
-Vamos… – E caminhou com ela ao colo até à entrada da casa – Agora que já estás em casa acho que vou indo….
“You're all I ever wanted
You're all I ever needed, yeah
So tell me what to do now
Cause I want you back
It's hard to say I'm sorry
It's hard to make the things I did undone
A lesson I've learned too well, for sure
I'm trying to figure out just what to do
I'm going crazy without you”
Ela passou os braços atrás do pescoço dele.
-Não vás…. Eu quero que fiques….
-Queres?
-Pensava que era evidente….
-É…. Acho que ficar mais um pouco não tem mal…
-Mal nenhum…. – Disse puxando-o pela mão para dentro de casa.
Encostou-se à mesa e puxou Draco para si, colando o seu corpo dele e beijando-o com paixão.
Como sentia saudades daquilo, de estar nos braços dele, de o beijar, de sentir o corpo dele no seu, de estar presa no abraço forte dele.
Draco acabou por pega-la ao colo e senta-la na mesa, apertando firmemente a cintura da ruiva.
Sentiu as mãos dele a passearem pela base das suas costas, fazendo com que ela se arrepiasse. As mãos dela adeentravam a camisa do loiro, arranhando-lhe suavemente as costas enquanto as mãos dele acariciavam as suas coxas por debaixo da camisola.
“You're all I ever wanted
You're all I ever needed, yeah
So tell me what to do now
When I want you back”
-Gi! Gi! – Ouviram alguém a chamar do cimo das escadas.
-Cuidado a descer as escadas – Disse desenvencilhando-se do loiro que a encarava questionadoramente.
Segundos depois uma loira entrava na cozinha, com um grande sorriso.
-Gi! Tenho fome!
-Ok, vamos tratar disso – Disse pegando a pequena ao colo.
Sentou a loirinha numa cadeira e minutos depois pousava um prato de torradas e uma caneca de leite na frente desta.
-Come tudo.
A pequena puxou Ginny pelo pescoço sussurrando algo ao ouvido dela que Ginny respondeu com outro sussurro.
Mara saiu da cadeira e correu agarrando-se ás pernas do loiro.
-Daky! – Exclamou contente.
-Oi! – Respondeu pegando-a ao colo – Tudo bem baixinha?
Ela acenou contente enquanto ele a punha no chão de novo. Assim que a pequena se sentou na cadeira ele aproximou-se da ruiva agarrando-a pela cintura.
-Draco como é que tu….bem….
-Saí de Azkaban? – Completou.
-É…..
-Pensava que não ias perguntar – Ele puxou-a levemente pela mão e caminhou até à sala – É uma história comprida….
A ruiva sentou-se no sofá e encarou-o.
-E devo-o à Granger….
-À Mione?
-É….Se não fosse ela provavelmente ainda estaria lá….
-Mas o que é que ela fez?
-Ela enviou os papeis para a minha libertação. Eles condenaram-me por ter atacado um auror e por ter estado desaparecido por cinco meses. Eu não sabia o que tinha acontecido nesses cinco meses, não fazia parte das minhas memórias mas parece que a Granger descobriu tudo. Sabes onde é que ela está, não sabes?
-Numa escola de aurores, a melhor da Europa. Está com o Ron e o Harry.
* * *
… Dois meses antes …
-Despachem-se rapazes, temos de encontrar o director.
-Tem calma Mione. Temos tempo.
-Mas Ron….
-Hei! Vocês os dois não vão começar a discutir, vão?
Eles deram os ombros voltando costas um ao outro. O trio caminhava pelos corredores da melhor escola de aurores da Europa. Tinham sido convidados a juntarem-se-lhe depois da guerra.
Entraram na directoria e Hermione bateu à porta esperando uma resposta.
-Entre.
Entraram no escritório encontrando o director da escola sentado à secretária.
-Bem vindos. Sentem-se – Disse apontando para as cadeiras dispostas na frente da secretária – É um orgulho ter novamente alunos de Hogwarts a estudarem aqui.
-Como assim, novamente? – Perguntou a morena – Pensava que éramos os primeiros.
-Não, tive um aluno de Hogwarts aqui o ano passado. Enviado especialmente por Dumbledore.
O trio olhou-se, não sabiam de nenhum dos aurores nem dos membros da Ordem que tivesse andado naquela escola.
- Eu não o vejo desde que a guerra começou, ele saiu daqui nessa altura. É provável que o conheçam, deve ter estudado em Hogwarts na mesma altura que vocês.
-E qual é o nome dele? – Perguntou Hermione mais curiosa do que nunca.
-Draco Malfoy.
* * *
-Ela mandou montes de papelada para o Ministério, requerendo um novo julgamento, com base nas novas provas. Afinal eu não tinha estado desaparecido, estava apenas incógnito, o único que sabia era Dumbledore, mas depois do que lhe aconteceu eu não tinha defesa possível.
-Houve um novo julgamento e tu foste solto….
-Sim eles fizeram outra vez aquele teste estranho do Pensatório, e como a minha memória já tinha voltado completamente eles perceberam que tinha cometido um grande erro.
-Como assim?
-O ataque ao Longbottom foi em autodefesa, ele era o traidor e não eu.
-E á quanto tempo é que foste solto?
-Uma semana.
-E só agora destes sinais de vida?
-Eu estava bastante convencido de que não me querias ver nem pintado de ouro….. Mas a Granger disse umas coisas que me fizeram mudar de ideias…
-Ai sim? E que coisas foram essas…? – Perguntou, erguendo-se e caminhando até ao loiro.
-Vais ter de lhe perguntar…. Eu disse que mantinha o sigilo….
-Ok…. Mas eu vou querer saber isso depois….
Caminhou até à cozinha encostando-se ao vão da porta, observando a loirinha a comer. Sentiu-se abraçada por trás e sorriu ao sentir os lábios do loiro no seu pescoço.
-Tinha saudades disso… - Murmurou voltando-se para ele – E disso também…. – Acrescentou por entre beijos.
As mãos dele estavam pousadas na sua cintura, apertando-a firmemente.
Assustou-se ao ouvir uma voz do outro lado da cozinha.
-Larga a minha filha imediatamente!
O loiro parecia não ter ouvido e por isso continuava a beijar delicadamente o pescoço da ruiva.
- Stupefy! – Disse a mulher em fúria.
Ginny soltou um grito agudo ao sentir o aperto do loiro diminuir e ao vê-lo caído no chão.
-Draco? Draco fala comigo…
-Ginny afasta-te dele, ele é perigoso! Um delinquente, fugido de Azkaban! Um Malfoy! Gininha filha tu estás bem? – Perguntou aproximando-se da ruiva e verificando todas as partes do corpo da ruiva – Ele forçou-te a alguma coisa?
-Mãe pára com isso! – Correu escada a cima e voltou segundos depois com a varinha na mão.
Ajoelhou-se ao lado do loiro e murmurou o feitiço.
-Ennervate.
O loiro agitou-se e piscou os olhos vagarosamente.
-Estás bem?
-O que aconteceu?
-Nada de especial… Sentes alguma coisa?
-A minha cabeça está a andar à roda.
-Melhor? – Perguntou após beijar levemente os lábios de Draco.
-Muito melhor….
Ela estendeu a mão ao loiro para o ajudar a levantar.
-Ginevra Weasley! O que é isto?!?!
-Mãe ele é o…
-Draco Malfoy – Cortou – Eu sei muito bem quem ele é! Eu quero saber o que ele faz aqui! Agora!
-Bem….eu…..ele….nós….
-Ginevra, explica-te!
-Eu vim reatar o namoro com a Ginevra – Disse o loiro dando um passo à frente.
-Namoro? Reatar? Ginevra o que vem a ser isto?
Ela apenas levantou a mão esquerda, mostrando o anel brilhante no seu dedo. A sua atitude surpreendeu tanto a sua mãe como Draco.
-Ainda o tens? – Perguntou-lhe ao ouvido – Supus que te tivesses livrado dele.
-Então ele é que é o causador de todas aquelas lágrimas! Quando ficaste doente a culpa foi dele! Pois ouve bem rapazinho – Disse voltando-se para o loiro com um ar ameaçador – Se voltas a faze-la sofre podes ter a certeza que sete homens e eu mesma farão com que nunca te esqueças desse dia! Agora vou levar a Mara lá a cima…. – Disse Molly subindo as escadas.
-Desculpa o comportamento da minha mãe….
-Eu percebo… Afinal, se eu tivesse uma filha como tu também não a deixava ficar com qualquer um … E daí que eu não sou qualquer um…. Por isso tudo bem….
Ela riu com os devaneios do loiro, mas de repente ficou séria.
-O que foi? – Perguntou vendo o sorriso desaparecer da cara dela.
-É verdade o que disseste? Sobre a razão de teres vindo cá?
-Não…. Na realidade…. – Afastou-se levando a mão ao bolso das calças – Eu vim devolver-te isto…
Retirou do bolso um delicado fio de ouro branco com uma medalhinha em forma de G.
Ele pode ver a decepção nos olhos dela e o sorriso substituído por um semblante de tristeza.
-Posso? – Perguntou erguendo o fio.
-Claro.
Voltou-se de costas afastando o cabelo do pescoço. Ele aproximou-se dela e colocou-lhe o fio delicadamente. Assim que colocou o fio aproximou os seus lábios do pescoço alvo da rapariga beijando-o suavemente.
Ela tremeu com o contacto mas não teve coragem de o afastar.
-É obvio que vim por ti….para ti… – Disse suavemente ao ouvido dela -…Seria parvo o suficiente se não o fizesse….Se ficasse sem ti outra vez…..
“I want you back
You're the one I want
You're the one I need
Girl what can I do
You're the one I want
You're the one I need
Tell me what can I do
I Want You Back – Nsync”
- - - - - Fim do 14º Capitulo - - - - -
N/A: E dai o capitulo que à tanto era esperado….E que tal ficou? Muito lamechas? Lamechas de menos?... Eu sinceramente achei aquela carta escrita meio Draco meio OOC … Mas sinceramente não deu para mais….. Bem a minha aperte favorita é a cena do reencontro deles…Comecei a escrever a fic só para poder chegar a essa cena….E finalmente depois de 13 capítulos consegui escreve-la…. Mas pronto…
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