Chapter VIII
Os dias passaram rapidamente tendo enfim chegado o dia de voltarem para casa. Draco estava relutante quanto a decisão de Hermione. Havia recebido o recado por Zabini de que ela passaria o final de ano na escola, com ele, mas desde que fora liberado da ala hospitalar não a tinha visto em momento algum. Porque, de uma hora para outra, ela resolvera ignorar ele?
Ele não queria admitir, mas estava parcialmente escondido nos portões principais do castelo, observando cada aluno que entrava nas carruagens. Em certo momento, viu o grupo de grifinórios se aproximar de uma das últimas carruagens, e ela estava no meio deles.
-Tem certeza que não pode ficar na Toca com a gente, Mione? – Rony perguntou
-Já disse que não. Preciso adiantar algumas coisas da escola e atrapalharia o clima de comemoração de vocês. Prefiro ficar aqui e me dedicar ao máximo.
-Já que você insiste tanto...
Todos se despediram da garota e embarcaram na carruagem, deixando a garota sozinha para atrás, acenado a eles. Imagine só a surpresa de Draco ao perceber que ela de fato havia ficado.
-Eu não acreditei que fosse ficar. – disse chegando silenciosamente por trás dela- Você tem me evitado nesses últimos dias.
-Eu precisava pensar em algumas coisas. Como dar uma desculpa para ficar aqui.
-Você não foi obrigada.
-Você me convidou, e eu quis, não quis?
-Tecnicamente nunca fiz um convite formal
-Oh, não há problema nenhum então. Posso muito bem providenciar minhas coisas e ir para a Bulgária. Onde eu fui convidada, sabe? – lançou um olhar cruel para ele. Não estava testando sua condição veela neste momento, apenas irritadiça com seu adolescente normal.
-Você não ousaria... – ele estava entrando em estado de alerta. Palavras como PERIGO, PERIGO retumbavam em sua mente.
-Mais uma gracinha só e você vai ver.
-Não entendo o motivo dessa irritação toda.
A entrada principal já estava deserta. Nenhum aluno ou professor permaneceu no local, restando apenas os dois.
Completamente sozinhos.
-Também não compreendo o seu estado de choque de semana passada.
Ele sentiu o seu corpo gelar.
-Eu...
-O que é completamente estranho, já que não foi uma cena muito surpreendente, quer dizer, todo mundo sabe que ele tinha me beijado no Baile de Inverno.
-Ele o quê?!
-Ah, por favor Malfoy. É tão chocante assim que eu beije alguém? Nem precisa tentar mudar de assunto, Madame Pomfrey confirmou que seu estado de choque era por algo assustador, e não vejo outro motivo além desse.
-E porque raios seria assustador ver você beijar alguém? Faça-me o favor. – seu veela entrava em desespero pelo adolescente ter conseguido tomar o controle. Ele poderia gostar dela, mas a implicância sempre falaria mais alto. O problema é que dessa vez ele não estava medindo suas consequências.
Hermione sabia que ele se arrependeria daquelas palavras, nem se preocupou em ligar.
-Então pode me explicar porque queria saber onde eu passaria o Natal e o motivo do chilique pela carta de Viktor?
-Eu sou seu amigo, me importo por ele estar te usando.
-Eu não acredito. Ele não me usa, Draco. Ele até mesmo se preocupou com você, mandou cartas perguntando se havia melhorado.
-Tenho certeza que não foi só por isso...
-Ele é meu amigo.
-Quer dizer então que você beija os seus amigos? – a irritação na voz se fez presente.
-Só quando é recíproco. – sussurrou praticamente em seus lábios. Agora ela estava a fim de provocar. Ele não teve outra reação se não empalidecer, ter seus olhos enegrecidos, com sua respiração pesada. Hermione esquadrinhava seu rosto a procura de qualquer movimento suspeito. Num ato impensado ele projetou seu rosto para a frente à procura de seus lábios. Teria conseguido se Hermione não tivesse sacado e se afastado rapidamente dando a entender que não havia percebido.
O que o deixou em uma situação embaraçosa quando voltou a si, tentando equilibrar-se e manter sua pose.
-Acho melhor entramos... – e se virou, deixando Draco atordoado para trás.
***
O Natal já havia passado e eles continuavam esquisitos. Ele não entendia o porquê dela estar tão ácida e insinuar coisas sobre outros caras. Ele tentava ao máximo se controlar, mas as vezes era completamente impossível. Ele esperava que ela não notasse suas súbitas mudanças mas sabia que não poderia esconder por muito mais tempo. Já estavam nos jardins acerca de quase uma hora e ele já havia se irritado pelo menos três vezes quando finalmente decidiu acabar com aquela palhaçada.
-Eu queria saber o motivo de ser tão divertido me tirar do sério, Hermione. – ele estava com os braços cruzados demostrando sua carranca quando ela começou a se afastar até uma árvore próxima. Estava de costas para ele quando soltou:
-Eu também queria saber o motivo de não ter me contado a verdade, Draco.
Ele arregalou os olhos e prendeu a respiração, ficando em alerta para o chute que viria.
-Eu não sou burra. Eu sei o que você é.
Ele andou apressadamente até ela, apavorado.
-E o que eu sou? – sussurrou
-Um veela. – ela virou-se para ele, encarando seus olhos com toda seriedade possível, vendo seus olhos mudarem de zuis para negros e voltar para o azul nua completa confusão.
-Eu... eu... não queria que tivesse pena de mim. Sei como você é boa, e por mais que me odeie conseguiria esquecer tudo de ruim que já fiz com você se soubesse que poderia morrer por sua causa.
-Caso você não tenha percebido, eu esqueci de tudo isso no momento em que você começou a me ajudar com as matérias.
-Eu só me aproximei de você por essa condição... – ele sussurrou sentindo toda a culpa.
-Pelo menos isso mostra que você tem amor a sua vida.
-Você não vai ficar irritada comigo? Não é a hora que diz que nunca vai me aceitar e que posso morrer agora mesmo que não vai ligar?
-Se isso fosse verdade, eu não teria largado Viktor no meio do vilarejo e corrido para amparar você. E além do mais, sei que precisou do empurrãozinho do veela para realizar seu sonho.
-Como?
-Um passarinho me contou que aparentemente você se apaixonou pelo meu soco e desde então diz que se casará comigo. – um sorriso convencido surgi em seus lábios.
-Zabini... – a voz raivosa estava de volta quando foi interrompida pelo veela- se me apaixonei pelo soco quem dirá que outras maravilhas sua mão pode fazer.
Hermione riu por perceber Draco lutando contra as palavras obscenas do veela que vira a oportunidade perfeita de ficar com ela.
-Eu não sei se você gostaria de descobrir. Pode ser um tapa dessa vez.
Seu semblante divertido se desfez.
-Hermione, quanto mais rápido você me chutar mais rápido isso acaba. Pra que dar bola pro veela se não vai ficar com a gente?
-Quer dizer então que agora você toma as decisões por mim? Eu não sei se você quer morrer, mas não quero que o cara que gosto morra.
Ele demorou para absorver as palavras e quando finalmente captou a mensagem só teve tempo de arregalar os olhos e prender Hermione no tronco da árvore. Ele não quis saber se era brincadeira ou não, grudou seus lábios enquanto ela ria. Estava tão nervoso que nem ao menos conseguia beijar direito. Não passou de um grudar de lábios quando ele pensou que tivesse de brincadeira com ele.
-Você ainda pode desistir disso, Hermione. - ele abraçava ela. Ou o tronco, não sabia ao certo, estava um confusão de braços.
-Eu não vou, Draco. Não é pena. Eu já gosto de você antes disso, muito antes disso.
-A carta... – ele compreendeu.
-Só pensei que tivesse parado, mas nunca consegui. E pelo visto você não, já pensa até nos nosso filhos.
Ele respondeu atacando seus lábios furiosamente, desta vez acertando como beijar sua boca.
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