PLANOS DE RECONQUISTA



CAPÍTULO 17



 



PLANOS DE RECONQUISTA



 



 



 



 



 



 



 



 



As festividades de Natal e Ano Novo foram um breve período que serviu para que ambos os lados daquela guerra descansassem e respirassem um pouco mais aliviados em meio ao conflito, que já entrava no seu quinto ano. O avanço dos Aliados, reconquistando cada vez mais territórios da Grã-Bretanha que estavam em poder dos Nazistas, obrigava que as cabeças pensantes do III Reich adaptassem seus planos para fazer frente às contingências que formavam um cenário progressivamente desfavorável.



E Adolf Gellert Grindelwald fazia parte desse grupo. Como Grande Administrador da Grã-Bretanha para o Reich, o bruxo era o principal interessado e um dos mais preocupados com esse avanço, ainda mais devido aos rumores, ainda não confirmados pela ABWEHR, o Serviço de Inteligência Militar, sobre quem era o General que comandava essa ofensiva, um duríssimo combatente que tirava o sono de todos aqueles que haviam tido a infelicidade de serem seus rivais, quer fossem do Eixo ou mesmo entre os Aliados. Era um soldado cuja coragem, arrojo e engenhosidade só encontravam igual nível em seu orgulho, ego e atitudes polêmicas, tais como o incidente no qual recentemente se envolvera na Sicília. E com tudo aquilo ainda fora designado para a Retomada da Grã-Bretanha, de acordo com o que o Almirante Wilhelm Canaris e seus subordinados estavam descobrindo (embora parecesse que o Almirante não iria desfrutar do prestígio de sua posição por muito mais tempo).



O fato é que “The Old Blood and Guts” (“O Velho Sangue e Tripas”), George Smith Patton, Jr. amedrontava até mesmo Hitler, embora o Führer jamais o admitisse, bem como outros altos oficiais, inclusive Rommel, recentemente designado como Comandante do Grupo de Exércitos B, na França ocupada, se bem que a “Raposa do Deserto” nutrisse mais respeito do que medo em relação a Patton.



Grindelwald era bastante observador e sabia como agir para não cair em desgraça com Hitler, embora ele fosse uma das pessoas em quem o Führer mais confiava. O problema era que estava ficando cada vez mais difícil lidar com as oscilações de humor de Adolf Hitler, pelo menos até a noite da festa. Naquela ocasião, ele chamara o bruxo para uma conversa reservada sobre assuntos importantes, antes das festividades. Pedindo licença a Heidi Klemperer, com quem estivera até aquele momento, Grindelwald acompanhou o Führer.



 



_Adolf, você sabe que estamos enfrentando tempos difíceis.



_Ja, mein Führer. _ disse ele _ O avanço dos Aliados na Grã-Bretanha é algo perturbador. Eles estão retomando cada vez mais territórios e, sinceramente, não sei se será possível impedir que cheguem a Londres.



_Ich weiß, mein Freund (“Eu sei, meu amigo”). Mas ainda temos um trunfo. Os armamentos que estão sendo desenvolvidos em Der Riese e o “Projeto Amerika Bomber”, o qual você me garantiu que está em condições de ser executado. Você deverá manter Hogwarts a qualquer custo, ela é o nosso último baluarte aqui na Grã-Bretanha. _ disse Hitler, tirando seus óculos.



 



Naquele momento, um pequeno detalhe chamou a atenção de Grindelwald.



 



_Mein Führer, me desculpe dizer, mas o senhor está com um leve tremor de mãos. Já venho notando isso há algum tempo. _ disse Grindelwald, preocupado e já fazendo uma ideia _ Parkinson?



_Ja. _ disse Hitler, recolocando os óculos e abrindo-se com seu conselheiro mais próximo _ Foi diagnosticado há alguns meses, depois que comecei a manifestar esses tremores. Tenho conseguido mantê-los sob controle, mas está dando cada vez mais trabalho. A medicina bruxa não tem nada para isso?



_Nein, mein Führer. _ disse Grindelwald _ Essa doença também acomete bruxos e, infelizmente, ainda não descobrimos uma cura. No máximo poções que controlam os sintomas, tipo o tremor, a rigidez muscular e a redução de movimentos. Posso providenciar algo do tipo para o senhor.



_Danke, mein freund. _ disse Hitler _ Agora, antes que eu o devolva para a agradável companhia de Fräulein Klemperer, há algo que devo dizer. Mesmo que as forças do Reich sejam poderosas, a entrada dos ianques na guerra mudou o panorama. Se eles conquistarem a Grã-Bretanha, será a cabeça-de-ponte que eles precisam para invadir a Europa continental. Se isso acontecer, creio que nada poderá deter seu avanço. Ainda mais com o seu provável comandante, aquele Hurensohn (*acho melhor não traduzir*) que tira o sono dos meus Generais, o tal de Patton.



_Eu já ouvi falar dele, mein Führer. _ disse Grindelwald, ajeitando-se na sua poltrona _ Polêmico, indisciplinado e até mesmo meio doido. Uma de suas últimas proezas foi esbofetear um soldado em um hospital de campanha, na Sicília. Acredita que ele ignorou as ordens e avançou, libertando Messina e deixando Montgomery com cara de idiota?



_Sim, eu soube. Se o “Bandido”, o “Velho Sangue e Tripas” chegar a Londres, você deverá retrair para Hogwarts e lançar as aeronaves do “Amerika Bomber”, assim como ter um plano de contingência para viver e lutar outro dia. Dei o mesmo conselho para Kammler, que deverá esvaziar Der Riese e retrair para Erebus.



_Já tenho o meu plano, mein Führer. _ disse Grindelwald, olhando para Hitler com expressão tranquila _ Retrairei para Nurmengard, minha fortaleza nos Alpes. Ela tem Feitiços de Proteção e Segurança suficientes para evitar qualquer invasão.



_Você sempre esteve comigo, durante toda a minha ascenção no Partido e como líder da Alemanha. Participou de todas as nossas conquistas e é mais do que um conselheiro, é um amigo. Portanto estou certo de que entenderá este pedido: em último caso, NÃO SE ENTREGUE VIVO, mein freund.



_Não se preocupe, mein Führer. _ disse Grindelwald, de forma sombria e tomando um gole de sua bebida _ Com o meu currículo, eu sei o que me espera, caso eu caia vivo nas mãos dos Aliados.



_Sehr gut, mein junger. _ disse Hitler, ignorando o fato de que Grindelwald era beeem mais velho do que ele _ Agora vamos retornar ao convívio social, principalmente porque não convém a um cavalheiro como você deixar uma dama da classe de Fräulein Klemperer esperando.



 



Os dois retornaram ao salão. Hitler foi para a mesa na qual Eva Braun esperava por ele, já meio impaciente. Grindelwald voltou para a companhia de Heidi, com quem passou toda a festa e o restante daquela noite.



 



 



Com o reinício do ano letivo, Elaine havia retornado para Hogwarts e Harry estava retomando suas atividades com os treinos dos Chudley Cannons. O time estava pronto para iniciar a temporada de 1944, só faltando o amistoso contra os Transilvanian Thunders, que logo se realizaria em Hogwarts, para concluir a pré-temporada. O tempo passava e o mês de janeiro chegou ao fim, logo substituído por fevereiro (“Caraca! Nem parece que já faz um ano que eu e Voldemort viemos parar aqui. E o mais estranho é que eu tenho me sentido tão à vontade que até parece que nasci e sempre vivi nesta época”, pensava Harry). Ele acabara de chegar em casa, vindo de mais um treino, encontrando Tom na sala, com várias anotações à sua frente.



 



_Harry Potter, eu tenho algo a lhe falar. _ disse ele, com a Persona de Voldemort em evidência _ Sabe que está difícil de encontrarmos um meio de retornar à nossa realidade, não é?



_Eu sei, Voldemort. _ disse Harry _ E já estou me conformando com a possibilidade cada vez mais certa de ter de viver aqui. Falei sobre isso com Elaine e parece que estamos nos acertando.



_Que bom você dizer isso, Harry Potter. Porque eu estava pensando na mesma coisa e não sabia como você iria reagir já que diferente de mim, que já vivi nestes dias em nossa realidade, você é de outra época, nascido em 1980, que está a cerca de trinta e seis anos do nosso agora. E eu me preocupava com suas possíveis dificuldades de adaptação.



_Se não encontrarmos um meio de retornar ao nosso tempo e lugar, paciência. Não convém tornar essa procura uma obsessão. Se vou sentir falta de todos os amigos que fiz? Claro que vou. _ disse Harry _ Meus colegas de Hogwarts, principalmente Hermione, Rony e toda sua família, principalmente Gina, com quem estava planejando um futuro. Mas viver aqui poderá ser bom, estou aprendendo a gostar desta época, sobre a qual eu só havia estudado. Vamos deixar para pensar nisso depois, já que a nossa prioridade no momento é ajudar os Aliados a retomarem a Grã-Bretanha e, finalmente, vencermos esta guerra.



_Tem razão, Harry Potter. _ disse Voldemort, meio aliviado por Harry estar aceitando bem a ideia _ Os últimos relatórios dizem que o País de Gales já está sob o controle dos Aliados e eles já avançaram até Cheltenham.



_Não estão muito longe. _ disse Harry _ Além disso, uma tropa de paraquedistas americanos aterrou em Manchester e em Leeds, estabelecendo uma cabeça-de-ponte que franqueou o avanço britânico rumo ao norte. Creio que o objetivo é... Hogwarts.



_Faz sentido. _ disse Voldemort _ Embora a localização de Hogwarts seja secreta, obviamente há bruxos na Inteligência Aliada e eles devem estar orientando o avanço das tropas.



 



Naquele momento, ouviu-se uma batida à janela e Harry foi ver o que era. Uma coruja cinzenta deixou um envelope nas mãos do bruxo e abriu as asas, alçando voo para longe. Harry fechou a janela e abriu o envelope. Dentro dele, um cartão de visita no qual aparecia o desenho de uma abelha branca e um “John Bull”, com um charuto na boca. Imediatamente os dois bruxos deduziram de quem se tratava.



 



_A pista é bastante clara. _ disse Harry _ Mas o cartão não seria enviado aleatoriamente, deve haver uma razão.



_A não ser que o próprio cartão seja a razão. _ disse Voldemort.



_Claro, estou sentindo uma emanação de energia mágica. Rápido, Voldemort, segure o cartão junto comigo, pois leva todo o jeito de ser...



 



A frase ficou pela metade e, quando Harry Potter a completou, já não estavam mais no mesmo lugar.



 



_... Uma Chave de Portal! _ disseram os dois ao mesmo tempo. Estavam em uma sala de reuniões, com vários Generais e Oficiais Superiores Aliados, bem como algumas pessoas em trajes civis entre elas um casal, aparentemente na casa dos quarenta, que tanto Harry quanto Voldemort rapidamente reconheceram.



 



_Newton Scamander e sua esposa, Porpentina. _ disse Voldemort, enquanto Harry concordava _ Mas eu não sabia que eles colaboravam com a OSS.



 



O casal olhou para os dois jovens bruxos e Porpentina sorriu para eles. A bruxa aproximou-se e segurou suas mãos.



 



_Eu queria muito agradecer a vocês, pelo que fizeram. _ disse ela.



_Mas o que foi, Sra. Scamander? _ perguntou Harry.



_Ora, vocês salvaram a vida do meu sobrinho, quando o resgataram de um campo de trabalhos forçados.



_Moishe Goldstein? _ perguntou Tom.



_Sim, jovens. “Goldstein” é meu nome de solteira. Dumbledore me disse o que vocês fizeram.



_Então ele é seu sobrinho? _ perguntou Harry.



_É. Ele é filho de minha irmã mais nova, Queenie. Ela se casou com nosso amigo Jacob Kowalski, que conhecemos em Nova York quando ocorreram os eventos do Obscurus.



_Aquela situação na qual Grindelwald estava envolvido e que quase expôs a Bruxidade, em 1926? _ perguntou Harry _ E que foi desmascarado pelo Sr. Scamander?



_Isso mesmo, meus jovens. _ disse Newton Scamander _ E podem me chamar de ”Newton”.



_E vocês podem me chamar de “Tina”. _ disse Porpentina _ Moishe veio para a Inglaterra, alistou-se como voluntário na RAF e acabou sendo capturado. Depois que vocês o libertaram, ele conseguiu ir para a França e agora faz parte dos Maquis, juntamente com Jean-Marc Malfoy. Queenie e Jacob também colaboram com a OSS, principalmente ela. Seus dons de Legilimência são extremamente úteis.



 



Naquele momento, o brilho de mais uma Chave de Portal anunciou a chegada de Dumbledore e Churchill, que logo ocuparam o parlatório da sala de reuniões. Todos sentaram e Dumbledore fez uso da palavra.



 



_Senhoras e senhores, todos vieram para cá através de Chaves de Portal, para que ninguém soubesse do local desta reunião. Agradeço a presença do Excelentíssimo Senhor General Bernard Law Montgomery, que até há pouco encontrava-se comandando os desembarques na Itália.



_Para mim é uma grande honra ter o apoio da Comunidade Bruxa da Grã-Bretanha e dos EUA, nesses momentos difíceis pelos quais estamos passando. Espero poder contribuir com experiências do passado, relembrando nossa vitória na África, com a “Operação Torch” e com o modo de levar a vida, pois sem querer contar vantagem, não fumo, não bebo... (Montgomery interrompeu sua frase e calou a boca, ao surpreender o olhar de Churchill cravado nele).



_Não me venha com essa história de novo, Monty, pois você certamente se lembra de qual foi a minha resposta. _ disse Churchill, bem-humorado e com um olhar bastante irônico.



 



Todos na sala acabaram rindo. Depois da vitória sobre Rommel na África, Montgomery dissera, durante seu discurso: “Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói”. Churchill ouvira aquilo e meio por ciúme, meio para derrubar um pouco a “hubrys” de Montgomery, retrucara: “Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele”.



 



_OK, foi mal. _ disse Montgomery, vermelho _ O fato, senhores, é que a retomada da Grã-Bretanha está prestes a se concretizar, graças à bem-vinda atuação dos americanos, que obtiveram estrondosas vitórias e um constante avanço, mesmo combatendo em duas frentes. Creio que em breve Londres ouvirá o ronco dos blindados Sherman, em vez do das Divisões Panzer. E com a progressão para o norte, poderemos retomar a menina dos olhos de Grindelwald, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Gostaria de agradecer pessoalmente ao Comandante daquela força, o General Patton. Mas ele não gosta de permanecer recuado, prefere ficar perto do front, com suas tropas.



_Que pena. _ disse Harry, sabendo que elogiar Patton, seu rival nos campos de batalha, era um esforço hercúleo para Montgomery _ Eu gostaria muito de conhecer pessoalmente o General Patton.



_Você terá a oportunidade, Sr. Delvaux. _ disse Dumbledore, chamando Harry pelo nome falso _ Creio que você e o Sr. Riddle poderão prestar um grande apoio a ele.



_Bem, meus caros, será crucial retomarmos logo a Grã-Bretanha, pois dependemos desta posição para levarmos a cabo a “Operação Overlord” e partir para a libertação da Europa Continental. _ disse Churchill.



 



Ouviu-se um murmúrio entre os presentes. Todos aguardavam ansiosamente pela invasão da França, mas além de dependerem da retomada da Grã-Bretanha, poucos eram os que conheciam os detalhes dos planos de invasão. Naquela sala, talvez somente Churchill e Dumbledore tivessem total conhecimento da operação.



 



_Tenho certeza absoluta de que, se retomarmos a Grã-Bretanha, a “Operação Overlord” será coroada de êxito. Todos aqui têm alguma ligação com a Inteligência Militar, a OSS, portanto posso dizer certas coisas que outros poderiam estranhar. Primeiramente, a presença dos senhores Riddle e Delvaux.



_Realmente, Sr. Dumbledore, a presença de dois jovens bruxos, ambos recém-egressos de Hogwarts, causa curiosidade. _ disse o Coronel Drexler, um dos Ajudantes-de-Ordens de Montgomery _ Principalmente o Sr. Delvaux, um astro do Quadribol que todos sabem ser protegido de Grindelwald.



 



Mais murmúrios seguiram-se às palavras de Drexler. Mas Dumbledore logo esclareceu.



 



_O Sr. Delvaux e o Sr. Riddle são elementos fundamentais, porque têm conhecimento de TODOS os detalhes da “Operação Overlord”. _ disse Dumbledore, sem se importar com os novos murmúrios _ Sr. Delvaux, pode nos dizer de onde e quando o senhor é.



_Tem certeza, Prof. Dumbledore? _ perguntou Harry, prosseguindo após a concordância do velho bruxo, só não dizendo seu verdadeiro nome _ Bem, senhoras e senhores, eu sou uma espécie de viajante dimensional e do lugar de onde venho, os Nazistas jamais invadiram a Grã-Bretanha e a “Operação Overlord” faz parte da nossa História. Ou seja, venho de um futuro paralelo. A história da II Guerra Mundial nos é ensinada nas escolas e temos o maior orgulho de nossa contribuição para que os Nazistas tivessem o que mereciam, juntamente com os valorosos militares dos EUA.



_Era tudo o que eu queria saber. _ disse Drexler, sacando uma varinha e apontando-a para Harry, que estava ao seu lado _ Eu já imaginava que havia algo de diferente em você. Quietos! Juro que lanço uma “Avada Kedavra” no primeiro que tentar interferir. Só falta agora você e seu amigo Riddle serem os dois agentes que estão infernizando o Reich, os tais “Batman” e “Robin”.



_Pois não é que você acertou, Drexler? Se é que esse é mesmo o seu nome, pois percebi um leve sotaque alemão. _ disse Harry, bem tranquilo. O jovem bruxo estava alheio ao clima de medo e preocupação na sala _ Isso me faz pensar se seu sobrenome não seria, por exemplo, vejamos... “Dreschler”? Eu sou “Robin”. E o que você pretende fazer? Matar-me aqui e agora? Ou vai me levar para Grindelwald, para que eu revele todos os planos?



__Excelente ideia. Serei generosamente recompensado por Grindelwald, revelando a ele que o seu garoto de ouro, Georges Delvaux, é uma das maiores pedras no sapato dele e do Führer. E agora, para que você me acompanhe sem criar problemas... “IMPERIO!!!



 



A Maldição Imperius atingiu Harry em cheio. Seus olhos ficaram vidrados e seu rosto assumiu uma expressão calma e distraída. Voldemort ficou preocupado ao ver aquilo. O outrora Lorde das Trevas lembrava-se de que Harry havia resistido à Maldição Imperius quando ele a havia lançado, durante o duelo no cemitério da propriedade Riddle, em Little Hangleton. Será que Harry Potter não era mais capaz de tal feito?



 



_Venha, Delvaux. Aproxime-se para que possamos sair daqui. A mesma Chave de Portal que me trouxe irá nos levar de volta.



 



Harry aproximou-se lentamente de Drexler, movendo-se como se estivesse arrastando correntes. O bruxo espião sorria, antevendo as glórias que por ele esperavam, até que o inesperado aconteceu.



Assim que Harry Potter aproximou-se o suficiente de Drexler, seu pé direito subiu violentamente, atingindo o Nazista bem entre as pernas, com força suficiente para que ele desmaiasse com a dor, largando a varinha e caindo inconsciente, aos pés de Harry.



 



_Ai, ai, ai! _ exclamou Porpentina _ Até eu, que não os tenho, senti a dor. Tem certeza de que ele está vivo?



_Não se preocupe com isso, Tina. _ disse Harry, dando um chute no tronco de Drexler, que dava mostras de querer se levantar, fraturando pelo menos uma costela do espião do III Reich _ Seria preciso muito mais do que um chute “nas partes” para liquidar esse lixo Nazista. Mas eu examinaria a garganta dele, pode ser que você encontre quatro amígdalas, em vez de duas.



_ “Incarcerous!” _ disse Voldemort, conjurando cordas mágicas que imobilizaram Drexler e tratando Harry pelo nome falso, falando baixo com ele, para que ninguém mais percebesse _ Confesso que você me deixou preocupado, Georges. Quando Crouch lhe ensinou a resistir à Maldição Imperius e você quase me fez passar por idiota em Little Hangleton, pensei ter sido um erro permitir que ele o tivesse feito. Mas agora, vejo que foi uma boa atitude.



_Sim, foi muito bom, pois ajudou a desmascarar esse cretino. Agora, vamos tratar de apagar a memória dele. “Obliviate!” _ Harry usou sua varinha e fez com que Drexler se esquecesse de tudo sobre sua identidade _ Você será preso, mas não vai se lembrar de nada sobre Tom e eu sermos “Batman” e “Robin”. Nós dois jamais estivemos aqui e foi Dumbledore quem descobriu que você era um espião Nazista.



 



Com o olhar desfocado, Drexler concordou e logo estava sendo levado dali por um pelotão da PE, quando o brilho de mais uma Chave de Portal anunciou a chegada de outro convidado. Alto, com quase 1,90 m, aparentando entre cinquenta e cinco e sessenta anos, trajava uma “Jaqueta de Parada” verde-oliva, com condecorações, culotes cáqui e botas de cano alto. Na cintura, um cinto de couro com dois coldres, cada um com um revólver Smith & Wesson modelo 27 em calibre .357, com cabo de marfim. No capacete e nos ombros, as três estrelas que denotavam sua patente de Tenente-General do Exército dos EUA.



 



_Pronto. Chegou o “Bandido”. _ murmurou Montgomery de mau humor, ao olhar para o recém-chegado.



_Ora, ora. Parece que perdi o melhor da festa._ disse ele, vendo a PE levar o espião para ser interrogado.



 



Harry olhou admirado para aquele militar, cuja presença parecia magnetizar a atenção de todos os presentes e que parecia emanar uma aura de força e confiança (bem como um ego monumental). À sua frente, estava ninguém menos do que o próprio George Smith Patton, Jr., em pessoa.



 



_George! _ exclamou Churchill _ Estávamos esperando por sua chegada. Por que você demorou?



_Sabe muito bem que eu não deixaria meus homens, antes de dar a eles todas as instruções necessárias para que eles pudessem se virar durante a minha ausência, Winnie. O que foi que eu perdi? Por que o Ajudante-de-Ordens de Monty saiu escoltado pela PE?



_Nosso jovem bruxo Georges Delvaux, aliás, um grande fã seu o incapacitou, depois que ele se revelou um espião Nazista. _ disse Dumbledore.



_Desde que travei contato com bruxos, nos dias da I Guerra, vocês não deixam de me surpreender, Alvo. _ disse Patton _ É um prazer conhecer alguém que me admira, quando há tantos que me odeiam.



 



Apertou firmemente a mão de Harry e ocupou seu lugar. Em seguida, Dumbledore e Churchill deram início à reunião.



 



_Estamos a um passo de reconquistar a Grã-Bretanha. De acordo com as informações, os Nazistas mantêm sob seu domínio somente a Região Metropolitana de Londres e também Hogsmeade, Hogwarts e adjacências. Portanto, logo poderemos dar o golpe final em Grindelwald e seus seguidores.



_Nossas forças ao norte já estão na Escócia e dominaram Edimburgo e Glasgow. _ disse Patton _ Eu estava lá antes de vir para cá e as tropas estão avançando para Hogsmeade, guiadas por bruxos e protegidas por Feitiços de Ocultamento. Receberam ordens de estacionar nas cercanias de Hogsmeade e aguardar. As que estão no rumo de Londres atingiram Aylesbury e também aguardam as ordens para o assalto final.



_O melhor momento será durante a partida de Quadribol entre os Chudley Cannons e os Transylvanian Thunders, que será realizada em Hogwarts. Só precisamos saber a data, para iniciarmos os ataques. _ disse Dumbledore.



_Isso é fácil, Prof. Dumbledore. _ disse Harry _ Será daqui a duas semanas, no sábado. O treinador já divulgou a data.



_Ótimo. _ disse Churchill _ A ação terá que ser rápida e certeira, para não dar tempo de Grindelwald contra-atacar.



_Nem tenha dúvida, Sr. Churchill. _ disse Harry _ Principalmente porque eles têm aquela maldita fábrica nas montanhas.



_A tal fábrica com a base de lançamento dos aviões? _ perguntou Montgomery.



_Exatamente. _ disse Dumbledore _ Os senhores Delvaux e Riddle estiveram lá e foram eles que nos forneceram as informações sobre a montagem de caças-bombardeiros a jato e as pesquisas atômicas, principalmente o Projeto Amerika Bomber, que trata de lançar o supercargueiro e os caças-bombardeiros Horten para bombardear os EUA e o Brasil.



_Recebi o arquivo com essas informações, sob o título “ARAUTO DA DESTRUIÇÃO”, Alvo. _ disse Patton _ Eles têm mesmo capacidade para bombardear a América?



_Não só têm como Grindelwald praticamente sinalizou que pretende fazê-lo logo, General Patton. _ disse Tom _ Além disso, eles possuem um explosivo que os cientistas do Projeto Manhattan sequer poderiam imaginar, nem mesmo em seus sonhos mais loucos. O poder destrutivo de um artefato atômico, sem os perigos da radiação.



_Existe algo assim? _ perguntou Montgomery.



_Existe, Monty. _ disse Churchill _ É algo que quase todos acreditam ser uma lenda, “Mercúrio Vermelho”.



_Jamais havia ouvido falar._ disse Montgomery.



_É um derivado de outra substância lendária, o “Mercúrio Violeta”. As pesquisas estavam sendo levadas a cabo em uma instalação chamada “Der Riese”, na região de Ludwigsdorf, na Polônia. _ disse Harry _ Inclusive, será outro lugar que deveremos invadir e retirar de lá o que pudermos, antes que os russos o façam. Digo isso principalmente porque sei que eles não podem e nem devem saber de tudo. Notei isso porque não vi nenhum russo aqui e, por isso, tenho segurança para alertá-los: NÃO CONFIEM EM STALIN.



_Muito inteligente, Sr. Delvaux. _ disse Churchill _ Sabemos que os russos têm seus próprios planos, inclusive seu programa atômico. Recebi e li os relatórios sobre sua missão em Ludwigsdorf e fiquei estarrecido. Aquele material jamais deverá ser utilizado, assim como o “Raio da Morte” de Tesla, cujos planos vocês também recuperaram e destruíram.



_Exatamente, Sr. Churchill. _ disse Harry _ Mas a coisa na Polônia é ainda mais grave, com o General Hans Kammler no comando.



_Kammler, o Obergruppenführer das SS? _ perguntou Patton, que já conhecia de nome o Oficial _ Realmente, soube que ele estava envolvido em um projeto secretíssimo, mas não imaginava que seria algo assim tão grande.



_E Grindelwald também está envolvido com Der Riese. Altíssimas patentes e projetos que podem, mesmo agora, mudar o curso da guerra. _ disse Voldemort _ E isso não pode acontecer. Fora as várias outras instalações industriais, cuja localização também consta dos nossos relatórios.



 



Passaram horas discutindo e planejando a retomada de Hogwarts e, depois daquilo, deram por encerrada a reunião. Harry e Voldemort aproveitaram para tirar fotos com Churchill, Montgomery e Patton, como já haviam feito antes com outras pessoas especiais.



 



_Há algo que deve ser feito, por uma questão de segurança. Durante a reunião, vazou o segredo das identidades de “Batman” e “Robin”. Elas devem permanecer sigilosas, por uma questão de segurança. _ disse Dumbledore _ Portanto, espero que compreendam o que eu terei que fazer. “OBLIVIATE!



 



À exceção de Dumbledore e Churchill, todos os presentes tiveram apagadas de suas memórias as identidades de “Batman” e “Robin”. Assim, Harry e Voldemort podiam continuar agindo com segurança. Já em casa, os dois bruxos trataram de se preparar. Harry teria um intensivo período de treinos, não só para a partida contra os Transylvanian Thunders, mas também para o que viria depois.



 



Ao mesmo tempo, Grindelwald estava em uma enfermaria no complexo industrial “Amerika Bomber”.



 



_Como ele está, Fräulein Niederauer? _ perguntou Grindelwald.



_Totalmente recuperado, Herr Grindelwald. _ disse a enfermeira, conduzindo Grindelwald ao apartamento _ Retiramos as bandagens e, fora o espanto, está tudo bem.



_Sehr gut, Fräulein Niederauer. _ disse Grindelwald, olhando para o paciente e compreendendo o que a enfermeira quis dizer e dirigindo-se a ele _ E então, meu caro? Julga-se preparado para as próximas missões?



_Ja, Herr Grindelwald. _ disse ele _ Mal posso esperar. Quando terei alta?



_Hoje mesmo, mein freund. _ respondeu Grindelwald _ E há muito que fazer.



_Sabe que pode sempre contar comigo, Herr Grindelwald. _ disse o paciente, abrindo um sorriso malvado e, por que não dizer, meio insano.



 



Enfim, chegou o dia da partida amistosa entre os Chudley Cannons e os Transylvanian Thunders, no campo de Quadribol da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Na Tribuna de Honra Wilbert Slinkhard, trajando vestes de gala, ocupava o assento ao lado do Grande Administrador da Grã-Bretanha para o Reich, Adolf Gellert Grindelwald. O bruxo Nazista vestia seu melhor uniforme das SS, com todas as condecorações que recebera desde que iniciara sua carreira como conselheiro de Adolf Hitler. Professores e convidados VIPs completavam a comitiva da tribuna. Nas arquibancadas à volta do campo, de um lado os alunos de Hogwarts entoavam cantos improvisados, todos eles incentivando os Chudley Cannons. Do outro, a torcida dos Transylvanian Thunders não se mostrava menos animada, ambas com suas fanfarras dando o ritmo, em uma alegre confraternização.



A narração da partida estava a cargo de Elaine Rutherford, com Arkanius Snape de responsável pelos comentários. Todos aguardavam ansiosos pelo início, até que o árbitro lançou a goles para o alto e Grindelwald soltou o pomo de ouro.



A esfera alada logo sumiu das vistas de todos e os Apanhadores de ambas as equipes deram início à procura. Harry Potter e Radu Vladescu davam o melhor de si, enquanto a partida transcorria.



 



_A goles está com Turner, que passa para Mallory. Cercado por dois Artilheiros dos Thunders, ele desvia-se de um balaço arremessado pelo Batedor adversário, Sarbu. Passou a goles para Palin e ele arremessa. GOL DOS CANNONS!



 



A torcida laranja-e-preta festejou ruidosamente aquela abertura de placar. Mas logo outro Artilheiro dos Transylvanian Thunders, Pagan, arremessou no aro da esquerda,empatando a partida.



 



_Parece que a partida será difícil, Elaine. _ comentou Arkanius _ Tudo indica que os Thunders vieram com fome de vitória.



_Sim, Arkanius. _ respondeu Elaine, narrando _ Mas os Cannons não estão dispostos a deixar a vitória escapar. Turner fintou o goleiro dos Thunders, Iohannis, marcando certeiramente no aro central. Marina Vladescu está com a goles e partiu velozmente, arremessando no aro da direita. Easterbrook defende e agora quem parte em uma fulminante arrancada é Palin, que passa para Mallory. Ele passa novamente para Palin, que arremessa e marca. GOL DOS CANNONS! Goles com Marina, que passa para Pagan. Ele passa para Basarab, que arremessa e a goles é interceptada por Mallory. Passou para Palin, que desvia-se de um balaço e arremessa, marcando. MAIS UM GOL DOS CANNONS!



 



Enquanto o jogo rolava, Harry e Vladescu continuavam a procurar pelo pomo de ouro, até que Vladescu o viu e os Apanhadores deram início à perseguição. Emparelhados, nem davam atenção ao placar que, depois de alguns lances emocionantes, estava em noventa a setenta para os Cannons. Lembrando-se de sua missão, o bruxo empenhava-se em capturar o pomo o mais depressa possível. Aquilo havia ficado estabelecido na reunião com os Generais e também na preliminar, antes do jogo.



 



_Lembrem-se, a captura do pomo, melhor que seja por nós, será o sinal para o início das ações. _ disse Mallory, na reunião _ Nosso pessoal em ambas as torcidas lançará para cima as faíscas preestabelecidas. Quanto a você, Delvaux, já sabemos que lançará um sinal especial, assim como Tom, na arquibancada. Certo? Então, vamos à partida. NÓS CONQUISTAREMOS!!!



_NÓS CONQUISTAREMOS!!! _ os outros jogadores repetiram o brado do lema do time. Todos pegaram suas vassouras e foram para o túnel de acesso ao campo.



 



De volta ao presente, a disputa pelo pomo estava cada vez mais acirrada. A esfera começou a subir cada vez mais naquele final de tarde, com os dois Apanhadores no seu encalço. Dali a pouco, começou a descer velozmente (“Mergulho do Diabo, tipo o meu primeiro ano. Se eu não tomar cuidado, vou me ferrar”, pensou Harry). Imprimiu mais velocidade à vassoura e prosseguiu na perseguição. Logo nos seus calcanhares, vinha Vladescu. Aproximavam-se cada vez mais do chão e o pomo não parecia querer mudar sua trajetória. Na última hora, Harry pressentiu a intenção da esfera e manobrou logo atrás dele. Mas Vladescu não teve a mesma sorte, perdendo a direção da vassoura e saindo todo torto para o lado, ao tentar fazer a mesma manobra. Era tudo o que Harry precisava para fechar a mão sobre o pomo de ouro, encerrando a partida e garantindo para os Chudley Cannons uma vitória de duzentos e oitenta a cento e trinta.



 



_E GEORGES DELVAUX CAPTURA O POMO DE OURO! VITÓRIA DOS CHUDLEY CANNONS!!! _ gritou Elaine Rutherford ao microfone mágico, enquanto a torcida prorrompia em aplausos e lançava faíscas para o ar, logo deixando o céu crepuscular cheio de brilho.



Naquele momento, vendo que Tom havia lançado o seu sinal, Harry aproveitou e lançou as suas faíscas para o céu. Quando explodiram a uma grande altura, surgiu a figura de um morcego negro dentro de uma elipse amarela, tendo um pássaro vermelho estilizado sobreposto.



 



_Scheiβe!!! _ exclamou Grindelwald que, como todos os outros, vira as imagens mas não sabia quem as havia lançado _ “Batman” e “Robin” aqui? Mas não pode ser!



 



Em resposta um sinalizador subiu aos céus para os lados de Hogsmeade, seguido pelo estrondo de tiros de canhão. Aquilo marcava o início da reconquista daquele que era um dos últimos bolsões ainda sob o domínio Nazista.



 



Ao mesmo tempo, a Artilharia Aliada bombardeava as posições de defesa dos alemães nos subúrbios, possibilitando que a Infantaria avançasse de forma esmagadora, consolidando sua posição e anunciando a reconquista de Londres.


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