AS ARMAÇÕES DESARMADAS
CAPÍTULO 7
AS ARMAÇÕES DESARMADAS
O mês de outubro avançava e todos tinham muito o que fazer. Além do que já tinham, a temporada de Quadribol aproximava-se, o que significava um aumento na carga dos jogadores, em função dos treinamentos. As reuniões da AD iam bem, obrigado. Os membros iam ficando cada vez melhores, alguns até começavam a mostrar alguma habilidade no controle do Ki e iam superando limites.
Cho Chang não era um deles.
Por conta de sua obsessão por Harry, somada à raiva que sentia de Gina, ela não conseguia atingir o estado de equilíbrio necessário para o domínio e utilização do Ki e isso a desesperava, criando um círculo vicioso. Por isso, tentava irritar Gina, insinuando-se para Harry sempre que podia e sendo sempre polidamente ignorada. Isso não perturbava a harmonia interior de Gina, pois ela sabia que Harry nada mais sentia pela jovem chinesa. O problema era que as pessoas estavam começando a notar o clima azedo que estava se instalando, até que em uma sessão...
_Cho Chang! Virgínia Weasley! Shiai-Kumite! _ Disse o Prof. Mason.
_Tem certeza de que é seguro confrontar as duas, professor? _ perguntou Harry.
_Fique tranqüilo, Harry. Gina sabe se defender.
_Eu sei, professor. Estou preocupado com o que ela pode fazer com a Cho. Se Gina não maneirar na força, vai mastigá-la e cuspi-la no tatame em menos de um minuto.
_Vá por mim, Harry. Vai ser melhor deixar as duas extravasarem um pouco de energia. Se a coisa fugir do controle, paralisamos as duas e mandamos para Madame Pomfrey consertar.
_Então, tudo bem. _ concordou Harry, ainda meio apreensivo.
As duas postaram-se uma em frenta à outra, chispas de ódio cintilando nos olhos de Cho, contrastando com a total tranqüilidade de Gina. Cho assumiu uma posição Zenkutsu-dachi e Gina, em Kiba-dachi, apenas a observava, estudando a adversária.
Sem aviso, Cho atacou com um Mawashi-geri, capaz de partir um tijolo. Gina apenas se desviou, um segundo antes do pé passar por onde estivera sua cabeça. Agachou-se e executou uma rasteira na perna de apoio de Cho que a fez cair, constrangedoramente, sentada no chão. Retornou à posição inicial e ficou esperando pelo novo ataque de Cho que não demorou, vindo sob a forma de um Shuto com a direita, ao que Gina girou seu corpo pelo lado de fora, deixando que Cho passasse direto e atingindo-a nas costelas, com um Empi. Meio sem ar, Cho voltou à carga, tentando fintá-la, fingindo um ataque Seiken mas, na última hora, recolhendo e executando um Ushiro-geri. Este atingiu Gina no ombro esquerdo. Sem demonstrar o menor sinal de haver sido atingida, Gina saltou para a frente, indo de encontro a Cho e, colocando as mãos nos ombros da adversária, saltou por cima dela indo cair em pé, do outro lado e, aproveitando-se da confusão de Cho, atingiu-a com um Uraken no lado da cabeça, que a fez ver estrelas. Cho estava começando a se descontrolar, enquanto que Gina era a imagem da placidez, mal alterando o ritmo de sua respiração.
Inesperadamente, Cho resolveu apelar e deu de mão em uma espada, arma com a qual era extremamente habilidosa. Ante aquela deslealdade, Mason e Harry fizeram menção de interromper o exercício, mas Gina fez sinal para que não o fizessem. Cho executou um golpe circular, facilmente evitado por Gina, que decidiu já ser hora de acabar com aquela palhaçada. Enquanto Cho apontava-lhe a espada, no melhor estilo Matrix a ruiva saltou, atigindo uns três metros, deu uma cambalhota no ar e, suavemente, pousou em pé... sobre o lado chato da lâmina da espada de Cho. Agachou-se e dizendo: “Já chega!”, estendeu o seu braço direito e, com um Nukite em um ponto especial no meio da testa de Cho Chang, colocou-a a nocaute.
Admirados, Mason e Harry encerraram o exercício e, após reanimarem Cho, a reunião daquela noite. Enquanto retornavam para a Torre da Grifinória, Harry comentou com Gina:
_Fiquei admirado com seu autocontrole, durante o exercício. Cho estava mesmo a fim de encrenca.
_Harry, eu resolvi encerrar logo aquilo, porque eu estava a um tiquinho de perder a paciência e triturar aquele biscoito da sorte, na frente de todos.
_Me lembre de nunca tirar você do sério. _ disse Harry, abraçando-a.
_Não precisa se preocupar. Eu sei a quem dirigir a minha agressividade. Vi que você fica bastante incomodado com o assédio dela. Eu te amo e confio em você, Harry. _ respondeu a ruiva, beijando o namorado.
Ouviu-se, então, aquela voz nada agradável dizendo:
_Potter! Weasley! Essa não é a maneira adequada de se comportar nos corredores. Menos cinco pontos para a Grifinória.
Sem ao menos olhar para trás, Gina respondeu:
_Boa noite para o senhor também, Prof. Snape. _ e o casal seguiu seu caminho, deixando o professor de Poções surpreso e sozinho no corredor.
Na manhã seguinte, em um intervalo das aulas, Harry passava pelos corredores, rumo à sala de Feitiços, quando sentiu uma presença próxima. Inesperadamente, um vulto saiu das sombras e empurrou o bruxo através de uma porta. Perdendo o equilíbrio, Harry caiu embolado com Cho, dentro da Sala dos Monitores, sendo avidamente beijado e acariciado, de uma forma bastante constrangedora.
_Cho, pare com isso! Tire a mão daí...AI!! Não aperta! ME LARGA, SUA MALUCA!!!
_Ora, então você não consegue ficar de todo indiferente. _ disse Cho, olhando para o estado de Harry.
_Puramente fisiológico, não alimente fantasias. Agora saia daqui e me deixe em paz.
_Acho que não, Harry. Imagine o que pensariam se eu gritasse e alguém nos visse juntos, com você nesse estado.
_Não iria acontecer nada, Chang. _ disse uma voz arrastada, vinda de uma poltrona de espaldar alto, próximo à lareira.
Draco Malfoy levantou-se e, cuidadosamente marcando a página do exemplar de “O Desafio das Águias”, de Alistair MacLean, que estava lendo durante o intervalo, aproximou-se dos dois.
_Srta. Chang, não iria acontecer nada pois a sala dos Monitores é totalmente à prova de som, como você deve saber muito bem, já que vinha freqüentemente aqui para se amassar com o Diggory, no ano retrasado. Além disso, essa sua fixação pelo Potter, a qual considero uma enorme falta de gosto, é de conhecimento até dos elfos domésticos da cozinha, portanto qualquer um iria sacar que você está armando. Por último, há uma testemunha de que o Potter é inocente. Eu.
_Sem essa, Malfoy. _ retrucou Cho _ Toda a Bruxidade sabe que você detesta o Harry.
_Sim, mas sua atitude não foi nada digna para uma aluna de Hogwarts e isso eu não poderia deixar passar em branco. Agora, se manda daqui, Chang, e vamos fingir que nada aconteceu, OK?
_Escuta aqui, Malfoy. Você é mais moderno do que eu e tem uma reputação que nem o Removedor Mágico Multiuso da Sra. Skower é capaz de limpar. Quem você pensa que é, para falar assim, seu filho de um Death Eater?
_Sim, meu pai é um Death Eater, braço direito do Lorde das Trevas e eu sou o Bad Boy da escola, mas também sou monitor de Hogwarts _ e apontou para o seu distintivo,no lado esquerdo do peito _ o que significa que,apesar de tudo o que você disse, a minha palavra deve ter um pouco mais de credibilidade do que a sua. S-E M-A-N-D-A!!!
Cho saiu, bufando, para o corredor. Harry ficou boquiaberto. Draco Malfoy tomando o seu partido em uma questão, em lugar de tentar prejudicá-lo ainda mais? Ao tentar falar, Draco tratou de cortá-lo:
_Feche a boca, Potter,você não é um peixe. Não pense que fiz isso pelos seus belos olhos verde-esmeralda. Tenho minhas razões e nem todas elas lhe interessam. Basta saber que, primeiro, não gosto de mulher oferecida e a Chang parece que toma chá de pára-quedas todo dia, pelo tanto que se abre. Segundo, sou aluno de Hogwarts e, tanto quanto você, não gostaria de um escândalo que, ainda que acabasse em pizza, mancharia o nome da escola. E, terceiro e mais importante, para mim é um prazer quase sexual saber que Harry Potter me deve uma.
_Devo mesmo, Malfoy. Obrigado.
_Não me agradeça. Potter, dizem que quem avisa amigo é. Embora eu não seja seu amigo, muito pelo contrário, vou te avisar. Cuidado com essa “Meteoro-Chinês”. Abre o olho porque algo me diz que esta não foi a última vez que ela soprou seu fogo em cima de vocês.
_De qualquer maneira, obrigado, Malfoy.
_Não por isso. Agora se manda, que aqui é área restrita. Lembre-se, isso fica entre você, eu e, logicamente, os “Insuportáveis Inseparáveis”, pois eu sei que você vai contar a eles. Abre o olho e não deixa que estraguem o que você e a Weasley têm juntos. Vai.
Harry saiu apressado, a fim de não perder a aula de Feitiços. Depois do término das aulas, já na Sala Comunal, contou aos amigos o que se passara.
_Cara, aquela garota está realmente obcecada. _ disse Neville.
Através da jóia de comunicação, Luna também opinou:
_É verdade. _ ouviu-se a voz dela,vinda da jóia, onde aparecia o seu rosto _ Tem gente aqui na Corvinal que já está sugerindo internação no St.Mungus.
_É patológico. _ comentou Gina.
_Mas o mais estranho foi a atitude do Malfoy. _ disse Hermione _ É quase como se não fosse ele. O que ele estava lendo mesmo, Harry?
_ “O Desafio das Águias”, de Alistair MacLean. Uma aventura durante a II Guerra Mundial, eu já li o livro e assisti ao filme. Legítima literatura trouxa.
_Inesperado. _ disse Rony _ totalmente inesperado e até mesmo insólito. Mas o Malfoy há muito tempo não parece ser o mesmo. Bom, vamos descer para o jantar e depois, biblioteca, para o trabalho da Profª Sprout.
Depois da biblioteca cansados, mas com o trabalho sobre as orquídeas cospe-espinho concluído, retornaram à Sala Comunal onde encontraram, esperando por eles, um bule de chá e um prato de biscoitos lá deixados por...
_Dobby! _ exclamaram os amigos, ao verem o elfo doméstico conversando com Gina, a qual tinha uma xícara nas mãos.
_Harry Potter! Hermione Granger! Rony Weasley! Neville Longbottom! _ exclamou o elfo, feliz por revê-los. _ Dobby estava falando com Gina Weasley sobre os problemas com aquela garota da Corvinal.
_Eu pedi a Dobby, já que ele circula por todo o castelo, que desse um jeito de nos avisar, caso aquela maluca esteja armando algo contra nós.
_A Srta. Luna Lovegood, da Corvinal, pediu a Dobby a mesma coisa e Dobby fica muito feliz de ajudar Harry Potter e seus amigos. Harry Potter libertou Dobby dos Malfoy e Dobby será eternamente grato. Dobby só fica triste ao pensar que Ziggy ainda sofre com aquela família.
_Ziggy? _ perguntou Neville.
_O irmão de Dobby, Neville Longbottom. É o elfo particular do jovem senhor Draco Malfoy. Não era tão maltratado quanto Dobby mas, com os Malfoy, nunca se sabe... e já ia se castigar, dizendo: “Dobby mau! Dobby mau!”, mas Harry o impediu:
_Calma, Dobby, não precisa se castigar. Eles não são mais seus donos.
_Desculpe, Harry Potter. Às vezes Dobby se esquece. Dobby precisa ir agora, mas promete ficar de olho. Boa noite, amigos.
_Boa noite, Dobby.
Saborearam o chá, os biscoitos e subiram, para se recolher. Mais um fim de semana se aproximava.
Pela manhã, Harry acordou cedo para correr no campo de Quadribol. Vendo que os amigos estavam dormindo, não quis acordá-los e foi sozinho. Ao término das dez voltas que costumava dar estava fazendo seu alongamento, quando ouviu a voz de Draco Malfoy, que aproximava-se de onde Harry estava, acompanhado pelos trasgos de plantão, Crabbe e Goyle:
_Sinceramente, nunca entendi o gosto que os trouxas têm em suar e se cansar correndo, Potter.
_Deveria tentar, Malfoy. _ disse Harry _ Com um melhor condicionamento físico você talvez não perdesse tanto para mim no Quadribol. Poderia até conseguir pegar o pomo uma ou outra vez.
_Até parece, Potter. O que me impede de azará-lo agora?
Harry, que estava de costas, disse sem ao menos olhar para os três:
_Primeiro, Malfoy, você nem moveu sua mão e, se movesse, não teria tempo para sacar a varinha. Mantenha sua mão para baixo, até que eu diga “Já” e aí saque. Quanto a você, Goyle, _ Harry continuou a falar, sem olhar para eles _ se você assoasse o nariz debaixo do chuveiro, se é que toma banho, não precisaria ficar metendo o dedo nele o dia todo.
Com a mão a meio caminho do nariz, Goyle interrompeu o movimento e estacou, boquiaberto. Como Harry poderia adivinhar seus movimentos sem ao menos olhar em sua direção?
_E feche a boca, você não é um peixe, como Malfoy costuma dizer (mesmo Draco não pôde deixar de sorrir, quase imperceptivelmente).
_Quero ver mesmo o que você pode fazer, Potter. Está pronto?
Ainda sem olhar para trás, Harry disse:
_Estou. Um, dois, três...JÁ!
Antes mesmo que Malfoy esboçasse qualquer movimento, Harry apoiou seu pé esquerdo em uma saliência da estrutura externa do campo de Quadribol e deu impulso, elevando-se acima do trio da Sonserina em um salto mortal de costas e aterrissou em pé, por trás deles, já com a varinha sacada da bainha invisível de antebraço, que Moody lhe dera no seu aniversário apontada para Draco, que sequer tivera tempo de tirar a sua do bolso das vestes.
_C-como foi que você fez isso, Potter? _ perguntou Malfoy, estupefato.
_Como eu lhe disse, Malfoy, condicionamento físico obtido à maneira trouxa, na raça e suando a camiseta. Agora com licença, que eu marquei hora com Madame Pomfrey para cortar o cabelo e não quero me atrasar.
_Sei, sei. Vá logo aparar a piaçava, vassoura despenteada.
_Pelo menos não fico um quilo mais pesado de tanto gel de cabelo. Nem pensem em me azarar pelas costas. Estariam estuporados antes que pudessem dizer os feitiços. _ e saiu em direção ao castelo, para se lavar.
No meio da semana seguinte, faltando uns três dias para o Dia das Bruxas, Harry acabara de se levantar e, ao olhar-se no espelho...
_Hmm... hoje preciso me barbear, senão a Gina vai dizer “Está querendo me lixar a cara?”... bem, vamos à operação.
Harry não precisava barbear-se todos os dias, mas hoje era possível sentir o áspero dos fios emergentes no queixo e acima dos lábios. No banheiro, em frente ao espelho, passou o gel no rosto e, quando a espuma estava adequada, começou a passar o aparelho. Devido à grande energia mágica nos terrenos de Hogwarts, nenhum aparelho elétrico ou eletrônico funcionava, a não ser que fosse enfeitiçado, tal como o seu discman. Mas ele não se importava, na verdade gostava de utilizar o barbeador de lâminas paralelas e da sensação delas deslizando no seu rosto. Por isso barbeava-se à maneira tradicional, sem feitiços, embora fosse necessário ter muito mais atenção, a fim de não se cortar, principalmente próximo aos lábios. Pois, justamente quando Harry estava nessa parte...
_AI! MELECA!! Edwiges, que idéia é essa de entrar me assustando desse jeito? Olha só, acabei me cortando. _ realmente, havia um pequeno corte, junto à comissura labial do lado direito, quase imperceptível, mas sangrando visivelmente.
Harry colocou um pequeno curativo cor da pele que, imediatamente, estancou o sangue. O corte era tão pequeno que sequer justificava o uso de um feitiço hemostático. Em seguida foi dar atenção à sua coruja, cujos olhos cor de âmbar fitavam-no, com uma expressão de censura.
_Desculpe, Edwiges. Acontece que ninguém gosta de ser assustado enquanto se barbeia. É corte na certa. Bom, vamos ver o que você tem aqui. _ retirou um pequeno pergaminho do estojo de mensagens, preso à perna da coruja. Leu o bilhete, franziu a testa e guardou-o no bolso das vestes. Fez um afago em Edwiges e soltou-a pela janela. Ficou olhando-a voar em direção ao Corujal e, em seguida, desceu para o café da manhã.
À mesa do café, todos faziam seu desjejum, com o farto e saudável cardápio de Hogwarts. Em seguida, uma revoada de corujas sobrevoou as mesas, trazendo o correio matinal. Uma delas, da escola, deixou cair um bilhete no colo de Gina, que preferiu lê-lo mais tarde. Enfiou-o no bolso das vestes e não se lembrou mais dele, até pouco depois do almoço. O lugar mais discreto e sossegado era o banheiro feminino do segundo andar, o banheiro da Murta que Geme. Gina não gostava muito daquele lugar, pelas lembranças que lhe trazia do primeiro ano, quando fora possuída por Voldemort, na figura da memória do diário de Tom Riddle. A entrada para a Câmara Secreta de Salazar Slytherin ficava na pia central e somente podia ser acionada com uma ordem em Ofidiano. Apenas um consolo lhe restava daqueles dias: Harry, o seu Harry a salvara de um destino horrível. Como ficara feliz quando, no trem, ele dissera que a havia sentido ao lado dele, dando-lhe forças naquela luta contra o basilisco.
Deixando de lado as reminiscências, entrou em um dos boxes e sentou-se sobre a tampa do vaso para ler o bilhete mas, antes...
_Murta! Por favor, tenha a decência de não me espiar. Esta correspondência é reservada.
_Desculpe, Gina. _ disse o fantasma adolescente da última vítima fatal do basilisco de Tom Riddle _ Faz tanto tempo que não nos vemos. Senti sua falta.
_Ah, Murta, me perdoe o mau jeito. É que estou curiosa com esse bilhete anônimo que recebi de manhã. Acho que não fará mal você ver o que diz. _ e desdobrou o pergaminho que dizia, com letras recortadas do Profeta Diário:
“Se quiser saber quem, realmente, é o seu namoradinho, esteja na Torre de Astronomia esta noite, às 20:30 h. Aí conhecerá o verdadeiro Harry Potter.”
_O que você vai fazer, Gina? _ perguntou Murta.
_O que você acha, Murta? Vou lá para conferir. Preciso averiguar.
_Mas e quanto ao Filch? Ele pode te pegar.
_Só se ele também tiver treinamento Ninja.
Às 20:25 h, Gina estava do lado de fora do Observatório da Torre de Astronomia, o local de pior fama de Hogwarts. Se aquelas paredes revelassem seus segredos, mesmo alguns professores ficariam falados. A porta encontrava-se entreaberta e o cômodo estava banhado pela luz do luar )“Lupin deve estar tendo problemas esta noite”, pensou). A porta fechou-se sozinha, suavemente e Gina estranhou mas, nem tanto quanto o suave sussurro em seu ouvido, que dizia, baixinho: “Não acredite em tudo que olha. Procure ver com o espírito, não com os olhos.” Gina pensou : “Conheço essa voz.” Em seguida, avançou pela sala em penumbra até atrás de uma estante de onde, sem ser vista, poderia ter uma visão do sofá mais mal-afamado da escola. Se Gina estranhou o sussurro, o que ela viu no sofá a deixou praticamente sem respiração: Harry estava abraçado a Anastasia Artamonov, uma bela loira russa do sétimo ano que viera transferida de Durmstrang e havia sido selecionada para a Sonserina, ambos nus da cintura para cima, as mãos dele arrancando suspiros dela, em carícias para lá de íntimas. Seu primeiro impulso, que durou menos de um segundo, foi de surpreendê-los com um grito e acabar com aquela libidinagem mas, realmente, não durou nem um segundo pois havia uma coisa estranha: Aquele não podia ser Harry. Ela podia sentir o Ki dele na sala, mas não estava lá, naquele sofá.
Na verdade, o Ki de seu namorado estava...bem à sua esquerda.
Aquele cara, logicamente, não podia ser Harry também por outro motivo, que ela percebeu imediatamente ao olhar para o rosto dele.
Naquele instante, quando o casal preparava-se para ir às vias de fato, ouviu-se uma voz na sala. Harry não era dado ao uso de palavrões, por isso Gina chegou a se assustar quando a voz dele ecoou na sala, dizendo, alto e em bom som: “MUITO BEM, VAMOS ACABAR LOGO COM ESSA {[(#$%¨&*!!)]}!!!! DESSA POUCA VERGONHA, AGORA MESMO!!”
O casal, assustado, interrompeu o que estava fazendo e ficou olhando, aparvalhado, na direção de onde vinha a voz, dando de cara com Gina e, do seu lado, a cabeça de Harry... suspensa no ar. Ele usava a sua Capa de Invisibilidade.
Ainda tentaram pegar suas varinhas para reagir, mas estavam atrapalhados com as roupas, emboladas à volta dos dois. Harry não perdeu a chance. Imediatamente, apontou a sua e disse: “Impedimenta!” O casal foi jogado para trás, ambos seminus. Ainda tentaram insistir, após o efeito da azaração passar, mas foram novamente detidos por Harry:
_Vocês dois estão precisando ficar quietos por um tempo maior. “Estupefaça!” _ e os dois caíram no sofá, um sobre o outro.
_Mas quem são esses dois, Harry?
_Ora, quem você acha? Sinta o Ki deles.
_Não pode ser! Ninguém desceria tão baixo!
_Se tem dúvidas, espere o efeito da Poção Polissuco passar.
_Poção Polissuco? Como é que você sabe?
_Fui alertado, hoje de manhã, sobre a armação que estava sendo preparada, quer ver?
E Harry tirou do bolso das vestes o pergaminho que havia recebido naquela manhã e que dizia: “Se quiser impedir que seu namoro e seu futuro com a Srta. Weasley sejam arruinados, esteja na Torre de Astronomia às 19:00 h. Use sua Capa de Invisibilidade ou um Feitiço de Desilusão.”
_Edwiges me entregou, hoje de manhã. Me pregou um tal susto que me cortei durante o barbear.
_Isso foi providencial.
_???
_Depois eu explico. Agora vamos ver as caras dessas figuras.
A aparência dos dois foi mudando à medida que o efeito da poção passava, até que restaram, esparramados no sofá...
_Cho Chang! _ disse Gina, ainda não querendo acreditar.
_E Fabian Sheldrake, da Sonserina. Eu já estava aqui quando eles chegaram e tomaram a poção. Assisti a toda a sacanagem, me segurando para não azarar os dois antes da hora.
_Acho que já está na hora de reanimá-los.
_Tem razão, Gina. “Enervate!”
Os dois acordaram do estuporamento e viram-se, ainda seminus, frente a frente com o casal de namorados, que os encarava com uma expressão mista de nojo e descrença. Ficaram de cabeça baixa, até que...
_Chang Cho-Yen! _ disse Harry, utilizando o tratamento formal chinês, com o sobrenome antes do nome, para demonstrar que a coisa era séria _ Eu não imaginava que você pudesse descer tanto. E você, Sheldrake, que eu pensava ser um dos poucos caras decentes naquele ninho de cobras da Sonserina. Vistam-se, seus pervertidos! _ e, enquanto os dois se vestiam _ Como puderam armar um plano torpe e vil assim? Por sorte eu fui avisado a tempo e, assim, pude tomar providências para desarmar a armação de vocês. Como tiveram coragem de querer o mal de alguém como Gina? Tenho vontade de...
_Calma, Harry. Se eu tive alguma dúvida, ela não durou nem um segundo. Reconheci sua voz sussurrando para mim e senti o Ki diferente do “Harry” que estava se roçando com essa ratazana sem pelos. Mas, ainda que eu não tivesse prestado atenção a esses detalhes, havia um que eles esqueceram. Você se cortou hoje de manhã, ao se barbear e o falso Harry NÃO TINHA NENHUM FERIMENTO NO ROSTO.
Cho olhou para Sheldrake com um olhar que mais parecia um basilisco furioso e disse:
_Incompetente! Um pequeno detalhe e o plano melou. Não dá mesmo para contar com as serpentes da Sonserina. Conseguem ser mais patéticos do que os texugos da Lufa-Lufa! Mas, de qualquer modo, já me sinto gratificada.
_Por que? _ ao mesmo tempo perguntaram Harry e Gina.
_Já me sinto gratificada se, por uma fração de segundo, eu tiver conseguido plantar uma semente de dúvida na cabecinha de batata dessa irlandesa enferrujada.
_Repete, Gripe Asiática! _ rugiu Gina, indignada _ Repete, se for mulher!
Calmamente, Cho repetiu:
_Eu disse: Já me sinto gratificada se, por uma fração de seg... _ e não terminou a frase.
TRABUM!!! _ o punho fechado de Gina, certeiro, atingiu o queixo de Cho, deixando-a inconsciente na hora.
_Ai, essa até eu senti. Vai dar sinal de ocupado por um mês. _ disse Sheldrake.
_Se bobear, você é o próximo. _ rosnou Gina.
_Espero que não tenha fraturado a mandíbula. _ comentou Harry.
_Não se preocupem, eu maneirei na força.
_Mesmo assim, Madame Pomfrey vai ter um trabalhão para consertar. _ disse Harry, novamente.
_Vai passar pelo menos uma semana só tomando sopa. _ murmurou Sheldrake, timidamente.
_E espero que com canudinho. _ finalizou Gina.
_Sheldrake, leve-a daqui e dê um jeito de alterar a memória dela, para apagar este incidente. Se ela se lembrar do soco, é capaz de bolar um plano ainda mais maluco.
_Está bem, Potter. Vou levá-la para a ala hospitalar. Olha, cara, eu não queria, mas ela é muito sedutora. Me pediu para roubar um fio do seu cabelo, da última vez que você foi cortá-lo e tirou um fio de cabelo de Anya, durante uma aula.
_E você caiu como um patinho, eu sei. _ Harry havia usado um pouco de Legilimência para saber da verdade _ Mas agora não é o momento, estamos todos de cabeça quente. Eu mesmo estou me segurando para não amaldiçoar vocês dois. Agora vão.
"Ai! Acho que alguns dentes de Cho Chang afrouxaram"
Quando Sheldrake, carregando Cho, virou em um dos corredores, pensando: “Mas que catso é isso de Ki que eles estavam falando?” Harry comentou com Gina:
_Já que estamos aqui, que tal nós...
_HARRY TIAGO POTTER!!!
_… voltarmos imediatamente para a torre da Grifinória, antes que madame Nor-ra apareça por aqui e resolva nos entregar para o Filch.
_Sem-graça. _ disse Gina, fingindo-se desapontada. _ Estava quase pintando um clima...
Harry sorriu e disse:
_Mais um motivo para sairmos daqui agorinha. _ e, consultando o Mapa do Maroto, localizou Filch e tomaram algumas passagens secretas para evitá-lo. Uma delas os colocou no corredor da...
_Olhe, Harry, alguém está usando a Sala Precisa.
_Sim. E está saindo agora. Ainda bem que estamos invisíveis.
A porta da Sala Precisa abriu-se e, de dentro dela, saiu...
_Malfoy. O que ele estava fazendo lá? _ questionou Gina.
_Rápido. Vamos entrar antes que a porta desapareça. _ disse Harry.
Entraram na sala e, para o espanto de Gina, viram-se em uma confortável sala de uma residência trouxa, onde haviam duas poltronas e...
_Um Home Theater. _ disse Harry _ Um Home Theater de última geração.
_???
_Um conjunto de TV... uau, um monitor de plasma, com tela plana widescreen, caixas de som, DVD, aparelho receptor, enfim, um cinema em casa.
_DVD?
_É. Lembra dos meus CDs? Eles têm música armazenada. Um DVD é um disco semelhante, mas que contém um filme.
_Então Malfoy pediu que a Sala Precisa recriasse um Home Theater trouxa?
_Sim, e de altíssima tecnologia, equipamentos de última geração.
_O que será que ele estava assistindo?
_Vamos ver. Vou ligar o DVD.
_Conhecendo o Malfoy, deve ser um filme impróprio para menores.
_Vire-se de costas. Se for um pornô, eu desligo na hora.
Mas não era. Era um filme clássico, em preto e branco. Assim que surgiu na tela o símbolo da Warner Brothers e a música de abertura começou a tocar, Harry disse:
_ “Casablanca”. Um dos meus preferidos, com Humphrey Bogart e Ingrid Bergmann.
_Como é?
_Um filme clássico, passado nos dias da II Guerra Mundial. Um romance de aventura, no qual um homem, traumatizado pela perda de um amor, perde todo o seu idealismo e torna-se um sujeito amargo e amoral. Quando a mulher que o deixou reaparece, ele se vê frente a uma situação na qual deve decidir-se entre permanecer isolado dos acontecimentos ou tomar partido. Não é apenas um romance. É um filme profundamente filosófico, sobre escolhas e lealdades.
_E por que o Malfoy estaria assistindo a um filme desses? Não faz o estilo do Draco Malfoy que conhecemos.
_Não sei, Gina. O fato é que ele tem andado muito estranho, desde o começo do ano. Bom, vamos embora.
Sem saber que Harry e Gina haviam descoberto alguns de seus segredos, Draco Malfoy encaminhava-se na direção das masmorras, rumo à Sala Comunal da Sonserina. Ao chegar ao Saguão de Entrada, que estava vazio àquela hora, viu Crabbe e Goyle encurralando Neville Longbottom ao pé da escada. Querendo evitar que os dois trogloditas se complicassem por agredirem um colega, Malfoy correu na direção deles, para detê-los. Foi o seu erro.
Dirigindo-se para a Sala Comunal da Grifinória, Neville deu de cara com Crabbe e Goyle. Da pouca capacidade de raciocínio de suas mentes, os dois acharam que seria uma boa idéia zoar com o grifinório, que havia sido o pele deles nos anos anteriores. Mas, quando se aproximaram e Goyle levantou o punho para acertá-lo, ele bloqueou o soco com o antebraço esquerdo e contra-atacou com um Seiken-jodan, que atingiu Goyle no rosto. Vendo aquilo, Crabbe tentou chutá-lo, mas Neville saltou, pousando em pé sobre o corrimão da escada e, de lá para baixo, girando em um Ushiro-kakato, cujo alvo, certeiramente atingido, foram as costelas de Crabbe, que caiu no chão, sem ar. Mesmo não acreditando naquela reação por parte de Neville, voltaram à carga para um segundo ataque e foi nesse momento que Malfoy chegou, ofegante.
Pensando que Draco tivesse vindo para ajudá-los, a dupla de trasgos recuperou o ânimo mas não foi o suficiente. Com dois Mawashi-geri e duas pressões em um nervo do pescoço, Crabbe e Goyle estavam esparramados aos pés de Neville, desacordados. Assim que Draco recuperou o fôlego, tentou se explicar para ele.
_Longbottom...
Não teve tempo. Pensando que o loiro tivesse vindo para ajudar os colegas de sua Casa, Neville instintivamente girou o corpo e atingiu Malfoy com um Empi na altura do diafragma, que tirou novamente o ar do sonserino, logo seguido de um Uraken no rosto, que fez o sangue esguichar do nariz dele e o deixou inconsciente. Para não expor o seu treinamento, Neville tratou de executar um Feitiço de Memória e, dizendo: “Obliviate!”, apagou as lembranças do trio sobre o confronto que acabara de ocorrer. O último pensamento de Draco Malfoy, antes de mergulhar no esquecimento e na inconsciência, foi: “Onde esse cara aprendeu artes marciais?”
Vendo o trio inconsciente aos seus pés, Neville pensou: “Como vou fazer para levá-los à ala hospitalar sem despertar suspeitas?” Foi então que, da direção das masmorras, surgiu o Prof. Snape. Em lugar de ficar assustado, ele concluiu que era o melhor que poderia ter acontecido.
_Prof. Snape, me ajude, por favor! _ Exclamou Neville, fazendo-se de aflito _ Malfoy, Crabbe e Goyle caíram da escadaria!
_Como é, Longbottom?
_Acho que vinham atrás de mim, mas se embolaram no alto da escadaria e rolaram de cima a baixo. Ficaram bem contundidos.
_Vamos vê-los. _ disse o professor.
Chegando onde eles estavam, o Prof. Snape disse:
_Tem razão, Longbottom. Me ajude a levá-los para Madame Pomfrey. _ e, conjurando três padiolas levitantes, Snape colocou os alunos inconscientes nelas. Ajudado por Neville, levou-os à ala hospitalar, onde ficaram fazendo companhia a Cho Chang, que também se encontrava lá, ainda desacordada e, com certeza, bastante dolorida do soco que recebera de Gina Weasley só que, igual aos três recém-chegados, jamais se lembraria do que ocorrera. Pior mesmo para Draco Malfoy, que acabou apanhando de graça.
Finalmente chegara o dia 31 de outubro, Dia das Bruxas e, com ele, a primeira visita do ano a Hogsmeade. Os alunos já estavam com saudades dos passeios pelo povoado, com as idas à Zonko’s, Dervixes e Bangues e, principalmente, à Dedosdemel e ao Três Vassouras. E era lá que encontravam-se os Inseparáveis, sentados a uma mesa, com suas bebidas à sua frente e Madame Rosmerta brincando com eles:
_Ai, ai, Rony. Então eu perdi a minha chance e Hermione, a sortuda, levou o grande prêmio. _ todos deram risadas, Rony com o rosto escarlate. As cervejas amanteigadas estavam excelentes, como sempre. Gina percebeu que Harry não estava cem por cento contente e perguntou:
_Harry, o que houve? Você está parecendo que quer bater a porta na cara do mundo e se trancar do lado de fora.
_Desculpe, Gina. Eu não consigo me descontrair totalmente, não sei por que. Isso tem acontecido todos os anos por essa época. _ e tomou um gole de sua cerveja amanteigada. Naquele momento, a porta do Três Vassouras se abriu e por ela entrou...
_Prof. Snape! _ exclamou Madame Rosmerta _ Há tempos que não o vejo por aqui. A que devemos a honra?
_À excelente qualidade de suas bebidas e ao nível dos freqüentadores, entre os quais hoje me incluo. _ respondeu Snape, anormalmente gentil (estaria deixando de tomar a poção Cor vetato?) mas com uma expressão melancólica no olhar _ Há uma sala reservada livre?
_Sim, professor.
_Ótimo. Vou para ela. E foi em direção ao corredor das salas reservadas.
Naquele exato momento, Harry sentiu cair novamente a ficha. Era o Dia das Bruxas. A data na qual Voldemort havia assassinado seus pais. Por isso sentia-se triste todos os anos, naquela época. Durante anos reprimira inconscientemente a parte mais traumática das lembranças mas a tristeza permanecia, sem que se desse conta de associá-la aos fatos porém, agora, ao ver a expressão nos olhos de Snape...
_Me dão licença por um instante? Preciso ir ao banheiro. _ Harry saiu e tomou a direção dos banheiros, que ficavam próximos às salas reservadas. Bateu à porta da sala na qual sentira o Ki de Snape e, ao ouvir a resposta “Entre”, entrou.
_Potter! O que faz aqui?
_Acredito que o mesmo que o senhor, professor. Hoje é o Dia das Bruxas. O dia em que Voldemort...
_Por favor, não fale o nome dele.
_...Ele matou meus pais. Acredito que o senhor também está aqui para reverenciar a memória de minha mãe.
_E a do seu pai. Embora nos odiássemos, um reconhecia as qualidades do outro. Você pode até não acreditar, mas tenho uma foto de nós três juntos. Tiago só concordou depois de Lílian insistir muito. _ e mostrou uma foto-bruxa, na qual aparecia seu pai, com uma expressão contrariada, olhando feio na direção de Snape. Lílian entre os dois e, do outro lado, Snape que, extraordinariamente estava sorrindo. Era a primeira vez que Harry via o professor sorrir.
Harry então preparou-se para sair, dizendo:
_Vou deixá-lo em tranqüilidade com suas lembranças, professor. Mas saiba que eu, de certa forma o invejo.
_Por que, Potter?
_Porque, mesmo com todas as desavenças, o senhor conviveu com eles muito mais tempo do que eu. Só não se deixe consumir pela tristeza. Tenho certeza de que eles não gostariam. Bom dia, professor.
_Bom dia...Harry.
Ele saiu, notando que o professor o havia chamado, pela primeira vez na vida, por seu primeiro nome. Ao passar por uma outra sala reservada, pensou ter sentido um Ki conhecido mas, apressado, não deu importância e foi juntar-se aos amigos que o aguardavam, preocupados:
_Cara, que demora. _ disse Rony.
_Já estávamos pensando que tivesse se afogado. _ caçoou Neville.
_Íamos até chamar os Aurores, pensando que os Death Eaters tivessem te seqüestrado. _ atalhou Luna.
Gina sugeriu:
_Vamos dar uma volta, Harry?
_Vamos. _ e saíram para a rua, indo sentar-se em um dos bancos da praça.
_Sobre aquela noite, na Torre de Astronomia, Harry...
_Eu estava brincando, Gina.
_Eu sei, mas... parte de mim queria que fosse sério.
_Parte de mim também queria, Gina, mas para tudo há a hora e o lugar. Nossa vez chegará, mas não agora. Ainda não é o momento.
_Tem razão. Ainda bem que, como disse Luna, temos a cabeça no lugar. Está esfriando um pouco. Que tal um chá, lá na Madame Pudifoot?
_O chá dela é excelente, mas as minhas últimas lembranças daquele lugar não são das melhores...
_É porque a companhia não prestava. Vamos, Harry.
E foram para a casa de chá da Madame Pudifoot. Harry ainda pensava no Ki que havia sentido lá no Três Vassouras, mas que não prestara atenção por tempo suficiente para identificá-lo. Resolveu não pensar nisso naquele momento. Tinha pela frente um dia todo com a garota que amava e, pelo menos durante o seu transcurso, queria deixar de lado todas as preocupações. Até mesmo Lord Voldemort.
Se tivesse identificado o Ki sentido naquela hora, teria descoberto a quem ele pertencia. E pertencia a Draco Malfoy.
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