Prólogo
Fazia uma tarde quente de verão em Surrey. Na Rua dos Alfeneiros nº 4 um garoto estava em seu quarto deitado olhando para o teto. Tinha cabelos negros e muito bagunçados, era um tanto magro para sua idade, mas o que mais chamava atenção em sua aparência, além dos cabelos, eram seus olhos extremamente verdes. Sem falar na cicatriz em forma de raio na testa. Aquele era Harry Potter, o bruxo mais famoso de seu mundo. Sim, um bruxo. Era famoso por ter derrotado o maior bruxo das trevas de todos os tempos com apenas um ano, Lord Voldemort. Mas, um pouco antes de tentar matar e ser derrotado por Harry Potter, Voldemort assassinou seus pais, Lílian e Tiago Potter, fazendo Harry viver com seus tios que odiavam magia. Harry foi maltratado durante 10 anos, até descobrir sua história e que era um bruxo.
Quando ele estava com 14 anos, em seu quarto ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Voldemort conseguira voltar ao seu corpo. Mas não era nisso em que Harry pensava. Ele pensava em seu padrinho, que morrera algumas semanas atrás porque ele havia caído em uma armadilha de Voldemort para ir ao Ministério da Magia. Sirius Black era a pessoa mais próxima de um parente de verdade que Harry tinha, e agora estava morto. "No fim", pensou ele, virando-se para o lado, "todos os que eu amo morrem."
- Então temos que mudar isso! - Ele deu um pulo na cama ao ouvir uma voz de garota. Arregalou os olhos para a menina que estava sentada nos pés de sua cama, batendo palmas alegre. Ela era linda, por falta de palavra melhor. Tinha cabelos castanhos que caíam em cachos até a cintura, olhos azuis como o mar e seu sorriso parecia iluminar qualquer lugar.
- Quem é você e como entrou aqui?! - Estava tão aturdido que nem reparou que a garota, que não devia ter mais do que doze anos, parecia ter lido sua mente.
- Eu entrei pela janela, estava tão perdido em pensamentos sombrios que nem reparou. - Ela deu de ombros. - Aliás, custa você ter pensamentos alegres? - E revirou os olhos para o pessimismo do rapaz.
- Não falou quem é. - Ele estreitou os olhos.
- Eu sou... - Ela respirou fundo como se fosse falar algo muito sério. - Não importa agora quem eu sou. - E caiu na gargalhada. Harry teve uma vontade insana de estrangular a menina com ar inocente, embora algo lhe dizia que de inocente ela não tinha nada. - Vim lhe fazer uma pergunta.
- Então faça e suma daqui. - Ele bufou, irritado. Devia achar estranho ter seu quarto invadido por alguém estranho, ainda mais se tratando de Harry Potter, que muitos queriam morto. Mas algo lhe passava confiança na menina, mesmo ela o irritando. Potter sempre confiou em seus instintos.
- Se você tivesse uma chance de salvar seus pais e Sirius... - Ele congelou no ato de afofar o travesseiro e a encarou, sério. - Você salvaria?
- Claro que sim! - Ele não hesitou em responder e não entendeu a alegria que ela demonstrou.
- Então espere um segundo... - Ela se ergueu. - Ou talvez um pouco mais que um segundo.
E... sumiu. Harry piscou. Ela não aparatou, era como se ela se desintegrasse. Confuso, bagunçou seus cabelos já bagunçados. Caminhou pelo quarto, mas ela não voltou. Depois de horas, bufou e jogou-se novamente na cama. Devia ter alucinado, era isso, Voldemort finalmente o deixou louco.
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Alvo Dumbledore encontrava-se em sua sala, escrevendo em alguns pergaminhos, quando um clarão azulado chamou sua atenção. Ergueu os olhos, pronto para pegar sua varinha, mas então viu o que era e ficou admirado.
- Professor Dumbledore! - A pequena menina começou, tentando parecer séria, mas falhando miseravelmente. - É uma honra estar em sua estimada presença nessa ocasião. - Fez uma reverência muito exagerada e Dumbledore sorriu mais.
- Eu diria que a honra é minha em estar na presença de uma...
- Shhhh! - Ela olhou para os lados, como se alguém pudesse saltar da sala dele. - Não diga o que ou quem sou.
- Tudo bem. - Ele estranhou, geralmente aquelas criaturas eram um tanto exibicionistas. - Posso ao menos saber seu nome?
- Allana. - Ela sorriu, feliz.
- Então, Srta. Allana, fico me perguntando o que a senhorita quer comigo.
- Ah sim! - Ela arregalou os olhos. - Quase esqueci, estou aqui em uma missão importante e... - Então ela se calou. - Em que ano estamos?
- 1960. - Ele respondeu, não demonstrando estranhar a pergunta.
- Ih, errei as coordenadas! - Ela gritou, apavorada. - Eu preciso falar com o senhor em 1977, então aguenta aí que já volto!
E sumiu. Dumbledore ergueu uma sobrancelha, perguntando-se se ela deu-se conta que o "já volto" dela duraria dezessete anos para ele.
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Em julho de 1977, houve outro clarão na sala de Alvo Dumbledore. Ele, que planejava novas defesas para a escola contra Lord Voldemort, ergueu os olhos de suas anotações.
- Isso foi rápido. - Allana sorriu para o professor. - Então, 1977?
- 1977. - Ele assentiu e, mesmo preocupado com o avanço da guerra, não conseguiu resistir a sorrir para a menina.
- Isso! - Ela gritou, dando pulinhos.
- Agora que me deixou na curiosidade por dezessete anos, poderia me dizer por que está aqui?
Allana sorriu.
- Simples, quero alterar o futuro. - Ela falou aquilo com uma seriedade que surpreendeu o diretor. - Tem pessoas que perdem muito ao longo da vida, mas um garoto... - Ela suspirou. - Esse garoto perdeu demais, professor. Ele merece uma chance. Não só ele. - Acrescentou, agora andando de um lado para o outro na sala de Dumbledore. - Pessoas que fizeram escolhas erradas, que confiaram em pessoas erradas... Isso precisa mudar.
- Mexer com o tempo pode ser catastrófico, senhorita. - Ele falou, mas algo lhe dizia que ela já tinha conhecimento disso.
- Eu viajo no tempo, professor, eu vejo várias realidades de uma única coisa. Claro, o garoto pode, por exemplo, não nascer e isso seria horrível já que é o único que pode deter o cara de cobra, mas...
- Perdão? - Ele arregalou os olhos e Allana sorriu, culpada.
- Spoiler! - Ela exclamou. - Desculpa, não posso falar e, se resolver me ajudar, o senhor saberá de tudo.
- E o que pretende fazer?
Ela fez um movimento com a mão e sete livros apareceram na mesa do diretor, mas todos estavam em branco.
- Esses livros contam a história desse garoto e das pessoas que quero que leiam os livros, sob o ponto de vista dele. O senhor reuniria essas pessoas e simplesmente leriam os livros. Eles contem uma magia feita por mim, muito bem, obrigada, logo não conseguiriam desfazer. Os livros irão realmente aparecer conforme forem terminando o anterior.
- E que pessoas seriam essas, senhorita? - Ele a encarou por cima dos óculos meia lua.
- Tiago Potter, Lílian Evans, Sirius Black, Remo Lupin, Frank Longbottome sua namorada, Alice, Severo Snape e... Acho que são esses. - Ela ficou pensativa, contando o nome nos dedos. - Ah, o senhor e a professora Minerva também, se quiserem. - Ela finalizou.
- É uma turma um tanto... estranha. - Ele comentou, sabendo do ódio entre os conhecidos marotos com Severo Snape.
- Sim, mas isso vai ser entendido ao longo da leitura. - Ela garantiu. - E eu trarei um pessoal do futuro. O próprio garoto dos livros e seus amigos. Mas, até agora, eu não tive sua permissão.
- Minha permissão? - Ele ficou admirado. - Quando alguém de sua espécie decide fazer algo, não precisam de permissão.
- Eu sei. - Ela mordeu o lábio inferior. - Mas não gosto de como eles agem. E o senhor comanda a escola, então... - Ela deu de ombros e o respeito de Dumbledore aumentou.
- Pode trazer seus viajantes do tempo, enviarei uma carta aos do meu tempo. - Ele suspirou. - Creio que seja melhor lerem esse livro aqui na minha sala, nos tempos de hoje, é o local mais seguro.
Ela acenou animada e, sem dizer mais nada, sumiu, desaparecendo aos poucos. Dumbledore logo tratou de chamar Minerva para ajudá-lo com as providências.
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Harry encarava o lago que ficava em Hogwarts. Atrás dele a escola estava em destroços. Tantos mortos...
Poucos momentos atrás, ele e Lord Voldemort travaram a batalha final, onde o Lord das Trevas perdeu. Mas, pensava Harry, o que ele ganhou? Tudo bem, o mundo mágico estava livre dele agora, ele devia sentir-se feliz, certo? Errado. Ele ganhou o que? Uma pilha de corpos? Suspirou e virou-se, vendo Ronald e Hermione vindo ao seu encontro. Então se permitiu sorrir, eles sempre ficaram ao seu lado. Foi quando uma luz azulada cegou a todos e Harry ficou sem fala ao ver uma garotinha.
- Quem é você?! - Rony, por incrível que pareça, foi o mais rápido e sacou a varinha.
- Ei, ruivão, que isso. - Ela bufou. - Guarda isso, pra que tanto estresse?
- Considerando que estávamos em guerra até horas atrás e você aparece do nada... - Harry deu de ombros, afinal não imaginara aquela criatura dois anos atrás.
- Que? Guerra? Horas atrás? - Então ela virou e viu a fumaça que ainda saía das chamas do castelo que tentavam apagar, viu as ruínas. - Ai caramba, errei as coordenadas de novo! Enfim, não vou voltar para seu quarto não, é cansativo demais. Lembra da pergunta que lhe fiz?
Ele assentiu e viu que seus amigos não entenderam nada, então fez um breve resumo e Hermione parecia chocada.
- Você confiou numa estranha! - Ela gritou, mas Allana revirou os olhos, estava sem paciência. Fez um gesto com as mãos e os quatro desapareceram, deixando uma Hogwarts destruída para trás.
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