Literalmente Sangue Ruim
RONY
Quando a Torre toda da Grifinória ficou sabendo sobre a vampirização de Hermione e tantos outros, iniciou-se um completo inferno nos corredores. Eram pais de alunos correndo e chorando, pessoas cochichando, grupinhos apavorados á lá "abertura de Câmara Secreta" e colegas nossos custando á acreditar. Ninguém parecia ter percebido o como eu estava abalado, á não ser Harry e Gina.
A atividade favorita de Gina sempre fora utilizar qualquer brecha ou oportunidade para me encher o saco. Mas, pela primeira vez, ela parecia quase penalizada comigo. Estava sendo bizarramente gentil em tudo que fazia.
– Não fica assim, Rony. Se a Hermione descobrir que você não anda nem comendo, aí sim ela não vai se curar logo - murmurou ela quando fomos almoçar, enquanto me oferecia um prato de bolo de carne.
– Não estou com fome.
Parvati Patil arregalou os olhos para mim, como se eu tivesse dito que era gay.
– Ele está sem fome? - Dino Thomas se boquiabriu - então é sério mesmo...
Olhei com raiva para ele.
– Dino, dá um tempo, vai - Gina fez cara feia para Dino - se fosse a Padma, você também ficaria preocupado, não ficaria?
Dino ficou absurdamente quieto, olhando para o prato. Quando falou, a voz dele se quebrou nos lugares mais improváveis.
– Gina... eu terminei com a Padma... semana passada... e reatei com a Cho.
GIna tampou a boca, parecendo arrependida.
– Ai, Dino... desculpa, eu não sabia.
Dino olhou para mim.
– Sei mais ou menos pelo que você esta passando - murmurou ele para mim.
– Cara, desculpa mesmo - disse para Dino, acotovelando Gina de leve.
Ele deu de ombros.
Não, tudo bem... a gente tem que rir para não chorar, não é? - Dino sorriu amarelo.
– E como a Cho está?
– Não sei... ela só faz gemer e sibilar. Nem olha para mim - ele suspirou - eu ouvi dizer que a Hermione está agindo um pouco menos bestialmente do que a Cho..?
– É - eu disse, um pouco mais animado - até onde dá pra ver, ela ainda é ela mesma... só que mais assustadora e cabeça-dura do que nunca - balancei a cabeça, me lembrando da cena de Hermione com as algemas.
Dino riu.
– É verdade que ela atacou Booth?
– Foi - GIna parecia incansável em contar - ele tentou atacar meu mano, e a bonitona lá já caiu matando no rapaz... quase que não sobra a mão para contar a história...
Parvati parecia dependurada em cada palavra de Gina. Aproveitei a deixa para sair de fininho e deixa-los conversando. Por mais que eu amasse minha irmã, ouvir pela ducentésima vez o ataque de Hermione já estava sendo estafante. Mais duas vezes, e ia virar lenda.
Encontrei Harry andando no corredor norte, perto da enfermaria.
– Então - ele perguntou - já resolveu o que vocês vão fazer durante essa semana?
– Já...
Sim, eu tinha pensado. Mas eu sabia que Hermione ia fazer um barraco quando ouvisse minha ideia mais "humanitária" para saciar sua sede de sangue. Tinha pensado que, talvez, ela não quisesse doações por estar se achando uma completa sanguessuga e também por que não ia querer o sangue de pessoas que nem conhecia.
Resolvi conciliar uma única solução para estes dois problemas. Porém, Hermione colaborar e não arrancar minha cabeça fora como fez com as unhas de Douglas, assim como faze-la parar de se achar um filhote de cruz-credo, era realmente o xis da questão.
Bom, estava resolvido. Ela ia se alimentar, por bem ou por mal. Se Hermione não ia até o sangue, o sangue é que iria até ela.
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