Coming Out



Era domingo. Hora do almoço. Todos estavam felizes, falando como se não houvesse amanhã, menos Albus. Ele não se sentia nenhum um pouco feliz no momento. Ele só queria um pouco de silêncio, tudo o que Al queria, na verdade, era silenciar os próprios pensamentos, que pareciam gritar coisas para ele, coisas que ele não queria ouvir.


 Ele respirou fundo, apertando o garfo em sua mão. Parecia que as vozes ao seu redor aumentavam cada vez mais.


— O jogo de amanhã está no papo! – Melanie dizia, conversando com Jonas na mesa da Sonserina.


— Sem dúvidas! – O colega de quarto de Al, Henry, concordava, entrando na conversa.


Al colocou mais comida no prato, apenas para não despertar suspeitas. Rose olhou para ele de onde estava sentada, na mesa da Corvinal, mas Al evitou o seu olhar, ele sabia que ela devia estar desconfiada de algo depois de ter visto ele e Lorcan discutindo mais cedo nos jardins. Al não poderia suportar os questionamentos da prima agora, ele conhecia Rose e sabia que ela não desistiria fácil de saber o motivo da briga, mas Al inventaria algo depois, só não podia suportar o olhar dela naquele momento, porque Rose, como sempre, parecia enxergar dentro dele, além dos ossos e dos músculos, mas a sua mente, e, o que ele temia, o seu coração.


  E se Rose visse o seu coração, Al estaria definitivamente perdido.


 Albus foi despertado de seus devaneios pela voz de Violet, prima de Scorpius, que o chamava, ele piscou e olhou para ela:


— Desculpe, o que foi? – Ele perguntou, relapso, Violet olhava para ele, sorrindo.


— Estava te perguntando o que você acha da Camille, minha amiga do quinto ano. Ela é caidinha por você, se quiser, a chame para o próximo passeio para Hogsmeade, ela com certeza aceitaria! – Violet estava conversando com Al como faria com qualquer um de seus colegas de casa, mas o problema era que Al não era, e nem nunca seria, como os outros. Como todo mundo. E ele estava dolorosamente ciente disso. De alguma maneira, aquela pergunta foi a gota d’água para ele. As palavras de Violet funcionaram como um gatilho para as memórias do que havia acontecido mais cedo entre Albus e Lorcan.


— Chega, Al! Eu não aguento mais isso. Se você tem vergonha de quem você é, eu não tenho. – A voz de Lorcan soava clara como cristal nos ouvidos de Al. – Eu passei tempo demais em um armário para que você me jogue lá dentro de novo. Eu cansei de você brincando comigo. Já faz seis meses. Seis meses e você nem sequer teve a coragem de contar aos seus pais ou a qualquer pessoa que nós estamos juntos. Eles nem mesmo sabem que você gosta de garotos. Eu não aguento mais. – A voz de Lorcan falhou na última frase, o cabelo loiro estava bagunçado e os olhos azuis estavam da cor do céu em um dia de tempestade. A gravata da Corvinal estava frouxa no pescoço.


— Mas eu amo você. – Isso foi tudo o que Al conseguiu dizer e ele se amaldiçoou por isso. A risada que Lorcan soltou foi sínica e não combinava nem um pouco com ele.


— Não o suficiente. – Foi tudo o que Lorcan disse, antes se virar e sair de perto de Al, quase atropelando Rose no caminho, que encarou Al confusamente.


 Arremessado de volta ao almoço, Al percebeu que Violet ainda o encarava, como se esperasse uma resposta.


 Sem conseguir aguentar o peso do olhar de Violet e de suas próprias mentiras, Al se levantou da mesa e correu para fora do Grande Salão, como se aquele local o sufocasse.


 Albus estava sem rumo, tanto que esbarrou em Scorpius no meio do corredor.


— Al! Eu não estive fora tanto tempo assim! – Scorp exclamou, surpreso, ele havia chegado mais tarde pro almoço porque teve que passar na ala hospitalar, por insistência de Rose, depois de um incidente causado por uma das pegadinhas de James. Scorpius definitivamente estava no lugar errado na hora errada. – Al, o que houve? – Ele perguntou, vendo que Albus não havia sorrido com a sua brincadeira.


— Eu só... Eu precisava de ar. – Albus falou. Ele ergueu os olhos verdes, que se encontraram com os olhos acinzentados de Scorpius e o loiro soube que Al não estava falando a verdade.


— Vamos conversar nos dormitórios? Algo me diz que você está precisando mais de uma conversa do que de ar. – Scorp falou.


— Mas você ainda tem que almoçar. – Al protestou.


— Está tudo bem, Severus.– Scorp e Al tinham a mania de usar o nome do meio um do outro para se zoarem. Scorpius sorria, mas Al não estava no clima para brincadeiras. – Eu passo na cozinha depois e como alguma coisa.


 Vencido, Al assentiu e ele e Scorp seguiram em silêncio até as masmorras. Scorpius abriu a porta, indicando a cama para que Al se sentasse, ele puxou a cadeira da escrivaninha e encarou o amigo.


— Então, por que saiu correndo do almoço? Achei que você estava morto de fome como sempre. – Scorpius perguntou. A última vez que Scorpius falou com Al, a briga com Lorcan ainda não tinha acontecido e ele pensava que seria outro dia normal.


— Eu estava, mas... Foi demais para mim, sei lá. Eu não estou em um bom dia e eu precisava de um pouco de silêncio, espaço, sabe? – Al respondeu, ele não queria contar a Scorpius o real motivo de sua fuga. Ele temia o que aconteceria se o fizesse. Scorp ainda consideraria Al o seu melhor amigo? Ainda o trataria da mesma maneira? E o chamaria de Severus só para irritá-lo? Eram perguntas demais e respostas de menos.


— Entendo. – Scorp analisou Al, que estava sentado na cama, olhando para o chão. – Isso tem alguma coisa a ver com a discussão que você e Lorcan tiveram? – Scorpius perguntou, casualmente, fazendo com que Albus erguesse o olhar, surpreso.


— Como você... Rose. É claro. Ela te disse. – Rose era a namorada de Scorpius, Al deveria saber que ela diria a ele. – Bem, não foi nada importante... – Albus começou, pronto para mentir.


— Sim. Claro. Foi por isso que você mudou de humor do nada e fugiu do almoço. Porque não é importante. – Al sabia que Scorp estava sendo sarcástico, não precisava vê-lo para saber disso. – Albus, pare de tentar mentir para mim. Por favor. Eu sei, está bem? – E Albus estava dolorosamente consciente do que Scorpius sabia, seria agora que Scorp diria que tinha nojo dele? Que não o queria por perto e todos as barbaridades que Al podia imaginar? – A Rose sabe, assim como eu, qualquer um que realmente te conheça...


— Não. – Albus negou, assustado. – Eles não sabem, não podem saber que...


— Você é gay? – Scorp completou. Ali estava. Scorpius havia dito, com todas as letras, o que Al temia que ele dissesse. – Por Merlin, Albus, seja honesto comigo, e, principalmente, com você mesmo. – Scorpius pediu, soando exausto repentinamente. – Olhe para mim. Al, olhe para mim e escute bem o que eu vou dizer. – Al ergueu os olhos, temeroso pelo que viria. Verde encarando cinza. – Eu sei que você e o Lorcan têm alguma coisa e eu só queria que você confiasse em mim e me dissesse. Eu só queria que você me contasse as coisas. Caramba, Albus, não faz a menor diferença para mim, seu grandíssimo idiota. – Scorpius encerrou, cruzando os braços.


— Como assim... Eu achei que... – Albus não conseguiu formular uma única frase, encarando Scorpius chocado, Al e Scorpius estavam de pé agora.


— Que tinha me enganado. Bem, você não enganou. – Scorpius riu. – Olha, Albus, eu sinceramente quero socar você por sequer ter pensado que eu te trataria diferente por isso. Mas Merlin sabe que você sempre foi meio obtuso, então eu estou te desculpando. – Al não conseguia respirar direito, tamanho o alívio que o tomou. – Bem, essa é, provavelmente, a coisa mais gay que eu já disse em toda a minha vida, com o perdão da ironia, mas você é o meu melhor amigo e eu te amo pra caralho. Eu nunca me importei com esse detalhe. Mesmo que seja um detalhe bem importante. – Scorpius disse isso daquele jeito que era só dele, com os palavrões, o sarcasmo e o tom humorado que Al sabia que era a maneira dele de demonstrar o que ele sentia.


 Sem perceber o que estava fazendo, Al começou a rir, sendo acompanhado por Scorpius. Quando Albus se recuperou, avançou para frente e abraçou o seu melhor amigo.


— Eu entendo que o meu discurso foi inspirador e tudo o mais, no entanto, não quer me dizer o que está acontecendo agora? – Então, Al contou a Scorp o que tinha acontecido, ele contou tudo sobre Lorcan, sobre a discussão, que aconteceu depois que Al cancelou o encontro que tinha com Lorcan porque era arriscado demais que alguém os visse, e Scorpius ouviu com atenção.


— Entendo. Basicamente, você foi medroso pra caramba. – Al o encarou, revoltado, e ele deu de ombros. – Eu sou seu melhor amigo, minha função é te dizer a verdade quando você está fazendo merda. Sabe de uma coisa, Al? A verdade é que você descobriu algo muito importante sobre você mesmo e não soube lidar, mas fingir que o que você sente não existe, não vai fazer esse sentimento sumir. Pare de arrumar desculpas, como o medo da reação da sua família ou dos seus amigos, e faça o que você quer fazer. Pare de fazer drama, senão eu é que vou ter uma crise existencial! – Scorpius jogou as mãos pro alto, mesmo assim, soou mais sério do que Al jamais o ouviu ser. Al sabia que, por trás da fachada tranquila e descontraída, Scorp era uma das pessoas mais inteligentes que ele conhecia. – Eu sei do que eu estou falando, também me senti assim quando descobri que estava apaixonado pela Rose. E você me fez ver que eu estava exagerando. – Scorpius finalizou. Al tinha que admitir que o amigo tinha razão.


— Então, basicamente, você acha que eu estou fazendo tempestade em copo d’água? – Rose os fazia conhecer as expressões trouxas tão bem quanto os próprios trouxas e Al e Scorp gostavam de usá-las para causar confusão nos bruxos ao redor.


— Oh, não. Para mim, você está fazendo dilúvio em tampinha de xarope, Albus Potter. – Scorpius respondeu, sorrindo. Al sempre ficava admirado com a facilidade que Scorp tinha de descontrair qualquer situação. – Vá atrás do Lorcan, converse com ele. Então, quando as férias de Natal chegarem, fale com a sua família. Jay, Lily e a maioria dos seus primos já estão aqui. Diga a verdade de uma vez e você vai se sentir muito melhor.


— Eu entendo o que você disse, Scorp, e eu concordo. Mas... Droga. Eu sou um sonserino, eu não sei se consigo, não sei se sou corajoso o suficiente. Merlin sabe que ser corajoso não é a minha especialidade. – Albus murmurou.


— Muito menos a minha. – Scorpius concordou. – Mas nós somos ambiciosos e lutamos por aquilo que queremos. Então, decida o que você quer e vá atrás disso. Mas agora chega. Não aguento mais bancar o seu psicólogo. Rose é a inteligente e a que dá conselhos, não eu. – O loiro brincou.


— Sim. Isso é verdade, mas até que você dá pro gasto, Hyperion. – Al ironizou, sorrindo enquanto Scorpius lhe jogava uma almofada. Depois disso, Al se sentou na cama novamente, em silêncio por alguns segundos e começou a pensar no que ele queria.


 A resposta veio clara e rapidamente. Era Lorcan. Ele era tudo o que Al queria, tudo o que ele sempre quis. Os cabelos loiros sempre bagunçados, a gravata sempre frouxa demais, um livro na mão em toda e qualquer ocasião, os olhos azuis que pareciam brilhar quando Al os encarava e o sorriso que parecia escapar dos lábios quando eles se olhavam.


— Então, já decidiu? – Scorpius perguntou, deitado em sua cama.


— Sim. – Al disse, simplesmente. Porque, no final, era tudo muito simples. – Já decidi.– Al respondeu, se levantando enquanto Scorpius sorria. Albus não precisou dizer qual havia sido a sua escolha, de alguma maneira, ele sentia que Scorpius sabia qual era tão bem quanto ele.


— Boa sorte, então. – Ele desejou, enquanto Al ia até a porta.


— Scorp. – Al chamou quando já estava do lado de fora, segurando a porta. – Obrigado. Por tudo.


— Não é mais do que a minha obrigação compartilhar minha sabedoria com os meros mortais. – Scorpius respondeu, piscando, e Al fechou a porta, se sentindo muito mais leve depois de conversar com o amigo.


Ele desceu as escadas rapidamente, pulando dois degraus por vez e saiu do Salão Comunal quase correndo.


— Por Merlin, Al, vai tirar o papai da forca com essa pressa toda? – James gritou, quando o irmão quase o atropelou quando chegou à biblioteca, onde Al sabia que Lorcan ficava quando estava chateado.


— O que raios você está fazendo na biblioteca? Eu não sabia que você conhecia o caminho. – Albus alfinetou.


— Muito engraçado. Eu estou aqui porque a Rose me arrastou. – Ele disse, apontando para a ruiva que estava sentada numa das mesas, acompanhada de Lily. A biblioteca parecia relativamente cheia para um domingo, com cerca de quinze estudantes por ali. – Você sabe, por causa dos N.I.E.M.’s desse ano, ela está muito preocupada com o meu desempenho e tudo o mais. – Jay disse, revirando os olhos. Com a proximidade dos exames, a biblioteca estava cheia ultimamente. Al só faria os exames no próximo ano, porque estava no sexto ano, mas a prova o assustava um pouco, ainda mais com Rose discursando sobre a sua importância. – Além disso, temos outro problema, Alb. – Antes que Albus reclamasse sobre o apelido que Jay usara, ele continuou falando: – Sabe o idiota do Harris? Do quinto ano da Grifinória? Ele e o seu grupinho são a maior vergonha da minha casa desde Peter Pettigrew. – James perguntou, apontando o garoto de cabelos castanhos que estava em pé em um canto da biblioteca com alguns garotos o acompanhando.


— Sim, aquele que só anda em bando. – Albus respondeu, impaciente, buscando Lorcan pelo lugar, sem nenhum sucesso. Al encarou o irmão novamente, que fuzilava o tal Harris. Al achava que o nome do menino era alguma coisa parecida com Callum ou Cameron.


— Isso mesmo. Aparentemente, o nosso querido Connor – Então era esse o nome dele, afinal. – parece achar que ser corajoso é a mesma coisa que ser um babaca que humilha todo mundo.


— Bem, tenho certeza que McGonagall dará um jeito nele. – Albus respondeu, começando a se irritar por não conseguir achar Lorcan.


— Eu sei disso. Mas agora é pessoal. Fred me disse que esse babaca está interessado na Lily, a nossa irmãzinha. Sinceramente, Albus, eu me recuso a permitir que essa criatura se aproxime da nossa irmã. – Ao ouvir o nome de Lily, Albus passou a prestar atenção no que o irmão dizia.


— Você sabe que eu sou contra me meter na vida da Lily, mas, dessa vez, você está certo. Dessa única vez, James Sirius. Lily está crescendo e, se precisar da nossa ajuda, ela vai pedir. – James revirou os olhos, mas Albus sabia que o irmão concordava com ele.


 Quando Jay se afastou, Albus finalmente conseguiu avistar Lorcan saindo de um dos corredores que as prateleiras formavam. No entanto, antes que Al pudesse chamá-lo, Connor saiu do canto onde estava, sendo seguido pelos três garotos que sempre o acompanhavam e disse, olhando para Lorcan:


— Ora, ora, não é o veadinho da Corvinal? Mas também, o que se pode esperar do filho de uma lunática e de um idiota? – Al sentiu o sangue queimar dentro de si enquanto ouvia o que Connor dizia. – Não deviam deixar gente que nem você ficar perto de pessoas normais, sabia? Você vai acabar contaminando a gente... – Al viu que Lorcan não havia se abalado com as barbaridades que Harris dizia, mas parecia que alguém havia enfiado uma faca no coração de Al e a torcido.


 A biblioteca mergulhou em um silêncio profundo enquanto Al via Jay, Lily, Rose e Scorpius, que Albus não tinha visto chegar, se levantando e indo até onde Lorcan e Connor estavam, mas Al foi mais rápido, ele atravessou a curta distância entre ele e Harris e, antes que pudesse pensar no que estava fazendo, socou a cara dele com a mão direita. O garoto ficou tão surpreso que cambaleou para trás, sendo segurado pelos amigos, enquanto Albus ficou parado por alguns instantes, sentindo a mão latejar pelo soco.


— Droga, isso dói. – Al disse, a voz ressoando no silêncio da biblioteca, Jay, Lily, Rose e Scorpius estancaram no lugar de surpresa. Ele massageou a mão enquanto Lorcan o olhava boquiaberto.


 Connor encarou Albus furioso e alcançou a varinha exatamente quando James disse:


— Se você apontar a varinha para o meu irmão, pode se considerar morto. – Al sabia que Jay não mataria Connor de verdade, mas o tom de sua voz era tão firme que os amigos de Connor deram um passo para longe dele.


— Expelliarmus! – Lily gritou, enquanto a varinha de Connor voava até ela. – Eu realmente adoro magia. – Ela comentou, virando a varinha entre os dedos, fuzilando Connor com o olhar.


— Eu poderia desmaiar de orgulho agora mesmo, Lily. – Rose comentou, surpresa.


— Ótimo, seus idiotas, fiquem do lado do amiguinho de vocês! – Connor gritou, vermelho de raiva, então, encarou Albus, rindo. – Até o sonserino aqui está defendendo o Lorquinho. Quem você pensa que é para se meter comigo, Potter? – Connor falou, tentando soar ameaçador, mas Al apenas o achou patético.


— Eu penso que sou o namorado do Lorquinho aqui. – As palavras escaparam da boca de Albus antes que ele pudesse pensar, ele quase podia ouvir as pessoas ao redor segurarem o fôlego em surpresa, mas ele não se importou. Al se virou para Lorcan, que o olhava com os olhos azuis arregalados. – Bem... Se você ainda quiser que eu seja o seu namorado... Se você não quiser... Eu entendo... – Al gaguejou até Lorcan o interromper.


— Cale a boca, Albus. – Lorcan disse, fazendo Al parar de falar imediatamente. Em seguida, Lorcan o puxou pela gola do uniforme da Sonserina e o beijou. Por alguns instantes, Albus se esqueceu de tudo o que estava ao seu redor, dos comentários que surgiram depois do que ele havia dito e dos que surgiriam depois do beijo, parecia que cada ruído tinha desaparecido enquanto os lábios de Lorcan estavam grudados aos de Albus. Quando o beijo acabou, Lorcan ainda apertava a gola da camisa de Al, que encostou a testa na de Lorcan, sem fôlego.


Então, Al percebeu como aquilo parecia certo, olhar nos olhos de Lorcan, ver o seu sorriso e beijar os seus lábios, estar com ele era a coisa mais certa que Albus já havia feito em sua vida e ele não perderia aquilo por nada.


 Ele ouvia as vozes ao seu redor, os estudantes remanescentes que ainda estavam na biblioteca depois da briga e de sua repercussão, ele também ouvia a voz de Scorpius anunciando que ele já sabia sobre o casal antes de todos, além de Rose retrucando que já sabia daquilo antes mesmo de Scorp desconfiar.


 Também conseguia escutar Lily e James ameaçando Connor e os amigos, afirmando que se eles voltassem a perturbar o irmão e o cunhado deles, palavras de Lily, os irmãos Potter transformariam Connor e os outros em filhotes de gnomos com sérias mutações genéticas, nas palavras de James. Albus não ousaria duvidar deles.


 Naquele instante, Al sentiu que amava os irmãos mais do que em qualquer outro momento de sua vida. Eles brincavam e ameaçavam, mas Al sabia que eles estavam prontos para defendê-lo com unhas e dentes. Não estavam ressentidos por Al não ter contado nada a eles, James e Lily estavam lá para Albus, simples assim. Então, Al se deu conta de que, às vezes, isso é o melhor que se pode fazer por aqueles que você ama.


— Seria muito brega da minha parte se eu te dissesse que seus olhos brilham como esmeraldas quando você sorri desse jeito? – Lorcan questionou, quebrando o silêncio entre eles.


— Provavelmente. Mas eu te chamei de Lorquinho na frente de todo mundo, então, eu vou relevar. – Al respondeu. Era libertador poder dizer o que ele queria sem se preocupar com quem estivesse ouvindo.


— Eu estava quase me esquecendo disso, Potter. – Lorcan resmungou, fingindo desapontamento.


— Nesse caso, me sinto na obrigação de te fazer esquecer permanentemente. – Albus respondeu, se aproximando de Lorcan, beijando seus lábios e acariciando o seu cabelo. Beijar Lorcan fazia com que Al sentisse como se estivesse derretendo sobre ele, relaxando cada parte do seu ser.


 Os aplausos irônicos e os assobios de Rose, Scorp, Jay e Lily foram ouvidos, mas Al não estava prestando atenção, só existiam Lorcan e Albus no mundo naquele momento, e, pela primeira vez em muito tempo, Albus sentiu que estava exatamente onde deveria estar.

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Comentários (2)

  • LilyLuppin2

    Obrigada pelo comentário, fico muito feliz que você tenha gostado! Mas é uma one-shot, então, é um capítulo único, sem continuação! Beijos! <3

    2016-07-29
  • lehleh potter

    Adorei a escrita, como sempre, todo o enredo é encantador e até me lembra um pouco larry, vai ter continuação?

    2016-07-28
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