Primeiro Encontro ou Aquele qu
Finalmente, depois de milênios. Não me amaldiçoem. Este capitulo foi difícil de escrever, apesar das férias terem sido maravilhosas, voltar ao trabalho quase me matou, então compadeçam de mim.
E acho que não gosto muito deste capitulo (ainda não decidi) e foi muito difícil escrever (como eu já disse), mas nós dois estávamos ficando de saco cheio um dos outros e tive que liberar para que ele voasse com as próprias asas. Então não o tratem muito mal, a culpa é minha.
Lehleh Potter – Minha fiel leitora, por favor, eu le imploro, não jogue Kedravas em mim, eu voltei! Reminho não faria mal a ninguém, mesmo eles merecendo e James as vezes é bem idiota. Eu espero que vc tbm goste do próximo capitulo e que vc não tenha desistido de mim!
Beijoss natalinos.
Capítulo 9
Primeiro Encontro ou Aquele que compramos um presente para Sirius.
- James Potter, você quer ir a Hogsmead comigo?
Essas palavras ficaram soando nos ouvidos de James como badalos distantes de um sino. Lily Evans tinha que fazer sempre do jeito dela, ela não aceitara que James a propusesse um encontro, ela que havia lhe chamado. James gargalhou animado, podia aceitar estes termos sem nenhum problema.
Sirius resmungou por traz da cortina que cobria sua cama, James se controlou, mas o sorriso não saiu de seus lábios.
- James Potter, você quer ir a Hogsmead comigo?
James gostaria de poder dizer que havia sido eloquente, que havia feito uma piadinha jocosa, ou beijado Lily na frente de toda a Grifinória, ou, até mesmo, ajoelhado e pedido ela em namoro, mas não, para a vergonha dele, ele só pode ficar olhando para ela com uma possível cara de idiota, tentando processar aquelas oito palavras.
- James Potter, você quer ir a Hogsmead comigo?
Lily sorria, disso James se lembrava, os olhos dela brilhavam com as lagrimas que ela não deixara cair. Lagrimas, obviamente, que ele mesmo tinha provocado.
- Idiota – resmungou James antes de ouvir um outro resmungo de Sirius. Ele bufou, ele havia planejado o dia que ela aceitaria sair com ele por quase três anos, e quando ela finalmente aceita, ou quase isso, James fica parado, feito uma toupeira, piscando os olhos para ela. Levou meio segundo, mas na imaginação dele foram dias para que ele se recuperasse e desviasse seus próprios olhos do mar verde que os dela eram.
Lily estava lá de pé, um sorriso no rosto, os olhos marejados de lágrimas não derrubadas, as mãos serradas em punhos. “Linda”: era o que James conseguia pensar. Então a expressão dela foi mudando aos poucos, o sorriso foi sumindo, os olhos se arregalavam, ainda mais brilhantes por conta de mais lágrimas contidas e James finalmente caiu na real, ele estava demorando a responder:
- Claro que quero, Lily – ele respondeu apressadamente, tropeçando nas palavras, ainda aparvalhado. Mas não pode não sorrir quando viu a expressão de Lily voltar a de antes. Um sorriso brincalhão em seus lábios, as mãos relaxaram, os olhos piscaram empurrando as lágrimas de volta.
- Ok – ela sorriu timidamente – Amanhã as dez?
- Perfeito – ele conseguiu responder antes que se perdesse de novo na irrealidade do que estava acontecendo.
- Até amanhã, Potter – ela sorriu e voltou a subir as escadas.
- Até, Lily – ele sussurrou, somente para que ela ouvisse. Ele acompanhou os passos dela rumo ao quarto feminino, até quando não podia mais vê-la.
James saiu do seu estupor aos poucos e foi automaticamente em direção aos seus amigos. Foi recebido por um sorriso de Remus, um resmungar de Sirius e por guinchos de alegria de Peter. Ainda era muito para processar
Agora ele estava ali deitado, tentando rever seus passos e tentar descobrir como ele chegara em seu dormitório, ele não lembrava de mais nada depois de Lily e o seu:
- James Potter, você quer ir a Hogsmead comigo?
- Eu poderia ter feito tanta coisa – ele resmungou ainda frustrado por ser um idiota completo.
- Vai dormir, Prongs – resmungou Sirius – Você foi um idiota, compense amanhã.
- E se eu não souber o que fazer, Pads? – ele resmungou de volta.
- Você vai saber... – Sirius suspirou – Agora durma, antes que eu te azare.
James piscou algumas vezes, tinha boas ideias de onde ele queria levar Lily, mas o problema era se ela gostaria. Lily não parecia aquelas meninas que gostam de ir em casas de chá floridas, mas nunca se sabe. Teria que perguntar a ela. Mas será que ela ficaria decepcionada por perguntar?
- James, vai dormir! – resmungou Sirius mais uma vez.
- Eu não estou dizendo nada. – James respondeu em um resmungo.
- Você pensa tão alto que eu posso ouvir daqui – ele resmungou, antes de socar os travesseiros encontrando melhor posição para dormir – Evans vai se ver comigo da próxima vez que ela jogar uma bomba como essa e for dormir, me deixando cuidar dos estilhaços
James soltou um riso pelo nariz, mas não disse nada. Contentou-se com sua capacidade de improvisação, ele saberia o que fazer, desde que Lily não o surpreendesse novamente.
- Como se isso fosse possível – ele resmungou, o travesseiro abafando sua voz e olhos pesados de sono. Com isso James Potter dormiu transformando pensamentos em sonhos e se sentindo o bruxo mais sortudo da face da terra.
Lily também não estava muito melhor que seu par, sabia que chamaria James para ir a Hogsmead com ela desde que fora dormir na noite anterior, prometera a si mesmo que se ele sobrevivesse sairia com ele. A iminente morte de James Potter por um lobisomem crescido a fez imaginar milhões de cenários, e todos eles ela acabava arrependida de ser teimosa. James havia mudado, há quanto tempo ela não o via azarar as pessoas, era um monitor responsável, não mais um idiota arrogante.
Ela só queria falar com ele em particular, sem toda Hogwarts ouvindo como ele sempre fazia questão. Se ela sairia com James Potter, seria nos termos dela, mas o imbecil tinha que estragar tudo. Tinha que chantagear Marlene, gritar na sala comunal, fazer aquela cara de criança abandona? Afinal, quando ela ficou tão suscetível às caras de James?
Por um minuto, um mísero minuto, ela achou que ele se vingaria dela, de anos que ela mesma negara de maneiras primorosas suas investidas. Ele não respondia, apenas olhava com seus olhos castanhos arregalados. Ela quase imaginou o velho James a desprezando ou zombando dela, mas então ele sorriu, um sorriso encantador, sem malicia, sem piadas, um sorriso limpo e agradável, que fez Lily suspirar minimamente.
- Claro que sim, Lily – foi a resposta dele, nenhuma brincadeira, nenhuma piadinha, nenhum arrombo sentimental. Era uma resposta simples e sincera, do jeito que ela queria que fosse.
Ela subiu até seu dormitório antes que pudesse ver a reação da plateia que havia acompanhado a briga e o pedido de Lily, todos estavam no mesmo estado catatônico de James ou não acreditando no que ocorreu. Assim que ela entrou no dormitório feminino ela ouviu explodir uma confusão no salão comunal, enquanto ela sorria orgulhosa da sua própria coragem. Lily não teve muito tempo para refletir sobre sua ação, suas amigas não levaram nem cinco minutos para chegar ao dormitório.
- O que foi aquilo lá embaixo? – Marlene apontou nervosa.
- Você esta bem, Lily? – Mary veio medir a temperatura de sua testa.
- O que nós perdemos? – Emmeline olhou curiosa com Dorcas em seu encalço.
- Pedi para que James vá comigo a Hogsmead amanhã – ela disse calmamente enquanto arrumava sua cama, escondendo das amigas o seu sorriso satisfeito– Já que estão todas comprometidas, não vi problema.
- Não viu problema? – Perguntou Emme.
- James? – perguntou Dorcas.
- Desde quando é James? – Marlene olhou desconfiada.
- Quem é você e o que fez com Lily Evans? – Mary sorriu.
- Sim não vi problema, James é um bom monitor chefe, somos amigos. Ele não ia com ninguém, eu não ia com ninguém. Que mal há nisso? – ela respondeu encarando as amigas.
- Ele é o Potter – disse Marlene – É o pior mal que pode existir.
- Ah, não exagere Lene – disse Mary – Eu achei fofo.
- Lils, você tem certeza que quer sair com o Potter? – disse Emme a amparando pelos ombros.
- Achei que vocês quisessem que eu desse uma chance a ele – disse Lily mal humorada, cruzando os braços.
- É claro que queríamos, mas não que você implorasse por ele na frente da Grifinória inteira. – Marlene resmungou.
- Eu não implorei, Marlene, eu pedi – disse Lily chateada – Não sei qual o problema de que fui eu quem pedi para sair, não sou nenhuma princesa esperando o príncipe em sua torre, achei que soubesse Lene.
- Droga, eu sei, é que e se ele fizer algo para te magoar, Lily – disse Marlene – O que os outros vão falar?
- A mesma coisa que falariam se eu aceitasse sair com ele – disse Lily – E droga, eu não me importo com que os outros falam. Eu estava com vontade de sair com o Potter então fui lá e perguntei se ele queria sair comigo. Ponto! Não é o fim do mundo, Marlene.
- Desculpa, eu só não quero te ver... você sabe... – Marlene apontou para si mesma.
- Eu sei, Lene, vou me cuidar eu prometo – disse Lily abraçando a amiga – Ao primeiro sinal de um sorriso travesso eu juro que corro.
Marlene assentiu, enquanto as outras meninas olhavam embasbacadas.
- Achei que nunca sobreviveria para ver este dia – disse Dorcas mordendo os lábios.
- Nem eu.
Lily sorriu travessa, enquanto as meninas gargalhavam e se perguntavam o que os dois fariam amanhã. A ruiva deitou em sua cama, ouvindo parcialmente o que as meninas falavam, enquanto acariciava a camisa social que estava de baixo de seu travesseiro, pensando no sorriso mais bonito que já vira na vida.
Lily já estava acordada desde as oito da manhã, pois Mary fazia um escarcéu tirando as suas roupas do malão em busca de algo para sair com Remus, sua cama estava revirada com malhas de todas as cores. Marlene bufava enquanto calçava botas e vestia a capa da escola por cima de uma veste bruxa que lhe caia muito bem.
- Sério, Mary, vista qualquer coisa – disse Marlene irritada – Não é como se Remus não te visse todos os dias.
- Por isso mesmo que tem que ser alguma coisa especial – disse Mary irritada – Ele já me vê todo dia neste uniforme horrível. E você, Lily ainda não se arrumou?
- Vou mais tarde que vocês – ela respondeu sorrindo enquanto sentava na cama e amarrava o cabelo em um nó.
Mary fez uma careta para o gesto, mas resolveu ignorar enquanto caçava algo para vestir. O cabelo dela já estava impecável, combinando com os olhos azuis vividos, ela parecia uma boneca de porcelana. Ela saiu em direção ao banheiro com pelo menos três combinações completas de roupa.
- Você deveria ter ido ao banheiro antes de ela ter entrado – disse Marlene se sentando na cama de Lily enquanto esta balançava distraidamente a varinha para dobrar as roupas que Mary deixara espalhadas – Ela não vai sair dali tão cedo.
- Droga, você tem razão – disse Lily chateada – Vou perder o café.
Marlene foi ate seu malão e achou uma lata ornada e entregou para Lily sentado novamente na ponta da cama.
- São os melhores biscoitos escoceses que se pode comprar – disse ela sorrindo enquanto Lily abriu a lata para encontrar biscoitinhos cobertos de açúcar – Lily...
- Hum? – Lily respondeu enquanto mastigava um dos biscoitos e enfiava a mão na lata para pegar outro.
- Você tem certeza que quer sair com o Potter? – Marlene falou preocupada – Ainda dá tempo...
- Marlene, já conversamos sobre isso – Lily suspirou fechando o pote de biscoitos – Potter não vai me atacar, tenho certeza, além disso sei me defender...
- Não estou falando disso, Lily – resmungou Marlene – Você gosta dele – não era uma pergunta – Gosta realmente dele, da para ver no seu rosto. Eu sei que ele parece gostar de você, mas e se não der certo?
- Se não der certo não deu, Marlene – disse Lily suspirando – Simples assim.
- Não é simples assim, você nunca gostou de ninguém assim, nem de Thorpe – Marlene mordeu o lábio, preocupada – Por Merlim, Lily, você se tornou até amiga de Sirius Black, você tem saído só com eles, no café, almoço, salão comunal, vocês tem até conversas não ditas. E se James simplesmente não quiser nada com você, você vai perder tudo isso. Você esta pronta para perder tudo isso?
Lily mordeu os lábios olhando para Marlene. Lily sabia que ela tinha uma queda por Sirius, mas nunca demonstrou, porque Sirius nunca se importou com ela, e isso tinha custado uma amizade rasa com os meninos. Somente depois que entrou no time ela ficou mais próxima de James, mas mesmo assim sempre com o pé atrás.
- Eu achei que vocês tinham dito para dar uma chance para ele – Lily respondeu teimosa.
- Isso foi antes de você se apaixonar – respondeu Marlene – era só para vocês saírem juntos, você perceberia que ele é o mesmo idiota, ele perceberia que vocês não combinam e ponto.
- Eu não estou apaixonada – disse Lily emburrada.
- Continue contando com isso! – Marlene levantou da cama – Só não se machuque, Lils.
Lily bufou irritada, era difícil entender Marlene, ela não iria se machucar, gostava de James e parecia ser reciproco. Por outro lado, eles viviam brigando, será que não seria assim sempre? Mary interrompeu os pensamentos de Lily quando saiu do banheiro, em um suéter rosa, deixando-a ainda mais com cara de boneca.
- Você ainda não esta pronta? – Perguntou Mary assustada.
- Você estava dominando o banheiro, McDonnald – respondeu Marlene de mal humor – Agora vamos descer, que Remus deve estar criando teias de aranha.
- Tchau, Lily, boa sorte com James, quero que você me conte tudo depois – Mary lhe sorriu jogando um beijo sobre os ombros.
Lily suspirou em seu dormitório vazio. Abrindo o malão com o pé, ela buscou alguma roupa que pudesse usar. Tirando o uniforme ela não tinha nenhuma veste bruxa, sua vida dupla (trouxa nas férias, bruxa nas aulas) não deixavam muitas opções. Ela pegou uma combinação que achou boa e vestiria a capa de Hogwarts por cima, deixando um certo meio termo.
Depois de se arrumar, deixando os cabelos soltos, sobre o cachecol vermelho e dourado da Grifinória, ela desceu as escadas que levavam para o salão comunal. Ele estava vazio e estranhamente silencioso, exceto pelo farfalhar de páginas vindas de um moreno solitário sentado em um dos sofás.
- Demorei? – Lily disse timidamente.
James se virou para ela, deixando um sorriso surgir em seu rosto. Olhando no relógio ele a respondeu alegre, enquanto se levantava e colocava o livro no bolso interno da capa.
- Esta adiantada, na verdade.
- E desde quando você está aqui? – Lily segurou a vontade de rir.
- Desde que os meninos saíram, as nove, eu acho. – James disse pensativo.
Lily lhe deu um sorriso bondoso. E seguiu para o buraco do retrato, com James ao seu lado. Os dois passaram pelo retrato e seguiram pelo corredor vazio de Hogwarts em um silencio agradável, ambos perdidos em seus próprios pensamentos.
- Então, Sr. Potter, onde pretende me levar? – Lily disse ao subirem em uma das carruagens que os levaria até o vilarejo.
- Oh, eu achei que tinha sido a senhorita que houvesse me convidado, Srta Evans – disse James galante, que fez Lily revirar os olhos no meio de uma risada.
- Então será o Três Vassouras, não tomei café da manhã hoje – ela sorriu – Mary monopolizou o banheiro.
- Posso entender – disse James em tom cumplice – Remus monopolizou o nosso também. Você não prefere o Madame Puddifoot?
Lily fez uma careta.
- Não estou muito a fim de ter confetes no meu chá – ela sorriu travessa – Além do mais estou louca pela torta de rins de Rosmerta.
- Lily Evans, e eu achando que não podia gostar mais de você. – James lhe deu uma piscadela. Lily corou, mas ele nem percebeu, pois olhava para fora da carruagem ansioso para chegar logo – Diga-me – ele continuou cortando o silencio – Depois de tomarmos um belo café da manhã, o que faremos?
Lily cerrou os olhos para James, sempre temendo ser pega em uma pegadinha, mas decidiu dar um voto de confiança.
- Terá que me ajudar aqui, Potter – disse ela – só decidi te convidar em menos de vinte e quatro horas, acredito que você tenha mais planejamento que isso.
- Ah, sim, eu tenho – ele respondeu sorrindo – Mas tenho uma condição para compartilhar todo o meu vasto conhecimento com a senhorita.
- E qual seria esta condição? – Lily lhe olhava risonha, mas com uma sobrancelha levantada – Ou vou me arrepender de ter perguntado?
- Eu espero que você não se arrependa de nada, Lils – James sorriu e abriu a porta descendo e dando a mão para que ela também saltasse da carruagem.
- Eu acredito que isso não vá acontecer – Lily sorriu carinhosa deixando a sua mão um pouco mais na dele antes que tivesse que desgrudar para continuar andando – Mas você ainda não me disse sua condição, Potter.
- James – ele respondeu olhando para ela sério – Minha condição é que me chame de James.
- Acho que posso viver com isso, James – Lily sorriu para ele enfatizando o nome dele, e gargalhou quando apareceu no rosto dele um sorriso bonito e largo. Ela continuou sorrindo e conversando – Você é muito fácil de persuadir e cobra muito barato para as suas ações.
- Você não imagina o quanto – James respondeu ainda sorrindo.
- Seria capaz de apostar que Sirius te tem na palma da mão.
- E você ganharia esta aposta, não que eu admita isso para ele – James parecia sério – Sirius é... persuasivo, para se dizer o mínimo.
- Pobre Peter e Remus – Lily olhou de esgueira para James que olhava para ela sem pudor – Deve sofrer na mão de vocês.
- Se eu fosse você não teria tanta certeza com Remus, ele é o pior de nós quatro. – Lily fez uma cara de duvida e James continuou – Sério, ele consegue te fazer sentir culpado por tudo que ele quiser, culpado por não fazer o dever, por estarmos sendo idiota, até mesmo por estarmos dormindo quando deveríamos estar na aula e com isso acabamos fazendo tudo que ele quer.
- Não me parece que você e Sirius cairiam muito nessa – Lily riu enquanto entrava no três vassouras que já estava bastante cheio para o horário.
- Ah, costumávamos não cair – James segurou na mão de Lily e a levou para uma mesa em um canto – Mas estão, quando acabávamos encrencados por não termos feito o que ele tinha dito para fazermos, ele não parava de dizer que havia avisado, que erámos imprudentes e teimosos durante dias. Passamos a fazer o que ele falava, não para tudo obviamente, e as coisas funcionavam, desde então, Remus adquiriu este certo “poder” sobre nós.
- Não consigo imaginar Remus desta forma, ele parece tão calmo.
- Não se deixe enganar com Moony, aquele lobinho só tem pele de cordeiro – James riu enquanto tirava o cachecol – Não é assim que os trouxas dizem?
- Exatamente – Lily concordou veementemente enquanto tirava seu cachecol e sentava.
- Então, vai querer o que srta Evans, além da torta de rins? – James lhe perguntou galante.
- É Lily, e aceito uma cerveja amanteigada – James fez uma reverencia exagerada e saiu para buscar o que ela havia pedido.
Lily aproveitou para olhar ao seu redor. O Três Vassouras estava lotado com o dia das bruxas se aproximando. Rosmerta já havia colocado enfeites por todo o salão, aboboras de todos os tamanhos sorriam de diversas formas diferentes pelos cantos dos aposentos, fazendo o salão brilhar em um tom alaranjado e aconchegante, apesar do clima cinza que fazia lá fora. Vários alunos se encontravam dentro do pub, Lily viu Avery e sua patota em um canto, quase do lado de Lizze Steel e os alunos do quinto ano. Sirius e Peter estavam por lá e a encararam quando ela os olhou. Peter lhe sorriu, agradável, enquanto Sirius lhe olhou com dúvida. Lily achou estranho, mas não teve tempo de se questionar mais a respeito, pois James vinha trazendo duas canecas de cerveja com Rosmerta logo atrás.
- Eu precisava ver isso com os meus próprios olhos – a garçonete sorriu para Lily enquanto entregava os pratos – Achei que James estava me enganando.
- Eu disse a você, Rosmerta, querida, que minha companhia era a melhor possível – James sorria para Lily, como se fosse uma criança exibindo seu presente de natal antecipado.
- E você tinha razão – Rosmerta sorriu – Diga-me srta Evans, o que James fez para persuadi-la a vir com ele em Hogsmead?
- Ele não me persuadiu, Rosmerta – Lily deu um risinho – Eu o persuadi.
- Isso é verdade? – ela questionou olhando para James que concordou risonho – Oh, então isso muda toda a figura.
- Com certeza – James concordou enquanto tomava um gole de sua cerveja amanteigada.
- Vocês formam um lindo casal, de qualquer forma – respondeu Rosmerta, fazendo Lily engasgar e James correr para acudi-la, mas Romestra pareceu não notar, pois seus olhos estavam do outro lado do salão – SIRIUS BLACK, largue este wiskey de fogo imediatamente. – ela virou para Lily que James ao seu lado dando leve tapinhas nas costas dela – Meus amores eu preciso ir, aproveitem o encontro.
- Tch... tchau, Rosmerta – Lily disse ainda engasgada e olhando feio para James – Não ria, Potter...
- Ei, nós fizemos um trato, Evans – disse James se fingindo indignado.
- É Lily, e não ria, JAMES – Lily se fingiu de séria, voltando a se recompor.
- Seu desejo é uma ordem – James fez uma mesura e voltou ao seu lugar.
Lily sorriu satisfeita e voltou sua atenção para a torta a sua frente, alheia ao rapaz de lhe assistia. Esta situação durou por alguns minutos, até que a sensação de estar sendo observada foi mais forte que ela. Ela encarou James com curiosidade:
- O que foi?
- Você sabe que estamos em um encontro, não sabe? – James perguntou, seu rosto não demonstrava nenhum sentimento.
- Nós não havíamos definido – Lily respondeu voltando os olhos para a sua torta – Por que é tão importante?
James deu de ombros, o que passou despercebido para Lily, que continuava encarando o prato a sua frente.
- Apenas para alinhamento de expectativas – disse ele decepcionado – Não que eu tenha muitas...
Lily percebeu o tom de voz dele e o olhou. James estava bonito, sua vestes bruxas eram elegantes e sóbrias, estavam bem passadas, ao contrário do uniforme que ele costumava usar, que mais parecia saído do bico de um hipogrifo. Ele ainda tinha um ar displicente, os cabelos estavam uma bagunça e camisa mantinha alguns botões abertos. Lily sorriu para si mesma ao perceber que ele havia tido esmero em se arrumar para sair com ela.
- É, eu acho que é um encontro – ela disse quietamente, os olhos presos em James esperando ver a reação. Ela não se arrependeu. Ele sorriu magnificamente, os olhos brilhando por traz dos óculos. A mão dele percorreu a mesa e encontrou a dela.
Eles ficaram por alguns minutos presos um no outro até que Lily teve que retirar sua mão para terminar de comer.
- Bom, já que nos entendemos, onde vamos agora? – ela sorriu travessa e ele contribui com a mesma expressão, porém para James este tipo de sorriso soava muito mais ameaçador do que o dela. Geralmente ele anunciava a eminencia de alguma catástrofe.
- Venha comigo – ele levantou e estendeu a mão em direção a ela – Quero te mostrar um lugar.
Lily segurou a mão dele e deixou ser levada porta a fora. Eles saíram do Três vassouras encontrando um vento gelado típico do Outono, vários alunos povoavam as ruas do vilarejo. Um grupo de sextanistas brincava, jogando entre si um chapéu de um dos colegas azarados. Marlene carregava um alegre Abbot para a loja de vestes, Trapo Belo. Terceiranistas animados tagarelavam sobre todos os pontos do vilarejo.
James a conduziu em direção a Casa dos Gritos, fazendo Lily erguer uma sobrancelha em suspeita.
- É esta a sua ideia de encontro? – ela perguntou.
- O que? – ele perguntou desentendido.
- A Casa dos Gritos – disse ela parando com a mão ainda enlaçada a dele – Você esta me levando para a Casa dos Gritos. Sinceramente, James, perdeu a graça na terceira vez que eu vim e principalmente agora que sei que ela não é assombrada.
- Isso é por que você não a viu por dentro – James sorriu.
- E você já viu?
- O que você acha?
Lily olhou para o rosto levado dele. É obvio que ele já tinha entrado na casa dos gritos. Muros, limites, portas trancadas e proibida a entrada eram palavras inexistentes no dicionário de James Potter.
- Você não tem jeito – ela respondeu com um sorriso.
- Sinto decepcioná-la – ele respondeu sorrindo não parecendo sentir muito enquanto voltava a andar – Por mais que eu ache que a casa dos gritos é sempre uma visita interessante, vou deixar para outro dia, não estou te levando para lá.
- Não?
- Não. Vamos subir a coluna no fim da estrada.
- Estaremos fora do limite, James – Lily respondeu um pouco nervosa, mas mesmo assim continuou o acompanhando.
- Você já é maior de idade, Lily. – disse ele sorrindo – Tecnicamente pode fazer o que quiser.
- Minha mãe discordaria completamente de você – Lily sorriu para ele.
- Você não fala muito da sua família, não é? – James perguntou um pouco temeroso.
- É complicado. – Lily respondeu triste – Minha mãe é ótima, mas Petúnia...
- Sua irmã? – James perguntou para ela.
- Sim, eu e ela, nós não nos damos bem – ela respondeu chateada – Nem sempre foi assim, mas de uns tempos para cá, nós agimos como se fossemos estranhas uma para outra. Sabe ela se casou este mês, e eu nem fui convidada.
- Desculpe, Lily – James se arrependeu de ter puxado aquele assunto.
- Não se desculpe – ela sorriu carinhosa para ele – Somos de mundos diferentes agora. Ela escolheu não saber do meu mundo e eu decidi não fazer mais parte do dela. Acho que nunca daria certo de qualquer forma.
- Uma pena para ela. – James apertou a mão dela – Chegamos – ele informou.
Lily olhou ao seu redor, para chegar até ali ou estava concentrada na conversa com James ou estava olhando para onde pisava. A sua frente Hogwarts aparecia banhada pelo sol do meio dia, com o lago brilhando ao seu lado. A floresta proibida parecia uma pintura, borrada de tons de castanhos, amarelos, vermelhos e verde musgo, tão imensa que Lily não conseguia ver o fim, mesmo àquela distância. Era uma paisagem estonteante.
- É lindo aqui – disse Lily admirada – Como você descobriu este lugar?
- Eu não quero mentir para você... – James disse escondendo um sorriso – Então não me faça falar.
Lily sorriu para ele negando com a cabeça e olhando para o chão, a fim de encontrar um pedra plana o suficiente para se sentar. Encontrando ela se sentou puxando James para o seu lado.
- Um dia você vai me contar? – ela perguntou ainda olhando para Hogwarts.
- Prometo que sim – ele respondeu olhando pra ela.
- Não faça promessas que não pode cumprir – ela respondeu ainda sem o olhar.
- Não costumo fazer isso, Lily – ele respondeu voltando seu olhar para o horizonte – Eu juro solenemente, se você quiser.
Ela negou apenas com um mexer de cabeça.
- Não precisa – ela sorriu – Eu acredito em você. Não sei como isso foi ocorrer, mas eu confio em você, James Potter.
Eles se olharam e ele lhe devolveu o sorriso.
- Agradeço – ele respondeu.
- Não agradeça, faça por merecer – disse ela desviando os olhos novamente.
Os dois continuaram olhando para o castelo, cada um perdido em seu próprio pensamento.
- Vou sentir saudades – disse Lily saudosa – Quando este ano letivo terminar, vou sentir saudades de Hogwarts. Ela foi minha casa por tanto tempo.
- Eu também – disse James – Não estou ansioso para ir embora, mas ao mesmo tempo eu não vejo a hora, tenho a sensação que estamos em uma bolha escondida do mundo.
- Como assim? – disse Lily
- Veja – disse ele – o ataque na estação de Hogsmead não foi nada comparado ao que esta acontecendo, você-sabe-quem tem cada vez mais gente do lado dele e nós, o que estamos fazendo? Sentados em salas de aula fingindo que estamos estudando e que vamos sair e ficará tudo bem?
- Mas ficará, não é? O ministério vai dar um jeito – disse ela.
- Acho que não – James a olhou triste – Eles não conseguiram até agora.
- Então é isso? Ele venceu?
- Não, claro que não – James a apertou a mão dela em um sinal de carinho – Eu não desisti, Dumbledore não desistiu, acho que temos chance, mas eu não contaria só com o ministério.
- Eu tenho tanto medo, James – Lily sussurrou, enquanto deitava sua cabeça no ombro dele – Medo do que pode acontecer com a gente quando sairmos daqui, medo do que pode acontecer com minha família. Olhando por este lado é até bom que Petúnia tenha se afastado. Mas ao mesmo tempo, eu sei que não posso fugir, que é inútil. – ela deu um sorriso fraco – Bela Grinfinória que eu sou.
- Eu também tenho medo, Lily – James sussurrou de volta.
James a abraçou pelos ombros, permitindo que ela acomodasse o rosto colado na curva de seu pescoço. O ritmo da respiração deles entrou em compasso, sincronizadas como se fossem a mesma. Eles perderam a noção do tempo em que ficaram nesta mesma posição, olhando para o castelo e pensando em um futuro onde os muros não os protegeriam mais.
- Pelos calções sujos de Merlim – sussurrou James depois de um tempo, quebrando a sincronia perfeita das respirações.
- Aconteceu alguma coisa? – Lily perguntou levantando a cabeça o encarando.
- Eu me esqueci do aniversário do Sirius – disse ele nervoso – Não comprei nada para ele.
- É o aniversário do Sirius? – Lily perguntou recebendo uma concordância de James – Por, Merlim, também não comprei nada para ele.
- Você não precisa – ele respondeu amuado.
- Claro que preciso. Sirius salvou minha vida, o mínimo que posso fazer é lhe dar um presente de aniversário – Lily se desvencilhou de James se pondo de pé e oferecendo a mão para ele – Vem, vamos procurar alguma coisa para ele.
James segurou a mão dela e se pôs de pé.
- Você sabe que foi você que salvou a vida dele, não sabe? – James sorriu, enquanto entrelaçava seus dedos aos dela e voltava a andar.
- Se ele não tivesse me socorrido a vida dele não teria a necessidade de ser salva – ela respondeu dando uma piscadela.
James riu gostosamente.
- Que foi? É verdade! – ela riu junto com ele.
- Você tem noção de quão maravilhosa você é? – James disse carinhosamente a fazendo corar – Então onde vamos achar o presente de seu salvador?
- Zonkos? – Lily disse em duvida.
- Duvido que tenha algo lá que ele não tenha – James disse pessimista.
- Não custa tentar, não é? – Lily sorriu e andou mais depressa quase arrastando James .
Eles passaram quase uma hora inteira na Zonkos onde Lily apresentava todas as opções para James e ele informava ou que Sirius já tinha, ou que o logro é para primeiranistas.
- Eu não acredito que Sirius já tenha um disco dentado – disse Lily revoltada enquanto saia da loja – o atendente falou que lançou há menos de uma semana, para o dia das bruxas.
- Eu te disse que era impossível achar algo para ele na Zonko’s. Sirius tem tudo na hora em que sai – disse James.
- Mas ele teria que vir aqui para comprar – disse Lily exasperada.
- Sério, Lils? – James riu – Você convive com Sirius há sete anos, isso não é problema para ele.
- Para todos vocês, você quer dizer? – ela riu com James.
- Certa novamente, srta, Evans – James deu uma piscadinha.
- Isso é tão injusto – mas Lily não parecia irritada com isso e sorria – Certo, Dedos de Mel então?
James fez uma careta e Lily suspirou cansada.
- Desisto, Sirius tem tudo – disse ela frustrada – Não deveria ser tão difícil. Quer dizer, vocês aprontam, pelo menos uma vez por semana, não podem ter um estoque ilimitado.
- Corrigindo – James respondeu divertido – Aprontávamos uma vez por semana, estamos bem mais comportados ultimamente, além disso, quem precisa ter estoque ilimitado se temos toda Hogsmead ao nosso dispor, e considerando que somos maiores de idade e podemos aparatar, temos toda Londres ao nosso dispor.
- É isso! – Lily sorriu para ele animada – Por que não vamos a Londres?
- O que? Agora? – disse James surpreso quando ela concordou travessa - Lily você tem noção que estaríamos infringindo umas duzentas regras de Hogwarts?
- Ninguém vai sentir nossa falta – disse Lily sorrindo – E eu achei que isso não era problema para você.
- Não, não é, mas sempre foi para você. Há duas horas atrás estava reclamando de irmos a colina. – disse ele divertindo.
- Ora, se James Potter não está com medo. Quem diria! Onde esta seu espirito Grifinório, Potter?
- Não me provoque, Lily...
- Vamos, James, conheço uma meia dúzia de lojas que encontraríamos o presente ideal para Sirius. – ela sorriu o desafiando – Você vem ou eu irei sozinha?
- Quem é você e o que fez com Lily Evans? – disse James ainda incrédulo, mas mesmo assim dando a mão para ela – Onde vamos?
- Você vai ver. – ela sorriu e eles desapartaram em uma única meia volta.
- Eu odeio aparatações acompanhadas – resmungou James esfregando uma de suas orelhas, depois olhando para Lily questionou – Tem certeza que estou inteiro? Estou com uma leve impressão que meu lado esquerdo não estava muito a fim de aparatar.
- Shiu – disse Lily olhando para fora do beco onde eles tinham desaparatado, tentando verificar se não havia nenhum trouxa os observando – Você está ótimo. Além do mais eu sou ótima em aparatação. Passei em meu segundo teste com louvor.
- Segundo? – perguntou James levemente assustado, enquanto eles saiam do beco em direção a uma via larga, com vitrines enfeitadas para o dia das bruxas. A rua estava lotada de trouxas, e apesar das estranhas vestes dos dois, ninguém os olhou mais de uma vez.
- Sim, a primeira vez eu aparatei em cima do telhado da Trapo Belo – respondeu Lily dando de ombros – Somente alguns metros do meu destino, foi uma desaprovação injusta ao meu ver.
- Você deveria ter me avisado isso antes de aparatarmos– respondeu James esfregando a orelha de novo.
- Não seja manhoso, James – Lily sorriu para ele – Vem vamos olhar as vitrines.
- Onde estamos? – perguntou James olhando em volta muito curioso.
- Oxford Street, o coração das compras em Londres – disse Lily animada.
- Londres trouxa? – disse James abismado
- Onde mais? – Lily lhe sorriu e saiu caminhando pela rua, desviando habilmente dos transeuntes, diferentemente de James que estava deslumbrado com tudo que via.
Lily continuou andando ignorando as lojas que pareciam ser finas, com grandes lustres de cristal e vitrines minimalistas. James apenas a seguia, as mãos deles ainda enlaçadas.
- As pessoas não vão achar as nossas vestes esquisitas? – perguntou James.
- Olhe ao redor – Lily sorriu esticando o braço livre e mostrando a rua – Estamos basicamente na moda. Se houver uma nos dias de hoje.
James olhou ao redor, haviam mulheres vestidas com grandes saias e batas, de múltiplas cores, homens com calças de boca tão larga que poderiam ser confundidas com vestidos. Cabelos multicoloridos, espetados em moicanos, rapazes de brincos na orelha e olhos pintados. James se achou completamente normal.
- Os trouxas são estranhos – James sorriu mais animado.
- E quem disse que nós também não somos? – disse Lily sorrindo.
Eles continuaram andando, acompanhando os passos lentos dos outros consumidores que andavam pelas diversas lojas que povoavam aquela rua. James olhava admirado para as vitrines, que mostravam além dos artigos trouxas de todo tipo – desde de eletrodomésticos até roupas e acessórios – uma decoração peculiar.
- Por que algumas vitrines têm umas velhas cheias de verrugas? – perguntou James curioso.
- Dia das bruxas – disse Lily sorrindo.
- Mas por que velhas verruguentas? – disse ela ainda confuso, depois olhando novamente para a vitrine disse surpreso – Não me diga que eles acham que somos assim.
- Ok, eu não te digo – disse Lily quase gargalhando.
- Isso é preconceito – ele resmungou, mas com um sorriso no canto dos lábios – Não somos horríveis assim.
- Para eles nós somos. – disse Lily rindo, continuando a puxar James que parecia encantado demais para não ficar olhando as coisas ao seu redor.
James parou de repente em uma vitrine encarando-a de boca aberta. Lily tentou puxa-lo de volta, mas ele não saia, então ela voltou e olhou para onde ele olhava. Era uma loja de departamento, e na vitrine, eles estavam adotando a ultima moda punk, o irônico é que o punk pretendia justamente fugir do que estava na moda. Lily franziu os olhos ao ver o manequim em calças rasgadas e uma jaqueta de couro, ao lado de uma motocicleta de estilo ameaçador.
- Você não esta pretendendo dar isso para ele? – disse Lily duvidosa.
- Por que não? Sirius adora motocicletas – disse James.
- Eu achei que você daria a roupa – disse ela espantada – E como Sirius sabe da existência de motocicletas?
- Revistas trouxas, basicamente – disse James pensativo – Projeto de estudos dos trouxas, no terceiro ano, se não engano, desde então ele continua assinando as revistas, nosso quarto é forrado dos pôsteres que vem nela.
- Eu nem imagino o porquê. – respondeu Lily irônica.
- Eles são parados demais para o meu gosto – disse James com um sorriso torto – Se você quer saber.
- E isso realmente é um consolo – ela respondeu, mas ao contrario do que queria demonstrar Lily deu um sorrisinho de canto de boca – Mas como você pretende levar uma motocicleta para Hogwarts, Potter?
- É James – disse ele casualmente – E de fato, uma motocicleta não seria útil em Hogwarts.
- Nem me diga – ela foi irônica novamente.
James olhou indignado para ela, mas resolveu ignorar. Continuou olhando para o manequim e deu de ombros entrando na loja, carregando Lily consigo. Uma jovem mulher ruiva, com seus vinte e poucos anos o abordou com um sorriso, ela tinha brincos espalhados por toda a orelha e uma parte do cabelo raspado.
- O que posso ajudar? – disse ela curiosa para as vestes de James, provavelmente avaliando o estilo nada convencional.
- Estava olhando a jaqueta na vitrine – disse ele sorrindo encantadoramente. Lily levantou a sobrancelha, mostrando um pouco de indignação pelo excesso de simpatia.
- E seria para você? – disse a vendedora, em um gesto que Lily interpretou como um pouco oferecido demais.
- Não – disse ele – seria para um amigo, na verdade.
- Certo – disse a garota com um sorriso – E ele é assim como você?
- Um pouco mais alto – Lily cortou antes que James respondesse – Um pouco mais forte também.
A moça ficou desconcertada, mas assentiu indo buscar uma peça de roupa.
- Sirius não é mais forte que eu – disse James um pouco mais indignado – É apenas um pouco mais... mais largo.
Lily gargalhou e James levantou uma das sobrancelhas e a olhou com o orgulho ferido.
- Isso é ciúmes, Potter? – disse ela ainda rindo.
- Claro que sim – disse ele simplesmente – E a sua falta de animosidade com a vendedora é ciúmes, Evans?
Lily parou de rir e o encarou. James sorria, ainda mantendo a sobrancelha levantada em sinal de desafio. Lily emburrou. A vendedora ainda demorou alguns instantes para trazer a jaqueta, que James mal olhou por um minuto antes de declarar:
- Vou levar!
A vendedora sorriu ainda mais e disse que iria embrulhar.
- Você viu o preço daquilo – disse Lily surpresa – Como você pretende pagar. Eles não aceitam galeões aqui.
- Eu tenho dinheiro trouxa, e não vi o preço, não sei usar este dinheiro – disse ele exasperado tirando um maço de notas do bolço e entregando para a Lily – Isso basta?
- Se basta? – Lily gaguejou a folear o maço que ele lhe entregou – Você tem uma pequena fortuna aqui, James. - ela separou o dinheiro da jaqueta e entregou o restante para James – Onde você conseguiu isso?
- Se quer saber eu não roubei um banco – disse ele – Meu pai me deu, ele disse que era sempre bom andarmos com um pouco de dinheiro trouxa, sabe, para caso de alguma necessidade.
- Quando os pais dizem isso eles nos dão uma nota de dez libras – disse Lily – Não uma pequena fortuna em forma de papel.
- Bem, se serve como desculpa, – ele respondeu sorrindo – duvido que meu pai saiba quanto estava me dando, ele entende tanto de dinheiro trouxa quanto um pelúcido entende de madeira.
James pagou a vendedora, que sorriu para ele animada com a venda, Lily e James saíram da loja caminhando preguiçosamente pela calçada.
- Mesmo assim, seu pai deve ter ido trocar este dinheiro alguma hora, quer dizer, dinheiro trouxa tem sua equivalência em galeões.
- Sinceramente, Lily? – disse James a encarando, a menina concordou tornando a face mais séria – Meu pai deve ter trocado isso há anos, não duvido que antes mesmo de eu nascer, quando ainda tinha a empresa, acho difícil que ele saiba quanto vale uma Libra, ou algo do gênero.
- Seu pai tinha uma empresa? – Lily olhou espantada.
- Sim ele era dono da poção capilar alisante Sleekeazy - disse James com um sorriso conspiratório - duas gotas domam até mesmo o cabelo mais incomodo, exceto se o cabelo for do filho do criador da poção.
- Inacreditável – Lily riu – E irônico, devo dizer.
- Com toda a certeza – disse ele sorrindo – Acredito que esta seja toda a origem dos traumas da minha vida.
- Eu imagino que sim – ela disse rindo enquanto entravam em uma loja.
James não estava percebendo onde estava indo na verdade. Todo o interesse nas vitrines passou enquanto eles conversavam, cada riso de Lily fazia o estomago dele dar cambalhotas e a conversa fluía facilmente, sem ser forçada ou entediante. Somente quando ele se percebeu dentro de uma loja escura, foi que ele identificou que continuara andando ao lado dela, e que ela o conduzira sem que ele se quer percebesse.
James examinou melhor a loja, se obrigando a desviar o olhar do sorriso radiante de Lily, era uma loja grande, com uma iluminação escura. Vários posters enfeitando o lugar e varias mesas espalhadas, formando corredores apertados. Sobre as mesas haviam caixas e caixas, com inúmeros discos dentro.
- Vem, vamos achar algo para Sirius – disse Lily o puxando por um dos corredores.
Ela vasculhou caixa após caixa, até que achou um, levantando um disco intitulado “The Other side of the moon” ela questionou para James:
- O que acha deste?
- Nah, ele já tem – disse James também procurando – Mas você esta quente, ele adora este disco. E este? – James levantou um do Led Zeppelin
- Este eu indiquei para ele no verão – disse ela e olhando a cara de James – Ele me pediu dicas, o que eu poderia fazer?
James deu de ombros e enfiou o disco de volta, continuaram procurando por mais dez minutos até que Lily soltou um gritinho.
- Achou? – questionou James
- Não – ela respondeu para Sirius – Mas eu estava muito querendo este disco, ele mostrou o álbum do Queen para James, vou levar.
- Achei que o intuito era achar um presente para Sirius – ele sorriu.
- Claro que este é o intuito, mas não é minha culpa que por uma magia de Merlin este disco tenha aparecido na minha frente.
James gargalhou, mas negou, continuou olhando os discos, quando foi distraído pela musica que tocava na loja, procurando por um dos vendedores questionou a respeito da banda e o vendedor lhe entregou um disco.
- Ramones? Eles são americanos – reclamou Lily olhando desconfiada para a capa do LP.
- Mas são legais – disse James apontando a capa – E se parecem com Sirius, ele vai gostar, aposto.
Lily suspirou, mas concordou, levando suas aquisições para o caixa. James se ofereceu para pagar, mas Lily negou tão avidamente que ele não insistiu. Ambos saíram novamente para a rua, havia esfriado um pouco mais e Lily enrolou seu cachecol mais apertado.
- Então, Srta. Evans, o mais o mundo trouxa tem a oferecer além de roupas super maneiras e discos legais? – James questionou sorrindo.
Lily olhou em volta suspirando, até achar um lugar. Seu rosto iluminou ao avistar um lugar.
- Está com fome? – Lily perguntou animada.
- Achei que nunca perguntaria – respondeu James – parece que o café da manhã na Rosmerta foi há milênios.
- Já comeu pizza? – perguntou Lily animada.
- O que é pizza? – respondeu James confuso
- Excelente – disse Lily rindo e, agarrando a mão dele, ela o arrastou em direção a um restaurante de esquina.
- Sério, isso é muito bom – disse James apontando para o pedaço de pizza.
- Sabia que gostaria – disse Lily sorrindo – É o que eu mais sinto falta quando estou em Hogwarts.
- Achei que sentia falta de sua mãe – disse James rindo .
- Ah, você entendeu – ela negou com a cabeça.
- Mas ainda prefiro cerveja amanteigada – disse ele apontando para o copo de refrigerante quase intocado dele.
- Tenho que concordar – disse Lily sorrindo amavelmente.
- Acho que não foi o encontro que você não esperava – disse James um pouco amargo – Quer dizer passar a tarde toda atrás de um presente para o amigo do idiota do seu pretendente.
- Você esta brincando? – Lily olhou para ele espantada – Você me mostrou a melhor vista de Hogwarts, fizemos compra e, por Merlim, eu comi pizza em outubro, você sabe há quantos anos eu não como pizza em outubro?
O sorriso de James voltou a aparecer, mas ele parecia incrédulo, ele observou se havia em Lily algum vestígio de piedade, mas ela parecia verdadeiramente alegre apreciando seu pedaço de pizza. Seus olhos brilhavam animados, e suas sardas estavam acentuadas por conta da luz do fim do dia, suas bochechas coradas de frio a faziam parecer uma garotinha.
- Tentarei acreditar em você – disse ele por fim – Mas alguma coisa maravilhosa que o mundo trouxa tem a oferecer?
- Oh, tanta coisa – Lily empurrou seu prato e encarou James deslumbrada – Poderíamos ir a um parque de diversões, quando eu e Petúnia nos dávamos bem sempre íamos, ou ao cinema, você foi ao cinema?
- Cinema? – disse James pensativo, quando a palavra fez sentido na sua mente ele perguntou – Onde eles passam vilmes?
- Filmes, você quer dizer – disse ela e ele concordou – Sim é onde eles passam filmes. É maravilhoso.
- Eu e Sirius sempre quisemos assistir um filme, chegamos a comprar um, mas não descobrimos como funcionava – James disse sincero, mas Lily não se segurou e riu – Aprendemos sobre eles em estudo dos trouxas, o problema é que o professor nunca nos disse como fazer para assistir.
- Bom – Lily sorriu – o cinema é a melhor forma de assistir. Podemos ir o que acha?
- Eu ia adorar – disse ele animado.
- Bem, então vamos – Lily se levantou e James a seguiu – Bem que horas são? Podemos escolher a seção...
- Cinco e trinta e dois – disse James olhando no relógio.
- Por Agripa, o tempo voou – disse Lily espantada.
- É a minha companhia – disse James convencido, Lily acabou o empurrando divertida – Ora, vamos Lily, você tem que concordar que uma companhia agradável faz o tempo passar mais rápido. Uma aula de Slughorn, por exemplo demora décadas e...
Lily havia parado e olhado para James, os olhos piscando em confusão. O rapaz tentou chamar sua atenção, mas nada.
- Lily você esta bem?
- Slughorn
- Vamos Lily, não posso estar sendo tão ruim assim – disse James chateado.
- Não, não é isso, e você não esta sendo ruim – disse ela abanando a mão – A festa do clube do Slug é hoje.
- Sim, eu sei – disse James ainda sem entender – Não me diga que você irá trocar o maravilhoso cinema pela festa dele.
- Eu tenho que ir – disse ela começando a se apressar em busca de um lugar para aparatar.
- Slughorn passará bem sem a menina de ouro dele por uma noite, Lily – disse James tentando a acalmar.
- Você não entende, o diretor de regulamentação de poções do ministério estará lá esta noite – disse Lily nervosa – Era suposto que Slughorn me indicasse a uma vaga no ministério. Esta noite.
- Ok, calma – disse James a segurando – Isso realmente é importante para você, não é? – Lily concordou nervosa – Certo, eu abro mão de você, com muito custo, e você terá que compensar meu cinema um outro dia...
- É uma promessa – respondeu ela sorrindo.
- Então, certo, vamos – James a segurou pela mão, enquanto a outra segurava a sacola com as compras, guiando-a em direção a um beco mais afastada – Desta vez eu aparato.
Lily resmungou algo inteligível, mas não o impediu de que ele a conduzisse, ela estava muito nervosa para contrariar, ainda teria que chegar ao castelo e se arrumar, estando impecável exatamente às dezenove horas. James virou o corpo assim que eles sumiram da vista dos pedestres da rua.
Eles desaparataram atrás da Dedosdemel, um chuva forte caindo diretamente neles, com um xingamento, James conduziu Lily apressadamente para uma Dedos de Mel abarrotada de gente, também desprevenidamente pegas pela chuva.
- Eu não acredito – disse Lily nervosa depois de entrar na Dedosdemel – Não acredito que esta chovendo.
- Chovendo? Esta caindo cântaros – disse James sacodindo o cabelo e molhando meia dúzia de corvinais irritados.
- Como vamos chegar em Hogwarts? – Lily disse nervosa – Eu acho que vou indo na chuva e...
- Você esta maluca? – disse James a segurando, impedindo que ela saísse – Esta congelando lá fora, você vai pegar uma pneumonia.
- Mas James...
- Venha comigo – disse ele com um sorriso no rosto – Eu sei aonde ir.
Ele a conduziu se espremendo entre os alunos chegando no balcão, os donos estavam distraídos tentando controlar a horda de alunos que ocupava o espaço. James sorriu travesso, e puxou Lily para trás do balcão entrado na porta que levava ao porão.
- James o que você esta fazendo? – disse ela tentando soltar a mão dele – Não é hora de se enfurnar em um porão, os donos vão nos enxotar daqui...
- Confie em mim, Lily – disse ele sorrindo e segurando a mão dela mais firme – tome segure isso rapidamente – ela passou as sacolas para ela, para que estivesse a mão livre para deslocar uma caixa para o lado e levantar uma parte solta do assoalho.
Lily olhou abismada para o alçapão aberto, onde antes só havia um chão.
- O que é isso? – disse ela nervosa.
- Sua passagem para a festa mais chata do planeta – disse James com um sorriso no rosto – Vai nos levar direto para Hogwarts.
- Você esta brincando? – Lily olhou surpresa enquanto descia pela passagem com James logo atrás – Quer dizer que não é só o salgueiro lutador? – ela ainda estava boquiaberta.
- Você ficaria surpresa de descobrir que existem várias passagens – disse ele sorrindo.
- Eu acho que não quero saber como vocês descobriram – ela disse desequilibrando um pouco pelo túnel que descia e sendo segura por James.
- Um pouco de acaso, muita sorte, varias tentativas e algumas detenções – ele disse explicando – Nada fora do normal.
- Posso ver – ela sorriu – Mas alguém sabe desta passagem?
- Somente Sirius, Remus e Peter, creio eu – James lhe sorriu no escuro, as mãos ainda entrelaçadas – Filch não faz nem ideia, e, sim, temos certeza disso. Não sei quanto a Dumbledore, mas acredito que ele tenha sido um modelo de comportamento na sua adolescência, então também duvido que saiba.
Lily fez uma careta ao imaginar um Dumbledore adolescente, mas teve que abandoná-la, pois havia levado um tropeção, quando o túnel começou a subir. Ela xingou de forma a dar inveja há um pirata bêbado, devido a dor em seu dedo mindinho.
- Quem diria que Lily Evans podia ter uma boca tão suja – disse James sorrindo.
- Ah, cala a boca, Potter – Lily ofegou em um gemido de dor.
- Certo, certo, não esta mais aqui quem falou – ele disse sorrindo, mas se aproximando mais de Lily para conduzi-la de uma forma mais segura – Já estamos chegando.
Lily tremeu com a proximidade dele, mordendo os lábios com medo de que ele percebesse o poder que exercia sobre ela. Mas se James percebeu ele não se pronunciou, apenas seguiu o túnel, de mãos dadas e os ombro colando um nos outros.
O túnel ficou mais estreito e James tomou a dianteira, ainda com as mãos enlaçadas, ele suspirou tendo a noção de que o encontro estava acabando, e nada saiu da maneira que ele esperava. Logicamente eles haviam quebrado algumas regras, Lily se mostrou muito mais do que alguma vez tivesse se mostrado, confessando seus medos, mas mesmo assim, ela daria tudo para que aquele túnel não terminasse tão cedo.
Mas nem sempre aquilo que desejamos pode ser realizado. O túnel terminou decepcionando tanto ele quanto ela. James abriu a passagem, olhando primeiramente para ambos os lados, não vendo ninguém eles saíram. Lily olhou para trás encontrando a bruxa de um olho só voltando ao seu lugar.
- Isso foi incrível – disse ela animada – Nunca imaginária... O que levou vocês a desconfiarem desta estátua.
- Na verdade – respondeu ele animado enquanto subia as escadas que os levaria para os salões da Grifinória – Nós devemos ter testado todas as estatuas do castelo.
- Sério? – disse Lily em um misto de incredulidade e surpresa – Como conseguiram?
- Não foi difícil – disse ele – Descobrimos muitas coisas. Algumas estátuas como aquela nos levam para fora. Outras são atalhos dentro do próprio castelo e outras são apenas estatuas. Mas de qualquer forma, elas foram melhores que as armaduras, elas tendem a ser violentas, ou as pinturas, elas podem ser bem temperamentais.
- Vocês testaram tudo neste castelo? – Lily ainda surpresa.
- Claro que sim – disse James sorrindo – Tivemos sete anos e éramos quatro, não foi difícil. Modéstia a parte, não tem ninguém que conheça mais este castelo que nós.
- Estou vendo – disse ela sorrindo.
Eles continuaram a subir os andares em um passo divertido, quebrado por gostosas gargalhadas de um dos dois, enquanto James apontava os quadros mais rabugentos e desbocados. Eles foram muito mais lentos que alguém com verdadeira pressa teria considerado um ultraje.
Eles chegaram demasiado cedo, na opinião de ambos, a sala comunal. Poucos alunos estavam de fato nela, apenas toda a turma de secundaristas jogando Snap explosivo e um punhado de primeiranistas preguiçosos em suas poltronas, ninguém ligou para o casal que passou por eles em luto pela repentina separação.
- Bem –disse James separando as sacolas – Acho que isso é seu – ele entregou as compras dela.
Lily pegou e sem coragem de encará-lo ficou brincando com as alças da sacola.
- Acho que é isso – disse James dando uma tossidinha para chamar a atenção dela – Obrigada, pelo convite, Evans, foi ótimo e...
- Achei que tínhamos concordado com o Lily – ela sussurrou o encarando, as bochechas dela ficaram vermelhas ao avistar os olhos cobiçosos dele.
- Sim, tínhamos – ele sussurrou indo em direção a ela, mas Lily desviou o olhar novamente, desencorajando James a continuar o que queria fazer – Acho que você vai chegar atrasada, Lily.
- Oh, Merlim – disse ela assustada roubando o pulso dele para olha para o relógio dele – Bosta de hipogrifo, tinha que ter esta bendita festa logo hoje.
- Acredite, Lily – disse James sério – Ninguém esta xingando mais esta festa do que eu.
Lily olhou para ele sua frustração sumindo e dando lugar a um sorriso carinhoso, ela via no semblante de James a exasperação e em toda a sua linguagem corporal que ele não queria que ela fosse embora e ela também não queria ir.
- Então venha comigo – disse ela em um sorriso esperançoso.
- O que? – ele disse piscando e tentando entende-la.
- Venha comigo na festa do clube do Slug –Lily sorriu mais ainda – Eu sei que você a acha insuportável, mas não é de todo ruim, a comida é realmente boa e não precisamos conversar com todo mundo, só a tempo de eu falar com o sr. Deoch e...
- Você esta me convidado a ir com você na festa do Slug ? –James a interrompeu ainda surpreso – Como seu acompanhante?
- Desculpe, eu imaginei que talvez você quisesse – ela disse envergonhada olhando novamente para as suas mãos – mas logico que você acharia chato, ou tem coisa melhor para fazer, foi só uma intenção...
- Eu vou – disse James sorrindo
Lily levantou os olhos assustada ainda a tempo de ver o sorrido dela. Desconfiada ela perguntou:
- Você vai?
- Vou
- Posso saber o por quê?
- Pois não se recusa um segundo encontro quando o primeiro foi excelente – disse ele simplesmente, o sorriso largo no rosto.
Lily se assustou ainda mais, ela acabara de chamar ele para um segundo encontro, minutos depois de ter terminado o primeiro. Ela não estava com este pensamento antes, mas não se sentiu incomodada, ele estava certo, não se recusa um segundo encontro quando o primeiro foi tão bom. Eles passam alguns minutos se olhando nos olhos, até que James a desperta.
- Acho melhor irmos antes que chegamos atrasados – a voz dele esta grave e ela olha para ele nervosa – Te encontro as quinze para as sete?
Lily concorda, não confiando muito na sua habilidade de falar, pois James se aproxima e lhe da um beijo na bochecha rubra dela. Ela demora ainda alguns segundos para recuperar a coordenação motora das pernas antes de ir para o seu quarto se arrumar, para aquilo que promete ser um encerramento incrível para o seu dia.
Comentários (2)
Gente socorro, não acredito, meu merlim, faz tempo que não entro aqui, as fics que eu acompanho acabaram ou não estão sendo postadas mais, e a minha ninguém comenta, por isso desisti, mas logo hoje que eu não tinha nada pra fazer e me bateu uma esperança e eu pensei 'Alguém pode ter atualizado' então eu entrei e quando eu vi que a minha Jily tinha sido atualizada eu quase cai pra trás, que capitulo maravilhoso, é serio, ta tão lindo, o jeitinho deles, queria um beijo deles nesse capitulo, queria um encontro desses, acho que é aqueles perfeitos, só faltou mesmo o cineminha, que é o encontro mais clichê que pode existir, aaaaahhhhhhhhhh adorei, amei, tô tão feliz, não te dei um Avada nesse, mas pode postar logo o próximo capitulo, já imediatamente.
2017-01-15Aah gente que amorzinho esse capítulo! Sói suspeita de falar, mas amo de paixão essa fic, quando vi q postou o capítulo reli a história toda, pra entrar bem no clima e matar a saudAde kkk fico Feliz de ter vc de volta! Até a próxima! Xoxo Dani
2016-12-30