Expecto Patronum
Lehleh Potter: Sua linda! Obrigada pelos elogios. Espero que você goste do próximo capitulo, tanto quanto os anteriores. Beijos e obrigada por acompanhar a fic!
Talisman José da Silva Moraes: Obrigada pelo elogio, James e Lily ainda vão se estranhar bastante antes de se entender, ops! Acho que estou me adiantando. Quanto a Sirius e Peter, sempre os vi como inconsequentes, eles fariam de tudo para proteger o segredo de Remus, porém eles adoram este gosto de aventura, saboreiam as piadas internas que ninguém entenderia. Já a transfiguração humanimal foi algo inventado, espero que não tenha ficado muito ruim.
Dani Evans Potter: Bem vinda!! Obrigada pelos elogios, não sei se são muito merecidos, mas eu agradeço!! Não pretendo parar de escrever, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer ultimamente. O problema é a falta de tempo. Ps: Dani Evans Potter você também ganhou meu coração! rs
Capítulo 5
Expecto Patronum
Os dias passaram mais corridos, quando perceberam a quinta-feira despontava trazendo um período de poções duplo pela manhã e a repetição das primeiras aulas de segunda a tarde.
- Amanhã temos o primeiro período inteiro de liberdade – disse Sirius animado enquanto os quatro tomavam seu café – E estudo dos Trouxas a tarde. O quão sensacional isto é?
- Vai ser bom dormir um pouco a mais – respondeu James animado.
- Mas temos quilos de deveres para fazer – disse Remus.
- Moony, meu querido, não vou passar minha manhã de folga fazendo uma redação sobre feitiços protetores – respondeu Sirius – Muito menos sobre animagia, estou farto de saber sobre o assunto.
- James... - disse Remus pedindo ajuda.
- Podemos fazer isso no sábado, Moony – disse ele distraído enquanto Sirius comemorava - Vocês viram a Evans?
Sirius fez uma careta. Mas Remus e Peter responderam "não".
Estava cada vez mais difícil conversar com Lily desacompanhada. Ele vinha pensando no que o pai havia dito, que ele deveria mudar por Lily, mas ele não sabia por onde começar. Poxa, ele mal estava conseguindo fazer um Patrono, será que ele realmente não tinha nada de bom dentro dele? Não era a toa que LIly o odiava.
- Vamos indo? Tenho que praticar minha transfiguração - disse Remus – nunca imaginei que faltar em uma aula me faria tanta falta...
Junto os quatro caminharam pelo castelo até chegar na sala de aula onde encontraram Lily Evans parada esperando.
- Bom dia, Lils – disse Remus animado.
- Bom dia, Remus. Meninos... - ela sorriu cansada.
- Aconteceu algo, Evans? - perguntou James preocupado – Você perdeu o café.
Lily lhe sorriu carinhosa antes de responder.
- Confusão no corredor do terceiro andar. Um espertinho estava mexendo com uma caloura nascida-trouxa. O colega dela veio me avisar – disse Lily triste – Tive que convencê-la a não pedir ao diretor mandá-la de volta para casa.
- Aposto que foi um sonserino – disse Sirius – covardes...
- Foi um Grifinório - respondeu Lily desanimada – Professora McGonagall já está com ele, por isso não chegou ainda.
- Mas, mas, isso é um absurdo. Um Grifinório não seria capaz disso. Você tem certeza Evans? - perguntou Sirius.
- Absoluta, Black. Não vejo tão impossível, conheci quatro Grifinórios que poderiam ser bem piores quando queriam – Lily levantou uma das sobrancelhas.
James fez uma careta de vergonha, Remus olhou para os seus pés, Peter preferiu olhar para a parede, mas Sirius a encarou bravo.
- Se estava falando da gente, Evans, saiba que nunca tratamos ninguém mal por causa do sangue...
- Sim, mas fizeram pior Black, trataram as pessoas da mesma forma por outros tipos de preconceito. Para vocês todos que não fossem bonitos, populares e inteligentes eram pessoas inferiores e dignas de serem usadas como chacota. - ela respondeu triste.
- Evans, você... - Sirius discutiu exaltado.
- Sirius, por favor, não quero discutir – respondeu ela suspirando - Você mesmo disse que eu não tenho nada a ver com isso, não sei nem porque eu disse isso, apenas esqueça.
Dito isso ela entrou para a sala, deixando os quatro atordoados para trás.
- Ela me tira dos nervos – disse Sirius irritado.
- Isso acontece porque ela está certa e você sabe disso – respondeu Remus resignado.
- Você está me comparando com um adorador de sangue? – disse Sirius bravo – Logo você, Moony?
- Eu não estou dizendo isso, Sirius...
James deixou os dois discutindo a encargo de Peter enquanto ocupou seu lugar ao lado de Lily. Ela estava deitada sobre seus livros, provavelmente aproveitando os poucos minutos antes da aula. James abriu sua mochila, procurando por algo nela. Menos de uma semana de aula e aquilo já estava uma bagunça. Ele finalmente achou o que vinha procurando e colocou em cima da mesa de Lily.
- Não é o café da manhã mais nutritivo do mundo, mas ajuda a tapear a fome – disse James sério.
Lily pegou o sapo de chocolate que ele estava lhe entregando e olhou espantada para ele. Ela tinha certeza que ele nunca olharia na cara dela depois do que havia dito. Lily estava nervosa, ver um colega da Grifinória, tão novo, já tratando as pessoas com diferença, a fez lembrar de como James costumava ser, e toda a sua revolta esquecida veio à tona novamente.
- Você não deveria sentar com os meninos? - ela lhe olhou ainda sem acreditar que ele estava ali - Vocês não estão mais em um número ímpar, pelo que pude notar.
- Eles podem passar sem mim – respondeu simplesmente sem olhar para ela – E eu te prometi que poderia me transformar em sapo, não quero tomar isso de você.
- Potter... - Lily começou a dizer, mas foi interrompida por James.
- Lils, escute, eu preciso...– disse James olhando a primeira vez para ela. Lily percebeu que não gostava de vê-lo assim, triste, ela percebeu o quando o sorriso dele o conferia uma beleza sem igual
- Não diga nada, James – ela sorriu para ele e pegou o sapo de chocolate, ela não queria ouvir desculpas ou promessas – Obrigada pelo chocolate.
James sorriu de volta e se virou com a entrada da professora Minerva. Ela recolheu as redações e pediu para que continuassem a pratica. Somente depois de olhar severo e ameaçador Minerva permitiu que Sirius, Peter e Remus ficasse juntos. James continuou com Lily.
- Vamos, Evans, não é tão difícil. Faça o arco do braço um pouco mais largo e mantenha o punho firme, você não quer que eu vire uma geleia, quer?
- Peter não fez do jeito que você está falando. – ela disse nervosa por errar o movimento o que parecia ser a décima vez.
- Esqueça Peter – ele disse sério - Considere a aula passada como sorte de principiante. - James apontou para os amigos que estavam um pouco mais distantes. Sirius e Remus pareciam discutir. Enquanto Peter fazia um movimento muito parecido com o qual James estava a mostrando.
- Pelo amor de Merlim, Wormtail, você já fez coisas mais difíceis – Sirius parou de discutir com um furioso Remus e encarou Peter. Com um movimento bastante elegante e natural ele transformou Peter em um gato gordo e cinzento e depois com outro movimento elegante o transformou em Peter novamente.
- Excelente sr. Black – disse a professora Minerva – Cinco pontos para a Grinfinória.
- Você deveria deixar ele tentar – disse Remus para Sirius nervoso – Em vez de se exibir por aí
- Remus o que foi agora? Sou um maldito Comensal da Morte por não deixar meu amigo fazer papel de bobo na frente de todo mundo? Por que para você eu sou a pior pessoa do mundo? Por que não me joga logo em Azkaban?
- Sirius, pare de colocar palavras na minha boca – respondeu Remus nervoso – Quando você vai entender que tem, sim, atitudes arrogantes?
- Não sou meus pais, Lupin. Achei que soubesse. - Sirius disse quase desesperado. Ele pegou suas coisas e saiu pela porta ignorando o grito indignado de Minerva.
- Ei, Padfoot – disse Remus indo atrás dele. Mas sem sucesso, havia perdido aonde Sirius foi, quando ele verificou a porta Sirius já tinha virado por um dos corredores. E como ele estava com o mapa seria impossível achá-lo.
Remus voltou bufando e mais irritado e olhou culpado para James , que fez um sinal negativo com a cabeça. Peter ainda tentava fazer o movimento correto para transformar alguma pessoa em animal.
- Sinceramente, Wormtail, você realmente já fez coisa mais difíceis - disse Remus frustrado para o amigo enquanto pegava seu livro para ler a teoria.
Lily que estava assistindo a discussão, assim como toda a sala voltou seus olhos para James que, por sua vez, olhava preocupado para a porta.
- Ele vai ficar bem? - perguntou ela preocupada.
- Espero que sim – suspirou James se voltando para ela. Lily pode ver novamente o olhar de tristeza nele que a tanto incomodou mais cedo – Padfoot é... delicado, para estes assuntos. Ele não é má pessoa, o problema é que ele se esforça tanto para não ser como a família dele que ele peca também pelo excesso.
- Você deveria ir falar com ele – disse Lily mordendo o lábio.
- Eu vou – disse James e depois sorrindo para ela – Depois que você me transformar em um lindo sapo.
- Sapos não são bonitos, Potter – disse Lily sorrindo.
- Há sempre a exceção a regra – respondeu ele piscando um dos olhos – Olhe Sirius, por exemplo.
- Um bom Black – disse Lily assentindo.
- Agora vamos, Evans – disse James abrindo os braços - Duas voltas para a esquerda, movimentos largos e pulso firme. Pense em mim como um belo sapo. Tente evitar as verrugas, sim?
Lily gargalhou. Mas depois se concentrou em James ganhando uma pele verde e viscosa. Ela fez os movimentos como ele havia dito e pensou com todas as forças no encantamento. Quando ela reparou viu, onde antes estava James, um sapo verde a olhando curiosamente, a boca levemente curvada, LIly quase poderia jurar que ele estava rindo.
- Excelente, srta. Evans – disse a professora – Uma bela primeira tentativa.
Lily sorriu orgulhosa e depois olhou para o sapo que coaxou para ela e um pequeno pânico a instaurou. James só havia a ensinado o feitiço de transfiguração, e não o contrafeitiço. Como ela transformaria James de volta a um humano agora?
Lendo a sua preocupação e pânico momentâneo Remus chegou perto dela enquanto um Peter coelho, transformado por Remus, saltitava pela sala arrancando suspiros animados das meninas.
- Você sempre pode beijá-lo, quem sabe não o transforma de volta – riu Remus, enquanto Lily erubescia – E se não der certo tenho certeza que pelo menos ele ficaria feliz.
Lily olhou para ele assustada.
- Como você conhece esta história? - disse ela sabendo que o conto do príncipe sapo, onde uma princesa precisava beijar um príncipe transformado em sapo para ele se transformar em humano novamente, era um conto completamente trouxa e que, provavelmente, quase ninguém de Hogwarts conheceria.
- Mãe trouxa – respondeu Remus sorrindo – Eu estou brincando. Você consegue fazer o contrafeitiço, é feito da mesma forma que o feitiço em si, só que ao contrário.
Lily assentiu se preparando para transformar o sapo de volta em James, mas foi interrompida por Remus.
- Lils – disse ele nervoso – Posso pedir um favor? - ele esperou ela assentir e continuou hesitante - Será que você poderia falar com Sirius? Acho que fui longe demais.
Lily piscou intrigada.
- Sirius me odeia – disse ela – Que bem eu faria?
- Sirius a respeita. Ele só tem ciúmes da sua influência em James. Ele não gosta que você joga as verdades na cara dele. Mas ele não é uma pessoa ruim, só não tem consciência de alguns limites.
- Você é a segunda pessoa que me diz isso hoje – disse ela - Ok. Vou falar com ele, mas não prometo muito.
- Obrigada, Lils, você também é melhor do que pensa – disse ele sorrindo - Não deixe que digam o contrário.
Lily concordou e se voltou para James. A transfiguração foi mais fácil que ela imaginava, talvez pelas palavras de Remus, ou saber que conseguia ou por ser mais fácil enxergar um James naquele sapo sorridente do que um sapo no belo rapaz.
Belo? Desde quando ela pensava nele como belo? Está certo que quando ele sorria o rosto dele se iluminava e os olhos adquiriam um brilho peculiar, mas belo? James não tinha o charme presunçoso de Sirius, com certeza o amigo era mais bonito, mas havia algo em James, que o deixava peculiarmente mais intrigante que Sirius. O moreno de olhos claros tinha uma beleza aristocrática quase arrogante. Enquanto James parecia traduzir o espirito da aventura, os cabelos bagunçados, os óculos ligeiramente tortos, um sorriso sempre presente no canto da sua boca. James era displicente, alegre e sempre despreocupado, como se o mundo se dobrasse para ele passar, como se nada o pudesse atingir, com a certeza que ele poderia fazer o que quisesse, como quisesse, e estaria tudo certo. Quase o contrário de Lily. Ela, por sua vez, era preocupada com suas ações, em sempre fazer o correto, não em ser perfeita, longe disso, mas em sempre ser certa naquilo que importava, justa com as pessoas, tentando se provar sempre, mostrar que era capaz.
Lily tirou estes pensamentos da sua mente e se concentrou em não fazer nenhuma bobagem e transformar James de volta. E assim que completou o movimento reverso, um maroto de olhos castanhos apareceu na sua frente sorrindo.
- Ótimo, Lily – disse ele encantado se aproximando dela e depois em um sussurro – Mas eu preferia o beijo. Seja lá o que isso significa.
- V... você ouviu? - Ela gaguejou ficando vermelha.
- Claro que sim – ele sorriu - Você não se lembra de ter voado, quando lhe transformei em um pássaro? Só não controlamos nossas ações, mas temos consciência do que acontece.
- Você parece ter bastante experiência nisso – disse encostando na carteira ao lado dele.
- Digamos que tenha se tornado uma das brincadeiras favoritas de Sirius há um tempo atrás - respondeu ele sorrindo – Ele gostava de nos transformar em animais diferentes.
- Algum tempo atrás? - disse ela impressionada o encarando - Há quanto tempo vocês conseguem fazer este tipo de transfiguração?
James a encarou misterioso se sorriso diminuindo.
- Não muito tempo – ele respondeu apreensivo – Mas você está fugindo do assunto. Por que me beijar me transformaria de volta?
Lily olhou para ele como se dissesse: "você que está fugindo do assunto", mas resolveu falar:
- É um conto trouxa – ela olhou para James como se só aquilo explicasse, mas ele continuou a olhando como uma criança compenetrada e curiosa, ele bufou e continuou – Nada de mais, uma história de crianças. Uma bruxa má transformou um príncipe em um sapo, e único jeito dele ser transformado novamente em humano era se fosse beijado por uma princesa.
- Mas porque a bruxa transformou o príncipe em sapo? - perguntou James confuso.
- Não sei. Acho que porque ela era má - respondeu Lily coçando a cabeça.
- Mas aí ela não colocaria um contrafeitiço - disse James – Por que ele voltaria ao normal com um beijo?
- A bruxa queria que ele sentisse na pele o que era ser desprezado pela aparência, eu acho – disse Lily olhando para ele – Que princesa beijaria um sapo gosmento? Quais eram as chances do príncipe?
James pareceu avaliar não deixando de encarar os olhos de Lily. Ela sustentou o olhar até que por fim, James desviou seus olhos e se levantou sem mais olhar para ela.
- Você beijaria - não havia sido uma pergunta, Lily percebeu – Bem, eu tenho quer ver Sirius. Ao contrário de Remus, acho que não faria bem você falar com ele agora, ele deve estar sentindo pressionado, mas concordo com Remus, ele te respeita e seria bom qualquer dia vocês conversarem, mas me avise antes para que eu possa esconder a varinha dos dois!
James deu uma piscadela, levantou-se e apanhou sua mochila.
- Mais uma vez parabéns, Evans, foi uma transformação incrível.
James saiu sem olhar para ela novamente, carregando sua mochila. Lily olhou no relógio e percebeu que teriam ainda quinze minutos de aula. A esta altura a sala já estava estrondosa com quase metade dos alunos transformados em algum bicho. Minerva gritava com um Sonserino que transformara o colega em um elefante, ocupando boa tarde da sala de aula e quase esmagando um lufano. Remus ria de um Peter encabulado enquanto tentava mirar a varinha em um papagaio que voava pela sala.
- Muito bom, Peter – ria Remus – Mas da próxima acho melhor você ter um pouco mais de mira. A Goyle estava a mais de um metro da onde eu estava.
- Cala a boca, Remus, e me ajuda. – disse Peter nervoso enquanto tentava lança um petrificulus totalus na ave que tentava bicá-lo.
Lily suspirou sozinha em sua mesa, enquanto puxava o livro de DCAT na tentativa de estudar, agora que não tinha mais sua companhia.
...
- Sabia que você estaria aqui – disse James se sentando no telhado da torre da Grifinória e olhando o céu nublado, ao lado de Sirius que fumava um cigarro pensativo.
- Remus te mandou aqui? - disse Sirius sem olhar para o amigo, soltando a fumaça do meio cigarro que estava fumando – Diga a ele que pode ficar seguro, eu consigo guardar meus instintos assassinos longe dos nascidos trouxas desta escola.
- Não sou uma maldita coruja – disse James calmo – Se quiser dar este recado, dê direto a ele. Ele não pediu que eu te procurasse.
- Vá ficar com sua ruivinha, James , não perca seu tempo comigo – Sirius resmungou.
- Ela que disse que eu deveria te procurar – disse James sonhadoramente - Você sabe que Remus não disse por mal. Não sabe?
Sirius suspirou.
- E se eu realmente for como eles? - perguntou Sirius.
- Como os Blacks? Como você poderia ser um deles, se você é um Potter? - disse James olhando para o amigo.
- Você sabe que eu não sou, não sabe? - Sirius sorriu de canto - Eu adoro seus pais e sua casa foi mais meu lar do que a casa dos meus pais nunca foi. Mas isso infelizmente não me torna um Potter.
- Aí que você se engana, Padfoot – disse James sorrindo - Nós não nos tornamos aquilo que nascemos para ser, nos tornamos aquilo que queremos ser...
- Filosofia de bar – resmungou Sirius.
- Pode até ser, mas é a pura verdade. Meu avô, por exemplo, nasceu para ser um belíssimo espécime dos Sagrados 28, e ai ele resolveu se emendar nos direitos dos trouxas. "Condenando" toda a família. – James sorriu como se aquela história o divertisse extremamente – E você, que nasceu para ser o primogênito do Black, aquele que daria a continuidade as tradições. Mas se tornou, como é mesmo que sua mãe costumava dizer?
- Escória Grifinória? - sorriu Sirius – Bastardo ingrato? São tantos apelidos carinhosos...
- Ou seja, você se tornou um Potter – disse James contente.
Sirius olhou agradecido ao amigo, enquanto jogava a bituca do cigarro longe.
- Vamos – James levantou se equilibrando nas velhas telhas que cobriam a torre e estendendo a mão para Sirius – Temos aulas de Defesa em cinco minutos.
Sirius fez uma careta e ignorou a mão estendida. Assumindo um ar casado ele tirou o maço do bolso sem olhar para James.
- Acho que vou ficar para mais um cigarro.
James abandonou o sorriso e olhou para o amigo verdadeiramente preocupado.
- Sirius, o que você tem? - James arrancou o cigarro da boca do amigo antes que ele o acendesse.
- Você pode devolver meu cigarro? - disse Sirius sem encarar James.
- Não - James respondeu bravo.
- Não aconteceu nada, ok? Só não quero ir para esta aula estupida de DCAT, e me humilhar na frente de todo mundo por não fazer aquela porcaria de patrono.
James olhou o amigo nervoso tremendo ao tentar acender outro cigarro, longe dele, para que não o roubasse novamente. James suspirou e sentou-se novamente ao lado de Sirius, passou a mão nos cabelos, os bagunçando mais, e pôs o primeiro cigarro, aquele que havia tirado do amigo, na sua própria boca. Deu uma cotovelada em Sirius indicando para que ele o acendesse.
Depois de dar o primeiro trago, soltando a fumaça em um suspiro cansado ele virou para Sirius.
- Quase ninguém conseguiu um Patrono – o que era verdade somente, Remus com seu patrono corpóreo, dois Corvinais com apenas um leve escudo prateado e Lily com uma tênue fumaça, exibida ontem à noite na sala comunal enquanto eles praticavam. James continuou frustrado depois de tragar novamente o cigarro – Eu, por exemplo, não consegui nada, milhões de lembranças felizes e nada.
Sirius riu sem alegria.
- Geralmente somos os primeiros em qualquer coisa, James. O que aconteceu conosco?
James deu de ombro e o silêncio reinou novamente.
Nenhum sonserino conseguiu o Patrono, percebeu? - disse Sirius soltando a fumaça pelo nariz – Nem mesmo o Snivellus, tão sabidinho em artes das trevas.
- Isso porque comensais da morte não conseguem fazer um patron... - James parou e olhou assustado para o amigo. Sirius o olhava triste, quase desesperado. Então era isso, Sirius estava com medo de não conseguir um Patrono por ser de uma família sangue-purista - Você não é Regulus, Sirius.
- E se eu for? - respondeu ele em uma raro momento de insegurança - E se eu não estiver conseguindo fazer a porcaria deste patrono por conta disso? - Sirius amaçou o restante do cigarro que havia lhe sobrado.
- Bom, então teremos que ter patronos fortes o suficiente para te proteger também - disse James tragando mais uma vez e apagando o que restara do cigarro.
- Mas...
- Sirius, por Merlim, você é o último homem que eu, se quer, imaginaria virar um Comensal da Morte. Chega a ser engraçado.
- Mas...
- Você quer matar os nascidos trouxas deste colégio?
- Bem, alguns, mas não só eles...
- Você gostaria de ter uma tatuagem idiota no antebraço?
- Uma tatuagem seria legal, mas acho que prefiro outra cois...
- Chamar um idiota de mestre?
- Isso, jamais...
- Precisamos proteger a Evans de você?
- Eu que preciso ser protegido dela...
- Viu, você não consegue nem levar isso a sério. - James ria – quem dirá ser um Comensal.
- E o meu patrono? E seu eu nuca tiver sido... você sabe... feliz? - disse Sirius com seu último fio de insegurança.
- Então você é o melhor ator que eu conheço - respondeu James se levantando e estendendo a mão para Sirius – Vamos, Pads, mostrar a eles que ainda somos os melhores.
Sirius aceitou a mão e a apertou antes de usa-la como apoio para se levantar. Ele encarou James, para avaliar se o amigo demonstrava medo ou pena. Mas James sorria, como sempre.
- Ei, Prongs – disse Sirius - Será que você pode não...
- Ninguém vai saber, Padfoot. – James respondeu batendo no ombro do amigo em apoio.
Eles entraram juntos pela janela no fim dos dormitórios e passaram pela sala comunal, espantando meia dúzia de sextanistas em seus horários vagos.
...
Lily entrou na aula ao lado de Marlene, que vinha lhe contando que treinara a manhã inteira, com bolinhas de tênis enfeitiçadas para ataca-la, enquanto ela tentava rebater. Isso provavelmente explicaria um grande calombo roxo na sua testa e o brilho assassino que ela tinha nos olhos. Lily deixou de prestar atenção a amiga, na vez que ela contava sobre a sua terceira rebatida, lhe informando que estava com problema na movimentação do pulso, para olhar envolta da sala. Nem James nem Sirius estavam lá.
As cadeiras haviam sido postas de lado, como na aula anterior. Lily tremia um pouco, mesmo tendo algum progresso enquanto estivera treinando o feitiço na noite anterior. Novamente ela varreu os olhos pela sala, Remus e Peter cochichavam e olhavam para a porta da sala. Remus parecia querer sair, mas Peter o impedira. Lily foi desligada desta observação pela chegada do professor.
- Redações - disse o professor batendo com a varinha na mesa e fazendo que alguns pergaminhos voassem das mesas, mochilas ou mãos dos alunos, diretamente para a mesa do professor – Espero que tenham entendido a teoria. Hoje será a última aula que veremos o Patrono, quem não conseguir, recomendo que continue tentando sozinho ou desista, eu avisei que parte dos alunos nunca conseguiria realizar mesmo.
Lily tremeu um pouco olhando para o resto da turma. Todos estavam apreensivos, Emmeline estava quase à beira de um colapso, sendo amparada por Dorcas.
- Sr. Potter, Sr. Black, fico feliz que vocês se juntaram a nós - disse o professor irônico.
Lily levou um susto e olhou para o lado e viu James sorrir e lhe dar uma piscadela. Sirius, estava ao seu lado, parecendo estar com mesmo ar arrogante de sempre.
- Ficamos felizes de abrilhantar a aula, professor – respondeu James.
O professor o olhou com uma sobrancelha erguida.
- É bom mesmo que abrilhante, Sr. Potter. Mas que eu me lembro até agora não vi nada "brilhante" sair da sua varinha ou a do Sr. Black.
- Ah, caro professor, nos falta apenas um incentivo. - sorriu James.
- Eu entendo que os senhores não estão esperando o incentivo de mim. – respondeu o professor olhando incisivamente para eles.
- Jamais, amável mestre, acho que a Srta. Evans aqui esteja mais capacitada ao assunto.
O Professor bufou, provavelmente tentando esconder o riso. Lily ficou vermelha enquanto toda a turma que acompanhava a discussão olhou para ela.
- Olhando pelo lado que a Srta. Evans também não mostrou nada muito brilhante saindo da sua varinha, não sei se há muita capacidade de incentiva-lo.
- Será um incentivo mutuo, professor – James piscou e a abraçou pelos ombros. Lily sem capacidade de reagir devido a vergonha, bufou espalhando pelo ar alguns fios de seu cabelo e arrancando um risinho de James.
- O que vocês estão esperando? - disse o professor e depois se virando para o resto da turma gritou – Comecem! Quero ver patronos povoando esta sala de aula.
Lily se desligou de James com um tapa e olhou para ele brava.
- Quem te deu o direito, Potter?
- Você sabe que é verdade, Lily. - James sorriu – Diga sim, saia comigo, tenho certeza que terei o melhor Patrono desta sala.
Lily enrubesceu pela, que parecia, a décima vez naquele dia.
- Contente-se com suas memórias felizes anteriores, Potter – ela disse se afastando e indo na direção de onde estavam as outras meninas.
- Isso não foi um não, Evans – ele disse, mas Lily ignorou se voltando para suas amigas, totalmente consciente de que não fora um não.
Marlene estava com os olhos fechados e sussurrava algo como "volte aqui pirralho", mas mantinha um sorriso nos lábios, lembrando provavelmente de sua família. Lily já tentava esta área, mas lembrar de que seu pai estava falecido e que sua irmã a odiava, não ajudava muito.
Ela olhou para o resto da turma. James que sorria ao lado de Sirius dizendo coisas divertidas, pois o outro gargalhava animado. Remus olhava apreensivo para os dois, mas sussurrava instruções para Peter, que possuía um olhar concentrado.
- Então ele quer que você seja o pensamento feliz dele? – disse Mary sorrindo
- Ele só estava brincando – disse Lily olhando para o rapaz que agora gargalhava – Como sempre...
- Não ele não estava, Lils – disse Mary séria - Ele não desgrudou de você desde que voltamos para escola.
- Só faz uma semana, Mary.
- Uma semana que ele não azarou ninguém, não bancou o babaca e não pediu para sair
- Tirando hoje... - Lily franziu os olhos.
- Sim, tirando hoje. Mas confesse Lily que não ficou balançada - disse Mary rindo - Você nem conseguiu dar uma de suas tiradas ferinas.
Lily riu e novamente não respondeu, Mary gargalhou mais uma vez. Lily pensou em James, em como ele estava mudando. Como parecia ama-la e respeita-la. Ele até havia dito que a amava? Ou não?
- Por que não tenta, Srta. Evans? Ou Potter não lhe deu incentivo suficiente – O professor a tirou do devaneio.
Lily levantou a varinha e deu uma última olhada para James, que parara de rir com Sirius e olhava para ela com um sorriso carinhoso. Ela leu os lábios dele, que diziam um claro: "Você consegue" e não pensou em mais nada.
- Expecto Patronum – disse Lily convicta, com o ultimo sorriso de James em mente.
Uma corça prateada saiu de sua varinha, ela brilhava levemente e tinha um olhar vivo e doce. Lily vislumbrou assustada consigo mesma. A corça passeou, galopando silenciosamente pela sala, todos olhavam encantados para o patrono dela. James estava com a boca ligeiramente aberta como se não acreditasse no que estava vendo. Até mesmo Sirius, Remus e Peter se juntaram a ele admirando a corça. Lily desviou os olhos e viu Severus olhar cobiçoso para seu patrono.
- Muito bem, srta. Evans. Muito bem mesmo – disse o professor se movendo para o próximo aluno.
...
- O patrono dela é uma corça? - Perguntou James ainda olhando para a corça prateada com o olhar assustado - Isso tem que significar alguma coisa!
- Significa, significa que o Patrono é uma bendita corça e só. - disse Sirius rindo da cara de bobo do amigo - Não viaja, James.
James deu a língua e Sirius riu da infantilidade dele.
- Por que não tenta, Padfoot? - disse James sorrindo.
- Por que você também não tenta?
- Logo depois de você.
- Hei, Sirius – disse Remus para o amigo – Tente. Você consegue, com certeza.
Sirius olhou para o amigo avaliando, mas raramente Remus estava tão confiante como agora.
- Qual foi mesmo a sua melhor memória, Moony?
- Uma certa lua cheia em 1975 – sorriu Remus arrancando o sorriso de Sirius e James – E os melhores amigos que eu poderia arranjar.
- Acho que posso trabalhar com isso. Prongs? – disse Sirius.
- Com certeza eu posso. Wormtail? - James sorriu arregaçando as mangas.
- Se Moony pode, porque não? - disse Peter.
- Vai nos acompanhar, Moony? - disse James ao lado de Sirius.
- Sempre – riu Remus se pondo aposto.
Em sintonia e de uma só vez os quatro disseram juntos:
- EXPECTO PATRONUM.
O já conhecido lobo de Remus se irrompeu calmamente da varinha de seu dono, observando toda a turma com seus olhos tristes. Um cachorro gigantesco, por sua vez andou altivo pela sala, e pareceu tentar fazer com que o lobo deixasse sua sisudez de lado e brincasse com ele. Por último, um cervo alto, com suas galhadas imponentes, saiu da varinha de James, cavalgando pela sala, mostrando toda a sua beleza, quase se exibindo.
A sala inteira parou com seus gritos de "expecto patronum" para observar os três patronos exibidos que andavam pela sala. Todos cochichavam qual patrono era de cada um, pois ninguém estava olhando para o quarteto quando eles lançaram os feitiços.
Mas Lily tinha a certeza que o cervo era de James. Talvez por se parecer demais com ele, talvez pelo patrono dela ser uma corça, mas, principalmente, porque não poderia ser de mais ninguém.
- Eu realmente odeio quando isso acontece – disse Peter frustrado por não ter conseguido um patrono. Para bem da verdade, as lembranças de Peter daquela noite eram somente de inveja de Remus, por ter amigos que fariam algo tão perigoso por ele, e soberba, por ter conseguido fazer algo que quase ninguém havia conseguido antes, facilmente confundido com alegria, mas diferente o suficiente para não fazer algo tão poderoso quanto um Patrono.
- Você vai conseguir, só precisa de confiança - disse Remus consolador
- Então é assim que Prongs se parece? – disse James virando a cabeça um pouco e avaliando seu cervo/patrono.
- Geralmente ele parece mais idiota – disse Sirius rindo levemente, e depois cotovelando o amigo – Nada mal.
- Nada mal, meu caro Padfoot.
- Muito bem vocês três - disse o professor dando um meio sorriso – Agora se puderem manter o silêncio.
...
Lily viu Marlene gerar um falcão de patrono. Ele sobrevoou toda a sala olhando para o restante dos alunos como se todos fossem seres insignificantes.
- Não conte a Adam – disse ela a Lily em tom de ameaça. Isso porque Lily ouvira ela murmurar o nome dos irmãos antes de fazer o patrono.
Dorcas havia conseguido um cisne encantador enquanto Emmeline tinha uma ovelha. Mary não havia feito muito progresso, mas parecia não se importar, disse a Lily que não pretendia encontrar com Dementadores por ai.
A sala ficou coalhada de animais prateados. Via-se um tigre, um golfinho e um macaco junto aos alunos da lufa-lufa, um pavão, um coelho, um búfalo e um furão junto aos corvinais. Nenhum sonserino conseguiu alguma coisa, alguns deles nem chegaram a tentar. James, Sirius e Remus, açulavam seus patronos a realizar uma corrida pela sala, enquanto gargalhavam. Peter havia desistido e observava os amigos ora a torcer para um, ora para outro.
James a pegou olhando para eles e sorriu antes de se aproximar.
- Então seu patrono é uma corça? - ele sorriu abertamente parando na frente dela, os olhos brilhando por trás dos óculos.
- Então seu patrono é um cervo? – ela o encarou o desafiando a tirar conclusões inapropriadas daquilo.
- Parece que sim – James respondeu ainda mais sorridente - Coincidência, não?
- O que você quer dizer, Potter? – disse ela divertida – Você ficou com inveja do meu belíssimo Patrono e me copiou.
- Jamais, querida Lily, eu sempre soube que o meu Patrono seria um cervo – disse James.
- E posso saber como você tinha tanta certeza disso?
Remus tossiu em um canto próximo, James e Lily olharam para ele, que fazia uma cara de bravo, enquanto Sirius gargalhava sem prestar atenção ao que o seu patrono cão mordia a orelha do lobo de Remus.
- Bem, os cervos são os reis da floresta, não são? O que mais eu seria? - disse James sorrindo de canto.
Lily levantou uma sobrancelha o encarando descrente.
- Estamos ligados, Lily – disse James levando as mãos para os cabelos, mas interrompeu no meio e deixou pender a sua mão - Nossos patronos só provam isso.
- Não tem nada a ver, Potter, patronos podem coincidir sem qualquer tipo de ligação – disse ela sem muita segurança.
- Bem podemos confirmar –ele respondeu sorrindo travesso – Ei, professor.
O professor o encarou. Se fosse outro aluno teria se encolhido depois deste olhar raivoso, mas James sorriu ainda mais.
- Diga! - disse o professor.
- As formas dos patronos podem significar alguma coisa? - disse James e todos pararam para escutar – Patronos parecidos ou repetidos significam algo?
O professor pareceu ponderar se a pergunta era válida e deve ter concluído que sim, pois respondeu calmo com um ar de mestre, como nunca tinha adotado antes.
- As formas dos patronos ainda são um mistério, o que faz um patrono assumir esta ou aquela forma ainda é desconhecido até pelos bruxos mais estudiosos. Alguns acreditam que eles reflitam as personalidades, outros dizem que são as personificações da alma. O que de fato é observável é que há sim uma ligação de formas de patronos entre as pessoas.
- Conheço uma família em que todos os membros assumiram a mesma forma de patrono por décadas. Eles eram extremamente unidos, os filhos tinham sempre adoração pelos seus pais e vice e versa. Da mesma forma que os patronos podem mudar durante a vida, depois que uma mãe tem um filho, ou quando um casal se apaixona, eles podem passar a ter a mesma forma de patrono. Então eu diria que sim, quando há uma coincidência ou combinação de patronos entre duas pessoas conhecidas, provavelmente existe uma afinidade empática entre elas.
James encarou Lily como se tivesse provando um ponto e Lily mordeu o lábio nervosa e irritada consigo mesma. Por que pensara em James como sua lembrança feliz, provavelmente se tivesse pensando em outra coisa o patrono sairia diferente. Ela olhou para a sua corça parada, uma pena tinha gostado tanto desta forma, mas era a forma de James e não a dela. Ou será que ele havia pensado nela como sua lembrança feliz?
- Nem pense, Potter! - Lily disse encarando o rosto travesso do menino - Não diga nada!
- Não negue, Lily. Temos provas incontestáveis a respeito, você me ama! - James sorria como nunca.
- Não surte, Potter. Isso só prova a seu interesse platônico por mim. Foi o seu patrono que assumiu a forma do meu e não o contrário.
- Ah, Lily isso até poderia ter acontecido se eu não tivesse certeza da forma do meu patrono.
- Potter, como você poderia ter certeza? Isso não prova nada – ela estava começando a se irritar.
- Ora, eu... - mas James mordeu a língua, não podia dizer que era um animago clandestino e que o Patrono que ela tanto exibia era justamente a forma fêmea do animal que se tornava há dois anos. - Você não me engana, Evans...
- Potter, não sou eu que estou te enganando. Ou criando ilusões na minha mente. – disse ela de leve e saiu de perto dele.
- Ela está mentindo – disse James depois que Sirius, Remus e Peter se aproximaram - Não pode ser coincidência ser uma corça.
- Talvez – respondeu Remus - É bastante peculiar mesmo. Só se controle, Prongs, você quase disse o que você é.
- Fique calmo, Moony – respondeu – Seu segredo está a salvo comigo.
- Nosso segredo – Remus disse com olhando para ele incisivamente.
- Ela não parece estar muito contente com o seu Patrono, James – disse Peter olhando para a menina que fazia alguma careta para Marlene.
- É porque ela sabe que foi influenciada por mim – disse James desesperado - Será que ela não pode enxergar?
- Não ela não pode, e você não pode provar – disse Remus entre a seriedade e o riso – Mas olhe pelo lado positivo, James, nós sabemos...
- Não dê esperança a ele, Moony – disse Sirius bravo – Evans não quer nada com ele, já tivemos três anos de sofrimento para provar isso.
- Eu acho que James tem chance, – disse Peter – ela nem gritou com ele ainda. Nunca tivemos uma semana tão tranquila.
- Obrigado, Wormtail – James concordou enfático.
- Mas também não fizemos nada esta semana a não ser estudar, praticar e estudar – disse Sirius bravo.
- Tivemos a lua cheia – Remus sorriu – Eu agradeceria um pouco de descanso.
- Você está ficando velho, Moony – disse Sirius se apoiando no amigo, e vendo que Remus iria o contrariar continuou – E não venha me dizer que o fato de ser um Lobisomem é determinante neste desanimo. Conhecemos seu problema peludo desde sempre...
- Isso, grite mais alto, Sirius. Quem sabe a torre da Corvinal não ouviu o que você disse – resmungou Remus.
Sirius deu de ombros rindo e muito mais leve.
....
Lily se espreguiçou cansada, o nível de trabalho graças aos NIEMs vinham acabando com ela, com apenas uma semana ela já sentia que precisava dormir eras para repor o sono perdido, estava agradecendo mentalmente de ter aquela manhã livre.
Ela estava esperando Marlene e Mary terminarem de ser arrumar para descer a tempo de não perder o café, conseguira fazer as duas levantarem cedo com a promessa de voltarem a sala comunal depois.
As três desceram ainda sonolentas e encontraram a sala comunal parcialmente vazia, com a maioria dos alunos já saindo para o café da manhã. Exceto um jovem com os cabelos da nuca bastante arrepiados colando algo no mural de recados, enquanto enfeitiçava com a varinha, para que as letras piscassem em dourado e vermelho, provavelmente para chamar a atenção.
- Potter – disse Mary sorrindo e indo em direção ao rapaz apesar de Lily estar indo para o lado contrário. - O que temos ai?
- Oi, Mary, bom dia! Lene, Lily! - disse ele sorrindo e bagunçando os cabelos - São apenas os anúncios dos testes de quadribol amanhã.
- Como assim amanhã - disse Marlene meio histérica se aproximando do quadro de recados levando uma Lily mal-humorada junto – Eu nem tive tempo de treinar...
- Então vai se inscrever mesmo, McKinnon? – disse James erguendo uma sobrancelha para ela.
- Com toda a certeza, Potter – disse ela brava e saiu indo atrás de um menino do segundo ano que estava passando por ali cobiçoso, ela arrancou dele uma pena e um tinteiro para assinar seu nome na lista de candidatos que James acabara de pregar no mural.
- Para qual posição você vai se candidatar? - disse Mary de olhos brilhando – Artilheira? James precisa de uma artilheira, não precisa?
- Sim – sorriu James - sobramos apenas eu e a Steel,
- Uma pena que o David foi embora – disse Mary sonhadora – Ele era um pão.
Lily bufou, Marlene bateu na nuca de Mary e James gargalhou.
- Quero ser batedora – disse Marlene e James a avaliou, tirando o sorriso do rosto e aparentando seriedade.
- Eca – disse Mary – Mas batedores geralmente são meninos e os mais estragados. Gildeon, por exemplo tinha o nariz esquisito, quebrado por um balaço, aposto.
- Sim – disse James sorrindo – no meu primeiro jogo. Mas ele que não quis consertar, disse que o conferia certo charme e o diferenciava de Fabian.
- Mas Fabian também tinha o nariz quebrado – disse Lily franzindo a testa – Que eu me lembre.
- Ah, com certeza você se lembra – disse Mary animada - Não foi com ele que você foi a Hogsmead o ano passado?
Lily deu um pisão no pé de Mary, quando James tirou o sorriso do rosto assumindo um semblante sério. Lily corou enquanto Mary resmugava.
- Fabian quebrou o nariz em um treino no ano seguinte, mas não quis consertar, pois o deixava parecido com Gildeon. - respondeu James disfarçando o recente mal humor.
- Isso explica alguma coisa – disse Marlene – Mas como não tenho uma gêmea com quem eu queira diferenciar ou me igualar, acho que não corro maiores riscos.
- Acha que pode rebater um balaço, McKinnon? - disse Sirius descendo as escadas - Você parece muito fraquinha...
Marlene só virou para ele e jogou o tinteiro com tanta força, que Sirius não teve de desviar e o tinteiro atingiu-o diretamente no meio da testa deixando imediatamente um vergão vermelho no rapaz.
- Muito fraco para você, Black? - Ela disse nervosa para ele.
- Tem certeza que não quer ser atacante? - disse James – Com esta mira...
Mas James olhou para o olhar assassino de Marlene o desafiando a continuar a dizer que não poderia ser uma batedora.
- Esquece – riu James levantando as mãos em sinal de rendição - Você é assustadora demais para desperdiça-la de um balaço e um bastão. Apareça amanhã, McKinnon!
- Irei – Marlene saiu esquecendo de Lily e Mary.
- Você está bem, Black? - disse Lily encarando Sirius enquanto Peter rolava, literalmente, de rir e Remus recolhia o resistente tinteiro que sobreviveu a ira de Marlene enquanto segurava uma risada.
- Eu vou matar a McKinnon – disse Sirius passando por Lily sem a responder enquanto deixava a mão na testa, onde provavelmente ia se formar um hematoma.
- Black, me deixe fazer um feitiço e tirar este galo que vai se formar – disse Lily indo atrás de Sirius – Ou vai parecer um unicórnio até o fim do dia!
- Não tire com minha cara, Evans – disse Sirius mal-humorado, mas parando para ela, Lily segurou a risada mordendo o lábio inferior – Sua amiga fez isso muito bem.
- Deixe de manha, Sirius – disse Mary apoiando – Lily é ótima em feitiços, principalmente os de cura. Quando, vocês sabem, eu não quis sair do dormitório, Lily curou minhas feridas, me fez uma poção para a dor e tudo mais...
Sirius bufou mas sentou-se para que sua testa ficasse em uma altura razoável para que Lily trabalhasse. Ela pegou a varinha ainda mordendo os lábios para não rir, colocou o cabelo atrás da orelha e tirou os cabelos de Sirius da testa dele para ver melhor.
James cerrou os punhos de ciúmes da proximidade dos dois. Só desanuviou depois de um olhar de desculpas vindo de Sirius, era quase cômico, se não fosse trágico para James, ver seu amigo tentando olhar para todos os cantos exceto para o busto de Lily próximo ao seu nariz, para que ela examinasse a testa dele. Ele olhava de James para Peter, que ainda gargalhava, Remus parecia tão desconfortável quanto ele.
Lily, sorriu, e com um giro da varinha apontada para Sirius, terminou com um feitiço silencioso. Sirius saiu apressado de perto dela se postando ao lado de James sem olhá-lo, Mas James vislumbrou a testa agora lisa e no tom normal de pele do amigo.
- Está com medo que eu transforme sua pele em verde, Black? - disse Lily sem perceber o desconforto causado por ela - Não precisa ter medo de mim.
Lily parecia se deliciar com este desconforto recém conhecido de Sirius, e ele estava irritado por ter deixado transparecer algum sentimento para Evans. Ele a ignorou com seu melhor ar de arrogante, fazendo Lily perder o sorriso.
- De nada, Black – ela respondeu irritada.
- Como sua amiga que causou o problema, acho que não preciso agradecer, Evans – disse Sirius.
- Obrigada, Lily – disse James segurando uma risada – Você nos salvou do mal humor de Sirius por uma semana!
Lily sorriu agradecida para James, mas ignorou Sirius.
- De nada, Potter – ela piscou e pegou Mary pela mão para sair da sala comunal – Passar bem, Black – e ela roubou o tinteiro das mãos de Remus e jogou de novo em Sirius, infinitamente mais fraco que Marlene.
Sirius apanhou o objeto no ar e Lily se virou para sair, mas não antes de lançar um olhar malicioso na direção dele que dizia claramente que poderia ter o machucado se quisesse.
- Vingativa – gritou Sirius.
- Arrogante - respondeu Lily antes do retrato se fechar atrás de Mary.
- Ah, eu adoro ela – disse James rindo da cara emburrada de Sirius.
- Bem, agora eu acho que posso entender – respondeu Sirius sorrindo malicioso – Ela estava tão perto de mim, você sabe...
Mas James apontou a varinha para o amigo e o pendurou de ponta cabeça com um Levicorpus.
- Se eu fosse você eu não brincava com isso, Padfoot – disse James se fingindo de bravo.
Remus e Peter caíram na gargalhada enquanto James se recusava a atender os pedidos de Sirius e o libertar dali.
Notas: Espero que tenham gostado do capítulo. Eu amo escrever sobre James e Sirius, tem mais nos próximos capítulos. J
Comentários (3)
Realmente. Mais um excelente capítulo! Quanto à transformacao humanimal, na verdade de uma certa forma ela existe, né? Como quando o falso Moody transforma o draco em doninha. Uma pergunta: o Remo, nessa sua fic, possui também alhum interesse na Lily? é o que deu a entender nesse capítulo, quando você disse que o James não era o único desconfortável com a atencao que a Lily dava ao Sirius. Também acho que seria interessante você trabalhar mais o seboso, hehehe, mas não da forma clássica que muitas fics desse tema abordam. De um snape retardado, até, em ficar realizando piadinhas estúpidas sobre a Lily por vinganca. Se não for muito atrevimento de minha parte, creio que ficaria interessante fazer tipo um flashback, de como era a relacao do inimigo do shampoo com a lily. Desde quando eram amigos, até o fatídico dia do "sangue ruim". E também as tentativas de reconciliacao por parte do Snape, até quando realmente o caminho deles se separam. Acho que assim faria mais sentido, pois nos livros eles deixam de se falar desde o quinto ano,e na sua fic eles estão no sétimo. E por fim, juro que é verdade, acho que seria uma ideia interessante você trabalhar melhor o rabicho. Mostrar toda a transformacao dele em um comensal. Tudo o que o fez mudar, o dilema em que ele se encontrou... Enfim. Desculpa pelo comentário longo, mas quem manda a sua fic ser boa?! =)
2016-07-03Não faz ideia de como amo essa relação do James e do Sirius, acho tão lindo essa amizade e sempre dou boas risadas com as conversas kkk e agora que a Lily fez o patrono dela praticamente esfregou na cara de toda escola que ela gosta do James, mas é claro que menos ela que percebe kkk adorei o capítulo, de ver a situação do Sirius mais aprofundada, geralmente ele é sempre feliz e tudo mais, mas é muito bom ver/ler alguém trabalhando mais nele. E eu quase consegui imaginar um Sirius vermelho de vergonha e um James de raiva KkkKkkkkkkkkkkkAté a próxima! XOXO(Se eu demora pra comentar o próximo ccccapítulo é que vou viajar e ficar 10 dias apenas com o 3g.. E já sabe como é ótima essa internet kk )
2016-07-03Gostei, adorei e amei! Dá próxima vez eu vou até a sua casa, pra ver se você posta esses capítulos mais rápidos, eu já não tenho mais unhas de tanta ansiedade, The best Moments James e Sirius, minha Morgana são uns amorzinhos, aquela momento onde James estava compreensivo com Sirius o incentivando foi muito fofo, mas eles vão de um extremo ao outro, adorei essa confusão do final, James com ciúmes e Sirius provocando, mereceu o Levicorpus, eu seria o Remus(porque não quero ser o Peter), morreria de rir com essas confusões, esses dois só por Merlin! Mas a coisa mais fofa foi a Lily pensando no James como sua lembrança mais feliz para fazer o Patrono, é claro que uma corça não tem nada a ver com um cervo, a Lily está completamente certa, é apenas uma ilusão da cabeça de James, só que não! The Reader Prongs (ou as pontas do leitor, o Prongs deveria ser tips, que em tradução livre é dica ou ponta(ponta também é Prongs em tradução livre), como a tradução da frase "the reader tips" ficava "as pontas do leitor" e não "as dicas do leitor" eu troquei para Prongs na tentativa de fazer referencia ao James, isso é confuso mesmo) Eu estou sentindo Severus um pouco a parte da Fic, acho que você deveria incluir um espaço maior para ele, já que ele é de grande importância para o fim da linda história de James e Lily. Esperando anciosamente o próximo capítulo, e que seja RÁPIDO pelas barbas de Merlin!!!Bjs.
2016-07-03