A nova canção do Chapéu Seleto
– A nova canção do Chapéu Seletor
– Nada muito diferente nesse. – Sirius disse, ligeiramente entediado – A seleção só é interessante quando conhecemos alguém do primeiro ano…
– Mesmo assim, a abertura do ano letivo é importante. – Lily disse, encolhendo os ombros – Dumbledore sempre faz um discurso, e estou curiosa para saber o que ele vai dizer, com tudo o que está acontecendo.
– Estou mais interessado em ver como os alunos vão responder ao discurso… – Tiago disse, pensativo.
– E como as pessoas vão tratar você… – Remo disse, trocando um olhar com Harry.
Harry apenas encolheu os ombros e fez sinal para Rony começar a ler.
Harry não quis contar aos outros que ele e Luna estavam tendo o mesmo tipo de alucinação, se é que era o caso, por isso não voltou a mencionar os cavalos quando se sentou na carruagem e bateu a porta. Ainda assim, ele não conseguiu evitar olhar pela vidraça as silhuetas dos animais do lado de fora.
– Você podia ter comentado alguma coisa. – Neville disse, encolhendo os ombros – Eu iria te dizer que também conseguia vê-los… E você saberia que não estava tendo uma alucinação compartilhada.
– Ou pensaria que Neville também estava tendo a mesma alucinação… – Frank disse, balançando a cabeça.
– Mas aí pelo menos Harry acreditaria que existe um motivo para ele, Neville e Luna terem a mesma alucinação. – Sirius disse, acenando com a cabeça.
– Harry provavelmente tiraria a conclusão errada nesse caso, – Gina disse, dando a Harry um sorriso carinhoso – talvez até pensasse que estavam tendo alucinações por causa do banho de seiva de Mímbulus mimbletonia…
– Mesmo Neville tendo falado que a escrofulária não é venenosa… – Lily disse, balançando a cabeça de maneira carinhosa.
— Todo mundo viu a tal Grubbly-Plank? — perguntou Gina. — Que é que ela está fazendo aqui de novo? Hagrid não pode ter ido embora, pode?
– Hagrid nunca deixaria Hogwarts. – Remo afirmou, categórico.
– Ele provavelmente ainda não voltou da missão de Dumbledore… – Sirius disse, ligeiramente temeroso.
– Tenho certeza de que Hagrid está bem… – Tiago disse, balançando as pernas ansioso – Se existe alguém capaz de voltar inteiro de um encontro com gigantes, é o Hagrid…
– Eu espero que sim. – Lily suspirou.
— Eu vou ficar bem satisfeita se ele tiver ido, ele não é um professor muito bom, é? — disse Luna.
– Só porque eu estava começando a gostar dela. – Sirius bufou, balançando a cabeça.
– Nós temos que reconhecer que as aulas de Hagrid deixaram muito a desejar no passado… – Remo suspirou – Não devíamos deixar nossa amizade com ele influenciar nosso julgamento…
– Mas depois do problema com o profeta diário as aulas dele melhoraram muito. – Lily afirmou, categórica.
– Ainda assim, – Tiago disse, balançando a cabeça, decepcionado consigo mesmo – Os explosivins foram uma péssima ideia. E o ano que eles passaram cuidando de vermes não deve ter ajudado em nada os alunos que não são amigos dele a gostarem da aula…
– Vendo por esse lado. – Sirius disse, resignado – Dá para entender porque as pessoas de fora não o veriam como bom professor.
— É, sim! — exclamaram Harry, Rony e Gina, zangados.
Harry lançou um olhar incisivo a Hermione. Ela pigarreou e disse depressa:
— Hum... é... ele é muito bom.
— Bom, lá na Corvinal achamos que ele é uma piada — respondeu Luna, sem se surpreender.
— Então vocês têm um senso de humor bem idiota — retorquiu Rony, no momento em que as rodas rangeram, entrando em movimento.
– Ou eles são os únicos com um olhar objetivo sobre o assunto. – Sirius suspirou, resignado.
Luna não pareceu se perturbar com a grosseria de Rony; muito ao contrário, mirou-o durante algum tempo, como se ele fosse um programa de televisão levemente interessante.
Balançando com estrondo, as carruagens avançaram em comboio até a estrada. Quando cruzaram os altos pilares de pedra com os javalis alados, que ladeavam o portão para os terrenos da escola, Harry se inclinou para a frente tentando ver se havia luzes na cabana de Hagrid junto à Floresta Proibida, mas os terrenos estavam na mais completa escuridão.
– Se Hagrid estivesse em Hogwarts, ele não deixaria outra pessoa levar os alunos do primeiro ano… – Remo afirmou, categórico – Tenho certeza de que ele não está na escola.
O castelo de Hogwarts, porém, se aproximava cada vez mais: um conjunto altaneiro de torreões, muito negro, recortado contra o céu escuro, em que resplandecia, alaranjada, aqui e ali, uma janela no alto.
As carruagens pararam, tilintando, perto da escadaria de pedra que levava às portas de carvalho, e Harry foi o primeiro a descer. Virou-se novamente para procurar janelas iluminadas na orla da floresta, mas decididamente não havia sinal de vida na cabana de Hagrid. Com relutância, porque alimentara uma esperançazinha de que tivessem desaparecido, o garoto se virou para os bichos estranhos e esqueléticos parados e quietos no ar frio da noite, em que refulgiam seus olhos brancos e vazios.
No passado, Harry já vivera a experiência de ver algo que Rony não via, mas fora uma imagem no espelho, uma coisa com muito menos substância do que cem bichos de aparência muito sólida e suficientemente fortes para puxar uma frota de carruagens. Se pudesse acreditar em Luna, os bichos sempre haviam existido, só que invisíveis.
Por que, então, de repente Harry podia vê-los e Rony não?
– O espelho não foi a única vez que você teve uma experiência que Rony não teve… – Tiago deu de ombros – Você devia ter pensado em como você era capaz de ouvir o basilisco no segundo ano, e Rony não…
– Assim você teria pensado que existe outra explicação para estar vendo os testrálios, em vez de pensar que são alucinações. – Remo concordou, enfaticamente.
– Mas com o basilisco foi diferente… – Lily disse, pensativa – Os testrálios são muito mais substanciosos do que um sussurro saindo das paredes.
– E na época, Harry também achou que podia estar tendo alucinações quando ouvia o basilisco. – Alice disse, acenando com a cabeça.
– Mas no final existia uma explicação. – Sirius deu de ombros – Harry devia ter se lembrado dessa parte…
— Você vem com a gente ou não? — perguntou Rony ao seu lado.
— Ah, estou indo — disse Harry, depressa, e se juntou ao grande número de alunos que subiam rapidamente as escadas para entrar no castelo.
O saguão flamejava à luz dos archotes, ecoando os passos dos que atravessavam o piso de lajotas em direção às portas duplas, à direita, que davam acesso ao Salão Principal e ao banquete de abertura do ano letivo.
As quatro mesas compridas dispostas no salão foram se enchendo sob um céu escuro sem estrelas, que era exatamente igual ao céu que podia ser visto pelas altas janelas do aposento. As velas flutuavam à meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados que pontilhavam o salão e os rostos dos alunos que conversavam, pressurosos, trocando notícias sobre as férias, cumprimentando os colegas das outras casas, aos gritos, observando os cortes de cabelo e as vestes uns dos outros. Mais uma vez, Harry reparou nas pessoas que juntavam as cabeças para cochichar quando ele passava; trincou os dentes e tentou agir como se não visse nem tampouco se importasse.
– Vai ser assim até que a verdade seja revelada, não é? – Lily perguntou com um suspiro resignado, virando-se para Harry.
Harry apenas acenou com a cabeça, sabendo que os outros poderiam tirar conclusões de qualquer coisa que ele falasse.
Luna se separou deles ao passarem pela mesa da Corvinal. Quando chegaram à da Grifinória, Gina foi saudada por alguns quartanistas e saiu para se sentar com eles; Harry, Rony, Hermione e Neville encontraram lugares juntos, mais ou menos no meio da mesa, entre Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma da Grifinória, e Parvati Patil e Lilá Brown – as duas o cumprimentaram com tanta leveza e excessiva simpatia que Harry teve a certeza de que haviam acabado de falar dele uma fração de segundo antes.
– Não é como se estivessemos esperando outra coisa das duas. – Hermione deu de ombros – Elas estão sempre fofocando e você é um dos assuntos favoritos delas…
– Harry sempre foi uma ótima fonte de fofoca, – Gina riu – especialmente com a sua incapacidade de cumprir as regras da escola.
– Pelo menos isso significa que as coisas não mudaram muito em relação a essas duas. – Alice deu de ombros, com um meio sorriso.
Mas tinha coisas mais importantes com que se preocupar; olhou por cima das cabeças dos colegas, diretamente para a mesa dos professores que ocupava a parede principal do salão.
— Ele não está lá.
Rony e Hermione também correram os olhos pela mesa, embora isso não fosse necessário; o porte de Hagrid o tornava instantaneamente óbvio em qualquer fila.
— Ele não pode ter ido embora — disse Rony, levemente ansioso.
— Claro que não — afirmou Harry.
— Vocês não acham que ele está... ferido, nem nada parecido, acham? — perguntou Hermione.
– Considerando a fisiologia de Hagrid, se ele estivesse ferido, Madame Pomfrey poderia demorar mais do que o normal para curá-lo. – Remo disse, pensativo.
– Ele teria que estar muito ferido… – Sirius disse, balançando a cabeça, preocupado – Ele é muito mais resistente do que o resto de nós…
– Não podemos ficar pensando nisso. – Tiago bufou – Nós sabemos que ele só pode ter ido atrás dos gigantes, e sabemos que os gigantes tem a capacidade de ferir Hagrid… Em relação a eles, Hagrid é até sensível…
– Você acha que eles podem ter machucado ele? – Lily perguntou, hesitante.
– Eu acho que ele talvez ainda esteja com os gigantes. – Tiago afirmou, categórico – É a melhor opção.
— Não — respondeu Harry, na mesma hora.
— Mas, então, onde é que ele está?
Houve uma pausa, depois Harry disse muito baixinho, para Neville, Parvati e Lilá não poderem ouvir.
— Talvez ele ainda não tenha voltado. Sabe, da missão, da coisa que esteve fazendo durante o verão para o Dumbledore.
— É... é, deve ser isso — disse Rony, parecendo mais tranquilo, mas Hermione mordeu o lábio, examinando a mesa dos professores de uma ponta à outra, como se esperasse alguma explicação conclusiva para a ausência de Hagrid.
– Assim como vocês, eu supunha que Hagrid havia sido mandado aos gigantes… – Hermione afirmou – É uma conclusão meio óbvia… Então pensar que ele não tinha voltado ainda, apenas me deixou mais ansiosa…
– Porque você pensou que ele não havia voltado por um motivo ruim. – Frank disse, acenando com a cabeça, em entendimento.
– Eu prefiro pensar que ele não voltou porque conseguiu criar um laço com os gigantes. – Alice afirmou, parecendo temer a outra opção.
— Quem é aquela? — perguntou bruscamente, apontando para o meio da mesa dos professores.
Os olhos de Harry acompanharam os da amiga. Pousaram primeiro no Prof. Dumbledore, sentado na cadeira dourada de espaldar alto ao centro da longa mesa, trajando vestes roxo-escuras pontilhadas de estrelas prateadas e um chapéu igual. A cabeça do diretor estava inclinada para a mulher sentada ao seu lado, a qual lhe falava ao ouvido. Ela parecia, pensou Harry, com a tia solteirona de alguém: atarracada, com os cabelos curtos, crespos, castanho-acinzentados, presos por uma horrível faixa rosa à Alice que combinava com o casaquinho cor-de-rosa peludo que trazia sobre as vestes. Então ela virou ligeiramente o rosto para tomar um golinho do cálice, e ele reconheceu, com grande choque, a cara de sapo pálida com bolsas sob os olhos saltados.
– A sapa desagradável do julgamento. – Sirius bufou – Para ela estar em Hogwarts…
– Deram a ela o cargo de professora de DCAT. – Remo disse, balançando a cabeça, preocupado – É o único cargo vago.
– Por que Dumbledore daria a uma funcionária do ministério, que obviamente está do lado de Fudge, um cargo em Hogwarts? – Lily perguntou, preocupada.
– O cargo é amaldiçoado. – Tiago afirmou – Dumbledore não deve estar conseguindo encontrar muitos candidatos…
– Ainda assim, – Sirius balançou a cabeça – colocar gente de Fudge em Hogwarts? Por que não o verdadeiro Moody?
– Ele está ocupado trabalhando com a Ordem. – Tiago afirmou – Assim como Remo… Mas eu também não gosto nada disso…
– Talvez não seja tão ruim. – Alice deu de ombros – Ela pode até concordar com Fudge e tudo mais, mas não há muito que ela possa fazer em Hogwarts, mesmo como professora…
— É a tal da Umbridge!
— Quem? — perguntou Hermione.
— Estava na minha audiência, trabalha para o Fudge!
— Bonito casaquinho — debochou Rony.
— Ela trabalha para o Fudge! — repetiu Hermione, franzindo a testa. — Que é que ela está fazendo aqui, então?
— Não sei...
Hermione esquadrinhou a mesa dos professores, com os olhos apertados.
— Não — murmurou ela — não, com certeza que não...
– Agora Hermione está percebendo que a sapa só pode ser a professora nova de DCAT. – Sirius disse, acenando com a cabeça, resignado.
– E olha que Harry nem contou a eles como a mulher foi desagradável durante o julgamento… – Remo disse, em tom de desagrado.
Harry não entendeu o que a amiga estava dizendo, mas não perguntou; sua atenção fora atraída pela Profª Grubbly-Plank, que acabara de aparecer por trás da mesa dos professores; ela foi andando até a ponta da mesa e ocupou o lugar que deveria ser de Hagrid. Isto significava que os alunos do primeiro ano já deviam ter atravessado o lago e chegado ao castelo, e, de fato, alguns segundos depois, as portas para o saguão se abriram. Uma longa fila de garotos de cara assustada entrou, encabeçada pela Profª McGonagall, que vinha trazendo o banquinho em que repousava o velho chapéu de bruxo, cheio de remendos e cerzidos, com um largo rasgo na copa esfiapada.
O vozerio no Salão Principal foi cessando. Os calouros se enfileiraram diante da mesa dos professores, de frente para os demais estudantes, a Profª McGonagall colocou cuidadosamente o banquinho diante deles, e recuou um pouco.
Os rostos dos aluninhos refulgiam palidamente à luz das velas. Um garotinho bem no meio da fila dava a impressão de estar tremendo. Harry se lembrou, por um instante, do que sentira quando estava ali, esperando o teste desconhecido que iria determinar a Casa a que pertenceria.
A escola inteira aguardava, prendendo a respiração. Então, o rasgo junto à copa do chapéu escancarou-se como uma boca, e o Chapéu Seletor prorrompeu a cantar:
– Você vai ter que cantar. – Tiago disse, dando a Rony um meio sorriso, ligeiramente zombeiro.
Rony limpou a garganta, resignado, e começou a cantar:
Antigamente quando eu era novo
E Hogwarts apenas alvorecia
Os criadores de nossa nobre escola
Pensavam que jamais iriam se separar:
Unidos por um objetivo comum,
Acalentavam o mesmo desejo,
Ter a melhor escola de magia do mundo
E transmitir seus conhecimentos.
“Juntos construiremos e ensinaremos!”
Decidiram os quatro bons amigos
Jamais sonhando que chegasse um dia
Em que poderiam se separar,
Pois onde se encontrariam amigos iguais
A Salazar Slytherin e Godric Gryffindor?
A não ser em outro par semelhante
Como Helga Hufflepuff e Rowena Ravenclaw?
Então como pôde malograr a ideia
E toda essa amizade fraquejar?
Ora estive presente e posso narrar
Uma história triste e deplorável.
Disse Slytherin: “Ensinaremos só
Os da mais pura ancestralidade.”
Disse Ravenclaw: “Ensinaremos os
De inegável inteligência.”
Disse Gryffindor: “Ensinaremos os
De nomes ilustres por grandes feitos.”
Disse Hufflepuff: “Ensinarei todos,
E os tratarei com igualdade.”
Diferenças que pouco pesaram
Quando no início vieram à luz,
Pois cada fundador ergueu para si
Uma Casa em que podia admitir
Apenas os que quisesse, por isso
Slytherin, aceitou apenas os bruxos
De puro-sangue e grande astúcia,
Que a ele pudessem vir a igualar,
E somente os de mente mais aguda
Tornaram-se alunos de Ravenclaw,
Enquanto os mais corajosos e ousados
Foram para o destemido Gryffindor.
A boa Hufflepuff recebeu os restantes
E lhes ensinou tudo que conhecia,
Assim Casas e idealizadores
Mantiveram amizade firme e fiel.
Hogwarts trabalhou em paz e harmonia
Durante vários anos felizes,
Mas então a discórdia se insinuou
Nutrida por nossas falhas e medos.
As Casas que, como quatro pilares,
Tinham sustentado o nosso ideal,
Voltaram-se umas contra as outras e
Divididas buscaram dominar.
Por um momento pareceu que a escola
Em breve encontraria um triste fim,
Os duelos e lutas constantes
Os embates de amigo contra amigo
E finalmente chegou uma manhã
Em que o velho Slytherin se retirou
E embora a briga tivesse cessado
Deixou-nos todos muito abatidos.
E nunca desde que reduzidos
A três seus quatro fundadores
As Casas retomaram a união
Que de início pretenderam manter.
E agora o Chapéu Seletor aqui está
E todos vocês sabem para quê:
Eu divido vocês entre as Casas
Pois esta é a minha razão de ser
Mas este ano farei mais do que escolher
Ouçam atentamente a minha canção:
Embora condenado a separá-los
Preocupa-me o erro de sempre assim agir
Preciso cumprir a obrigação, sei
Preciso quarteá-los a cada ano
Mas questiono se selecionar
Não poderá trazer o fim que receio.
Ah, conheço os perigos, os sinais
Mostra-nos a história que tudo lembra,
Pois nossa Hogwarts corre perigo
Que vem de inimigos externos, mortais
E precisamos nos unir em seu seio
Ou miremos de dentro para fora
Avisei a todos, preveni a todos...
Daremos agora início a seleção.
– Intenso… Não é? – Lily perguntou, secando uma pequena lágrima que havia surgido no canto de seu olho – É como se ele estivesse avisando a todos que Harry está falando a verdade…
– E aconselhando a todos que o único modo de superar o que está acontecendo é a união. – Remo disse, concordando com Lily enfaticamente.
– Acho que ele tem a intenção de lembrar a todos que a inimizade entre as casas nem sempre existiu. – Tiago disse, acenando com a cabeça – Os fundadores eram amigos… Melhores amigos… E isso significa alguma coisa.
– Significa muito. – Sirius acenou trocando um olhar com Tiago e Remo – Alguns dos meus parentes, sonserinos, mas não puristas, me contaram outra versão da história de porque Slytherin não queria receber nascidos-trouxa em Hogwarts, e essa versão diz que não tinha nada a ver com o fato deles serem impuros, como os puristas pensam...…
– Uma história diferente da história em que ele é um preconceituoso purista? – Lily perguntou, com a voz dura.
– Mais ou menos. – Sirius deu de ombros – É claro que não temos realmente como saber qual é a verdade… Mas meu tio Alphard acreditava sinceramente nessa outra história…
– Minha mãe também. – Tiago concordou lentamente.
– Qual é a história? – Alice perguntou, curiosa.
– Os quatro fundadores eram melhores amigos, e isso, para o meu tio Alphard, quer dizer que Slytherin não podia ser uma pessoa ruim… Temos que lembrar que ele se uniu aos outros três para construir uma escola… Não é o tipo de coisa que uma pessoa ruim faria…
– É sim, se ele queria ensinar apenas aos puro-sangue. – Lily bufou, cruzando os braços sobre o peito.
– Mas você tem que pensar em que época eles estavam construindo Hogwarts… E no que estava acontecendo no mundo trouxa nessa época. – Tiago disse.
– E o que estava acontecendo? – Alice perguntou, interessada.
– A escola foi criada antes do estatuto do sigilo de 1689. E naquela época o mundo trouxa tinha conhecimento do mundo bruxo, mas não tinham uma convivência pacífica. – Sirius disse, esforçando-se para lembrar a história toda – Como já dissemos, alguns bruxos faziam experimentos com trouxas… Mas pelo outro lado, os trouxas caçavam e queimavam bruxas, e apesar de não ser realmente uma ameaça aos bruxos formados… Os trouxas eram ameaça real às crianças bruxas que não tinham como se defender contra eles.
– Então, segundo os sonserinos que não são puristas, Slytherin, que sempre foi adepto da autopreservação, não achava uma boa ideia convidar nascidos-trouxa a Hogwarts, pois eles poderiam denunciar a localização da escola e por em risco todos os outros alunos… – Tiago disse, acenando com a cabeça – Gryffindor não levava isso a sério, ele acreditava que se os trouxas aparecessem às portas da escola com paus e pedras, eles poderiam apenas enfrentá-los, Gryffindor não achava que eles eram grande ameaça…
– Então mesmo discordando, Slytherin e Gryffindor continuaram amigos, – Sirius afirmou – Slytherin sempre teve esse pensamento, desde o início, e continuou em Hogwarts por muitos anos antes da briga entre ele e Gryffindor.
– Acreditasse que a briga tenha sido provocada por algum fato concreto, e não apenas por Slytherin não querer nascidos-trouxa em Hogwarts. – Tiago disse, pensativo – E faz sentido, não é? Ele nunca quis nascidos-trouxa em Hogwarts, mas passou anos aqui, com os outros três aceitando nascidos-trouxa… Não é como se ele tivesse mudado de ideia do nada.
– Ele acreditava que trouxas e nascidos-trouxa eram uma ameaça aos bruxos… – Remo acenou com a cabeça – E havia muito menos bruxos naquela época…
– Você quer dizer que Slytherin não odiava nascidos-trouxa por serem nascidos-trouxa… – Lily perguntou, lentamente – E que na verdade ele achava arriscado aceitá-los na escola?
– Faz sentido. – Severo murmurou, chamando a atenção de todos na sala silenciosa – Uma das maiores características dos sonserinos é a autopreservação.
– E como vocês explicam a câmara secreta com um basilisco? – Lily perguntou, encarando Tiago, descrente.
– Se ele achava que havia uma possibilidade da escola ser atacada, ele pode ter criado a câmara e o basilisco como forma de proteção. – Tiago deu de ombros – Talvez a câmara tenha sido o fato concreto que iniciou a briga entre Slytherin e Gryffindor. Talvez Gryffindor tenha descoberto os planos de Slytherin de criar a câmara com um monstro para a proteção da escola e tenha sido contra…
– Afinal, as pessoas conheciam lendas sobre a câmara e um monstro, mas não tiveram confirmação até centenas de anos depois. – Sirius acenou em concordância – Slytherin deve ter escolhido o basilisco por ser ofidioglota e tudo mais. Ele escolheu algo que apenas ele pudesse controlar, e que não poderia ser colocado contra a escola… Porque apesar de tudo, os sonserinos são muito leais aos seus… E na época, acho que a lealdade de Slytherin se estendia à escola inteira, e não apenas à sua casa.
– Isso não faz sentido! – Lily bufou, irritada.
– Mas faz… – Hermione disse, hesitante – Eu já havia ouvido falar que os puristas distorceram as palavras e crenças de Slytherin para encaixar em seus próprios preconceitos…
– Ele não queria ensinar nascidos-trouxa! – Lily a interrompeu.
– Mas ele não impediu os outros de ensinarem. – Tiago encolheu os ombros – Se ele fosse realmente quem os puristas pintam, ele teria tentado impedir os outros fundadores de receber os nascidos-trouxa… Ele não teria passado anos na escola enquanto os outros três insistiam em aceitar os nascidos-trouxa.
– É claro que isso não muda muita coisa. – Sirius disse, ao ver que Lily continuava relutante – Tendo ou não intenção, Slytherin criou toda a crença da pureza de sangue, tendo ou não a intenção, é por causa dessa crença que estamos no meio de uma guerra, e Voldemort é o último descendente de Slytherin…
– Ainda assim, conhecer essa versão ajuda. – Tiago deu de ombros – É muito mais fácil considerar a união entre as casas se a gente lembrar que Slytherin não era necessariamente um purista preconceituoso.
– Faz a gente lembrar que nem todos os sonserinos são assim. – Remo deu de ombros.
– E que alguns que são, podem ter salvação. – Sirius murmurou, pensando, mesmo sem querer, em Régulo.
Severo sabia que nenhum dos dois estava se referindo a ele, mas ainda assim as palavras o atingiram, e ele encarou Lily com seriedade, fazendo ela acenar para ele minimamente com a cabeça, antes de indicar que Rony deveria voltar ao livro.
O Chapéu voltou à imobilidade inicial; prorromperam aplausos, embora pontilhados, pela primeira vez na lembrança de Harry, por murmúrios e cochichos. Por todo o salão os estudantes trocavam comentários com seus vizinhos, e Harry, aplaudindo como todo o mundo, sabia exatamente o que eles estavam falando.
— Se expandiu um pouco este ano, não? — comentou Rony, com as sobrancelhas erguidas.
— Sem a menor dúvida — respondeu Harry.
O Chapéu Seletor em geral se limitava a descrever as diferentes qualidades procuradas pelas Casas de Hogwarts, e o seu próprio papel na seleção dos alunos. Harry não se lembrava jamais de tê-lo ouvido dar conselhos à escola.
— Será que ele já deu avisos no passado? — indagou Hermione, em tom ligeiramente nervoso.
— Certamente que sim — respondeu Nick Quase Sem Cabeça, transpirando experiência, debruçando-se sobre Neville para responder à garota (Neville fez uma careta; era muito desagradável ter um fantasma se debruçando por dentro da gente). — O Chapéu sente que é sua obrigação de honra alertar a escola sempre que acha...
– Ele dá conselhos atualmente. – Alice disse, acenando com a cabeça lentamente – Está sempre cantando que não devemos deixar o mal chegar à escola…
– Só posso supor que ele sempre se manifeste quando vê uma ameaça. – Sirius deu de ombros – Nós estamos vivendo em guerra, e a guerra está apenas recomeçando no livro…
Mas a Profª McGonagall, que estava querendo ler em voz alta a lista dos nomes dos alunos do primeiro ano, lançou aos estudantes que cochichavam aquele tipo de olhar que chamusca. Nick Quase Sem Cabeça levou um dedo transparente aos lábios e tornou a se sentar empertigado, no mesmo instante em que os murmúrios cessaram bruscamente. Com um último olhar de censura que percorreu as quatro mesas, a Profª McGonagall baixou os olhos para o longo pergaminho que segurava e chamou o primeiro nome:
— Abercrombie, Euan.
O garoto de olhar aterrorizado em que Harry reparara anteriormente avançou aos arrancos e colocou o Chapéu na cabeça; a única coisa que impediu a peça de descer direto até os seus ombros foram as suas orelhas de abano. O Chapéu refletiu um momento, depois o rasgo junto à copa tornou a se abrir e gritou:
— Grifinória!
Harry aplaudiu entusiasticamente com o restante dos alunos da casa quando Euan Abercrombie se dirigiu cambaleando à mesa deles e se sentou, dando a impressão de que gostaria muito de afundar chão adentro e nunca mais ser visto por ninguém.
Lentamente, a longa fila de calouros foi encurtando. Nas pausas entre as chamadas dos nomes e as decisões do Chapéu Seletor, Harry ouvia os roncos fortes na barriga de Rony.
– Eu não tenho culpa! – Rony exclamou, levantando os olhos do livro – A seleção demora demais!
Finalmente, “Zeller, Rosa” foi selecionada para Lufa-Lufa, a Profª McGonagall recolheu o Chapéu e o banquinho e levou-os embora, ao mesmo tempo que o Prof. Dumbledore se levantava.
Quaisquer que tivessem sido as suas mágoas com relação ao diretor, Harry se sentiu reconfortado de ver Dumbledore em pé diante da escola. Entre a ausência de Hagrid e a presença daqueles cavalos dragontinos, sentia que seu regresso a Hogwarts, tão esperado, estava repleto de impensáveis surpresas, como notas dissonantes em uma música familiar. Mas isto agora, pelo menos, era exatamente como devia ser: o diretor se levantava para dar boas-vindas a todos antes de iniciar o banquete que abria o ano letivo.
— Aos nossos recém-chegados — começou Dumbledore com uma voz ressonante, os braços muito abertos e um enorme sorriso nos lábios — bem-vindos! Aos nossos antigos alunos: um bom regresso! Há um momento para discursos, mas ainda não é este: atacar!
– Existe mesmo algo de reconfortante em ver Dumbledore recepcionando os alunos no início do ano letivo. – Alice disse, com um sorriso tranquilo nos lábios – É como voltar para casa…
Ouviram-se risos de apreciação e uma explosão de aplausos, enquanto Dumbledore se sentava elegantemente e atirava as longas barbas por cima do ombro para mantê-las longe do prato – pois a comida aparecera do nada, e as cinco longas mesas gemiam sob o peso dos pernis e tortas e travessas de legumes, pães e molhos e jarras de suco de abóbora.
— Excelente — exclamou Rony, com uma espécie de gemido de saudades, e passou a mão na travessa mais próxima com costeletas e começou a empilhá-las em seu prato, observado tristonhamente por Nick Quase Sem Cabeça.
— Que é que o senhor ia dizendo antes da Seleção? — perguntou Hermione ao fantasma. — Sobre os conselhos do Chapéu?
— Ah, sim — disse Nick, que pareceu satisfeito de ter uma razão para desviar o rosto de Rony, que agora comia batatas assadas com um entusiasmo quase indecente. — Sim, já ouvi o Chapéu dar conselhos várias vezes antes, sempre em momentos em que percebe grande perigo para a escola. E sempre, é claro, seu conselho é o mesmo: unam-se, fortaleçam-se por dentro.
– O Chapéu conhece a mente dos fundadores melhor do que qualquer um… – Sirius disse, pensativo – Se ele nos aconselha a nos unir, e a nos fortalecer uns nos outros, é porque é isso que os fundadores fariam no caso de uma ameaça ao castelo.
– O que provavelmente sustenta a teoria de que Slytherin não era realmente purista. – Remo disse, cuidadoso – Já que os fundadores se uniriam sob uma ameaça, e supostamente Slytherin criou a câmara para uma ameaça…
Lily bufou, mas não disse nada. E Rony continuou lendo.
— Comele sacascó taapigo senchpéu? — perguntou Rony.
Sua boca estava tão cheia que Harry achou que já era um feito ele conseguir produzir algum som.
– Não é tão ruim assim. – Rony bufou para Harry, levantando os olhos do livro para encará-lo.
– É bem ruim. – Gina disse, acenando enfaticamente.
– Ininteligível na maior parte do tempo. – Hermione confirmou.
– Nós só conseguimos te entender porque passamos anos convivendo com você. – Harry disse, fazendo todos os outros rirem.
— Como disse? — perguntou Nick Quase Sem Cabeça educadamente, enquanto Hermione fazia cara de indignação.
Rony deu uma enorme engolida e disse:
— Como é que ele pode saber que a escola está em perigo sendo um Chapéu?
— Não faço a menor ideia — respondeu Nick Quase Sem Cabeça. — Naturalmente ele vive no escritório de Dumbledore, então imagino que perceba o que está se passando.
– O Chapéu provavelmente tem mais informações sobre os trabalhos internos da Ordem do que qualquer um de nós. – Tiago disse, retomando a seriedade.
– Se Snape realmente é um espião, e temos quase certeza de que é, ele deve passar um bocado de tempo no escritório do diretor discutindo informações do outro lado… – Sirius disse, acenando enfaticamente com a cabeça.
– Então o Chapéu tem uma noção maior da guerra do que a maioria das pessoas da época de vocês. – Remo disse, balançando a cabeça.
– Só porque Dumbledore se recusa a informar Harry do que realmente está acontecendo… – Tiago bufou, relembrando a raiva que estava sentindo do diretor desde o início daquele livro.
– Mesmo que Dumbledore informasse Harry, não acho que ele poderia contar tudo… – Frank disse, encolhendo os ombros.
– Mas ele não está contando nem o mínimo! – Tiago exclamou, levantando os braços, exaltado – Nesse momento do livro, Harry não sabe nem o bastante para se defender!
– E eu tenho a impressão de que Dumbledore não pretende mudar isso tão cedo. – Sirius resmungou, acenando em concordância.
– Eu realmente acho melhor não ficarmos aqui discutindo as atitudes do diretor no momento. – Hermione disse, fazendo sinal para Rony voltar ao livro.
— E ele quer que todas as Casas sejam amigas? — perguntou Harry, olhando para a mesa da Sonserina, onde Draco Malfoy presidia a corte. — É ruim, hein?
– É por causa dessa atitude que o Chapéu vê necessidade de instruir união entre as casas. – Tiago suspirou – Mas nós realmente entendemos como você se sente… – completou, olhando de soslaio para Severo.
– Eu acho que se nós três temos a capacidade de conviver com Snape pacificamente, você tem a capacidade de conviver com Draco. – Sirius disse, encarando Harry com um sorriso zombeteiro – Afinal, você está nos obrigando a conviver com Snape, não é?
Harry apenas revirou os olhos, mas não comentou.
— Bem, você não deveria tomar essa atitude — disse Nick, censurando-o. — Cooperação pacífica é a chave. Nós, fantasmas, embora pertençamos a Casas diferentes, mantemos laços de amizade. Apesar da concorrência entre Grifinória e Sonserina, eu jamais sonharia em puxar uma discussão com o Barão Sangrento.
— Porque o senhor tem pavor dele! — disse Rony.
Nick Quase Sem Cabeça pareceu extremamente ofendido.
— Pavor? Espero que eu, Sir Nicolas de Mimsy-Porpington, nunca tenha sido autor de uma covardia na vida! O nobre sangue que corre em minhas veias...
— Que sangue? — perguntou Rony. — Certamente o senhor não tem mais...?
– Você foi extremamente rude com ele… – Alice disse, virando-se para Rony.
– Não foi minha intenção! – Rony bufou – Como eu poderia saber que ele seria tão sensível…
– Se você tivesse o mínimo de tato… – Gina disse, rindo.
– Ele é um fantasma! – Rony exclamou, levantando os braços, exasperado – Não era para ele se ofender!
— É uma figura de linguagem! — disse Nick Quase Sem Cabeça, agora tão aborrecido que sua cabeça tremia agourentamente no pescoço semidecapitado. — Presumo que ainda tenha o privilégio de usar as palavras que quiser, mesmo que os prazeres da mesa me sejam negados! Mas estou muito acostumado a estudantes fazerem piadas com a minha morte, posso lhe assegurar!
— Nick, ele não estava realmente caçoando de você! — disse Hermione, atirando um olhar furioso a Rony.
Infelizmente a boca de Rony estava novamente cheia a ponto de explodir, e só o que ele conseguiu dizer foi:
— Nam quis aorre cecê.
– E o que exatamente isso significa? – Sirius perguntou, sem conseguir conter as risadas.
– Não quis aborrecer você. – Rony respondeu, com as orelhas vermelhas, fazendo vários dos presentes rirem.
O que Nick não pareceu achar que fosse um pedido de desculpas apropriado. Erguendo-se no ar, ajeitou o chapéu emplumado e afastou-se deles, deslizando para o outro extremo da mesa, indo pousar entre os irmãos Creevey, Colin e Dênis.
— Parabéns, Rony — disse Hermione rispidamente.
— Que foi? — perguntou o garoto indignado, tendo conseguido finalmente engolir a comida que tinha na boca. — Não tenho o direito de fazer uma simples pergunta?
— Ah, esquece — disse Hermione irritada, e os dois passaram o resto da refeição num silêncio amuado.
Harry estava por demais acostumado às implicâncias entre os dois para se dar ao trabalho de reconciliá-los; achou que era melhor empregar o seu tempo a comer diligentemente sua torta de carne com rins e depois um pratarraz de torta de caramelo.
– Você fez bem. – Gina disse, acenando com a cabeça enfaticamente – Nunca é agradável se meter nas discussões desses dois.
– É, – Harry concordou, rindo – pelo menos dessa vez eles não me colocaram no meio.
Tanto Hermione quanto Rony balançaram a cabeça para Harry e Gina em repreensão.
Quando todos os alunos terminaram de comer e o nível de barulho no salão recomeçou a aumentar, Dumbledore tornou a se levantar. As conversas morreram imediatamente e todos se viraram para o diretor. Harry estava se sentindo agradavelmente sonolento agora. Sua cama de dossel o esperava em algum lugar lá em cima, maravilhosamente quente e macia...
— Bem, agora que estamos todos digerindo mais um magnífico banquete, peço alguns minutos de sua atenção para os habituais avisos de início de trimestre — anunciou Dumbledore. — Os alunos do primeiro ano precisam saber que o acesso à floresta em nossa propriedade é proibido aos estudantes... e a esta altura alguns dos nossos antigos estudantes já devem ter aprendido isso também.
(Harry, Rony e Hermione trocaram sorrisinhos.)
— O Sr. Filch, o zelador, me pediu, segundo ele pela quadricentésima, sexagésima segunda vez, para lembrar a todos que não é permitido praticar magia nos corredores durante os intervalos das aulas, nem fazer outras tantas coisas, que podem ser lidas na extensa lista afixada à porta da sala dele.
“Houve duas mudanças em nosso corpo docente este ano. Temos o grande prazer de dar as boas-vindas à Profª Grubbly-Plank, que retomará a direção das aulas de Trato das Criaturas Mágicas;
– Ele não falou nada sobre Hagrid ou a razão porque Grubbly-Plank está no lugar dele… – Alice disse, balançando as pernas, ansiosa.
– Provavelmente não queria chamar ainda mais atenção para a ausência de Hagrid. – Sirius deu de ombros – Se ele está, como nós imaginamos, contatando os gigantes, Dumbledore não ia querer chamar atenção para isso…
– A ausência de Hagrid já chama atenção o bastante por si só… Pelo menos para todos os alunos antigos. – Tiago disse, acenando em concordância.
Estamos também encantados em apresentar a Profª Umbridge, nossa nova responsável pela Defesa Contra as Artes das Trevas.
Houve uma rodada de aplausos educados, mas pouco entusiásticos, durante a qual Harry, Rony e Hermione trocaram olhares ligeiramente alarmados; Dumbledore não dissera por quanto tempo Grubbly-Plank iria ensinar.
O diretor continuou:
— Os testes para entrar para os times de Quadribol das casas serão realizados...
Ele interrompeu o que ia dizendo, com um olhar indagador à Profª Umbridge.
Como ela não era muito mais alta em pé do que sentada, por um momento ninguém entendeu por que Dumbledore parara de falar, mas então a professora pigarreou:
— Hem, hem — e ficou claro que se levantara e pretendia falar.
– O que? – Lily perguntou, chocada.
– Acho que ela quer fazer o próprio discurso. – Tiago disse, com as sobrancelhas erguidas, surpreso.
– Gente que mulher sem noção, ninguém com o mínimo de respeito interromperia o diretor no meio do discurso de abertura do ano letivo… – Alice disse, boquiaberta.
Dumbledore pareceu surpreso apenas por um instante, então, sentou-se com elegância e olhou atento para a Profª Umbridge, como se ouvi-la fosse a coisa que mais desejasse na vida.
– A atitude de Dumbledore com ela é estranha… – Tiago murmurou, franzindo a testa – Parece até que ele a está estudando…
– Provavelmente porque não confia nela. – Sirius disse, concordando com a cabeça – E ele tem razão em não confiar, já que ela trabalha para Fudge…
– Fudge que deve ter empurrado ela para a vaga… – Tiago disse, pensativo – Mas por que Dumbledore aceitaria isso?
– Talvez ele não tenha encontrado mais ninguém mesmo. – Remo deu de ombros – Você mesmo disse, o cargo é amaldiçoado, não deve ter muita gente interessada…
– Mas qualquer um ligeiramente melhor que Lockhard serviria… Ele não precisava aceitar uma funcionária de Fudge… – Tiago disse, balançando a cabeça – Há algo de muito estranho em tudo isso.
Os outros membros do corpo docente não foram tão competentes em esconder sua surpresa. As sobrancelhas da Profª Sprout chegaram a desaparecer por baixo dos cabelos rebeldes, e Harry nunca vira a boca da Profª McGonagall mais fina. Nenhum professor novo jamais interrompera Dumbledore antes. Muitos estudantes sorriam abobados; era óbvio que essa mulher não conhecia os hábitos de Hogwarts.
– Ou ninguém contou a ela como as coisas funcionam em Hogwarts, ou ela não se importa nem um pouco com a maneira como as coisas funcionam aqui… – Sirius disse, balançando a cabeça.
– A segunda opção é a mais provável. – Remo bufou.
– O que prova que ela não está em Hogwarts por um bom motivo. – Frank disse, recebendo acenos de concordância de todos.
— Obrigada, diretor — disse a professora, sorrindo afetadamente — pelas bondosas palavras de boas-vindas.
Sua voz era aguda, soprada e meio infantil, e, mais uma vez, Harry sentiu uma onda de aversão que não conseguia explicar; só sabia que tudo nela o enojava, desde a voz tola ao casaquinho peludo cor-de-rosa.
– Eles estavam certos, – Rony disse, com uma risadinha, indicando Tiago, Sirius e Remo com a cabeça – Você tem mesmo ótimos instintos, ainda melhores do que nós pensávamos...
– Rony! – Hermione exclamou, em tom de reprovação.
– O que? – Rony perguntou, levantando os braços – Não é como se eles já não tivessem adivinhado que ela é uma sapa nojenta!
– Mas nós não devíamos ficar confirmando! – Hermione bufou.
– Dessa vez eu nem posso dizer que Rony nos deu alguma pista nova, – Tiago disse, balançando a cabeça – desde a primeira vez em que ela foi citada no livro, no julgamento, nós já desconfiávamos de que ela fosse uma sapa nojenta!
Ela tossiu mais uma vez para clarear a voz (hem, hem), e continuou.
— Bem, devo dizer que é um prazer voltar a Hogwarts! — Ela sorriu, revelando dentes muito pontiagudos. — E ver rostinhos tão felizes voltados para mim!
Harry olhou para os lados. Nenhum dos rostinhos que viu pareciam felizes. Pelo contrário, todos pareciam meio chocados ao ouvir alguém se dirigir a eles como se tivessem cinco anos de idade.
– Desagradável. – Alice disse, balançando a cabeça.
— Estou muito ansiosa para conhecer todos vocês, e tenho certeza de que seremos bons amigos!
Os estudantes se entreolharam ao ouvir isso; alguns mal conseguiram esconder os sorrisos.
— Serei amiga dela desde que não tenha de pedir emprestado aquele casaquinho — sussurrou Parvati para Lilá, e as duas desataram a rir em silêncio.
– Pelo menos essas duas tem as prioridades no lugar certo. – Gina disse, com uma risadinha.
A Prof. Umbridge tornou a pigarrear (hem, hem), mas, quando continuou, um pouco do modo soprado de falar desaparecera de sua voz. Pareceu muito mais objetiva, e suas palavras tinham um tom monótono de discurso decorado.
— O ministro da Magia sempre considerou a educação dos jovens bruxos de vital importância. Os dons raros com que vocês nasceram talvez não frutifiquem se não forem nutridos e aprimorados por cuidadosa instrução. As habilidades antigas, um privilégio da comunidade bruxa, devem ser transmitidas às novas gerações ou se perderão para sempre. O tesouro oculto de conhecimentos mágicos acumulados pelos nossos antepassados deve ser preservado, suplementado e polido por aqueles que foram chamados à nobre missão de ensinar.
– O discurso dela tem um sutil tom purista que não me agrada nada. – Remo disse, franzindo a testa para o livro em desagrado.
– E um óbvio objetivo de insinuar que o ministério não acha que Hogwarts está sendo administrada da maneira correta. – Tiago disse, balançando a cabeça, incomodado.
– Para mim ela está declarando abertamente que foi Fudge que colocou ela em Hogwarts… – Sirius disse, pensativo – Ou ela não teria começado o discurso falando do que o ministro pensa…
– Mas como Fudge poderia colocar ela em Hogwarts? – Lily perguntou, balançando as pernas, ansiosa.
– É isso que está me incomodando. – Tiago murmurou, franzindo a testa.
A Profª Umbridge fez uma pausa e uma reverência aos seus colegas, mas nenhum deles lhe retribuiu o cumprimento. As sobrancelhas escuras da Profª McGonagall tinham se contraído de tal modo que ela decididamente parecia um falcão, e Harry a viu trocar um olhar significativo com a Profª Sprout quando Umbridge fez mais um hem, hem, e continuou o discurso.
– Eu queria saber como Snape reagiu ao discurso. – Sirius disse, olhando de soslaio para Severo – Mais por curiosidade mesmo…
– Snape sempre teve a capacidade de não demonstrar o que está sentindo em momentos como esse. – Gina deu de ombros – É claro que algumas pessoas acreditam que ele simplesmente não tem sentimentos para demonstrar…
– E com isso, Gina quis dizer, que ele estava com a mesma cara de sempre. – Neville disse, sem esconder uma risadinha.
Severo, como em uma demonstração do que estava sendo dito, não revelou qualquer reação.
— Todo diretor e diretora de Hogwarts trouxe algo novo à pesada tarefa de dirigir esta escola histórica, e assim deve ser, pois sem progresso haverá estagnação e decadência. Por outro lado, o progresso pelo progresso não deve ser estimulado, pois as nossas tradições comprovadas raramente exigem remendos. Então um equilíbrio entre o velho e o novo, entre a permanência e a mudança, entre a tradição e a inovação...
– Manter a tradição, mas retirar as partes que o ministério não acha adequadas… – Remo disse, balançando a cabeça em desagrado.
– Ou seja, manter a escola como é, mas incluir o poder do ministério na escola… Tirar parte do poder do diretor, porque é isso que Fudge não gosta das tradições de Hogwarts. – Tiago disse, remexendo-se incomodado.
– Então o ministério está tentando interferir em Hogwarts? – Frank disse, parecendo chocado.
– Pelo visto não só tentando, conseguindo. – Tiago disse, batendo com o pé no chão repetidamente – Deve ter sido assim que Umbridge foi parar na escola.
Harry percebeu que sua atenção estava oscilando, como se seu cérebro estivesse entrando e saindo de sintonia. O silêncio que sempre prevalecia no salão quando Dumbledore falava ia se rompendo à medida que os alunos aproximavam as cabeças, cochichando e abafando risinhos. Na mesa da Corvinal, Cho Chang conversava animadamente com as amigas. Alguns lugares adiante de Cho, Luna Lovegood puxara o seu Pasquim. Entrementes, na mesa de Lufa-Lufa Ernesto Macmillan era um dos poucos que ainda olhavam para a Profª Umbridge, de olhar vidrado, e Harry tinha certeza de que estava apenas fingindo ouvir, numa tentativa de honrar o novo distintivo de monitor que reluzia em seu peito.
– Foi um discurso realmente entediante… – Gina deu de ombros – Eu passei a maior parte dos discurso conversando com alguns amigos…
– Confesso que também não consegui prestar muita atenção. – Neville concordou, acenando com a cabeça.
– Eu poderia apostar que de vocês, apenas Hermione prestou atenção. – Sirius disse, dando uma piscadela para Hermione.
– Não acho que alguém duvide disso. – Rony disse, encolhendo os ombros, antes de voltar ao livro.
A Profª Umbridge não parecia notar o desassossego da plateia. Harry teve a impressão de que uma revolta de grandes proporções poderia ter estourado bem embaixo do nariz dela e a bruxa teria continuado a discursar. Os professores, porém, ainda ouviam com muita atenção, e Hermione parecia estar bebendo cada palavra que Umbridge dizia, embora, a julgar por sua expressão, a desagradasse totalmente.
– Os professores e Hermione provavelmente entendem exatamente o que está acontecendo. – Tiago disse, desassossegado – E se Hermione está tão incomodada com o discurso…
– Nós devemos estar certos. – Sirius disse, balançando a cabeça – Fudge não se contenta em incomodar Harry e Dumbledore só do lado de fora, ele deve estar tentando demonstrar que é mais poderoso que o diretor…
– É uma queda de braço… – Tiago disse, pensativo – Por isso Dumbledore está agindo como se estivesse estudando Umbridge… Porque ele está.
– Porque ela representa quão longe Fudge está disposto a ir… – Remo disse, descrente.
Harry balançou a cabeça, mas não disse nada. Não podia demonstrar que na verdade Umbridge era muito mais perigosa do que Fudge jamais poderia ser.
—... porque algumas mudanças serão para melhor, enquanto outras virão, na plenitude do tempo, a ser reconhecidas como erros de julgamento. Entrementes, alguns velhos hábitos serão conservados, e muito acertadamente, enquanto outros, antigos e desgastados, precisarão ser abandonados. Vamos caminhar para a frente, então, para uma nova era de abertura, eficiência e responsabilidade, visando a preservar o que deve ser preservado, aperfeiçoando o que precisa ser aperfeiçoado e cortando, sempre que encontrarmos, práticas que devem ser proibidas.
– Cortando práticas que devem ser proibidas. – Remo repetiu, com óbvio desagrado – Práticas que devem ser proibidas de acordo com a compreensão do ministério… Ou seja, qualquer coisa que desagrade o ministério.
– Como falar a verdade para os alunos. – Frank disse, acenando com a cabeça lentamente.
A bruxa se sentou. Dumbledore aplaudiu. O corpo docente acompanhou a sua deixa, embora Harry reparasse que vários professores bateram as mãos apenas uma ou duas vezes antes de parar. Alguns alunos secundaram os aplausos, mas a maioria foi apanhada de surpresa pelo fim do discurso, porque não ouvira mais do que umas poucas palavras do todo, e antes que eles pudessem começar a aplaudir devidamente, Dumbledore tornou a se erguer.
— Muito obrigado, Profª Umbridge, foi um discurso muito esclarecedor — disse, curvando-se para a bruxa. — Agora, como eu ia dizendo, os testes de Quadribol serão realizados...
– Nós não ouvimos o discurso inteiro, mas as partes que ouvimos foram definitivamente esclarecedoras. – Lily disse, receosa.
– Mas isso não vai durar muito tempo. – Alice disse, confiante – Logo as pessoas vão descobrir que Dumbledore e Harry estão falando a verdade. Voldemort não pode estar planejando ficar muito tempo escondido… Não é?
Ninguém respondeu, o que fez todos na sala sentirem como se as esperanças de Alice fossem infundadas.
— Certamente que foi esclarecedor — disse Hermione em voz baixa.
— Você está me dizendo que gostou? — perguntou Rony baixinho, virando o rosto, perplexo, para ela. — Foi o discurso mais chato que já ouvi, e olha que eu fui criado com o Percy.
– Eu definitivamente prestei mais atenção a alguns dos discursos de Percy do que o de Umbridge. – Gina disse, concordando com as palavras do irmão.
— Eu disse esclarecedor e não agradável. Explicou muita coisa.
— Foi? — admirou-se Harry. — Me pareceu uma grande enrolação.
— Mas havia coisas importantes no meio da enrolação — disse Hermione, séria.
— Havia? — perguntou Rony, sem entender.
— Que tal “o progresso pelo progresso não deve ser estimulado”? Ou então “cortando sempre que encontrarmos práticas que devem ser proibidas”?
– Exatamente as mesmas partes que chamaram a nossa atenção. – Tiago notou, trocando um olhar significativo com Hermione.
— Bom, e o que é que isso significa? — perguntou Rony impaciente.
— Vou-lhe dizer o que significa — disse Hermione agourentamente. — Significa que o Ministério está interferindo em Hogwarts.
– Exatamente como pensávamos. – Sirius bufou – Só queria saber como exatamente Fudge está conseguindo interferir em Hogwarts…
– E como ele pretende usar Umbridge para isso... – Remo disse, acenando com a cabeça.
– No momento ela não tem influência nenhuma dentro da escola… – Tiago disse, pensativo – Não mais do que um outro professor qualquer, e muito menos do que os diretores das casas…
– Ela pode ser uma espiã. – Severo disse, pensativo.
– Faz sentido. – Remo disse, batendo com os dedos no braço do sofá – Se ela ver qualquer coisa que incomode o ministério ela vai avisar a Fudge, e ele vai poder tomar providências…
– Resta saber, que tipo de providências ele vai tomar… – Frank disse, balançando a cabeça, resignado.
Houve um grande estardalhaço ao redor deles; obviamente Dumbledore dispensara a escola, porque todos estavam se levantando, prontos para abandonar o salão.
– Então Dumbledore não fez qualquer discurso sobre o que está acontecendo. – Lily suspirou – E as pessoas vão continuar insinuando que Harry está mentindo? – completou, apertando a mão de Harry com carinho. Harry apenas apertou sua mão de volta, tentando confortá-la.
– Talvez ele não quisesse falar qualquer coisa na frente de Umbridge… – Sirius deu de ombros – Ele não deve querer que Fudge ataque logo de cara, deve estar testando a profundidade do que Fudge consegue fazer.
– Por isso ele está sendo tão condescendente com ela. – Tiago disse, concordando com a cabeça – Faz sentido…
Hermione levantou-se de um pulo, parecendo agitada.
— Rony, temos de mostrar aos alunos do primeiro ano aonde ir!
— Ah, é — disse Rony, que obviamente se esquecera. — Ei... Ei, vocês aí! Anõezinhos!
— Rony!
— Ora, eles são, são nanicos...
— Eu sei, mas você não pode chamá-los de anões!... Alunos do primeiro ano! — chamou Hermione com autoridade, correndo o olhar ao longo da mesa. — Por aqui, por favor!
Um grupo de alunos novos passou timidamente pelo vão entre as mesas da Grifinória e Lufa-Lufa, todos se esforçando o máximo para não serem os primeiros. Pareciam realmente muito pequenos; Harry tinha certeza de que não era tão jovem assim quando chegara ali. Sorriu para eles. Um garoto louro ao lado de Euan Abercrombie pareceu petrificar; cutucou o colega e cochichou alguma coisa em seu ouvido. Euan se apavorou também e lançou um olhar de horror a Harry, que sentiu o sorriso escorregar pelo seu rosto como a seiva da escrofulária.
– Talvez eles não estivessem com medo de você… – Lily disse, em tom de consolo – Apesar de tudo, você ainda é famoso na época de vocês… Talvez eles estivessem apenas admirados…
– Ele parecia apavorado. – Harry disse, com um suspiro pesado – Eu não devia me incomodar com essas coisas…
– Mas é difícil não se incomodar. – Tiago disse, balançando a cabeça – Ter tantas pessoas contra você é horrível. Ainda mais no lugar que você considera seu lar…
– As pessoas estão sempre te julgando, para o bem ou para o mal… – Remo disse, trocando um olhar com Harry – É pressão demais.
Harry acenou com a cabeça, demonstrando que era exatamente como se sentia.
— Vejo vocês mais tarde — disse a Rony e Hermione, e saiu do Salão Principal sozinho, fazendo o possível para ignorar novos cochichos, olhares e as pessoas que apontavam quando ele passou.
Manteve os olhos em um ponto fixo à frente enquanto se deslocava pelo ajuntamento no saguão, depois subiu correndo a escadaria de mármore, tomou uns atalhos secretos e não tardou a deixar a maior parte das pessoas para trás.
Fora burro em não prever isso, pensou com raiva ao caminhar pelos corredores bem mais vazios do andar superior. Naturalmente que todos o encaravam; ele saíra do labirinto Tribruxo dois meses antes agarrado ao corpo de um colega morto dizendo que vira Lord Voldemort voltar ao poder. Não tinha havido muito tempo no último trimestre para ele se explicar antes de todos partirem para as férias – mesmo que tivesse se sentido à altura de relatar para toda a escola detalhadamente os terríveis acontecimentos naquele cemitério.
– Eu não sabia que você tinha ficado chateado. – Hermione disse, encarando Harry com atenção – Se eu soubesse teria falado para Rony ir com você… Nós não precisávamos levar os alunos do primeiro ano juntos…
– Um monitor é o bastante para essa tarefa. – Rony confirmou, acenando com a cabeça – No nosso primeiro ano, Percy nos levou para a Grifinória sozinho…
– Eu não queria atrapalhar vocês… – Harry disse, remexendo-se em seu lugar, desconfortável.
– E você não queria deixar eles verem que você estava incomodado. – Tiago disse, encarando Harry, compreensivo – Às vezes nós precisamos demonstrar nossas fraquezas para os nossos amigos. – Ele completou, encolhendo os ombros.
– Só assim seus amigos vão saber quando você precisa de ajuda. – Remo concordou, trocando olhares com Sirius e Tiago.
– Não acho que Harry saiba como demonstrar fraqueza... – Lily suspirou, apertando a mão de Harry com carinho.
Harry chegara ao fim do corredor que levava à sala comunal da Grifinória e parara diante do retrato da Mulher Gorda, antes de se dar conta de que não conhecia a nova senha.
— Hum... — disse sombriamente, olhando para a Mulher Gorda, que alisava as dobras do vestido de cetim rosa e retribuía seu olhar com severidade.
— Não tem senha, não entra — sentenciou ela com ar superior.
— Harry, eu sei! — Alguém vinha ofegando às suas costas e, quando ele se virou, viu Neville que se aproximava em passo de marcha.
– Eu vi como você saiu rápido do salão principal… – Neville disse, coçando a parte de trás da cabeça, ligeiramente constrangido – Imaginei que você não saberia a senha… Então perguntei a Hermione e corri para te alcançar…
– Então você percebeu que Harry estava incomodado e nós não percebemos? – Rony perguntou, remexendo-se no sofá, desconfortável.
– Vocês estavam prestando atenção aos alunos novos. – Neville disse, com um aceno de mão displicente – E estavam de costas quando Harry praticamente saiu correndo do salão…
– Mesmo assim, nós devíamos ter percebido. – Hermione murmurou, frustrada.
– Não é sua culpa. – Harry disse categórico, fazendo Tiago, Sirius e Remo desconfiarem de que algo havia acontecido, e que Hermione e Rony se culpavam por Harry ter subido sozinho.
— Adivinhe qual é? Uma vez na vida eu vou ser capaz de me lembrar... — Ele acenou com o cacto anão que mostrara no trem. — Mimbulus mimbletonia!
— Certo — disse a Mulher Gorda, e seu retrato girou para o lado dos garotos como se fosse uma porta, deixando à mostra um buraco redondo na parede, pelo qual Harry e Neville entraram.
A sala comunal da Grifinória tinha a aparência hospitaleira de sempre, uma sala aconchegante e circular na torre da Casa, repleta de poltronas fofas e velhas mesas desconjuntadas. Um fogo muito vivo crepitava na lareira e uns poucos alunos aqueciam nele as mãos, antes de subir para os dormitórios; do outro lado da sala, Fred e Jorge Weasley estavam espetando alguma coisa no quadro de avisos. Harry acenou para eles e continuou seu caminho em direção à porta dos dormitórios dos garotos; não estava disposto a conversar naquele momento. Neville o acompanhou.
Dino Thomas e Simas Finnigan haviam chegado ao dormitório primeiro, e estavam ocupados em cobrir as paredes ao lado de suas camas com pôsteres e fotografias. Estavam conversando, quando Harry empurrou a porta, mas pararam bruscamente no instante em que o viram. Harry ficou imaginando se teriam estado conversando sobre ele, e em seguida se estaria ficando paranoico.
Harry se remexeu em seu lugar, desconfortável.
– Pelo jeito como você está agora, eu poderia apostar que você não estava ficando paranoico. – Tiago disse, encarando Harry com atenção.
Harry não respondeu, mas Neville e Rony também começaram a parecer desconfortáveis.
– E pelo modo como Neville e Rony estão, eu apostaria que nós vamos descobrir logo. – Sirius disse, observando os três com atenção.
– Deve ser o motivo pelo qual Rony e Hermione parecem culpados por ter deixado Harry subir sozinho. – Remo disse, pensativo – Só não consigo imaginar o que é…
– Simas e Dino não podem ter feito nada… Não é? – Lily perguntou, observando Harry, Rony e Neville com atenção – Eles nunca fizeram nada para nos fazer acreditar que eles ficariam contra você e…
– É melhor continuar lendo em vez de tentar adivinhar. – Hermione disse, com um suspiro profundo, e cutucou Rony nas costelas para ele voltar a ler.
— Oi — disse Harry, andando em direção ao seu malão e abrindo-o.
— Oi, Harry — respondeu Dino, que estava vestindo um pijama com as cores do West Ham. — Boas férias?
— Nada más — murmurou, uma vez que um relato fiel das suas férias teria levado a maior parte da noite, e ele não estava com disposição para tanto.
— É, foi legal — riu Dino. — Pelo menos foi melhor que a de Simas, ele estava me contando.
— Ora, que foi que aconteceu, Simas? — perguntou Neville enquanto colocava seu Mimbulus mimbletonia carinhosamente sobre o armário à cabeceira.
Simas não respondeu imediatamente; estava demorando todo o tempo do mundo para garantir que o seu pôster do time de Quadribol Francelhos de Kenmare ficasse perfeitamente enquadrado. Então falou, ainda de costas para Harry:
— Minha mãe não queria que eu voltasse.
— Quê? — exclamou Harry, parando em meio ao gesto de despir as vestes.
— Ela não queria que eu voltasse a Hogwarts.
Simas afastou-se do pôster e apanhou o próprio pijama no malão, ainda sem encarar Harry.
– Como assim não queria que ele voltasse? – Alice perguntou, espantada – Queria que ele ficasse sem estudar?
– Eu diria que tem algo a ver com o fato dele dividir o dormitório com Harry. – Tiago disse, entredentes – Por isso Simas não consegue encará-lo…
– Vamos ouvir o que eles vão dizer… – Lily murmurou para Tiago, segurando o braço dele com carinho, para tentar acalmá-lo.
— Mas... por quê? — perguntou Harry espantado.
Ele sabia que a mãe de Simas era bruxa e não conseguia entender, portanto, por que teria assumido a mesma atitude dos Dursley.
Simas não respondeu até ter acabado de abotoar o pijama.
— Bom — disse medindo as palavras. — Suponho que... por sua causa.
— Que é que você quer dizer com isso? — perguntou Harry depressa.
Seu coração estava disparando. Tinha a vaga sensação de que alguma coisa estava acossando-o.
— Bom — continuou Simas, ainda evitando olhar para Harry — ela... hum... bom não é só você, é o Dumbledore também...
— Ela acredita no Profeta Diário? — perguntou Harry. — Ela acha que sou um mentiroso e Dumbledore um velho caduco?
Simas ergueu os olhos para ele.
— É mais ou menos isso.
– Que mulher ridícula! – Sirius rosnou, com os punhos cerrados – Na copa mundial ela não tinha nada contra Harry, o filho dela passou quatro anos vivendo com Harry e nada aconteceu, agora, só porque um jornaleco ridículo diz que Harry é mentiroso ela quer tirar Simas de perto de Harry?
– Ela é apenas como todo o resto. – Tiago grunhiu, socando o braço do sofá com raiva – Ninguém conhece Harry de verdade e julgam ele como se conhecessem!
– E é esse o futuro do mundo bruxo? – Sirius continuou, entredentes – Uma gentinha burra que acredita em qualquer palhaçada que lê nos jornais ou que sai da boca do ministro mais panaca que nós já tivemos?
– Calma. – Lily disse, segurando o braço de Tiago – As coisas vão mudar, logo… Harry é mais forte do que todas essas pessoas…
– Mas Harry não devia ter que passar por isso! – Tiago exclamou, exaltado – Ninguém que passou por tudo o que Harry passou devia ser obrigado a passar por essa humilhação toda!
– Harry vai superar tudo isso. – Lily disse, encarando Harry, confiante – Porque apesar de tudo isso, Harry é uma pessoa verdadeiramente boa… E Harry tem amigos que eu sei que vão estar ao seu lado não importa o que acontecer…
Harry confirmou com a cabeça, encarando Tiago e Lily com atenção.
Harry não disse nada. Atirou a varinha sobre a sua mesa-de-cabeceira, despiu as vestes, enfiou-as com raiva no malão e vestiu o pijama. Estava farto daquilo; farto de ser a pessoa para quem todos olham e de quem falam o tempo todo.
Se algum deles soubesse, se algum deles tivesse a mais pálida ideia do que era se sentir a pessoa a quem todas aquelas coisas aconteciam... A Sra. Finnigan não fazia ideia, aquela burra, pensou com ferocidade.
Ele entrou na cama e começou a fechar o cortinado à volta, mas, antes que pudesse completar o gesto, Simas disse:
— Vem cá... que foi que aconteceu realmente naquela noite em que... você sabe, em que... com Cedrico Diggory e tudo?
– Não acredito que ele teve a coragem… – Gina grunhiu, entredentes – Se eu fosse você…
– Gina! – Hermione a repreendeu, mas também não parecia muito contente com o que estava sendo lido.
– Não vou falar nada… – Gina murmurou – Mas você tem que concordar que é muita audácia…
A maioria dos presentes acenou enfaticamente em concordância.
Simas parecia ao mesmo tempo nervoso e ansioso. Dino, que estivera debruçado sobre o próprio malão, tentando encontrar um chinelo, ficou tão estranhamente imóvel que Harry percebeu que estava com os ouvidos na conversa.
— Para que é que você está me perguntando? — retrucou Harry. — Você não lê o Profeta Diário como a sua mãe, por que não o lê? O jornal vai lhe dizer tudo que você precisa saber.
— Não comece a atacar minha mãe — respondeu Simas com rispidez.
— Ataco qualquer um que me chame de mentiroso — disse Harry.
— Não fale assim comigo!
— Falo com você como quiser — respondeu Harry, sua irritação aumentando tão rápido que ele agarrou com violência a varinha que estava na mesa de cabeceira.
— Se você tem algum problema em dividir o dormitório comigo, vá pedir à McGonagall para transferir você... assim sua mamãe vai parar de se preocupar...
— Deixe a minha mãe fora disso, Potter!
– Se a mãe dele não fosse uma babaca que acredita em qualquer coisa que lê, Harry não estaria atacando ela! – Sirius disse, irritado.
– Harry tem todo o direito de se defender! – Remo concordou, enfático.
– É ridículo. – Tiago grunhiu – É ridículo como todo mundo pensa que tem todo o direito de falar de Harry, mas Harry não tem direito algum de se defender!
– Eu não sei o que Gina ia dizer que faria se fosse o Harry, mas eu definitivamente faria o mesmo. – Sirius disse, trocando um olhar de companheirismo com Gina.
— Que é que está acontecendo?
Rony aparecera à porta. Seus olhos arregalados correram de Harry, que estava ajoelhado na cama com a varinha apontada para Simas, a este, parado ali com os punhos erguidos.
– Eu não sabia o que pensar. – Rony deu de ombros, levantando os olhos do livro para encarar Harry – Mas eu sabia que Harry jamais estaria apontando a varinha para Simas sem motivo…
– Eu não sabia se tinha mais medo do Simas pular no Harry e atacá-lo do jeito trouxa, ou do Harry começar a duelar com o Simas no meio do dormitório… – Neville confidenciou – Mas acho que Simas sairia mais machucado de qualquer forma…
– Se fosse apostar, também apostaria em Harry. – Gina disse, trocando um olhar carinhoso com Harry.
— Ele está atacando a minha mãe! — berrou Simas.
— Quê? — falou Rony. — Harry não faria isso... conhecemos sua mãe, gostamos dela...
— Isto foi antes de ela começar a acreditar em cada palavra que aquele Profeta Diário nojento escreve sobre mim! — gritou Harry a plenos pulmões.
— Ah — disse Rony, a compreensão se espalhando pelo seu rosto sardento. — Ah... certo.
— Você sabe do que mais? — disse Simas, com raiva, lançando a Harry um olhar venenoso. — Ele tem razão, eu não quero mais dormir no mesmo dormitório que ele, ele é doido.
– Não durma então! – Sirius rosnou – Vai dormir no salão comunal, ou no corredor do lado de fora!
– Só não venha pedir ajuda a Harry quando Voldemort mostrar a cara. – Tiago disse entredentes – Porque é exatamente isso que vai acontecer, todos estão te tratando como um louco mentiroso, mas vão querer a sua ajuda quando Voldemort se revelar…
– E o pior é que Harry vai ajudar. – Sirius bufou – Você tem o coração bom demais para não ajudar…
– Eu só não gosto de ver isso. – Lily suspirou pesadamente – Todo mundo te tratando desse jeito…
– Ele vai se arrepender. – Remo disse, categórico – Mais cedo ou mais tarde, a verdade vai ser revelada, e ele vai se arrepender amargamente… Todos eles vão.
— Você está errado, Simas — disse Rony, cujas orelhas estavam começando a ficar vermelhas: sempre um sinal de perigo.
— Estou errado, é? — gritou Simas, que ao contrário de Rony começava a ficar branco. — Você acredita naquela baboseira que ele contou sobre Você-Sabe-Quem, é, você acha que ele está dizendo a verdade?
— Acho sim! — respondeu Rony com raiva.
— Então você é doido também — disse Simas com repugnância.
— Ah, é? Bom, infelizmente para você, companheiro, eu também sou monitor! — disse Rony, apontando para o peito. — Portanto, a não ser que você queira receber uma detenção, é melhor ter cuidado com o que diz!
Tiago, Sirius e Remo acenaram com a cabeça em sinal de aprovação para Rony, e Lily sorriu para ele com carinho.
Simas ficou olhando por uns segundos, avaliando se a detenção seria um preço razoável a pagar pelo que ia em sua cabeça, mas, com uma interjeição de desprezo, deu as costas, pulou na cama e correu as cortinas com tanta violência que elas se romperam do dossel e caíram em um monte empoeirado no chão. Rony olhou aborrecido para Simas, e em seguida para Dino e Neville.
— Os pais de mais alguém têm alguma coisa contra o Harry? — perguntou com agressividade.
— Meus pais são trouxas, cara — disse Dino, sacudindo os ombros. — Não sabem nada sobre mortes em Hogwarts, porque não sou idiota de contar a eles.
— Você não conhece a minha mãe, ela extrai qualquer coisa de qualquer um! — retrucou Simas. — E, de qualquer forma, seus pais não recebem o Profeta Diário. Não sabem que o nosso diretor foi dispensado da Corte Suprema dos Bruxos e da Confederação Internacional dos Bruxos porque está ficando caduco...
– Eu realmente acho que existe alguém com sérios problemas mentais dividindo o dormitório com vocês três… – Sirius disse, com a voz cheia de desprezo – E definitivamente não é o Harry…
– É realmente patética a forma como as pessoas simplesmente acreditam em tudo o que o jornal diz. – Alice disse, encarando o livro com um nível de compreensão completamente diferente de todos os outros – Eu parecia ridícula assim?
– Não… – Frank disse, encarando Alice com carinho – Simas parece bem mais patético.
– Definitivamente. – Remo concordou, balançando a cabeça, decepcionado – Eu realmente não esperava isso de alguém com quem Harry conviveu tão de perto por tanto tempo… Como ele pode acreditar…
– As pessoas são burras. – Sirius bufou – Simas e a mãe dele são extremamente burros.
— Minha avó diz que isso tudo é tolice — disse Neville com a sua voz aguda. — Ela diz que o Profeta Diário é que está em decadência, e não Dumbledore. Ela cancelou a nossa assinatura. Acreditamos em Harry — encerrou Neville. E entrou na cama, puxou as cobertas até o queixo, e ficou espiando para Simas por cima delas, como uma corujinha. — Minha avó sempre disse que Você-Sabe-Quem voltaria um dia. Ela diz que se Dumbledore diz que ele voltou, então ele voltou.
– Minha mãe tem muitos defeitos, mas se tem uma coisa que ela não é, é influenciável. – Frank disse – E eu fico feliz que ela tenha te ensinado a pensar por você mesmo, sem acreditar em tudo que sai no jornal. – completou, apertando o ombro de Neville, sem disfarçar o orgulho.
– E a defender suas opiniões. – Tiago disse, acenando a cabeça, em sinal de aprovação.
Harry sentiu um arroubo de gratidão por Neville.
Harry e Neville trocaram um olhar de compreensão, e um leve aceno de cabeça.
Ninguém disse mais nada. Simas apanhou a varinha, consertou as cortinas e desapareceu por trás delas. Dino entrou na cama, virou para o outro lado e se calou. Neville, que aparentemente não tinha mais nada a dizer, ficou admirando com carinho o seu cacto iluminado pelo luar.
Harry recostou-se em seus travesseiros enquanto Rony se ocupava com a cama ao lado, guardando o que era seu. Sentia-se abalado com a discussão que tivera com Simas, de quem sempre gostara muito. Quantas outras pessoas iam insinuar que ele estava mentindo ou era desequilibrado?
Será que Dumbledore sofrera assim o verão inteiro, quando primeiro a Corte dos Bruxos e depois a Confederação Internacional o excluíram de suas fileiras? Será que era raiva o que sentia de Harry, talvez, que impedira Dumbledore de se comunicar com ele durante meses? Afinal, os dois estavam nisso juntos; Dumbledore tinha acreditado em Harry, anunciado sua versão dos fatos à escola inteira e depois à comunidade bruxa. Qualquer um que achasse que Harry era mentiroso tinha de pensar que Dumbledore também o era, ou então que Dumbledore fora enganado...
– O motivo que Dumbledore tem para te evitar não tem nada a ver com raiva. – Tiago disse, categórico – Ele apenas não quer te manter informado…
– Provavelmente porque acredita que isso manteria Voldemort informado também. – Remo disse, com cuidado.
– Talvez. – Tiago disse, com um aceno de mão displicente – Ainda assim, Harry merecia saber o que Dumbledore pensa…
– E Dumbledore devia estar se precavendo se ele realmente acha que a ligação é de mão dupla, – Sirius disse balançando a cabeça – ele devia estar ensinando oclumência a Harry, em vez de o evitar…
No fim eles saberão que estamos certos, pensou Harry, infeliz, quando Rony entrou na cama e apagou a última vela do dormitório. Mas restou a indagação: quantos outros ataques como o de Simas ele teria de suportar até que aquele momento chegasse?
– Espero que não muitos. – Lily murmurou, enquanto Rony passava o livro para Hermione.
– Eu nunca soube exatamente como vocês tinham chegado àquele ponto. – Rony disse, balançando a cabeça.
– E mesmo assim você não tardou em defender Harry. – Sirius disse, acenando a cabeça em sinal de aprovação – Como um bom amigo faria.
– Acho que depois do que aconteceu no ano anterior, Rony aprendeu a confiar em Harry... – Tiago disse, confiante.
A maioria dos presentes observava Rony com alguma admiração, por isso Tiago estranhou quando ele baixou os olhos, parecendo ligeiramente culpado.
– Devíamos começar o próximo capítulo logo. – Harry disse, tirando a atenção de todos de Rony.
Hermione concordou, limpou a garganta, e começou a ler o capítulo seguinte:
– Capítulo XII – A professora Umbridge.
Créditos para Greice Mariana, que criou uma das frases que foi incluída nesse capítulo!
Olá leitores mais queridos do FeB! Eu sei que esse capítulo demorou um século para sair, e quem me acompanha no grupo conhece bem os meus motivos para isso. Espero que tenham gostado do capítulo! Não deixem de comentar.
- Gabriel Lovegood Longbottom: Fico muito feliz que esteja gostando. Tenho que confessar que estou tendo mais dificuldade de escrever OdF do que as outras, mas não sei se é por causa da história em si (Umbridge, morte do Sirius, etc) ou se é por causa da minha vida pessoal, que anda meio caótica... Eu sempre fico curiosa para saber que detalhes as pessoas não tinham percebido antes...
- Gatinhos de Chocolate: Eu vi todos os seus comentários, e posso te dizer que eles me deixaram muito feliz! Eu posso te garantir que eu pretendo acabar todos os livros, e não vou abandonar a fic! Às vezes a minha vida pessoal precisa de atenção, e por isso, demoro muito mais do que o normal a escrever e postar, mas mesmo que demore muito, pode ter certeza de que não vou desistir! E espero que você esteja por aqui para me acompanhar até o final! Mas me fala, por que sua mãe não deixava você fazer uma conta antes?
- Nina Delacourt Black: Você tem toda a razão, comentários sempre me incentivam a escrever mais, e sempre me alegram! Fico muito feliz que você goste tanto da fic! Geralmente eu posto a cada 15 dias, mas tive alguns problemas pessoais nos últimos meses e tive que dar um tempo, se você quiser saber mais sobre a fic e sobre como são as postagens, pode entrar no grupo do facebook, eu sempre deixo todo mundo atualizado por lá.
- Stehcec: Vi seus dois comentários, mas o comentário sobre os capítulos passados vou responder só as partes mais importantes, ok? Eu sempre achei um tanto estranho ser possível passar o segredo do feitiço fidelius através da escrita, assim parece ainda mais simples para Pettigrew trair a confiança de Tiago. Eu não sei se é verdade que apenas os homens da família Black podem herdar a casa, mas eu achei que combinava com a forma como os Black são. Eles dão valor demais ao nome e à família, e o nome só pode ser passado para frente com os descendentes homens... Eu também tenho muitos problemas com Percy, ele é ambicioso demais, ambição não é ruim, mas o modo como ele passa por cima da família é. A minha mãe sempre acreditou que me falar a verdade era o melhor para me preparar para o futuro, então eu acredito que o Harry merecia saber a verdade, mesmo sendo novo, porque não saber o deixa despreparado. E vamos ter que discordar sobre Dumbledore, eu não acredito nem por um segundo que ele queria proteger Sirius, ele só queria manter Sirius por perto porque sabia que era um modo eficiente de controlar o Harry... A gente descobre depois da morte de Dumbledore que quando o fiel do segredo morre, todo mundo que conhece o segredo se torna fiel do segredo também, enfraquecendo muito o feitiço, já que todos que receberam o endereço diretamente do fiel do segredo original podem contar o endereço por aí. É nessas horas que a gente vê como coisas pequenas acabam sendo importantes no final, se Monstro não tivesse resgatado várias coisas o medalhão estaria perdido... Eu também pretendo escrever mais histórias sobre a família da Lily. Eu não sei se as lareiras realmente são rastreadas, mas por causa da Umbridge sabemos que é possível vigiar lareiras, então acho que também deve ser possível rastreá-las. Os abortos tem um pouco de magia, mas não o bastante para o livro aceitar seus nomes em Hogwarts, se você quiser me pergunta sobre o livro que eu explico melhor. Sobre o Quirrell ser professor de outra matéria antes de ser professor de DCAT é canon mesmo, não lembro exatamente onde li, mas é verdade. Eu passei um bom tempo pensando em como faria com a parte em que Harry fica chateado por não ser monitor, mas eu acho que Rony amadureceu muito depois de tudo o que aconteceu, e que ele é completamente capaz de lidar com isso no momento. Eu gosto que você perdeu a capacidade de fazer comentários pequenos! Eu ainda acho que a profecia estava certa e só Harry seria realmente capaz de matar Voldemort. Eu também acho que Molly tem ciúmes do Sirius, mas ela devia tentar entender que a presença do Sirius é boa para Harry, em vez de tentar passar por cima dele! Não é só porque o Sirius está por perto que ela é menos importante para o Harry. Di-lua é um exemplo de como a tradução deixa passar algumas coisas, no original o apelido é Loony, que eu traduziria como estúpida, então é bem mais ofensivo... Eu acho que o Sirius tem esperança de que o Draco tenha salvação porque ele gostaria muito que o Régulo tivesse salvação, então no final ele vai ficar feliz com os dois... É revelado que o Neville consegue ver testrálios durante uma aula de Trato das Criaturas Magicas lá pelo meio desse livro. Eu tento ao máximo deixar os capítulos mais leves, porque sei que esse livro é meio pesado mesmo!
- Ginevra Molly Weasley: Que bom que resolveu comentar, eu sempre fico muito feliz! Muito obrigada! Eu sei que às vezes eu vou demorar mais do que o normal para postar, com a vida pessoal e tudo mais, espero que ainda assim você continue por aqui! E você tem toda razão, escrever é o que eu mais gosto de fazer no mundo!
- DanielaFigueiredo: Obrigada! Não se preocupe, não vou parar, mesmo quando eu demoro, pode ter certeza de que não vou desistir!
- Lily Evans Potter: Fico feliz que você goste da fic, e que seja tão empolgada em relação a ela que tenha insistido tanto. Como eu expliquei, eu tive um período complicado na minha vida pessoal, e por isso tive que dar um tempo por aqui, mas você pode ter certeza de que eu não vou abandonar a fic, e que eu vou continuar escrevendo até o final do último livro, mesmo que isso leve muito tempo (estou escrevendo essa fic desde 2013, vai levar muito tempo) então peço que tenha paciência comigo! E que fique por aqui até o final! Se quiser saber melhor o que está acontecendo, você sempre pode entrar no grupo da fic no facebook, o link está aqui embaixo.
- Fluorite: Espero que você não tenha desistido, porque eu posso te garantir de que eu não vou abandonar a fic. Às vezes a vida pessoal acaba interferindo na fic, mas eu não vou deixar de escrever. Pode ter certeza.
- Dani Evans Potter: Eu às vezes demoro um pouco mais do que o normal, mas pode ter certeza de que eu não vou abandonar a fic!
- MionGinnyLuna: Que bom que não abandonou! Você é uma das minhas leitoras mais antigas! Em relação à Alice, gostar de herbologia é uma coisa, ser obcecada como o Neville é outra... E Snape e Lily só conhecem as propriedades da seiva por causa de poções... Além disso, eles não tem essa planta especifica nas estufas de Hogwarts, então ela não deve saber muito sobre ela... E é claro que o Draco sempre teve uma queda pelo Harry! Isso é bem óbvio ao longo dos livros, e é por isso que eu shippo Drarry... Inclusive, eu escrevo muitas Drarrys, ainda não publiquei nenhuma, mas quem sabe depois que acabar MLHP?
- Julia Angelini: Eu sei bem como é! Também estive enrolada com assuntos pessoais, então te entendo perfeitamente! Eu também amo a Luna e a Armada, para mim são as melhores coisas que aconteceram nesse livro! E eu também fiquei completamente embasbacada com AFEOH! Nós tivemos várias conversas sobre o filme no grupo, dissecamos cada coisinha que conseguimos pensar! Sobre o primeiro beijo do Harry, eu quero ver como a Gina vai reagir, mais do que qualquer outra pessoa na sala... Não se preocupe, eu não vou desistir da fic, eu sei que vai demorar muito (estou escrevendo desde 2013 afinal), mas não vou parar até chegar ao fim! Se você quiser entrar no grupo, é mais fácil de acompanhar as postagens, já que eu aviso lá tudo o que está acontecendo!
- MatheusMD: Muito obrigada! Fico feliz que goste também! Pode ter certeza de que não vou parar!
Quem quiser fazer parte do grupo da fic, onde posto novidades, jogos, prévias e enquetes: https://www.facebook.com/groups/742689499098462/
Comentários (21)
Querida Juh Nunes axo q a dificuldade de escrever sobre o livro OdF é um conjunto de fatores. Pq alem de ser o livro mais complexo da serie, por tudo q acontece tambem coincidiu com um momento complicado da sua vida particular. Mas tenho certeza que vc conseguira escrever melhor do que qualquer outra pessoa faria. Vou continuar acompanhando vc a te o fim dos livros!! E como ja disse varias vezes descobri muitas coisas nas suas fics que eu nao tinha percebido nos livros do mundo HP...
2017-03-20Alguém me explica como favorita a fic?
2017-03-20É difícil dizer do que eu gosto mais no seu texto: a coesão, o desenvolvimento de personagens, a ausência de clichês típicos de fanfics... mas acho que é a expansão que você faz do universo. Todos nós temos visões e teorias do que aconteceu em determinado momento da História, e é sempre bom ver uma que faça tanto sentido como esta. Acredito fielment que esta versão seja verdadeira. E tenho alguns palpites emcima dela: Salazar Slytherin era um bruxo bem-intencionado, mas ganancioso, que desejava ter aprendizes destinados à grandeza. Quando seus colegas decidiram criar uma escola, cada um tinha um ideal, e ele trouxe o seu. No contexto em que começaram a criar Hogwarts, havia a perseguição de trouxas a bruxos, e isso feria o senso de autopreservação de Salazar, que passou a ver qualquer um descendente de trouxas como uma ameaça em potencial. Há também o fato de que a cultura dos trouxas era muito diferente da dos bruxos, inclusive os valores... os bruxos, por exemplo, sempre foram uma sociedade pouco machista, que desde a época dos fundadores tinha mulheres em grande destaque... imagino que alguns filhos de trouxas não tivessem a mesma impressão... mas é só um exemplo do choque de valores; devia ter muitos outros.Salazar aceitou ter nascidos-trouxas em Hogwarts talvez por falta de opção, de modo que pudesse continuar a deixar sua impressão na escola. E por muito tempo, os fundadores viveram bem: mas então, a perseguição aos bruxos aumentou, afinal, era a Alta Idade Média, e o medo de que os trouxas ameaçassem Hogwarts aumentou... pais trouxas podiam conseguir informações dos filhos, entre outras coisas que a mente prevenida dele pode ter pensado. Então, entre outras coisas, ele construiu a câmara secreta, como um refúgio. Sabe-se que ele a usou para ensinar alguns de seus alunos secretamente em artes que os outros fundadores desaprovavam... mas pode ser que ele a tenha construído para uma possível ameaça ao castelo. Sobre a saída de Salazar de Hogwarts: tudo indica que ele gostava do lugar, e não deve ter saído de bom-grado. Talvez tenha sido pressionado a aceitar os princípios dos outros fundadores. E então, sem opções, ele abandonou a escola, e cheio de rancor, deixou o basilisco (que devia ser só um filhote) escondido na câmara secreta, de forma que, se um dia Hogwarts fosse ameaçada pelos trouxas, seu herdeiro pudesse libertar o monstro para enfrentar os inimigos.Claro, tudo isso é divagação minha... é só minha visão do que pode ou não ter acontecido. Vejo o ponto de vista de Slytherin e outros puristas como algo parecido com o que hoje vemos quando imigrantes e refugiados entram na Europa. Eles têm costumes diferentes, valores diferentes, alguns errados, e os europeus os veem como uma ameaça. E o choque de culturas leva a incidenetes, gerados por ignorância e intolerância.Salazar talves não tivesse uma visão tão radical... é possível que seus seguidores tenham levado suas ideias ao extremismo que conhecemos depois. Como o próprio fundador do Islamismo, Maomé, cujos preceitos envolviam direitos trabalhistas e emancipação da mulher, e foram completamente distorcidos por seus herdeiros. Enfim, não digo que ele fosse inocente... ele tinha ambições perigosas, e foi diretamente responsável pelo que aconteceria na história... mas faz sentido entender como tudo começou.
2017-03-19Perfeito de novo! Eu amo esse livro, apesar de sempre que a Umbridge aparece me da vontade de entrar no livro e esganar ela. Nunca descobri pq minh mãe n deixava, acho que ela achava perigoso ou sla. Não vou abandonar a fic de jeito nenhum! Amo cada capitulo e espero que vc não a abandone também. Bjs e poste logo!
2017-03-17Ah! Mais umas coisas: essa história de Slitherin e Griffindor é vdd? E quando é sua data de postagem? E pá não pode postar todo o dia? E pá o Harry não se casa comigo? Brincadeirinha. Só quero saber as duas primeiras perguntas. Bjks, Gatinho de Chocolate. P.S.: eu sei q. Não precisa assinar, é que eu acho maneiro.
2017-03-17Depois de tanto tempo eu finalmente voltei, uma perguntinha é só o meu, ou o site está na versão antiga? eu realmente tentei comentar nos capítulos anteriores, porém não consegui no site novo e depois que entrei em contado com o site não tive mais tempo para entrar, mas agora espero estar te volta e para ficar. Sobre o capítulo ele ficou perfeito Juh e agora eu sei por experiencia própria como é dificil escrever uma história desse tipo e quantas coisas ficaram fora dos livros, eu acha que tinha sido poucas, mais foram muitas.Sobre o capítulo: Eu já falei antes e torno a repitir esse é o livro que mais odeio de todos os 7 livros, por causa da sapa rosa, do Dumbledore, da morte do Sirius, em fim. Já no começo do capítulo com a fala do Remo imagino eu que ele já tinha uma noção de que os alunos não iriam reagir muito bem ao Harry. Sobre os trestralios (acho que é assim que escreve) eu fiquei bem confusa, apesar de que eu já tinha assisitido o filme, porém não lembrava desse detalhe e fiquei ainda mais surpresa ao saber que o Neville também vi, sobre a alucinação é muito provavel que o Harry pensasse isso mesmo. Quero só ver a reação dos Marotos e dos outros também quando Hagrid mostrar Grop. Eu tenho que concordar com a Luna, eu gosto do Hagrid, porém ele não é um bom professor e o fato dele ter a palavra de Dumbledore como lei me faz ficar com o pé atrás em reação a ele. Sinceramente eles já não gostam da Umbridge imagina a hora que descobrirem tudo o que ela fez, eu sinceramente espero que quando sairem da sala os Marotos deiem um jeitinho nela. FINALMENTE ALGUÉM PENSA COMO EU, fiquei super feliz com a sua história da Sonserina, eu sempre imaginei isso, afinal a época em que eles viviam era de guerra com os trouxas e quando as pessoas estão como medo vão contra os próprios principios, para mim o que aconteceu foi que com o passar do tempo e o fato de Salazar ter abandonado a escola e tudo o mais foi o que bastou para seus descendentes, pelo menos os que são os puristas, alteraram a história para o lado deles, dando uma segunda versão para ela, porém sem alterar muitos os fatos, fiquei muito feliz que você colocou isso, pois eu amo a Sonserina, e admito me irritei um pouco com a reação da Lily, eu entendo que para ela não é facil, porém não precisava ser tão Alice. Eu resumo rapidinho a conversa dos marotos O CHAPÉU ESTÁ MAIS BEM INFORMADO DO QUE O HARRY, o que com toda a certeza faz muito sentido. Eu adoro as conversas dos marotos em relação ao Dumbledore. Eu nunca nem tinha percebido que o discurso da sapa rosa era purista, acho que eu estava mais concentrada em não passar mal com a forma como eu a imagino. Adorei a conversa de como o Snape estava durante o discurso, eu sempre fui curiosa em relação a isso, agora que eu lembrei, como será que eles iram reagir quando a sapa rosa for assistir as aulas? Sobre o quão longo Fudge deseja ir, eu acho que na verdade ele confiava na Umbridge sendo assim ele a deixou livre para fazer o que queria, porém acho que ele não tinha ideia de que ela era ainda pior do que Voldemort, pelo menos essa é a impressão que eu tenho. Nunca tinha percebido que Neville foi atrás do Harry, por que percebeu que ele ficou chateado, eu sempre achei que foi uma coincidencia. Simas é um babaca, esse é um dos personagens que eu mais odeio, afinal ele passou 4 anos com o Harry, para depois simplesmente acreditar no jornal, todos agem como se o Harry tivesse que falar sobre tudo, como se ele não tivesse nenhum sentimento, isso é uma das coisas que mais me irritam nos livros, sinceramente se eu fosse o Harry tinha azarado o Simas sem pensar duas vezes, afinal eu sou do tipo que age primeiro e se arrepende depois. Quando Rony falou que era monitor, foi acho eu a primeira vez que fiquei feliz quando Rony falou algo, quando li isso pela primeira vez pulei de alegria nessa parte. Eu posso discordar das pessoas confiarem cegamente me Dumbledore, mas concordo com a Augusta se Dumbledore disse que Voldemort voltou é por que ele voltou, afinal nem Dumbledore e nem Harry iriam brincar com isso, ou será que o povo esquece que Voldemort matou os pais do Harry? Acho que é só isso... Beijos...
2017-03-16Finalmente o tao esperado cap *-* Vamos la... Eu gostei essa perspectiva de que o Salazar não fosse realmente um purista, se todos parassem pra pensar, realmente faz sentido. Salazar fez a Camara secreta porem Tom Riddle que a usou para petrificar e matar os nascidos-trouxas, se Salazar viveu tantos anos ensinando em Hogwarts, nao teria o pq dele ir contra todos somente por esse motivo banal, eu realmente entendo o ponto dele de nao querer os trouxas nas portas de Hogwarts mas nem todos tem o mesmo pensamento, tudo bem que naquela época tudo era diferente e ainda mais com essa de "caça as bruxas", as pessoas viam os bruxos como um monstro de 3 cabeças e olha que nem o Fofo que literalmente tem 3 cabeças é tao assim. Quando eu estava lendo o livro e vi o que o Simas disse ao Harry e como ele o tratou, achei revoltante, uma pessoa que passou por tudo que o Harry ja passou, que viveu e presenciou o perigo diversas vezes e ainda assim tem um coração tao bom é de se admirar e nao de julgar, Simas depois de tudo viu e conviveu com o Harry deveria ter mais do que pronta sua opinião a favor dele. Neville mesmo com tudo o que aconteceu a ele desde o inicio, mesmo com as zoações e criticas, sempre defendeu o Harry e esteve com ele, atitudes assim mostram quem realmente esta ao nosso lado quando precisamos.
2017-03-16aaewwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww aguardando o próximo
2017-03-14Eeeee! Que felicidades! Mais um capítulo ótimo!! Estava com medo que você não voltasse mais :/ mas voltou e com um capítulo maravilhoso! Agora to ansiosa pras partes que mostra o Harry começando a ter ciúme da Gina hahahah Já estou esperando o próximo! Beijos
2017-03-14OH MY DEUS! EU LIERALMENTE OMECEI A PULAR PELA SALA QUANDO VI QUE TINHA CAPÍTULO NOVO, E ATENDEU TODAS AS EXPECTATIVAS!!! Eu vi esse post no tumblr com essa teoria do SLytherin, muito louca, né? Não concordo muito com a ideia de que ele não era um purista preconceituoso, mesmo se essa fosse a ideia dele de proteger a escola, ele ainda estaria seguindo a lógica de que os nascidos-trouxas não eram "aceitáveis" por algo que eles não podiam controlar, o que é sim discriminação, além de não considerar que estas crianças, sendo mágicas, também estariam em perigo de perseguição, provando que ele não as considerava tão importantes quanto bruxos puros (ou, ao menos, bruxos criados dentro da comunidade bruxa). Ademais, é bem mais fácil você querer denunciar e destruir uma sociedade que te destratou e excluiu por algo que você não tem culpa, do que uma que te abrigou, o que desbanca esse argumento. (Mania de fazer textão ue poderia ser resumido em duas linhas? sim, eu tenho). REMO TA FALANDO, COISA LINDA DO MEU COORE. Eu adoraria que tivesse mais cenas remo x harry, tipo, Remo se desculpando por não ter tentado se aproximar do harry e prometendo que (mesmo que, obviamente, ele vão mudar o futuro inteiro, então Harry vau crescer com "tio Aluado") ele vai se esforçar mais para estar lá para ele/harry se desculpando por nunca ter percebido que remo também se preocupava com ele e cuidava (ou gostaria de cuidar) dele (ou ambos). Fantasiei um pouco. Sinto muito. Acho que os Marotos vão achar um jeito de quebrar essa sala e sair e caçar a umbridge, principalmente quando virem o que ela faz com o Harry! (aliás, a Gina tabém, pois acho que ela não sabe!). BJOS E ATÉ O PRÓXIMO LACRE(capítulo) SEU! P.S: Não sei se é só para mim mas o capítulo ta invertido, aparece como se fosse o 10, antes de "As tribulações da senhora Weasley".
2017-03-13