Uma revoada de corujas
– Uma revoada de corujas.
– Acho que vamos descobrir as consequências dos dementadores… – Lily disse, balançando as pernas preocupada.
– Foi legítima defesa. – Remo afirmou categórico – Devem chamar Harry para uma audiência disciplinar e mandar que ele explique porque teve que conjurar um patrono no meio de uma região trouxa…
– E o ministério vai ter que explicar exatamente o que dois dementadores estavam fazendo lá. – Tiago disse ansioso – Ou eles vão ter que admitir que não tem mais controle sobre os dementadores…
— Quê? — exclamou Harry sem entender.
— Ele saiu — respondeu a Sra. Figg, torcendo as mãos. — Saiu para ver alguém a propósito de uma remessa de caldeirões que caiu da garupa de uma vassoura! Eu disse que o esfolaria vivo se ele fosse, e agora veja o que aconteceu! Dementadores! Foi uma sorte eu ter posto o Sr. Tibbles no caso! Mas não temos tempo para ficar parados! Corra agora, você tem de voltar para casa! Ah, a confusão que isso vai provocar! Eu vou matar aquele homem!
– Você deve ter ficado muito confuso. – Alice disse, encarando Harry com um meio sorriso simpático, Harry apenas acenou afirmativamente em resposta.
– Foi Mundungo que desaparatou. – Sirius disse pensativo – Dumbledore deve ter posto ele para vigiar você… O que é um tanto idiota da parte dele…
– Por que? – Frank perguntou curioso.
– Mundungo Fletcher é provavelmente a pessoa mais irresponsável que eu já conheci, – Tiago afirmou categórico – e eu estou contando com o Sirius! – completou com uma meia risada.
– Ele é o tipo de pessoa que só se importa consigo mesmo. – Remo disse, ignorando a expressão comicamente ultrajada de Sirius – E não da maneira Sonserina de só se importar consigo mesmo. Mundungo é do tipo que larga tudo por alguns galeões…
– Nada confiável. – Sirius retomou a palavra.
– Então por que Dumbledore colocou ele para vigiar Harry? – Lily perguntou confusa.
– Não tenho ideia. – Tiago deu de ombros – Mas para começo de conversa, Dumbledore não devia ter posto ninguém para vigiar Harry, Dumbledore devia ter conversado com Harry, explicado tudo para ele, dito para não sair de casa durante a noite, e mandado Harry para os Weasley. Enfim, nada do que Dumbledore fez, nesse caso, faz sentido.
A revelação de que sua vizinha gagá com mania de gatos sabia o que eram dementadores foi quase um choque tão grande para Harry quanto encontrar dois deles na travessa.
— A senhora é bruxa?
— Não consegui ser, e Mundungo sabe muito bem disso, então como é que eu ia poder ajudar a espantar os dementadores? Ele deixou você completamente descoberto e eu o avisei...
– O que ela quer dizer com “não consegui ser”? – Frank perguntou franzindo a testa.
– Acho que é uma maneira delicada de dizer que ela é um aborto. – Tiago respondeu displicente.
— Esse tal Mundungo andou me seguindo? Espere aí – foi ele! Desaparatou na frente da minha casa!
— Isso mesmo, mas por sorte eu tinha mandado o Sr. Tibbles ficar debaixo de um carro, só por precaução, e ele veio me avisar, mas quando cheguei você já tinha saído de casa – e agora – ah, que é que o Dumbledore vai dizer? Você! — gritou ela para Duda, ainda inerte no chão da travessa. — Levanta essa bunda gorda do chão, anda logo!
– Deve ser muito pior encarar um dementador sem saber o que está acontecendo… – Lily suspirou pesarosa.
– Ele vai ficar bem. – Remo afirmou com um meio sorriso – Vai ser mais difícil para ele se recuperar do que para um bruxo, mas ele vai ficar bem… Talvez Harry até pense em dar um chocolate para ele…
– Acho que ele não conseguiria, duvido que os Dursley deixem Harry dar qualquer coisa para o Duda, mesmo se ele não estivesse nesse estado… Eles não devem ter esquecido os caramelos incha-língua. – Tiago disse pensativo – Tudo vai depender de como eles chegarem em casa.
– E esse Sr. Tibbles que ela falou? – Alice perguntou curiosa.
– Deve ser o gato que Harry viu saindo debaixo do carro quando Mundungo desaparatou. – Sirius disse com simplicidade – No primeiro livro apareceu que ela tinha muitos gatos… Esse deve ser um amasso ou pelo menos uma mistura, como o Bichento… Ou ele não teria vigiado Mundungo para ela.
— A senhora conhece Dumbledore? — perguntou Harry olhando fixamente para a velhota.
— Claro que conheço Dumbledore, quem não conhece Dumbledore? Mas vamos logo. Não vou poder ajudar você se eles voltarem. Eu nunca consegui transfigurar nem um saquinho de chá.
Ela se abaixou, agarrou o braço maciço de Duda com as mãos enrugadas e puxou.
— Levanta, seu monte de carne inútil, levanta!
Mas Duda ou não podia ou não queria se mexer. Continuou no chão, trêmulo, de cara pálida, a boca hermeticamente fechada.
— Eu faço isso.
Harry agarrou Duda pelo braço e puxou. Com enorme esforço, conseguiu pô-lo de pé. Duda parecia prestes a desmaiar. Seus olhos miúdos giravam nas órbitas e o suor gotejava em seu rosto; no momento em que Harry o largou, ele balançou precariamente.
– Ele devia estar em choque… – Hermione disse cuidadosa – Ele deve ter ficado apavorado… Trouxas não conseguem enxergar os dementadores… Mas sentem o desespero, a desesperança…
– Só não consigo imaginar que momento ele reviveu. – Tiago disse pensativo – Ele foi mimado e paparicado a vida toda. Pelo que sabemos ele não sofreu muito…
– Talvez ele tenha revivido o primeiro encontro com Hagrid, ou com os gêmeos… Para um trouxa devem ter sido momentos bem apavorantes. – Remo deu de ombros voltando a ler.
— Anda, depressa! — disse a Sra. Figg, nervosa.
O garoto passou um dos braços maciços de Duda por cima dos próprios ombros e arrastou-o em direção à rua, ligeiramente curvado sob o peso. A Sra. Figg acompanhou-os com passos vacilantes, espiando, ansiosa, pela esquina.
— Mantenha a varinha preparada — recomendou a Harry ao entrarem na Alameda das Glicínias. — Não se preocupe com o Estatuto de Sigilo agora, de qualquer jeito vai haver uma confusão dos diabos, e é melhor sermos enforcados por causa de um dragão do que por um ovo. E ainda falam da Restrição à Prática de Magia por Menores... era exatamente disso que o Dumbledore tinha medo... Que é aquilo ali no fim da rua? Ah, é só o Sr. Prentice... não guarde a sua varinha, menino, quantas vezes já lhe disse que não sirvo para nada?
– Então Dumbledore achava que Voldemort ia mandar dementadores atrás de Harry? – Alice perguntou confusa.
– Não acho que foi exatamente isso que ela quis dizer. – Tiago disse pensativo – Acho que Dumbledore temia que alguma ameaça alcançasse Harry e ele fosse obrigado a usar magia, o ministério ainda deve estar contra Dumbledore ou ele não se preocuparia com isso especificamente… Quem é Sr. Prentice? – completou virando-se para Harry.
– Um dos gatos dela. – Harry disse displicente.
Não era fácil empunhar a varinha com firmeza e ao mesmo tempo arrastar Duda. Harry deu uma cotovelada impaciente nas costelas do primo, mas ele parecia ter perdido toda a vontade de se movimentar sozinho. Estava derreado no ombro de Harry, arrastando os pés enormes pelo chão.
— Por que a senhora não me contou que era quase bruxa, Sra. Figg? — perguntou Harry, ofegando com o esforço de continuar andando. — Todas aquelas vezes que fui à sua casa... por que a senhora não falou nada?
— Ordens do Dumbledore. Era para eu ficar de olho em você, mas sem dizer nada, você era muito criança. Desculpe ter sido tão chata, Harry, mas os Dursley nunca o teriam deixado me visitar se achassem que você estava se divertindo. Não foi fácil, sabe... mas, minha nossa — exclamou ela tragicamente, torcendo as mãos — quando Dumbledore souber... como é que o Mundungo pôde sair, devia ter ficado de serviço até à meia-noite – onde é que ele se meteu? Como é que vou contar ao Dumbledore o que aconteceu? Não sei aparatar.
– Ai está a prova de que Dumbledore sabia exatamente como Harry era tratado pelos Dursley… E ele deixou isso acontecer… – Sirius bufou.
– A quantidade de coisas que estamos descobrindo que Dumbledore simplesmente deixou acontecer me assusta. – Lily suspirou – Como ele pode?
– Ele só pensa no quadro geral. – Tiago deu de ombros – No bem maior… Não acho que ele enxergue as coisas que acontecem entre seus planos como sendo necessariamente ruins. Ele deve enxergar tudo isso como efeito colateral… Eu já disse, ele não é ruim…
– Mas está cada vez mais difícil enxergar ele apenas como uma pessoa boa… – Lily lamentou.
– Ele é um bruxo poderoso, – Sirius afirmou – meu pai sempre disse que nunca devemos acreditar que bruxos poderosos são inocentes…
– Seu pai tem razão. – Remo disse – O poder tende a subir à cabeça das pessoas…
— Eu tenho uma coruja, posso lhe emprestar — Harry gemeu, receando que sua coluna se partisse sob o peso do primo.
— Harry, você não entende! Dumbledore vai precisar agir o mais rápido possível, o Ministério tem meios próprios de detectar mágicas realizadas por menores, eles já sabem, pode escrever o que estou dizendo.
— Mas eu estava me livrando dos dementadores, tinha de usar magia: com certeza estariam mais preocupados se os dementadores estivessem andando pela Alameda das Glicínias.
— Ah, querido, eu gostaria que fosse assim, mas receio... MUNDUNGO FLETCHER, EU VOU MATAR VOCÊ!
– Pelo visto o ministério ainda não entendeu que Voldemort voltou. – Lily suspirou pesadamente – E se Fudge ainda estiver realmente irritado…
– Ele pode acabar com a vida de Harry. – Sirius disse preocupado.
Ouviu-se um grande estalo, e um forte cheiro de bebida misturado ao de fumo curtido impregnou o ar quando um homem atarracado, com a barba por fazer, e vestindo um casaco esfarrapado, se materializou diante do grupo. Tinha pernas curtas e arqueadas, cabelos ruivos e desgrenhados, olhos empapuçados e vermelhos que lhe davam a aparência triste de um cão de caçar lebres. Trazia também nas mãos um embrulho prateado que Harry reconheceu na mesma hora como uma Capa da Invisibilidade.
— Alguma novidade, Figg? — perguntou ele olhando da velhota para Harry e deste para Duda. — Que aconteceu com a sua vigilância secreta?
— Vou lhe mostrar a vigilância secreta! — exclamou a Sra. Figg. — Dementadores, seu ladrãozinho imprestável e golpista!
— Dementadores? — repetiu Mundungo, horrorizado. — Dementadores, aqui?
— Aqui, seu monte inútil de bosta de morcego, aqui! — gritou ela. — Dementadores atacando o garoto no seu turno de serviço!
– Me pergunto quem mais Dumbledore colocou para vigiar Harry… – Sirius disse pensativo.
– Se Mundungo é um deles, qualquer outro é melhor. – Remo afirmou antes de voltar a ler.
— Pombas — praguejou Mundungo baixinho, olhando da Sra. Figg para Harry e de volta à mulher. — Pombas, eu...
— E você à solta pelo mundo comprando caldeirões roubados! Eu não lhe disse para não ir? Não disse?
— Eu... bem... — Mundungo parecia profundamente constrangido. — Era um ótimo negócio, entende...
A Sra. Figg ergueu o braço em que trazia pendurada uma saca metálica, deu impulso e meteu-a na cara e no pescoço do bruxo; a julgar pelo barulho que a saca fez, estava cheia de comida de gato.
— Ai... para com isso... para com isso, sua velha caduca! Alguém vai ter de contar ao Dumbledore!
— E... vai... mesmo! — berrou a Sra. Figg, batendo com a saca de comida de gato em todas as partes do corpo de Mundungo ao seu alcance. — E... é... melhor... que... seja... você... e pode contar a ele... por... que... não... estava... aqui... para... ajudar!
— Não precisa se descabelar! — disse Mundungo, erguendo os braços para proteger a cabeça e encolhendo o corpo. — Eu vou, eu vou!
E, com outro estalo forte, ele desapareceu.
– Eu sempre achei que Dumbledore era inteligente demais apesar de tudo, – Tiago disse franzindo a testa – mas foi burrice da parte dele achar que Mundungo seria responsável o bastante para isso.
– Talvez ele tenha acreditado que Mundungo não teria coragem de desobedecer ele. – Sirius deu de ombros – Dumbledore é assustador… Mas lucro sempre fala mais alto na cabeça de Mundungo…
— Espero que o Dumbledore mate ele! — exclamou a Sra. Figg, furiosa. — Agora vamos, Harry, que é que você está esperando?
Harry decidiu não gastar o fôlego que lhe restava para explicar que mal conseguia andar sob o peso de Duda. Puxou o primo semiconsciente mais para cima e prosseguiu cambaleando.
— Vou levar você até a porta — disse a Sra. Figg, quando entraram na Rua dos Alfeneiros. — Para o caso de haver mais deles por aí... ah, minha nossa, que catástrofe... e você precisou enfrentá-los sozinho... e Dumbledore disse que tínhamos de impedi-lo de fazer mágicas a todo custo... bem, não adianta chorar a poção derramada... agora o gato está solto no meio dos diabretes.
– Veja bem, – Sirius disse estreitando os olhos – ela disse que Dumbledore queria que eles impedissem Harry de fazer mágicas, não que protegessem Harry de comensais da morte… Estranho, não?
– Isso me da ainda mais certeza de que o ministério está atrás de Harry e Dumbledore… – Tiago suspirou – Seria mais um motivo para ele tirar Harry da Rua dos Alfeneiros antes. Ele sabia que algo aconteceria, por isso colocou vigias, mas se Harry estivesse com os Weasley nada disso seria necessário!
— Então — ofegou Harry — Dumbledore... mandou... gente me seguir?
— É claro — respondeu a velhota, impaciente. — Você esperava que o deixasse andar por aí sozinho depois do que aconteceu em junho? Meu Deus, garoto, me disseram que você era inteligente... certo... agora entre em casa e não saia mais — recomendou ela, quando chegaram ao número quatro. — Imagino que não vai demorar muito para alguém entrar em contato com você.
– Harry é inteligente! – Lily bufou – Se Dumbledore tivesse se dado ao trabalho de conversar com ele nada disso teria acontecido…
— Que é que a senhora vai fazer? — perguntou Harry depressa.
— Vou direto para casa — respondeu a velhota, correndo o olhar pela rua e estremecendo. — Preciso aguardar mais instruções. Não saia de casa. Boa noite.
— Não vá, fique mais um pouco. Eu quero saber...
Mas a Sra. Figg já se fora, apressada, as pantufas batendo contra os calcanhares, a saca retinindo.
— Espere! — gritou o garoto.
Tinha mil perguntas para fazer a quem estivesse em contato com Dumbledore; mas em segundos a velhota foi engolida pela escuridão. Contrariado, ele tornou a ajeitar Duda sobre os ombros e continuou, lenta e penosamente, em direção à entrada de casa.
– Nada disso faz sentido. – Remo bufou, levantando os olhos do livro – Por que Dumbledore não sentou para conversar com Harry e explicar as coisas, por que Harry ainda está preso com os trouxas e não com os Weasley? É como se Dumbledore não quisesse dar explicações a Harry…
– Talvez ele não queira. – Tiago deu de ombros, fazendo sinal para Remo voltar a ler.
A luz do hall estava acesa. Harry tornou a guardar a varinha no cós das jeans, tocou a campainha e observou a silhueta de tia Petúnia ir crescendo, estranhamente distorcida pelo vidro ondulado da porta.
— Duzinho! Até que enfim, eu já estava ficando muito... muito... Duzinho, que é que você tem?
Harry olhou de esguelha para Duda e saiu de baixo dele bem a tempo. O primo oscilou por um momento no mesmo lugar, o rosto verde pálido... então abriu a boca e vomitou no capacho da entrada.
— DUZINHO! Duzinho! Que é que você tem? Válter? VÁLTER!
O tio de Harry acorreu da sala de estar, gingando o corpo pesado, bigodão de morsa sacudindo para cá e para lá como sempre fazia quando estava agitado.
– Espero que isso não seja tão ruim quanto estou imaginando… – Gina suspirou.
– Eles provavelmente vão achar que foi o Harry. – Sirius respondeu resignado – Ou pelo menos que foi culpa do Harry…
– Na cabeça deles, tudo é culpa do Harry. – Neville murmurou e recebeu acenos de concordância de quase todos os presentes.
Válter apressou-se a ajudar Petúnia a manobrar o filho de joelhos bambos pelo portal, ao mesmo tempo que evitava pisar na poça de vômito.
— Ele está passando mal, Válter!
— Que foi, filho? Que aconteceu? A Sra. Polkiss lhe serviu alguma coisa exótica para o chá?
— Por que é que você está todo sujo, querido? Andou deitando no chão?
— Espere aí: você não foi assaltado, foi, filho? — Tia Petúnia gritou: — Chame a polícia, Válter! Chame a polícia! Duzinho, querido, fale com a mamãe! Que foi que fizeram com você?
– Pelo menos eles não chegaram à conclusão de que a culpa é do Harry… – Remo deu de ombros.
– Ainda… – Harry murmurou consigo mesmo.
Durante todo esse alvoroço, ninguém pareceu ter reparado em Harry, o que lhe convinha perfeitamente. Conseguiu deslizar pela porta pouco antes do tio Válter batê-la e, enquanto os Dursley avançavam atropeladamente pelo corredor da cozinha, Harry prosseguiu, cauteloso e em silêncio, em direção à escada.
— Quem fez isso, filho? Diga os nomes. Vamos pegá-los, não se preocupe.
— Psiu! Ele está tentando falar alguma coisa, Válter! Que foi, Duzinho? Conte pra mamãe!
O pé de Harry estava no primeiro degrau da escada quando Duda recuperou a voz.
— Ele.
Harry congelou, o pé na escada, o rosto contraído, preparando-se para a explosão.
— MOLEQUE! VENHA JÁ AQUI!
– Seria bom demais para ser verdade. – Alice disse com um meio sorriso triste.
– E mesmo que Duda não falasse de Harry nessa hora, ele falaria quando estivesse se sentindo melhor. – Sirius disse resignado – Era inevitável que os Dursley acabassem culpando-o…
– E eles provavelmente nem vão dar a Harry a chance de se explicar. – Frank bufou.
Com uma sensação em que se misturavam o medo e a raiva, Harry tirou o pé da escada e se virou para acompanhar os Dursley.
A cozinha escrupulosamente limpa tinha um brilho irreal depois da escuridão da rua. Tia Petúnia levou Duda para uma cadeira; ele continuava verde e suado. Tio Válter parou diante do escorredor de pratos e encarou Harry com seus olhos miúdos apertados.
— Que foi que você fez com o meu filho? — perguntou com um rosnado ameaçador.
— Nada — respondeu o garoto, sabendo perfeitamente bem que o tio não acreditaria.
— Que foi que ele fez com você, Duzinho? — indagou Petúnia com a voz trêmula, agora limpando o vômito da frente do blusão de couro do filho. — Foi... foi você-sabe-o-quê, querido? Ele usou... a coisa dele?
Lenta e tremulamente, Duda concordou com a cabeça.
– E nós nem podemos realmente culpar o garoto. – Lily suspirou apoiando a testa na mão – A única coisa que ele viu foi Harry com a varinha, logo depois tudo ficou escuro e ele começou a sentir o desespero…
– Então na cabeça dele realmente é culpa do Harry. – Alice concordou lentamente.
— Não usei! — disse Harry com rispidez, enquanto tia Petúnia deixava escapar um guincho e o marido erguia os punhos. — Eu não fiz nada com ele, não fui eu, foi...
Mas, naquele exato momento, uma coruja-das-torres adentrou a janela da cozinha. Passando de raspão por cima da cabeça do tio Válter, a ave voou pela cozinha, largou aos pés de Harry um grande envelope de pergaminho que trazia no bico, fez uma volta graciosa, as pontas das asas apenas roçando o topo da geladeira, e, em seguida, tornou a sair para o jardim.
— CORUJAS! — urrou tio Válter, a grossa veia em sua têmpora pulsando de cólera ao bater a janela da cozinha. — CORUJAS OUTRA VEZ! NÃO VOU MAIS PERMITIR CORUJAS EM MINHA CASA!
Mas Harry já estava abrindo o envelope e puxando a carta que havia dentro, seu coração palpitava com força como se estivesse no pomo-de-adão.
– Deve ser a coruja do ministério. – Tiago disse ansioso – Mas o máximo que eles podem fazer é convocar você para uma audiência disciplinar… E nessa audiência você pode explicar o que realmente aconteceu e dizer que você usou magia para a própria proteção e para a proteção do seu primo… Pode até pedir para ser interrogado com veritasserum…
– Não sei se seria uma boa ideia. – Remo disse pensativo – Eles poderiam se aproveitar da situação para perguntar sobre Sirius, por exemplo…
– Tem razão… – Tiago bufou – Mas mesmo assim, Harry pelo menos vai poder se defender… E então vai ser o ministério que vai ter que explicar como dois dementadores foram parar em um bairro trouxa.
Prezado Sr. Potter,
Chegou ao nosso conhecimento que V. Sª executou o Feitiço do Patrono às vinte e uma horas e vinte e três minutos de hoje em uma área habitada por trouxas e em presença de um deles.
A gravidade dessa violação do Decreto de Restrição à Prática de Magia por Menores acarretará sua expulsão da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Representantes do Ministério irão procurá-lo em sua residência nos próximos dias para destruir sua varinha.
Como V. Sª já recebeu um aviso oficial por uma infração anterior à Seção 13 do Estatuto de Sigilo em Magia da Confederação Internacional de Bruxos, lamentamos informar que deverá comparecer a uma audiência disciplinar no Ministério da Magia às nove horas do dia doze de agosto.
Fazemos votos que esteja bem.
Atenciosamente,
Mafalda Hopkirk
Seção de Controle do Uso Indevido de Magia
Ministério da Magia
– Isso é ridículo! – Tiago explodiu enraivecido – Harry não pode ser expulso sem antes eles ouvirem as razões dele!
– Eles não podem fazer isso! – Sirius disse, concordando com Tiago enfático – É completamente contra todos os protocolos do ministério! Eles estão indo contra as próprias leis!
– Fudge ainda está atrás de Harry. – Frank bufou – E todos sabemos que Fudge nem sempre segue as regras…
– Mas isso poderia gerar até a expulsão dele da cadeira de ministro por improbidade administrativa! – Tiago disse, balançando as pernas nervoso – Nem ele é tão burro assim!
– Calma. – Lily disse, segurando o braço de Tiago com cuidado – Deixe Remo continuar lendo…
Harry leu a carta inteira duas vezes. Tinha apenas uma vaga consciência de que os tios continuavam falando. Em sua cabeça, tudo ficou congelado e insensível. Um único fato penetrara sua consciência como um dardo paralisante. Fora expulso de Hogwarts. Tudo terminara. Nunca mais poderia voltar.
Ele ergueu os olhos para os Dursley. O tio, de cara púrpura, gritava com os punhos ainda erguidos. A tia passara os braços em torno de Duda, que voltara a vomitar.
O cérebro temporariamente estupidificado de Harry pareceu despertar. Representantes do Ministério irão procurá-lo em sua residência nos próximos dias para destruir sua varinha. Só havia uma solução. Teria de fugir – agora. Para onde, ele não sabia, mas estava certo de uma coisa: em Hogwarts ou fora da escola, precisava da varinha. Em um estado de quase-devaneio, puxou a varinha e virou-se para sair da cozinha.
– Não, não… – Tiago repetiu balançando a cabeça – Péssima ideia! Para começar, os dementadores ainda podem estar por perto… E de qualquer forma, para fugir você teria que usar magia… E seu rastreador ainda vai estar ativo por mais dois anos, qualquer magia realizada perto de você ativaria o rastreador… E com isso o ministério te encontraria… E acrescentaria mais acusações…
– Mas o que Harry pode fazer? – Lily perguntou nervosa – Estão ameaçando quebrar a varinha dele…
– Alguém da Suprema Corte dos Bruxos tem que contestar a legalidade da expulsão! – Sirius respondeu pensativo – Pelo que sei é a única maneira… E Dumbledore é um membro da Suprema Corte… Já deve estar resolvendo isso…
– É claro, – Remo concordou enfático – Dumbledore não permitiria que Harry ficasse fora de Hogwarts, onde ele não poderia ser protegido...
– Ou manipulado. – Sirius acrescentou soturno.
— Aonde é que você pensa que vai? — berrou o tio Válter. Como o garoto não respondesse, ele avançou decidido pela cozinha para bloquear a saída para o corredor. — Ainda não terminei com você, moleque!
— Sai do meu caminho — disse Harry com a voz controlada.
— Você vai ficar aqui e explicar por que o meu filho...
— Se o senhor não sair do meu caminho vou lhe lançar um feitiço — ameaçou Harry, erguendo a varinha.
— Não pense que me engana com essa conversa — vociferou o tio. — Eu sei que você não tem permissão de usar magia fora daquele hospício que chama de escola!
— O hospício acaba de me expulsar. Por isso posso fazer o que bem entender. O senhor tem três segundos. Um... dois...
– Péssima ideia! – Tiago murmurou ansioso – Figg já tinha te falado que Dumbledore resolveria as coisas… Fazer mais feitiços só vai dificultar tudo…
– Não podemos culpá-lo! – Lily suspirou temerosa – Pelo que ele sabe, não tem mais jeito…
– Só espero que mesmo achando que não tem mais jeito, alguma coisa impeça que Harry tome uma atitude impensada… – Remo murmurou consigo mesmo voltando a ler.
Um forte estampido ecoou na cozinha. Tia Petúnia gritou. Tio Válter berrou e se abaixou, e pela terceira vez naquela noite, Harry ficou procurando a fonte de um ruído que não fizera. Localizou-a imediatamente: uma coruja-das-igrejas, tonta e arrepiada, estava pousada do lado de fora do peitoril da cozinha, pois acabara de colidir com a janela fechada.
Sem se importar com o berro angustiado do tio, “CORUJAS!”, Harry atravessou correndo o aposento e escancarou a janela. A ave esticou a perna, à qual estava preso um pequeno rolo de pergaminho, sacudiu as penas e levantou voo assim que Harry desprendeu a carta. As mãos trêmulas, o garoto desenrolou esta segunda mensagem, escrita apressadamente, a tinta preta meio borrada.
Harry,
Dumbledore acabou de chegar ao Ministério e está tentando resolver o problema. NÃO DEIXE A CASA DOS SEUS TIOS. NÃO FAÇA MAIS NENHUMA MÁGICA. NÃO ENTREGUE SUA VARINHA.
Arthur Weasley
– Dumbledore deve estar contestando a expulsão. – Lily disse mais aliviada.
– Provavelmente Harry ainda vai ter que comparecer a uma audiência disciplinar… – Remo deu de ombros – Mas pelo menos vai ter chance de se defender… – completou antes de retomar a leitura.
Dumbledore estava tentando resolver o problema... que significava isso? Que poder tinha Dumbledore para se sobrepor ao Ministério da Magia? Havia talvez uma chance de voltar a Hogwarts? Um brotinho de esperança começou a nascer no peito de Harry, mas quase imediatamente foi sufocado pelo pânico – como iria se negar a entregar a varinha sem usar a magia? Teria de duelar com os representantes do Ministério e, se fizesse isso, teria sorte de não acabar em Azkaban, isso sem falar na expulsão.
Seus pensamentos voavam... poderia tentar fugir e se arriscar a ser capturado pelo Ministério ou ficar parado e esperar que o encontrassem ali. Sentia-se muito mais tentado pela primeira hipótese, mas sabia que o Sr. Weasley queria o seu bem... e, afinal de contas, Dumbledore já resolvera antes problemas muito piores.
– Alguém realmente devia ter ensinado a Harry sobre nosso sistema político e legal… – Sirius disse, coçando a cabeça incomodado.
– Eu não conheço nosso sistema político e legal direito até hoje. – Alice disse encarando Sirius e Tiago – Nem todos fomos criados dentro das tradições dos puro-sangue.
– Pelo menos para isso essas tradições servem. – Tiago disse exasperado – Nossas famílias nos ensinam tudo que precisamos saber… Conhecer os aspectos políticos e legais da nossa sociedade impedem esse tipo de problema…
– Então, – Lily disse pensativa – quando nós conseguirmos mudar tudo isso… Podemos manter algumas dessas tradições…
– E talvez, quando acabarmos de ler esses livros, – Tiago disse, encarando Lily com cuidado – eu possa ensinar para você as coisas mais importantes e relevantes que aprendi antes de chegar à Hogwarts…
Lily deu a Tiago um meio sorriso e concordou calmamente com a cabeça antes de virar para Remo e indicar que ele devia voltar a ler.
— Tudo bem — disse Harry — mudei de ideia, vou ficar.
Largou-se então à mesa da cozinha e encarou Duda e a tia. Os Dursley pareciam surpresos com sua repentina mudança de ideia. A tia olhou desesperada para o marido. A veia na têmpora do tio Válter pulsava mais que nunca.
— De quem são todas essas corujas? — rosnou ele.
— A primeira era do Ministério da Magia, comunicando minha expulsão — explicou Harry calmamente. Apurava os ouvidos para os ruídos lá fora, tentando identificar se os representantes do Ministério estariam chegando, e era mais fácil e mais silencioso responder às perguntas do tio do que fazê-lo se enfurecer e berrar. — A segunda foi do pai do meu amigo Rony, que trabalha no Ministério.
– Não acho que eles vão atrás de você tão rápido. – Sirius disse pensativo – Ainda mais se Dumbledore já chegou ao ministério…
– Papai mandou uma carta para nós logo depois de mandar para você. – Rony disse encarando Harry – Nós fomos obrigados a falar para mamãe que já havíamos avisado…
– Nós sabíamos desde o inicio que deixar você sozinho com tudo isso acontecendo não daria certo. – Hermione suspirou resignada – Mas ninguém queria a nossa opinião…
– É claro que não. – Gina bufou – Somos novos demais… Não entendemos nada do que está acontecendo… – completou irônica – O que eles não entendem é que Rony e Hermione são especialistas em Harry…
– Um pouco… – Hermione corou.
– Claro que somos! – Rony exclamou encarando o melhor amigo – Sabemos muito mais sobre você do que Dumbledore! Mas é claro que mamãe achava ele importante demais para ouvir a nossa opinião!
– Eu disse. – Tiago suspirou – Se Dumbledore tivesse se dado ao trabalho de pensar no que era melhor para o Harry, nada disso teria acontecido… Mas deixar Harry feliz não devia contribuir em nada para os planos dele…
– Desse jeito até parece que a culpa é minha. – Harry disse, entortando a boca para os amigos.
– É claro que não! – Hermione disse exasperada – Mas nós conhecemos você, sabemos que se alguma coisa te colocasse em perigo você não pensaria duas vezes em se defender… Mesmo que Mundungo estivesse no lugar em que deveria, você teria enfrentado os dementadores!
– E você estaria certo em se defender! – Gina disse, concordando com Hermione enfática – Duvido muito que o patrono de Mundungo seja tão poderoso quanto o seu…
— Ministério da Magia? — berrou o tio. — Gente de sua laia no governo! Ah, isso explica tudo, tudo mesmo, não admira que o país esteja indo para o brejo.
Como Harry não reagiu, o tio olhou-o zangado e bufou:
— E por que é que você foi expulso?
— Porque usei a magia.
— Ah-ah! — rugiu o tio, dando um murro em cima da geladeira, que se abriu; vários lanchinhos de baixa caloria de Duda caíram e se espatifaram no chão. — Então você admite! Que foi que você fez com o Duda?
— Nada — falou Harry um pouco menos calmo. — Não fui eu...
— Foi — murmurou Duda inesperadamente e, na mesma hora, os pais fizeram acenos para Harry calar a boca, curvando-se para o filho.
– Talvez ele diga o que ele reviveu por causa do contato com o dementador. – Sirius disse curioso.
— Vamos, filho — disse tio Válter — que foi que ele fez?
— Diga pra gente, querido — sussurrou tia Petúnia.
— Apontou a varinha para mim — balbuciou o garoto.
— Foi, fiz isso sim, mas não a usei... — Harry começou a dizer aborrecido, mas...
— CALE A BOCA! — berraram os tios em uníssono.
— Continue, filho — repetiu o tio Válter, sua bigodeira esvoaçando furiosamente.
— Tudo ficou escuro — disse Duda, estremecendo. — Tudo escuro. Então eu ouv-vi... coisas. Dentro da minha c-cabeça.
Tio Válter e tia Petúnia se entreolharam cheios de horror. Se a coisa de que menos gostavam na vida era a magia – seguida de perto por vizinhos que burlavam mais do que eles a proibição de usar mangueiras – gente que ouvia vozes decididamente ficava entre as dez últimas. Obviamente acharam que Duda estava perdendo o juízo.
– Se eles pensarem que o garoto perdeu o juízo, talvez deem a Harry alguma chance de explicar… – Lily disse ligeiramente esperançosa.
— Que tipo de coisas você ouviu, fofinho? — sussurrou tia Petúnia, o rosto muito pálido e lágrimas nos olhos.
Mas Duda parecia incapaz de responder. Estremeceu de novo e sacudiu sua enorme cabeça loura e, apesar da sensação entorpecida de pavor que se instalara em Harry desde a chegada da primeira coruja, ele sentiu uma certa curiosidade. Os dementadores faziam a pessoa reviver os piores momentos da vida. Que é que o mal-acostumado, mimado, implicante Duda fora obrigado a ouvir?
– Nunca descobri. – Harry comentou de repente – Mas deve ter sido algo revelador…
– Por que? – Lily perguntou curiosa – Aconteceu alguma coisa depois disso?
– Harry, – Hermione o repreendeu – você sabe que não deve falar…
Harry apenas acenou com a cabeça e indicou que Remo voltasse a ler.
— Como foi que você caiu, filho? — perguntou tio Válter, em um tom calmo e anormal, o tom que se adotaria à cabeceira de alguém muito doente.
— T-tropecei — gaguejou Duda. — E aí...
Ele apontou para o peito maciço. Harry compreendeu que o primo estava revivendo o frio pegajoso que invadira seus pulmões quando a esperança e a felicidade foram arrancadas dele.
— Horrível — comentou com a voz rouca. — Frio. Realmente frio.
— Tudo bem — disse o pai, esforçando-se para falar com calma, enquanto sua mulher, ansiosa, levava a mão à testa de Duda para sentir sua temperatura. — Que aconteceu então, Duda?
— Senti... senti... senti... como se... como se...
— Como se jamais fosse voltar a ser feliz — completou Harry sem emoção.
— Foi — sussurrou o primo, ainda tremendo.
— Então! — disse tio Válter, a voz recuperando seu completo e sonoro volume, endireitando-se. — Você lançou um feitiço maluco no meu filho para que ele ouvisse vozes e acreditasse que estava... condenado a ser infeliz ou outra coisa do gênero, foi isso que fez?
– Por algum motivo, – Remo disse, levantando os olhos do livro – eu acho que nem mesmo o Dursley é idiota o bastante para achar que Harry teria feito uma coisa desse tipo…
– O que quer dizer? – Frank perguntou confuso.
– Todos os feitiços que os Dursley já viram desde que Harry descobriu que era um bruxo, foram coisas mais físicas… – Remo disse pensativo.
– Acho que entendo o que quer dizer. – Sirius disse, concordando lentamente – Hagrid deu um rabo para o Duda, os gêmeos fizeram a língua dele inchar… Harry transformou a Guida em balão…
– Exatamente! – Remo acenou enfático – Eles devem saber que se Harry fosse enfeitiçar Duda, ele faria alguma coisa mais visível, não é?
– Não sei… – Tiago disse pensativo – Mas talvez isso ajude eles a acreditar que Harry não fez nada.
— Quantas vezes vou precisar repetir? — disse Harry, a voz e a raiva aumentando. — Não fui eu! Foram dois dementadores!
— Dois o quê?... que tolice é essa?
— De-men-ta-do-res — disse o garoto lenta e claramente. — Dois.
— E que diabo são dementadores?
— São os guardas da prisão dos bruxos, Azkaban — disse tia Petúnia.
– O que? – Tiago perguntou encarando Lily confuso – Sua irmã sabe sobre dementadores?
– Ela me ouviu falando… – Lily disse, trocando um olhar rápido com Severo – Não sabia que ela se lembraria disso…
Dois segundos de retumbante silêncio seguiram-se a essas palavras antes que Tia Petúnia levasse a mão à boca como se tivesse deixado escapar um palavrão. Tio Válter arregalou os olhos para a mulher. O cérebro de Harry rodopiou. A Sra. Figg era uma coisa – mas a tia Petúnia?
— Como é que você sabe disso? — perguntou-lhe o marido, perplexo.
Tia Petúnia pareceu muito espantada consigo mesma. Olhou para o marido num pedido mudo de desculpas, depois baixou um pouquinho a mão mostrando seus dentes cavalares.
— Ouvi... aquele rapaz horrível... contando a ela sobre os guardas... há muitos anos — respondeu sem jeito.
— Se a senhora está se referindo à minha mãe e ao meu pai, por que não diz o nome deles? — protestou Harry em voz alta, mas a tia não lhe deu atenção. Parecia extremamente embaraçada.
– Ela não estava se referindo a Tiago. – Lily afirmou cuidadosa – Aquele rapaz horrível… É como ela chamava Severo… – completou encarando Severo.
– Então ela ouviu isso antes de vocês entrarem para a escola? – Tiago perguntou confuso.
– Sim. – Severo respondeu sério.
– Severo me explicou várias coisas sobre o mundo bruxo antes de eu chegar a Hogwarts… – Lily suspirou – Petúnia costumava se esconder para escutar… Ela não gostava de admitir, mas estava curiosa… Nunca imaginei que ela se lembraria dessas coisas por tantos anos…
– Ela tem inveja de nós. – Severo afirmou mal-humorado – Você sabe que ela queria vir para Hogwarts também…
– Eu queria que ela também fosse uma bruxa… – Lily disse passando a mão pelos cabelos de Harry – As coisas seriam tão diferentes…
Harry ficou aturdido. Exceto por um desabafo há muitos anos, durante o qual a tia gritara que a mãe dele era anormal, o garoto nunca a ouvira mencionar a irmã. Espantava-se que ela tivesse guardado durante tanto tempo essa pequena informação sobre o mundo da magia, quando em geral concentrava todas as suas energias em fingir que ele não existia.
Tio Válter abriu a boca, tornou a fechá-la, depois, aparentemente se esforçando para se lembrar de como falar, abriu-a uma terceira vez e disse, rouco:
— Então... então... eles... hum... eles... hum... eles realmente existem, esses... hum... esses tais de dementis ou seja lá o que sejam?
Tia Petúnia concordou com um aceno de cabeça.
Válter olhou da mulher para o filho e dele para o sobrinho, como se esperasse alguém gritar “Primeiro de abril!”.
– Depois de tantos anos se esforçando para fingir que magia não existe, – Alice disse pensativa – o mundo mágico simplesmente invade a vida dele por todos os lados… Ele deve estar realmente confuso se prefere que isso seja uma piada.
Mas como ninguém gritou, ele tornou a abrir a boca, mas foi-lhe poupado o trabalho de encontrar palavras pela chegada da terceira coruja da noite. Ela entrou com a velocidade de um bólide emplumado pela janela ainda aberta e pousou com estardalhaço na mesa da cozinha, fazendo os três Dursley pularem de susto. Harry puxou um segundo envelope de aspecto oficial do bico da coruja e abriu-o, enquanto a ave arrancava de volta à noite.
— Chega... pombas... dessas corujas — resmungou o tio distraído, dirigindo-se decidido à janela e fechando-a com violência.
– Deve ser a carta do ministério informando que houve um erro e você não foi expulso. – Lily disse esperançosa.
– Não acredito muito na parte deles admitirem um erro… – Tiago disse, com um meio sorriso irônico – Históricamente o ministério nunca admite os próprios erros…
Prezado Sr. Potter,
Em aditamento a nossa carta enviada há aproximadamente vinte e dois minutos, o Ministério da Magia revisou a decisão de destruir a sua varinha imediatamente. V. Sª poderá conservá-la até a audiência disciplinar marcada para o dia doze de agosto, ocasião em que tomaremos uma decisão oficial.
Após discutir o assunto com o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o Ministério concordou que a questão de sua expulsão será igualmente decidida na mesma oportunidade. V. Sª deverá, portanto, considerar-se suspenso da escola até o término das investigações.
Com os nossos melhores votos,
Atenciosamente,
Mafalda Hopkirk
Seção de Controle do Uso Indevido de Magia
Ministério da Magia
– Agora sim! – Tiago disse aliviado – Essa carta sim está de acordo com as normas!
– Pelo menos Harry vai voltar para Hogwarts. – Lily disse sorrindo para Harry com carinho.
– Talvez… – Sirius disse soturno – Fudge parece muito dedicado a desacreditar Dumbledore… E é claro que ele está tentando usar Harry para isso… Expulsando Harry por um simples caso de magia praticada por menor… Sem nem ter uma audiência disciplinar primeiro…
– A audiência deve ser bem ruim… – Remo suspirou – Com o ministério se esforçando para expulsar Harry desse jeito…
– Não vamos pensar nisso agora. – Lily disse resignada – Vamos pensar nisso quando for acontecer… – completou acenando para Remo continuar lendo.
Harry leu esta carta do princípio ao fim três vezes seguidas. O aperto de infelicidade em seu peito diminuiu um pouquinho ao saber que não estava definitivamente expulso, embora os seus temores não estivessem de modo algum extintos. Tudo parecia estar dependendo dessa tal audiência do dia doze de agosto.
— E então? — perguntou o tio Válter, chamando o sobrinho de volta à cozinha. — E agora? Eles o condenaram a alguma coisa? Gente de sua laia tem sentença de morte? — perguntou esperançoso.
— Tenho de comparecer a uma audiência — respondeu Harry.
— E lá você vai receber a sentença?
— Imagino que sim.
— Então ainda tenho esperanças — comentou o tio perversamente.
— Bom, se já acabou — disse Harry, se levantando.
Estava doido para se isolar, pensar, talvez mandar cartas a Rony, Hermione e Sirius.
— NÃO, É CLARO QUE NÃO ACABEI, POMBAS! — berrou o tio. — SENTE-SE OUTRA VEZ!
— E agora é o quê? — perguntou Harry impaciente.
— DUDA! — vociferou o tio. — Quero saber exatamente o que aconteceu com o meu filho!
– Pelo menos eles estão te dando a chance de falar o que aconteceu… – Gina disse, encarando Harry com um meio sorriso – Não achei que eles deixariam você falar…
– Acho que Petúnia saber o que é um dementador ajudou um pouco. – Lily disse, trocando outro olhar com Severo – Ela sabia que Harry não poderia estar mentindo…
– Mesmo assim, – Remo disse pensativo – julgando pelos outros livros, achei que eles já teriam trancado Harry em algum lugar a essa altura…
— ÓTIMO! — berrou Harry, e era tanta a raiva que centelhas vermelhas e douradas dispararam da ponta da varinha que ainda segurava na mão. Os três Dursley se encolheram, parecendo aterrorizados. — Duda e eu íamos pela travessa entre o largo das Magnólias e a Alameda das Glicínias — contou Harry depressa, procurando não se zangar. — Duda achou que podia se fazer de engraçadinho comigo, saquei a minha varinha, mas não a usei. Então apareceram dois dementadores...
— Mas o que SÃO dementoides? — perguntou o tio, agressivo. — Que é que eles FAZEM?
— Eu já disse: chupam a felicidade que a pessoa traz dentro dela e, se têm uma chance, lhe dão um beijo...
– Na verdade você ainda não tinha explicado para eles que é isso que os dementadores fazem… – Hermione disse cuidadosa.
– Eu estava um pouco estressado… – Harry deu de ombros.
– Um pouco? – Gina perguntou com uma risadinha irônica pelo nariz.
— Dão um beijo? — repetiu o tio, com os olhos saltando ligeiramente. — Dão um beijo?
— É como se diz quando eles sugam a alma de uma pessoa pela boca.
Tia Petúnia deixou escapar um gritinho.
— A alma de Duda? Eles não tiraram... ele ainda tem a alma...
Ela agarrou o filho pelos ombros e sacudiu-o, como se quisesse verificar se ainda conseguia ouvir o barulho da alma chocalhando dentro dele.
– Pela primeira vez eu concordo com o motivo de Tuney para ficar apavorada… – Lily suspirou pesarosa – Ela entende tão pouco do nosso mundo…
– Mas ele falou com ela. – Sirius disse confuso – Ele a reconheceu… Reconheceu Harry… Como ele poderia estar sem a alma dele? Pessoas sem a alma ficam vazias, não sentem, não reconhecem, não falam…
– Ela não entende. – Lily deu de ombros – É confuso para ela… O pouco que ela sabe aprendeu antes de eu entrar em Hogwarts. Depois que eu voltei para casa, no natal no nosso primeiro ano, ela nem quis falar comigo… Então ela não sabe nada do que eu aprendi aqui…
Tiago, percebendo que Lily estava triste em pensar em como se distanciou da irmã, esfregou o braço dela com carinho.
— É claro que não tiraram a alma dele, a senhora veria se tivessem feito isso — disse Harry, exasperado.
— Você os afugentou, não foi, filho? — falou tio Válter muito alto, passando a impressão de alguém que lutava para trazer a conversa de volta a um plano que pudesse entender. — Meteu-lhes dois socos seguidos, não foi?
– Até mesmo esse babacão me parece digno de pena nesse momento. – Frank bufou – Tão desesperado para levar a conversa de volta para o mundo dele…
— Não se pode meter dois socos seguidos em um dementador — disse Harry cerrando os dentes.
— Então por que é que ele continua normal? — esbravejou o tio Válter. — Por que é que não ficou completamente oco?
— Porque eu usei o Patrono...
VUUUUUUM. Com um estrépito, um bater de asas e uma chuva fina de poeira, uma quarta coruja precipitou-se da chaminé da cozinha.
— PELO AMOR DE DEUS! — rugiu tio Válter, arrancando grandes chumaços de pelos do bigode, coisa que não o compeliam a fazer havia muito tempo. — NÃO QUERO CORUJAS AQUI DENTRO, NÃO VOU TOLERAR ISSO, JÁ DISSE!
– Depois de tantos anos, ele ainda não aprendeu que não da para controlar as corujas? – Sirius perguntou revirando os olhos.
Mas Harry já estava soltando um rolo de pergaminho da perna da coruja. Estava tão convencido de que a carta só podia ser de Dumbledore, explicando tudo – os dementadores, a Sra. Figg, o que o Ministério ia fazer, como ele, Dumbledore, pretendia resolver tudo – que pela primeira vez na vida ficou desapontado de reconhecer a letra de Sirius.
– Você era realmente inocente, não é? – Tiago perguntou, encarando Harry com condescendência – Se Dumbledore não se deu ao trabalho de conversar direito com você antes de tudo isso… Ele não se daria ao trabalho de mandar uma carta para você nessa hora…
– Eu ainda não entendo isso. – Lily suspirou – Por que Dumbledore não está tentando ajudar Harry a entender as coisas?
– Por que ele não quer! – Tiago jogou os braços para o alto exasperado – Se ele quisesse ele explicaria tudo para o Harry, e ele nem pode mais dar a desculpa de que Harry é novo demais… Talvez no momento não convenha a ele deixar Harry saber de tudo… Ou por algum outro motivo que só ele conhece…
Ignorando o sermão do tio sobre as corujas e apertando os olhos para se proteger de uma segunda nuvem de poeira quando esta última coruja tornou a subir pela chaminé, Harry leu a mensagem do padrinho.
Arthur acabou de nos contar o que aconteceu. Faça o que quiser, mas não saia mais de casa.
– Então você também está com os Weasley? – Alice perguntou confusa.
– Talvez não… – Sirius deu de ombros – Molly descobriu que sou inocente no final do outro livro, a essa altura a família toda sabe… Talvez ele tenha ido até onde eu estava…
– De qualquer forma, – Tiago interrompeu – essa é uma péssima carta!
– Não devo ter autorização para falar mais do que isso. – Sirius bufou – Consigo até imaginar alguém me mandando escrever para Harry para mandar ele não sair da casa…
– Talvez. – Tiago suspirou – Mas ainda assim… Péssima carta.
Harry achou a mensagem tão insuficiente depois de tudo que acontecera aquela noite que virou o pergaminho, procurando o resto da mensagem, mas não havia mais nada.
E agora sua irritação recomeçava a crescer. Será que ninguém ia dizer “muito bem” por ele ter afugentado sozinho dois dementadores? Tanto o Sr. Weasley quanto Sirius estavam agindo como se ele tivesse se comportado mal, e estavam guardando a bronca até se certificarem dos estragos que ele fizera.
– Eles estavam assustados… – Hermione disse paciente – Estavam com medo do ministério conseguir te tirar de Hogwarts… Mas eu entendo, eles realmente agiram um pouco como se você tivesse convidado os dementadores para lá…
– O importante é que nós sabemos que a culpa não é sua. – Lily disse, apertando a mão de Harry com carinho – A culpa é de muitas pessoas no momento, mas não sua…
—... Uma vorreada, quero dizer, uma revoada de corujas entrando e saindo da minha casa. Não quero isso, moleque, não quero...
— Não posso impedir as corujas de virem — retrucou Harry com rispidez, amarrotando a carta de Sirius.
— Quero saber a verdade sobre o que aconteceu hoje à noite! — gritou o tio. — Se foram os demendores que atacaram Duda, como é então que você foi expulso? Você mesmo admitiu que fez você-sabe-o-quê!
Harry inspirou profundamente para se controlar. Sua cabeça estava começando a doer outra vez. Mais do que tudo no mundo, ele queria sair da cozinha e ficar longe dos Dursley.
— Executei o Feitiço do Patrono para me livrar dos dementadores — respondeu, fazendo força para manter a calma. — É a única coisa que funciona contra eles.
— Mas o que é que os dementóides estavam fazendo em Little Whinging? — perguntou tio Válter indignado.
— Não sei lhe responder — disse o menino desgostoso. — Não faço ideia.
Sua cabeça agora latejava à luz neon. Sua raiva ia desaparecendo. Sentia-se vazio, exausto. Os Dursley tinham os olhos fixos nele.
— É você — disse o tio com firmeza. — Tem alguma coisa a ver com você, moleque, eu sei que tem. Por que outra razão apareceriam aqui? Por que outra razão estariam naquela travessa? Você deve ser o único – o único... — evidentemente ele não conseguia se forçar a dizer a palavra “bruxo”. — O único você-sabe-o-quê em um raio de quilômetros.
– Odeio ser obrigado a dizer que ele tem razão... – Tiago disse franzindo a testa – Mas você é realmente o único bruxo da região… E isso certamente não foi coincidência…
– Os dementadores só podem ter saído do controle do ministério. – Alice disse nervosa – É o único jeito… Não é?
– Talvez não seja… – Tiago deu de ombros – Mas realmente não consigo imaginar como eles poderiam ter ido parar lá…
— Eu não sei por que eles estavam aqui.
Mas, ao ouvir as palavras do tio, o cérebro exausto de Harry voltou lentamente a entrar em ação. Por que os dementadores tinham vindo a Little Whinging? Como poderia ser coincidência que tivessem chegado à travessa em que Harry estava? Alguém os teria mandado? O Ministério da Magia teria perdido o controle sobre os dementadores? Eles teriam abandonado Azkaban e se juntado a Voldemort, como Dumbledore previra que fariam?
— Esses demembrados guardam uma prisão de gente esquisita? — perguntou o tio Válter, seguindo penosamente o raciocínio de Harry.
— Guardam.
Se ao menos sua cabeça parasse de doer, se ao menos ele pudesse simplesmente sair da cozinha e ir para o seu quarto escuro e pensar...
– Agora ele vai chegar à única conclusão que ele poderia chegar… – Sirius bufou – A única coisa que ele sabe é que dementadores são guardas da prisão… Se guardas da prisão estão atrás de Harry…
– Ele vai achar que eles tem um motivo. – Remo concluiu o raciocínio de Sirius. – Que eles querem prender o Harry… Que foi o ministério quem mandou eles até lá…
– Mas isso é ridículo! – Lily bufou – Harry não é um criminoso!
– Na cabeça dele, Harry pode muito bem ser um criminoso… – Sirius deu de ombros – Resta saber qual vai ser a reação dele…
— Ahh! Eles vieram prender você! — disse o tio, com o ar triunfante de um homem que chega a uma conclusão incontestável. — É isso, não é, moleque? Você é um fugitivo da justiça.
— Claro que não sou — respondeu Harry, sacudindo a cabeça como se quisesse espantar uma mosca, o raciocínio agora em pleno funcionamento.
— Então por que...?
— Ele deve ter mandado os dementadores — disse o menino em voz baixa, mais para si próprio do que para o tio.
— Que foi que você disse? Quem deve ter mandado os dementadores?
— Lord Voldemort.
Ele registrou vagamente como era estranho que os Dursley, que faziam caretas e estrilavam quando ouviam palavras como “bruxo”, “magia” ou “varinha”, pudessem ouvir o nome do bruxo mais diabólico de todos os tempos sem o mínimo tremor.
– Eles não compreendem o que o nome significa, – Hermione deu de ombros – então o nome não significa nada para eles… Assim como não significava nada para você quando o ouviu pela primeira vez…
— Lord... espere aí — disse tio Válter, o rosto contraído, uma expressão de lento entendimento aparecendo em seus olhinhos suínos. — Já ouvi esse nome... não foi esse que...
— Matou meus pais, foi — respondeu Harry.
— Mas ele já se foi — disse tio Válter impaciente, sem a menor indicação de que a morte dos pais de Harry pudesse ser um assunto doloroso. — Aquele gigante falou. Ele se foi.
— Ele voltou — explicou o garoto, triste.
– Agora eles vão ficar realmente confusos… – Alice suspirou – Nem mesmo nós sabemos porque Voldemort não morreu de verdade naquela noite…
– Descobrimos que ele experimentou com a imortalidade… Mas nem ao menos sabemos que tipo de experiencia ele fez… E ele disse que fez mais de uma. – Remo bufou temeroso.
Era estranho estar parado ali na cozinha cirurgicamente limpa da tia Petúnia, ao lado de uma geladeira de último tipo e uma enorme tela de televisão, conversando calmamente com o tio sobre Lord Voldemort. A chegada dos dementadores a Little Whinging parecia ter rompido o grande muro invisível que separava o mundo implacavelmente não-mágico da Rua dos Alfeneiros e o mundo além. As duas vidas de Harry de alguma forma haviam se fundido e tudo virara de cabeça para baixo; os Dursley estavam pedindo detalhes sobre o mundo mágico, e a Sra. Figg conhecia Dumbledore; os dementadores estavam circulando por Little Whinging, e ele talvez nunca mais voltasse a Hogwarts. Sua cabeça latejou com mais força, doendo ainda mais.
— Voltou? — sussurrou tia Petúnia.
Ela olhou para Harry como nunca o fizera antes. E, de repente, pela primeira vez na vida, Harry pôde apreciar inteiramente o fato de que Petúnia era irmã de sua mãe. Ele não sabia dizer por que isto o atingia com tanta força neste momento. Só sabia que não era a única pessoa naquele aposento a suspeitar o que poderia significar a volta de Lord Voldemort. Tia Petúnia jamais o olhara assim na vida. Seus grandes olhos claros (tão diferentes dos da irmã) não estavam apertados de contrariedade nem de raiva, estavam arregalados e cheios de medo. O fingimento inabalável que mantivera até ali – de que não havia magia e nenhum outro mundo além daquele que habitava com o marido – parecia ter ruído.
– Tuney se importa. – Lily disse com a voz embargada – Ela pensou em mim… Ela se importa… – completou escondendo o rosto no peito de Tiago.
– Eu não sei o quanto ela se importa. – Harry disse apertando a mão de Lily com carinho – Mas ela realmente sentiu alguma coisa naquele momento… Eu vi, nos olhos dela, que ela estava sentindo alguma coisa…
– Obrigada. – Lily levantou a cabeça do peito de Tiago e sorriu para Harry com carinho – Apesar de tudo… Ela é minha irmã… Significa muito para mim.
— Voltou — respondeu, dirigindo-se agora à tia. — Faz um mês que voltou. Eu o vi.
As mãos dela procuraram os ombros compactos do filho sob o blusão de couro e os apertaram.
— Espere aí — disse o tio, olhando da mulher para o sobrinho e mais uma vez para ela, aparentemente aturdido e confuso pela compreensão sem precedentes que parecia ter nascido entre eles. — Espere aí. Você está dizendo que esse tal Lord Vol das quantas voltou?
— É.
— O que matou seus pais?
— É.
— E agora está mandando dementadores atrás de você?
— É o que parece.
— Entendo — disse o tio, olhando de Petúnia para Harry e puxando as calças para cima. Parecia estar inchando, seu enorme rosto púrpura começou a dilatar diante dos olhos do sobrinho. — Então está decidido — disse, a frente da camisa se esticando à medida que ele inchava — pode sair desta casa, moleque!
– O que? – Lily perguntou apavorada – Harry não pode sair da casa… Tuney não pode permitir… Apesar de tudo Harry está mais seguro com eles…
— Quê? — exclamou Harry.
— Você me ouviu – SAIA! — berrou o tio, e até tia Petúnia e Duda pularam. — FORA! FORA! Eu devia ter feito isso há muito tempo! As corujas tratam esta casa como se fosse um asilo, o pudim explode, metade da sala fica destruída, Duda cria rabo, Guida balança pelo teto e tem Ford Anglia voando... FORA! FORA! Acabou para você! Você agora pertence ao passado! Não vai continuar aqui se tem um maluco caçando você, não vai pôr em perigo a vida da minha mulher e do meu filho, não vai criar problemas para nós. Se vai seguir o mesmo caminho que aqueles inúteis dos seus pais, terminamos AQUI!
Harry ficou pregado no chão. As cartas do Ministério, do Sr. Weasley e de Sirius amarrotadas em sua mão. Faça o que quiser, mas não saia de casa outra vez. NÃO SAIA DA CASA DOS SEUS TIOS.
– Não saia! – Sirius afirmou apreensivo – Fora da casa dos seus tios é tudo perigoso demais para você…
– Tuney não vai deixar. – Lily murmurou nervosa – Tuney não pode deixar… Ela tem que cuidar de você.
— Você me ouviu! — disse tio Válter, curvando-se para o sobrinho e aproximando tanto o enorme rosto púrpura, que Harry chegou a sentir gotas de saliva baterem em seu rosto. — Agora vá andando! Há meia hora você estava muito ansioso para ir embora! Pois estou bem atrás de você! Saia e nunca mais volte a pisar a soleira desta casa! Não sei por que aceitamos você, para começar. Guida tinha razão, você deveria ter ido para um orfanato. Tivemos o coração mole demais para o nosso próprio bem, pensamos que podíamos arrancar essa coisa de dentro de você, que podíamos transformá-lo em um garoto normal, mas você estava bichado desde o começo, e para mim chegou... coruja!
– Espero que seja alguém avisando que está indo buscar você… – Lily disse apertando a mão de Harry com força – Você não pode ficar sozinho… Não depois de tudo o que aconteceu…
A quinta coruja entrou tão vertiginosamente pela chaminé que bateu no chão e soltou um pio forte antes de voltar ao ar. Harry ergueu a mão para agarrar a carta em um envelope vermelho, mas a ave passou por cima dele e voou até tia Petúnia, que deixou escapar um berro e se abaixou protegendo o rosto com os braços. A coruja soltou o envelope na cabeça dela, fez a curva e tornou a voar direto para a chaminé.
Harry correu para apanhar a carta, mas Petúnia chegou primeiro.
– Um berrador? – Sirius perguntou confuso – Quem mandaria um berrador?
– Não é apenas um berrador, é um berrador para Petúnia, quem mandaria um berrador para Petúnia? – Tiago perguntou chocado.
— A senhora pode abrir, se quiser, mas de qualquer maneira eu vou ouvir o que a carta diz. É um berrador.
— Largue isso, Petúnia! — rugiu o tio. — Não toque, pode ser perigoso.
— Está endereçada a mim — disse ela com a voz trêmula. — Está endereçada a mim, Válter, olhe! Sra. Petúnia Dursley, Rua dos Alfeneiros, Número Quatro, Cozinha...
– Quem quer que seja está vigiando vocês. – Tiago disse apreensivo – Não teria outra forma da pessoa saber que Petúnia está na cozinha…
– Poucas pessoas poderiam estar vigiando. – Sirius disse desconfiado – Não tem muitas pessoas no mundo que saibam onde fica a casa dos Dursley. Apenas o ministério, os professores de Hogwarts e os Weasley… Se não mais pessoas já teriam aparecido na porta deles atrás de Harry… Ainda mais antes do que aconteceu no cemitério…
Ela prendeu a respiração, horrorizada. O envelope vermelho começara a fumegar.
— Abre! — apressou-a Harry. — Acaba logo com isso! O envelope vai se abrir mesmo.
— Não.
A mão de tia Petúnia tremia. Ela olhava a esmo pela cozinha como se procurasse uma saída para fugir, mas tarde demais – o envelope pegou fogo.
Com um grito, tia Petúnia largou-o no chão.
Uma voz horrível saiu da carta em chamas e ecoou pelo aposento fechado.
— Lembre-se da última, Petúnia.
– Da última? – Frank perguntou confuso – Da última o que?
– Da última vez em que pensaram em mandar Harry embora? Da última carta? Da última vez que Voldemort atacou? – Remo cogitou – São as únicas coisas que consigo imaginar assim, logo de cara…
– O importante é, o que isso significa para Petúnia? – Tiago perguntou balançando as pernas ansioso.
Petúnia pareceu que ia desmaiar. Afundou na cadeira ao lado de Duda, o rosto nas mãos. A carta se consumiu silenciosamente e só restaram cinzas.
— Que foi isso? — perguntou tio Válter rouco. — Quê... eu não... Petúnia?
Tia Petúnia não respondeu, Duda olhou abobado para a mãe, boquiaberto. O silêncio parecia subir em espirais. Harry observou a tia, atônito, sua cabeça latejando tanto que parecia que ia explodir.
— Petúnia, querida? — chamou tio Válter timidamente. — Petúnia?
Ela ergueu a cabeça. Ainda tremia. Engoliu em seco.
— O garoto... o garoto terá de ficar, Válter — disse ela com a voz fraca.
– O que quer que seja a última, fez ela tomar uma atitude e falar que Harry não pode ir embora… – Sirius disse pensativo – Com isso, só consigo imaginar que a carta seja de Dumbledore… Não consigo imaginar outro bruxo que tenha tido algum contato com ela…
– Tem mais um bruxo que teve contato com Petúnia. – Lily disse, virando-se para Severo ansiosa.
– Você acha que Snape pode ter mandado essa carta a ela? – Tiago perguntou descrente.
– Não sei… – Lily deu de ombros – Mas Severo já teve contato com Petúnia…
– Mas não acho que ele tenha qualquer relação com essa carta. – Remo afirmou, olhando para Severo de soslaio – Apenas acho que não… Não tenho um motivo.
– Mas se Dumbledore está vigiando os Dursley… – Alice começou a falar, mas foi interrompida.
– Nós sabemos que Dumbledore está vigiando Harry… – Tiago afirmou categórico – Mundungo deveria estar vigiando Harry quando tudo aconteceu… Já deve ter alguém de olho de novo…
– Então porque Dumbledore não tira Harry da casa dos Dursley? – Frank completou a pergunta de Alice.
– Provavelmente por causa da proteção… Mas Harry estaria muito bem protegido com os Weasley. – Sirius bufou desgostoso.
— Q-quê?
— Ele fica — disse Petúnia sem olhar para Harry. Pôs-se de pé.
— Ele... mas Petúnia...
— Se nós o atirarmos na rua, os vizinhos vão falar. — Depressa ela foi recuperando os seus modos secos e meio ríspidos, embora continuasse muito pálida. — Vão fazer perguntas embaraçosas, vão querer saber que fim levou. Teremos de ficar com ele.
– É óbvio que isso é apenas uma desculpa que ela inventou para fazer ele calar a boca! – Sirius afirmou categórico.
– E isso significa que ela tem fortes motivos para não querer deixar Harry sair da casa deles… – Tiago disse pensativo – Talvez Dumbledore tenha falado para ela que Harry estaria protegido na casa dela… Ele deixou uma carta com Harry quando o deixou no batente da porta…
– Então você acha que ela pode estar tentando proteger o Harry? – Lily perguntou lacrimejando.
– Pode ser que sim. – Tiago deu de ombros – Pelo menos combina com o que vimos um pouco antes… Quando ela deixou a máscara dela cair e olhou de verdade para Harry…
– Então apesar de tudo… Minha irmã está protegendo o Harry. – Lily disse com um meio sorriso lacrimoso, apertando as mãos de Harry e Tiago com força.
Tio Válter começou a murchar como um pneu velho.
— Mas, Petúnia, querida...
Petúnia não lhe deu atenção. Virou-se para Harry.
— Você vai ficar no seu quarto — disse. — Não pode sair de casa. Agora vá se deitar.
Harry não se mexeu.
— De quem era o berrador?
— Não faça perguntas — retorquiu asperamente a tia.
— A senhora tem contato com os bruxos?
— Eu disse para você ir se deitar!
— Que queria dizer o berrador? Lembre-se da última o quê?
— Vá se deitar!
— Como...?
— VOCÊ OUVIU O QUE SUA TIA FALOU, AGORA VÁ SE DEITAR!
– Ela disse para ele não sair de casa. – Tiago disse encarando Lily – Ela não teria motivo para fazer isso se não tivesse medo que alguma coisa acontecesse com ele… Ela sabe que ele está em perigo...
– E ela não quer que ele saia de casa… – Lily suspirou pesadamente – Pelo menos minha irmã não se transformou completamente em um monstro.
– Vamos continuar de uma vez. – Sirius disse pegando o livro das mãos de Remo, ansioso – Precisamos saber como vai ser essa audiência…
– Espero que não demore muito para chegar a audiência. – Remo disse ansioso.
Sirius tossiu e abriu o livro no capítulo seguinte:
– Capítulo III – A guarda avançada.
Hey leitores mais queridos do FeB! Está muito frio e meus dedos doem na hora de digitar, e ainda assim, aqui estou eu respondendo seus comentários! Não tenho tido muito tempo para escrever, mas por hora isso não vai influenciar em nada a frequencia de postagens. Logo devo conseguir retomar o ritmo antigo e continuar OdF. Apenas continuem me incentivando positivamente com seus comentários!
- Tatiana Thays: É difícil para eles entender um dementador na rua dos alfeneiros porque esse fato quebra a barreira que existe na vida de Harry entre a vida trouxa dele e a vida bruxa. Além disso, nesse ponto os dementadores ainda estão sob controle do ministério e por isso não faz sentido eles estarem ali. É também uma prova de que o mal pode alcançar o Harry em qualquer lugar, não só em Hogwarts e no mundo bruxo. De acordo com tudo o que lemos as pessoas param de fazer magicas involuntariamente depois que entram em Hogwarts e aprendem a controlar sua magia e começam a usar a varinha para canalizá-la, então sempre senti que havia algo de estranho no modo como Harry consegue fazer magia mesmo sem varinha e várias vezes sem controle. Tiago, Sirius e Remo podem não saber muito sobre "o bem maior" mas eles sabem que essa é uma ligação estranha entre Dumbledore e Grindelwald... Definitivamente ninguém merece o beijo do dementador, perder a alma é muito pior do que morrer, pelo menos dentro do que eu acredito. Eu não condeno a raiva que Harry sente nesse livro, acredito que é uma raiva completamente justificada, depois de tudo o que ele passou, as pessoas ficam escondendo as coisas dele, mentindo para ele, excluindo ele dos planejamentos sobre a vida dele, deixando ele sozinho e etc. Todos são motivos para ele perder o controle e a calma, ainda mais logo depois do trauma que ele passou, que nunca foi propriamente endereçado. Espero que você realmente seja uma competidora competitiva, eu gosto quando vocês se dedicam a participar mais no grupo e aqui! Seu namorado gosta de HP? Espero que tenha conseguido trazer ele para a fic também!
- In_Black: Esse livro tem me deixado com os sentimentos a flor da pele também. Analisar tudo o que aconteceu, e como Harry foi tratado, através do ponto de vista dos marotos e da Lily me deixam um bocado irritada e triste na maior parte do tempo. As magias involuntárias do Harry sempre me deixaram pensativas, afinal é mostrado em vários momentos que depois de entrar em Hogwarts as crianças aprendem a focalizar a magia com a varinha e param de fazer magia involuntária, então Harry sempre foi diferente. Fico feliz que você veja como os personagens estão crescendo de acordo com o andamento da fic, é importante para mim mostrar o amadurecimento de todos eles. Espero que você consiga comentar mais!
- Stella Pacheco: As magias involuntárias sempre me chamaram atenção, afinal sempre foi bem claro para mim que depois que os bruxos entram em Hogwarts e começam a usar a magia canaliando-a com a varinha, as magias involuntárias acabavam, e com Harry isso nunca aconteceu. Também é falado que só bruxos poderosos conseguem fazer magia sem varinha, e Harry demonstra conseguir, mesmo quando ele não está prestando atenção a isso. Tiago, Sirius e Remo podem não saber exatamente a extensão do "bem maior", mas eles percebem alguma coisa sobre isso ligar Dumbledore e Grindelwald de algum jeito.
- Cah Silva: A morte do Sirius é uma das coisas que mais me deixa insegura em relação a essa fic. Espero que eu consiga exceder as expectativas de todos vocês. Eu sempre tento pensar no que os outros personagens estão pensando durante os livros, e por isso, sempre que possível coloco o ponto de vista do Rony, Hermione, Gina e Neville na fic. Em relação ao Tiago, Sirius e Remo perceberem as coisas rápido demais, é diferente para eles do que é para Harry, Rony e Hermione. Eles são mais velhos, conhecem melhor o mundo bruxo e estão vivendo tempos de guerra, Voldemort é poderoso na época deles e eles estão treinando para lutar contra ele, então obviamente eles tem um raciocínio diferente do trio. Mas apesar disso, eu duvido que eles descubram sobre Harry ser uma horcrux antes do livro revelar, afinal é uma informação muito surpreendente. Eu tenho muitos problemas com Dumbledore, especialmente nesse livro, eu reconheço que ele era um gênio e tudo mais, mas acho que ele nunca soube considerar de verdade os seres humanos com quem ele estava lidando. Eu fico feliz que você esteja percebendo o amadurecimento deles, eu sempre me esforço para mostrar que os livros estão fazendo eles mudarem a perspectiva deles sobre as próprias vidas. Eu não condeno a raiva que Harry sente nesse livro, acredito que é uma raiva completamente justificada, depois de tudo o que ele passou, as pessoas ficam escondendo as coisas dele, mentindo para ele, excluindo ele dos planejamentos sobre a vida dele, deixando ele sozinho e etc. Todos são motivos para ele perder o controle e a calma, ainda mais logo depois do trauma que ele passou, que nunca foi propriamente endereçado. E eu espero que você realmente participe bastante nesse livro, eu gosto muito de ver vocês aparecendo no livro e aqui!
- Stehcec: Eu não percebi a relação entre a Figg do Dumbledore e a Figg vizinha do Harry da primeira vez que eu li também, eu tinha 10 anos afinal, mas quando reli os 4 livros que existiam na época que percebi, antes mesmo de OdF ser lançado, que era estranho Dumbledore conhecer uma Figg e Harry ter uma vizinha chamada Figg. Eu sempre achei estranho Harry continuar fazendo magia involuntária e sem varinha depois de entrar em Hogwarts, acho que mostra que ele é muito poderoso e que ele não tem a capacidade de controlar todo esse poder sem treinamento adequado. Acho que Harry acabaria fazendo as mesmas escolhas sem o molde e influencia de Dumbledore. Basta pensar em PF e como ele se foi atrás da pedra filosofal mesmo sem ter nenhuma obrigação de salvá-la e na época Dumbledore ainda nem tinha tido uma conversa particular com ele. Eu não acho que Dumbledore devesse ter deixado Harry com os Dursley de qualquer forma, eles nunca trataram o menino bem, e Dumbledore sabia disso, até porque ele tinha uma informante... Na cabeça de Dumbledore, se Harry soubesse de alguma coisa importante, Voldemort poderia descobrir através da conexão entre eles. Mas de qualquer forma, eu acho que ele deveria ter informado isso a Harry, ter dado um jeito de avisar a Harry que ele acreditava que a ligação vai para os dois lados e por isso ele tinha medo de Voldemort descobrir o que não devia por Harry saber (é claro que isso faria Harry tentar fugir e etc... Vou falar melhor sobre isso nos próximos capítulos). Eu acho que o poder do Harry é uma mistura entre o poder dele, o sacrifício da Lily e a Horcrux nele. Talvez depois da guerra e de destruir a horcrux Harry tenha ficado mais normal, ou talvez ele tenha ficado mais poderoso pois o corpo dele não estaria mais lutando constantemente contra a invasão de Voldemort... Não tenho como saber, mas tenho minhas teorias. E eu gosto que você defenda Dumbledore, pois me faz pensar mais nos meus próprios argumentos.
- Luane Sa Barreto Silva: Fico feliz que tenha gostado. O Tiago consegue perceber as coisas porque ele tem muito mais experiencia com o mundo magico do que o trio tinha na época, e além disso, ele é mais perceptivo do que os outros.
- Joao Vitor Moraes: Muito obrigada! Eu não pretendo mudar os livros de forma alguma, apenas dar a visão dos personagens sobre os livros.
- Nicole Marra: O FeB é um site muito genioso mesmo. É sempre bom saber que o meu modo de ver as coisas e de mostrá-las na fic faz as pessoas pensarem mais sobre o assunto e analisarem melhor o que leram! Eu estou muito nervosa em relação à parte sobre a morte do Sirius, mas espero que consiga exceder as expectativas de todos vocês quando chegar a hora! Ainda vai demorar muito para chegar ao fim desse livro e ao fim da saga, mas já estou ansiosa para algumas partes do final, inclusive já escrevi várias coisas sobre o final... Mas pode falar suas teorias! Eu tenho uma ideia bem forte de como as coisas vão se desenrolar, mas é sempre bom receber outras opiniões e ideias. Que bom que você sabe que é fisicamente impossivel postar capítulos todos os dias, eu teria que ficar sem comer e sem dormir para conseguir escrever o bastante para isso, já que cada capítulo leva dias para ser escrito entre pesquisas, leituras e releituras, a escrita em si e as revisões.
- Juhh Potter Malfoy: É estranho mesmo você não receber notificações do grupo se já marcou para receber... As duas cenas que você está esperando mais ansiosamente para ler me deixam nervosa para escrever, pois vou querer colocar as emoções certas na fic, e sempre fico insegura quanto a isso, mas espero conseguir! Já o beijo da Lily e do Tiago, ainda não tenho ideia de quando vai acontecer e como, mas acho que vai acontecer na hora certa... Eu tenho até o capítulo 7 pronto e já estou começando a desenvolver o capítulo 8.
- Izabella Bella Black: Sei que ler sobre a morte de Sirius é difícil, é difícil para mim também, mas espero que você consiga ler na fic. Não acho que Válter tenha desconfiado que Harry tinha tanto dinheiro assim, ele também não devia saber quanto cada uma das coisas que Harry tem custou. Mas ele saberia exatamente quando roupas trouxas novas custariam a Harry. Eu não percebi a relação entre a Figg do Dumbledore e a Figg vizinha do Harry da primeira vez que eu li também, eu tinha 10 anos afinal, mas quando reli os 4 livros que existiam na época que percebi, antes mesmo de OdF ser lançado, que era estranho Dumbledore conhecer uma Figg e Harry ter uma vizinha chamada Figg. Se Sirius estivesse livre, mesmo que Harry morasse com os tios, Sirius poderia garantir que Harry fosse bem tratado e cuidado e manter o contato com ele. Mas ainda assim, eu acho que Sirius faria de tudo para manter Harry com ele. Deve ter sido por isso que Dumbledore não se deu ao trabalho de ajudar Sirius a ter um julgamento justo para começar... Mas é melhor não começar a falar de Dumbledore. Voldemort em si não tem como pegar Harry enquanto ele está com os tios, mesmo quando ele está do lado de fora da casa. Segundo a JK quanto mais poderoso um bruxo é menor o barulho de sua aparatação, então bruxos realmente poderosos conseguiriam aparatar escondidos. Eu sempre gosto de mostrar outros angulos dos livros para as pessoas, é sempre bom explorar ainda mais os livros. Dumbledore achava que Voldemort podia ver através de Harry, e por isso ele queria manter Harry longe, mas ainda assim, eu acho que Harry tinha o direito de saber disso e de muito mais. Eu tenho certeza de que Harry ficaria o verão todo com os Dursley se os dementadores não tivessem aparecido. Os dementadores não se importam com quem eles estão machucando, eles querem apenas sugar almas, e por isso é tão errado o ministério usá-los.
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Comentários (10)
Na minha opinião Petúnia fez isso mais por medo do que para proteger o Harry. Lily esta tentando se enganar.
2018-09-19OH MY GODEU NÃO ACREDITO QUE AINDA NÃO TINHA COMENTADO, NA VERDADE EU ACREDITO SIM PORQUE A PÁGINA ESTA ABERTA AQUI NO MEU GOOGLE CHROME DESDE QUE EU LI PRA EU NÃO ESQUECER DE COMENTAR. E EU QUAAAASE ESQUECI. ESTÁ MARAVILHOSO O CAPÍTULO, COMO SEMPRE É CLARO, BEIJOS PELO TRABALHO. EU TENHO QUE DIZER QUE ESSE CAPÍTULO LEMBROU MUITO UM MOMENTO DA MINHA VIDA ENTÃO É SIMPLESMENTE NOSTÁLGICO PRA MIM SÓ TENHO A DIZER QUE FOI TUDO MUITO LEGAL NESSE MOMENTO:O DESESPERO DE TODO MUNDO PRO HARRY NÃO SAIR DE CASA E TODA A CONFUSÃO DELE SE ELE DEVIA SIM OU NÃO SAIR DE CASA.DUMBLEDORE VAI CONFUDIR A MINHA CABEÇA DURANTE TODO ESSE LIVRO ENTÃO NEM VOU COMENTAR NADA SOBRE ELE AGORAENFIMMARAVILHOSOBEIJO JU
2016-06-27Olá Juh!Não poderia deixar de comentar e deixar vc feliz e ainda ganhar meus pontinhos. ahahahaahahAcho que não terá cap novo hoje, provável que vai ser amanhã neh!?É Remo e Tiago, vocês estão errados. hahahaahhah Dessa vez vou concordar com o Sirius, colocar Mundungo pra vigiar o Harry foi burrice ao extremo do Dumbledore, como no sétimo livro foi burrice a ordem ter levado ele pra ser um dos 6 Harry‘s. Quando li das outras vezes (não sei quantas) eu nem tinha atinado pro fato dela "conversar" com o gato, hahahahahahaha mas realmente ele deve ser igual ao bichento. Eu fico um pouco incomodada pq sei que o Harry tem suas particularidades com Dumbledore como eu, mas queria ver ele pelo menos tentando defender ele um pouco, assim como eu faço, pois sei que apesar de tudo que ele fez o Harry o admirou ao ponto de colocar o nome dele em seu filho, então sei que o Harry perdoou Dumbledore por tudo assim como eu. Apesar dos erros do Dumbledore, principalmente nesse livro, eu não quero ver os marotos ou o resto com raiva dele e sem ninguém pra o defender lá na sala. As mesmas perguntas feitas por Remo eu me fiz também ao ler o livro pela segunda vez. hahahaaahahah Óbvio que iam achar que a culpa era do Harry. Eu disse antes do Harry o "AINDA" hahahahaa. Pobres inocentes, imaginar que o ministério seria coerente nesse tempo de crise. Fudge quer destruir o Harry e o Dumbledore pra ele tentar ter a razão de que o Voldemort não voltou. Fugir seria a pior burrice que o Harry faria. Uma audiencia que Fudge vai tentar acabar com ele. Deveriam ter falado o mínimo com o Harry sobre a política, mas ninguém nunca se preocupou em ensinar nada a ele. Mais uma vez tenho que concordar com a Gina, aposto que o patrono do Mundungo não chega nem aos pés do patrono do Harry, mas pelo menos teria "bruxo" pra testemunhar que tinha dementador na área dos trouxas. Dusley‘s sensatos não existe, principalmente o Valter. Eu tbm queria que a Petunia fosse bruxa, seria bem mais fácil mesmo. Pelo menos agora estão pensando o que realmente vai acontecer nessa audiencia disciplinar. Realmente nesse ponto do livro eu não consigo entender o Dumbledore não contar ao Harry nem que o fosse o mínimo pra se acalmar um pouco tbm, sei que disse que vou defender ele nesse livro, mas é o livro que mais tenho raiva dele. Claro que temos que concordar com Valter, e sabemos quem mandou os dementadores e foi pra pegar o Harry mesmo. Uma das coisas boa de Dumbledore ter deixado o Harry com o trouxas ruins, é o Harry não ter medo do nome do Voldemort. Não conseguimos saber o quanto a Petunia se importa, mas claro que ela vai esconder isso do marido. Do jeito meio torto dela e meio que obrigada também, ela ta protegendo o Harry. Mas um belo capítulo e muito bem escrito como sempre Juh!Sobre o comentário anterior, eu não sei se eu leio muito rápido ou se não me apego tanto aos detalhes "pequenos" quando leio, mas tem coisa que só to percebendo com a leitura de MLHP, quero ver no sexto livro, que foi o livro que mais li e o que mais gosto junto com o RdM. Muita coisa não entendo do Dumbledore também, mas ele ter deixado o Harry com os tios eu até entendo por causa da proteção do sangue e ainda por causa da influência sim que ele teria se tivesse sido criado com uma família bruxa e falo de influência de todos os tipos, preconceitos e tals. O que tenho muita dificuldade de aceitar e até me deixa com raiva é a distancia dele do Harry nesse livro. Mas vou continuar defendendo ele e espero q o Harry na sala pelo menos tente isso.Abraços Juh!
2016-06-26Juh, parabéns! Primeiramente por ter terminado Cálice de Fogo e por ter iniciado um dos meus preferidos da saga (empata em primeiro lugar com Prisioneiro de Azkaban). Adorei esse gostinho de como todos estão vendo com outros olhos as atitudes do Dumbledore e, pelo que ainda está por vir, creio que a insatisfação com ele só aumentará. Esse livro é tão especial, é tão cruel ver as expectativas que crescem, enquanto aguardando a audiência, de que o Harry vá morar com o Sirius, só para ele ficar mais solitário ainda naquela casa odiada, sendo importunado pelo Snape por não se arriscar. Consigo sentir o ódio do Harry depois da partida de Quadribol, uma das poucas coisas que o deixam feliz, por culpa do Malfoy. E, ainda, vivenciar o Tiago agindo da mesma maneira desprezível. Estou muito ansiosa pelas reações a criação da AD, assim como o romance com a Cho e a orientação vocacional com a Minerva. Enfim, quero ler logo tudo! Hahaha, por isso desejo que não falte inspiração e que você sinta toda essa empolgação que nos proporciona. Ah, tô me preparando psicologicamente para a morte do Sirius, lágrimas vão rolar, como sempre.
2016-06-24Oi Juh, em primeiro lugar o capitulo esta perfeito como sempre. Em segundo já aviso já se eu sumir é por que estou sem internet, vou para a casa da minha vó amanhã e lá a internet é muito ruim. Sobre esse capitulo eu ate gostou dele, pois é nele que vemos que a Petunia enfrentou Valter para que Harry ficasse e pelo menos para mim mim isso quer dizer que um pouquinho, bem pouquinho ela se importa com Harry. E já no começo do capitulo ppercebemos que Tiago vai ver no capitulo da audiencia que o Ministerio simplesmente vai afirmar que Harry e a Sra. Figg imaginaram os dementadores. Tadinho do Sirius, eu não o acho irresponsavel, só o acho impulsivo, age primeiro e depois pensa. Sem a menor duvida adoro as criticas dos Marotos em relação a Dumbledore, ate agora estão sendo as melhores partes. Nunca tinha imaginado que Sr. Tibbles era o gato, isso não passou pela minha cabeça. Nunca consegui intender o que Duda reviveu com os dementadores, eu já em varios lugares que ele viu a si mesmo como era, porem pelo menos para mim isso não o faria mudar, pois para ele isso era o normal e o que lhe foi ensinado por toda a sua vida. Acho que uma das coisas que sempre me deu raiva de Dumbledore foi o fato dele se importar com o bem maior e não se importar com o que fazia com as pessoas, por exemplo o que ele fez com Harry e ate mesmo com Snape, posso nao gostar de Snape, porem sempre senti pena dele por estar praticamente na mira de Voldemort por anos e a mando de Dumbledore. O tiago tem razão, se Dumbledore tivesse contado a verdade para o Harry logo de cara muita coisa que aconteceu não teria acontecido e isso me da ainda mais raiva do diretor. Eu ainda acho que se Harry não tivesse sido enganado para ir ao Ministerio, Dumbledore teria enrolado ainda mais para contar a verdade, apesar de que Dumbledore mesmo contando a verdade para Harry deixou detalhes de lado. Para mim Fudge jamais deveria ter chegado a ser Ministro da Magia, pois acima de tudo nesse livro vemos o quando Fudge só se importa com o que é conveniente a ele. Estou adorando o interação entre Tiago e Lilian. Sobre o sistema politico bruxo, a onde você encontrou? Nunca pensei por esse lado, mas sempre achei que Valter era um idiota, para não chamar de coisa pior, então para mim ele ainda acharia um jeito dizer que foi o Harry que deixou o Duda daquele jeito. Eu também achei que a Petunia não estava falando do Tiago, porem não conseguia imaginar de quem ela estava falando, ate ler RdM. Pelo menos para mim, eu acho que não mudaria muita coisa se Petunia também fosse uma bruxa. Será que Tiago vai perceber que foi o Ministerio quem enviou os dementadores, ou melhor, Umbrige. Eu gosto da Lily e tudo mais, mas tem horas que eu me irrito por ela sempre esperar o melhor das pessoas, foi uma coisa que sempre me irritou nela. Afinal o que esse lembre - se da ultima significa? Tudo que eu consigo imaginar não parece certo, e ao mesmo tempo pode ser qualquer coisa. A ultima pessoa a enviar uma carta para os Dursley falando de certa maneira para Harry ficar é o Snape, é bem capaz de ele enviar uma carta falando para eles expulsarem o Harry (e não me importa que falem que Snape é o bonsinho da historia.) Acho que é só isso. Beijos....
2016-06-20Juuuuu além de marcar presença nos comentários, vim desabafar um pouco. Vi no grupo do face que vc leu os spoillers da peça e assim como eu, curiosa demais, não gostou. Eu não sei o que eu esperava da peça, mas estou completamente decepcionada. Na realidade nunca quis nada com o futuro do Harry. desde que me apaixonei pela saga, sempre quis saber sobre a primeira guerra bruxa, queria saber sobre os pais do Harry. Amo demais o Tiago e a Lily. Li diversas fics sobre essa época, sobre eles, além disso, foi assim que achei as suas fics. Eu larguei de ler fics terriveis que hoje eu considero melhores do que a peça que vai estreiar. Não vou contar spoillers, mas uma cena relacionada aos pais do Harry me deixaram sem chão. Eu senti um desespero. E vi que definitivamente, péssimas decisões podem mudar tudo. Eu achei que não era possível ocorrer aqueles acontecimentos, dito isso, vou excluir aquilo e vou levar a sua fanfic como realidade kkkk Prefiro realmente acreditar que após o fim dos 7 livros, Harry voltou ao tempo e tudo isso que você escreve vai mudar a história. E sobre o útimo capitulo, achei emocionante a Lily percebendo que a Petunia se importa com ela. Uma dúvida: A sua história começa realmente em Marotos lendo a Pedra Filosofal? Não tem como o Harry e todos decidiram voltar no tempo?
2016-06-18HEEEY JUUU SINTO MUITO, NÃO CONSEGUI COMENTAR RECENTEMENTE, SEMPRE Q EU TENTAVA O NEGÓCIO BUGAVA! DESCULPA! MAS EU SEI Q VC SABE QUE EU AMEI, TÔ AQUI DESDE O COMEÇO E AMANDO CADA VEZ MAIS!Gente, esse capítulo sempre me pega de jeito. Meu coração acelera e parece que eu sinto a revolta e angústia do nosso baby. Uma coisa q me chama a atenção quando eu releio a saga agora, mais velha, é como o Harry sofreu na casa dos tios. Não só o armário e apanhar ou coisa do tipo. Mas, imagina o seu tio perguntar se havia alguma possibilidade de você ser sentenciado a morte, dizer que ele esprava que sim, e isso nem te fetar? imagina o quanto esse menino foi humilhado e negligenciado ao ponto de esse tipo de comentário nem te afetar? Isso é algo q a gente já fica meio assim quando pequenos, mas agora, relendo, parece que doi na gente.RON E HERMIONE TÃO FOFOS. BABYS. "Especialistas em Harry" Gina sempre com as melhores one-liners.Concordo com o Harry nessa, cara. A gente fala come se fosse culpa dele não saber de tudo ou ficar com raiva ou tomar decisões preciptadas, mas vamos listar os motivos: Até os 11 anos, ele achva que magica nem existia; Na escola, dia sim dia também alguém tenta matar ele; quando ele volta pra casa, é pra ser humilhado, passar fome e ter todos os pertences trancados ou nem poder ouvir o notíciario. Acho os comentários do tiago e do sirius mutio bons pra ilustrar o privilégio: Eles, e a gente como leitores, sabiam dessas coisas, mas o Harry sempre estava em situações em que a vida dele estava por um fio e que tornavam decições mais bem-pensadas difíceis, e acho q ele se acostumou ao instinto; ou seja: Poderia ele ter feito melhor? Absolutamente. É culpa dele? Não (Desculpa o "rant" mas é q ele é meu baby, meu personagem favorito da vida e eu sou protetora).TONKS E REMMY E SIRIUS APARECEM NO PRÓXIMOS CAPÍTULO MEUS LINDUXOS AHHHH.Ansiosa e amando mucho much! (curiosidade:acho q esse é meu maior comentário das cinco fics inteiras!)
2016-06-17Eu sei que demorei mas eu tive uma semana muito cheia de provas, trabalhos, seminários etc... Bom primeiramente eu gostaria mais uma vez de agradecer porque realmente esse projeto é incrível, nem consigo imaginar como deve ser difícil conciliar tudo, deve ser bem cansativo, mas obrigada por escrever a história Juh, porque além de matar a saudade de HP, eu estou aprendendo muitas coisas que antes lendo os livros não tinha reparado, como a magia tão poderosa do Harry e também sobre Dumbledore. Realmente eu sempre o vi como um mestre para o Harry, que o ajudou durante a história, apesar de muitas vezes ter algumas falhas, e que confiou demais em Snape. Mas acompanhando o raciocínio dos marotos principalmente do Tiago, eu percebi muitas coisas. Ele manipulou todo mundo. No primeiro ano do Harry a capa foi dada no momento certo, Harry encontrou o espelho no momento certo e assim em todos os acontecimentos. O Harry deveria ter se interessado mais em se informar, e Dumbledore deveria ter contado tudo o que sabia. Teria evitado tanta coisa. Estou amando demais o amadurecimento dos personagens. A Lily está percebendo que ela julgou mal o Tiago, e ele está ficando mais sério devido aos acontecimentos, até mesmo o Sirius que de vez em quando faz suas piadinhas mas tem consciência do que está acontecendo. Estou adorando também a evolução da Alice. Você já perguntou o que achávamos dela e bem, ela está mudando e realmente eu estou começando a gostar bastante dela. Eu fiquei pensando bastante depois desse capítulo o que será que o Duda reviveu de horrível quando foi atacado pelos dementadores. Você faz alguma ideia? Eu não consigo pensar em algo que faça sentido na minha cabeça. “– Alguém realmente devia ter ensinado a Harry sobre nosso sistema político e legal… – Sirius disse, coçando a cabeça incomodado. – Eu não conheço nosso sistema político e legal direito até hoje. – Alice disse encarando Sirius e Tiago – Nem todos fomos criados dentro das tradições dos puro-sangue.” Eu parei nessa parte e fiquei tentando refletir, mas será que você poderia, não sei, comentar alguma coisa sobre esse “sistema político e legal”? Só se puder claro. Eu fiquei emocionada com a Lily percebendo que pelo menos no fundo, bem lá no fundo, Petúnia se lembra dela, até sente uma saudade, bem lá no fundo mesmo rsrrss mas foi emocionante mesmo assim, mesmo que eu nem goste muito dela. Ansiosa demais da conta para o capítulo do resgate do Harry, e da apresentação da Ordem da Fênix... Espero que tenha mais jogos lá no grupo. Eu venho treinando bastante acrósticos rsrsrsrs Bom já chega desse comentário gigante e sem conteúdo rsrsrsrrs até o próximo capítulo
2016-06-16já quero o próximo ; )))
2016-06-14Olá Juh tudo bem com você? Espero que sim. Amo a sua fic, a Ordem da fênix e um dos livros que eu mais amo e odeio na serie do Harry Potter. Sobre o capítulo: Eu nunca suportei muito os tios do Harry, eles sempre trataram como lixo e não consigo engolir a Petúnia se mostrar ate legal com o filho da irmã, pois não acho real. O único consolo eu que pelo menos o Harry conseguiu ficar ali ater a ordem ir buscar ele. Os comentários estão perfeitos eu acho um Maximo ver que os marotos conseguem perceber como o Dumbledore é.
2016-06-14