Viciada nele
Eu me lembro quando o vi pelo primeira vez. Foi no primeiro ano, estavamos no mesmo barco, mas ninguém prestou atenção em ninguém a não ser na expectativa de chegar ao castelo. Passamos um ano estudando juntos, sem trocarmos uma palavra ou um olhar. Mas foi no final desse primeiro ano, na saída da aula de terça-feira de noite, Astronomia, que começamos a conversar. Éramos um grupo relativamente pequeno, mas as risadas e as brincadeiras de alunos da nossa idade começaram a despertar como uma brisa leve no outono.
Foi a partir daquele dia que eu comecei a prestar atenção nele. As férias de verão não foram nada. Nada aconteceu. Não ficamos próximos, mas não posso dizer o mesmo do ano seguinte. Nossas disciplinas se cruzaram e fomos os únicos da Grifinória a fazermos Herbologia no horário da tarde. Conversávamos muito e eu estava cada vez mais encantada com ele, seu jeito maduro e a maneira como me tratava. Fazíamos planos. Ele até me convenceu em fugir de uma aula de Astronomia para jantarmos com alguns colegas no Beco Diagonal.
Nossos quartos eram próximos, então, acabávamos por sair para as aulas sempre no mesmo horário e nos encontrávamos no corredor.
Mas foi na metade desse ano que eu simplesmente não consegui ficar mais longe dele. Tentei convencê-lo indiretamente a cursar uma matéria comigo mas ele não entendeu... aff...pelo menos estamos cursando uma juntos e a outra saímos da Grifinória no mesmo horário até a sala de aula.
Conversamos sobre absolutamente tudo. Ele é o meu vício. Não sei como dizer, mas controlo cada passo dele que posso. Presto atenção com quem ele conversa e sobre o que conversa, quais são os amigos e amigas, a que horas ele acorda, o que ele faz quando não está na aula... sei como é sua família, com quem ele mora e como comemorou o último Natal ...
Eu não sei o que fazer para chamar-lhe atenção. Modifiquei até o meu cabelo, fiz uma magia para que ficasse totalmente liso. Ele notou, é claro, me elogia sempre que quer começar a conversa e não sabe como.
Acho que ele também gosta de mim. Como sei disso? Fizemos uma viagem à Hogsmade semana retrasada. Eu peguei no sono ao lado do banco dele. Quando abri os olhos, vi ele me cuidando pelo reflexo do vidro. Ele sorriu e desviou o olhar. Fingi pegar no sono novamente. Com os olhos semicerrados o observei me olhando de novo.
Eu sempre fui a melhor da classe. Até emprestei minhas anotações para ele ( coisa que eu nunca faço questão quando qualquer outro me pede).
O auge foi ontem à noite.
Estávamos voltando para a Grifinória e eu precisava que outra colega abrisse a ala feminina para mim. Eu estava sem a chave, esqueci-a na minha cama quando saí. Quando lhe disse que ninguém me respondia, ele ofereceu a ala masculina para que eu ficasse aguardando até alguém abrir a porta.
Meu coração simplesmente disparou. Ele era o meu bruxo encantado.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!