Potter, Weasleys e Granger
Capítulo 1 - Potter, Weasleys e Granger.
Um minúsculo ponto cinza cortava velozmente o céu estrelado da madrugada de Londres, carregando uma carta muito maior do que seu tamanho, e tinha um destino certo: o último quarto do quase sótão da casa pertencente à família Dursley, na rua dos Alfeneiros, 4. Para quem já descobriu, o quarto de alguém muito especial, principalmente no mundo dos bruxos.
Completamente jogado na cama entre as cobertas, de bruços, com penas e pergaminhos jogados a seu lado (sobras de mais uma tarefa de Hogwarts), dorme num sono profundo Harry Potter, exausto por causa dos deveres da escola de bruxaria. Com razão, afinal, falta apenas um ano para se formar, depois de cansáveis 6 anos completos, assim como seus melhores amigos, Rony Weasley e Hermione Granger.
O sono é interrompido por leves batidinhas no vidro da janela, que faz Harry Potter abrir os olhos e sentar na cama, olhando para fora, só focalizando a corujinha depois de pôr os óculos. Era Pichitinho, ou Pichi, a coruja (se é que uma bola de tênis peluda e cinza que voa pode se considerar assim) de Rony. Trazia uma carta do amigo de Harry, que se sentou na escrivaninha e pôs-se, meio cambaleante, a desdobrá-la.
- Sossega, bicho - resmungou Harry, enquanto a corujinha insistia a voar em círculos e a piar. Edwiges, de sua gaiola, olhava com um só olho, desconfiada, com a cabeça escondida na asa. Pichi resolveu sentar na grade da gaiola, para sossego de todos. Harry abriu a carta, que vinha com um recorte de jornal junto. No recorte estava uma propaganda de um parque de diversões muito grande, em Londres. A roda gigante se mexia, junto com os carrinhos da montanha russa, e uma grande bandeirola balançando no centro da foto, como se flutuasse no anúncio, escrito: "Parque Arlong". Harry deixou de lado e olhou a carta.
Harry, como vai indo?
Espero que esteja tendo boas férias, apesar dos seus tios trouxas e do seu primo anormal! –Harry não deixou de concordar com essa observação- Deve fazer uns quinze dias que, junto com o Profeta Diário, vem essa propaganda falando sobre esse negócio de Parque de Diversões. Me parece que um dos organizadores é um bruxo, por isso o anúncio. No Caldeirão Furado tem cartazes anunciando venda de ingressos para ele, com promoção especial, sendo vendidos em galeões. Mas o fato é que estamos pensando em ir até lá conhecer de perto essa coisa de trouxa, e queríamos saber se você gostaria de ir com a gente. Estamos esperando sua resposta, hein? Também mandei uma carta pra Mione, para nós nos encontrarmos. Se você resolver, vamos nos encontrar no Caldeirão nessa próxima sexta. Então, se você puder, responda logo!
Até, Rony
Harry pôs a carta sobre a mesa e olhou para cima, pensando. Todas as vezes que tinha ido a um parque de diversões fora com os Durley, ou seja, ele NUNCA tinha ido REALMENTE a um parque de DIVERSÕES. Pegou a foto da propaganda e examinou. Uma das poucas recordações era que não gostava muito da montanha russa, por lembrar muito uma viagem em Pó de Flu. Mais que depressa, pegou a pena e começou a responder a carta de Rony. Resposta entregue, Pichi voou muito rápido para o céu, sumindo na neblina que descia. Harry voltou para a cama e se aninhou de novo.
**
Na manhã seguinte os Dursley tomavam café. Tio Válter tomava uma xícara enquanto lia o jornal. Tia Petúnia fazia panquecas e Duda, que dava no mínimo três tios Válters na largura, comia um sanduíche, cheio de ovos fritos e bacons. As tentativas de emagracer não estavam mais dando resultados... na verdade, ele parecia um porco fuçando. Harry desceu as escadas e entrou na cozinha, como se não tivesse entrado, já que ninguém, como sempre, sequer dava indícios de perceberem sua presença. Ele parou um instante e olhou para o primo rapidamente, só para reparar no rosto espinhento, cheio de marcas de barbeador de fora a fora, como se tivesse lutado com um garfo bravamente. As banhas da barriga mal cabiam nas calças e um grande 'pneu' ficava pendurado na cintura, enquanto parte da bunda ficava espremidinha na parte de trás. As camisas já quase não davam pra cobrir tudo. Harry então se olhou e notou as gigantescas roupas que sempre herdava do primo, com inúmeras dobras para lhe caberem, e a calça que de tão larga cobria da metade da cueca pra baixo, o que fazia com que Harry a puxasse de dez em dez minutos, tentando, frustantemente, mantê-la na cintura, apesar o cinto muito apertado. Comparando os físicos sem demonstrar emoção nenhuma, Harry lamentou silenciosamente as roupas largas, afinal, se fossem normais, nas ruas, as garotas com certeza parariam os olhos nele, ao invés de se entreterem completamente com o tamanho baleial do primo Duda, que as faziam mudar de calçada quando ele surgia na esquina.
Harry suspirou muito de leve e se dirigiu à geladeira, onde pegou suco em um copo. Tia Petúnia passou sem sequer olhá-lo e foi pôr as panquecas no prato do filho. Já havia algum tempo que os Dursley tinham decidido que Harry estava "grandinho demais pra ficar sendo pajeado". Traduzindo: se ele já era quase ignorado, agora ele não tinha mais o quase. Se ele quisesse sair, saísse, se quisesse comer, que fosse à geladeira e comesse, desde que não deixasse nenhum vestígio de sua passagem, claro; o que Harry fazia questão de fazer com muito gosto. Tia Petúnia parou de pé, segurando a frigideira, e disse para o filho, com um sorrisinho muito idiota:
- Que lindo, meu filho já é um homem. Já está dando conta de fazer a barba sozinho.
- É o meu Duda! - falou tio Válter, descendo os olhos do jornal e mirando o rosto picado do filho, cheio de papeizinhos higiênicos nos cortes.
Harry só olhou, sem expressão novamente, embora pensando consigo como aquilo era patético. Não fazia muito tempo, mas na primeira vez que Harry fizera a barba foi realmente um desastre (enquanto Madame Pomfrey insistia em querer levá-lo à enfermaria curar os cortes, Hagrid, Rony e Mione se contorciam de dar risadas), mas Duda já tentava fazer a própria muito tempo antes de Harry, sendo que até hoje quase decepava as bochechas com o prestobarba. Balançando a cabeça e dissolvendo os pensamentos, Harry parou os olhos numa foto do parque de diversões numa das páginas do jornal do tio Válter e resolveu abrir a boca.
- Hoje eu vou sair à tarde - todos pararam e o olharam como se tivesse cometido um pecado ao abrir a boca. Harry sabia que não faria diferença, mas preferiu não perder os bons modos e completou. - Eu vou ao Parque de Diversões. Tudo bem?
Ele mal começou a formular o resto da frase explicando com quem iria quando Duda, cuspindo pedaços das panquecas, grunhiu esganiçado:
- Ah, e você acha que vai com quem, seu mosquito? Com seus amigos anormais? - Harry serrou as sobrancelhas e já ia disparar alguma coisa, mas o primo continuou numa risada que quase pôs todas as panquecas de volta no prato. - Não tá achando que é com a namorada, não é? Qual doente ia querer?
Harry ia soltar que estaria indo com seus amigos, com os pais e irmãos do Rony, mas como ia demorar muito, resolveu simplesmente resmungar entre um sorrisinho sarcástico esperando a reação:
- É sim, é com a minha namorada. Você não sabia que eu já tenho uma? - Na mesma hora Duda desceu um murro na mesa, pondo-se de pé e com tia Petúnia guinchando um "OH!" muito agudo.
- SEU GRANDE MENTIROSO! VOCÊ NÃO TEM NAMORADA COISA NENHUMA! EU AINDA NÃO TENHO! COMO ALGUMA GAROTA IA QUERER VOCÊ, UM ANORMAL?...
Na mesma hora tio Válter faiscou os olhos.
- É claro que ele não tem, meu filho! Ele diz isso pra te provocar! Não dê ouvidos! Ninguém ia querer uma aberração como ele sendo que temos você em casa.
Harry achou melhor ficar por isso mesmo, contendo a vontade de dizer que Duda nunca arrumaria uma namorada, no máximo alguma mulher caridosa que fizesse parte da sociedade protetora das baleias para estudar o comportamento dos espécimes criadas fora d'água e em cativeiro. De qualquer forma, seria legal jogar isso na cara do primo, mas preferiu quardar o comentário pra si mesmo. Ele deu as costas e subiu para o quarto, enquanto Duda o olhava com ódio e tia Petúnia agarrava-se ao pescoço do filho, resmungando baixinho que ele era muito melhor que Harry e que certamente haviam muitas garotas querendo ficar com ele.
Já em seu quarto, Harry coçou o queixo de penas de Edwiges e puxou debaixo de sua cama o resto do bolo de aniversário mandado por Hagrid que, finalmente, conseguia fazer um bolo de aniversário comível. Aliás, já estava até gostoso. Rony havia lhe mandado caixas com docinhos mágicos, e tinha também um agasalho feito provavelmente pela Sra. Weasley com um H na frente. Hermione, não era de se espantar, lhe enviara um livro, não muito grosso, mas muito peculiar, que falava unicamente sobre feitiços das trevas, claramente a eterna preocupação da amiga com as investidas de Voldemort contra Harry. O livro apenas explicava e detalhava cada uma delas e Harry pensou consigo mesmo que se ele fosse morrer de algum feitiço maléfico, pelo menos ele saberia qual foi, o que no fundo não mudaria muita coisa...
**
A tarde começava quando Harry resolveu se arrumar e juntar as coisas para encontrar os amigos. Desceu as escadas e, ao abrir a porta, disse alto um "Já vou indo", o que desistiu de repetir na terceira vez, já que em nenhuma delas obteve resposta. Deu de ombros e saiu para a rua. O jeito era ir de ônibus e, no ponto, Harry não parava de passar a mão na testa, jogando o cabelo da franja para que parasse pra trás, o que não adiantava muito. Seu cabelo sempre foi arrepiado e nunca parou num lugar só e, se quando curto já dificultava o trabalho do pente, agora haviam fios que desciam pela metade da nuca em curva para o queixo, arrepiados, impossíveis de ficarem quietos e organizados. Numa comparação um tanto bizarra, ele parecia estar sempre testando túneis de vento...
Desceu no ponto próximo ao parque, situado quase fora de Londres, em um gigantesco terreno, com muitas colinas no fundo, onde muitos brinquedos ainda estavam em construção. Harry dirigiu-se com as mãos no bolso até o saguão da portaria, várias catracas, com bandeiras altas fincadas ao lado da entrada, e no centro o nome, Parque Arlong. Alguns passos e avistou uma família de ruivos inconfundíveis - os Weasley. Fred e Jorge, os gêmeos, que agora insistiam em manter um ruivo cavanhaque no queixo, dificultando mais ainda a distinção de ambos, acenaram animados. Harry foi ao encontro da família e cumprimentou a todos. Rony continuava magro e mais alto do que ele, cheio de sardas e insistia em deixar o cabelo meio tigela como sempre fora.
- E aí, Harry? Como vão indo as férias com os trouxas? - perguntou, animado.
- Uma droga - sorriu Harry -, como sempre.
- Só viemos aqui pra conhecer, a Gina encheu nosso saco para virmos. É aqui que os trouxas vêm se divertir com as crianças? Interessante... - completou, lançando um olhar pelas torres das montanhas-russas e de outras atrações.
- Também - explicou Harry -, mas é mais comum que turmas de adolescentes venham, é muito mais divertido pra nós por causa das atrações... ahm... radicais, como a montanha-russa, o trem fantasma...
- Interessante, os carrinhos que correm grudados naqueles ferros - disse o Sr. Weasley, olhando a montanha-russa.
- Não tem muita diferença de uma viagem de Pó de Flú - disse Harry. - Eu, particularmente, acho que é a mesma sensação desagradável.
Todos deram um risinho não muito solto, afinal, Harry sempre acabava levando a pior nas viagens com Pó de Flu.
- Estava preocupada com as roupas - disse a Sra. Weasley. - Achei que não conseguiríamos passar desapercebidos entre os trouxas...
- Imagina!... - animou Harry. De fato, as roupas dos Weasley eram roupas comuns também aos trouxas, o que não causaria nenhum espanto. A diferença era que eles usavam muitas cores claras e neutras, como bege, cinza claro, branco e sapatos. Harry usava uma larga calça preta com bolsos laterais presa por um cinto apertado, um tênis, uma camiseta branca por dentro da calça e uma camisa verde escuro com as mangas dobradas nos pulsos. Caberiam folgados uns dois Harrys mais um Rony dentro.
- Vocês estão ótimos! - Harry olhou toda a família abrir um olhar de um espanto meio encantado para que Harry olhasse pra trás e desse de cara com Hermione. - Estou morrendo de saudades de vocês!
Mione pulou no pescoço de Rony e falou com todos da família. Mostrava um largo e animado sorriso, usava uma camiseta rosada, jaqueta e calça jeans até o tênis. Rony e os irmãos ficaram um tempo olhando até que Gina resolveu, meio sem graça, se pronunciar.
- Acho que não estamos muito parecidos com trouxas, não é mesmo?
Harry riu e respondeu:
- Não, de jeito nenhum, essa roupa que a Mione tá usando é só um tipo comum das trouxas se vestirem.
- Ah... É?... - resmungou Rony, sem piscar.
- A Mione tá fantasiada do que os trouxas chamam de Patricinha!
Mione respondeu com um tapa na nuca de Harry, que ria.
- Babaca...
Os Weasley só responderam um "Hum..." antes de irem para a entrada.
- Nós temos entradas que meu pai ganhou - disse Rony, andando ao lado de Harry e Mione. - Eu vou pegar com ele - mas Mione pôs a mão no bolso e puxou dois ingressos azuis com hologramas.
- Não precisa, eu... Tinha duas entradas, um de vocês dois pode usar a outra - Rony ficou olhando e disse um "então tá, o Harry entra então." Mione esticou um deles para Harry, que pegou enquanto Rony perguntava inocente "mas onde você conseguiu? Tinha pensado em vir com outra pessoa?". Mione rosou e Harry riu da situação.
- Que foi, Hermione? Com quem você ia usar esse outro ingresso? - na mesma hora ela virou pra ele. - Não vai me dizer que você arranjou um...
- Ah, cale a boca, Harry! - rosnou Mione, saindo depressa. - Vamos logo, o pessoal já entrou - Harry passou a roleta ainda dando risada, e Rony atrás, meio desconfiado.
- O que há de interessante para se fazer aqui? - perguntou Fred, animado, olhando dos lados.
- Sei lá, tem um monte de brinquedos legais para se andar - disse Harry - mas tentem ficar sem traquinagens, por favor.
Harry escutou o sonoro "ah..." que foi completado pelo pai.
- Por favor mesmo, filhos, eu ganhei os ingressos. Somos os únicos a trazer varinhas para um parque trouxa, mesmo assim eu queria não trazê-las, mas nunca se sabe... Espero que vocês não tenham me trazido aquelas bobagens que vendem em Hogsmeade - os gêmeos acenaram desanimados com a cabeça que sim, não tinham nem mesmo um caramelinho incha língua, nem qualquer tipo de doce que faça alguém sangrar, desmaiar, inflar ou coisa assim para divertirem-se. - Tenho certeza que nem Harry nem Hermione trouxeram suas varinhas, apesar do parque estar aberto aos bruxos livremente, temos que lembrar que é um território totalmente trouxa, não é, meninos?
Os dois se olharam e sorriram sem jeito, abrindo a beira do casaco e mostrando as respectivas varinhas.
- Andar sem varinha é o mesmo que andar sem a roupa de baixo, Sr. Weasley... - disse Harry.
- Justificável, querido... - completou sorrindo Molly, olhando o rosto meio decepcionado do marido.
A conversa foi interrompia pelo barulho e pelo jato de água que quase lavou o pessoal, vindo do tobogã de água mais à frente.
- Que legal! Vamos? - disse, animada, Gina.
- Melhor deixar por último, Gina, depois disso a gente tem que ir pro secador... - completou Mione, falando entre os dentes e olhando a turma que saía ensopada.
- Então vamos lá na fila praquele negócio dos carrinhos - apontou Rony. - Vamos que a fila tá grande.
Todos se dirigiram para a grande montanha-russa, mas, na hora, Hermione resmungou algo como "mas essa é a única do parque que eu não ando, me dá muito enjôo essas voltas...". Os gêmeos e Rony olharam espantados, pois por mais radical que fosse, aquela montanha-russa era "fichinha" perto das constantes viagens em Flu que faziam.
- Bem, então acho que Hermione terá companhia - resmungou entre os dentes Harry ao seu lado. - Eu detesto montanha-russa muito alta... Nós esperamos vocês aqui na grade...
- Francamente, vocês não passam de bundões! - exclamou Jorge. - Isso não deve ser pior que uma partida de quadribol numa final Grifinória versus Sonserina!
- Fico com o quadribol... - resmungou Harry, encolhido. - Podem ir, nós não vamos desaparatar daqui, não.
- Então tá... - disse Rony. - Mas acho estranho você quase morrer pegando um pomo e ficar nesse medo de ir nisso.
Harry deu de ombros, o problema nem era esse, eram as lembranças das visitas ao parque em que toda vez Duda tentava destravar o cinto de Harry para que ele despencasse no ar, e a horrível sensação de ter seu magro corpo levantado pelo ar e jogado de um lado para o outro do assento. Naquele dia não aconteceria, mas o medo ficou.
Os Weasley entraram e se acomodaram nos assentos da montanha-russa, enquanto travavam os cintos e baixavam a grade de segurança olhavam ao redor contemplando tudo. Harry, debaixo deles, observou a partida do carrinho e as expressões dos amigos quando foram em direção à primeira e maior subida do percurso. Quando Harry se afastou e correu os olhos atrás de Hermione, viu-a debruçada na grade do outro lado do jardim da montanha-russa, escrevia algo na terra de um arbusto de flores com um graveto longo. Parecia entretida com o que fazia. Harry chegou e debruçou-se também, lendo as letra "AL" na terra. Ele ergueu as sobrancelhas
- "AL"? O que significa "AL"? - na mesma hora Mione olhou espantada e deu um jeito de rabiscar a escrita e soltar o graveto no gramado.
- Na... Não é nada, não.
- Hum... Por acaso "AL" seria... Hum... Deixa ver... Já sei! - ele fez cara de quem se esforçava pra descobrir, principalmente quando notou que ela estava muito cor de rosa. E concluiu, rindo - ...O motivo por você estar com um ingresso sobrando!
- Ah, vai te catar... - rosnou Mione, descorando a cara de novo. - Eu não tenho tempo pra isso.
- Ah, não? Que pena! Está perdendo a juventude preocupada só com as tarefas de Hogwarts. Relaxa um pouco, Hermione.
- Olha só quem fala. Até parece que você aproveita muito a vida. Onde é que está a sua Cho?
Harry dessa vez se avermelhou.
- Hãn? C... Cho?
- Dá um tempo, agora que ela se formou não vá chorar o leite derramado, você não quis decidir o que queria com ela, perdeu a vez, fofo.
- Ela gostava de Cedrico. Se ele não tivesse morrido naquele maldito Torneio Tribuxo, estariam juntos. Você devia saber disso também, não?
- Passou, Harry. Você devia ter tentado, ela te dava a maior bola... quer dizer... no fundo, ela dava...
- Conversa.
- Bom, de um jeito ou de outro, opções não te faltam em Hogwarts.
Harry se espantou.
- Você ACHA mesmo?...
- Óbvio! O tanto de menininhas que correm atrás de você... – suspirou, erguendo as sobrancelhas. Ela sempre tentava saber qual a graça que as meninas viam em correr atrás dele o tempo todo, com tantos deveres na escola. - Se você continuar na carreira de jogador de Quadribol vai ser tão cultuado quanto um astro pop do mundo trouxa... David 'Backman' vai roer o pé de inveja.
Os dois riram. Harry rindo envergonhado.
- Eu já tinha pensado nisso mesmo, de seguir a carreira... Como jogador, lógico... Mas não sei... Acho que vou fazer isso mesmo, auror dá muito trabalho... o último ano está aí... E você, Mione?
Hermione desfez o sorriso e pôs a mão na nuca, sem jeito.
- Eu?... Bem... Eu tenho estudado muito nas férias, sabe. Não para Hogwarts, mas pra Universidade, acho que depois de me formar vou tentar uma vaga em Cambridge - Harry arregalou os olhos.
- O quê?! C... Cambridge? Hermione! Isso é uma universidade trouxa! O que é que você acha que vai fazer?! Você é uma bruxa! Pode muito bem ser uma professora, ou até diretora em Hogwarts! Você tem condição pra entrar pro Ministério da Magia e me vem com essa de Cambridge?
- Ah, Harry você sabe... Malfoy tem seu lado de razão, eu ainda sou uma sangue ruim, lembra? Meus pais, minha família toda é trouxa, sou a primeira bruxa da história da minha família, isso só pode ser um equívoco...
- Mione, você tem noção da ASNEIRA que tá me dizendo? - Harry coçava a testa, como se tentasse dissolver aquilo na cabeça. - Você é a melhor bruxa que eu já conheci em toda minha vida! Eu daria um braço pra ser um terço do que você é.
- Lembra, Harry? Eu sou livros e esperteza, você tem o talento. Sabe, eu adorei estudar em Hogwarts, mas acho que lá não seja meu futuro, eu nunca vou deixar de ser bruxa, só vou tentar viver como uma trouxa, como eu sempre fui. Que mal há nisso?
- Hermione, por favor... de onde você tirou essa... - Harry já estava nervoso quando parou a frase ao ver que o olhar da amiga estava sobre seu ombro e que ela estava boquiaberta e levemente pálida. - Que foi?
Harry olhou para trás. Mione agarrou seu braço e sussurrou no seu ouvido.
- Lá... Lá na frente, aquele cara com a capa preta... - lá na frente, atravessando o parque, havia um homem com uma capa preta e uma máscara de monstro, assim como vários outros vestidos de monstro que passeavam pelo parque. Mas uma diferença: em seu braço direito, na parte de dentro, quase escondida, havia uma tatuagem negra. Uma tatuagem negra com o desenho de uma caveira com uma cobra no lugar da língua. - Aquele... Aquele homem, Harry... Ele é... Um Comensal da Morte...
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Nota:
É isso ai pessoal, Segue o primeiro capítulo desta fic fantástica. Espero que gostem. Aguardo seus comentários.
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