Prólogo - Urbem Lumine



Uma paz insondável se espalhou por meu corpo assim que toquei levemente o macio solo. Uma leve brisa soprava em meu rosto, fazendo meus cabelos balançarem. Levantei-me lentamente, sentindo uma forte pontada em minha cabeça. Consequência, suponho eu, do grande esforço necessário para fazer tal viagem dimensional.


Meus olhos demoram um pouco para se acostumarem ao fugaz brilho do estranho sol azul. Mas, é claro, eu já havia lido sobre ele. Na realidade, li sobre esta dimensão paralela durante diversos meses, antes de fabricar as correntes de proteu. É claro que eu não tinha a mínima ideia da existência de um filho de Voldemort que pudesse ameaçar a mim, Harry e Ron, porém, jamais havia descartado a possibilidade de um novo vilão. Era essa a verdadeira função das correntes, servir como válvula de escape em situações de extremo perigo.


Meus olhos se moveram a direção de Harry e Ron, ambos vestidos com roupas extremamente brancas. Dormiam profundamente. Nenhuma ferida no corpo dos dois. A magia de Urbem Lumine deveria os ter curado, assim como a mim.


Caminhei até o local onde Harry estava estirado, seu rosto emitia um brilho intenso que o deixava ainda mais belo. Ajoelhei-me e inclinei minha cabeça em direção a sua. Toquei levemente seus lábios, e vi estes formarem um leve sorriso logo depois. Seus olhos se abriram vagarosamente, aparentemente, também para se acostumarem a brilhante luz.


-Meu amor... Onde estamos? Você está bem? Cadê aquele maldito? – Ele perguntou, levantando-se de sobressalto e olhando para os lados assustados. –Que lugar é esse?


-Calma Harry. Nós estamos...


Comecei a falar, mas fui interrompida por Ron que acabara de despertar. Ele levantou em um pulou e começou a procurar a varinha em suas roupas, mas logo parou, fechou os olhos e tampo-os com o braço.


-Mione? Harry? – Ele exclamou olhando de mim para Harry por baixo de seu braço. -  Mas que luz é essa?


-É o que eu gostaria de saber também. – Harry respondeu e depois olhou indagador em minha direção.


-Nós estamos em Urbem Lumine. – Respondi pacientemente enquanto sentava ao lado de Harry e via Ron se aproximar. Os dois me olharam confusos. – Sabem? A cidade iluminada... Tem tudo sobre ela em Hogwarts Uma História.


-Isso pouco esclarece nossas dúvidas. – Ron comentou irônico. – A menos que tenha esquecido nós, eu e Harry, nunca limos Hogwarts Uma História.


-É claro que não leram. – Retruquei. – Bem. Acreditava-se que Urbem Lumine, assim como a câmara secreta, não passava de mais que um mito. Rezava a história que o Mago Merlin, antes de sua morte, desprendera-se de toda sua magia e moldando-a a convertera em uma dimensão paralela, que seria o abrigo de toda magia dele.


-E como você conseguiu nos trazer até aqui? – Harry indagou novamente.


-Magia absolutamente forte. – Respondi e baixei a os olhos. Estava acuada com os olhares inquisitivos dos dois. – Vejam bem, depois que terminou a guerra eu continuei com os livros que falavam sobre as Horcruxes. Apesar de serem bastante nojentos, eles contêm informações primordiais, como o modo de chegar até aqui. Deve ter sido este também um dos motivos que levaram Dumbledore a interdita-los, e eu sinceramente não sei como Voldemort não se aproveitou dessas informações, já que ele leu o livro...


-Talvez ele tenha lido somente a parte que lhe interessava, sobre as horcruxes. – Harry propôs com as sobrancelhas ligeiramente erguidas.


Certo. Talvez pudesse ser realmente isso. Voldemort poderia ter se focado somente naquilo que estava procurando e ignorado todas as outras partes, porém, mesmo que ele tivesse visto tal informação, duvido muito que ele conseguisse abrir o portal. Jamais.


-E então como nos trouxe a essa dimensão? – Ron perguntou-me novamente.


-Eu usei o feitiço descrito no livro. – Respondi de forma simples. – Vou explicar. Eu transformei as correntes de proteu, através deste feitiço, em espécies de chaves de portal que seriam ativadas somente quando nós três estivéssemos em situação de extremo perigo, com nossa vida sendo ameaçada.


-Bem. Então não é nada difícil entrar nesta dimensão. – Harry comentou preocupado.


-Na verdade é, Harry. – Eu o cortei. – Este feitiço só pode ser usado para permitir a entrada de três pessoas aqui em Urbem Lumine. Estas três pessoas devem conter, cada uma, um dos três status sanguíneo do mundo magico.


-Assim como nós? – Ron indagou.


-Exatamente. Eu, uma nascida trouxa. Harry um sangue mestiço e você um sangue puro. – Concordei com ele. – E além disso, essas três pessoas devem estar ligadas por um laço inquebrável e totalmente puro, formado da magia mais poderosa existente...


-O amor. – Harry completou e eu concordei. – Assim como nós, também.


-Então nós devemos voltar! – Ron exclamou e se levantou rapidamente. – Vamos para Hogwarts. Devem estar todos nos esperando.


-Ron. Não podemos. – Falei tristemente. – Entenda, o mundo deve estar totalmente dominado por Karl e seus seguidores.


-Hermione nós saímos de lá a pouco tempo. Karl não teve tempo suficiente para colocar todo o mundo sob seu domínio. – Harry interpôs colocando-se em pé também.


-Não é assim, Harry. – Eu falei e também me levantei. – O tempo aqui não é igual ao de lá. Provavelmente já deve ter se passado meses, talvez anos, desde que desaparecemos.


-E então devemos fazer o que? – Ron gritou irritado. – Viver em paz aqui o resto da vida?


Aquilo me atingiu como uma facada e me senti absolutamente irritada, como Ron poderia pensar que eu fosse sugerir algo assim.


-É claro que não. – Bufei nervosa. – Nós temos que encontrar a magia de Merlin. Só com ela poderemos vencer Karl. Vocês viram com seus próprios olhos o quanto ele era poderoso. Aquela magia que ele usou para se transformar em Voldemort, por exemplo, jamais havia visto algo igual.


-Mas como vamos encontrar essa tal Magia de Merlin? – Harry questionou-me.


-Não sei. Vamos começar explorando todo o lugar. – Respondi e me sentei novamente na bela grama verde. – Mas antes, Ron vai nos contar porque estava agindo feito um idiota conosco nos últimos dias.


-Verdade. Você nos deve uma explicação. – Harry concordou veementemente.


-Ok! Vou lhes contar tudo. – Ron respondeu e também se sentou.

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Comentários (2)

  • Joana Herms

    OH MY GOD!!!!Esse prólogo tá perfeito, meus parabéns! Pelo visto essa Fic será tão boa quanto sua antecessora. 

    2015-09-15
  • Janaina Matos

    Hey.Não precisso nem comentar o quanto eu amei essa continuação. Está perfeita!Estou morrendo de curiosidade para saber como estão Gina, Luna e os outros achando o Trio está morto,Super ansiosa para o primeiro capítulo. Bjs!!! 

    2015-03-23
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