Conselhos

*No Último Capítulo:

Hermione

Também não fui jantar. A perspectiva de passar as próximas horas sozinha com Potter me assombra e me tirou totalmente o apetite, porém, sei que é necessário, temos que fazer o trabalho, e eu não posso perder pontos com a professora Mcgonagall por causa de um idiota. Tendo isso em mente me dirijo à biblioteca pelos corredores desertos, afinal todos estão jantando.

A biblioteca está igualmente vazia, exceto, pela bibliotecária, a Madame Pince, com o seu espanador nas mãos passando-o em cada prateleira. Sento-me em uma mesa ao fundo e abro logo meu livro de transfiguração, era inútil esperar pelo Potter, ele provavelmente chegaria atrasado e quando chegasse não ajudaria em nada.

*

Harry

Assim que chego já consigo encontrar Hermione, a única pessoa, além de Madame Pince, obviamente, na biblioteca.

Titubeando, me junto a Hermione na mesa em que ela está, sento-me logo ao seu lado. Ao perceber minha presença, ela simplesmente me lança um olhar com aspereza e rapidamente volta a ler seu livro.

-Boa noite, Hermione.

-É! – Ela responde com o nariz enterrado no livro. – Vamos começar logo esse trabalho. – Dizendo isso ela apanhou em sua bolsa um longo pergaminho, tinta e penas. – Você pode escrever enquanto eu dito? Ou você não sabe escrever?

-É claro que eu sei. – Respondo exasperado.

-Ótimo. – Hermione diz, me observando apanhar o pergaminho e colocando-o na posição certa para escrever e molhando a pena na tinta. – O feitiço de desaparecimento faz contraponto aos feitiços de conjuração quanto ao seu objetivo...

-Hermione. – Interrompo-a. Estava decidido a falar nesse momento.

-Porque você não está escrevendo, Potter?

-E que eu preciso te dizer que eu...

- O que você precisa é calar a boca e escrever, a não ser que você tenha mentido e na realidade não saiba fazer isso.

-Não, Hermione, é outra coisa. Eu estou...

-Já chega! Se você não quiser nem escrever pode ir embora, eu faço o trabalho sozinha e o entrego como se você tivesse o feito também.

-Não! Hermione...

-Granger para você. – Ela me corrigi desdenhosamente.

-Porque você está me tratando assim? – Pergunto sem parcimônia.

-Assim como?

-Com ódio. – Sintetizo.

-Bem, eu pensei que era assim que sempre nos tratávamos.

-É, mas. – Vacilo ao falar e respiro fundo antes de continuar. – Sabe? Desde ontem à noite, eu pensei que nós poderíamos conviver melhor.

-Então pensou errado. – Ela diz e então percebo que está à beira das lágrimas.

-O que houve...

-Seja lá o que você estiver tramando, Potter, eu não vou cair. – Ela bufa levantando-se e atirando seus materiais para dentro da mochila. – Como se você fosse querer conviver melhor com uma “rata de biblioteca”, não é? Não foi assim que me nomeou hoje de madrugada para sua namorada asquerosa?

-Você ouviu? – Eu pergunto. Eu não poderia acreditar que Hermione havia ouvido. Ela tinha razão de estar me odiando, afinal eu a beijo e horas depois estou zombado dela com apelidos ofensivos. – Não era isso Hermione... Por favor, me deixe explicar o q...

-Poupe-me de suas explicações. – Ela grita.

E quando eu iria respondê-la, Madame Pince surgiu por trás de nós dois e nos expulsou da biblioteca por “estar causando desordem”. Hermione não esperou ser mandada outra vez, agarrou a mochila pela alça e saiu trotando porta a fora. Eu a segui rapidamente.

-Hermione, por favor, Pare. – Eu a seguro pelo braço fazendo com que ela pare. – Acredite em mim.

-Por favor, me solta. – Ela diz e começa a chorar me fazendo sentir a pior pessoa do mundo. – Você já pôde me acrescentar a sua lista de garotas que enganou e já se divertiu as minhas custas com a sua namorada. O que mais quer de mim?

-Hermione... – Começo a falar, mas as palavras travam em minha garganta. Então solto o braço dela e a vejo correr em frente. Meus joelhos fraquejam e eu os sinto se dobrarem rumo ao chão, escondo meu rosto entre eles e me permito chorar. Apenas isso posso fazer.

Hermione

Continuo correndo sem rumo. Nem ao certo sei onde é meu quarto. Sinto uma mistura de dor e ressentimento que faz meu corpo tremer violentamente. Pela primeira vez, em seis anos, pensei que poderia existir alguém em Hogwarts que realmente se importasse comigo, porém, a ilusão não durara nem um dia inteiro, Potter a destruirá poucas horas depois.

Sinto meu corpo trombar fortemente contra algo sólido e caio de costas no chão.

-Me desculpa. – Alguém diz e me estende a mão para me ajudar a levantar. – Mas você veio correndo tão depressa que não pude evitar a colisão.

Meus olhos marejados de dor se focam na pessoa a minha frente e demoro a reconhecê-lo. É Hanz Everdeen, quintanista da corvinal. Um rapaz alto e magricela de cabelos loiros e crespos. Lembro-me dele do vagão de monitores.

-Hermione? – Ele indaga ao me reconhecer também.

-Sou eu. – Responde e tento sorrir. – Obrigada! E desculpe por ter trombando em você.

-Que isso! Eu é que agradeço, não é todo dia que uma garota linda e inteligente colide comigo no corredor.

-Obrigada! – Digo e me sinto corar. – Eu tenho que ir, desculpe.

-Me permita que eu te acompanhe até seu quarto. – Hanz se oferece e estende a mão para mim. – Sem ofensas, mas você não parece estar muito bem.

-É não estou. – Digo e seguro sua mão estendida. – Bem, vamos!

Harry

Não voltei para o meu quarto, no lugar disto, passei a noite na sala precisa. Não estava pronto para narrar a Ron todos os eventos entre mim e Hermione e, tampouco, queria ver Lilá na minha frente tão cedo.

Não havia como explicar a Hermione o que de fato havia acontecido. Ela jamais acreditaria, e com razão, que eu só a havia ofendido para me livrar de Lilá e para que ela me deixasse em paz. Qualquer possibilidade de Hermione me perdoar havia se acabado e era inútil resistir contra isso.  Meu pai certamente ficaria muito irritado comigo ao me ver desistir tão facilmente...

-Meu pai! – Exclamo alto. Meu pai com certeza poderia me auxiliar no que fazer. Então mentalizo fortemente para a sala precisa a minha necessidade de uma lareira e pó de flu e em segundos os itens pedidos se materializaram na sala.

Corro para a lareira, agarro um pouco do pó sobre ela e o jogo nas chamas que imediatamente se convertem do laranja para o verde perolado. Enfio minha cabeça nas chamas e grito:

-Godric’s Hollow; Avenida Central; casa cinco.

Sinto minha cabeça girando em uma escuridão profunda enquanto o resto do meu corpo se mantém fixo na aquecida sala precisa. A minha casa em Godric’s Hollow apareceu no meu campo de visão. Era uma casa grande e bonita, decorada com pinturas trouxas e mágicas, iluminada por lâmpadas incandescentes que se estendiam sobre o teto.

-Pai! Pai!- Eu o chamo em alto tom de voz.

-Harry? – Ouço a voz grave do meu pai acompanhada pelo barulho dos degraus sendo pisados. – Filho? Onde você está?

-Aqui, pai, na lareira – Falo e observo ele se aproximar de mim com o olhar curioso. Meu pai era realmente idêntico a mim, com exceção dos olhos, já que estes eu havia herdado de minha mãe.

-O que aconteceu Harry? – Ele pergunta alarmado ajoelhando-se diante da lareira.

-Calma, pai, está tudo bem, digo, quase tudo bem. – Eu falo. – Onde está a mamãe?

-Ela precisou ir ao ministério urgentemente. Parece que houve uma contenda entre o ministro e alguns duendes de Gringotes. – Meu pai responde. Minha mãe, Lily, trabalha no ministério da magia, ela é a líder do Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. – Mas o que vez você aparecer aqui a esta hora da madrugada? Você não deveria estar dormindo?

-Sim... É que... O senhor se lembra da Hermione Granger?

-Sim! Não me diga que arrumou confusão com ela de novo, Harry.

-Não, não é isso. – Respondo ligeiramente exasperado. – Digo, mais ou menos. O que acontece, pai, é que eu estou apaixonado por ela.

-Como? – Meu pai grita me olhando como se eu tivesse o dito que havia matado alguém. – Como assim? Você não vivia brigando com essa garota?

-Bem, que eu saiba o senhor e a mamãe também viviam brigando, mas se casaram e tiveram um filho, não é? – Digo e começo a contar a historia antes que ele respondesse. – O que aconteceu foi que...

Passaram-se longos 15 minutos até que eu explicasse a meu pai tudo o que acontecera desde o desmaio de Hermione até o que se passou ontem a noite na biblioteca. Meus joelhos já estão ardendo em contato direto com o piso da sala precisa. Meu pai apenas me observa por alguns segundos até que, finalmente, fala:

-Você realmente gosta dela?

-Sim, pai, agora eu tenho mais certeza que nunca. – Respondo sem pestanejar. – Jamais havia sofrido por garota nenhuma.

 -Então você não pode desistir dela, Harry. – Ele diz me olhando com afeto. – Como você sabe, sua mãe tinha asco de mim, não gostava nem de me ver, mas eu tinha certeza que a amava e que ela era a mulher da minha vida e continuei insistindo até provar a ela que eu também era o homem da sua vida. Não desista dessa Hermione, lute por ela e a prove que você realmente gosta dela.

-Mas ela me odeia muito, pai, principalmente depois de ter ouvido o que ouviu.

-Eu tenho certeza que se você tentar conquista-la, você irá conseguir. – Ele fala sorrindo. – Pelo que você me disse ela gostou muito do beijo, não é?

-Tá bom, pai, já chega. – Eu o interrompo e coro.

-É pelo visto você realmente gosta dela. – Ele exclama sorridente. – Você jamais havia se envergonhado ao falar de garotas comigo. Então, vai lá e conquista a minha nora, filhão!

-Tchau, Pai! – Digo e retiro minha cabeça da lareira. Rapidamente, estou completamente de volta à sala precisa. Levanto-me sorridente, sem duvidas eu iria provar à Hermione que gostava dela. Gostava muito dela.

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Pessoal comentem, porfavor, necessito disto! 

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