You Drive Me Crazy, my dear



Baby, I‘m so into you
You‘ve got that something, what can I do
Baby, you spin me around, oh
The earth is moving, but I can‘t feel the ground


 


Era loucura. Aquilo tinha que parar. Marlene Mckinon não se apaixonava. Não, não e não! Mas era incontrolável. Ele era Sirius e ela era Marlene. A coisa pegava fogo se estivessem juntos.


 Marlene tinha o hábito de andar pelo castelo a noite. Tarde da noite. Nunca era pega. Nada que uns trocados ao zelador não comprassem-lhe o silêncio.


O passeio noturno dela virara a hora do dia favorita de Sirius Black. Com o mapa do maroto em mãos, ele esperava ela chegar ao quarto andar, sempre. E então ia atrás dela. Todo dia. Todo santo dia era assim. Já estavam nessa há duas semanas.


Não podia haver um relacionamento mais banal. Ela o beijava, ele retribuía, mas não namoravam. A questão era simples, Sirius não era seu príncipe encantado, mas tinha aquele Algo especial que Lene não definia, mas adorava. A verdade é que Lene tinha uma louca obsessão por esse Algo de Sirius, fosse o que fosse.


Lene sabia que, assim que alcançasse a porta da sala de feitiços, haveria um ruído no fim do corredor. Que seu coração aceleraria ao saber que a hora se aproximava. Que dois passos mais a frente uma mão taparia sua boca e outra a puxaria pela cintura, em direção à um armário de vassouras mais a frente.



Everytime you look at me
My heart is jumping, it‘s easy to see
Loving you means so much more
More than anything I ever felt before


Mas essa noite fora diferente. Chegara ao quarto andar, o ponto de encontro, mas nada. Nada ocorrera. Nenhum som, nenhuma mão em sua boca, nenhum armário de vassouras.


Depois de cinco minutos de espera, desistiu. Subiu de novo ao quinto andar, louca para explodir com Sirius assim que chegasse a sala comunal.


Lene era assim, louca e estressada.


Sirius gostava dela assim, em ponto de bala e atiçada.


Foi no sexto andar que sons silenciosos ressoaram no corredor. Dessa vez ela não notou. Por isso se assustou quando duas mãos tocaram em seu corpo. Seus gritos foram abafados pelas mãos grossas, agora tapando sua boca.


- Você é bem impaciente, Lene. – seu coração pulava de susto e excitação. Sirius estava ali.


Não houve tempo de raciocinar. Em um segundo estava esmagada contra a parede do apertado armário de vassouras. Com os lábios de Sirius nos seus, as mãos dele a segurando contra a parede. A cabeça latejando pela pancada violenta contra a rocha da parede e o coração batendo loucamente em seu peito. Sentiu Sirius sorrir por entre o beijo e soube que ele percebera o quão agitada estava sua palpitação.


Deixou de lado todos esses pormenores e voltou a beijá-lo, agora com mais intensidade.


 


You drive me crazy
I just can‘t sleep
I‘m so excited
I‘m in too deep
Crazy, but it feels alright
Baby thinking of you keeps me up all night


 


As mãos dele em seu pescoço era uma sensação indescritível.  Antes que notasse, Lene pusera as mãos dentro da camisa de botão de Sirius e o arranhava nas costas.


Lene era assim, quente que nem água fervente.


Sirius gostava dela assim, pervertida e atraente.


Os dedos gelados de Sirius logo estavam na cintura de Marlene, por debaixo do suéter do uniforme. Podia estar nevando lá fora, mas aquele armário de vassouras estava muito quente!


Lene empurrou Sirius para longe, com todo o esforço que pode, e respirou profundamente.


- Você me enlouquece desse jeito, Mckinon!


- De que jeito, Sirius? – fez-se de boba. – Assim?


Selinhos foram espalhados pelo pescoço dele. Sirius arfou e gemeu.


- Ou assim? – beijou-lhe o lóbulo da orelha. Houve uma série de sussurros incompreensíveis.


- De qualquer jeito, Marlene. Você me leva à loucura! – e não perdeu tempo. Passou-lhe uma rasteira, deixando-a cair em seus braços. Beijou-a ardentemente.

Tell me, you‘re so into me
That I‘m the only one you will see
Tell me I‘m not in the blue, oh
That I‘m not wasting
My feelings on you
Loving you means so much more
More than anything I ever felt before


E já passava do toque de recolher. Marlene e Sirius ali, espremidos, ofegantes... como era indescritível! Sirius percorria uma trilha de beijos pelo corpo de Lene; da bochecha à boca, da boca ao nariz, do nariz ao lóbulo da orelha, dali ao pescoço.


- Isso vai sair de controle. – ela comentou arfante, após distanciar-se o máximo que podia.


Sem distrações, podia sentir a cabeça latejante, um galo certamente estava crescendo no local da pancada em sua cabeça. Por vezes Sirius era assim, meio exagerado e até bruto, mas nada substituía o sabor delicioso daqueles lábios famintos e felinos, que pareciam devorar cada milímetro da boca de Lene.


- Não consegue mais resistir, Mckinon? – ele provocou, acariciando a cintura de Lene por debaixo do suéter. Os dedos gelados queimavam sua pele à ponto de ardência. Ardência de paixão.


- Cala boca e me beije de uma vez,  idiota! – como resistir a um pedido tão adorável?


Ah, os beijos e amassos que aquelas paredes testemunharam naquela noite...


{...}


O sol nascia e batia no rosto de Lene. Quem, pelos céus, deixara a janela do dormitório aberta? Virou-se na cama para dormir mais um pouco até que Lily a chamasse quinze minutos antes do café, como era de praxe. Algo quente estava a seu lado. Outra vez Alice deixara Flakes, o gato siamês, fora da gaiola? Se fosse... ah, mas ela escutaria!


Lene empurrou o gato para fora da cama, com toda a sua força para que o bichano se invocasse e não perturbasse mais.


- Droga! – alguém gritou. Uma voz de homem. Sirius?


Lene berrou agudo e puxou os lençóis para mais próximo, cobrindo o corpo todo. Sirius levantou-se com vagareza, temendo a reação da menina. Primeiro a cabeça e os cabelos compridos e sedosos. Depois o tórax magro e musculoso, despido...


- Black! Por Merlin! Se vista! – como pudera ter esquecido que não era Flakes? Que Lily não a chamaria? Que dormira com Black?



You drive me crazy
I just can‘t sleep
I‘m so excited
I‘m in too deep
Crazy, but it feels alright
Baby thinking of you keeps me up all night


Aquela noite realmente rendera.  Sirius não mais se contentava com agarramentos noturnos. Cada troca de aula era um motivo para segurar Lene cinco minutinhos no primeiro armário de vassouras que surgisse. Ah, como era boa aquela adrenalina. Nada de gritos, sem gemidos, correndo o risco de serem pegos, atrasados para as aulas. Entrar na sala com a maior cara lavada de quem nada aprontara. Fingir qualquer coisa para os amigos.


Tudo valia por aqueles beijos e amassos. Sirius realmente era o cara com o melhor beijo que Lene já provara em toda a vida. Os lábios dele se haviam tornado um vício, uma droga, irresistíveis. A coisa realmente pegava fogo com aqueles dois.


Mas nada era sério, só enrolação.


E foi por isso que Marlene nem pode surtar quando o viu com Thalia Durans, na saída do treino de quadribol. Sua vontade era de tirar aquele balaço de dentro da caixa de bolas e rebatê-lo com toda a força na cabeça da menina. Mas ficou calada, só sentindo o rosto corar de raiva e ouvindo os assobios ousados de Tiago.


{..}


- Lene! Finalmente te achei! – ele correra para alcançá-la antes de entrarem na estufa de herbologia.


- Sim? – fingiu um sorriso. Depois do dia do treino, Lene se tornara arredia e não falava com ele mais que o absolutamente necessário.


- Você sumiu os últimos dias... – começou, perdido, olhando fundo nos olhos dela, talvez tentando usar Legimência.


- Pelo contrário. Estive aqui sempre! – sorriu, irônica.


- O quê que há, eim? Qual seu problema? – não agüentava mais tanto desprezo por parte dela! Aluado estava certo, Sirius se apaixonara por Lene!


- Meu problema?! – ela quis gritar. – Vê se entende, seu lezado, eu gosto de você, tá legal?! E por mais que eu pareça uma doidinha depravada, eu tenho sentimentos, Black, e não vou deixar você pisar neles! Então fique à vontade para agarrar Thalia Durans que eu nem ligo mais! – ela desabafou, enchendo os olhos de lágrimas e entrando na sala.



Crazy, I just can‘t sleep
I‘m so excited, I‘m in too deep
Crazy, but it feels alright
Every day and every night


 


Jantar de uma quinta-feira. Dois dias depois do “Incidente - Black”, como ficou conhecida a discussão dos dois amigos-amantes.


Lene ria de uma piada que Alice contara, junto com Lily e Mary, quando os Marotos passaram pelo lado delas, não sem Tiago soltar um beijinho para Lily, que revirou os olhos. As pupilas azuis de Sirius estavam sérias, indecifráveis.


{...}


- Boa noite, castelinho!! – Tiago gritou do púlpito do Diretor. Lene não podia acreditar que o Professor Dumblendor estava sendo conivente com toda aquela cena. Alguns alunos responderam em coro.


- Bom, eu estou aqui pagando esse mico porque... ah, vocês sabem como eu adoro um mico... – risos espalhados pelas mesas. – Eu aprendi a tocar violão galera e... bom, eu obriguei meus amigos a pagarem esse mico comigo para dedicar uma música trouxa para a ruivinha mais linda que eu já vi. Evans, essa é sua!


Típico do amigo. Fazer qualquer coisa por Lily. A ruiva bufou e ficou a encará-lo com certo desgosto. Sirius, Remo e Pedro fizeram um corinho para Tiago.


“Oh, yeah, I will tell you something


I think you’ll understand


When I, feel that something


I wanna hold your hand!!


I wanna hold your hand!!


I wanna hold your hand!!”


Todos cantavam muito bem, mas o que mais admirou Lene foi o fato de que Sirius cantava a olhando, a encarando tão profundo que ela quase achou que ele podia lê-la como um livro. A voz dele era aveludada, polida... sem dúvida alguma, deliciosa de se ouvir.


Oh, please, say to me


You’ll let me be your man


And, please, say to me


You’ll let me hold you hand


I wanna hold your hand!!


I wanna hold your hand!!


Então ela entendeu, Sirius não estava ali para ajudar Tiago com Lily, Sirius estava ali porque aquele mico não era para Lily, e sim para ela própria. Sirius Black estava cantando para Marlene Mckinon, pela livre e espontânea vontade de agradá-la. Inacreditável, surreal... teve ganas de agarrá-lo ali mesmo, mas se segurou. Ainda haveria muito tempo vago para amassos em armários de vassouras.


Ou quem sabe em algum lugar mais confortável, como o sofá do salão comunal... a ideia a agradava por demais.



You drive me crazy
I just can‘t sleep
I‘m so excited
I‘m in too deep
Crazy, but it feels alright
Baby thinking of you keeps me up all night


 


- Pensei em você o dia todo, Lene. – ele sussurrou baixo no ouvido dela, a fazendo pular de susto, o que provocou risadas nas amigas.


- Criatura!! – e o acertou com uma almofada. – Se anuncie antes que eu tenha um enfarte! – reclamou, levando as mãos ao peito e apertando-o.


- Ainda não consigo acreditar que vocês estão juntos! – Lily comentou, ainda achando muita graça do susto que Lene levara.


- Assim como eu não acredito que finalmente cedeu aos encantos do Tiago, ruiva. – Alice devolveu, bem humorada.


- Que encantos, Alice Jones Longbottom? – Frank se fez de irritado, causando um mar de gargalhadas entre os amigos.


- Agora sou uma Longbottom? – Alice provocou, beijando as bochechas do namorado.


- Só se quiser! – ele devolveu, com um sorriso malicioso.


- ECA!!! Arrumem um quarto, Alice! Eu eim! – Lene repreendeu em tom de brincadeira.


- Boa ideia! Eu aprovo! Digo mais, cada um deveria arrumar um quarto para si, o que você acha Lilindinha? – Tiago não pode segurar a brincadeira.


- Aprovadíssimo! – ele arregalou os olhos, surpreso. – Eu vou para o meu dormitório e você para o seu, amor! Não é um quarto para si? – gargalhadas zombeteiras se fizeram ouvir pela sala comunal.


Era uma sexta-feira, dia em que Lily, Lene e Alice se juntavam às colegas de dormitório, Mary e Diane, para uma noite de doces e fofocas. Sextas do pijama.


- Mas não podemos mesmo ir, Lils? – Tiago tentou outra vez, quase implorando.


- Não! Noite das garotas! Além do que, acham mesmo que deixaríamos que nos vissem de pijamas? – Lily retrucou.


- Eu não me importaria, né Lice? – Frank ousou brincar e recebeu uma almofada no peito.


- O pior de tudo é imaginar vocês lá, de pijamas, sabem... – Tiago confessou, dividido entre timidez e malícia. Remo riu a seu lado.


- Tortura, meninas, tortura! – Sirius reclamou. As garotas riram e se despediram dos namorados. Sirius segurou Lene por mais dois minutinhos após ver as outras meninas subindo ao quarto.


- Só para avisar que dormir hoje vai ser uma tarefa complicada, viu? – falou, sério.


- Por quê? - pareceu assustada. – Lua cheia?


- Não. Você no meu pensamento. Vai me deixar acordado a noite inteira. – um sorriso sacana brincou nos lábios dele antes de roubar um beijo de Marlene e deixá-la ir.


Era loucura. Ela o deixava louco, maluco, insano, drogado, viciado... mas, ao contrário de antes, quem disse que aquilo tinha que parar? Afinal, não conseguir dormir serenamente é sinal de somente uma coisa: alguém anda te levando à loucura!



You drive me crazy
I just can‘t sleep
I‘m so excited
I‘m in too deep
Crazy, but it feels alright
Baby thinking of you keeps me up all night
Baby thinking of you keeps me up all night.
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N/A.:
 Oi, gente!!
Estou de volta com outra one-shot, a primeira postagem de 2015!! 
E viva esse ano novo! Muitas felicidades para vocês e um ano cheio de realizações e sucesso!
Eu sei que quem acompanha a De Um Jeito Especial (se é que alguém ainda acompanha) está muito frustrado pelo atraso na postagem do epílogo, mas... eu sinto muito!!! MUITO MESMO!!
Nem querendo muito eu consigo acabar... por vários motivos pessoais e por não querer que a fic acabe...
Tenham paciência... postarei em breve, o cap está quase pronto, okay?
E quanto a essa one-shot, o que acharam?
Trasgo? Deplorável? Aceitável? Excede Expectativas? Ah, sei lá... comentem dando opinião tá? Vou gostar muuuuito de ler seus reviews!!
Ahhh!! A música que inspirou a fic é "You Drive Me Crazy", da Britney Spears,  já o tema da super apresentação dos marotos é "I wanna hold your hand", dos Beatles!!
Espero que tenham gostado, fiz com muito carinho!!
De uma autora de férias,
Morgana Pontas Potter 

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Comentários (1)

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