A Frente de Libertação dos Elf



– A Frente de Libertação dos Elfos Domésticos.

– Eu poderia jurar que o nome era outro… – Alice disse coçando a cabeça confusa.

– O nome é outro, – Sirius disse categórico – Fundo de Apoio a Liberação dos Elfos, se não me engano…
– Então por que o nome do capítulo é outro? – Frank questionou.
– Vai saber quem deu os nomes aos capítulos e aos livros. – Hermione deu de ombros – Já falamos para vocês que nós apenas recebemos os livros prontos com instruções...
– Ainda assim, – Tiago riu – é estranho o nome estar “errado”.

Harry, Rony e Hermione foram ao corujal naquela noite à procura de Pichitinho para Harry poder enviar uma carta a Sirius, contando-lhe que conseguira passar ileso pelo dragão. No caminho, Harry pôs Rony a par de tudo que Sirius lhe informara sobre Karkaroff. Embora, de início, Rony tivesse se chocado em saber que o bruxo fora um Comensal da Morte, na altura em que chegaram ao corujal ele já estava dizendo que os três deviam ter desconfiado disso o tempo todo.
— Se encaixa direitinho, não é! — disse ele. — Você se lembra do que Malfoy disse no trem, que o pai dele era amigo de Karkaroff? Hora a gente já sabe onde se conheceram. Provavelmente estavam correndo mascarados na Copa Mundial... Mas vou dizer uma coisa, Harry, se foi Karkaroff que pôs o seu nome no Cálice de Fogo, ele agora vai estar se sentindo muito idiota, não acha? Não funcionou, não é? Você só levou um arranhão! Vem até aqui, eu faço isso...

– Rony tem razão… – Sirius disse ligeiramente surpreso – Quando Draco falou que o pai dele era amigo do diretor de Durmstrang, eu devia ter me lembrado… Apesar de Lucio nunca ter sido realmente amigo de Karkaroff, até onde eu soube.

– Mas ele não tem razão na parte em que não funcionou. – Tiago suspirou – Harry ainda tem mais duas provas pela frente. E sem querer te assustar – continuou virando-se para Lily – talvez as próximas provas sejam ainda mais perigosas que a primeira…
– Eu realmente não precisava ouvir isso. – Lily bufou – Mas entendo o que quer dizer, é melhor não cantar vitória ainda…

Pichitinho estava demasiado excitado com a idéia de fazer uma entrega, voava sem parar à volta da cabeça de Harry, piando continuamente. Rony agarrou a coruja no ar e segurou-a quieta para que o amigo pudesse prender a carta à perna da ave.
— Acho que não é possível que as outras tarefas sejam tão perigosas. Como poderiam ser? — prosseguiu Rony enquanto levava Pichitinho até a janela.

– Talvez o perigo das próximas tarefas não seja tão óbvio, – Remo disse pensativo – mas pode ser ainda mais intenso. Apesar de tudo, Harry finalizou essa tarefa em poucos minutos e pode usar algo que ele sabia bem, talvez nas próximas tarefas ele não tenha a opção de fazer algo que ele já sabe fazer…

– Vocês são muito pessimistas! – Sirius riu – Eu acho que Harry vai bem nas próximas provas também, ele é esperto. E tem a ajuda das pessoas certas. – completou jogando os cabelos para longe dos olhos, convencido.

— Sabe de uma coisa? Acho que você poderia vencer esse torneio, Harry, estou falando sério.
Harry sabia que Rony só estava dizendo isso para compensar o seu comportamento nas últimas semanas, mas assim mesmo gostou.

– Eu realmente achava que você era capaz de vencer o torneio. – Rony se defendeu – É como eu já tinha dito, nós enfrentamos coisas muito piores antes… Não consigo imaginar uma prova pior do que a câmara secreta ou os obstáculos para chegar à pedra filosofal…

– Os obstáculos para a pedra filosofal eram bem simples… – Tiago deu de ombros – Apesar de eu ainda ter certeza de que foram estruturados pensando nas habilidades de cada um de vocês.

Hermione, no entanto, encostou-se à parede do corujal, cruzou os braços e amarrou a cara para Rony.
— Harry tem um longo caminho a percorrer até o fim do torneio — disse ela séria. — Se essa foi a primeira tarefa, nem quero pensar qual vai ser a próxima.
— Você é um raio luminoso de sol, não é não? Você e Professora Sibila deviam se reunir um dia desses.
E, dizendo isso, Rony lançou Pichitinho pela janela. A ave mergulhou quase quatro metros antes de conseguir se sustentar; a carta amarrada a sua perna era muito mais comprida e pesada que o normal — Harry não pôde resistir à tentação de contar a Sirius, lance a lance, exatamente como voara para cá e para lá, circulara e se desviara do Rabo-Córneo.

– Eu gostei de ler tudo sobre isso agora, – Sirius deu de ombros – não vejo porque meu eu-futuro não gostaria…

– Além disso, deve ser um bocado entediante ser um foragido… – Alice disse com uma risada – Pelo menos você vai ter uma leitura interessante.

Os três acompanharam Pichitinho desaparecer na noite, e então Rony falou:
— Bom, é melhor descermos para a sua festa surpresa, Harry, a esta altura, Fred e Jorge já devem ter pilhado comida suficiente das cozinhas.

– É sempre bom saber que não importa quanto tempo passe, a Grifinória é sempre a mesma! – Remo disse com uma risada.


Não deu outra. Quando entraram, a sala comunal da Grifinória explodiu de vivas e gritos outra vez. Havia montanhas de bolos e garrafões de suco de abóbora e cerveja amanteigada em cima de cada móvel, Lino Jordan soltara alguns dos seus Fogos Fabulosos do Dr. Filibusteiro Sem Fumaça Nem Calor, por isso o ar estava denso de estrelas e faíscas e Dino Thomas, que era muito bom em desenho, tinha pendurado magníficos galhardetes novos, a maioria dos quais mostrava Harry voando na Firebolt em volta da cabeça do dragão, embora houvesse uns dois que mostravam Cedrico com os cabelos em chamas.

– E os grifinórios não mudam mesmo! – Tiago riu – Nunca tivemos a capacidade de não zombar de nosso oponente!


Harry se serviu da comida, quase esquecera como era se sentir realmente faminto, e se sentou com Rony e Hermione. Não conseguia acreditar na felicidade que sentia, recuperara o apoio de Rony, dera conta da primeira tarefa e só teria que enfrentar a segunda dali a três meses.
— Putz, isso é pesado — comentou Lino Jordan, levantando o ovo dourado, que Harry deixara em cima de uma mesa, e pesando-o nas mãos. — Abra, Harry, vamos! Vamos ver o que tem dentro!

– Você não devia deixar esse ovo por ai… – Remo disse pensativo – É a pista da próxima prova, e se alguém danificasse ele sem querer?

– Eu realmente não pensei nisso… – Harry admitiu.
– Devia ter pensado… – Sirius concordou com Remo – Não sabemos quem está tentando te prejudicar… A pessoa poderia enfeitiçar alguém da Grifinória para sumir com sua pista.
– São muitas possibilidades. – Lily suspirou – E nenhuma delas é agradável…

— Ele tem que decifrar a pista sozinho — disse Hermione depressa. — É a regra do torneio...

– Ele também não deveria saber sobre o dragão. – Frank ressaltou.

– E nem ter ajuda para enfrentá-lo. – Remo lembrou.
– Enfim, – Sirius riu para Hermione – tarde demais para seguir as regras…

— Eu devia arranjar um jeito de passar pelo dragão sozinho, também — murmurou Harry, de modo que somente Hermione o ouvisse, e ela deu um sorriso culpado.
— É, anda, Harry, abra! — fizeram coro vários colegas.
Lino passou o ovo a Harry e o garoto enfiou as unhas no sulco que corria a toda volta do objeto, forçando o ovo a abrir. Estava oco e completamente vazio, mas no momento em que Harry o abriu, um som terrível, alto e agudo como um agouro, encheu a sala. A coisa mais próxima àquilo que Harry já ouvira fora a orquestra fantasma na festa do aniversário de morte de Nick Quase Sem Cabeça, em que todos os componentes tocavam um serrote musical.

– O ruim de estarmos lendo tudo isso, e não ouvindo, é que não temos como saber que som vocês ouviram… – Tiago disse pensativo – Então não temos como adivinhar o que é a próxima prova…

– Mas se o mais próximo que Harry pode pensar é a orquestra de fantasmas... – Lily suspirou – Eu não gosto nada disso… Não pode ser bom!
– Não esperávamos que uma das provas fosse boa… – Sirius deu de ombros – Só temos que esperar que alguém da Grifinória reconheça o som e ajude Harry.

— Fecha isso! — berrou Fred, as mãos tampando os ouvidos.
— Que é isso? — perguntou Simas Finnigan, olhando o ovo enquanto Harry tornava a fechá-lo com um estalo. — Parecia um espírito agourento... quem sabe você vai ter que passar por um deles da próxima vez, Harry!
— Era alguém sendo torturado! — arriscou Neville, que ficara muito pálido e largara os pães de salsicha no chão. — Você vai ter que enfrentar a Maldição Cruciatus!

Harry levantou os olhos do livro e encarou Neville assustado, na época não sabia porque Neville havia pensado naquilo, e por isso não dera atenção, mas agora tinha uma visão mais ampla. Rony e Hermione encaravam Neville também, boquiabertos.

– E como você saberia o som de alguém sendo torturado? – Alice perguntou assustada.
– Foi só uma suposição. – Neville respondeu nervoso – Havíamos acabado de aprender sobre as maldições…
Mas aquilo não convenceu Alice, era a segunda vez que o livro falava sobre a Cruciatus e a segunda vez que Neville era relacionado à maldição.

— Deixa de ser babaca, Neville, isso é ilegal — disse Jorge. — Não usariam a Maldição Cruciatus contra os campeões. Achei que lembrava um pouco o Percy cantando... Quem sabe você vai ter que atacar ele quando estiver debaixo do chuveiro, Harry.

– Seria uma tarefa bem mais divertida do que enfrentar um dragão. – Sirius disse, desconcertado, tentando quebrar a tensão da sala.

— Quer uma tortinha de geléia, Mione? — ofereceu Fred.

– Eu não aceitaria nada que um desses dois oferecesse… – Tiago disse com uma meia risada – Talvez eles estejam criando mais variedades de logros e precisem de uma cobaia…

– Na verdade, eu não comeria nada em uma festa planejada por eles, – Remo concordou – apenas por segurança.

Hermione olhou com ar de dúvida para o prato que o garoto lhe estendia.
Fred sorriu.
— Pode se servir. Não fiz nada com elas. É com os cremes de caramelo que você tem de se cuidar...
Neville, que acabara de encher a boca de creme, se engasgou e o cuspiu fora. Fred deu uma risada.

– Espero que tenha efeito mesmo assim! – Sirius torceu – Nada contra você, – acrescentou olhando para Neville com um sorriso – mas estou muito curioso para saber o que eles andam inventando.

– Espero que eles tenham um bom estoque de coisas novas… – Remo disse esperançoso – Eles são extremamente inteligentes!

— É só uma brincadeirinha, Neville...
Hermione apanhou uma tortinha de geléia. Depois perguntou:
— Você apanhou tudo isso na cozinha, Fred?
— Foi — respondeu ele sorrindo para a garota. Ele fez uma voz de falsete e imitou um elfo doméstico: — "O que pudermos lhe arranjar, meu senhor, qualquer coisa!" São superprestativos... Me arranjariam um boi assado se eu dissesse que estava faminto.

– É claro que são! – Tiago disse olhando de soslaio para Hermione – Eles adoram servir! Eles vivem para isso, especialmente bruxos mais jovens… Quanto mais jovem o bruxo, mais os elfos gostam de servi-lo…

– Talvez eles tenham um instinto maternal bizarro… – Remo disse pensativo.
– Algo parecido com nossa mãe… – Gina comentou de repente – Ela fica infeliz quando não pode cuidar de alguém, no primeiro ano de vocês, quando passei o ano inteiro sozinha com ela, ela me obrigava a comer a cada duas horas…

— Como é que você entra lá? — perguntou Hermione com uma voz inocentemente desinteressada.
— É fácil, tem uma porta escondida atrás da pintura de uma fruteira. É só fazer "cosquinha" na pêra, ela ri e... — Ele parou olhou desconfiado para a garota. — Por quê?
— Nada — apressou-se Hermione a dizer.
— Vai tentar liderar uma greve de elfos domésticos, é? Vai desistir dos folhetos e incitar os caras a se revoltarem?
Algumas pessoas riram. Hermione não respondeu.
— Não vai perturbar os elfos dizendo que têm que pedir roupas e salários! — avisou-a Fred. — Vai desviar os caras do preparo da comida!

– Eles não vão se revoltar! – Tiago disse confiante – Eles vão tentar empurrar comida e, se você insistir, eles vão te expulsar da cozinha…


Nesse instante, Neville provocou uma ligeira distração transformando-se em um grande canário.
— Ah... Me desculpe, Neville — gritou Fred, abafando as risadas. — Me esqueci... Foram os cremes de caramelo que enfeitiçamos...
Um minuto depois, Neville entrava na muda e quando as penas acabaram de cair ele reapareceu tal qual era. E até engrossou o coro de gargalhadas.

– Genial! – Sirius gritou em meio às gargalhadas dos presentes – Hilário!


— Cremes de Canários! — anunciou Fred para os alunos facilmente excitáveis. — Jorge e eu inventamos, sete sicles cada, pechincha!
Era quase uma hora da manhã quando Harry finalmente foi para o dormitório em companhia de Rony, Neville, Simas e Dino. Antes de fechar as cortinas de sua cama, o garoto colocou a miniatura do Rabo-Córneo húngaro em cima da mesa-de-cabeceira onde o dragão bocejou, se enroscou e fechou os olhos. Para ser sincero, pensou Harry, ao correr as cortinas da cama, Hagrid tinha uma certa razão... Eles eram realmente legais, os dragões...

– É claro que são. – Gina concordou com um sorriso – São fascinantes… Desde que Carlinhos foi estudar dragões que os acho maravilhosos… Apesar de preferir eles de longe! – completou com uma risada.


O começo de dezembro trouxe chuva e neve granulada a Hogwarts. Mesmo cheio de correntes de ar como costumava ser o castelo no inverno, Harry se sentia grato por suas lareiras e paredes grossas todas as vezes que passava pelo navio de Durmstrang no lago, jogando com os ventos fortes, as velas negras enfunadas contra o céu escuro. Ocorreu-lhe que a carruagem de Beauxbaton provavelmente era bem fria também. Hagrid, reparou ele, estava mantendo os cavalos de Madame Maxime bem abastecidos do uísque que preferiam, os vapores que subiam do cocho a um picadeiro eram suficientes para deixar tonta a classe inteira de Trato das Criaturas Mágicas. Isto não ajudava nada, porque os garotos continuavam cuidando dos horrorosos explosivins e precisavam ficar sóbrios.
— Não tenho bem certeza se eles hibernam ou não — disse Hagrid, na aula seguinte, à classe que tremia de frio na horta de abóboras varrida pelo vento. — Achei que devíamos tentar ver se os bichos querem tirar uma soneca... Vamos colocá-los nessas caixas...
Agora só restavam dez, aparentemente ainda não haviam se fartado de se matar uns aos outros. Cada um agora chegava quase a um metro e oitenta centímetros de comprimento. A carapaça grossa e cinzenta, as perninhas curtas em movimento, as caudas que expeliam fogo, os ferrões e os sugadores se somavam para tornar os explosivins as coisas mais repugnantes que Harry já vira.
A turma olhou desanimada para as enormes caixas que Hagrid trouxera, todas forradas com almofadas e cobertores macios.

– Ás vezes, tenho a impressão de que Hagrid acha que todos as criaturas são apenas cachorrinhos que cresceram demais… – Sirius riu.


— Vamos levá-los para as caixas, — disse Hagrid — tampá-las, e ver o que acontece.
Mas os explosivins, pelo que se viu, não hibernavam, e não gostavam de ser enfiados à força em caixas forradas com almofadas com uma tampa por cima.
Hagrid logo começou a gritar:
— Não entrem em pânico, não entrem em pânico! — Enquanto os bichos desembestavam pela horta de abóboras agora juncada com os restos de caixas fumegantes.

– Hagrid definitivamente não sabe o que está fazendo. – Remo suspirou desolado – Os explosivins devem ser mesmo criaturas experimentais…

– Só espero que Hagrid não tenha inventado eles. – Tiago bufou – Comprar criaturas experimentais é contra a lei, mas, desde a proibição de criação experimental de 1965, a pena por criação é muito pior.
– Nós eramos muito novos, mas ainda me lembro de como meu avô Pollux se divertia fazendo experiências com criaturas mágicas e como ele ficou irritado com o ministério quando houve a proibição… – Sirius comentou com um meio sorriso – Ele já não gostava do ministro Nobby Leach, por ser nascido-trouxa, mas, depois disso, meu avô retirou todo o apoio que dava ao ministério.

A maioria da turma, Malfoy, Crabbe e Goyle à frente, tinha fugido para a cabana de Hagrid pela porta dos fundos e se barricara lá dentro, Harry, Rony e Hermione, no entanto, estavam entre os alunos que tinham ficado do lado de fora tentando ajudar o professor.

– Para ser muito sincero, – Sirius disse coçando a cabeça ligeiramente constrangido – eu acho que o Malfoy e os outros estão mais do que certos de correr para a cabana…

– É claro que estão. – Lily disse relutante – Esses explosivins são perigosos e o Hagrid não tem ideia de como lidar com eles…
– Nós entendemos que vocês são bons amigos para o Hagrid, e corajosos… – Remo deu um meio sorriso para o trio – Mas ás vezes não há nada de ruim em se esconder em um momento de perigo…
– Especialmente quando a causa não vale o perigo. – Severo murmurou de seu canto.
– Exatamente. – Tiago bufou por ser obrigado a concordar com Snape – Não acho que os explosivins valham seus dedos queimados…
– Acho que se acontecesse com a gente, – Remo disse pensativo – ajudaríamos Hagrid… Mas as situações são completamente diferentes…
– É claro, – Tiago concordou – não tem ninguém se esforçando para matar a gente! Não mais do que estão se esforçando para matar todos os estudantes nascidos-trouxas ou que apoiem Dumbledore…

Juntos, conseguiram dominar e prender nove dos explosivins, embora ao custo de vários cortes e queimaduras, finalmente, faltou apenas uma das criaturas.
— Não vão assustá-lo! — gritou Hagrid, enquanto Rony e Harry usavam as varinhas para lançar fagulhas no bicho, que avançava ameaçadoramente para os garotos, o ferrão nas costas estremecendo em riste. — Tentem passar a corda pelo ferrão para ele não poder atacar os outros.
— Ah, é, nós nem íamos querer uma coisa dessas! — gritou Rony zangado, enquanto ele e Harry recuavam contra a parede da cabana de Hagrid, ainda mantendo o explosivin afastado com fagulhas.

– Não vale o risco… – Severo murmurou recebendo acenos relutantes de concordância dos marotos.


— Ora, ora, ora... Isso parece realmente divertido!
Rita Skeeter estava debruçada na cerca do jardim de Hagrid, apreciando a confusão. Usava uma grossa capa carmim com uma gola de peles e trazia a bolsa de crocodilo no braço.
Hagrid se atirou em cima do bicho que acuava Harry e Rony e achatou-o, um jorro de fogo disparou de sua cauda, queimando os pés de abóbora mais próximos.

– Isso não é bom! – Lily disse preocupada – Se os explosivins são experimentais mesmo…

– Isso não é nada bom! – Tiago concordou enfático – Só espero que ela preste atenção em qualquer outra coisa…

— Quem é a senhora? — perguntou Hagrid à jornalista, enquanto passava a corda no ferrão do explosivin e apertava o laço.
— Rita Skeeter, repórter do Profeta Diário — respondeu a moça, sorrindo para ele. Seu dente de ouro brilhou.
— Pensei ter ouvido Dumbledore dizer que a senhora não podia mais entrar na escola? — disse Hagrid erguendo ligeiramente as sobrancelhas enquanto saía de cima do bicho achatado e começava a arrastá-lo para junto dos companheiros.

– Dumbledore baniu ela da escola? – Frank perguntou interessado.

– Na verdade, essa foi a primeira vez que ouvimos falar nisso também. – Hermione deu de ombros.
– Não sei se foi uma boa ideia… – Tiago disse pensativo – Talvez ela seja ainda pior quando tentam excluir ela… Pelo visto, a proibição não adiantou muito…

Rita fez de conta que não ouviu o que Hagrid acabara de dizer.
— Como é o nome dessas criaturas fascinantes? — perguntou ela, com um sorriso ainda maior.
— Explosivins — resmungou Hagrid.

– Não faça isso Hagrid! – Remo murmurou nervoso – Não dê a ela informações para distorcer!


— Sério? — disse ela, parecendo vivamente interessada. — Nunca ouvi falar deles antes... E de onde é que eles vêm?
Harry notou uma vermelhidão subir da barba negra e desgrenhada de Hagrid e sentiu um súbito desânimo. Onde é que Hagrid arranjara aqueles bichos?
Hermione que parecia estar pensando mais ou menos a mesma coisa, disse depressa:
— Eles são muito interessantes, não é mesmo? Não são, Harry?
— Quê? Ah, são... Ai... Interessantes — disse o garoto quando a amiga pisou seu pé.
— Ah, você está aqui, Harry! — exclamou Rita olhando para o lado. — Então você gosta da aula de Trato das Criaturas Mágicas? Uma de suas matérias preferidas?

– Muito inteligente, Hermione! – Lily elogiou – Desviar a atenção dela dos explosivins chamando atenção para o Harry foi simplesmente genial!

Hermione deu um meio sorriso constrangida.
– Uma matéria sobre o quarto campeão menino-que-sobreviveu é muito mais interessante do que uma besteira qualquer sobre animais experimentais! – Sirius concordou com Lily animado – Mas alguém devia se livrar desses explosivins, só para garantir… Sem provas não há crime – completou recitando uma das coisas que ouviu durante boa parte da sua vida.

— É — disse Harry corajosamente. Hagrid lhe deu um grande sorriso.
— Que beleza! — disse Rita. — Realmente uma beleza. Está ensinando isso há muito tempo? — perguntou ela a Hagrid.
Harry reparou que os olhos da jornalista corriam de Dino (que recebera um corte feio no rosto) para Lilá (cujas vestes estavam bastante chamuscadas), para Simas (que estava cuidando de vários dedos queimados), e dele para as janelas da cabana, onde se encontrava a maior parte da turma, de nariz colado na vidraça, esperando ver se era seguro sair.

– Hermione tirou o foco dela dos explosivins, – Tiago suspirou virando-se para Harry – mas você não soube segurar a atenção dela…

– Acho que Harry nunca foi muito bom nisso… – Gina riu – Perceber indiretas, chamar atenção… Nada disso.
– Infelizmente. – Hermione concordou rindo.

— Este é o meu segundo ano — respondeu o professor.
— Que beleza... O senhor não gostaria de dar uma entrevista? Contar sua experiência com criaturas mágicas? O Profeta publica uma coluna zoológica toda quarta-feira, como o senhor com certeza já sabe. Nós poderíamos falar desses... Hum... Estouradins?
— Explosivins — apressou-se a corrigir Hagrid. — Hum... Claro, por que não?

– Porque é uma péssima ideia! – Sirius bufou.

– Não sei… – Tiago disse pensativo – Nesse caso realmente não sei o que seria pior… Dar a entrevista e ela escrever meias verdades ou não dar a entrevista e ela escrever mentiras inteiras…
– Se ele der a entrevista e falar sobre o Harry e desviar completamente a atenção dela dos explosivins… – Remo deu de ombros – Talvez ele consiga se dar bem. E é claro que ele não falaria nada de ruim…
– Não acho que Hagrid teria discernimento o bastante para isso… – Sirius disse insatisfeito.

Harry teve uma sensação ruim sobre o convite, mas não havia como se comunicar com Hagrid sem Rita ver, por isso ele foi obrigado a ficar em silêncio observando Hagrid e Rita combinarem se encontrar no Três Vassouras para uma longa entrevista, mais para o fim da semana. Então a sineta tocou no castelo, anunciando o fim da aula.
— Bem, tchau, Harry! — gritou Rita alegremente para o garoto, enquanto ele se afastava com Rony e Hermione. — Até sexta-feira à noite, então, Hagrid!
— Rita vai distorcer tudo que ele disser — comentou Harry baixinho.
— Desde que ele não tenha importado aqueles explosivins ilegalmente nem nada do gênero — disse Hermione desesperada. Eles se entreolharam, era exatamente o tipo de coisa que Hagrid seria capaz de fazer.

– Importar ilegalmente não é nada se comparado a criaturas experimentais… – Tiago suspirou – E o fato dele ter colocado vocês para lidar com animais experimentais é ainda pior para o caso dele.


— Hagrid já se meteu em montes de confusão antes e Dumbledore nunca o despediu — disse Rony em tom de consolo. — O pior que pode acontecer é Hagrid ter que se livrar dos bichos. Desculpe... Eu disse o pior? Quis dizer o melhor.

– Na verdade o pior que pode acontecer é Hagrid ser preso… – Sirius disse temeroso – Essa lei é um bocado rígida…

– E não é errado. – Remo suspirou desolado – As pessoas podem fazer coisas realmente perigosas… Se não me engano, a proibição foi instaurada depois que um bruxo muito idiota tentou cruzar uma quimera com uma acromântula… Não preciso dizer que foi uma péssima ideia.

Harry e Hermione caíram na gargalhada e, sentindo-se mais animados, foram almoçar.
Harry gostou imensamente da aula de Adivinhação naquela tarde, a turma ainda estava fazendo mapas e predições, mas agora que ele e Rony tinham voltado a ser amigos a coisa recuperara a antiga graça. A Professora Sibila, que andara tão satisfeita com os garotos quando eles estiveram predizendo mortes horrendas para si mesmos, não tardou a se irritar quando os dois ficaram de risadinhas na hora em que ela explicava as várias maneiras com que Plutão era capaz de desorganizar a vida diária.

– Plutão não se interessa muito pelo cotidiano dos bruxos… – Tiago riu – Então é bem improvável que ele seja o culpado pela desordem da vida de alguém. Mas vocês podiam pelo menos fingir que estão levando ela a sério.

– Afinal, ela fez pelo menos duas previsões corretas na vida dela. – Alice concordou com Tiago com uma risada – Que saibamos.
– Se levarmos em conta que todo mundo no mundo vai morrer um dia, – Sirius deu de ombros – eu diria que ela fez muito mais que duas previsões corretas.

— Seria de pensar — disse ela, num sussurro místico que não ocultava seu óbvio aborrecimento — que alguns de nós — e olhou significativamente para Harry — seriam um pouquinho menos frívolos se tivessem visto o que vi quando consultei a minha bola de cristal ontem à noite. Eu estava sentada bordando, muito absorta, quando fui tomada por um impulso de consultar a bola. Levantei-me e me sentei diante dela e contemplei suas profundezas cristalinas... E o que acham que vi olhando para mim?
— Uma morcega velha com os óculos maiores do que a cara? — cochichou Rony.
Harry fez muita força para ficar com a cara séria.

– Isso, na verdade, me lembra muito o Remo. – Tiago disse encarando o amigo com uma risada.

– E por que seria isso? – Remo perguntou fazendo-se de desentendido.
– Seria por que você sempre sussurra os comentários mais sarcásticos e engraçados para nós, e quando Tiago começa a rir alto e revela a piada para a classe, você se finge de bom aluno como se tivesse o tempo todo tomando notas? – Sirius perguntou irônico.
– Não sei do que vocês estão falando. – Remo disse com um meio sorriso sarcástico – Eu sou um ótimo aluno, estou sempre tomando notas!
– Então é isso que acontece? – Lily perguntou com uma gargalhada – E eu o tempo todo pensando que você era o malicioso do grupo!
– Você sempre me julgou muito mal. – Tiago respondeu jogando os cabelos para o lado, charmoso.

— A morte, meus queridos.
Parvati e Lilá levaram as mãos à boca, fazendo cara de horror.
— Sim, senhores, — disse a professora, acenando a cabeça de modo impressionante — ela está se aproximando, cada vez mais, descrevendo círculos no céu como um urubu, cada vez mais baixa... Sempre mais baixa sobre o castelo...
Ela olhou diretamente para Harry, que bocejou com a boca escancarada e de maneira óbvia.
— Teria sido mais impressionante se ela não tivesse anunciado isso oito vezes antes — disse Harry, quando finalmente recuperaram o ar fresco na escada sob a sala de Sibila. — Mas se eu caísse duro toda vez que ela diz que vou cair, eu seria um milagre da medicina.
— Seria uma espécie de fantasma super-concentrado — disse Rony rindo, ao passarem pelo Barão Sangrento que ia em sentido contrário, um olhar sinistramente fixo nos olhos enormes. — Pelo menos ela não passou dever de casa. Espero que a Professora Vector tenha passado um monte para Hermione, adoro ficar à toa quando ela está ocupada...

– Ela deve estar prevendo sua morte com mais confiança por causa do torneio. – Sirius riu – Não deixe de mandar uma nota de desculpas para ela se sobreviver, afinal, você sabe que não é nada bonito ficar contradizendo seus professores por ai!

– Minha sobrevivência é realmente ofensiva, – Harry deu uma gargalhada – eu devia me esforçar mais para cumprir as expectativas dela da próxima vez!
– Nem ao menos diga isso! – Lily o repreendeu com uma mistura de temor e vontade de rir.

Mas a garota não apareceu para jantar, nem estava na biblioteca quando eles foram procurá-la. A única pessoa que estava lá era Vítor Krum. Rony ficou parado um tempo atrás das estantes, observando Krum e discutindo aos cochichos com Harry se deveria pedir um autógrafo, mas então percebeu que havia umas seis ou sete garotas rondando entre as estantes ao lado, discutindo exatamente a mesma coisa, e perdeu o entusiasmo pela idéia.

– Pelo menos você não se rebaixou ao nível das garotas que perseguiam ele… – Hermione disse cutucando Rony.

Rony não respondeu, apenas bufou e fez sinal para Harry continuar a leitura.

— Onde será que ela se meteu? — indagou Rony quando os dois rumavam para a Torre da Grifinória.
— Sei lá... Asnice.
Mas a Mulher Gorda mal começara a girar para frente quando o ruído de alguém correndo às costas dos garotos anunciou a chegada de Hermione.
— Harry! — ofegou ela, derrapando até parar ao lado dele (a Mulher Gorda olhou para a garota, com as sobrancelhas erguidas).
— Harry, você tem de vir comigo... Tem de vir, aconteceu a coisa mais fantástica... Por favor...
Ela agarrou o braço de Harry e tentou arrastar o garoto de volta ao corredor.
— Que é que aconteceu? — perguntou Harry.
— Eu mostro a você quando a gente chegar lá, ah, anda logo, depressa...

– Espero que isso tenha alguma relação com aquele ovo. – Remo disse rigoroso – Vocês não estão se esforçando para descobrir o que aquele barulho significa, e não temos ideia de quanto tempo vão precisar para desvendar a pista e encontrar os feitiços certos para a tarefa!

– Sempre otimista! – Sirius riu – Mas Remo tem razão, vocês precisam desvendar o segredo desse ovo.

Harry olhou para Rony; este olhou para Harry intrigado.
— OK — disse Harry, começando a retroceder pelo corredor com Hermione, Rony correndo para acompanhá-los.
— Ah, não se incomodem comigo! — gritou a Mulher Gorda irritada para os garotos. — Não peçam desculpas por terem me incomodado! Vou continuar pendurada aqui, aberta, até vocês voltarem, não é isso?
— É, obrigado — gritou Rony por cima do ombro.
— Hermione, onde é que estamos indo? — perguntou Harry, depois que a garota os fizera descer seis andares e já estavam na escadaria de mármore do saguão de entrada.
— Você vai ver, você vai ver já, já! — disse Hermione excitada.
Ela virou à esquerda ao pé da escada e correu para a porta que Cedrico cruzara na noite seguinte ao Cálice de Fogo ter regurgitado o seu nome e o de Harry.
O garoto jamais passara ali antes. Ele e Rony acompanharam Hermione, desceram um lance de escadas de pedra, mas em vez destas terminarem em uma sombria passagem subterrânea, como a que levava à masmorra do Snape, os garotos se viram em um corredor de pedra, largo, muito bem iluminado com archotes, e decorado com alegres pinturas, na maioria, de comida.

– Por que exatamente você está levando Harry para a cozinha? – Tiago perguntou desconfiado – Espero que isso não tenha qualquer relação com os elfos!

– É claro que tem! – Sirius disse dando um tapa na própria testa – Ou você esqueceu o nome do capítulo?
– Só espero que você não tenha feito nenhuma besteira! – Tiago repreendeu a garota.
– Apenas leia, Harry! – Hermione incentivou.

— Ah, espera aí... — disse Harry lentamente, a meio caminho do corredor. — Espera um instante, Hermione...
— Quê? — Ela se virou para olhá-lo, o rosto que era só expectativa.
— Já sei do que se trata — disse Harry.
O garoto cutucou Rony e apontou para o quadro logo atrás de Hermione.
Era a pintura de uma enorme fruteira de prata.
— Hermione! — exclamou Rony, entendendo. — Você não está tentando nos pegar a laço para aquela história do fale outra vez?
— Não, não, não estou! — apressou-se ela a dizer. — E não é fale, Rony...
— Você mudou o nome? — perguntou Rony, franzindo a testa. — Que somos então? A Frente de Liberação dos Elfos Domésticos? Não vou invadir a cozinha para fazer eles pararem de trabalhar, não vou fazer isso...

– Está explicado o nome do capítulo! – Sirius disse com uma gagalhada.

– Pelo menos Rony tem o bom-senso de não compactuar com um absurdo desses. – Tiago bufou.
– E é a primeira vez na vida que escuto alguém dizer que Rony tem mais bom-senso que Hermione! – Gina disse gerando risadas – Agradeça! – completou encarando o irmão – Provavelmente vai ser a única vez na sua vida!

— Não estou lhe pedindo isso! — disse Hermione impacientemente. — Desci aqui agora há pouco para conversar com eles e encontrei... Ah, anda, Harry, quero lhe mostrar!

– Pelo menos ela tentou conversar com eles. – Lily murmurou para Tiago – Já é melhor do que julgar o que eles precisam sem perguntar!


A garota tornou a agarrá-lo pelo braço, puxou-o para diante do quadro da fruteira, esticou o dedo indicador e fez cócegas na enorme pêra verde. A fruta começou a se contorcer e rir e, de repente, transformou-se em uma grande maçaneta verde. Hermione segurou-a, abriu a porta e empurrou Harry pelas costas, com força, obrigando-o a entrar.
O garoto teve apenas uma breve visão de um amplo aposento de teto alto, grande como o Salão Principal acima, repleto de tachos e panelas de latão empilhados ao redor das paredes de pedra, um grande fogão de tijolos no extremo oposto, quando alguma coisa pequena se precipitou do meio do aposento ao encontro dele, guinchando:
— Harry Potter, meu senhor! Harry Potter!
No segundo seguinte todo o ar dos seus pulmões foi expelido, o elfo, aos guinchos, colidiu com ele na altura do diafragma, abraçando-o com tanta força que o garoto pensou que suas costelas iam partir.
— D-Dobby? — ofegou Harry.

– Dobby? – Tiago se surpreendeu – Achei que ele gostava de ser um elfo livre!

– Ser um elfo de Hogwarts é muito melhor que ser um elfo dos Malfoy! – Sirius deu de ombros – Talvez ele tenha se contentado com isso.

— Dobby, meu senhor, é sim! — guinchou a voz na altura do seu umbigo. — Dobby teve muita esperança de ver Harry Potter, meu senhor, e Harry Potter veio ver ele, meu senhor!
Dobby soltou o garoto e recuou alguns passos, sorrindo para Harry de orelha a orelha, seus enormes olhos verdes, redondos como bolas de tênis, se enchendo de lágrimas de felicidade. Tinha quase exatamente a mesma aparência com que Harry o conhecera: o nariz fino e reto, as orelhas de morcego, as mãos e os pés compridos — exceto pelas roupas, que eram muito diferentes.
Quando Dobby trabalhara para os Malfoy, sempre usara a mesma fronha velha e imunda. Agora, porém, vestia a combinação mais extravagante de roupas que Harry já vira na vida; fizera uma escolha de peças pior do que a dos bruxos na Copa Mundial. Usava um abafador de chá à guisa de chapéu, no qual estavam presos vários distintivos coloridos, uma gravata com estampa de ferraduras de cavalo sobre o peito nu, calções que pareciam os de uma criança jogar futebol e meias desaparelhadas. Uma delas, Harry reparou, era a preta que ele tirara do próprio pé e induzira o Sr. Malfoy a jogar para Dobby, e ao fazer isso, libertara-o. A outra era listrada de rosa e laranja.

– Mesmo trabalhando em Hogwarts ele mantem as roupas de liberdade… – Sirius comentou – Talvez ele tenha feito algum tipo de acordo com Dumbledore para não ficar preso à casa.

– Interessante. – Tiago disse pensativo – Talvez ele ainda tenha alguma liberdade.

— Dobby, que é que você está fazendo aqui? — perguntou Harry surpreso.
— Dobby veio trabalhar em Hogwarts, meu senhor! — guinchou o elfo excitado. — O Professor Dumbledore deu emprego a Dobby e Winky meu senhor!
— Winky? — exclamou Harry. — Ela também está aqui?
— Está, sim, senhor, está! — disse Dobby, e agarrando a mão de Harry puxou-o para dentro da cozinha entre quatro longas mesas de madeira que estavam ali. Cada uma das mesas, o garoto notou ao passar, estava colocada exatamente embaixo das quatro mesas das Casas em cima, no Salão Principal.

– Antes disso eu não tinha ideia de como a comida chegava às mesas do salão. – Rony confessou.

– Mesmo sabendo que comida é uma das exceções elementares à lei de Gamp. – Hermione ressaltou – A comida não poderia vir do nada!
– Eu não tinha ideia da lei de Gamp! – Rony respondeu – E, na verdade, ainda não sei quais são todas as exceções.
– Mesmo eu tendo falado uma centena de vezes… – Hermione bufou.
– A comida, ouro e pedras preciosas, dinheiro, objetos animados e a vida. – Tiago recitou entediado.
– Sempre me surpreendo com quão inteligente você é. – Alice disse admirada – Não conseguia me lembrar de nada disso.
– Ele tem apenas uma memória excepcional. – Remo disse abanando a mão, desmerecendo Tiago – Nada demais.

Naquele momento não havia comida nelas, o jantar já terminara, mas ele supôs que uma hora antes estivessem carregadas de travessas que então eram mandadas pelo teto para as suas correspondentes no andar superior.
No mínimo uns cem elfos estavam parados pela cozinha, sorrindo, inclinando a cabeça e fazendo reverências quando Dobby passou com Harry por eles. Todos usavam o mesmo uniforme, uma toalha de chá estampada com o timbre de Hogwarts e amarrada como uma toga, como a de Winky.
Dobby parou diante do fogão de tijolos e apontou.
— Winky, meu senhor! — disse ele.
Ela estava sentada em um banquinho junto ao fogo. Ao contrário de Dobby, obviamente não saíra catando roupas. Usava uma saia e uma blusa comportadas, e um chapéu azul combinando, com aberturas laterais para suas orelhonas. Mas, enquanto cada peça da estranha coleção de roupas de Dobby estava impecavelmente limpa e bem cuidada, pois até pareciam novas em folha, era visível que Winky não estava cuidando das próprias roupas. Havia manchas de sopa na blusa e um chamuscado na saia.

– Dobby se orgulha de ser um elfo livre. – Remo comentou – Por isso cuida bem das roupas e saiu catando roupas por ai. Winky obviamente está envergonhada por ter sido libertada…

– O que é uma reação normal! – Tiago interrompeu.
– O que é uma reação normal, – Remo repetiu retomando a palavra – e, por isso, ela não vai sair por ai exibindo as roupas. As roupas provavelmente são motivo de humilhação e desonra para ela.
– Faz muito sentido. – Frank disse pensativo – E é assim que a maioria dos elfos reagiria à liberdade.
– É como eu disse, – Tiago comentou – Dobby é um elfo-doméstico muito esquisito!

— Olá, Winky — cumprimentou Harry.
Os lábios de Winky tremeram. Então ela rompeu em lágrimas, que transbordaram dos seus grandes olhos castanhos e caíram pela roupa, exatamente como acontecera na Copa Mundial de Quadribol.
— Ah meu Deus! — exclamou Hermione. Ela e Rony tinham seguido Harry e Dobby até o fundo da cozinha. — Winky, não chore, por favor, não...
Mas Winky chorava com mais vontade que nunca. Dobby, por outro lado, sorria radiante para Harry.
— Harry Potter gostaria de tomar uma xícara de chá? — guinchou ele alto, abafando os soluços de Winky.
— Hum... Ah, OK — disse o garoto.
Instantaneamente, uns seis elfos domésticos vieram correndo atrás dele, trazendo uma grande bandeja de prata com um bule de chá, xícaras para Harry, Rony e Hermione, uma jarrinha de leite e um grande prato de biscoitos.
— Serviço de primeira! — exclamou Rony, com admiração na voz. Hermione franziu a testa para ele, mas os elfos pareciam encantados da vida, fizeram uma grande reverência e se retiraram.

– Ver como Winky estava depois de ser libertada devia ser o bastante para você entender que suas ideias de libertar os elfos podem acabar prejudicando eles! – Tiago bufou.

– E você realmente não devia julgar o Rony por gostar do serviço dos elfos de Hogwarts. – Sirius riu – Eles devem ter ficado extasiados com o elogio.
– Você devia ter parado um segundo para perceber como eles são felizes e não precisam de liberdade… – Tiago interrompeu Sirius – Eles podem até precisar de algumas mudanças, mas não em Hogwarts, e sim nas famílias de puro-sangue intolerantes!

— Há quanto tempo está aqui, Dobby? — perguntou Harry, quando o elfo serviu o chá para todos.
— Só uma semana, Harry Potter, meu senhor! — respondeu Dobby alegremente. — Dobby veio ver o Professor Dumbledore, meu senhor. Sabe, meu senhor, é muito difícil um elfo doméstico que foi dispensado arranjar outro emprego, meu senhor, muito difícil, mesmo...
Ao ouvir isso, Winky chorou ainda mais alto, seu nariz de tomate amassado pingando pela frente da blusa, embora ela não fizesse o menor esforço para estancar essa pingadeira.
— Dobby viajou pelo país durante dois anos, meu senhor, tentando encontrar trabalho! Mas Dobby não encontrou nada, meu senhor, porque agora ele quer receber ordenado!

– Está explicado porque ele só conseguiu emprego em Hogwarts! – Sirius riu – Quem em sã consciência ia querer um elfo-doméstico que exige pagamento?

– Eu não me importaria. – Hermione afirmou categórica.
– Eu também não me importaria. – Tiago deu de ombros – Mas como eu disse, Dobby é uma anomalia! Elfos normais não pedem pagamento, eles acham humilhante!
– As roupas também não devem ter ajudado muito. – Alice comentou.
– E é claro que Dumbledore abriria a cozinha de Hogwarts para ele. – Remo comentou pensativo – De alguma forma deve ser bem útil para ele ter um ex-servo dos Malfoy em Hogwarts… Talvez Dobby saiba muitas coisas sobre sua antiga família.
– E ele já deu informações antes. – Sirius concordou – Dumbledore deve ter imaginado que não seria tão difícil obter informações com ele, se necessário.

Os elfos domésticos por toda a cozinha, que estavam escutando e observando com interesse, desviaram os olhos ao ouvirem isso, como se Dobby tivesse dito alguma coisa grosseira e constrangedora.

– Porque é exatamente assim que eles se sentem em relação a tudo isso. – Tiago murmurou.


Hermione, porém, exclamou:
— Assim é que se faz, Dobby!
— Muito obrigado, senhorita! — disse o elfo, dando a ela um sorriso que era só dentes. — Mas a maioria dos bruxos não quer um elfo doméstico que exige ordenado, senhorita. "Isto não é próprio de um elfo doméstico", dizem eles e batem a porta na cara de Dobby! Dobby gosta de trabalhar, mas quer se vestir e quer receber ordenado, Harry Potter... Dobby gosta de ser livre!
Os elfos domésticos de Hogwarts agora começaram a se afastar discretamente de Dobby, como se ele tivesse alguma doença contagiosa. Winky, no entanto, continuou onde estava, embora se notasse um decidido aumento no volume do seu choro.
— E, então, Harry Potter, Dobby vai visitar Winky e descobre que ela foi libertada, também! — conta Dobby com satisfação.
Ao ouvir isso, Winky se atirou para frente e caiu do banquinho, de rosto no chão de lajotas, batendo os pequenos punhos e positivamente urrando de infelicidade.

– Ela está deprimida! – Lily suspirou pesarosa – Pobre Winky!

– Eu já disse, – Tiago bufou – ela está tendo uma reação normal! Crouch não devia ser um patrão ruim, apesar de ter demitido ela por um motivo estranho… Ela devia ser muito feliz cuidando dele. Elfos encaram a família que servem como sua própria família. – ele explicou diretamente para Hermione – A fidelidade e o carinho deles está com a família de bruxos deles, e não com sua família biológica.

Hermione imediatamente se ajoelhou ao lado dela e tentou consolá-la, mas nada que dissesse produzia a menor diferença. Dobby continuou sua história, guinchando alto para abafar o choro estridente de Winky.
— Então Dobby teve a idéia, Harry Potter, meu senhor! "Por que Dobby e Winky não procuram um trabalho juntos? Onde é que existe trabalho suficiente para dois elfos domésticos?", pergunta Winky. E Dobby pensa e se lembra, meu senhor! Hogwarts! Então Dobby e Winky vieram ver o Professor Dumbledore, meu senhor e o professor nos contratou!
Dobby sorriu muito animado e lágrimas de felicidade brotaram, mais uma vez, dos seus olhos.
— E o Professor Dumbledore diz que vai pagar a Dobby, meu senhor, se Dobby quer pagamento! E, assim, Dobby é um elfo livre, meu senhor, e Dobby recebe um galeão por semana e um dia de folga por mês!
— Isso é muito pouco! — exclamou Hermione indignada, ainda curvada para os gritos incessantes e os murros no chão de Winky.
— O Professor Dumbledore ofereceu a Dobby dez galeões por semana e folgas nos fins de semana, — disse Dobby, estremecendo de repente como se a perspectiva de tanto lazer e riqueza o assustasse — mas Dobby fez ele baixar a oferta, senhorita... Dobby gosta da liberdade, senhorita, mas não quer tanto assim, senhorita, ele gosta mais do trabalho.

– Nesse ponto ele não é tão anormal assim! – Remo disse – É como Tiago está dizendo desde o inicio desse livro, elfos gostam de trabalhar para os bruxos.

– É claro que gostam! – Sirius revirou os olhos – Eles não sofreram lavagem cerebral, nem foram escravizados, como Hermione gosta de dizer, eles foram criados para isso!

— E quanto é que o Professor Dumbledore está pagando a você Winky? — perguntou Hermione bondosamente.
Se a garota achou que isso ia animar Winky, estava delirando. Winky realmente parou de chorar, mas, quando se sentou, ficou encarando Hermione com seus imensos olhos castanhos, seu rosto lavado de lágrimas e inesperadamente furioso.
— Winky é um elfo em desgraça, mas Winky ainda não está aceitando pagamento — guinchou ela. — Winky não decaiu a esse ponto! Winky está devidamente envergonhada de ter sido libertada!

– Eu avisei. – Tiago murmurou, recebendo acenos de concodância de Frank, Remo e Sirius.


— Envergonhada? — perguntou Hermione perplexa. — Mas... Winky, espera aí! É o Sr. Crouch que devia estar envergonhado e não você! Você não fez nada errado, ele é que foi realmente horrível com você...

– Péssima ideia! – Sirius disse entortando a boca – Se ela está tão decepcionada por ter sido liberada, com certeza ainda é fiel à casa dos Crouch… E vai ficar bem irritada por você falar mal da família dela.

– Mesmo ela tendo sido libertada, ela continua encarando Crouch como família? – Alice perguntou curiosa.
– Creio que sim. – Sirius disse pensativo – Mas, sinceramente, nunca conheci um elfo libertado… Os elfos da minha família costumam ter as cabeças cortadas quando estão para morrer. Ouvi Monstro dizer a Régulo que esse é o sonho da vida dele…
– Sempre bom saber que Dobby não é o único elfo anormal. – Tiago riu – O que sua família faz com os elfos é perverso.
– O que a sua família faz? – Lily perguntou interessada.
– Pelo que sei, quando um elfo fica velho demais para servir, a família coloca um mais novo para servir e deixa que o elfo velho more na casa sem grandes obrigações até que morra. – Tiago disse pensativo – Mas nunca vi um elfo morrer de velhice na minha casa.
– Talvez sua mãe pense em pendurar cabeças por ai. – Sirius disse sombrio – Não esqueça que ela é uma Black.
– Você também é um Black. – Tiago rebateu – E não acho que você vá pendurar cabeças de elfo-doméstico nas suas paredes.

Mas ao ouvir isso, Winky levou as mãos às aberturas laterais do chapéu e achatou as orelhas para não poder ouvir nem mais uma palavra e guinchou:
— A senhorita não vai insultar o meu amo! A senhorita não vai insultar o Sr. Crouch! O Sr. Crouch é um bruxo bom, senhorita! O Sr. Crouch fez bem em mandar a feia Winky embora!
— Winky está tendo dificuldades para se adaptar, Harry Potter — guinchou Dobby confidencialmente. — Winky se esquece que não está mais presa ao Sr. Crouch, que pode dizer o que pensa agora, mas não quer fazer isso.
— Os elfos domésticos não podem dizer o que pensam dos amos, então? — perguntou Harry.

– É claro que não! – Sirius respondeu soturno – Ou eles poderiam sair por ai contando os segredos da família! Monstro poderia sair por ai contando que meus pais apoiam Voldemort… Que Bellatrix é uma comensal… Ou coisas piores.

– O que poderia ser pior que isso? – Frank perguntou intrigado.
– Monstro poderia querer dividir tudo o que sabe sobre Sirius… – Tiago respondeu com uma risada – Garanto que ele sabe muitas coisas interessantes.
– Que ele nunca vai dizer a ninguém! – Sirius afirmou categórico – E vocês não tem como arrancar de mim!

— Ah, não, não meu senhor — disse Dobby repentinamente serio. — Faz parte da escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Guardamos silêncio e os segredos dos amos, meu senhor, defendemos a honra da família e nunca falamos mal dela, embora o Professor Dumbledore tenha dito a Dobby que não faz questão disso. O Professor Dumbledore disse que a gente é livre para... Para...
Dobby pareceu subitamente nervoso e chamou Harry mais para perto.
Harry se inclinou para ele. Dobby cochichou:
— Disse que a gente é livre para chamar ele de... De velho caduco se quiser, meu senhor! — Dobby deu uma risadinha assustada. — Mas Dobby não quer, Harry Potter — disse ele voltando a falar normalmente e balançando a cabeça de modo que suas orelhas abanavam. — Dobby gosta muito do Professor Dumbledore, meu senhor, e tem orgulho de guardar os segredos dele.
— Mas você pode dizer o que quiser sobre os Malfoy agora? — perguntou Harry sorrindo.
Um olhar de temor surgiu nos olhos imensos de Dobby.
— Dobby... Dobby poderia — disse cheio de dúvida. Aprumou então seus ombrinhos. — Dobby poderia dizer a Harry Potter que seus antigos amos eram... Eram... Bruxos malvados das trevas!

– Ele poder falar isso com certeza é muito útil. – Remo afirmou pensativo – Dumbledore deve conseguir tirar coisas mais interessantes dele se quiser.

– Dumbledore deve ter conversado com ele antes de contratá-lo, – Sirius disse pensativo – deve ter obtido algumas informações interessantes.
– É uma pena que ele não tenha nada mais recente para contar. – Tiago deu de ombros – A última coisa que ele deve saber é sobre os planos para o diário.
– Mas, pelo menos, ele deve saber se Lucio tem algum outro objeto de Voldemort. – Sirius deu de ombros – Isso deve ser útil.

Dobby ficou parado um instante, o corpo todo tremendo, horrorizado com a sua própria coragem, então correu até a mesa mais próxima e começou a bater a cabeça nela, com força, guinchando:
— Dobby mau! Dobby mau!

– E, mesmo gostando da liberdade, a cultura de não falar da família está tão incutida nele que ele precisa se castigar. – Remo analisou interessado – Winky, que não gosta nem um pouco de ser livre, nunca conseguiria contar os segredos da família voluntariamente.


Harry agarrou o elfo por trás da gravata e afastou-o da mesa.
— Obrigado, Harry Potter, obrigado — disse Dobby sem fôlego, esfregando a cabeça.
— Você só precisa de um pouco de prática — disse Harry.
— Prática! — guinchou Winky furiosa. — Você devia era ter vergonha, Dobby, falando desse jeito dos seus amos!
— Eles não são mais meus amos, Winky! — disse Dobby em tom de desafio. — Dobby não se importa mais com o que eles pensam!
— Ah, você é um elfo mau, Dobby! — lamentou-se Winky, as lágrimas escorrendo mais uma vez pelo seu rosto. — O coitadinho do meu Sr. Crouch, que é que ele está fazendo sem a Winky? Está precisando de mim, está precisando da minha ajuda! Eu cuidei dos Crouch a vida inteira e minha mãe fez isso antes de mim e minha avó antes dela... Ah, o que elas diriam se soubessem que Winky foi libertada? Ah, que vergonha, que vergonha! — Ela escondeu o rosto na saia e abriu um berreiro.
— Winky — disse Hermione com firmeza —, tenho certeza de que o Sr. Crouch vai indo muitíssimo bem sem você. A gente o viu, sabe...
— A senhorita tem visto o meu amo? — perguntou Winky sem fôlego, erguendo o rosto manchado de lágrimas da saia, mais uma vez, e arregalando os olhos para Hermione. — A senhorita tem visto ele aqui em Hogwarts?
— Tenho. Ele e o Sr. Bagman são juizes no Torneio Tribruxo.
— O Sr. Bagman vem também? — guinchou Winky e, para grande surpresa de Harry (e de Rony e Hermione também, pela expressão no rosto deles), ela pareceu novamente zangada. — O Sr. Bagman é um bruxo malvado! Um bruxo muito malvado! Meu amo não gosta dele, ah, não, nem um pouquinho!

– Isso sim é interessante! – Sirius disse pensativo – Não a parte de Crouch não gostar de Bagman, isso é um tanto óbvio…

– Mas se Winky considera Bagman um bruco malvado, ela ouviu isso do Crouch. – Remo completou o pensamento de Sirius – E por que Crouch consideraria Bagman um bruxo malvado?
– Ele pode ter alguma ligação com o lado das trevas? – Alice perguntou confusa.
– Acho bem improvável. – Tiago murmurou – Ele não faz o tipo.
– Só por que é jogador de quadribol? – Snape perguntou levantando uma sobrancelha para Tiago.
– Não só por isso. – Tiago respondeu relutante – Ele é alegrinho demais.
– Bruxos das trevas podem ser alegrinhos. – Sirius disse de repente – Vocês não tem ideia do tipo de gente que Bellatrix leva às festas da família…
– De qualquer forma, – Remo interrompeu – ele agiu de forma suspeita quando tentou ajudar Harry…
– Então não podemos descartar ele como suspeito. – Tiago suspirou.

— Bagman... Malvado? — exclamou Harry.
— Ah é — disse Winky, acenando furiosamente com a cabeça. — Meu dono contou a Winky umas coisas! Mas Winky não vai repetir... Winky... Winky guarda os segredos do amo... — E mais uma vez ela se debulhou em lágrimas; os garotos a ouviam soluçar escondida na saia. — Coitado do meu amo, coitado do meu amo, não tem mais a Winky para ajudar!
Os garotos não conseguiram extrair de Winky nem mais uma palavra que fizesse sentido. Deixaram-na chorar e terminaram o chá, enquanto Dobby tagarelava alegremente sobre sua vida de elfo liberto e seus planos para o seu ordenado.
— A próxima coisa que Dobby vai comprar é um suéter sem mangas, Harry Potter! — disse ele alegremente, apontando para o peito nu.
— Vou lhe dizer o que vou fazer — disse Rony, que parecia ter se afeiçoado muito ao elfo. — Vou lhe dar o suéter que minha mãe tricotar para mim este Natal, eu sempre ganho um. Você não tem nada contra a cor marrom, tem?

– Mamãe não ficaria nada feliz se soubesse disso. – Gina disse repreensiva.
– Ela sempre diz que temos que ser caridosos. – Rony se defendeu.
– Mas você sabe como ela se sente em relação aos suéteres Weasley! – Gina rebateu – Ela faz um para cada um de nós todo ano, é a tradição dela! Aposto que ela não se importaria em costurar um a mais para o Dobby!
– Tarde demais, – Rony deu de ombros – não é?

Dobby ficou encantado.
— Talvez a gente tenha que dar uma encolhida nele para caber em você, mas vai combinar bem com o seu abafador de chá.
Quando se preparavam para ir embora, muitos elfos que os cercavam se aproximaram, oferecendo lanchinhos para os garotos levarem. Hermione recusou, com uma expressão constrangida, ao ver a maneira com que os elfos continuavam a se curvar e fazer reverências, mas Harry e Rony encheram os bolsos com bolos e tortas.

– Vocês estavam certos em aceitar! – Tiago disse categórico – Eles devem ter ficado muito felizes com vocês! E você provavelmente ofendeu eles, – completou virando-se para Hermione – falando de ordenado e recusando comida!


— Muito obrigado! — disse Harry aos elfos, que tinham se agrupado em torno da porta para lhes desejar boa noite. — Até à vista, Dobby.
— Harry Potter... Dobby pode ir ver o senhor de vez em quando, meu senhor? — perguntou Dobby hesitante.
— Claro que pode — disse o garoto e o elfo abriu um sorriso.
— Sabe de uma coisa? — disse Rony, depois que ele, Hermione e Harry haviam deixado a cozinha para trás e já estavam subindo as escadas para o saguão de entrada. — Todos esses anos sempre fiquei realmente impressionado com a capacidade de Fred e Jorge pegarem comida na cozinha, ora não é nada difícil, não é mesmo? Os caras mal podem esperar para dar a comida!

– Vocês deviam ter procurado a cozinha antes! – Remo riu – Seria bem útil no dia em que vocês foram à festa de aniversário de morte, por exemplo.


— Acho que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a esses elfos, sabe — disse Hermione seguindo à frente para subir a escadaria de mármore. — Dobby ter vindo trabalhar aqui, quero dizer. Os outros elfos vão ver como ele está feliz, depois de libertado, e devagarinho vão se lembrar de desejar a mesma coisa!

– Ou vão isolar o Dobby completamente por ele ser uma anomalia. – Tiago deu de ombros.

– Muito mais provável. – Sirius concordou.

— Vamos esperar que eles não prestem muita atenção na Winky — disse Harry.
— Ah, ela vai se animar — disse Hermione, embora parecesse meio em dúvida. — Depois que passar o choque e ela se acostumar a Hogwarts, verá que está muito melhor sem o tal do Crouch.
— Mas ela parece que ama o cara — disse Rony com a voz enrolada (acabara de morder o bolo).
— Mas ela não tem uma boa opinião do Bagman, não é — comentou Harry. — Que será que Crouch diz dele em casa?
— Provavelmente diz que Bagman não é um bom chefe de departamento, — disse Hermione — e vamos ser sinceros... Ele tem razão, não acham?

– Não sei… – Remo disse pensativo – Acho que Winky sabe algo mais do que isso sobre Bagman… Afinal isso não é segredo para ninguém.


— Mesmo assim, eu preferia trabalhar para ele do que para o velho Crouch — disse Rony. — Pelo menos Bagman tem senso de humor.
— Não deixa o Percy escutar você dizendo isso — falou Hermione, dando um sorrisinho.
— É, Percy não iria querer trabalhar para ninguém que tivesse senso de humor, não é mesmo? — disse Rony, agora começando a comer a bomba de chocolate. — Percy não reconheceria uma piada nem que ela dançasse pelada na frente dele, usando só o abafador de chá do Dobby na cabeça.

Todos os presentes caíram na gargalhada imaginando a cena.

– Nada de descobrirem sobre a pista do ovo. – Remo suspirou ao ver Harry passar o livro para Alice.
– Mas, pelo menos, descobrimos que Bagman tem algo a esconder… – Sirius deu de ombros – E Hermione descobriu que libertar um elfo pode não ser uma boa ideia… Pelo menos, eu acho que descobriu. – Sirius completou encarando Hermione curioso.
– Não posso falar. – Hermione disse com um meio sorriso – Acho que podemos ler mais um capítulo antes de parar para comer.
Alice abriu o livro no próximo capítulo:
– Capítulo XXII – A tarefa inesperada.




Hey leitores mais queridos do FeB! Acho que vocês vão gostar de saber que estou muito perto do fim de CdF, tenho conseguido escrever bastante nessas últimas semanas e estou ficando bem feliz com o resultado. Espero que vocês também gostem. Se as coisas continuarem assim começo OdF na próxima semana... Torçam por mim!


- Stehcec: Não se empolga muito, mas se eu continuar no ritmo que estou devo acabar CdF ainda essa semana… Foi até melhor o Sirius não falar como enfrentar o dragão, o jeito como Harry passou pelo dragão foi muito melhor. Além de McGonagall ser a professora favorita de Tiago, acho que ele é o aluno favorito dela, já que ele é ótimo em tudo o que ela ama, e ela tem uma relação bem maternal com ele (pelo menos é o que eu acredito). Os marotos se antecipam as vezes porque eles tem muito mais experiência com o mundo bruxo do que Harry na época dos livros, e também por serem mais velhos e muito inteligentes... Eu sempre pensei que não foi muito inteligente da parte deles deixar a vassoura no castelo… Eu acho que algumas pessoas evitam falar da Lily e do Tiago para o Harry para não magoar ele, outras, como o Sirius e o Remo, acho que não tiveram muitas chances de conversar sobre isso. Você não votou no Harry na frase da semana, isso já é o bastante! Descobri várias coisas interessantes sobre a Minerva no Pottermore, inclusive ela ter jogado quadribol para a Grifinória. Cedrico já estava no sexto ano, em transfiguração avançada… Acho que o Lino narrando a prova seria incrível. Hagrid consegue ser bem discreto quando se trata de suas criaturinhas… Para continuar com capítulos toda semana você tem que torcer para eu continuar escrevendo como estou escrevendo! Já tenho até o capítulo 33 pronto! Ás vezes eu fico muito confusa em relação ao que penso sobre Dumbledore, acho ele incrível, inteligente e etc, mas acho que ele poderia ter agido de forma diferente com o Harry e com o Sirius (O Sirius fala muito disso nos próximos capítulos). Aquele conto do Elvendork deve ter acontecido antes de Harry nascer, quando Tiago e Sirius não tinham tanto a perder, e Tiago não precisava se esconder… Por isso eles estavam bem mais relaxados.
- Izabella Bella Black: Remo já desconfiava que eles tinham roubado o banco lá em PF… Acho que vai ser interessante ver a reação deles. Acho que Sirius não teria tido tempo mesmo de falar de Karkaroff se tivesse falado de como passar pelo dragão primeiro… Mas ele teria tido outras oportunidades para falar de Karkaroff, e falar o feitiço levaria poucos segundos. Acho que a relação de McGonagall e Tiago é muito maternal, então ele a defende mesmo! Quando imagino o primeiro ano a vida do Harry, imagino muitas visitas de Sirius, muito quadribol e etc, mas não acho que isso incomodaria Lily, ela se divertia com Harry andando na vassourinha que Sirius deu a ele de presente… É claro que tudo isso antes deles se esconderem, não acho que demorou muito tempo entre eles se esconderem e Pedro trair eles… Pobre Cedrico, ninguém devia ser julgado por quem sua família é… Eu concordo muito com você, para mim os marotos aprendiam tudo o que podiam porque estavam no meio da guerra, e precisavam estar prontos para tudo quando saíssem da escola… Como Harry só começa a se preparar no quinto ano, ele aprendeu bem menos que os marotos. Ainda não sei como Tiago vai reagir ao falso Moody, ainda não cheguei nessa parte… Acho que o verdadeiro Moody não faria muitas das coisas que o falso Moody fez, mas acho que ele também não falaria de Tiago, pelos motivos que Remo e Sirius deram, ele iria querer se manter profissional e ele não é muito sentimental! Eu acho que algumas pessoas evitam falar da Lily e do Tiago para o Harry para não magoar ele, outras, como o Sirius e o Remo, acho que não tiveram muitas chances de conversar sobre isso. Da próxima vez, na frase da semana, pense com a sua cabeça e não siga os outros! Você é mais esperta que isso! Eu adoro escrever o que está acontecendo fora “do mundinho do Harry”. A explicação, para o que a Fleur fez para enfrentar o dragão, foi a que achei mais lógica… Afinal, não achei nenhum feitiço que faria aquilo.
- Carlos Mashiant: Se a inspiração continuar me visitando desse jeito, acabo CdF ainda na próxima semana… Acho que OdF é um dos meu favoritos também, talvez o segundo ou terceiro favorito… Eu não sei ao certo porque em cada fase da minha vida um deles parece melhor. Eu também achei engraçado o modo como Hermione tentou libertar os elfos tricotando, mas lutar pelos direitos deles da forma certa é bem melhor para eles! A Lily e o Tiago estão cada vez mais próximos, estão se conhecendo, se conectando e em breve vão estar mais próximos ainda. Gosto de construir essa relação aos poucos, Lily não vai ficar com Tiago apenas por obrigação, vai ficar com ele por se apaixonar por quem ele é de verdade! Você disse que MLHP CdF para você é a segunda melhor de MLHP, fiquei curiosa para saber qual a melhor na sua opinião! E eu vou tentar prestar um pouco mais de atenção na amizade do trio também, eu geralmente foco nas pessoas do passado, já que sabemos muito mais sobre as do futuro… Mas vou ver o que posso fazer! Acho que meu livro favorito é PdA, porque é nele que aprendemos mais sobre os marotos. Mas isso muda ás vezes. Meu personagem favorito deve ser o Sirius, acho a história dele toda muito interessante, como ele enfrentou a família dele para tentar fazer o que era certo, passou 12 anos preso por um crime que não cometeu e tudo mais. Mas o personagem que gosto mais de escrever é o Tiago, eu gosto de explorar na fic as partes dele que as pessoas negligenciam, as pessoas costumam vê-lo como o maroto que implicava com Snape, e esquecem que ele é o garoto que resolveu correr muitos riscos se tornando um animago ilegal para ajudar o amigo lobisomem! Queria eu ter a capacidade de abandonar o facebook! Mas considerando que só tenho contato com alguns dos meus melhores amigos pela internet, preciso do facebook…
- NathaliaHelena: Que bom que apareceu para comentar! Tinha sumido mesmo! Sei exatamente como se sente, eu sinto tudo junto com os personagens, choro com eles e dou risadas com eles. Acho que como se trata da vida deles e de um mundo que eles conhecem bem, eles percebem muitas coisas que nós demoramos muito para ver. Acho que para Lily e Tiago darem certo, os dois tem que se apaixonar pelas pessoas reais e não pelas ideias que tem um do outro ou pela obrigação que o livro trouxe para eles, e por isso a relação deles tem que ser construída bem devagar. Acho que Tiago pode até estranhar muitas atitudes de Moody, mas é difícil que ele descubra a verdade, Crouch Jr fez o trabalho muito bem. Tem pouco tempo que escrevi a parte em que eles descobrem sobre Alice e Frank, e confesso que foi bem duro… Espero que vocês gostem quando chegar lá.
- Samara Lima: Que bom que adorou o capítulo, e acho que você precisa dizer sempre, para eu poder ter certeza! Não devo continuar com essa fic depois de RdM, devo escrever um epílogo contando o que aconteceu com cada personagem depois de ler os livros e fim. Mas eu tenho alguns outros projetos de fic que você pode gostar, depois da uma olhada nos arquivos do grupo, lá eu tenho 2 dos meus projetos de fic mais queridos.
- MionGinnyLuna: Que bom que gostou! Sempre fico feliz em saber que vocês estão gostando! Vi os tweets da JK sim, e se a JK falou que ele é da Lufa-lufa quem sou eu para discordar dela? Eu sempre imaginei que ele pudesse ter ido para a Lufa-lufa mesmo, afinal a mãe dele era uma lufana e tudo mais. Sobre o James Sirius entrar para a Grifinória, acho que já sabiamos pelo modo como ele fala no epílogo… Só quero saber onde o Alvo vai entrar…
- Bia Saraiva: Que bom que resolveu comentar! Fico muito feliz! E espero que comente sempre daqui para frente. Eu sempre achei o Harry um bom personagem, ele tem o jeito desinteressado dele e tudo mais, mas ele tem muito mais camadas do que as pessoas enxergam. Sei de pelo menos uma pessoa que não vai gostar nada do Harry beijando a Cho, e definitivamente vai implicar com ele por isso. Ainda não sei ao certo quais vão ser as reações às lembranças de Snape, tudo depende de como estiver a relação de Snape com todos os outros até lá… As pessoas estão sempre dizendo que os marotos descobrem as coisas “rápido demais” quando na verdade eles descobrem as coisas mais ou menos no mesmo tempo que a Hermione descobre, quem demora demais para descobrir tudo é o Harry! E também, tem que levar em conta, que os Marotos passaram a vida toda no mundo bruxo, conhecem o mundo bruxo muito melhor do que o trio e são mais velhos do que o trio era na época em que essas coisas aconteceram! E como você falou eles são “geniozinhos” tem sempre que lembrar que eles conseguiram fazer transfigurações super avançadas quando ainda estava no quinto ano, coisas que a McGonagall só conseguiu fazer depois da escola! Escrevi a parte em que o Sirius morre há muito tempo, quando ainda estava escrevendo PF, mas foi bem complicado para mim, sofri bastante. Quanto à Lily se incomodar quando falam palavrão, não sei ao certo a que você está se referindo, porque ninguém fala palavrão na fic, eu mantenho ela como classificação livre. Se alguma hora eu deixei implicito que alguém falou algum palavrão e a Lily reclamou, provavelmente a pessoa falou coisas muito piores do que você está imaginando. E não é por ser adolescente que a pessoa tem que ter a boca suja. Quando eu era adolescente (e até hoje) eu não falava palavrão, e falo muito raramente. Isso é da personalidade de cada um.
- AndressaSR: Eu realmente procuro sempre manter as personalidades de todos os personagens o mais fiel ao livro o possível, também não gosto nada de ler fics em que descaracterizam completamente os personagens! Para ser sincera, cada vez que leio os livros eu vejo coisas novas, e estou gostando muito de compartilhar tudo o que vejo com vocês! Muito obrigada por comentar!
- Luana Mendes Potter: Você tinha sumido! Mas que bom que reapareceu! Esse livro eu não tenho, tenho curiosidade de saber se é bom mesmo, se tem informações interessantes e etc, depois me conta no grupo! Como já conversamos lá no grupo, eu li todos eles em ordem, então o PdA é um dos meus favoritos porque foi nele que aprendi muito sobre os marotos! Acho que Sirius vai se sentir muito mal pelo modo como Harry pensa sobre ele no próximo livro e principalmente por Harry nunca nem ao menos ter aberto o espelho que era de Tiago… Não sei quem eu escolheria para ser o Tiago na juventude, acho que já vi o Aaron Taylor-Johnson tantas vezes como Tiago no tumblr que só vejo ele assim agora… Vai ser um grande choque para Tiago ver que Moody é o culpado de tudo, mas as coisas se explicam bem rápido, então ele não vai sofrer tanto! Alguns dos meus personagens são até “boca suja”, mas eu tento ao máximo manter a fic com classificação livre… E eu fiquei muito feliz de ver você participando muito mais no grupo, espero que continue assim!
- Kantiss Potter: Depois do final de CdF acho que Lily vai perder completamente as esperanças de ter um livro tranquilo… Remo pensou que Sirius era um traidor, Sirius pensou que Remo era o traidor e por isso colocou Pedro como fiel do segredo, os dois erraram e depois perceberam seus erros, então não precisavam pedir desculpas. Eu estou relutante sabendo que eu vou ter que lidar com a morte do Sirius mais uma vez em breve… Não consigo passar por esses momentos sem chorar tudo de novo! Acho que as pessoas esquecem muitas coisas sobre Tiago, e encaram ele apenas como ele é nas lembranças de Snape, mas pelo menos a grande maioria dos meus leitores entende que as pessoas não são unidimensionais! Eu dou pontos para recompensar as pessoas que me acompanham há tanto tempo, e sempre sei quais são sinceros e quais não são. E os seus comentários sempre me pareceram bastante sinceros. Fico muito feliz que goste tanto do que eu escrevo, isso me incentiva a escrever cada vez mais.
- Ariane Potter: Que bom que gostou do capítulo, eu gostei muito de escrever ele, especialmente a parte de McGonagall. E sim, a parte da Minerva é real! Eu li a história dela no Pottermore e lá tem ainda mais do que isso sobre ela, então dê uma olhada lá para descobrir ainda mais! Eu estou sempre entrando no pottermore e em outros sites que tem informações para deixar a fic sempre interessante para vocês! No momento estou no meio do capítulo 34 e se continuar escrevendo como estou escrevendo acabo CdF na próxima semana… Eu também sinto muita falta de Sirius participando mais da vida do Harry, mas entendo o lado da JK, Harry precisava passar por essas coisas sozinho para se tornar quem ele se tornou. E fico feliz que você coloque a minha fic entre as que faz você amar ainda mais os personagens!



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Comentários (13)

  • Carlos Mashiant

    Estou torcendo muito para que você complete CdF esta semana! Caso isso aconteça, como acontecera a postagem de CdF? Um capítulo por semana, como está sendo? A minha MLPH predileta, indubitavelmente, é a de PdA. Nela você conseguiu trabalhar muito bem toda a carga dramática que envolvia a suspeita acerca da culpa ou não do Sirius e desenvolveu de forma perfeita as reações dos personagens quanto às revelações sobre os marotos. Não que as outras duas não tenham sido boas, mas em PdF você superou, talvez pelo fato do livro oferecer maior conteúdo a ser explorado. A questão do romance de Lily e Tiago é um dos pontos forte de sua Fic que a diferencia de outras que envolvem o casal, pois, na maioria, os autores se esquecem de que os dois se odeiam e os fazem se apaixonar loucamente quase que instantaneamente. Você, por outro lado, está trabalhado todas as nuances da personalidade dos dois que criam as diversas dificuldades para um relacionamento amoroso entre ambos. Eu compreendo o fato de você focar mais nos do futuro e apoio, porém, torço para que você consiga focar pelo menos um pouquinho mais na amizade de Harry, Ron e Hermione. (Por favor, não considere isso uma reclamação ou exigência, pois não é) Acontece que, desde que eu comecei a ler sua Fic eu me pego sempre ansioso ao ler os capítulos na espera de alguma parte que fale sobre a amizade dos três. Minha personagem preferida é a Hermione, como eu já havia lhe dito, mas acho que caso escrevesse uma Fic a estilo da sua, o personagem que mais encantaria escrever seria o Snape. Eu não sou um daqueles fãs do Snape que o consideram um grande, mas o passado dele me intriga muito e eu de vez quando me pego divagando sobre isso. O capítulo está muito bom! Gostei, particularmente, das reflexões dos personagens acerca da disponibilidade do trio para se envolver no perigo (me lembrou muito a fala da Minerva no 6° filme, somente no filme: “Porque é que toda vez que acontece alguma coisa vocês sempre estão por perto?”) e também das broncas que Tiago e Sirius dão na Hermione, mas sabemos muito bem que o episodio na cozinha não mudou em nada o pensamento dela sobre a liberdade do elfos. Enfim, muita boa sorte nessa reta final de CdF, espera que você consiga concluir a Fic tão bem como a desenvolveu até aqui. P.S: Particularmente, estou muito ansioso pelo capítulo 37 (mesmo sabendo que ainda falta tanto tempo para chegar lá), de todos os últimos capítulos dos livros da saga esse é o meu segundo favorito, sendo que o primeiro é o do EdP (mesmo sendo EdP o livro que menos gosto da saga).   P.S 2: Tem alguma outra saga ou livro que você me recomendaria ler? Acabei de ler O garoto no convés (Muito bom, aliás) e agora estou sem saber o que ler.

    2015-09-15
  • Ana Marisa Potter

    Oi desculpa de não ter comentado o cap anterior mal li o capítulo.  Nao deu para comentar mas hoje comento. Não vele a pena dizer que o capítulo está óptimo porque isso já deves saber. Adorei saber mais sabre as tradições da familia de james. Acreditas que como o Pabli disse em cima nem eu tinga descoberto que i nome era diferente do bo. E dado pela Hermione.  Adoro a tua criatividade para os detalhes são incriveis. Espero ansiosamente pelo próximo capítulo. Bjs  

    2015-09-15
  • Prado Soares

    Ei juuuuuu!!! acho que eu kind of preciso voltar a comentar :v to meio sumida, neh? sorryyyy!!! vc sab como a vida anda corrida ultimamente *u* sab q eu não percebi que o nome do fale ‘mudava‘ qnd li pela primeira vez? ASHUSAHSAHAUS vc sab como eu sou lerdinha! mas eh realmente engraçado o nome ta diferente! seus capitulos estao cada vez melhores! serio, vc ta se superandoc ada dia mais!!! to taaaaoooo feliz q voce jah ta quase acabando cdf!!! mal posso esperar!!! confesso q to louca de ansiedade pra chegar no 30!!! eh o capitulo q eu mais estou esperando desse livro <3 me pergunto como neville vai reagir!!! ai que ansiedade!!! eu acho tao foda o quanto vc presta atenção nos detalhes, tanto quantos os seus detalhes quanto nos da jk. to achando suepr fofo a lily preocupada com o harry... e eh maravilhoso como vc faz isso. simplesmente maravilhoso. nao fica over, mas tb n fica pouco. fica exatamente o quanto deveria! adorei o remo reclamando sobre o harry nao se preocupar em descobrir a pista do ovo! ele realmente demorou tempo demais!!! eu concordo com o rony da fic sobre uq o rony do livro disse (nao resisti, precisei fazer isso ficar confuso sauhsauhusahsa) - eles realmente jah tinham passado por bastante coisas, nunca duvidei da capacidade do harry de vencer o torneio - e nem levei em conta o fato dele ser protagonista, pq neh, ai perde a graça. fico imaginando o q sirius ficou fazendo o tempo todo enquanto tava foragido... com certeza n deve ter sido divertido... achei interessante o james ter comentado, eles realmente nao poderiam ajudar nessa parte, sem ouvir o som do ovo... Agora, o neville falando sobre a criciatus, caaaara, eu jah tinha visto isso por aí, imaginei que voce colocaria, pq eh simplesmente tao absurdamente WTF que voce nao resistiria! perfeito, perfeito, perfeito!!! adoro ver os marotos tao animados com as gemiliadades!!! mal posso esperar pra ver qnd eles descobrirem q os gemeos vao abrir a loja!!! to adorando a discussao jamesxmione sobre os elfos... well, james x mione dos livros UHSAUHSAUHSAHSA apesar de errado, acho bem louvavel da parte dela querer ajudar. ela soh precisava saber um pouco mais sobre eles, uq eh ainda melhor, pq eh exatamente uq ela faz! adoro qnt vc escreve coisas fora do mundinho do harry, a gina e o neville sao excelentes pra isso MESMO!!! eu morri de rir com ela dizendo q a mae fazia ela comer a cada duas horas, isso eh taaao a cara da molly USAHUSHAUHSAHSAUHSA acho o maximo as coisas ‘ineditas‘ q vc coloca na fic, tanto qnt eh da sua cabeça qnt qnd eh da jk, pq cabem tao perfeitamente! eu jamais saberia o ano da proibiçao de criaçao experimental! e essas atençao aos detalhes eh uma das coisas q torna a fic tao especial <3 o trio eh realmente ‘‘de ouro‘‘ (trocadilho pessimo, eu sei), eles jamais deixariam o hagrid sozinho! adoro quando o snape aparece! por mais q eu deteste ele, acho legal ele sair da zona de conforto dele, principalemnte qnd alguem eh ‘obrigado‘ a concordar com ele suahusauhshsa adoro essas cenas!!! achei HILARIO eles falando sobre a mione tentando desviar a atençao da rita e o harry perdendo ela num piscar de olhos UHSAUSAUHSUAHSAHUAH achei fofo os marotos preocupados com o hagrid, q bom q ela realmente n tava nem aí pros bichinhos, ela qria era saber do harry mesmo... uma pena q ela descobre o segredo dele depois disso... to adorando essa nova alice! to morrendo de orgulho dela! ela jah deu uma boa amadurecida, e isso eh tao lindo!!! achei o maximo o remo ser uq fica fazendo as melhores piadinhas! a maioria esquece q ele tb era um maroto, e isso eh tao irritante!!! achei o maximo ele dizendo q a memoria do james nao eh nada d mais! suauhsahuashusa eh extaamente uq eu disse, ele eh um maroto, porra HUSAUHSAUHSAHUHSAHUUHSA adorei a "tradiçao" dos potter quanto aos elfos, e mais ainda a implicancia do sirius quanto a mae do james e MAIS AINDA AINDA a resposta dele USAUSAUSASAHSAHSAHUAestou qrendo saber uq o monstro poderia falar sobre o sirius!!! voce precisa nos contar! USHUHSASHUSAH eu tinha esquecido q a whinky fala sobre o bagman ser malvado... me pergunto se era sobre as apostas q eu acredito q o crouch saiba ou se eh soh por causa do julgamento dele mesmo... embora eu realmente ache q bagman eh tao comensal qnt dumbledore... eu AMO essa piada com o percy USHAUAHSHSAUSAHHSAHSAHSA ele eh tao chatinho!!! suhusahauhasah prometo q vou fazer um esforcinho para vim aqui comentar mais!!! vc sab o quanto eu amo vc <3 btw, acho q esse eh meu primeiro comentario dpois q eu mudei de nick, but i dont think that i need tell you who i am SUAHAUSHUSAHSAHUSAHASUHUHSAUHSAUSHAUHSAUHSAUHASUSAHUSAHUHASHSAUHSHSA

    2015-09-14
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