A copa mundial de quadribol
– A copa mundial de quadribol.
– Finalmente! – Tiago virou-se para Harry animado – Mal posso esperar! Saber que você só assistiu a uma partida profissional com 14 anos é de matar!
– Pode ter certeza de que vamos mudar isso! – Sirius disse com um meio sorriso – E Harry vai à partidas de quadribol desde o dia que nascer!
– Não exagere! – Lily disse rindo – Talvez possam começar quando ele souber o que está acontecendo ao redor dele!
Agarrados às compras, o Sr. Weasley à frente, todos correram para a floresta seguindo o caminho iluminado pelas lanternas. Ouviam a algazarra de milhares de pessoas que se movimentavam à volta deles, gritos, gargalhadas e trechos de canções. A atmosfera de excitação febril era extremamente contagiosa; Harry não conseguia parar de sorrir. Caminharam pela floresta durante vinte minutos, conversando e brincando em voz alta até que finalmente emergiram do outro lado e se viram à sombra de um gigantesco estádio.
Embora Harry só pudesse ver partes das imensas paredes douradas que cercavam o campo, ele podia afirmar que caberiam dentro dele, com folga, umas dez catedrais.
— Tem capacidade para cem mil pessoas — disse o Sr. Weasley, vendo o ar de assombro no rosto do garoto. — Uma força-tarefa do Ministério, com quinhentas pessoas, trabalhou o ano inteiro. Há Feitiços Antitrouxas em cada centímetro. Todas as vezes que, neste ano, os trouxas se aproximavam da área, eles de repente se lembravam de compromissos urgentes e precisavam sair correndo... Deus os abençoe — acrescentou ele carinhosamente, se encaminhando para o portão mais próximo, que já estava cercado por um enxame de bruxos e bruxas aos gritos.
– Os estádios normais de quadribol são bem menores, é claro que também são cobertos de feitiços antitrouxas, mas dá muito menos trabalho para o ministério. – Tiago disse encarando Harry sorridente – Há duzias de coisas que eu queria que você soubesse.
– E você vai ensinar à ele todas elas. – Lily murmurou para que apenas Tiago escutasse antes de continuar lendo.
— Lugares de primeira! — exclamou a bruxa do Ministério ao portão, quando verificou as entradas deles. — Camarote de honra! Suba direto, Arthur, o mais alto possível.
As escadas de acesso ao estádio estavam forradas com carpetes púrpura berrante. Eles subiram com o resto da multidão, que aos poucos foi se dispersando pelas portas à direita e à esquerda que levavam às arquibancadas. O grupo do Sr. Weasley continuou subindo e finalmente chegou ao alto da escada, onde havia um pequeno camarote, armado no ponto mais alto do estádio e situado exatamente entre as duas balizas de ouro. Umas vinte cadeiras douradas e púrpura tinham sido distribuídas em duas filas, e Harry, ao entrar na primeira com os Weasley, deparou com uma cena que ele jamais imaginara ver.
– Não poderiam encontrar lugares melhores. – Tiago disse praticamente quicando no sofá de ansiedade – Nunca tive lugares tão bons! Geralmente ficamos em ótimos lugares, é claro, mas nunca no camarote de honra!
Cem mil bruxos e bruxas iam ocupando os lugares que se erguiam em vários níveis em torno do longo campo oval. Tudo estava banhado por uma misteriosa claridade dourada que parecia se irradiar do próprio estádio. Ali do alto, o campo parecia feito de veludo. De cada lado havia três aros de gol, a quinze metros de altura, do lado oposto ao que estavam, quase ao nível dos olhos de Harry, havia um gigantesco quadro-negro. Palavras douradas corriam pelo quadro sem parar como se uma gigantesca mão invisível as escrevesse e em seguida as apagasse, observando melhor, Harry viu que o quadro projetava anúncios no campo.
“Bluebottle: uma vassoura para toda a família — segura, confiável, equipada com alarme antiroubo... Removedor Mágico Multi uso da Sra. Skower. Sem dor nem cor!... Trapo Belo Moda Mágica — Londres, Paris, Hogsmeade...”
Harry desgrudou os olhos do quadro e espiou por cima do ombro para ver quem mais dividia o camarote com eles. Por ora estava vazio, exceto por uma criaturinha sentada na antepenúltima cadeira na fila logo atrás. A criatura, cujas pernas eram tão curtas que ficavam esticadas para frente sem poder dobrar, usava uma toalha de chá drapejada, presa como uma toga, e tinha o rosto escondido nas mãos. Contudo, aquelas compridas orelhas de morcego eram estranhamente familiares...
– Um elfo doméstico? – Sirius perguntou coçando a cabeça confuso – Quem mandaria um elfo doméstico para o camarote de honra?
– Talvez esteja só guardando lugar para o dono dele. – Alice deu de ombros – Bruxos ricos fazem isso, não?
– Nunca levei Monstro para uma partida de quadribol. – Sirius respondeu revirando os olhos – Nem ao menos Régulo, que é apegado a ele, faz isso.
– Eu também nunca fiz isso com Dink. – Tiago disse concordando com Sirius enfáticamente – Isso não é nem um pouco normal, até porque não tem necessidade nenhuma de guardar lugar na copa mundial, os lugares são marcados.
– Não sei então. – Alice entortou a boca – Talvez o elfo goste de quadribol?
– E quem daria um lugar no camarote de honra para um elfo doméstico? – Sirius disse rindo irônico.
– Podemos apenas continuar lendo? – Tiago disse batendo os pés no chão.
Lily riu e continuou a leitura.
— Dobby? — perguntou Harry incrédulo.
A criaturinha levantou a cabeça e entreabriu os dedos, deixando aparecer enormes olhos castanhos e um nariz do tamanho exato de um tomate. Não era Dobby, mas era, sem a menor dúvida, um elfo doméstico, como fora o amigo de Harry, Dobby. O garoto o libertara dos antigos donos, a família Malfoy.
— O senhor me chamou de Dobby? — guinchou o elfo cheio de curiosidade, por entre os dedos. Sua voz era ainda mais aguda que a de Dobby, um fiapinho trêmulo de guincho, e Harry suspeitou, embora isso fosse muito difícil dizer no caso de elfos domésticos, que este talvez fosse do sexo feminino. Rony e Hermione se viraram nas cadeiras para olhar. Embora tivessem ouvido Harry falar muito de Dobby, nunca haviam chegado a conhecê-lo. Até o Sr. Weasley se virou para trás interessado.
– Acho que papai nunca tinha visto um elfo doméstico. – Gina disse pensativa – Essa foi a primeira vez que eu vi.
– A primeira vez? – Remo perguntou risonho – Então vocês não frequentavam a cozinha… A primeira vez que vi elfos domésticos foi quando Sirius e Tiago descobriram como entrar lá, pouco depois do natal do primeiro ano, eu tinha passado por uma transformação e eles perceberam que eu não estava muito bem, eles ainda não sabiam da minha condição, então fingi que estava saindo de uma gripe…
– Tiago achou que seria uma boa ideia arrumar um pouco de sopa quente para Remo. – Sirius disse trocando um sorriso com os dois – Mas não tínhamos ideia de como chegar à cozinha.
– Então pegamos a capa e ficamos escondidos na sala comunal durante a noite. – Tiago riu – Eu sabia que elfos domésticos limpavam a torre da grifinória e sabia que eles deviam viver na cozinha, então seguimos eles…
– Mas não adiantou muito… – Remo completou – Os elfos iam de um lugar para o outro aparatando, do mesmo jeito que Dobby entrava e saia da escola no seu segundo ano...
– Então no dia seguinte, assim que encontramos um elfo doméstico na sala comunal, nós perguntamos educadamente onde ficava a cozinha e como entrar nela. – Tiago deu uma gargalhada e foi acompanhado por todos os presentes.
– Quem imaginaria que perguntar educadamente é bem mais efetivo do que seguir os elfos escondidos sob a capa. – Sirius disse entre risadas.
— Desculpe — disse Harry —, achei que você era alguém que eu conhecia.
— Mas eu também conheço Dobby, meu senhor! — guinchou o elfo. Escondia o rosto como se a luz o cegasse, embora o camarote de honra não fosse muito bem iluminado. — Meu nome é Winky, meu senhor, e o senhor... — seus grandes olhos castanho-escuros se arregalaram tanto que pareceram pratinhos de pão ao pousarem na cicatriz de Harry — o senhor com certeza é Harry Potter!
— É, sou.
— Ora, Dobby fala do senhor o tempo todo, meu senhor — disse ela baixando um tantinho as mãos e parecendo assombrada.
— Como vai ele? — perguntou Harry. — Está gostando da liberdade?
— Ah, meu senhor — disse Winky, sacudindo a cabeça —, ah, meu senhor, sem querer lhe faltar ao respeito, meu senhor, mas não tenho muita certeza se o senhor fez um favor a Dobby, meu senhor, quando deu a liberdade a ele.
– Elfos domésticos em geral consideram a libertação uma desonra completa. – Sirius disse jogando os braços para o alto – Monstro tem verdadeiros ataques de pânico quando minha mãe se irrita e ameaça ele com roupas.
– E ele acha a ideia de ganhar roupas pior do que a de ter a cabeça cortada e pendurada na parede? – Lily perguntou franzindo a testa para Sirius.
– Ele realmente anseia ir para a parede ficar junto com seus antepassados. – Sirius deu de ombros – Monstro é maluco. – concluiu.
— Por quê? — perguntou Harry, espantado. — Que é que ele tem?
— A liberdade está subindo à cabeça dele — disse Winky tristemente. — Idéias acima da condição social dele, meu senhor. Não consegue outro emprego, meu senhor.
— Por que não?
Winky baixou a voz uma oitava e sussurrou:
— Ele está exigindo pagamento pelo trabalho que faz, meu senhor.
— Pagamento? — exclamou Harry sem entender. — Ora... por que ele não deveria receber pagamento?
Winky pareceu horrorizada com a idéia e fechou os dedos um tantinho, de modo que seu rosto tornou a ficar invisível.
— Elfos domésticos não recebem pagamento, meu senhor! — disse ela num guincho abafado. — Não, não, não. Eu digo ao Dobby, eu digo, procure uma boa família e tome juízo, Dobby. Ele anda fazendo todo tipo de feitiço avançado, meu senhor, o que não fica bem para um elfo doméstico. Você fica aprontando por aí, Dobby, eu digo, e daqui a pouco eu vou saber que você teve que comparecer no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, como um duende desclassificado.
— Bem, já estava na hora de ele se divertir um pouco — falou Harry.
— Elfos domésticos não nasceram para se divertir, Harry Potter — disse Winky com firmeza, por trás das mãos. — Elfos domésticos fazem o que são mandados fazer. Eu não estou gostando nem um pouco da altura, Harry Potter... — ela olhou para a borda do camarote e engoliu em seco —... Mas meu dono me mandou para o camarote de honra e eu obedeço, meu senhor.
– Você realmente a irritou. – Frank disse rindo – Queria saber quem é o dono dela, ela obviamente está apavorada de estar lá…
– Pelo menos agora sabemos que o Dobby está se divertindo por ai. – Tiago disse com um grande sorriso – Só espero que ele arrume um bom emprego… Nunca poderia imaginar um elfo doméstico exigindo pagamento. Dink teria uma síncope se meus pais o pagassem, ele acharia uma desonra completa.
— Por que é que ele mandou você aqui, se sabe que você não gosta de alturas? — perguntou Harry franzindo a testa.
— Meu dono... Meu dono quer que eu guarde um lugar para ele, Harry Potter, ele está muito ocupado — disse Winky, inclinando a cabeça para a cadeira vazia ao lado. — Winky está querendo voltar para a barraca do dono, Harry Potter, mas Winky é bem mandada, Winky é um bom elfo doméstico.
– Continuo achando que isso não faz nenhum sentido. – Sirius franziu a testa – Por que alguém precisaria guardar lugar? Os lugares são marcados, se o lugar é dele ninguém pode tomar.
– Realmente, – Remo coçou a cabeça concordando – tem algo de estranho na história dela… Acredito que o dono tenha mandado ela ali, mas duvido muito que tenha sido para guardar lugar, ele deve ter instruído ela a não contar a ninguém o por quê…
– Mas qual seria a utilidade de ter um elfo doméstico no camarote de honra? – Severo perguntou descrente.
– Talvez o dono dela queira saber o que as pessoas falam dele quando ele não está por perto. – Tiago deu de ombros – E tenha mandado ela para escutar as conversas no camarote antes de ele chegar.
– Boa teoria. – Frank acenou para Tiago – O dono dela pode ter mandado ela para vigiar uma pessoa especifica também…
– Claro. – Remo concordou enfático – Algumas das pessoas mais importantes do mundo bruxo ficam nesse camarote, o ministro, chefes de departamento e até ministros de outros países… O dono pode estar usando ela como espiã…
Ela lançou outro olhar assustado à borda do camarote e tornou a esconder completamente os olhos. Harry se virou para os outros.
— Então isso é um elfo doméstico? — murmurou Rony. — Esquisitos, não são?
— Dobby era ainda mais esquisito — disse Harry, com veemência.
Rony tirou o onióculo e começou a testá-lo, observando a multidão embaixo, do lado oposto do estádio.
— Irado! — disse ele, girando o botão lateral para fazer a imagem voltar. – Consigo ver aquele velhote lá embaixo meter o dedo no nariz outra vez... Mais uma vez... E mais outra...
Entrementes, Hermione estava lendo superficialmente o programa que tinha borda e capa de veludo.
— Vai haver um desfile com as mascotes dos times antes da partida — leu ela em voz alta.
— Ah, a isso sempre vale a pena assistir — disse o Sr. Weasley. — Os times nacionais trazem criaturas da terra natal, sabem, para fazer farol.
O camarote foi-se enchendo gradualmente em volta deles durante a meia hora seguinte. O Sr. Weasley não parava de apertar a mão de bruxos, obviamente muito importantes. Percy levantou-se de um salto tantas vezes que até parecia que estava tentando sentar em cima de um porco-espinho.
– Mais uma prova de que o elfo pode ser um espião. – Sirius disse estreitando os olhos – Só tem pessoas importantes no camarote.
– Na verdade não. – Gina deu de ombros – Nós estávamos no camarote, e nós não temos nada de importante.
– É claro que vocês tinham algo de importante! – Tiago disse dando um tapa na própria testa – Vocês estavam com Harry! Ou vocês não se lembram do inicio do livro? Wink pode estar lá a mando de Voldemort… Ela pode estar espiando Harry…
– Não se exalte. – Lily disse soltando o livro sobre o colo e esfregando as mãos para se acalmar – Não sabemos se ela está lá para vigiar Harry, pelo que sabemos ela pode estar lá por qualquer outro motivo…
– E como Voldemort saberia que Harry estaria no camarote de honra? – Alice perguntou.
– Não sei… – Tiago hesitou – Ele poderia ter conseguido a informação com Berta… Ela trabalhava no departamento de esportes mágicos, devia saber que Bagman daria as entradas para Arthur e que o filho dele é amigo de Harry…
– Eu realmente acho que você está exagerando. – Lily disse pousando uma mão no ombro de Tiago e recebendo acenos de concordância de Remo e Sirius.
Quando Cornélio Fudge, Ministro da Magia, chegou, Percy fez uma reverência tão exagerada que seus óculos caíram e se partiram. Muito encabulado, ele os consertou com a varinha e dali em diante permaneceu sentado, lançando olhares invejosos a Harry, a quem o ministro cumprimentara como um velho amigo. Os dois já se conheciam e Fudge apertou a mão de Harry paternalmente, perguntou como ele estava e apresentou-o aos bruxos de um lado e de outro.
— Harry Potter, sabe — disse ele em voz alta ao ministro búlgaro, que usava esplêndidas vestes de veludo preto, enfeitadas com ouro, e aparentemente não entendia uma única palavra de inglês. — Harry Potter... Ah, vamos, o senhor sabe quem é... O menino que sobreviveu ao ataque de Você-Sabe-Quem... Tenho certeza de que o senhor sabe quem é...
– Que vexame! – Frank disse cobrindo o próprio rosto com uma mão – Como o ministro pode simplesmente não saber se comunicar? Fudge não teve competência nem para aprender outras línguas, como alguém pode achar que ele é um bom ministro…
– Ele é um bobalhão, não teria capacidade de ser ministro em tempos de guerra… – Neville disse concordando com o pai.
O bruxo búlgaro, de repente, viu a cicatriz de Harry e começou a algaraviar em voz alta e excitada, apontando para a marca.
— Sabia que íamos acabar chegando lá — disse Fudge, esgotado, a Harry. — Não sou grande coisa para línguas, preciso de Bartô Crouch nesses encontros. Ah, vejo que o elfo doméstico está guardando o lugar dele... Bem pensado, esses búlgaros danados têm tentado arrancar da gente os melhores lugares...
– Então é o elfo doméstico dos Crouch! – Tiago bufou exaltado – Isso derruba todas as minhas teorias...
– Ou não... – Sirius disse trocando olhares com Remo – Não tenho nada contra Crouch, mas se o pai for parecido com o filho...
– Não julgue as pessoas por suas famílias. – Tiago o repreendeu – Você é a maior prova de que nem sempre os filhos são parecidos com os pais.
– Você tem razão, talvez ele não se pareça em nada com o filho... Talvez se pareça. – Sirius deu de ombros.
— Ah, ai vem Lúcio!
Harry, Rony e Hermione se viraram depressa. Avançando vagarosamente pela segunda fila, em direção a três lugares ainda vazios, bem atrás do Sr. Weasley, vinham ninguém menos que os antigos donos de Dobby — Lúcio Malfoy, seu filho Draco e uma mulher que Harry supôs que fosse a mãe do garoto.
Harry Potter e Draco Malfoy eram inimigos desde a primeira viagem de trem para Hogwarts. Um garoto de rosto fino e cabelos muito louros, Draco se parecia muito com o pai. A mãe também era loura, alta e magra, e até seria bonita se não carregasse no rosto uma expressão que sugeria que estava sentindo um mau cheiro bem debaixo do nariz.
– Minha querida prima Narcisa. – Sirius disse com um sorriso irônico – Ela é muito bonita... Mas sempre acha que todas as pessoas ao redor dela não são boas o bastante para partilharem de seu oxigênio.
– O que é uma característica marcante da família Black... – Tiago encarou Sirius segurando a risada – Todos vocês se acham bons demais para o resto do mundo.
– Você está certo. – Sirius disse passando a mão pelos cabelos e imitando a expressão de nojo de sua prima – Sou bom demais para ficar entre meros mortais...
— Ah, Fudge — disse o Sr. Malfoy, estendendo a mão para o Ministro da Magia, ao chegar mais próximo. — Como vai? Acho que você não conhece minha mulher, Narcisa? Nem o nosso filho, Draco
— Como estão, como estão? — disse Fudge, sorrindo e se curvando para a Sra. Malfoy. — E me permitam apresentar a vocês o Sr. Oblansk ("Obalonsk, senhor"), bem, o Ministro da Magia da Bulgária, e de qualquer modo ele não consegue entender nenhuma palavra do que estou dizendo, portanto não faz diferença. E vejamos quem mais, você conhece Arthur Weasley, imagino?
Foi um momento tenso. O Sr. Weasley e o Sr. Malfoy se entreolharam e Harry se lembrou nitidamente da última vez que haviam se encontrado; fora na livraria Floreios e Borrões, e os dois tinham partido para uma briga.
Os olhos do Sr. Malfoy, frios e cinzentos, examinaram o Sr. Weasley e depois a fila em que ele estava.
— Meu Deus, Arthur — disse ele baixinho. — Que foi que você precisou vender para comprar lugares no camarote de honra? Com certeza sua casa não teria rendido tudo isso, não?
Fudge que não estava prestando atenção, comentou:
— Lúcio acabou de fazer uma generosa contribuição para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Está aqui como meu convidado.
– Diga-me com quem andas e te direi quem és. – Lily murmurou chamando a atenção de todos – É um ditado trouxa.
– Encaixa-se perfeitamente no caso. – Frank concordou enfático.
– As vezes eu penso que devia ter prestado mais atenção no que minha mãe me dizia... – Lily suspirou – Ela sempre disse que sabemos quem uma pessoa é de acordo com suas companhias...
Severo baixou os olhos constrangido, tinha certeza de que ela estava pensando em suas companhias, em todos os seus amigos de sangue-puro que não hesitavam em chamá-la de sangue-ruim.
— Que... Que bom — disse o Sr. Weasley com um sorriso muito forçado.
Os olhos do Sr. Malfoy se voltaram para Hermione, que corou de leve, mas retribuiu o seu olhar com determinação. Harry sabia exatamente o que estava fazendo os lábios do Sr. Malfoy se crisparem. Os Malfoy se orgulhavam de ter o sangue puro, em outras palavras, consideravam qualquer pessoa que descendesse de trouxas, como Hermione, gente de segunda classe. No entanto, sob o olhar do Ministro da Magia, o Sr. Malfoy não se atrevia a dizer nada. Acenou a cabeça com desdém para o Sr. Weasley e continuou a avançar em direção aos lugares vazios. Draco lançou a Harry, Rony e Hermione um olhar de desprezo, depois se sentou entre a mãe e o pai.
— Babacas nojentos — murmurou Rony, quando ele, Harry e Hermione tornaram a se virar para o campo. No momento, seguinte, Ludo Bagman adentrou o camarote de honra.
– Grandes babacas. – Sirius bufou – Às vezes sinto vergonha de ser parente deles...
– Não sinta vergonha. – Tiago disse com um meio sorriso – Você também é meu parente, e de Frank, e dos Weasley...
– Tudo tem um lado bom. – Sirius retribuiu o sorriso de Tiago – Isso e a boa aparência. – completou jogando os cabelos para trás.
— Todos prontos? — perguntou ele, o rosto redondo e excitado brilhando como um queijo holandês.
— Ministro, podemos começar?
— Quando você quiser, Ludo — disse Fudge descontraído.
Ludo puxou a varinha, apontou-a para a própria garganta, disse "Sonorus!” e então, sobrepondo-se à zoeira que agora enchia o estádio lotado falou; sua voz reboou, ecoando em cada canto das arquibancadas:
— Senhoras e senhores... bem-vindos! Bem-vindos à final da quadricentésima vigésima segunda Copa Mundial de Quadribol!
Os espectadores gritaram e bateram palmas. Milhares de bandeiras se agitaram, somando seus desafinados hinos nacionais à barulheira geral. O grande quadro-negro defronte apagou a mensagem (Feijõezinhos de todos os sabores Beto Botts — um risco cada dentada!) e passou a informar:
BULGÁRIA: ZERO
IRLANDA: ZERO
– Finalmente! – Tiago exclamou esfregando as mãos animado – Eu aposto na Irlanda. – completou estendendo a mão para Sirius.
– Não vou apostar na Bulgária. – Sirius disse ignorando a mão estendida – Eu concordo com você, um time bom sempre é melhor do que apenas um jogador bom.
– Ninguém quer apostar comigo? – Tiago perguntou encarando cada um dos presentes – Vocês não tem graça nenhuma. – disse ao desistir.
— E agora, sem mais demora, vamos apresentar... Os mascotes do time búlgaro!
O lado direito das arquibancadas, que era uma massa compacta e vermelha, berrou manifestando sua aprovação.
— Que será que eles trouxeram? — comentou o Sr. Weasley curvando-se para frente na cadeira. — Ah-ha! — Ele de repente tirou os óculos e limpou-os depressa nas vestes. —Veela!
– Veela são perigosas. – Remo disse ligeiramente apreensivo – Elas conseguem tirar qualquer coisa dos bruxos, fortunas, favores e até a vida... Homens ficam loucos tentando impressioná-las, já ouvi falar de um bruxo que se jogou de um penhasco por causa de uma veela.
– E raramente veela tem emoções... – Sirius acrescentou – Algumas podem até se apaixonar de verdade por um bruxo e se unir a ele... Mas normalmente elas apenas se aproveitam da forma que podem.
— Que são Veela?
Mas cem Veela deslizaram pelo campo e a pergunta de Harry ficou respondida. Veela eram mulheres... As mulheres mais belas que Harry já vira... Só que não eram — não podiam ser humanas.
Isto deixou Harry intrigado por alguns momentos, tentando adivinhar o que poderiam ser exatamente, que é que faria a pele dela refulgir como o luar ou os cabelos louro-prateados se abrirem em leque para trás sem haver vento... Mas então a música começou a tocar e Harry parou de se preocupar se elas seriam ou não humanas. Na realidade, parou de se preocupar com tudo.
As Veela começaram a dançar e a cabeça de Harry ficou completa e bem-aventuradamente vazia. Tudo que importava no mundo era continuar a assistir às Veela, porque se elas parassem de dançar coisas terríveis iriam acontecer...
Harry baixou os olhos completamente constrangido pensando que os marotos diriam algo, mas para a sua surpresa nenhum deles se manifestou, todos os homens da sala tinham olhares constrangidos semelhantes ao dele, enquanto as mulheres reviravam os olhos.
E enquanto as Veela dançavam cada vez mais rapidamente, pensamentos incompletos e delirantes começaram a se formar na mente atordoada de Harry.
Ele queria fazer uma coisa bem impressionante naquele momento. Atirar-se do camarote para o estádio lhe pareceu uma boa idéia... Mas seria suficiente?
– Então era isso que estava passando pela sua cabeça? – Hermione perguntou encarando Harry ligeiramente divertida.
– Espero sinceramente que você não tenha feito nenhuma loucura. – Lily suspirou pesadamente – Imagina se depois de sobreviver a Voldemort tantas vezes, você se joga do camarote para o estádio para impressionar as veela...
As orelhas de Harry ficaram vermelhas como tomates, o que retirou uma gargalhada de Lily, Alice, Hermione e Gina.
— Harry, que é que você está fazendo? — ele ouviu lá longe a voz de Hermione.
A música parou. Harry piscou os olhos. Ele estava em pé, tinha uma das pernas passada por cima da borda do camarote. Ao lado dele, Rony estava paralisado numa posição que dava a impressão de que ia saltar de um trampolim.
– Eu admito. – Rony disse corando – Tive um pensamento parecido com o do Harry...
– Não precisam ficar constrangidos. – Remo disse com um sorriso condescendente – Todos os homens fazem loucuras quando as veela dançam, essa é a magia delas, elas conseguem arrancar o que quiserem de homens...
Gritos indignados começaram a encher o estádio. A multidão não queria que as Veela se retirassem. Harry concordava, ele iria, claro, torcer pela Bulgária, e se perguntou meio vagamente porque estava usando um grande trevo verde preso ao peito. Entrementes, Rony, distraidamente, despetalava os trevos do chapéu. O Sr. Weasley, sorrindo, curvou-se para Rony e tirou o chapéu das mãos do filho.
— Você vai querer isso depois — disse ele —, depois que a Irlanda disser a que veio.
— Hum? — exclamou Rony fixando, boquiaberto, as Veela, que agora estavam enfileiradas a um lado do campo. Hermione deu um muxoxo alto. Esticou o braço e puxou Harry de volta à cadeira dele.
— Francamente! — exclamou.
— E agora — trovejou Ludo Bagman — por favor, levantem as varinhas bem alto... Para receber os mascotes do time nacional da Irlanda!
No instante seguinte, algo que lembrava um imenso cometa verde e ouro entrou velozmente no estádio. Deu uma volta completa, depois se subdividiu em dois cometas menores, que se projetavam em direção às balizas. De repente, um arco-íris atravessou o céu do campo unindo as duas esferas luminosas.
A multidão fazia "aaaaah" e "ooooh", como se presenciasse um espetáculo de fogos de artifício. Depois o arco-íris foi se dissolvendo e as esferas se aproximaram e se fundiram; tinham formado um grande trevo refulgente, que subiu em direção ao céu e ficou pairando sobre as arquibancadas.
Parecia estar deixando cair uma espécie de chuva dourada...
— Excelente! — berrou Rony, quando o trevo sobrevoou o camarote, fazendo chover pesadas moedas de ouro, que ricocheteavam nas cabeças e cadeiras.
– Leprechauns. – Remo disse categórico – Não se enganem, o ouro deles é falso, ele desaparece depois de algumas horas.
– Ouro de Leprechauns gera muitos problemas... – Tiago completou o pensamento de Remo – As pessoas o confundem com ouro de verdade, ou apenas são mal-intencionadas, e os usam para comprar coisas... Os duendes não se deixam enganar, mas os vendedores não são especialistas em ouro.
Apertando os olhos para ver melhor o trevo, Harry percebeu que na realidade ele era composto de milhares de homenzinhos barbudos de colete vermelho, cada qual carregando uma minúscula luz ouro-e-verde.
— Leprechauns! — exclamou o Sr. Weasley, fazendo-se ouvir em meio ao tumultuoso aplauso dos espectadores, muitos dos quais continuavam a disputar o ouro e a procurá-lo por todo o lado em volta e embaixo das cadeiras.
— Toma aqui, Harry — gritou Rony feliz, metendo um punhado de moedas de ouro na mão do amigo. — Pelo onióculo! Agora você vai ter que me comprar um presente de Natal, ha!
– Eu não sabia que o ouro desaparecia... – Rony disse com as orelhas vermelhas.
– Não se preocupe. – Lily sorriu para Rony com doçura – Nós sabemos que você não agiu de má-fé.
O maior dos trevos se dissolveu e os Leprechauns, que são duendes irlandeses, foram descendo no lado do campo oposto ao das Veela, e se sentaram de pernas cruzadas para assistir à partida.
— E agora, senhoras e senhores, vamos dar as boas-vindas... ao time nacional de Quadribol da Bulgária! Apresentando, por ordem de entrada... Dimitrov!
Um vulto vermelho montado em uma vassoura, que voava tão veloz que parecia um borrão, disparou pelo campo, vindo de uma entrada lá embaixo, sob o aplauso frenético dos torcedores da Bulgária.
— Ivanova!
Um segundo jogador de vermelho passou zunindo.
— Zografi Levski! Vulchanov! Volkov! Eeeeeeeee... Krum!
— É ele, é ele! — berrou Rony, acompanhando Krum com o onióculo; Harry focalizou rapidamente o dele.
Vítor Krum era magro, moreno, de pele macilenta, com um narigão adunco e sobrancelhas muito espessas e negras. Lembrava uma ave de rapina grande demais. Era difícil acreditar que tivesse apenas dezoito anos.
Rony deixou escapar mais um murmurio baixo e ininteligível, a atitude dele já estava chamando a atenção de todos.
– Rony. – Hermione sussurrou irritada – Você tem que parar com isso.
— E agora vamos saudar... O time nacional de Quadribol da Irlanda! —, berrou Bagman. — Apresentando... Connolly! Ryan! Troy! Mullet! Moran! Quigley! Eeeeeee... Lynch.
Sete borrões entraram velozes no campo; Harry girou um pequeno botão lateral no onióculo e reduziu a velocidade da imagem o suficiente para ler "Firebolt" em cada uma das vassouras, e ver os nomes, bordados em prata, nas costas dos jogadores.
— E conosco, das terras distantes do Egito, o nosso juiz, o famoso bruxo presidente da Associação Internacional de Quadribol, Hassan Mostafa!
Um bruxo miúdo e magro, completamente careca, mas com uma bigodeira que rivalizava a do tio Válter, entrou em campo trajando vestes de ouro puro para combinar com o estádio. Um apito de prata saía por baixo dos bigodes e ele sobraçava de um lado uma grande caixa de madeira e, do outro, sua vassoura.
Harry girou o botão de velocidade do seu onióculo para a posição normal, e observou com atenção Mostafa montar a vassoura e abrir a caixa com um pontapé — quatro bolas se projetaram no ar, a goles vermelha, os dois balaços pretos e (Harry o viu por um brevíssimo instante antes que ele desaparecesse de vista) o minúsculo pomo alado de ouro. Com um silvo forte e curto do apito, Mostafa saiu pelos ares acompanhando as bolas.
– Começou! – Tiago exclamou animado, chegou para a ponta do sofá e fez sinais frenéticos para Lily continuar lendo.
— COOOOOOOOOoomeçou a partida!— berrou Bagman. — É Mullet! Troy! Moran! Dimirrov! De volta a Mullet! Troy! Levski! Moran!
Era Quadribol como Harry nunca vira ninguém jogar antes. Ele apertava o onióculo com tanta força contra os olhos que seus óculos estavam começando a cortar a ponta do nariz. A velocidade dos jogadores era incrível — os artilheiros jogavam a bola um para o outro tão depressa que Bagman só tinha tempo de identificá-los.
Harry tornou a girar o botão do lado direito do onióculo para reduzir a velocidade da imagem, apertou o botão "lance a lance" e na mesma hora estava assistindo ao jogo em câmera lenta, enquanto letras púrpuras passavam brilhando pelas lentes do instrumento, e o rugido da multidão martelava seus tímpanos!
– Não é uma boa ideia. – Tiago virou-se para Harry – Se você assistir à partida em câmera lenta vai perder a emoção do jogo, e não vai ver os lances na hora em que estão acontecendo... Eu nunca vi um onióculo, deve ser novidade, mas ele deve ter um botão de replay, eu só usaria esse e apenas para rever algum lance controverso... Quadribol precisa ser assistido em tempo real e... – Tiago parou abruptamente de falar quando percebeu Lily, Remo, Sirius, Frank e Alice sacando as varinhas.
“Formação de ataque de Hawkshead” — leu ele enquanto assistia a três artilheiros irlandeses voarem juntos, Troy no meio, um pouco à frente de Mullet e Moran, e investirem contra os búlgaros. “Manobra de Ploy”, leu ele em seguida, quando Troy fingiu que ia subir com a goles, atraindo a artilheira búlgara Ivanova, e deixou cair a bola para Moran. Um dos batedores búlgaros, Volkov rebateu violentamente, com o seu pequeno bastão, um balaço que passava, derrubando-o no caminho de Moran, Moran se abaixou para evitar o balaço e soltou a goles e Levski, que voava mais abaixo, apanhou-a...
– A única coisa boa do "lance a lance" é que está te ensinando táticas muito boas... Mas isso você pode aprender em qualquer livro sobre artilheiros... – Tiago bufou e parou de falar ao ver Sirius balançando a varinha para ele ameaçadoramente.
— GOL DE TROY! —, berrou Bagman, e o estádio estremeceu com o rugido dos aplausos e vivas. — Dez a zero para a Irlanda.
— Quê? — berrou Harry nervoso, observando o campo com o onióculo. — Mas Levski é que está com a goles!
— Harry, se você não observar em velocidade normal, vai perder todos os lances! — gritou Hermione, que dançava aos pulos, agitando os braços no ar, enquanto Troy dava uma volta no campo para comemorar o gol. Harry espiou depressa por cima do onióculo e viu que os Leprechauns, que assistiam ao jogo na extremidade do campo, tinham novamente levantado vôo e formavam o grande trevo refulgente. Na outra extremidade, as Veela assistiram a essa exibição em silêncio.
Furioso consigo mesmo, Harry girou o botão de volta à velocidade normal quando o jogo recomeçou.
Harry entendia o suficiente de Quadribol para saber que os artilheiros irlandeses eram fantásticos. Deslocavam-se em harmonia, parecendo ler o que ia nas mentes uns dos outros, pela maneira com que se posicionavam, e a roseta no peito de Harry não parava de guinchar o nome deles: "Troy — Mullet — Moran!" Em dez minutos a Irlanda marcou mais duas vezes, elevando sua vantagem para trinta a zero e provocando uma onda de gritos e aplausos dos torcedores de verde.
– Eu falei! – Sirius disse encarando Tiago – Um time inteiro bom é muito mais útil do que um jogador estrela. Esse Krum pode ser ótimo, mas ele não é um artilheiro...
– E são os artilheiros que comandam o jogo! – Tiago completou sorrindo – Nada contra apanhadores... – completou virando-se para Harry com um sorriso.
A partida se tornou ainda mais rápida, porém mais brutal. Volkov e Vulchanov, os batedores búlgaros, atiravam os balaços com bastonadas fortíssimas nos artilheiros irlandeses e estavam começando a impedi-los de executar alguns dos seus melhores movimentos, duas vezes eles foram obrigados a dispersar e então, finalmente, Ivanova conseguiu passar por eles, driblar o goleiro Ryan, e marcar o primeiro gol da Bulgária.
— Dedos nos ouvidos! — berrou o Sr. Weasley, quando as Veela começaram a dançar comemorando o lance. Harry apertou os olhos também, queria manter a atenção no jogo.
– Ótima ideia! Melhor não arriscar com essas Veela! – Remo sorriu para Harry com aprovação.
– Eu não me perdoaria se não conseguisse ver o jogo! – Harry respondeu fazendo Tiago sorrir de orgulho.
Passados alguns segundos, arriscou uma espiada no campo. As Veela haviam parado de dançar e a Bulgária recuperara a posse da goles.
— Dimitrov! Levski! Dimitrov! Ivanova... Ah, essa não! —, berrou Bagman.
Cem mil bruxos e bruxas prenderam a respiração quando os dois apanhadores, Krum e Lynch, mergulharam no meio dos artilheiros, tão velozes que pareciam ter pulado sem pára-quedas de um avião.
– Ah não! – Tiago exclamou franzindo a testa – É cedo demais para acabar! É sua primeira partida profissional! Não pode acabar tão rápido...
– Se você não me deixar continuar a leitura vou te silenciar. – Lily interrompeu Tiago com um murmurio.
Harry acompanhou a descida deles com o onióculo, apurando a vista para procurar o pomo...
— Eles vão colidir! — berrou Hermione ao lado de Harry.
Hermione estava parcialmente certa — no último segundo, Vítor Krum se recuperou do mergulho e se afastou em círculos. Lynch, no entanto, bateu no chão com um baque surdo que pôde ser ouvido em todo o estádio. Um enorme gemido subiu dos lugares ocupados pelos irlandeses.
– Genial! – Tiago gritou animado chegando mais para a beirada do sofá – Foi uma finta de Wronski! Não há muitos apanhadores capazes de se recuperar bem o bastante de um mergulho para realizar essa finta... Esse Krum é realmente bom! Se o Lynch precisar de assistência médica ele vai poder procurar o pomo em paz... – Tiago parou de falar de repente colocou as mãos na garganta procurando ao redor quem o havia silenciado.
– Desculpa. – Remo disse girando a varinha entre os dedos com um meio sorriso – Foi um feitiço bem fraco, não me empenhei muito, vai passar rápido...
Tiago encarrou Remo franzindo a boca irritado, cruzou os braços sobre o peito e se jogou para trás no sofá.
— Idiota! — lamentou o Sr. Weasley. — Era uma finta de Krum!
— Tempo! —, berrou Bagman. — Os medibruxos vão entrar em campo para examinar Aidan Lynch!
— Ele está bem, só levou um encontrão! — disse Carlinhos tranqüilizando Gina, que estava pendurada por cima da lateral do camarote, horrorizada. — E isso era, naturalmente, o que Krum pretendera...
Harry apertou depressa os botões de "repetição" e de "lance por lance" no onióculo, girou o botão de velocidade e tornou a levar o onióculo aos olhos.
Tiago agitou os braços freneticamente para chamar a atenção de todos para si e começou a se comunicar com Sirius por meio de gestos e sinais.
– Ele está dizendo que ele usaria isso... – Sirius disse franzindo a testa pensativo – Não, acho que quer dizer que é para isso que ele usaria o onióculos. Em um lance controverso especifico. – Sirius completou – Não vou ficar interpretando você, Pontas.
Tiago bufou e voltou a cruzar os braços.
Ele assistiu a Krum e Lynch mergulharem outra vez em câmara lenta. “Finta de Wronski” — uma manobra perigosa dos apanhadores, leu Harry na legenda púrpura que passou pelas lentes. O garoto viu o rosto de Krum se contorcer, concentrando-se, quando o apanhador se recuperou do mergulho no último instante, ao mesmo tempo que Lynch se estatelava e compreendeu — Krum não vira pomo algum, estava só obrigando Lynch a imitá-lo. O garoto jamais vira alguém voar daquele jeito; Krum nem parecia estar usando uma vassoura, deslocatava-se com tanta facilidade pelos ares que parecia solto, sem peso.
– Você obviamente nunca se viu voando! – Gina disse com um sorriso de lado – Você voa tão bem quanto o Krum, talvez até melhor agora que tem mais experiência...
– Gina tem razão. – Rony disse enfático – Quando você voa parece que nem precisa tocar a vassoura para que ela te obedeça... E você ficou ainda melhor depois que o Sirius te deu Firebolt. A Nimbus era ótima, mas a Firebolt realmente faz jus ao seu talento.
– Será que vou ter que silenciar você, Rony? – Hermione perguntou com uma risada.
– Acho melhor pararem de falar. – Remo disse observando Tiago com pena – Ele está ficando roxo com o esforço para participar da conversa.
Tiago não estava roxo, mas estava perto disso, sua boca se mexia freneticamente sem emitir qualquer ruído e levava as mãos à garganta a cada poucos segundos como se tentasse obrigar as palavras a saírem.
Lily deu um meio sorriso para ele, e segurou sua mão com carinho tentando acalmá-lo, fazendo Snape trincar os dentes de raiva. Severo ainda não conseguia se acostumar com aquela situação e muito menos com a facilidade com que Lily tocava Tiago, e como eles pareciam simplesmente se dar bem, sem esforços.
Harry tornou a ajustar o onióculo na posição normal e focalizou Krum. O jogador voava em círculos bem acima de Lynch, que agora estava sendo reanimado pelos medibruxos com xícaras de poção. Harry focalizou o rosto de Krum ainda mais de perto e viu seus olhos negros correndo para cá e para lá por todo o campo, trinta metros abaixo. Usava o tempo em que Lynch era reanimado para procurar o pomo sem interferência.
Lynch se levantou finalmente, sob ruidosos vivas dos torcedores de verde, montou a Firebolt e deu impulso para o alto. Sua reanimação parecia ter dado à Irlanda novas esperanças. Quando Mostafa tornou a soar o apito, os artilheiros entraram em ação com uma destreza que não se comparava a nada que Harry tivesse visto até então.
Decorridos quinze minutos de velocidade e fúria, a Irlanda acumulara uma vantagem de mais dez gols. Agora liderava por cento e trinta pontos a dez e a partida estava começando a ficar mais desleal.
Quando Mullet disparou em direção às balizas mais uma vez, segurando firmemente a goles embaixo do braço, o goleiro búlgaro, Zograf, correu ao encontro da jogadora. O que aconteceu foi tão rápido que Harry não percebeu, mas subiu um grito de raiva da torcida irlandesa, e o silvo longo e agudo do apito de Mostafa informou que alguém cometera uma falta.
— E Mostafa repreende o goleiro búlgaro pelo jogo bruto, usou os cotovelos! —, informa Bagman aos espectadores que berram. — E... Confirmando, é pênalti a favor da Irlanda. — Os Leprechauns, que haviam levantado vôo, furiosos, como um enxame de marimbondos reluzentes, quando Mullet fora atingida, agora corriam a se juntar formando as palavras "HA! HA! HA!". As Veela, do lado oposto do campo, levantaram-se de um salto, sacudiram os cabelos com raiva e recomeçaram a dançar.
E como se fossem um só, os garotos Weasley e Harry enfiaram os dedos nos ouvidos, mas Hermione, que não se dera a esse trabalho, logo em seguida puxou Harry pelo braço.
– É claro que ela não se deu ao trabalho. – Remo disse sorrindo para Hermione ligeiramente orgulhoso, como se ela realmente tivesse sido sua aluna – Ela deve ter percebido que as Veela só afetam os homens.
– É claro que elas só afetam os homens, – Alice disse rindo para Lily, Gina e Hermione – mulheres são espertas demais para se deixar iludir por uma dança...
– Mas conseguem se iludir por um sorriso cheio de dentes brilhantes, não é? – Frank provocou rindo, passou o braço pelas costas de Neville e passou a mão nos cabelos de Alice com carinho.
– Mas pelo menos não nos deixamos enganar mais de uma vez... – Alice respondeu cruzando os braços sobre o peito e franzindo a boca em tom de brincadeira.
O garoto se virou para olhá-la, e ela puxou impacientemente os dedos que ele enfiara nos ouvidos.
— Olha o juiz! — disse a garota, rindo.
Harry olhou para o campo. Hassan Mostafa aterrissara bem diante das Veela dançantes, e estava agindo de modo realmente estranho. Flexionava os músculos e alisava os bigodes, muito agitado.
Todos os presentes caíram na risada.
– Não é possível! – Sirius exclamou às gargalhadas – Elas enfeitiçaram o juiz! Tenho certeza de que isso é completamente inédito!
Tiago começou a agitar os braços novamente, e voltou a fazer sinais para Sirius.
– Então, talvez não seja inédito... – Sirius disse entortando a cabeça tentando interpretar os sinais de Tiago – Parece que já aconteceu antes... Com a Bulgária mesmo...
– Acho que nós já entendemos. – Remo interrompeu as tentativas de Sirius de traduzir os gestos de Tiago – As Veela já enfeitiçaram o juiz em outro jogo... Pode continuar lendo, Lily.
Tiago bufou irritado, jogou os braços para cima em sinal de desistência e se jogou de volta no sofá.
– Estava me perguntando uma coisa. – Gina disse enquanto ria de Tiago – Como você consegue interpretar tão bem os sinais de Tiago?
– Nós temos um código... – Sirius disse cuidadoso – Quando os professores decidem nos separar ou quando temos detenções separadas... Quando não tem como nos comunicarmos usamos sinais... Mas geralmente não são coisas tão complexas assim...
– Isso com certeza explica algumas coisas. – Frank disse com uma expressão de súbita compreensão – É assim que vocês combinam como vão acordar o Remo nos finais de semana!
– Claro! – Sirius disse com um sorriso maroto – Não podemos arriscar ele estar fingindo que está dormindo e descobrir o plano do dia.
— Ora, isso não é admissível! —, disse Ludo Bagman, embora seu tom de voz fosse o de quem estava achando muita graça. — Alguém aí dê um tapa nesse juiz!
Um medibruxo entrou correndo em campo, os dedos enfiados nos ouvidos, e deu um baita chute nas canelas de Mostafa. O juiz pareceu voltar a si, Harry que observava outra vez o jogo com o onióculo, viu que Mostafa parecia extremamente constrangido e gritava com as Veela, que tinham parado de dançar e pareciam estar se rebelando.
— E a não ser que eu muito me engane, Mostafa está de fato tentando despachar as mascotes do time da Bulgária! —, comentou Bagman. — Aí está uma coisa que nunca vimos antes... Ah, isso é capaz de dar confusão...
E deu: os batedores búlgaros, Volkov e Vulchanov, pousaram ao lado de Mostafa e começaram a discutir furiosamente com o juiz, gesticulando em direção aos Leprechauns, que agora formavam alegremente as palavras "HI! HI HI!".
Tiago voltou a gesticular furiosamente, mas Sirius fingiu que não estava vendo.
– Acho que ele está tentando dizer que os jogadores não podem pisar no solo durante o jogo em hipótese alguma. – Harry disse observando Tiago com a testa franzida – Ou algo muito parecido com isso.
Tiago encarou Harry com um misto de espanto e orgulho e acenou afirmativamente com a cabeça várias vezes com um grande sorriso.
– Como você pode saber? – Sirius perguntou abismado.
– Alguns gestos eu realmente não entendi... Mas entendi jogadores, não, chão e jogo. Então interpretei o resto... – Harry respondeu dando de ombros – São gestos parecidos com os que o Wood usava nos treinos e nos jogos.
– A maioria dos sinais que usamos foram tirados do quadribol. – Sirius admitiu – Mas ainda assim é impressionante. – completou orgulhoso.
Mostafa, porém, não se deixou impressionar com a argumentação dos búlgaros, espetou o dedo indicador no ar, dizendo claramente a eles que voltassem ao ar e quando os jogadores se recusaram, ele puxou dois silvos breves no apito.
— Dois pênaltis a favor da Irlanda! —, gritou Bagman, ao que a torcida búlgara ululou de raiva. — E é melhor Volkov e Vulchanov voltarem a montar as vassouras... É isso aí... E lá vão eles... E Troy toma a goles...
A partida agora atingira um nível de ferocidade que ultrapassava tudo que os garotos já tinham visto. Os batedores dos dois lados jogavam sem piedade: principalmente Volkov e Vulchanov pareciam nem ligar se os seus bastões estavam fazendo contato com balaços ou com gente, quando os giravam violentamente no ar.
Dimitrov disparou um balaço em cima de Moran, que segurava a goles, e quase a derrubou da vassoura.
— Falta!— urraram os torcedores irlandeses em uníssono, todos de pé como uma enorme onda verde.
— Falta! —, ecoou a voz de Ludo Bagman, magicamente ampliada. —Dimitrov esfola Moran, o jogador saiu com intenção de dar um encontrão e tem que ser outro pênalti e aí vem o apito!
Os Leprechauns subiram ao ar mais uma vez e agora formaram uma gigantesca mão que fazia um gesto muito grosseiro para as Veela. Ao verem isso, elas se descontrolaram. Precipitaram-se pelo campo e começaram a atirar algo com o aspecto de bolas de fogo contra os duendes irlandeses. Observando com o onióculo, Harry viu que elas agora não estavam nem remotamente belas. Muito ao contrário, seus rostos começaram a se alongar para formar cabeças de aves com bicos afiados e cruéis e irromperam asas longas e escamosas dos seus ombros...
— E aí está, rapazes — berrou o Sr. Weasley se sobrepondo ao tumulto da multidão embaixo — está aí a razão por que vocês não devem se deixar levar só pelas aparências!
– Elas estão mostrando a verdadeira face! – Remo exclamou espantado – Isso é realmente raro, geralmente elas preferem conquistar o que querem através da beleza e não da força. Mas elas são bastante perigosas nessa forma também...
– Essa deve ser a forma como elas tratam as mulheres. – Gina riu – Mas eu prefiro elas assim, muito mais interessantes...
Bruxos do Ministério invadiam o campo para separar as Veela e os Leprechauns, mas sem muito sucesso, entrementes a batalha no campo não era nada comparada a que estava ocorrendo no ar. Harry se virava para cá e para lá, espiando pelo onióculo, pois a goles trocava de mãos com a velocidade de uma bala...
— Levski — Dimirrov — Moran — Troy — Mullet — Ivanova — Moran de novo — Moran — um GOL DE MORAN!
Mas a gritaria da torcida irlandesa mal conseguia abafar os gritos agudos das Veela, os estampidos que agora vinham das varinhas dos funcionários do Ministério e os berros furiosos dos búlgaros. A partida recomeçou imediatamente, agora Levski estava com a posse da goles, agora Dimitrov...
O batedor irlandês Quigley levantou com violência o bastão contra um balaço que passava e arremessou-o com toda a força contra Krum, que não se abaixou com suficiente rapidez. O balaço atingiu-o em cheio no rosto.
– Ai! – Sirius gemeu – Isso realmente dói! – completou recebendo acenos enfáticos de concordância de Tiago.
Ouviu-se um lamento ensurdecedor da multidão, o nariz de Krum parecia quebrado, saía sangue para todo lado, mas Hassan Mostafa não apitou. Distraíra-se e Harry não podia culpá-lo, uma das Veela atirara uma mão cheia de fogo e incendiara a cauda da vassoura do juiz.
Harry queria que alguém percebesse que Krum estava ferido, embora estivesse torcendo pela Irlanda, Krum era o jogador mais fascinante em campo.
– Mesmo torcendo para a Irlanda, – Sirius disse concordando com Harry – você queria um jogo bom, não que o apanhador fosse incapaz de representar ameaça ao outro time por causa de um ferimento! Tiago sempre diz isso.
Tiago acenou afirmativamente concordando com Sirius e deixando claro que era a sua opinião.
Rony obviamente sentia o mesmo.
— Tempo! Ah, anda, ele não pode jogar assim, olha só para ele...
— Olha o Lynch! — berrou Harry.
O apanhador irlandês repentinamente mergulhara e Harry teve certeza de que aquilo não era uma finta de Wronski, era para valer...
— Ele viu o pomo! — berrou Harry. — Ele viu! Olha lá ele correndo!
Metade da multidão parecia ter compreendido o que estava acontecendo, a torcida irlandesa se levantou como uma grande onda verde, animando o apanhador... Mas Krum voava na esteira dele. Como conseguia enxergar aonde ia, Harry não fazia idéia, gotas de sangue voavam pelo ar à sua passagem, mas ele emparelhava com Lynch agora e os dois disparavam em direção ao chão...
— Eles vão bater! — esganiçou-se Hermione.
— Não vão! — berrou Rony.
— O Lynch vai! — gritou Harry.
E tinha razão — pela segunda vez, Lynch bateu no chão com um tremendo impacto e foi imediatamente pisoteado por uma horda de Veela raivosas.
– Incrível! – Frank exclamou – O Krum é obviamente muito melhor do que o Lynch! – Tiago concordou com Frank – Como ele pode correr atrás do pomo, emparelhar com o Lynch e não bater, com o rosto cheio de sangue?
– Talento. – Hermione disse com simplicidade fazendo Rony grunhir novamente e chamando a atenção de Tiago e Sirius.
— O pomo, onde é que está o pomo? — berrou Carlinhos, mais adiante na fila.
— Ele pegou, Krum pegou, terminou o jogo! — gritou Harry.
Krum, as vestes vermelhas tintas com o sangue que escorrera do seu nariz, tornava a levantar vôo suavemente, o punho erguido lá no alto, um brilho de ouro na mão.
O placar piscou por cima da multidão:
BULGÁRIA: CENTO E SESSENTA
IRLANDA: CENTO E SETENTA
– Inacreditável! – Tiago gritou surpreendendo a si mesmo – Incrível, impossível! Sei que ele estava ferido, mas como ele pode fazer isso com o time dele! Ele não podia pegar o pomo assim, é a pior jogada que ele poderia fazer! E...
– E os gêmeos ganharam a aposta! – Sirius completou tão chocado quanto Tiago – Como eles poderiam saber? Será que eles tinham um vira-tempo...
– Não... – Gina interrompeu Sirius – Eu falei para eles que a aposta deles era absurda e que eles não deviam ter gastado as economias deles desse jeito, eles me explicaram o por quê da aposta... Eles sabem que o ego do Krum é grande demais, e verificaram as estatísticas dele e do Lynch antes de saírem de casa... E também sabiam que o time da Irlanda era muito superior ao da Bulgária. Eles concluíram que, estatisticamente, a única coisa lógica seria a Irlanda ganhar e o Krum pegar o pomo.
– Ok, então a aposta deles não foi tão absurda assim… – Tiago admitiu – Mas ainda assim não posso acreditar, não importa o ego, o apanhador não pode trair o próprio time dessa forma.
– Você diz isso por que é artilheiro… – Sirius disse com um meio sorriso irônico – Se sua única função no jogo fosse pegar o pomo e você soubesse que seu time não tinha competência o bastante para vencer, tenho certeza de que você também pegaria o pomo…
– Talvez… – Tiago suspirou resignado – Mas continuo achando que não é uma atitude digna…
Mas os torcedores não pareciam ter percebido o que acontecera. Então, lentamente, como se um grande jumbo começasse a aquecer as turbinas, o rugido da torcida da Irlanda foi se avolumando e explodiu em urros de alegria.
— VENCE A IRLANDA! —, gritou Bagman, que, como os irlandeses, parecia estar espantado com o inesperado desfecho da partida.
— KRUM CAPTURA O POMO — MAS VENCE A IRLANDA. Deus do céu, acho que nenhum de nós esperava uma coisa dessas!
– Claro que ninguém esperava! A copa mundial é importante demais, quem imaginaria que um apanhador abriria mão da vitória apenas para acabar com o jogo em seus próprios termos! – Tiago bufou jogando os braços para o alto.
– Meus irmãos imaginaram. – Gina disse com um meio sorriso satisfeito – Mas eu acredito que você também poderia prever isso se tivesse todas as informações sobre os jogadores. – Gina completou com uma piscadela.
Tiago retribuiu a piscadela de Gina e lhe deu um grande sorriso, ele realmente estava se afeiçoando à Gina.
— Para que foi que ele agarrou o pomo? — berrou Rony, ao mesmo tempo em que continuava a pular, aplaudindo com as mãos no alto. — Ele encerrou a partida quando a Irlanda estava cento e sessenta pontos à frente, o idiota!
— Ele sabia que o time não ia conseguir se recuperar — respondeu Harry aos gritos, tentando se sobrepor à zoeira geral e aplaudindo com estrépito — os artilheiros irlandeses eram bons demais... ele queria encerrar a partida nos termos dele, foi só...
— Ele foi valente, não foi? — comentou Hermione esticando-se à frente para ver Krum pousar e um enxame de medibruxos abrir caminho à força entre os Leprechauns e as Veela que brigavam para chegar ao apanhador. — Ele está pavoroso...
– Ele foi valente... – Rony murmurou entredentes – Valente... Valente seria se ele continuasse jogando e tentasse dar uma vitória para o time dele... Ele foi fraco! Foi covarde!
– Eu não acho que ele tenha sido covarde... – Remo disse hesitante, estranhando a súbita revolta de Rony – Concordo com Harry, ele queria apenas acabar com o jogo nos próprios termos, sabia que o time dele não se recuperaria...
Harry tornou a levar o onióculo aos olhos. Era difícil ver o que estava acontecendo lá embaixo, porque os Leprechauns sobrevoavam o campo, felizes e em grande velocidade, mas ele conseguiu divisar Krum, rodeado por medibruxos.
Parecia mais carrancudo que nunca e se recusava a deixar que o limpassem.
Seus colegas de time o rodeavam, sacudindo a cabeça, arrasados; um pouco adiante, os jogadores irlandeses dançavam felizes sob a chuva de ouro que seus mascotes faziam cair. Bandeiras se agitavam pelo estádio, o hino nacional irlandês tocava altíssimo por todo lado; as Veela revertiam à beleza de sempre, mas pareciam desanimadas e infelizes.
— Pom, prrigamos falentemente — disse uma voz triste atrás de Harry. Ele se virou para olhar; era o Ministro da Magia búlgaro.
— O senhor fala a nossa língua! — exclamou Fudge indignado. — E vem me obrigando a falar por mímica o dia inteiro!
— Pom, foi muito engrraçado — disse o ministro búlgaro, encolhendo os ombros.
– Achei que ele não falasse inglês! – Neville disse chocado – Ele apenas fez Fudge de bobo durante o dia todo?
– Temos que concordar que fazer o Fudge de bobo não é a coisa mais difícil do mundo, não é? – Frank concordou com Neville rindo.
– Fudge só serve para nos envergonhar. – Alice disse revirando os olhos.
— E enquanto o time irlandês dá a volta olímpica, ladeado pelos mascotes, a Taça Mundial de Quadribol está sendo levada para o camarote de honra! — berrou Bagman.
A visão de Harry foi repentinamente ofuscada por uma luz branca, o camarote de honra foi magicamente iluminado para que todos os espectadores nas arquibancadas pudessem ver o seu interior.
Apertando os olhos na direção da porta, ele viu dois bruxos ofegantes entrarem no camarote com uma imensa taça de ouro, que foi entregue a Cornélio Fudge, ainda muito aborrecido por ter passado o dia falando com as mãos à toa.
— Vamos aplaudir com vontade os galantes perdedores, Bulgária! — gritou Bagman.
E pelas escadas entraram os sete jogadores derrotados. A multidão aplaudiu manifestando o seu apreço; Harry viu milhares e milhares de lentes de onióculo faiscarem e lampejarem em sua direção.
Um a um, os búlgaros se acomodaram nas filas de cadeiras do camarote e Bagman chamou-os, nome por nome, para apertarem a mão do seu ministro e depois a de Fudge. Krum, que foi o último da fila, estava com uma aparência medonha. Seus olhos negros se destacavam espetacularmente no rosto ensangüentado. Continuava a segurar o pomo. Harry reparou que ele parecia muito menos coordenado em terra. Andava com os pés meio para fora e seus ombros eram visivelmente caídos. Mas quando o nome de Krum foi anunciado, o estádio inteiro lhe deu uma ovação de rachar os tímpanos.
– Krum vai guardar esse pomo para sempre. – Tiago disse categórico – É um pomo da final da copa mundial de quadribol, é uma verdadeira relíquia!
– Ele anda igual a um pato manco! – Rony disse maldosamente.
Depois foi a vez do time irlandês. Aldan Lynch veio amparado por Moran e Connolly; a segunda colisão parecia tê-lo atordoado e seus olhos pareciam estranhamente fora de foco. Mas ele sorriu com alegria quando Troy e Quigley ergueram a Taça no ar e a multidão embaixo fez ouvir sua aprovação. As mãos de Harry estavam insensíveis de tanto aplaudir.
Finalmente, quando o time irlandês deixou o camarote para dar mais uma volta olímpica montado nas vassouras (Aidan Lynch na garupa de Connolly, agarrado à sua cintura e ainda sorrindo abobalhado), Bagman apontou a varinha para a própria garganta e murmurou Quietus.
— Eles vão comentar isso durante anos — disse ele rouco — uma reviravolta realmente inesperada, essa... pena que não pudesse ter durado mais... ah sim... Sim, devo a vocês... Quanto?
Pois Fred e Jorge tinham acabado de saltar por cima de suas cadeiras e estavam parados diante de Ludo Bagman com enormes sorrisos no rosto, as mãos estendidas.
– Acabou o capítulo. – Lily disse fechando o livro e pousando-o sobre a mesa de centro – Acho melhor irmos dormir, estou caindo de sono.
– Nós lemos muito hoje. – Remo concordou bocejando – Acabamos o terceiro ano e começamos o quarto, se não pararmos um pouco para dormir não vamos conseguir prestar atenção no próximo capítulo.
Aos poucos, cada um deles se levantou e foi se arrumar para dormir, até que apenas Rony e Hermione restaram sentados em um dos sofás. Hermione levantou-se de repente, foi até a porta do quarto e verificou se todos estavam deitados, voltou ao sofá e deu um tapa no braço de Rony.
– O que você pensa que está fazendo? – murmurou entredentes enquanto batia nele – Você quer estragar tudo?
– O que eu fiz? – Rony perguntou confuso tentando se defender dos tapas de Mione.
– Você sabe muito bem o que fez! – Hermione continuou com os tapas – Você está grunhindo e gemendo toda vez que alguém fala do Vitor! Você está sendo infantil!
– Infantil? – Rony grunhiu – Você ainda chama ele de Vitor!
– Ele é meu amigo! – Hermione jogou os braços para cima resignada.
– Amigo? – Rony murmurou com ironia – Você não me vê me agarrando por ai com meus amigos, vê?
– Não seja idiota Ronald! Isso aconteceu há séculos, e você sabe muito bem que se você não fosse uma lesma nada disso teria acontecido.
– O que quer dizer com isso? – Rony perguntou ligeiramente confuso.
– Era só me convidar para o baile primeiro! E não como sua última opção! – Hermione suspirou, jogou-se no sofá e escondeu o rosto com os braços – Você é tão idiota, Ronald!
– Eu não sabia! – ele sussurrou com raiva de si mesmo – Eu não sabia de nada na época…
– Mas continua sendo um idiota!
– Hoje você seria minha única opção, você seria a única pessoa que eu pensaria em convidar… Porque…
– Por que? – Hermione perguntou levantando os olhos em direção a ele.
– Porque você é a pessoa mais especial que existe para mim. – Rony suspirou e colocou uma mexa de cabelo atrás da orelha dela – Porque eu não sei o que eu faria sem você.
– Eu… – ela hesitou – Eu também não sei o que faria…
– Mione… Você gostaria de namorar uma pessoa ciumenta, com a capacidade emocional de uma colher de chá, e que ainda por cima tem medo de aranhas?
– Não consigo me imaginar com qualquer outra pessoa. – ela respondeu com um meio sorriso, a briga completamente esquecida, aproximou-se dele e selaram com um beijo essa nova relação.
– Chega de ciúmes idiotas? – ela perguntou algum tempo depois.
– Se eu não tiver ataques de ciúmes idiotas não serei a pessoa que você acabou de aceitar namorar. – Rony deu de ombros – Mas vou me esforçar… Um pouco.
– Temos que dormir! – Hermione disse entre bocejos – Amanhã o dia já vai começar difícil, a gente precisa descansar… Temos que focar na missão…
– Eu sei. – Rony levantou-se e estendeu a mão para ajudá-la a se levantar – Por enquanto a missão é a coisa mais importante… Isso precisa dar certo…
Todos acordaram cansados na manhã seguinte, o dia anterior havia sido longo demais, e cheio de informações, e eles precisavam se preparar para outro. Depois que todos tomaram café da manhã entre bocejos e sentaram-se de volta em seus lugares, Harry pegou o livro e abriu no próximo capítulo.
– Capítulo IX – A marca negra.
Hey leitores mais queridos do FeB! Minha produtividade deu uma boa caida nessas duas semanas, ando completamente sem tempo para escrever por causa da minha vida pessoal. Então, por hora, vamos continuar em um capítulo a cada 15 dias. Só para garantir que vocês não vão ficar muito tempo sem capítulos.
- Larissa G. Potter: Como eu canso de repetir por aqui. Por favor, não comente me pressionando. A única coisa que esses comentários conseguem é fazer com que eu escreva menos. Se vai se dar ao trabalho de comentar, comente sobre a fic.
- Clenery Aingremont: A parte da Alice e do Neville me deu uma dorzinha no coração escrever, afinal, sabemos o por quê dele agir assim. Eu não tenho ideia do que Sr. Payne significa para directioners... Eu até tinha pensado em bruxos de outros países, mas era mais algo do tipo "Será que tem uma escola como Hogwarts no Brasil?". Por causa de todo esses ciúmes do Rony, e da Hermione quando ele namora a Lilá, que não entendo por quê algumas pessoas dizem que ela deveria ficar com o Harry, para mim, a JK deixou bem claro que a Mione e o Rony pertenciam um ao outro. Não tenho ideia de como inomináveis se tornam inomináveis... Talvez alguém do ministério observe os NOM‘s e NIEM‘s e veja as pessoas que tem habilidade para ser um inominável e abordem as pessoas secretamente... Pesquisei bastante sobre os tapetes voadores e toda a informação que encontrei foi que o ministério o classificou como objeto trouxa. Claro que algo deve ter acontecido para que essa classificação fosse dada... Mas acho que as vassouras de corrida bruxas são diferentes das vassouras de faxina trouxas, quero dizer, em formato e tudo mais. Como já disse várias vezes, eu tenho fé na humanidade, eu sempre dou uma segunda chance às pessoas, eu dei à plagiadora a chance de se desculpar e ser perdoada, ela não aceitou a chance que dei, problema é dela, eu fiz a minha parte.
- Regiane Helena: Não se desculpe pelo desabafo, afinal estamos aqui para isso mesmo, cada um de nós tem uma história com HP, os livros marcaram a vida de cada um de um jeito diferente, por isso não conseguimos desapegar, e é sempre bom encontrar outras pessoas que se sentem da mesma forma. O Neville passou muitos anos guardando os papéis de chicletes da Alice, acho que ele não conseguiu resistir. Não sei muito bem como vai ser a parte que Frank e Alice descobrem o que aconteceu com eles, mas sei que Neville vai ficar abalado, não tem como não ficar, não é?
- Luiza Snape: Espero que tenha gostado.
- MionGinnyLuna: Como disse para a Clenery, não faço nem ideia de quem seja Mr. Payne para directioners... Mas acho que sei quem é Zayn, falaram muito dele nessas últimas semanas, não é? Ele saiu por causa de ameaças de fãs para a namorada dele, ou algo do tipo?
- 1988bookworm: Eu devia responder os comentários de uma vez, assim que os recebo, para evitar a sindrome da procrastinação no dia de postar... Acho que foi a ameaça que manteve Tiago quietinho no cap anterior... Acho que os bruxos não andam muito entre os trouxas, eles sempre tem formas de chegar aos lugares sem ter que passar pelos trouxas, seja pelas lareiras ou aparatando, apesar de que os Weasley levam os filhos à estação todo ano... E acho que a maioria dos bruxos é como as mães de Sirius e Tiago, e não se sentem a vontade com roupas trouxas, preferem evitar ao máximo. A conversão de dinheiro trouxa em dinheiro bruxo te respondi no chat. Acho que se eu tivesse uma barraca de bruxos eu acamparia... Não acho que eles relacionariam a aula de "Moody" com Frank e Alice, eles ainda não sabem o que aconteceu com eles, e Alice ainda tem esperanças de Neville ter sido criado pela avó por algum outro motivo. Enfim, quando eles souberem o que aconteceu, vai ser um grande choque. Acho que de alguma forma o destino dos Longbottom foi pior que o dos Potter. Imagino como Neville sofreu ao longo dos anos estando frente a frente com a mãe e ela não o reconhecendo. Acho que Arthur realmente queria se divertir como os trouxas, afinal é a mania dele! Acho que todo mundo já sabe que ela gosta dele há algum tempo (olhos verdes como sapinhos cozidos), mas só Tiago mesmo descobriu que o sentimento é recíproco, pelo menos por enquanto. Tudo o que você falou sobre o Percy faz todo o sentido do mundo! Eu nunca tinha pensado por esse lado, em como ele resolveu se destacar sendo o filho perfeito que a mãe sempre quis, e é claro que em dado momento essa vontade de ser perfeito acabou desviando ele do caminho certo, faz todo o sentido! Você é genial! Eu vivo fazendo pesquisa infiltrada Greygrey, me surpreende que vocês nunca tenham percebido antes! Eu pensei em algo parecido... O ministério poderia ter mandado os trouxas que trabalham no acampamento em umas "férias" ou tirado eles do caminho de algum jeito, as coisas teriam sido melhores para eles. Tenho a impressão de que alguém já falou algo sobre serem sete livros para a Lily, talvez o Remo ou o Sirius, mas acho que ela não consegue evitar...
- Izabella Bella Black: Se eles deixassem o Tiago falar tudo o que ele quer sobre quadribol a fic ainda estaria no primeiro livro... Diggory conseguiu irritar todo mundo. Ah, mas o dolar, o real, a libra, todos tem o mesmo principio: 100 centavos fazem um real. O dinheiro bruxo é completamente arbitrário! E eu tenho sérios problemas com números que não são inteiros. Eu acho que eles poderiam ter mandado os Roberts e todos os outros trouxas que cuidam dos acampamentos para outro lugar durante a copa, só para eles não precisarem passar por tudo o que tiveram que passar. Acho que Neville passou muito tempo com os pais sem eles saberem quem ele era de verdade, e a única interação que ele tinha com a mãe era o papel de chiclete... Acho que ele não conseguiu resistir. Eles ás vezes não conseguem resistir, mas Hermione está certa, o que aconteceria se alguém deixasse algo importante escapar no momento errado? A Gina não consegue esconder os ciúmes e acho que em certos momentos ela nem se esforça para isso, assim como o irmão dela, afinal, todo mundo sabe que ela sempre teve uma quedinha pelo Harry... Acho que Rony deixava muito a Gina de lado, ele tinha os motivos dele, mas ele era o irmão mais próximo em idade que ela tem... Mas os gêmeos sempre estiveram do lado dela em casa. Eu não queria ver Percy morto, afinal ele precisava ser perdoado pela família, ele precisava se redimir por tudo o que fez. Não sei se você se lembra, mas Bartô Crouch fez um feitiço de memória fortissímo em Berta quando ela descobriu o segredo dele, e danificou bastante a memória dela com isso. Mesmo que alguém lembre a Lily de que há mais três livros pela frente e que Harry está ali ao lado dela, ela não conseguiria se segurar. Você faz direito?
- JonathanCarWeasley: Obrigada pelos elogios e seja muito bem-vindo, espero te ver comentando sempre! Apesar dos esforços, Gina e Harry não conseguiram esconder como se sentem em relação ao outro de Tiago, os sentimentos de Gina são bem óbvios para todos, e acho que ela nem se esforça muito em esconder, mas Harry é muito mais discreto. Sempre achei a relação de Sirius e Tiago muito mais próxima do que a dele com os outros marotos, é claro que todos eram amigos, e doeu muito nele a traição de Pedro, mas acho que para Tiago, Sirius sempre foi como um irmão, ele o acolheu em sua família quando Sirius fugiu de casa, eles sempre estiveram juntos. Seria como dizer a Harry que Rony o trairia no futuro, inimaginável, Harry nunca acreditaria que Rony o trairia. Eu me diverti muito criando a personalidade da Alice, a JK deixou a Alice antes do trauma em aberto, então eu poderia escrever sobre ela qualquer coisa que eu tivesse vontade, e achei um ponto interessante colocar ela como uma bruxa "comum" que acredita em tudo que o jornal e o ministério dizem, porque nunca teve motivos para não acreditar, e achei interessante fazer ela crescer e se tornar aquela mulher forte que enfrentou Voldemort e seus comensais. Como Harry colocou o nome de Snape no próprio filho, imaginei que o minimo que ele faria era dar uma segunda chance para ele, e fico feliz que você entenda esse lado, porque tem gente que até hoje me questiona sobre isso: "Se o Snape tem uma chance, por que o Pedro não tem?" Porque o Harry perdoou o Snape e não perdoou o Pedro, pelo menos é isso que a JK nos diz pelo epílogo! Pode deixar que não vou desistir, vou até RdM e espero que você me acompanhe até lá!
- Stehcec: Tiago quando o assunto é quadribol é sempre assim. O pobre Sr. Roberts precisava acreditar que eram estrangeiros, ou ficaria realmente maluco. O momento da Alice com o Neville foi um tanto emocional para mim, mas acho que ficou bom nesse capítulo... Eu pensava em bruxos de outros países, mas pensava mais se existia uma Hogwarts no Brasil ou algo assim. Se Tiago pudesse exibir seus conhecimentos de quabribol livremente ainda estariamos no primeiro livro! O Tiago também tem certeza de que a Gina tem ciúmes, ou você não lembra a cena que ele viu antes de dormir em uma noite dessas? Eu sempre achei muito estranho os amigos do Rony sempre estarem na Toca e os amigos da Gina nunca aparecerem. Não acho os amigos dos gemeos não aparecerem tão estranho por que eles meio que sempre foram o melhor amigo um do outro. Acho que a vassoura não é classificada como artefato trouxa por que a estética de uma vassoura de corrida é diferente de uma vassoura de limpeza... Acho que Rony fica muito constrangido, mas Harry se sente bem em dividir as coisas dele com o amigo, afinal, o amigo divide a própria família e mãe com Harry, e sinceramente, acho que Harry tem um pouco de inveja de Rony, do mesmo jeito que Rony tem inveja de Harry...
- Ariane Potter: Eu sei exatamente como é, eu vivo prometendo a mim mesma que vou responder os comentários aos poucos para não ficar enrolada na hora de postar, e sempre acabo deixando para responder tudo na hora de postar! A camisola do Arqui rendeu umas boas risadaspara mim também! Por hora só o Tiago descobriu que existe um relacionamento entre Gina e Harry, mas acho que todo mundo sabe que a Gina gosta do Harry, ela não se esforça muito para esconder, e os livros sempre deixam isso bem claro... A parte do Neville com a Alice no cap anterior foi muito emocional para mim, mas acho que se encaixou bem naquele momento. É por não querer colocar a fic em hiatus que continuo com as postagens a cada 15 dias.
- Thally Grantter: Tiago realmente ama quadribol, sempre me divirto escrevendo sobre esse vicio dele. Muito obrigada! Espero que tenha gostado!
- Day Caracas: Acho o Ludo muito engraçado, e acho que ele levou muitos balaços na cabeça e acabou nunca amadurecendo. Infelizmente não podemos deixar o Tiago falar de quadribol tanto quanto ele gostaria, ou ainda estariamos no primeiro livro. A parte da barraca ser dos Malfoy foi um estalo que deu na minha cabeça quando li sobre os pavões, mas várias coisas que eu coloco eu passo horas pesquisando no pottermore e em outros sites de HP, para colocar as informações mais precisas o possível. Alice já está amadurecendo muito, mas o choque que ela vai ter ao saber sobre o que aconteceu com ela vai ser grande demais. Hermione quer apenas o bem de todos, por enquanto eles só deixaram escapar coisas sem importância, mas se não se segurarem podem acabar deixando sair algo importante para a história, e isso pode ter consequências graves. Eu sempre achei que estava na cara Ronmione, o ciúmes dele do Krum em CdF e o dela da Lilá em EdP é muito óbvio! Eu sempre fui muito apegada ao Tiago e ao Sirius, e por isso acabo explorando muito o passado deles e a família deles, fico feliz que você goste, mas preciso focar um pouco mais nos outros personagens também...
- Arthur Lacerda: Obrigada! CdF é um livro um tanto intenso, Lily vai ficar maluca!
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Comentários (14)
Sr. Payne me lembra o Liam Payne, o de cabelos castanhos cacheados e olhos tambem castanhos, se isso ajuda! E eu sou uma ‘fã ruim‘ (Fico de fora do drama, só quero ouvir a música) então ainda estou tentando entender completamente o que aconteceu com o Zayn (Só sei que chorei horrores com a saída dele, pode me julgar) mas é, ele deu o que falar... Sobre o capítulo, ameeeeeei muito mesmo! Finalmente silenciaram o Tiago, tava precisando mesmo! Ô menino que fala pelos cotovelos! Mas continua sendo meu marotinho! E adorei ver o Aluado mais solto e leve, kkkk. Beijos e até o próximo, continue sendo essa autora fantástica-gata-meiga-linda-diva-querida!
2015-04-13OLÁ JUH MARAVILHOSO CAPITULO ADORO QUADRIBOL,JÁ ME IMAGINEI NUMA VASSOURA INUMERAS VEZES.DEVE SER UM MAXIMO.ADOREI O TIAGO SUPER EMPOLGADO ELE E SUPEER DIVERTIDO.E SNAPE VESTINDO A CARAPULÇA QUANDO OUVE O COMENTARIO DE LILY BEM FEITO QUEM SABE NAO COMEÇA A REPENSAR EM SUAS ATITUDES.ADOREI MUITO ESSA PARTE DE VOCE FEZ DO RONY E HERMIONE,ELE E SEU ETERNO CIUME DE KRUM E COMO SEMPRE DEMORANDO PRA ASSUMIR QUE SEMPRE FOI LOUCO POR HERMIONE LINDO.AMEI BJS REGANE
2015-04-13Comentando já pq se não acabo perdendo o prazo ;)sobre hipotese da winky ser espiã, achei mto boa! na hora nem prestei muita atenção nisso, acreditei mesmo que ela tava guardando lugar e me fixei mais na conversa sobre o Dobby, além disso não parei pra pensar em lugares marcados e o próprio Fudge achou boa idéia então simplesmente deixei pra lá... sobre o fato de os marotos term um plano do dia pra acordar o Remo: GENIAL, posso até imaginar eles jogando água, usando levicorpus, usando buzinas ou algo do gênero, cócegas, colocanco bichos em cima dele... nossa muita arotice mesmo!!! Adorei!Pobre Tiago silenciado... mas achei mesmo que seria inevitável e nhaai foi tão foofo o harry adivinhando o código! O rony com ciúmes é realmente hilário *ele anda igual a um pato manco...mimimi* Sobre a DR Romione: Melhor pedido de namoro de todos os tempos!!!**O comentário de hj foi mais curto e práticamete só sobre as partes que vc escreveu pq o capítulo era um jogo de quadribol, e bem, eu acho o quadribol importantíssimo pra hitória e totalmente adoraria voar em uma vassoura, mas minha reação sobre o jogo em si é a mesma que eu tenho em um jogo de futebol: bleh... hahahahaha acho que já comentei sobre isso anteriormente...Jubs, capítulo belíssimo!! e eu totalmente AMO Romione, principalmente com o Rony sendo Rony!!! :P
2015-04-13Hey! Primeira a comentar!Já leio a sua Fic há um ano, mas vou comentar pela primeira vez (perdoe-me por issso).Eu amo completamente, de toda paixão, a sua Fic, pois, ela de fato é a melhor entre as "Lendo HP". Este capítulo está ótimo, como todos os outros, estou ansiosa pelo proximo, porque "A Marca Negra" é um dos meus capítulo preferidos de CdF (motivo: Harry, Ron e Hermione em frente ao perigo juntos. Eu amo esse Trio!).Se tiver um tempinho, passe nas minhas Fics para dar uma olhada. Não são tão boas como a sua, mas dão pro gasto. KKKKKKBeijos!
2015-04-13