Bagman e Crouch
– Bagman e Crouch.
– Você vai conhecer Ludo Bagman! – Tiago encarou Harry animado – É uma pena que você nem ao menos conhece a história dele… Mas isso não importa! Quadribol profissional!
– Não pense que é por que você está lendo que não vamos te silenciar se você se empolgar demais! – Lily disse rindo – Eu não me importo nem um pouco de ler no seu lugar.
– Vocês não vão me silenciar! – Tiago bufou – Seria muito injusto.
– Então controle-se. – Sirius riu.
Harry se desvencilhou de Rony e se levantou. Tinham chegado, pelo que parecia, a um trecho deserto de uma charneca imersa em névoa. Diante deles havia dois bruxos cansados, com cara de rabugentos, um dos quais segurava um grande relógio de ouro, e o outro, um grosso rolo de pergaminho e uma pena.
Ambos estavam vestidos como trouxas, embora sem muita habilidade; o homem do relógio usava um terno de tweed com botas de borracha até as coxas, o colega, um saiote escocês e um poncho.
– Foi isso que me deu ainda mais certeza de que o Sr. Weasley estava muito bem vestido! – Hermione disse rindo.
– E esses nem foram os trajes mais ridículos que vimos! – Rony gargalhou – Ou você vai dizer que não posso falar isso também?
Hermione revirou os olhos, mas não disse nada.
— Bom-dia, Basílio — cumprimentou o Sr. Weasley, apanhando a bota que os transportara e entregando-a ao bruxo de saiote, que a atirou em uma grande caixa de chaves de portal usadas, a um lado. Harry viu, entre elas, um jornal velho, latas de bebidas vazias e uma bola de futebol furada.
— Olá, Arthur — disse Basílio em tom entediado. — Não está de serviço não, é? Tem gente que se dá bem... Estivemos aqui a noite toda... É melhor você desimpedir o caminho, temos um grupo grande chegando da Floresta Negra às cinco e quinze. Espere um pouco, me deixe ver onde é que você vai ficar...
— Weasley... Weasley... — Ele consultou a lista no pergaminho. — A uns quatrocentos metros para aquele lado, primeiro acampamento que você encontrar. O gerente é o Sr. Roberts. Diggory... Segundo acampamento... Pergunte pelo Sr. Payne.
– Pelo menos vocês não vão ficar no mesmo acampamento que o Diggory! – Sirius disse com alivio – Não acho que eu conseguiria ouvir muito mais o cara falando de como Harry caiu da vassoura e o filho dele é maravilhoso…
— Obrigado, Basílio — disse o Sr. Weasley e fez sinal para todos o acompanharem. Eles saíram pela charneca deserta, incapazes de distinguir muita coisa através da névoa. Passados uns vinte minutos, avistaram uma casinha de pedra ao lado de um portão. Mais além, Harry pôde distinguir mal e mal as formas fantasmagóricas de centenas de barracas, montadas na ondulação suave de um grande campo, no rumo de uma floresta escura no horizonte. Eles se despediram dos Diggory e se aproximaram da casa.
Havia um homem parado à porta, contemplando as barracas. Harry soube só de olhar que aquele era o único trouxa legítimo numa área de muitos hectares.
– O que quer dizer com isso? – Lily perguntou franzindo a testa.
– Ele estava vestido normalmente, – Harry deu de ombros – e parecia um bocado confuso e desconfiado…
– O estatuto do sigilo já estaria quebrado há séculos se não tivessemos feitiços de memória. – Tiago revirou os olhos – Os bruxos são uma negação em manter o anonimato.
Quando o trouxa ouviu os passos do grupo, virou a cabeça para olhá-los.
— Bom dia! — cumprimentou o Sr. Weasley animado.
— Bom dia — disse o trouxa.
— O senhor seria o Sr. Roberts?
— É, seria — respondeu o Sr. Roberts. — E quem é o senhor?
— Weasley, duas barracas reservadas há uns dois dias?
— Certo — confirmou o Sr. Roberts, consultando uma lista pregada à porta. — O lugar é lá perto da floresta. Só uma noite?
— Isso — respondeu o Sr. Weasley.
— O senhor vai pagar agora, então? — perguntou o Sr. Roberts.
— Ah... Certo... É claro. — O Sr. Weasley se afastou um pouco da casa e fez sinal a Harry para acompanhá-lo. — Me ajude, Harry — murmurou, puxando do bolso um rolinho de dinheiro de trouxa e começando a separar as notas. — Esta aqui é de... De... De dez? Ah é, vejo agora que tem um numero... Então esta é de cinco?
— De vinte — corrigiu-o Harry falando baixo, incomodamente consciente de que o Sr. Roberts estava tentando ouvir cada palavra que diziam.
— Ah é, é mesmo... Não sei, esses pedacinhos de papel...
– Concordo com o Sr. Weasley… – Frank disse coçando a cabeça confuso – O dinheiro trouxa é estranho…
– Não entendo o que vocês veem de tão estranho. – Lily revirou os olhos – O valor está escrito na nota, não é tão difícil… O dinheiro bruxo é estranho… Quero dizer, qual o problema dos bruxos com números inteiros? Demorei muito para decorar que 29 nuques formam um sicle e 17 sicles fazem um galeão. O dinheiro trouxa é bem mais simples, 100 pence fazem uma libra e ponto final.
– Continuo achando o dinheiro bruxo mais simples. – Frank deu de ombros.
— É estrangeiro? — perguntou o Sr. Roberts, quando o Sr. Weasley voltou com o dinheiro certo.
— Estrangeiro? — repetiu o bruxo, intrigado.
— O senhor não é o primeiro que se atrapalha com o dinheiro — disse o gerente, observando o Sr. Weasley atentamente. — Tive dois querendo me pagar com grandes moedas de ouro do tamanho de calotas de automóvel faz uns dez minutos.
– Pobre homem! – Sirius disse sem conseguir conter a risada – Pelo menos ele acha que são todos estrangeiros…
— Sério? — disse o Sr. Weasley nervoso.
O Sr. Roberts vasculhou uma lata à procura de troco.
— Nunca esteve tão cheio — disse ele de repente, voltando outra vez o olhar para o campo enevoado. — Centenas de reservas. As pessoas em geral aparecem sem aviso...
— Verdade? — exclamou o Sr. Weasley, a mão estendida à espera do troco, mas o Sr. Roberts não lhe deu nenhum.
— É — disse pensativo. — Gente de toda parte. Montes de estrangeiros. E não são só estrangeiros. Gente esquisita, sabe? Tem um sujeito andando por aí de saiote e poncho.
— E não devia? — perguntou o Sr. Weasley ansioso.
— Parece que é uma espécie de... Uma espécie de convenção — comentou o Sr. Roberts. — Parece que todos se conhecem. Como numa grande festa.
Naquele momento, um bruxo de bermudão largo materializou-se do nada ao lado da porta da casa do Sr. Roberts.
— Obliviate! — disse ele bruscamente, apontando a varinha para o Sr. Roberts.
– Ele estava perto demais da verdade… – Frank disse ligeiramente assustado – As pessoas tem que tomar mais cuidado com a forma como se comportam perto dos trouxas…
– Todo mundo alegre com a copa mundial, alguns já deviam estar bêbados… É bem difícil controlar todo mundo… – Tiago suspirou – Só fico com pena do Roberts… Esse não deve ser o primeiro feitiço obliviador dele…
– A copa mundial é sempre assim? – Lily perguntou curiosa – Quero dizer, em um acampamento trouxa?
– Nem sempre, – Tiago deu de ombros – depende do lugar que o ministério consegue arranjar. Na Alemanha os jogos foram em uma floresta, bem longe de qualquer lugar povoado.
Instantaneamente os olhos do Sr. Roberts saíram de foco, suas sobrancelhas se desfranziram e um olhar de vaga despreocupação cobriu o seu rosto. Harry reconheceu os sintomas de alguém que acabara de ter a memória alterada.
— Um mapa do acampamento para o senhor — disse o homem, placidamente, ao Sr. Weasley. — E o seu troco.
— Muito obrigado.
O bruxo de bermudão acompanhou o grupo em direção ao portão do acampamento. Parecia exausto; a barba por fazer azulava seu queixo e havia olheiras roxas sob seus olhos. Uma vez longe do raio de audição do gerente, ele murmurou para o Sr. Weasley.
— Estou tendo um bocado de problemas com ele. Precisa de um Feitiço de Memória dez vezes por dia para ficar feliz. E Ludo Bagman não está ajudando. Anda por aí falando em balaços e goles a plenos pulmões, sem a menor preocupação com a segurança. Pombas, vou gostar quando isso terminar. Vejo você mais tarde, Arthur.
E desaparatou.
– Isso é estranho, não é? – Alice perguntou coçando o queixo – Bagman não é do ministério?
– Me parece que ele não se esforça muito para manter a segurança. – Sirius deu de ombros – Ele era jogador de quadribol, deve preferir se divertir nos jogos a manter a segurança.
— Pensei que o Sr. Bagman fosse chefe de Jogos e Esportes Mágicos — disse Gina parecendo surpresa. — Devia ter mais juízo e parar de falar de balaços perto de trouxas, não devia?
— Devia — concordou o Sr. Weasley, sorrindo e passando com os garotos pelo portão do acampamento —, mas Ludo sempre foi um pouco... Bem... Displicente com a segurança. Mas não se poderia desejar um chefe mais entusiasta para o Departamento de Esportes. Ele jogou Quadribol pela Inglaterra, sabem. E foi o melhor batedor do Wimbourne Wasps que o time já teve.
O grupo avançou lentamente pelo campo entre longas fileiras de barracas.
A maioria parecia quase normal, os donos tinham visivelmente tentado o possível para fazê-las parecer equipamento de trouxas, embora tivessem cometido alguns deslizes ao acrescentarem chaminés ou cordões de sinetas ou cata-ventos.
Porém, aqui e ali, havia uma barraca tão obviamente mágica que Harry não se surpreendia que o Sr. Roberts estivesse desconfiado. Lá para o meio do campo, havia uma extravagante produção de seda listrada como um palácio em miniatura, com vários pavões vivos amarrados à entrada.
– Pavões? – Sirius franziu a testa para Tiago que apenas acenou afirmativamente – Minha priminha Narcisa e o marido devem ser os donos dessa barraca.
– Por que diz isso? – Neville perguntou curioso.
– No noivado da minha prima com Lucius eu descobri que os Malfoy são um pouco obcecados por pavões… – Sirius deu de ombros – Ou algo do tipo. Eles tem meia duzia de pavões circulando pelos jardins.
– E um palácio em miniatura é a cara dos Malfoy. – Remo concordou.
Um pouco adiante, eles passaram por uma barraca que tinha três andares e várias torrinhas e, mais além, havia uma outra com um jardim anexo, completo, com banho para passarinhos, relógio de sol e fonte.
— Sempre os mesmos — comentou o Sr. Weasley sorrindo —, não conseguimos deixar de nos exibir quando nos reunimos. Ah, lá está, olhem, aquela é a nossa.
Tinham alcançado a orla da floresta no alto do campo, e ali havia uma área livre com um pequeno letreiro enfiado no chão em que se lia "Weezly".
– E é claro que o Sr. Roberts errou o nosso nome. – Gina riu ligeiramente – Mas ele não tem culpa, não é? Com a quantidade de feitiços obliviadores que ele levou temos que ficar satisfeitos dele lembrar o próprio nome…
— Não podíamos ter ganhado um lugar melhor! — exclamou o Sr. Weasley feliz. — O campo preparado para as partidas é logo do outro lado da floresta, estamos o mais perto que poderíamos estar. — Ele descarregou a mochila dos ombros. — Certo — disse excitado —, rigorosamente falando, nada de mágicas, não quando estamos no mundo dos trouxas em tão grande número. Vamos armar estas barracas à mão! Não deve ser muito difícil... Os trouxas fazem isso o tempo todo... Tome, Harry, por onde você acha que devo começar?
– Papai acha que Harry e Hermione são especialistas em qualquer coisa relacionada a trouxas. – Rony gargalhou.
Harry nunca acampara na vida, os Dursley nunca o haviam levado em férias, preferindo deixá-lo com a Sra. Figg, uma velha vizinha. No entanto, ele e Hermione descobriram como distribuir os paus e as estacas, e embora o Sr. Weasley atrapalhasse mais do que ajudasse, porque ficara excitadíssimo quando precisaram usar o martelo, eles finalmente conseguiram erguer duas barracas modestas para duas pessoas cada.
– Depois de ver todas essas barracas bruxas, – Remo sorriu para Harry – você ainda pensou que as barracas eram para apenas duas pessoas?
– Eu não sabia muito sobre o mundo bruxo… – Harry bufou.
– E nem tinha como saber. – Lily cruzou os braços e defendeu o filho – Ele nunca esteve em um acampamento bruxo!
Todos se afastaram para admirar a habilidade manual deles. Ninguém que visse aquelas barracas teria adivinhado que pertenciam a bruxos, pensou Harry, mas o problema era que quando Gui, Carlinhos e Percy chegassem, eles formariam um grupo de dez pessoas. Hermione parecia ter identificado esse problema também, lançou a Harry um olhar cômico quando o Sr. Weasley ficou de quatro e entrou na primeira barraca.
– Eu confesso! – Hermione deixou uma risada escapar pelo nariz – Eu também pensei que as barracas eram para duas pessoas cada…
– Vocês tinham tanto a aprender! – Alice sorriu com afeição – E você Neville? – completou virando-se para ele – Você estava na Copa Mundial?
– Acho que não tem problema responder. – Hermione deu de ombros.
– É claro que ele não estava – Frank interrompeu antes que Neville tivesse oportunidade de responder – Duvido muito que minha mãe tenha ido! Ela sempre diz que as entradas são caras demais!
– Está certo. – Neville suspirou resignado – O único lugar onde eu podia realmente assistir quadribol era em Hogwarts.
– E nós ainda não sabemos o por que disso tudo. – Alice suspirou – Só queria entender, por que nós não te criamos? Estamos mortos? Tantas perguntas… – Alice completou roendo as unhas.
– Serão respondidas. – Neville disse pegando um chiclete no bolso e passando para ela.
Alice sorriu ao pegar o chiclete, ver que o filho conhecia uma de suas manias a tranquilizou um pouco, talvez ele a conhecesse afinal de contas, ela pensou enquanto desembrulhava o chiclete e não percebeu quando Neville estendeu a mão para ela automaticamente, pegou o embrulho do chiclete, e guardou no bolso.
— Vamos ficar meio apertados — comentou ele —, mas acho que vai dar para nos espremermos. Venham dar uma olhada.
Harry se abaixou, passou por baixo da aba de entrada e sentiu o queixo cair. Entrara em uma barraca que parecia um apartamento antigo de três quartos, completo, com banheiro e cozinha. E o que era curioso, estava mobiliado no mesmíssimo estilo que o da Sra. Figg; havia capas de crochê nas poltronas sem par e um forte cheiro de gatos.
— Bom, não é para muito tempo — disse o Sr. Weasley, secando a careca com um lenço e espiando as quatro camas beliches que havia no quarto. — Pedi a barraca emprestada ao Perkins, lá do escritório. Ele não acampa muito atualmente, coitado, está com lumbago.
O Sr. Weasley apanhou uma chaleira empoeirada e espiou dentro.
— Vamos precisar de água...
— Tem uma torneira assinalada no mapa que o trouxa nos deu — disse Rony, que seguira Harry para dentro da barraca e parecia completamente indiferente a essas extraordinárias proporções internas. — Fica do outro lado do campo.
– É claro que eu estava indiferente! – Rony riu – Todas as barracas em que entrei na vida tinham aquelas proporções!
– Como quando papai costumava nos levar para acampar enquanto Gui, Carlinhos e Percy estavam em Hogwarts. – Gina sorriu com a lembrança.
— Bom, então por que você, Harry e Hermione não vão apanhar um pouco de água... — o bruxo entregou aos garotos a chaleira e duas caçarolas —... E nós vamos apanhar lenha para fazer uma fogueira.
— Mas temos um forno — lembrou Rony —, por que não podemos...?
— Rony, segurança antitrouxa! — disse o Sr. Weasley, o rosto brilhando de expectativa. — Quando os trouxas de verdade acampam, eles cozinham em fogueiras ao ar livre, já os vi fazendo isso!
– As intenções do seu pai são honráveis. – Remo disse com um meio sorriso para Gina e Rony – Mas com barracas que parecem palacetes e pessoas que aparecem de repente, não acho que cozinhar do lado de dentro vai atrair muita atenção…
Depois de uma rápida visita à barraca das garotas, que era ligeiramente menor do que a deles, embora sem o cheiro de gato, Harry, Rony e Hermione atravessaram o acampamento levando as vasilhas.
Agora, com o sol de fora e a névoa se dissipando, eles puderam ver a cidade de lona que se estendia para todas as direções. Caminharam lentamente entre as fileiras de barracas, espiando tudo com interesse. Harry estava começando a se indagar quantos bruxos e bruxas devia haver no mundo; ele nunca pensara realmente nos bruxos de outros países.
– É, eu sei como isso é idiota. – Harry bufou em resposta aos olhares que recebeu de Remo e Sirius.
Seus companheiros de acampamento iam acordando aos poucos. Os primeiros a dar sinal de vida foram às famílias com crianças pequenas, Harry nunca vira bruxos tão pequenos antes. Um pirralhinho, que não tinha mais de dois anos, estava agachado do lado de fora de uma barraca em forma de pirâmide, empunhando uma varinha com a qual cutucava, feliz, um caramujo na grama, que ia ganhando lentamente o tamanho de um salame. Quando se emparelharam com ele, a mãe saiu correndo da barraca.
— Quantas vezes tenho de dizer, Kevin? Não pode... Mexer... Na... Varinha... do papai, putz!
Ela pisou no enorme caramujo, estourando-o. A bronca acompanhou os garotos pelo ar parado, se misturando aos gritos do garotinho:
— Você acabou caramujo! Você acabou caramujo!
Um pouco mais adiante, eles viram duas bruxinhas, pouco mais velhas do que Kevin, cavalgando vassouras de brinquedo que se elevavam o suficiente para os dedos dos pés das meninas rasparem a grama orvalhada. Um bruxo do Ministério já as vira; quando passou correndo por Harry, Rony e Hermione, murmurava agitado:
— Em plena luz do dia! Os pais devem estar cochilando, suponho...
– E o seu pai achando que cozinhar no fogão da barraca é um problema! – Frank riu – Sério, com a quantidade de magia correndo solta por esse acampamento, não me surpreende o pobre Roberts estar tão desconfiado!
– Eu tinha uma vassoura exatamente como essas… – Tiago sorriu consigo mesmo saudoso.
– Eu também… – Harry disse sem pensar chamando a atenção de Tiago e Lily instantaneamente.
– Harry! – Hermione exclamou exasperada – Você não devia falar isso!
– Mas você só pode ter tido uma dessas antes de morar com os Dursley! – Tiago disse animado – Enquanto morava com a gente…
– E como você pode saber disso? Você tinha só um ano… – Alice perguntou hesitante.
– O Sirius deve ter contado a ele… – Lily deu de ombros enquanto cutucava Tiago para que ele continuasse lendo.
Aqui e ali bruxos e bruxas adultos saíam das barracas e começavam a preparar o café da manhã. Alguns, lançando olhares furtivos para os lados, conjuravam fogueiras com as varinhas, outros acendiam fósforos com ar de dúvida, como se tivessem certeza de que aquilo não ia funcionar. Três bruxos africanos conversavam sentados, trajando longas vestes brancas, enquanto assavam uma carne que parecia coelho sobre uma fogueira púrpura berrante, um grupo de bruxas americanas de meia-idade fofocava alegremente sob a bandeira estrelada que elas haviam estendido entre as barracas, na qual se lia Instituto das Bruxas de Salem.
– É a escola de magia americana... – Sirius disse com um meio sorriso – Mas é só para mulheres, os bruxos vão para uma outra escola… Quem iria querer ir a uma escola só para garotos?
– E como você sabe disso? – Gina perguntou curiosa.
– Conheci uma garota de lá, a família dela fazia negócios com a minha família… – Sirius deu de ombros – Ela passou um verão aqui alguns anos atrás… Até me correspondi com ela por algum tempo, mas depois perdemos contato.
Harry captava fragmentos de conversas em línguas estranhas que saíam das barracas pelas quais passavam, e embora não conseguisse entender uma única palavra, o tom das vozes era de excitação.
— Hum... São os meus olhos ou tudo ficou verde? — perguntou Rony.
Não eram os olhos de Rony. Os garotos tinham entrado em uma área em que as barracas estavam cobertas por uma camada de trevos, dando a impressão de que morros de formas estranhas haviam brotado da terra. Viam-se rostos sorridentes nas barracas com a aba da entrada erguida. Então, às costas, os garotos ouviram alguém gritar seus nomes.
— Harry! Rony! Hermione!
Era Simas Finnigan, um colega quartanista da Grifinória. Estava sentado diante de uma barraca coberta de trevos, em companhia de uma mulher de cabelos louro-claros que só podia ser sua mãe e com Dino Thomas, também da Grifinória.
— Gostaram da decoração? — perguntou Simas sorrindo, quando Harry, Rony e Hermione se aproximaram para cumprimentá-los. — O Ministério não está nada feliz.
– É claro que o ministério não está nada feliz! – Remo disse com uma meia gargalhada – Tem trevos brotando nas barracas irlandesas no meio de um acampamento trouxa!
– Irlandeses são loucos. – Alice disse rindo.
— E por que não deveríamos mostrar nossas cores? — perguntou a Sra. Finnigan. — Vocês deviam ver o que os búlgaros penduraram nas barracas deles. Vocês vão torcer pela Irlanda, naturalmente? — acrescentou ela fixando Harry, Rony e Hermione com insistência.
Depois de terem tranqüilizado a senhora de que realmente iam torcer pela Irlanda, os garotos seguiram caminho, embora Rony tivesse comentado:
— Como se a gente fosse dizer que não ia, com aquela turma em volta.
— Que será que os búlgaros penduraram nas barracas? — indagou Hermione.
— Vamos dar uma olhada — disse Harry, apontando para uma grande área de barracas mais adiante, onde a bandeira da Bulgária, vermelha, verde e branca, tremulava a brisa.
As barracas não estavam enfeitadas com plantas, mas cada uma exibia o mesmo pôster, um pôster com um rosto muito carrancudo com grossas sobrancelhas negras. A foto, é claro, se mexia, mas apenas para piscar os olhos e franzir a testa.
– Se eu fosse do ministério me preocuparia mais com fotos se mexendo do que com plantas. – Gina apontou o óbvio – Quero dizer, os trouxas devem ter um jeito de colocar trevos nas barracas… Não é?
– Acho que sim. – Hermione franziu a testa – Se fossem de trouxas poderiam ser plantas artificiais...
— Krum — disse Rony em voz baixa.
— Quê? — perguntou Hermione.
— Krum! — repetiu Rony — Vítor Krum, o apanhador búlgaro!
— Ele parece bem rabugento — comentou Hermione, olhando para os muitos Krums que piscavam e franziam a testa para eles.
— Bem rabugento? — Rony olhou para o céu. — Quem se importa com a cara dele? Ele é incrível! E é bem moço, também. Tem uns dezoito anos, por aí. É um gênio, espere até ver hoje à noite.
Rony emitiu um grunhido inindentificável que chamou a atenção de todos. Hermione revirou os olhos para ele e fez sinal para que Tiago voltasse a ler.
Já havia uma pequena fila à torneira no canto do acampamento. Harry e Rony entraram logo atrás de dois homens que discutiam acaloradamente. Um deles era um bruxo muito velho que usava uma longa camisola florida. O outro era visivelmente um bruxo do Ministério, este segurava calças listradas e quase chorava de exasperação.
— Vista as calças, Arquibaldo, seja bonzinho, você não pode andar por aí vestido assim, o trouxa no portão já está ficando desconfiado...
— Comprei isso numa loja de trouxas — defendeu-se o velho bruxo, teimando. — Os trouxas usam isso.
— Mulheres trouxas usam isso, Arqui, não os homens, eles usam isto aqui — disse o bruxo do Ministério mostrando as calças listradas.
— Não vou vestir isso — retrucou o velho bruxo indignado. — Gosto de sentir uma brisa saudável nas minhas partes, obrigado.
– É isso ai Arqui! – Sirius disse em meio às gargalhadas de todos – Você merece sentir a brisa nas suas partes! Todos merecemos!
Hermione foi tomada por um tal acesso de riso, nessa hora, que precisou sair da fila e só voltou depois que Arquibaldo tinha se abastecido de água e fora embora.
Caminhando mais devagar agora, por causa do peso da água, os garotos tornaram a atravessar o acampamento. Aqui e ali, eles viam rostos mais familiares: outros alunos de Hogwarts com as famílias.
Olívio Wood, o ex-capitão de Quadribol do time de Harry, que terminara os estudos em Hogwarts, arrastou o garoto até a barraca dos pais para apresentá-lo, e lhe contou cheio de excitação que acabara de entrar para o time de reserva do Puddlemere United.
– Que ótimo para o Wood! – Tiago exclamou animado – O Puddlemere United é um bom time, o mais antigo da liga inglesa… Se não me engano é o time que detinha o recorde britânico pela captura de pomo mais rápida, mas o recorde foi batido pelo Plumpton… – Tiago parou de falar e revirou os olhos ao ver um grande número de varinha ser retirada dos bolsos.
Depois os garotos foram saudados por Ernesto Macmillan, um quartanista da Lufa-Lufa, e, mais adiante, viram Cho Chang, uma garota muito bonita que jogava como apanhadora no time da Corvinal.
– Muito bonita? – Gina revirou os olhos impaciente – A garota tem cara de pato! Além de ser a pior apanhadora da época, e isso inclui o inútil do Malfoy!
– Acho que alguém aqui tem problemas com ciúmes. – Tiago murmurou para que apenas Lily e Harry escutassem, fazendo Harry ficar escarlate.
Ela acenou e sorriu para Harry, que derramou um bocado de água na roupa ao retribuir o aceno. Mais para impedir Rony de caçoar do que por outro motivo, Harry apontou depressa para um enorme grupo de adolescentes que ele nunca vira antes.
— De onde você acha que eles são? — perguntou Harry. — Eles não freqüentam Hogwarts, freqüentam?
— Devem freqüentar alguma escola estrangeira — sugeriu Rony. — Sei que há outras, mas nunca encontrei ninguém que estudasse nelas. Gui teve uma correspondente em uma escola no Brasil... Isto foi há anos... E ele quis ir para lá numa viagem de intercâmbio, mas mamãe e papai não tiveram dinheiro para bancar a viagem. A moça ficou toda ofendida quando ele disse que não ia e mandou para ele um chapéu enfeitiçado. As orelhas dele murcharam.
Harry riu, mas não manifestou a surpresa que era saber que havia outras escolas de magia. Supôs, agora que via representantes de tantas nacionalidades no acampamento, que fora muito burro por jamais ter imaginado que Hogwarts não poderia ser a única. Ele olhou para Hermione, que não demonstrara a menor surpresa com a informação. Sem dúvida, ela devia ter visto referências a outras escolas de magia em algum livro.
– Em vários livros na verdade… – Hermione deu de ombros – Antes mesmo do primeiro ano… Eu precisava saber se Hogwarts era mesmo a melhor onde eu poderia estudar…
– E você chegou a considerar alguma outra? – Remo perguntou curioso.
– Na verdade não. – Hermione respondeu entortando a boca – Nunca fui muito boa em francês… E meus pais não queriam que eu fosse para outro país estudar…
– Então você pensou em ir para Beauxbatons? – Lily pressionou com um meio sorriso.
– Talvez um pouco… – Hermione hesitou – Mas fiquei feliz de ter ido para Hogwarts… – completou trocando um olhar com Harry e Rony.
— Vocês demoraram uma eternidade — comentou Jorge, quando eles finalmente chegaram às barracas dos Weasley.
— Encontramos alguns conhecidos — disse Rony, pousando as vasilhas de água. — Você ainda não acendeu a fogueira?
— Papai está se divertindo com os fósforos — disse Fred.
O Sr. Weasley não estava tendo o menor sucesso em acender a fogueira, mas não era por falta de tentativas. Fósforos partidos coalhavam o chão ao seu redor, mas ele parecia estar se divertindo como nunca.
— Opa! — exclamou ele, ao conseguir acender um fósforo, mas largou-o na mesma hora no chão, surpreso.
— Chegue aqui, Sr. Weasley — disse Hermione bondosamente, tirando a caixa das mãos dele e começando a mostrar como fazer fogo direito.
Finalmente, eles acenderam a fogueira, embora levasse no mínimo mais uma hora até ela esquentar o suficiente para cozinhar alguma coisa. Mas havia muito que ver enquanto esperavam. A barraca deles estava armada ao longo de uma espécie de rua de acesso ao campo de Quadribol, por onde funcionários do Ministério corriam para cima e para baixo, cumprimentando cordialmente o Sr.Weasley ao passar. O Sr. Weasley fazia comentários contínuos, principalmente para benefício de Harry e Hermione, seus próprios filhos já conheciam bastante o Ministério para se interessar.
– É claro, – Rony revirou os olhos – papai sempre nos levava a festas no ministério...
– Além de sempre falar de trabalho em casa. – Gina concordou enfática.
— Aquele era Cutberto Mockridge, chefe da Seção de Ligação com os Duendes... Lá vem Gilberto Wimple, ele trabalha na Comissão de Feitiços Experimentais, já usa aqueles chifres há algum tempo...
— Alô Arnaldinho... Arnaldo Peasegood, ele é um obliviador, trabalha no Esquadrão de Reversão de Feitiços Acidentais, sabe... E aqueles outros são Bode e Croaker... São dois inomináveis...
— São o quê?
— Do Departamento de Mistérios, ultra-secretos, não tenho a menor idéia do que fazem...
– Inomináveis são os funcionários que investigam os mistérios da magia. – Tiago disse levantando os olhos do livro – Como o tempo, o espírito, a morte… Essas coisas… Mas é tudo o que sei.
– E como você sabe disso? – Alice questionou curiosa.
– Meus pais trabalham no ministério. – Tiago respondeu com simplicidade.
Severo encarou Tiago sem conseguir disfarçar o interesse, ninguém que ele conhecia tinha a mínima ideia do que acontecia no departamento de mistérios e tudo aquilo lhe parecia muito atraente.
Finalmente, a fogueira ficou pronta e eles já haviam começado a preparar salsichas com ovos quando Gui, Carlinhos e Percy saíram caminhando da floresta para se reunirem à família.
— Acabei de aparatar, papai — disse Percy em voz alta. — Ah, que excelente almoço!
Já haviam comido metade das salsichas com ovos quando o Sr. Weasley se levantou, acenando e sorrindo para um homem que vinha em sua direção.
— Ah-ah! — exclamou ele. — O homem do momento! Ludo!
Ludo Bagman era, sem favor algum, o homem mais chamativo que Harry já vira na vida, até mesmo incluindo nessa conta o velho Arquibaldo com sua camisola florida. Usava longas vestes de Quadribol com grandes listras horizontais amarelas e pretas. Uma enorme estampa de uma vespa tomava todo o seu peito. Tinha a aparência de um homem corpulento que parara de se exercitar; suas vestes estavam muito esticadas por cima da enorme barriga, que certamente não existia na época em que ele jogava Quadribol pela Inglaterra. Seu nariz era achatado (provavelmente quebrado por algum balaço errante, pensou Harry), mas os redondos olhos azuis, os cabelos louros curtos e a pele rosada o faziam parecer um menino de escola que crescera demais.
— Olá, — exclamou Bagman alegremente. Andava como se tivesse molas nas solas dos pés, era visível que estava num estado de extrema excitação. — Arthur, meu velho — ofegou ele, ao chegar à fogueira — que dia, hein? Será que podíamos ter desejado um tempo mais perfeito? Uma noite sem nuvens... E quase nenhum problema na programação... Quase nada para eu fazer!
Por trás dele, um grupo de bruxos do Ministério, de cara exausta, passou apressado, apontando para a evidência distante de algum tipo de fogueira mágica que disparava faíscas violetas a seis metros de altura.
– Incrível! – Sirius disse com uma gargalhada – De todas as pessoas, era de se imaginar que o chefe do departamento de esportes mágicos levaria a copa mundial a sério…
Percy adiantou-se rapidamente com a mão estendida. Pelo jeito o fato de desaprovar o modo de Ludo Bagman dirigir o departamento, não o impedia de querer causar boa impressão.
— Ah... Sim — disse o Sr. Weasley, sorrindo —, este é o meu filho, Percy, começou a trabalhar no Ministério agora, e este é Fred, não, Jorge, desculpe, esse é o Fred... Gui, Carlinhos, Rony... Minha filha, Gina... E os amigos de Rony, Hermione Granger e Harry Potter.
De maneira discretíssima, Bagman olhou uma segunda vez ao ouvir o nome de Harry e seus olhos deram a conhecida espiada na cicatriz na testa do garoto.
– Pelo menos ele tentou ser discreto. – Lily suspirou – É mais do que a maioria das pessoas tenta…
– Estava aqui pensando... – Sirius disse encarando Gina – Os amigos do Rony vivem na casa de vocês, e quanto aos seus amigos? Você não os convida para a sua casa nas férias?
– Acho que não tenho amigos tão próximos assim. – Gina deu de ombros – Nunca nem pensei em convidá-los… Até por que sempre sabia que Harry e Hermione estariam lá.
– Eles deveriam ter te incluído mais. – Lily disse entortando a boca um pouco preocupada – Eles realmente te deixavam para trás, não é?
– Na verdade nem me importo tanto. – Gina deu de ombros e recebeu olhares descrentes de Sirius, Tiago e Remo – É verdade… Quando eu estava em Hogwarts eu até tinha um bom número de amigos, e mesmo que Rony sempre me deixasse de lado quando os amigos dele apareciam, Fred e Jorge nunca me deixavam de lado, eu até ajudava eles com alguns dos experimentos.
— Pessoal — continuou o Sr. Weasley —, este é Ludo Bagman, vocês sabem quem ele é, e é graças a ele que temos entradas tão boas...
Bagman abriu um sorriso de lado a lado do rosto e fez um gesto com a mão significando que não fora nada.
— Quer arriscar uma apostinha no jogo, Arthur? — perguntou ele ansioso, sacudindo, ao que parecia, um bocado de ouro nos bolsos das vestes amarelas e pretas. — Já aceitei a aposta de Roddy Pontner de que a Bulgária vai marcar primeiro, ofereci a ele uma boa vantagem, levando em conta que os três jogadores avançados da Irlanda são os mais fortes que já vi em anos, e a pequena Ágata Timms apostou meias quotas da fazenda de enguias de que a partida vai durar uma semana.
— Ah... Vá lá, então — disse o Sr. Weasley. — Vejamos... Um galeão na vitória da Irlanda?
— Um galeão? — Ludo Bagman pareceu ligeiramente desapontado, mas se recuperou: — Muito bem, muito bem... Mais alguma aposta?
— Eles são um pouco jovens demais para andar jogando — disse o Sr. Weasley. — Molly não gostaria...
— Nós apostamos trinta e sete galeões, quinze sicles e três nuques — disse Fred, ao mesmo tempo em que ele e Jorge juntavam rapidamente todo o dinheiro que tinham — que a Irlanda ganha, mas Vítor Krum captura o pomo. Ah, e damos uma varinha falsa de cortesia.
– O que? – Tiago disse franzindo a testa e relendo a aposta dos gêmeos – Mas essa aposta é terrível! É impossível! – ele completou dando um tapa na própria testa – Que tipo de apanhador faria isso? Sério! Isso seria trair o time completamente! Se o apanhador captura o pomo e o time dele perde, a vitória é só dele! Que tipo de pessoa egoísta e… – Tiago hesitou ao ver algumas varinhas apontadas para ele – Vocês sabem que é verdade… Um apanhador digno jamais capturaria o pomo...
– Nós sabemos! – Sirius o interrompeu – Agora volte a ler antes que alguém te silencie.
— Vocês não vão querer mostrar ao Sr. Bagman esse lixo — sibilou Percy, mas o bruxo não pareceu achar que a varinha era lixo, muito ao contrário, seu rosto de colegial iluminou-se de excitação ao recebê-la das mãos de Fred e, quando a varinha deu um cacarejo e se transformou em uma galinha de borracha, Bagman caiu na gargalhada.
— Excelente! Não vejo uma varinha tão convincente há anos! Eu pagaria cinco galeões por uma dessas!
– É claro que pagaria! – Sirius sorriu – Eu já disse, seus irmãos são geniais! Espero que eles aumentem a produção e comecem a comercializar… Eles merecem…
Percy ficou paralisado, numa atitude de indignada desaprovação.
— Meninos — disse o Sr. Weasley entre dentes —, não quero vocês jogando... Isto é tudo que economizaram... Sua mãe...
— Não seja estraga-prazeres, Arthur! — trovejou Ludo Bagman excitado, sacudindo as moedas nos bolsos. — Eles já são bem grandinhos para saber o que querem! Vocês acham que a Irlanda vai vencer, mas Krum vai capturar o pomo? Nem por milagre, moleques, nem por milagre... Vou dar uma excelente vantagem nessa... E acrescentar mais cinco galeões por essa varinha marota, concordam...
O Sr. Weasley ficou olhando sem ação enquanto Ludo Bagman puxava um caderninho e uma pena e começava a anotar os nomes dos gêmeos.
— Tchau — disse Jorge, apanhando o pedaço de pergaminho que Bagman lhe estendia e guardando-o no peito das vestes. Bagman virou-se animadíssimo para o Sr. Weasley.
— Daria para me fazer um chá, suponho? Estou de olho para ver se localizo Crouch. O meu contraparte búlgaro está criando dificuldades e não consigo entender uma palavra do que ele diz. Bartô poderia resolver o problema, fala umas cento e cinqüenta línguas.
— O Sr. Crouch? — disse Percy, abandonando subitamente o seu ar de impassível desaprovação e quase se contorcendo de óbvia excitação. — Ele fala mais de duzentas! Serêiaco, grugulês, trasgueano...
– O irmão de vocês é realmente bom em bajulação. – Frank riu – Desse jeito ele vai subir bem rápido no ministério.
– Espero que ele não venda a alma para subir mais rápido. – Remo mordeu o lábio ligeiramente preocupado.
— Qualquer um sabe falar trasgueano — disse Fred fazendo pouco —, é só a gente apontar e grunhir.
Percy lançou a Fred um olhar feíssimo e atiçou os gravetos da fogueira vigorosamente para fazer a chaleira ferver.
— Já teve notícias de Berta Jorkins, Ludo? — perguntou o Sr. Weasley quando Bagman se sentou na grama ao lado deles.
— Nem um pio — disse Bagman à vontade. — Mas ela vai aparecer. Coitada da velha Berta... Tem a memória de um caldeirão furado e nenhum senso de direção. Perdida, se quiserem acreditar. Vai aparecer na seção lá para outubro, pensando que ainda é julho.
– Pobre Berta. – Lily suspirou pesadamente – Todo mundo pensando que ela está perdida… A única coisa que não entendo é por que Ludo diz que ela tem péssima memória… Pelo pouco que conheci dela em Hogwarts ela tinha uma memória ótima para fofocas.
– Estava me perguntando a mesma coisa. – Remo disse franzindo a testa desconfiado.
— Você não acha que já estava na hora de mandar alguém procurá-la? — sugeriu, hesitante, o Sr. Weasley, quando Percy estendeu a Bagman o chá pedido.
— É o que o Bartô Crouch não pára de dizer — respondeu Bagman, arregalando inocentemente seus olhos redondos —, mas o fato é que não podemos destacar ninguém no momento. Ah... É falar no demônio! Bartô!
Um bruxo acabara de aparatar junto à fogueira, e não poderia oferecer um contraste maior a Ludo Bagman, estirado na grama com as vestes velhas do Wasp.
Bartô era um homem mais velho, formal, empertigado, vestido com um terno e uma gravata impecáveis. A risca nos seus cabelos grisalhos e curtos era quase absurdamente reta e o bigode fino de escovinha parecia ter sido aparado com uma régua. Seus sapatos eram exageradamente lustrosos. Harry percebeu na hora por que Percy o idolatrava.
– Não é o amigo do Régulo. – Sirius disse – Esse é o Bartô sênior com certeza.
– Era de se pensar que ele teria um cargo melhor no ministério depois de todos esses anos… – Tiago disse pensativo – Ele com certeza é mais competente que Fudge, pelo menos é o que parece pelo que meu pai diz.
Percy acreditava piamente em obedecer às regras sem fazer concessões, e o Sr. Crouch obedecera à regra de se vestir como trouxa tão rigorosamente que poderia ter passado por gerente de banco. Harry duvidava que seu tio Válter pudesse ter descoberto quem ele realmente era.
– Ele pode até enganar os seus tios, – Hermione disse – mas eu discordo dele ter obedecido bem à regra… Os bruxos tinham que se vestir como trouxas indo acampar, ninguém vai acampar de terno e gravata com sapatos lustrosos… O Sr. Crouch devia estar chamando tanta atenção quanto Ludo Bagman.
– Eu concordo. – Lily disse enfática – Trouxas se vestem de acordo com o lugar para onde estão indo… Nem mesmo um banqueiro usaria um terno em um acampamento.
— Estrague um pouco a grama, Bartô — disse Ludo animadamente, batendo no chão.
— Não, muito obrigado — respondeu Crouch, e havia um vestígio de impaciência em sua voz. — Estive procurando-o por toda parte. Os búlgaros insistem que coloquemos mais doze cadeiras no camarote de honra.
— Ah, é isso que eles querem? — exclamou Bagman. — Achei que o sujeito estava pedindo uma pinça emprestada. Sotaque forte o dele.
— Sr. Crouch! — disse Percy sem fôlego, curvando-se numa espécie de meia reverência que o fez parecer corcunda. — O senhor aceita uma xícara de chá?
— Ah — exclamou o bruxo, olhando surpreso para Percy. — Claro... obrigado, Weatherby.
Fred e Jorge se engasgaram dentro das xícaras de que bebiam. Percy, as orelhas muito rosadas, ocupou-se com a chaleira.
– Coitado dele! – Remo disse sem conseguir segurar as risadas – Ele idolatra o chefe e o cara nem mesmo sabe o nome dele!
— Ah, e tenho querido dar uma palavra com você, também, Arthur — disse o Sr. Crouch, seu olhar penetrante recaindo sobre o Sr. Weasley. — Ali Bashir está em pé de guerra. Quer falar com você sobre o embargo dos tapetes voadores.
O Sr. Weasley soltou um profundo suspiro.
— Mandei-lhe uma coruja sobre isso ainda na semana passada. Já devo ter dito a Bashir umas cem vezes: tapetes são classificados como artefatos mágicos pelo Registro de Objetos Enfeitiçáveis Proscritos, mas, e ele quer me escutar?
— Duvido — respondeu o Sr. Crouch, aceitando a xícara de Percy. — Ele está desesperado para exportar para cá.
— Bom, eles nunca vão substituir as vassouras na Grã-Bretanha, vão? — disse Bagman.
— Ali acha que há um nicho no mercado para um veículo familiar — explicou o Sr. Crouch. — Eu me lembro de que o meu avô tinha um Axminster que levava doze pessoas, mas isso foi antes dos tapetes serem banidos, naturalmente.
– Acho que um tapete deve ser mais confortável que uma vassoura… Ainda mais para viagens mais longas. – Lily deu de ombros.
– E por que os tapetes voadores foram banidos afinal? – Alice perguntou com curiosidade.
– Por que eles são classificados como objetos trouxas. – Rony respondeu enfadado – Papai passou horas falando sobre isso algumas semanas antes da copa mundial, esse Ali estava perturbando ele…
Ele falou como se não quisesse deixar a menor dúvida de que todos os seus antepassados cumpriam rigorosamente a lei.
— Então, muito ocupado, Bartô? — perguntou Bagman despreocupadamente.
— Bastante — respondeu o outro seco. — Organizar chaves de portal em cinco continentes não é uma tarefa qualquer, Ludo.
— Imagino que os dois vão ficar contentes quando o evento acabar — comentou o Sr. Weasley.
Ludo Bagman pareceu chocado.
— Contente! Não me lembro de ter me divertido tanto... Ainda assim, não é que não haja mais trabalho pela frente, hein, Bartô? Hein? Muita coisa ainda para organizar, hein?
O Sr. Crouch ergueu as sobrancelhas para Bagman.
— Combinamos não anunciar nada até todos os detalhes...
— Ah, os detalhes! — exclamou Bagman, afastando a palavra como se fosse uma nuvem de mosquitos. — Eles já assinaram, então? Concordaram? Aposto o que você quiser como esses garotos vão saber logo. Quero dizer, vai acontecer em Hogwarts...
– Mais uma evidência de que um torneio tribruxo deve acontecer nesse ano. – Tiago disse encarando Snape com um meio sorriso presunçoso – O departamento de cooperação internacional em magia e o de esportes mágicos estão envolvidos em um projeto que vai acontecer em Hogwarts… Ainda acha que estou errado? – completou retoricamente.
— Ludo, precisamos receber os búlgaros, sabe — disse o Sr. Crouch bruscamente, cortando os comentários de Bagman. — Obrigado pelo chá, Weatherby.
Ele devolveu a Percy a xícara de chá intocada e esperou Ludo se levantar; Bagman se pôs em pé com dificuldade, virando o restinho de chá, o ouro em seus bolsos tilintando alegremente.
— Vejo vocês todos mais tarde! — disse ele. — Vão ficar no camarote de honra comigo, vou comentar o jogo! — Ele acenou, Bartô Crouch fez um movimento rápido com a cabeça e os dois desaparataram.
– No camarote de honra! – Tiago exclamou virando-se de Harry para Rony e de volta – Isso é incrível! São os melhores lugares que vocês poderiam ter! Você tem tanta sorte!
— Que é que vai acontecer em Hogwarts, papai? — perguntou Fred na mesma hora. — Do que é que eles estavam falando?
— Você vai descobrir logo — disse o Sr. Weasley sorrindo.
— É informação privilegiada, até o Ministério achar conveniente comunicá-la — disse Percy empertigado. — O Sr. Crouch estava certo em não querer revelar nada.
— Ah, cala a boca, Weatherby — disse Fred.
A atmosfera de excitação foi-se adensando como uma nuvem palpável sobre o acampamento, à medida que a tarde avançava. A hora do crepúsculo, o próprio ar parado de verão parecia estar vibrando de excitação, e quando a noite se estendeu como um toldo sobre os milhares de bruxos que aguardavam, os últimos vestígios de fingimento desapareceram: o Ministério pareceu se curvar ao inevitável e parou de combater os indisfarçáveis sinais de magia que agora irrompiam por toda parte.
– Eles até que duraram bastante! – Remo deu de ombros com uma risada ansiosa – Confesso que eu também estou louco para saber como foi o jogo!
– Acho que todos estamos ansiosos. – Sirius disse batendo os pés no chão.
– Mas ninguém está mais do que Tiago! – Lily disse entre risadinhas. Tiago estava balançando a perna desde o inicio do capítulo.
Ambulantes aparatavam a cada metro, trazendo bandejas e empurrando carrinhos cheios de extraordinárias mercadorias. Havia rosetas luminosas — verdes para a Irlanda, vermelhas para a Bulgária — que gritavam os nomes dos jogadores, chapéus verdes cônicos enfeitados com trevos dançantes, echarpes búlgaras adornadas com leões que rugiam de verdade, bandeiras dos dois países que tocavam os hinos nacionais quando eram agitadas, havia miniaturas de Firebolts, que realmente voavam, e figurinhas colecionáveis dos jogadores famosos, que andavam se exibindo nas palmas das mãos.
— Guardei o meu dinheiro o verão todo para o dia de hoje — disse Rony a Harry, quando os três saíram caminhando entre os vendedores comprando lembranças. Embora Rony já tivesse comprado um chapéu com trevos dançantes e uma grande roseta verde, comprou também uma figurinha de Vítor Krum, o apanhador búlgaro. O brinquedo andava para frente e para trás na mão do garoto, amarrando a cara para a roseta verde acima.
Rony emitiu mais uma vez um ruído inindentificável enquanto revirava os olhos para si mesmo. Tiago e Sirius trocaram olhares, estranhando aquela atitude.
— Uau, olha só para isso! — exclamou Harry, correndo até um carrinho atulhado de coisas que pareciam binóculos de latão, só que eram cheios de botões estranhos.
— Onióculos — disse o vendedor pressuroso. — Você pode rever o lance... Passar ele em câmara lenta... E ver uma retrospectiva lance a lance, se precisar. Pechincha: dez galeões um.
— Eu queria não ter comprado isso — disse Rony, indicando o chapéu com os trevos dançantes e olhando, de olho comprido, para os onióculos.
— Três — disse Harry com firmeza ao bruxo.
— Não... Não precisa — disse Rony ficando vermelho. Sempre se melindrava com o fato de que Harry, que herdara uma pequena fortuna dos pais, tivesse muito mais dinheiro do que ele.
— Não vou te dar nada no Natal — disse Harry, empurrando os oníóculos nas mãos do amigo e de Hermione. — Por uns dez anos, não se esqueça.
– Isso é realmente besteira sua. – Sirius disse com um meio sorriso para Rony – Acredite é melhor gastar o dinheiro com amigos do que consigo mesmo…
– Com certeza! – Tiago concordou enfático trocando olhares com Remo e Sirius.
— É justo — disse Rony rindo.
— Aaah, obrigada, Harry — disse Hermione. — E eu compro os programas para nós, olha...
Com as bolsas de dinheiro bem mais leves, os três voltaram às barracas.
Gui, Carlinhos e Gina também estavam usando rosetas verdes, e o Sr. Weasley carregava uma bandeira da Irlanda. Fred e Jorge não compraram suvenires porque tinham entregado todo o dinheiro a Bagman.
Então, eles ouviram um gongo, grave e ensurdecedor, bater em algum lugar além da floresta e, na mesma hora, lanternas verdes e vermelhas se acenderam entre as árvores, iluminando o caminho até o campo.
— Está na hora! — exclamou o Sr. Weasley, parecendo tão excitado quanto os garotos. — Andem logo, vamos!
– Temos que ler o próximo capítulo! – Tiago disse virando a página ansioso.
– Primeiro vamos comer alguma coisa! – Lily disse retirando o livro das mãos de Tiago e pousando-o na mesa de centro – Foi o combinado! E esse capítulo foi enorme, estou morta de fome.
– Tudo bem. – Tiago levantou-se resignado – Mas vamos comer rápido!
– Espero que você esteja errado sobre o significado do nome do livro. – Lily murmurou para Tiago enquanto comiam.
– Eu também gostaria que não fosse. – ele respondeu brincando com o garfo – Mas sei que é isso, e não acho que vá ser muito bom…
– Como funciona esse torneio? Nunca ouvi falar sobre ele. – Alice, que havia entreouvido a conversa, perguntou curiosa.
– Basicamente 3 escolas se juntam e seus alunos colocam o nome dentro do cálice, o cálice escolhe um campeão de cada escola que tem que competir em 3 provas muito perigosas… – Sirius explicou – O campeão traz honra e glória para a sua escola, além de uma boa quantia de dinheiro.
– Que tipo de provas? – Lily perguntou.
– Não sei ao certo… – Tiago deu de ombros – Mas ouvi falar de um garoto que foi morto por uma quimera durante uma prova.
Lily e Alice arregalaram os olhos chocadas.
– Agora eu realmente quero que você esteja errado. – Lily suspirou nervosa.
– Esquece isso por enquanto. – Tiago disse com um meio sorriso – Vamos voltar para o sofá e ler sobre a final da copa mundial!
Lily respirou fundo para tirar o torneio tribruxo da cabeça, pegou o livro de cima da mesinha de centro e abriu no próximo capítulo.
– Capítulo VIII – A copa mundial de quadribol.
Hey leitores mais queridos do FeB! Eu ando muito "produtiva" ultimamente, nessa última semana acabei o capítulo 12 e venho me perguntando se é uma possibilidade postar uma vez por semana, mas acho que ainda não chegou a hora. Eu pretendo realmente voltar a postar toda semana, mas primeiro quero chegar um pouco mais longe para garantir que não teremos nenhum tipo de hiatus, eu detesto hiatus. Enfim, torçam para que minha produtividade continue alta pelas próximas semanas.
- Carol Schneider: O plágio foi realmente irritante, e a menina ainda insistiu em dizer que pegou a minha fic apenas para "inspiração", mas graças à ajuda dos meus leitores fiéis e dos moderadores do Nyah tudo foi resolvido. Eu já conversei com você e já falei que fiquei realmente feliz em ver você aqui comentando de novo, realmente senti sua falta. Os primeiros capítulos são pequenos mesmo, mas eu tenho me esforçado para colocar pelo menos algo especial em cada um deles. E o Amos me irrita também...
- Arthur lacerda: Obrigada!
- Clenery Aingremont: Pode ser que a aparatação acompanhada seja mais difícil do que a normal, e como os mais velhos não são tão experientes Arthur achou melhor mater todo mundo inteiro do que arriscar. Nem quero pensar em como deve doer ter o olho separado da córnea, e nem em qualquer parte do corpo separada do seu lugar certo, prefiro ficar inteira. Talvez Hermione tenha lido sobre chaves de portal antes desse dia... O pior é que a menina que me plagiou não reconheceu, nem pediu desculpas, fiquei muito chateada...
- Alessandra W Baumgartner: Amos foi realmente irritante e metade do que ele falou foi ridículo, mesmo que ele estivesse defendendo o filho, não há muito mérito em vencer uma pessoa 4 anos mais nova e que estava tendo problemas com os dementadores. Acho que Harry não respondeu à altura por que ele ficou em choque pela maneira como Amos falou com ele, porque era tudo muito ridículo.
- 1988bookworm: Acho bom que não esqueça da fic mesmo! Mas eu entendo que sua vida anda corrida com o trabalho, a natação e os lobinhos! Segundo o perfil da menina no Nyah ela tinha 12 anos, mas eu discordo de você, acho que ela devia saber muito bem o que é plágio, minha irmã mais nova tem 12 anos e ela sabe (e não fui eu quem ensinei a ela). E nós já conversamos sobre essas histórias que nos pedem para ler... E você já sabe o que eu penso... Mas só para constar, além de assassinar a lingua, o que me irrita mais é quando mudam completamente cada aspecto dos personagens que conhecemos e ainda fazem a história ser completamente sem nexo! Acho que se eu pudesse aparatar faria a mesma coisa, imagina, não precisar enfrentar o trânsito, as pessoas mal educadas na rua, os motoristas apressados... Ainda mais a noite, quando tem uma grande quantidade de gente bizarra na rua. Acho que Harry se assustou, mas não o bastante, afinal ele imaginou um par de pernas e um olho esquecidos na rua dos alfeneiros... Não acho que ele não tenha levado a sério, mas naquele momento, o Harry de 14 anos, pensou que seria algum tipo de corte limpo e sem sangue (talvez como o de um sabre de luz?), acho que ele não entendeu a gravidade naquele momento. Harry foi bem direto na hora de dizer a Cedrico que a primeira prova seriam dragões, eu realmente acho que Cedrico poderia ter dito ao Harry: "Abra o ovo debaixo d‘agua e escute"... Sobre pensamentos aleatórios, esses dias estava na aula e meu professor careca passou a mão na cabeça, vocês vão ver o resultado disso no capítulo 12 (se não me engano), eu tenho pensamentos aleatórios o tempo todo, o bom é quando eles encaixam na fic. A marca negra é uma realidade para as pessoas do passado que estão lendo os livros, eles conhecem o terror que é ver a marca negra no céu, e isso deixa eles muito mais tensos do que nós quando lemos ou o Harry quando aconteceu. Você é uma leitora maravilhosa Greygrey!
- Flaa: Obrigada!
- Maria Clara CP: Obrigada!
- Luiza Snape: Esse livro tem alguns dos momentos mais tensos da história... E o Severo tem muito o que aprender ainda, o livro ainda não mostrou a ele o que ele precisa fazer, mas ele já está tendo uns pensamentos melhores... Acho que ele vai entender tudo até o final e vai conseguir se tornar alguém melhor...
- Beatriz Prongs: Não quero ser chata ou grossa, mas ás vezes quando vocês dizem que o capítulo não tem muito o que falar só por que o capítulo do livro não teve muita coisa me incomoda... Eu coloco sempre algo de diferente nas conversas deles, e vocês deveriam comentar a fic, e não o livro... Mas tudo bem. Obrigada de qualquer jeito.
- Regiane Helena: HP não é uma história infantil, as pessoas que te diziam isso com certeza não entendem nada sobre HP, afinal os livros são sobre sacrificio, amor, amizade, superação e etc, e essas coisas não tem idade. O Harry foi meu melhor amigo por boa parte da minha vida, e em muitos momentos foi meu único amigo, então entendo perfeitamente o que você quer dizer. Você realmente me emocionou com seu comentário. Obrigada por todo o apoio e compreensão, sem pessoas como você do meu lado, eu não poderia escrever como escrevo.
- Izabella Bella Black: Não tem problema demorar a comentar, o que importa é que você sempre comenta! Espero que você vá bem nas suas provas! Ter copiado a minha fic tira todo o mérito da dela, parece que ela simplesmente não tem capacidade de escrever sozinha, eu escrevo sozinha, não copio nada de ninguém. Isso é verdade, como série poderia ser um sucesso ou um desastre, mas acho que se os produtores fossem bons poderia ser ótima. Um dia vou postar a fic sobre a filha do Duda... Mas primeiro tenho que acabar MLHP, MLHP me consume muito tempo e inspiração. Acho que CdF é o livro que menos gosto, e para ser sincera estou me divertindo muito escrevendo ele. Eu fico feliz que vocês tenham entendido o lado da Sra. Potter e não achem ela preconceituosa, afinal, eu não me sentiria a vontade vestindo um sari indiano ou uma burca, por que são roupas de costumes completamente diferentes dos meus. Chaves de portal me parecem o meio de transporte mais perigoso do mundo bruxo, e nós vemos isso no fim desse livro. Amos é completamente desagradável com Harry, muito irritante mesmo. Tiago não conseguiu defender o Harry de tão irritado que ele ficou. Acho que apesar de terem tomado caminhos diferentes o Sirius e o Régulo devem ter se divertido muito juntos enquanto eram crianças...
- Stehcec: Eu entendo esse desanimo Steh, já aconteceu muito comigo, mas logo passa! Eu sempre achei que aparatar devia ser desconfortável pelas descrições de Harry. E acho que chave de portal é perigoso como os marotos falaram e como a gente vê no fim do livro. Acho que apesar de viverem na clandestinidade os bruxos não convivem com os trouxas a ponto de ver como eles se vestem e etc, na maior parte do tempo eles se transportam por lareiras ou aparatação e não tem realmente que encontrar os trouxas. Acho que metade para trás é apenas jeito de dizer nesse caso, ou talvez não, dependendo de como ele foi dividido até da para sobreviver. Acho que o Harry devia ter se esforçado um pouco mais para aprender sobre o mundo bruxo, Hermione se esforçou muito mais do que ele. Não há nenhuma informação concreta sobre a profissão dos Potter, mas na fic eles trabalham para o ministério, talvez o pai de Tiago tenha sido auror por um bom tempo e depois que Tiago nasceu deixou a profissão de auror, mas continua trabalhando no ministério e tem contato com os aurores. Tiago tem uma memória absurda, eu acredito que como ele é muito inteligente ele tem uma memória boa também. Não culpo o Cedrico por pegar o pomo, mas a atitude do pai dele sobre isso é exagerada e até infantil, ele basicamente está competindo com um garoto de 14 anos. Acho que todos eles se irritaram com Amos, mas cada um teve um jeito de demonstrar, e o do Tiago foi surpreendente por que ele estava tão irritado que não conseguia falar. Não acho que seja comum ter empregadas bruxas, mas acho que os Black são esnobes e ricos o bastante para isso. Acho que ganhar dinheiro trabalhando talvez tenha sido o Jorge mesmo, apesar de eu não saber qual é o salário de uma jogadora de quadribol e correspondente do profeta diário...
- Day Caracas: Pelas descrições do Harry ao longo dos livros, acho que nenhum meio de transporte bruxo é confortável... Até a vassoura deve começar a doer se for uma viagem longa, talvez se os tapetes voadores não fossem proibidos... Eu não me sentiria a vontade usando roupas de outras culturas, então acho que a Sra. Potter está certa em não gostar. Para mim Hermione estava certa, ela descobriu que pertencia a um mundo completamente diferente daquele em que ela cresceu, é claro que eu ia querer aprender tudo o possível... Mas acho que mesmo se Hermione fosse trouxa ela ia ser um pouco obsessiva com os estudos. Eu tenho algumas ideias para mostrar o que aconteceu depois que eles terminaram de ler os livros, mas acho que será apenas um capítulo (tipo um epílogo) mesmo. E Amos estava se exibindo por uma coisa que foi completamente fora do controle do filho dele. Eu já estou pensando nas reações da Gina quando Harry pensar na Cho e nas do Rony quando ele pensar na Gina, acho que vão ser momentos engraçados.
- Ariane Potter: Apesar dos primeiros capítulos serem menores eu me esforcei bastante para deixar alguma coisa interessante em cada um deles... Acho que Amos não tem senso mesmo, ele me parece um pouco infantil, é como uma criança comparando com a outra quem tem a melhor bicicleta. Os marotos e a Gina vão falar bastante dos momentos em que o Harry pensa na Cho, e acho que o Rony vai ter o que falar quando o Harry começar a pensar na Gina em EdP...
Não deixem de comentar!
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Comentários (13)
Aguardando o próximo cap
2015-03-30Ola Juh que bom que gostou do meu comentário e desculpe pelo meu desabafo eu estava meio sentimental e quando vi já tinha falado tudo o que sentia e confesso que me senti mais aliviada pois sei que há do outro lado pessoas compreensiveis como você.Obrigada.Agora o capítulo eu posso estar enganada mas eu tive uma desconfiança pelo fato de Neville guardar o papel do chiclete que ofereceu a Alice estou certa ou é só minha imaginação? Tirando esse capítulo eu senti mais técnico mas com algumas partes importante para o desenrolar do livro,mas tudo muito bem colocado.Antes de me despedi de você queria perguntar se já pensou como vai escrever a parte que Frank e Alice descobrem o que aconteceu com eles?Bjs Regiane
2015-03-30Own <3 Foi tão fofa essa parte da Alice e do Neville. Quando eu vi "Sr. Payne" eu surtei. É que eu sou directioner, sabe… Pois é, tanto que diz "Instituto das Bruxas de Salem", né Sirius haha Tudo bem, Harry. Te entendemos! Nem nós pensamos nisso de bruxos de outros países até lançarem o 4º livro. Pelo menos eu não ‘-‘ Hermione deveria rir e não revirar os olhos… Primeiro Rony amava o Krum, depois o odiou. E mesmo após pedir autógrafo, isso não mudou. Na Escócia os homens não vestem saia? hahahahaha Embora creio que vestido já seja demais. É tão a cara da Hermione pesquisar outras escolas… Imagino o quanto uma festa do ministério seria chata… Mas é meio estranho… Se quase ninguém sabe o que um Inominável faz, como é que você se forma em Hogwarts e decide: "me tornarei um Inominável"? "Quase nada para fazer" aguarde e você terá o que fazer, Bagman. Realmente, essa aposta dos gêmeos foi tão precisa. E o pior é que eles acertam haha E uma vassoura não é um objeto muggle também? Isso da proibição dos tapetes voadores é bem relativo. Deve ter ocorrido algo sério para isso acontecer. Você acha mesmo que uma plagiadora teria a mínima vergonha na cara para pedir desculpas? Se tivesse senso de noção não teria nem plagiado, para começo de conversa.
2015-03-29