N.O.Ms



Deixei de querer me esconder atrás da minha mãe a cada vez que uma situação exige que eu tome uma decisão, aprendi a entender melhor os meus sentimentos e agora eu sei que o medo nunca deve nos impedir de tentar o que quer que seja.

(Fazendo Meu Filme 2 - Paula Pimenta /N/A: o.o Minha escritora favorita! lol)



     Lily não era mais a mesma desde a morte dos pais. Não foi uma coisa muito difícil de concluir, mas mesmo assim, aquela frase martelava a cabeça de Tiago.


     Ela continuava meiga, inteligente e bondosa. Mas agora, ela saía antes de todos da mesa nas refeições. Os sorrisos dela sempre eram tristes, e, vez por outra, Tiago a via no Salão Comunal, o olhar perdido, as lágrimas rolando pelo rosto…


     Quando voltou do enterro dos pais, a menina estava acabada. Entrou como um raio no Salão Comunal e subiu correndo as escadas para o dormitório feminino. Clara, Júlia e Alice foram atrás da amiga, mas voltaram cinco minutos depois, com as expressões tristes.


     Nem os sonserinos a incomodavam mais. Se eles tentavam chegar perto dela, alguma coisa lhes acontecia: eram azarados, paralisados ou estuporados por outros alunos, que não queriam que a ruiva ficasse pior.


     Por sorte, os N.O.Ms estavam chegando. Isso distraía Lílian, o que a deixava muito contente. Ela poderia se esconder atrás dos livros, e ninguém perguntaria se ela queria desabafar ou outra coisa qualquer, pois ela poderia muito bem se fundir entre as milhares de pessoas que estavam na biblioteca, estudando…


     — Srta. Evans? - uma menina pequena, corada e completamente sem-graça a cutucou - Você podia… Hummm… Me ajudar no dever de Poções?


     Pela primeira vez em meses, Lílian sorriu. E não foi um sorriso triste como os outros: foi um sorriso sincero, acolhedor, que fez a primeiranista lufa relaxar no mesmo instante.


     Muitos alunos se viraram para ver aquilo. Hogwarts inteira sabia o que tinha acontecido com a ruiva, e evitavam incomodá-la. Mal sabiam eles que a garota odiava aquele tratamento estranho, como se ela fosse uma bomba-relógio, que poderia explodir a escola inteira a qualquer instante.


     — Claro! - exclamou Lílian, e Madame Pince não a repreendeu, pois estava radiante por sua aluna favorita estar sorrindo como antes. - Sente-se. Me diga: qual o seu nome?


     — Tonks. - falou a garotinha, sentando-se.


      Depois desse dia, Lílian e Tonks sempre se encontravam na biblioteca. A lufa desenvolveu um certo carinho pela ruiva, como se ela fosse uma irmã mais velha que ela demorou pra conhecer… E a grifinória também tinha certa afeição pela garota, que era como a irmã que ela sempre quis…


     — Ninfadora fez a nossa querida ruiva voltar a sorrir? - perguntou Sirius, admirado, ao saber dessa história, que Hogwarts inteira ficou sabendo no dia em que Lily voltou a sorrir.


     — Você conhece a menina? - perguntou Remo, vendo Lílian explicar alguma coisa de História da Magia para Tonks.


     — Claro! Lembra da Andy? - falou Sirius, e os outros marotos resmungaram em concordância - Ela se casou com Ted Tonks. Ninfadora é a filha dela. Não sabia que ela já tinha chegado em Hogwarts. Vou lá conversar com ela.


     Sirius saiu do esconderijo onde estavam, e os outros marotos fizeram o mesmo. Eles se encaminharam até a mesa que uma quintanista Grifinória e uma primeiranista lufa dividiam.


     — Ninfadora! - exclamou Sirius, abraçando a parente.


     Ela o olhou, admirada: ninguém sabia que seu nome era Ninfadora, todos a chamavam de Tonks.


     Tonks finalmente pareceu reconhecê-lo.


     — Sirius! - falou a garota, pulando da cadeira e abraçando o maroto, que sorria por ver a filha da única pessoa da família Black que ele não odiara. Claro, com exceção de seu tio Alphard, que lhe deixara todos seus pertences de herança, pois morrera no ano passado.


     — Ninfadora? -  admirou-se Lílian.


     A lufa corou na hora.


     — Hummm… É. Meu segundo nome que é Tonks. Mas faça o favor de não ser que nem o idiota do meu primo de segundo grau e me chame de Tonks. - falou a menina, olhando feio pra Sirius.


     Sirius gargalhou.


     — Claro, Dora. Mas você devia levar em conta que na última vez que nos vimos, a única coisa que você fazia era dormir, comer e babar. - retrucou Sirius, e todos riram.


     — Hey! Amei esse apelido. Ô Tonks, a partir de agora eu te chamo de Dora, viu? - comentou Lily.


     — Pelo menos é melhor do que Ninfadora… - resmungou Tonks.


     Os olhares de Tiago e Lílian se cruzaram, e ele sorriu, ao ver que a ruiva tinha voltado a ser o que era antes.


     — Potter? - perguntou Lily, formalmente.


     — Sim, meu amado Lírio?


     — Evans, por favor. Enfim, você poderia me ajudar a estudar Transfiguração? - e ao ver o sorriso malicioso do maroto de óculos, completou: - Não comece a se vangloriar! Só estou pedindo porque você é o melhor aluno em Transfiguração, e eu quero uma pessoa que preste pra me ajudar.


     Tiago sorriu. 



                                                                        ~~~



     — Não! Não, não e não! Você está fazendo o movimento errado! E não está se esforçando o suficiente! Se concentre! Se esforce mais!


     — ME ESFORÇAR MAIS?!?! VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO?!?!?!?! EU ESTOU TENTANDO, TENTANDO E TENTANDO!!!! EU ODEIO TRANSFIGURAÇÃO!!!!!! E VOCÊ É UM GRANDE CANALHA, SE ACHA MESMO QUE EU NÃO ESTOU ME ESFORÇANDO!!!!! 


     Tiago observou a ruiva com atenção. Eles estavam naquela sala vazia a duas horas, e Lílian parecia prestes a chorar.


     — Me desculpe. Eu sei que você está se esforçando… Mas o movimento está errado… Eu… Eu…


     — Me ajude. - concluiu ela.


     Tiago se colocou atrás da ruiva, hesitou, e colocou um braço por volta dela; pegou a mão de Lily e a movimentou com imenso cuidado.


      Ele mal não conseguia respirar: ter Lílian envolta pelos seus braços era como estar num sonho, um sonho do qual ele não queria acordar… Lily arrepiou-se aos simples toque do maroto pelo qual agora ela era abraçava, e o coração dela estava disparado. Ela não queria ver o óbvio, e convenceu a si mesma que aquilo só estava acontecendo com ela porque estava com medo que o moreno fizesse alguma coisa…


     Tiago soltou Lílian e ela apontou a varinha para o tijolo a sua frente, movimentou o pulso como Tiago havia feito e murmurou o feitiço: no segundo seguinte, no lugar de um tijolo, tinha uma linda borboleta, que voou pela sala e pousou em cima do nariz de Lily, que deu uma gargalhada. A borboleta levantou vôo e saiu voando pela janela aberta…


     Ela se virou para o maroto, sorrindo.


     — Você conseguiu! - exclamou ele.


     — Eu consegui! E por sua causa! Muito obrigada! - falou ela.


     Tiago hesitou e começou a se aproximar da ruiva devagar, ela ainda olhava para a janela, com um lindo sorriso… 


     Quando Lílian tornou a olhar para o maroto, eles já estavam um de frente para o outro.


     Tiago puxou Lily pela cintura, trazendo-a mais pra perto, e ela colocou a mão no peito dele, tentando empurrá-lo…


     — Potter, eu…


     Mas a ruiva não conseguiu terminar a frase: no mesmo instante, Tiago colou seus lábios nos dela, beijando-a com carinho, e aprofundando o beijo aos poucos…


     Lílian queria se separar dele, mas o cérebro dela não comandava mais seus movimentos: ela não conseguia se mexer de forma alguma…


     Quando Tiago pegou a mão dela que estava no peito dele e a tirou, colando completamente os corpos dos dois, Lily recuperou o comando dos movimentos.


     PÁ!


     — Ai! - berrou o moreno, separando-se de Lily e colocando a mão no rosto, que ardia, e tinha a marca da forte mão de Lílian.


     — Não reclame. Você mereceu. - resmungou Lílian, abrindo a porta, corada.


     — Lily, espere! - ela o ouviu gritar antes de deixar a sala e começar a correr pelos corredores…



                                                                        ~~~



     — E PÁ! Ela me fez essa tatuagem temporária que, por acaso, está ardendo.


     Os outros marotos começaram a rir loucamente, enquanto Tiago passava a mão pela bochecha, que tinha a marca dos dedos de Lílian.


     Beijar Lily fora diferente dos outros milhares de beijos que ele já havia dado e recebido de várias garotas. Fora mágico. Mesmo que não tenha sido correspondido, o beijo tinha sido diferente dos beijos das outras…


     — Você também, né Pontas… Ir agarrando a minha ruiva assim… - provocou Remo, e Tiago imediatamente parou de se preocupar com a marca da mão de Lílian.


     — Como assim a sua ruiva? - perguntou ele, apreensivo. 


     — Sério? Você não sabia? Ah, bom, eu não tinha contado mesmo. Mas sério que você não sabia que eu e a Lily sempre fazemos ronda juntos só pra podermos nos agarrar no escurinho dos corredores?  


     Toda a cor que havia no rosto de Tiago sumiu, menos a marca vermelha, que continuava bem visível…


     Sirius, Remo e Pedro se entreolharam e caíram na gargalhada.


     — Eu não acredito que você caiu nessa! - riu Remo.


     Porque, afinal, pensou Tiago com um sorriso, a ruivinha é dele… 

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