É tradição !
Aparentemente três tentativas de suicídio em um dia era demais para o Ministério aceitar como mera coincidência. Drake se foi, e outra pessoa foi trazida – um bruxo alto de cabelo loiro e um comportamento que não poderia ter sido menos típico do Ministério se ele fosse o próprio Sirius Black. Seu nome era Lathe, e James estava pendurado no ar de ponta cabeça, a dez pés do chão, na primeira vez que eles se encontraram.
Tudo começou com um gato e uma tradição.
Mrs. Norris – o irritante bicho de estimação de Filch – era uma gata, e a tradição – instituída pelos Marotos – era bastante simples: mexer com Mrs. Norris sempre que ela aparecesse.
Assim, James estava ocupado entre a aula de Defesa e de Herbologia na segunda de manhã, e só ocorreu ao jovem bruxo que a aula estava prestes a começarapós ter terminado de levitar Mrs. Norris até um candelabro no quarto andar.
"Merda," xingou ele, pegando sua mochila e virando-se na direção das escadas imediatamente.
"O que quer dizer com ‘merda‘?" indagou Remus, que estava com ele, esforçando-se para alcançá-lo. "James, qual é o problema?"
"N-nada."
Remus olhou para o relógio. "Droga – estamos atrasados, não estamos?" James não precisava responder. O sinal de alerta soou. "Droga! Estamosatrasados!" Ambos aceleraram o passo para uma corrida.
"Isso é tudo culpa sua, Prongs," disse Remus quando alcançaram o patamar do Hall de Entrada. "Por que tinha que pendurar Mrs. Norris num candelabro, afinal?"
"É tradição, foi por isso," disse James. Eles correram pelas portas do castelo, as mochilas batendo em suas costas. "Deus, está frio aqui fora. Quando isso aconteceu? Estava quente essa manhã!"
"Não fale sobre o clima comigo, Prongs. Estou com raiva de você."
"Você vai superar."
"Não vou não se recebermos detenção!"
Os dois grifinórios estavam tão ocupados discutindo e correndo que, quando viraram a esquina da estufa número três em busca da estufa número dois, não perceberam alguém parado bem na curva. Como resultado, James esbarrou nessa pessoa, e Remus esbarrou em James. Os três caíram no chão.
"Você está bem, Lupin?" indagou James, levantando-se e oferecendo uma mão ao amigo. Tirando a poeira do uniforme, Remus resmungou algo como "Eu estou bem", e agarrou a mão do capitão. Apenas quando os dois grifinórios estavam em pé notaram a terceira vítima.
Nicolai Mulciber olhava furioso para eles. Já de pé, o sonserino segurava um frasco em uma mão e a varinha na outra. James ignorou completamente a varinha.
"Sério? Está enchendo a cara atrás das estufas? Sozinho, ainda por cima? Tão clichê."
"Você não quer me tirar, Potter," rosnou Mulciber, brandindo a varinha. "Depois daquela artimanha que montou... eu teria cuidado se fosse você."
James revirou os olhos. "Olhe, Mulciber." O rapaz apontou para si e contou: "Um." E apontou para Remus: "Dois. Há dois de nós, e um de vocês, e mesmo que tivesse apenas meio Lupin aqui, eu aindaapostaria nele em uma briga. Então, talvez você deva ter cuidado, Tijolo."
Mulciber parecia confuso. "Tijolo?"
"Hum, é do que decidi te chamar, por conta de todas as características que compartilha com um tijolo. Vamos ver, vocês dois são desarticulados, insensíveis e conhecidos por serem muito pesados."
"Prongs," suspirou Remus, mas tarde demais.
Mulciber ergueu a varinha, e James sacou a dele.
"Pordiporsus!" gritou Mulciber e, ao mesmo tempo, James berrou: "Levicorpus!"
O grifinório foi jogado para trás, seu corpo batendo bruscamente contra uma árvore, enquanto o sonserino foi levantado no ar e ficou pendurado, como que preso pelo tornozelo. James se recuperou primeiro e percebeu que Mulciber tinha deixado a varinha cair. Ele sorriu.
"Prongs," disse Remus, expressando uma infinidade de outros pensamentos com uma única palavra. Ele poderia muito bem ter simplesmente lembrado ao amigo que não valia a pena se encrencar com aquilo, ou que estavam atrasados para a aula de Herbologia, ou que ele era um monitor e, portanto, tinha obrigaçãode parar aquilo. James assentiu, sacudiu a varinha, e Mulciber começou a cair. Antes que o sonserino atingisse o chão, James balançou a varinha novamente, e ele parou a cerca de três centímetros do solo. Uma última vez, o capitão sacudiu a varinha, e Mulciber caiu no chão.
Enquanto ele se recuperava, James apanhou sua mochila que tinha caído e, seguido por Remus, rumou em direção à estufa número dois novamente.
"Ei, Potter!" chamou Mulciber.
"Por favor, James," implorou Remus, cansado.
"Tudo bem, Aluado eu não vou me virar…"
Mas ele não teve escolha. "Ei, Potter," repetiu Mulciber – mais perto dessa vez – e James sentiu uma mão pousar em seu ombro. O capitão se virou e antes que tivesse alguma ideia do que estava acontecendo, sentiu uma dor aguda em seu rosto. Mulciber o socara e ele cambaleou para trás.
"Gostou?" vociferou Mulciber. James o encarou, cambaleando para manter o equilíbrio. Enquanto ponderava suas opções, olhou para o sonserino, presunçoso e comemorando a aparente vitória. Definitivamente havia um caminho certo que podia – e por definição, deveria – ser tomado naquele momento. Ele devia se afastar... dar meia volta, ir à aula de Herbologia e apenas deixar aquilo para lá. Essa era a opção sensata, responsável, madura e adequada para quem possuía setenta e quatro detenções.
James lançou-se para frente, acertando Mulciber na cintura e jogando-o no chão.
Aparentemente o sonserino pensara que James seria mais do tipo que optaria pelo caminho certo. No entanto, o rapaz rapidamente revidou com um golpe no rosto de James, embora esse não tenha tido nem a força, nem a pontaria do primeiro, e o capitão se recuperou rapidamente. Derrubou a varinha que Mulciber lutava para pegar de suas mãos e sacou a sua, lutando para manter o domínio da luta. Remus estava indeciso – sacara a varinha, mas não estava disposto a atacar o amigo. Ainda assim, quando – aparentemente do nada – James sentiu seu corpo inteiro ser levantado e colocado no ar, da mesma forma que fizera com Mulciber há poucos instantes, tinha certeza que Remus lançara o feitiço. Mulciber estava pendurado não muito longe dali, mas não era Remus quem estava apontando a varinha para os dois, mas Donna Shacklebolt.
"Sério, vocês dois," disse ela com a expressão severa. "Nós já não assistimos a isso antes?"
"Por que não está na aula de Herbologia, Shack?"
"Porque eu não estou cursando ela," disparou Donna. "Por que vocês não estão na aula?"
"Porque eu estava ocupado lutando com Mulciber," respondeu James. "Agora me ponha no chão."
"Ponha nós dois no chão," gritou Mulciber.
"Não até jurarem parar de brigar," disse a bruxa teimosamente. "Vocês vão só perder mais pontos da Grifinória!"
"Donna!" ralhou James. "Pare de ser tão bajuladora!"
"Eu não sou…"
"O que está acontecendo aqui?" Um bruxo de cabelos loiros e cerca de trinta anos de idade apareceu quase de repente, e James imaginou como não o viu chegar.
Donna começou. "Ah, é só... veja…"
O bruxo mais velho lançou um olhar confuso a ela, e a jovem bruxa imediatamente soltou os garotos briguentos.
Thump.
Ambos gemeram. "Obrigado," disse o outro. James tropeçou em seus pés enquanto fazia um exame mais completo do recém-chegado. Um distintivo de auror estava preso no colarinho de suas vestes marrons e o capitão de quadribol logo soube do que se tratava. "É por isso que eu não queria essa tarefa," suspirou o bruxo. "Tudo bem... hum... eu não sou professor de vocês, então não vou puni-los ou algo assim, mas... apenas... parem. Você... garota..." Para Donna, "Não azare as pessoas. Não é assim que se consegue a atenção de um cara."
"Ah, eu não os azarei," respondeu Donna na bucha. "Veja, eles estavam brigando, então eu tentei separá-los."
"Os azarando," concluiu o outro secamente.
"Foi só o ‘Levicorpus,‘" retrucou Donna. "Eu estava tentando ajudar."
"Bem, não tente," suspirou ele. "E não... sabe, não importa. Eu nem sei porque estou continuando essa discussão. Por que não vão todos para as aulas?"
"Eu não..." começou Donna novamente, mas James a cortou.
"Shack, dá para ficar calada? Ninguém estáencrencado."
"Obrigado. Exatamente!" disse o mais velho. "Apenas... vão para a aula." Eles começaram a obedecer. "Esperem, um instante..." Eles pararam. "Algum de vocês sabe onde posso encontrar James Potter?"
A expressão de Donna era de completa indignação e ela não disse nada. James e Remus se entreolharam, e Mulciber imediatamente apontou para o grifinório em questão. "Ele é."
"‘É ele‘ seria gramaticalmente correto," informou-lhe James. Ele se virou para o outro bruxo. "Estou encrencado?"
"Não."
"Vou perder a próxima aula?"
"Provavelmente."
"Ah. O.K. Do que você precisa?"
"Os... os demais podem ir," disse o bruxo, e eles obedeceram. Quando a sós, o homem continuou: "Meu nome é Lathe. Eu trabalho para o Ministério, e preciso te fazer algumas perguntas."
"Vocês já têm minhas lembranças daquela noite," disse James desconfiado. "Eu entreguei a McGonagall para que examinassem na penseira."
"Sim," disse Lathe, "e eu dei uma olhada. Mas não estou bem familiarizado com você, ou com a Senhorita Meloni ou com qualquer aluno envolvido. Para entender o que aconteceu, preciso de sua opinião... o que aconteceu que você achou fora do normal sobre certos comportamentos e reações: qualquer coisa que pareceria estranho para alguém familiarizado com os envolvidos."
James o encarou. "Você é mais esperto que a tal Drake."
Lathe assentiu. "Sua mochila escolar provavelmente é mais esperta que a tal Drake."
Comentários (2)
pode deixar que vou dar uma olhada nisso e concertar
2014-08-13Ta dando muito erro nos textos! Tão vindo muito duplicados!
2014-08-08