Retrouvailles- One shot

Retrouvailles- One shot



Londres é uma cidade maravilhosa, uma vez que você mora nela, você simplesmente não quer ir embora. Eu, Rose Weasley, morei em Londres por grande parte da minha vida, estudei magia, vivi momentos maravilhosos com minha família, meus amigos e meu ex-namorado Scorpius. Ex, porque tudo acaba um dia e por que o destino definitivamente não estava ao nosso favor. Não vou entrar em detalhes sobre isso.


Bom, eu, por incrível que pareça, superei Londres. Depois que me formei em Hogwarts, decidi que queria seguir uma carreira trouxa. Não tive nenhum interesse em ser auror, professora, jogadora de quadribol ou outras coisas do tipo que os bruxos viram, por que eu simplesmente não achava graça.


Eu terminei Hogwarts, eu superei Londres e fui para a França, estudar letras. Lancei uma trilogia. Pintei o cabelo de preto, voltei para o ruivo, descolori, usei cabelo azul por duas semanas, desisti, cortei chanel, pintei de preto de novo e de novo voltei para o ruivo. Passei a gostar de chá mesmo estando um pouco longe da terra do chá. Passei algumas semanas tentando convencer a mim mesma que eu gostava de café, mas depois desisti por que chá é muito mais a minha cara. Comecei a fazer teatro junto com um pessoal que conheci lá por Paris. Nós gostávamos de tomar chá nas noites frias de ensaio até tarde. Voltei para Londres e revi minha família. Estava com muita saudade dos meus pais, do meu irmão e dos meus primos. Lily se casou com meu irmão e eu nem sabia que eles estavam namorando. E Albus também tinha se casado. Com uma garota que ele conheceu pelo trabalho. E eu ensinei os dois a fazer croissant. E eu já tinha 26 e a única coisa que pegava em Paris era gripe. Eu superei Londres, mas ele estava mais na minha cabeça do que as falas para as apresentações de teatro. E eu lembrava mais dele do que eu lembrava ter escrito nos meus livros. E eu conversei com minha mãe e ela pediu para eu ficar em Londres. E eu disse que não. E uma semana depois eu voltei para Paris. Conheci novas palavras e Retrouvailles se tornou minha favorita. E isso é estranho por que eu nunca fui de escolher uma palavra favorita. Lancei um livro de contos e troquei cartas com uma garota francesa que eu conheci numa sexta-feira andando pelas ruas de Paris. E embora morássemos no mesmo lugar, trocar cartas é apaixonante. Adotei uma gata e a chamei de Laranjinha. Por que foi o que eu consegui pensar. Estudei teatro, piano, flauta, tomei chá, visitei a torre Eiffel -sozinha- e fui feliz. Sozinha. De repente eu me vi com 29 anos e uma vontade de voltar para Londres. E eu voltei. Retrouvailles em francês significa a felicidade do reencontro após um longo período de tempo.


Cheguei um Londres com frio, com sono e de surpresa. Minha mãe me abraçou e nós tomamos chá enquanto ela me contava o que tinha acontecido por todo esse tempo. Descobri que a maioria dos meus primos tinha se casado, eu tinha 3 sobrinhos e uma criançada enorme que era filha dos meu primos. E pela primeira vez eu me senti triste por estar sozinha.


E quis voltar ao tempo, não ter ido para Paris e ter construído a minha família. Por que agora eu estava sozinha. Lindamente sozinha. Perguntei sobre Scorpius. E descobri que nós éramos duas pessoas lindamente sozinhas. Aceitei isso.


Voltei para o teatro, conheci gente feliz, infeliz, normal, maluquinha, senti saudades dos meus outros colegas, mas amei estes e me firmei como atriz. Foi assim. Até uma tarde. Uma tarde que eu fui à casa de Albus e Scorpius estava lá. Então deixei tudo de lado e conversamos como se Paris, Londres, chá, teatro, estudo, casamentos e livros não tivessem acontecido. Apenas como se nós estivéssemos em Hogwarts , sentados nas arquibancadas conversando. Eu percebi que sentia saudades dele. E aquela sensação de retrouvailles tomou conta de mim. Falamos de livros, da filharada dos nossos amigos e do que aconteceu por todo esse tempo. Lembrei a mim mesma que nós terminamos por minha causa. Porque eu decidi me aventurar por paris até ter quase 30 anos e alguns quilinhos a mais. Decidi mudar isso e nós saímos por meses. Reatamos devagar e a passos lentos, quase sem perceber. Já tínhamos 30 e o chamei para ir comigo para Paris. E fomos. Ficamos lá 2 anos e meio. Passamos uma semana em Londres e decidimos voltar para Paris de vez. Um da Lily foi nos visitar com seus 3 filhinhos e meu irmão. Fomos à um parque e eu carreguei meus sobrinhos comigo ao carrossel. E enquanto eu estava sentada junto com minha única sobrinha menina numa espécie de carruagem do carrossel, fui pedida em casamento. Do nada e de repente. Assim como a minha ida à Paris e à minha volta de Paris.


E eu aceitei. Por que um pedido de casamento no meio de Paris e num carrossel não é algo que se rejeite.


Nos casamos em Londres, porque trazer toda a família para Paris seria complicado. Tivemos uma filha que eu amaria ter chamado de Daenerys, devido ao meu recém-adquirido amor a game of thrones. Mas acabamos a chamando de Giselle. Não me pergunte o motivo. A laranjinha perdeu-se em Paris e embora tentemos encontra-la, não conseguimos. Então adotamos outra gatinha e a chamamos de moranguinho. Mas dessa fez foi por que eu quis mesmo. E Scorpius riu de mim dizendo que se tivéssemos outra filha, eu ia querer dar algum nome de fruta para ela, e eu me permiti rir.


Eu havia superado Londres, mas não superado ele, e aquela vontade repentina de mudar alguma coisa, de fazer uma surpresa, de voltar para casa depois de tanto tempo, me fez perceber que eu sou a pessoa mais estranha que eu conheço. Mas eu estou feliz e continuo elegendo minhas palavras favoritas, escrevendo, tomando chá e dando nome de fruta às coisas. E aquela sensação de retrouvailles foi uma das melhores coisas que me podia ter acontecido.

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Comentários (1)

  • Annabel Evers

    Que texto lindo, doce e tocante <3 Por ser sobre eles dois melhora ainda mais *--*Sua escrita rápida e envolvente é maravilhosa!Parabéns pela fic ;) 

    2014-04-19
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