O Patrono
– O Patrono.
– Esse é um bom nome de capítulo! – Tiago disse com um grande sorriso.
– Espero que signifique que Remo vai finalmente começar aquelas aulas de Patrono que ele prometeu ao Harry. – Sirius disse sorrindo para Remo esperançoso.
– Já estava na hora. – Remo disse sorrindo para Harry – Imagino que você vá ser um ótimo aluno.
– Duvido. – Severo murmurou de seu canto.
– Pois pode duvidar a vontade, Snape. – Sirius disse irritado – Eu aposto com você que o Harry consegue, na hora que quiser.
– Já falei que não faço apostas idiotas, Black. – Severo bufou irritado.
Harry sabia que Hermione tivera boa intenção, mas isso não o impedia de estar aborrecido com a amiga. Ele fora dono da melhor vassoura do mundo por breves horas e agora, por interferência dela, não sabia se iria rever a vassoura.
Harry tinha certeza de que, no momento, não havia problema algum com a Firebolt, mas em que estado ela ficaria depois de ser submetida a todo tipo de teste antifeitiço?
Rony também estava furioso com Hermione. Na sua opinião, desmontar uma Firebolt nova em folha era nada menos que um ato criminoso.
– E eu continuo pensando assim! – Rony afirmou categórico.
– E eu concordo! – Tiago disse enfático – Criminoso e desnecessário, Sirius nunca adulteraria uma vassoura para machucar o Harry...
– Nós realmente não tínhamos como saber isso. – Hermione bufou resignada – Eu já disse, só queria proteger meu amigo...
Hermione, que continuava convicta de que agira visando o bem do amigo, começou a evitar a sala comunal. Os dois garotos supunham que ela se refugiara na biblioteca e não tentaram persuadi-la a voltar.
– É claro que me refugiei na biblioteca, os dois estavam me tratando mal... – Hermione disse levantando os olhos do livro e encarando Harry e Rony – Além disso, eu estava estudando casos para ajudar o Hagrid.
Harry e Rony encararam os próprios pés constrangidos.
Em tudo por tudo, eles ficaram felizes quando o restante da escola voltou, pouco depois do Ano-Novo, e a Torre da Grifinória novamente se encheu de gente e ruídos.
Olívio procurou Harry na véspera do novo trimestre começar.
— Teve um bom Natal? — perguntou ele e, em seguida, sem esperar resposta, se sentou, baixou a voz e disse: — Andei pensando durante o Natal, Harry. Depois da última partida, entende. Se os dementadores forem ao próximo... Quero dizer... Não podemos nos dar ao luxo de você... Bem...
– Ele quer dizer que não podemos nos dar ao luxo de perder mais um jogo... – Tiago disse concordando internamente com Olívio – Ele precisa de um pouco mais de confiança para ser capitão... "Mesmo tratando de assuntos delicados a voz de um capitão deve se manter firme e confiante".
– Que livro você está citando? – Sirius disse com uma gargalhada.
– O Manual do bom capitão. – Tiago murmurou desviando os olhos enquanto todos acompanhavam Sirius em sua risada – É um livro trouxa, deveria ser sobre futebol, mas adaptei as ideias para quadribol...
– Eu com certeza não conhecia esse seu lado. – Lily disse com um sorriso bobo nos lábios.
– Você ainda tem muito a conhecer. – Tiago disse ligeiramente galante antes de se lembrar de que prometeu a Lily que não forçaria um clima entre eles – Quero dizer, você está conhecendo apenas o meu lado fanático por quadribol e meu lado amigo... Não sabe nada sobre como sou um bom... Nada... É melhor você voltar a ler Hermione...
Olívio parou, parecendo constrangido.
— Já estou cuidando disso — falou Harry depressa. — O Profº. Lupin prometeu que me ensinaria a afastar os dementadores. Devemos começar esta semana. Ele falou que teria tempo depois do Natal.
— Ah — respondeu Olívio, o rosto se desanuviando. — Bem, nesse caso... Eu não queria realmente perder você como apanhador, Harry já encomendou uma vassoura nova?
— Não.
— Quê! É melhor você se mexer, sabe, não vai poder montar aquela Shooting Star contra o time da Corvinal!
— Ele ganhou uma Firebolt de Natal — disse Rony.
— Uma Firebolt? Não! Sério? Uma Firebolt de verdade?
— Não precisa se excitar, Olívio — disse Harry deprimido. — Não está mais comigo. Foi confiscada. — E explicou tudo sobre a Firebolt e como estava sendo verificada para saber se fora enfeitiçada.
— Enfeitiçada? Como poderia ter sido enfeitiçada?
— Sirius Black — disse Harry, cansado. — Dizem que ele está querendo me pegar. Então McGonagall calculou que poderia ter me mandado a vassoura.
Descartando a informação de que um assassino famoso estava atrás do seu apanhador, Olívio disse:
– Eu gosto desse cara! – Sirius disse rindo – Ele mantem as prioridades dele no lugar certo...
– Que me importa se um assassino famoso fugitivo de Azkaban está atrás do meu apanhador – Remo disse irônico – Contanto que ele apanhe o pomo antes de ser morto, estamos bem.
Harry, Rony e Gina não resistiram em acompanhar as risadas dos marotos.
— Mas Black não poderia ter comprado uma Firebolt! Ele está fugindo! O país inteiro está à procura dele! Como é que iria simplesmente entrar na Artigos de Qualidade para Quadribol e comprar uma vassoura?
– E eu pensando que ele saberia um pouco mais sobre o comércio de vassouras... – Tiago disse revirando os olhos.
– Tiago, – Frank disse risonho – nem todo mundo leva o quadribol ao mesmo nível que você.
— Eu sei, mas ainda assim McGonagall quer desmontá-la...
Olívio empalideceu.
— Vou falar com ela, Harry — prometeu. — Vou chamá-la à razão... Uma Firebolt... Uma autêntica Firebolt, no nosso time... Ela quer que Grifinória ganhe tanto quanto nós... Vou fazê-la ver o absurdo. Uma Firebolt...
As aulas recomeçaram no dia seguinte. A última coisa que alguém ia querer fazer era passar duas horas lá fora em uma fria manhã de janeiro, mas Hagrid providenciara uma fogueira cheia de salamandras para alegria dos alunos, que passaram uma aula incomumente boa juntando madeira e folhas secas para manter o fogo alto enquanto os bichinhos, que adoram chamas, subiam e desciam pelas toras embranquecidas de calor.
– Pelo menos vocês aprenderam um pouco sobre salamandras... – Alice disse dando de ombros – Já é alguma coisa.
A primeira aula de Adivinhação do novo trimestre foi bem menos divertida; a Profª. Sibila estava agora começando a ensinar quiromancia à turma e não perdeu tempo para informar Harry de que ele possuía a menor linha da vida que ela já vira.
– É claro. – Lily bufou – Não é uma verdadeira aula de adivinhação sem um presságio de morte para Harry.
Mas era à aula de Defesa contra as Artes das Trevas que ele estava ansioso para chegar; depois da conversa com Olívio, queria começar as aulas antidementadores o mais cedo possível.
— Ah, é verdade — disse Lupin quando Harry o lembrou da promessa no final da aula. — Vejamos... Que tal às oito horas da noite na quinta? A sala de aula de História da Magia deve ser suficientemente grande... Tenho que pensar muito como vamos fazer. Não podemos trazer um dementador real ao castelo para praticar...
– Nem imagino que solução vou arranjar... – Remo disse pensativo – Mesmo que Harry aprenda a fazer um patrono em uma sala vazia, na hora que encontrar um dementador, talvez ele não consiga realizar o feitiço. Afinal, a primeira regra do feitiço é ter um pensamento feliz e se concentrar nele, o dementador no entanto se alimenta justamente desse sentimento, então frente a frente com um deles, é muito mais difícil ter um pensamento feliz...
Sirius e Tiago trocaram um olhar indulgente, adoravam ouvir Remo falar de sua matéria favorita e seu sonho de lecionar.
– Você vai ser um professor maravilhoso, Remo! – Lily disse com um sorriso de canto de boca fazendo Remo corar.
— Ele continua com cara de doente, não acha? — perguntou Rony quando caminhavam pelo corredor para ir jantar. — Que é que você acha que ele tem?
Ouviram um alto muxoxo de impaciência atrás deles. Era Hermione que estivera sentada ao pé de uma armadura, rearrumando a mochila, tão cheia de livros que não fechava.
— E por que é que você esta fazendo muxoxo para a gente? — perguntou Rony, irritado.
— Por nada — respondeu Hermione em tom de superioridade, passando a mochila pelo ombro.
— Nada, não — disse Rony. — Eu estava imaginando qual seria o problema de Lupin, e você...
— Bem, será que não está óbvio? — disse a garota com um olhar de superioridade de dar nos nervos.
— Se você não quer dizer, não diga — retrucou Rony com rispidez.
— Ótimo — disse Hermione, arrogante, e foi-se embora.
— Ela não sabe — disse Rony, olhando, rancoroso, para a garota que se afastava. — Só está tentando fazer a gente voltar a falar com ela.
– Na verdade eu sabia... – Hermione disse constrangida.
– Pelo visto, pelo menos um de vocês pensa. – Severo murmurou maldoso de seu lugar.
– Acho melhor ficar quieto se não quiser que eu transforme sua língua em uma beringela! – Sirius disse apertando os olhos na direção de Snape.
– O que quer dizer com isso Severo? – Lily perguntou tentando ignorar o fato de Tiago estar acenando freneticamente para Hermione voltar a ler.
– Que pelo menos Granger descobriu qual a doença de Lupin. – Severo disse com superioridade.
– Então você sabe qual é a doença dele. – Lily perguntou pensativa, já tinha suas próprias ideias sobre o que poderia ser, mas não diria nada sem confirmação.
– Sei, mas não posso falar... – Severo bufou.
– Por que não pode falar? – Alice perguntou curiosa – Sirius e Tiago não falam nada por que são amigos de Remo, mas você não é amigo deles...
– Não posso falar por que me comprometi a não falar... – Severo disse revirando os olhos para Alice – E não vou falar, mesmo que insistam, então é melhor continuar lendo. – Ele completou para Hermione.
Oito horas da noite de quinta-feira, Harry saiu da Torre da Grifinória para a sala de História da Magia. Quando chegou, a sala estava escura e vazia, mas ele acendeu as luzes com a varinha e já estava esperando havia uns cinco minutos quando o Profº. Lupin apareceu, trazendo uma grande caixa, que depositou em cima da escrivaninha do Profº. Binns.
— Que é isso? — perguntou Harry.
— Outro bicho-papão — respondeu Lupin tirando a capa. — andei passando um pente fino no castelo desde terça-feira e por sorte encontrei este aqui escondido no arquivo do Sr. Filch. É o mais próximo que chegaremos de um dementador de verdade, O bicho-papão se transformará em um dementador quando o vir, então poderemos praticar. Posso guardá-lo na minha sala quando não estiver em uso; tem um armário embaixo da minha escrivaninha de que ele vai gostar.
– Você é genial! – Sirius disse dando a Remo um olhar de aprovação.
– Vai ser perfeito! – Tiago concordou com um sorriso.
— Tudo bem — disse Harry procurando falar como se não estivesse nada apreensivo, mas apenas feliz por Lupin ter encontrado um substituto tão bom para um dementador real.
— Então... — O Profº. Lupin apanhou a varinha e fez sinal para Harry imitá-lo. — O feitiço que vou tentar lhe ensinar faz parte da magia muito avançada, Harry, muito acima do Nível Normal de Bruxaria. É chamado o Feitiço do Patrono.
— O que é que ele faz? — perguntou Harry nervoso.
— Bem, quando funciona corretamente, ele conjura um Patrono, que é uma espécie de antidementador, um guardião que age como um escudo entre você e o dementador.
Harry teve uma súbita visão de si mesmo agachado atrás de um vulto do tamanho de Hagrid segurando um enorme bastão.
– Você tem uma imaginação fascinante. – Gina disse rindo junto com todos os outros e fazendo Harry corar.
O Profº. Lupin continuou:
— O Patrono é um tipo de energia positiva, uma projeção da própria coisa de que o dementador se alimenta: esperança, felicidade, desejo de sobrevivência, mas ele não consegue sentir desesperança, como um ser humano real, por isso o dementador não pode afetá-lo. Mas preciso preveni-lo, Harry, de que o feitiço talvez seja demasiado avançado para você. Muitos bruxos habilitados têm dificuldade de executá-lo.
— Que aspecto tem um Patrono? — perguntou Harry, curioso.
— Cada um é único para o bruxo que o conjura.
– O meu é um grande e imponente cervo. – Tiago disse estufando o peito orgulhoso.
– O meu é um cachorro gigante. – Sirius disse dando uma piscadela.
– Um Lobo. – Remo disse tentando não chamar muita atenção para si mesmo.
– Nunca consegui conjurar um patrono corpóreo... – Alice disse baixando os olhos constrangida.
– O meu é uma raposa... – Frank disse sorridente.
– Uma corça. – Lily disse encarando Tiago com curiosidade. Seus patronos se completavam, um cervo e uma corça... Como se estivessem destinados a ficar juntos para sempre.
– O meu também é uma corça. – Severo disse encarando Lily que não lhe deu qualquer atenção.
Mas Tiago ouviu o que Snape disse e pensou imediatamente que duas corças são iguais, não se completam... Enquanto o cervo é o par perfeito para a corça. E sorriu para Lily sabendo que ela estava destinada a ficar com ele, em todos os sentidos.
— E como se conjura?
— Com uma fórmula mágica, que só fará efeito se você estiver concentrado, com todas as suas forças, em uma única lembrança muito feliz.
Harry procurou em sua mente uma lembrança feliz. Com certeza, nada que tivesse lhe acontecido na casa dos Dursley iria servir. Por fim, decidiu-se pelo momento em que voou numa vassoura pela primeira vez.
– Não acho que essa lembrança será forte o bastante... – Sirius comentou pensativo.
— Certo — disse, procurando lembrar o mais exatamente possível da maravilhosa sensação de voar.
— A fórmula é a seguinte — Lupin pigarreou para limpar a garganta. — Expecto Patronum!
— Expecto Patronum! — repetiu Harry em voz baixa —, Expecto...
— Está se concentrando com todas as forças em sua lembrança feliz?
— Ah... Estou — respondeu Harry, forçando depressa seu pensamento a retornar àquele primeiro vôo de vassoura. — Expecto patrono. Não, patronum... Desculpe...Expecto Patronum! Expecto Patronum!... — Alguma coisa se projetou subitamente da ponta de sua varinha; parecia um fiapo de gás prateado.
– Muito bom para sua primeira vez. – Lily disse olhando para Harry confiante – E você tinha só treze anos...
— O senhor viu isso? — perguntou Harry, excitado. — Aconteceu uma coisa!
— Muito bem — aprovou Lupin sorrindo. — Certo, então, está pronto para experimentar com um dementador?
— Estou — disse o garoto, segurando sua varinha com firmeza e indo para o meio da sala de aula deserta. Tentou manter o pensamento no vôo, mas alguma coisa não parava de interferir... A qualquer segundo agora, poderia tornar a ouvir sua mãe... Mas ele não devia pensar nisso ou tornaria a ouvi-la, e ele não queria... Ou será que queria?
– Ah, Harry. – Remo murmurou triste – Se você pensar nisso, não vai dar certo...
– Por favor. – Tiago disse com um suspiro enquanto abraçava Lily, que havia soluçado, com um pouco mais de força – Não espere ouvir sua mãe... Isso vai te machucar mais do que te ajudar.
Severo concordou internamente com Tiago, ouvir os últimos momentos de Lily seria difícil para todos ali.
Lupin segurou a tampa da caixa e levantou-a.
Um dementador se ergueu lentamente da caixa, o rosto encapuzado virado para Harry, uma mão luzidia, coberta de cascas de feridas, segurando a capa.
As luzes em volta da sala de aula piscaram e se apagaram. O dementador saiu da caixa e começou a se deslocar silenciosamente em direção a Harry, respirando profundamente, uma respiração vibrante. Uma onda de frio intensa o engolfou...
— Expecto patronum! — berrou Harry. — Expecto Patronum!
Mas a sala e o dementador foram se dissolvendo... Harry se viu caindo outra vez por um denso nevoeiro branco, e a voz de sua mãe mais alta que nunca, ecoava em sua cabeça... “Harry não! Harry não! Por favor... farei qualquer coisa...”
"Afaste-se. Afaste-se, menina...”
A voz de Hermione vacilou enquanto lia. Todos a sua volta estavam pálidos, mas Harry, mais uma vez, era quem estava pior, havia escondido o rosto entre as mãos, e não conseguia parar de tremer. Lily soltou-se de Tiago suavemente e acolheu Harry em seus braços.
– Harry... – Gina disse com os olhos marejados – Isso é terrível... Não imagino como tenha sido difícil para você...
— Harry!
Harry de repente recuperou os sentidos. Estava deitado de costas no chão. As luzes da sala tinham reacendido. Ele não precisou perguntar o que acontecera.
— Desculpe — murmurou, se sentando e sentindo o suor frio escorrer por dentro dos óculos.
— Você está bem? — perguntou Lupin.
— Estou... — Harry usou uma carteira para se levantar, apoiando-se nela.
— Tome aqui — Lupin lhe deu um sapo de chocolate. — Coma isso antes de tentarmos outra vez. Eu não esperava que você conseguisse da primeira vez; de fato, ficaria assombrado se tivesse conseguido.
— Está piorando — murmurou Harry, mordendo a cabeça do sapo. — Eu a ouvi mais alto dessa vez... E ele... Voldemort.
Lupin parecia mais pálido do que de costume.
– Ouvir isso é difícil demais... – Remo murmurou – Sei que na época você não sabia... Mas estava falando da morte de um dos meus melhores amigos...
Sirius, que também não estava bem, apertou o ombro de Remo para confortá-lo um pouco.
— Harry, se você não quiser continuar, vou compreender muito bem...
— Eu quero! — exclamou Harry com vigor, enfiando o resto do sapo de chocolate na boca. — Tenho que continuar! O que vai acontecer se os dementadores aparecerem na partida contra Corvinal? Não posso me dar ao luxo de cair outra vez. Se perdermos a partida, perderemos a Taça de Quadribol!
– Agora você falou exatamente como seu pai. – Sirius disse com um sorriso triste e ligeiramente orgulhoso.
— Muito bem, então... — disse Lupin. — Talvez queira escolher outra lembrança, uma lembrança feliz, quero dizer, para se concentrar... Essa primeira parece que não foi bastante forte...
Harry fez um esforço mental e concluiu que sua emoção quando Grifinória ganhara o Campeonato das Casas, no ano anterior, fora decididamente uma lembrança muito feliz. Segurou a varinha com força, outra vez, e tomou posição no meio da sala.
— Pronto? — perguntou Lupin segurando a tampa da caixa.
— Pronto — disse Harry, tentando por tudo encher a cabeça de pensamentos felizes sobre a vitória de Grifinória, em lugar dos pensamentos sombrios sobre o que ia acontecer quando a caixa se abrisse.
— Já! — disse Lupin destampando a caixa. A sala ficou gelada e escura mais uma vez. O dementador avançou deslizando, inspirando com força; a mão podre estendida para Harry...
— Expecto Patronum! — berrou Harry. — Expecto Patronum! Expecto Pat...
Um nevoeiro branco obscureceu seus sentidos... Vultos grandes e difusos moveram-se à sua volta... Então ele ouviu uma nova voz, uma voz de homem, gritando em pânico..."Lílian, leve Harry e vá! É ele! Vá! Corra! Eu o atraso...”
– Tiago? – Lily e Sirius murmuraram ao mesmo tempo enquanto as lágrimas que teimavam em cair dos olhos de Lily engrossavam.
– Você ouviu o Tiago... – Sirius completou sozinho com a voz tremendo, como resposta recebeu apenas um aceno de cabeça de Harry.
– Você... – Lily virou-se para Tiago angustiada – Você enfrentou Voldemort, sozinho, para me proteger? Para proteger o Harry? – Lily começou a chorar ainda mais.
– Parece que sim... – Tiago murmurou nervoso – Eu faria de novo... Eu faria qualquer coisa para proteger vocês...
Os ruídos de alguém saindo aos tropeços de uma sala... Uma porta se escancarando... Uma gargalhada aguda...
— Harry! Harry. Acorde...
Lupin dava tapinhas em seu rosto. Desta vez levou um minuto até Harry entender por que estava deitado no chão empoeirado de uma sala de aula.
— Ouvi meu pai — murmurou Harry — É a primeira vez que o ouço, ele tentou enfrentar Voldemort sozinho, para dar à minha mãe tempo de fugir...
O garoto de repente percebeu que havia em seu rosto lágrimas misturadas ao suor. Abaixou a cabeça o mais que pôde e enxugou as lágrimas nas vestes, fingindo estar amarrando um sapato, para Lupin não ver.
— Você ouviu Tiago? — disse Lupin numa voz estranha.
— Ouvi... — O rosto seco, Harry ergueu a cabeça. — Por quê... O senhor conheceu meu pai?
— Eu... Para falar a verdade, conheci. Fomos amigos em Hogwarts. Escute, Harry... Talvez devêssemos parar por hoje. Este feitiço é absurdamente avançado... Eu não devia ter sugerido que você se submetesse a essa...
– Você podia ter falado mais do que "fomos amigos em Hogwarts" para ele. – Tiago disse com a voz ainda rouca pelo que havia acabado de ouvir.
– Eu não devia estar muito melhor do que estou agora, Tiago – Remo disse encarando seu melhor amigo – acho que não teria capacidade para falar mais do que isso naquele momento.
– "Seu pai foi meu melhor amigo, junto com seu padrinho, assassino condenado, e me ajudaram a superar todos os meus problemas", não me parece uma opção tão ruim. – Sirius disse dando de ombros.
– Se isso acontecer um dia, eu falo isso, – Remo disse com um sorriso de canto de boca – mas por hora espero não precisar nunca falar de Tiago para o Harry... Apenas as histórias boas que Tiago não contaria...
— Não! — disse Harry e tornou a se levantar. — Vou tentar mais uma vez! Não estou pensando em lembranças muito felizes, é só isso... Espere aí...
O garoto puxou pela memória. Uma lembrança realmente, mas realmente feliz... Uma que ele pudesse transformar em um Patrono válido e forte...
O momento em que ele descobrira que era bruxo e ia deixar a casa dos Dursley para freqüentar Hogwarts! Se isso não fosse uma lembrança feliz, ele não sabia qual seria... Concentrando-se com todas as forças no que sentira quando compreendeu que ia deixar a Rua dos Alfeneiros, Harry se levantou e ficou de frente para a caixa mais uma vez.
— Pronto? — perguntou Lupin, que parecia fazer isso contrariando o seu bom senso. — Concentrou-se com firmeza? Muito bem... Já!
Ele tirou a tampa da caixa pela terceira vez, e o dementador se levantou; a sala esfriou e escureceu.
— EXPECTO PATRONUM! — berrou Harry. — EXPECTO PATRONUM! EXPECTO PATRONUM!
A gritaria dentro da cabeça de Harry recomeçara — exceto que desta vez, parecia vir de um rádio mal sintonizado — fraca e forte e fraca outra vez... ele continuava a ver o dementador — que parara — então, um enorme vulto prateado irrompeu da ponta de sua varinha e ficou pairando entre ele e o dementador, e, embora suas pernas tivessem perdido as forças, Harry continuava de pé, por quanto tempo ele não tinha muita certeza...
– Você está conseguindo! – Sirius disse extremamente orgulhoso de seu afilhado – Eu sabia que conseguiria!
– E seu patrono pelo jeito logo vai tomar forma! – Remo disse empolgado em saber que foi ele quem ensionou a Harry aquele feitiço.
Tiago deu um meio sorriso para Harry, que ainda estava entre os braços de Lily, e passou o braço pelo ombro da garota, abraçando os dois.
— Riddikulus. — bradou Lupin saltando à frente.
Ouviu-se um estalo muito alto e o diáfano Patrono desapareceu juntamente com o dementador; o garoto afundou em uma cadeira, sentindo a exaustão de quem correra mais de um quilômetro, e as pernas trêmulas. Pelo canto do olho, viu o Profº. Lupin enfiar, à força, o bicho-papão na caixa, com a varinha; ele se transformou mais uma vez em uma bola prateada.
— Excelente! — exclamou Lupin, aproximando-se do garoto. — Excelente Harry! Decididamente foi um começo!
— Podemos tentar mais uma vez? Só mais umazinha?
— Agora, não — disse Lupin com firmeza. — Você já fez o bastante por uma noite. Tome...
E deu a Harry uma enorme barra do melhor chocolate da Dedosdemel.
— Coma bastante ou Madame Pomfrey vai querer me matar. À mesma hora na semana que vem?
– Muito obrigada, Remo. – Lily disse com a voz ainda embargada – Você está sendo maravilhoso com ele...
– Isso ainda não aconteceu. – Severo murmurou de seu canto, mas foi ignorado por todos.
— Ok — concordou Harry. Ele deu uma dentada no chocolate enquanto observava Lupin apagar as luzes que tinham reacendido com o desaparecimento do dementador.
Acabava de lhe ocorrer um pensamento.
— Profº. Lupin, se o senhor conheceu meu pai, então deve ter conhecido Sirius Black, também.
– Pela primeira vez na vida, você tem a oportunidade de perguntar a alguém que era realmente próximo ao seu pai, como ele era de verdade, – Gina disse encarando Harry com repreensão – e em vez disso você pergunta sobre Sirius?
– Me sinto honrado... – Sirius murmurou irônico – E quero saber qual vai ser a resposta do Remo...
Lupin se virou na mesma hora.
— Que foi que lhe deu essa idéia? — perguntou ele com rispidez.
— Nada... Quero dizer, eu soube que eles também eram amigos em Hogwarts...
O rosto de Lupin se descontraiu.
— É, eu o conheci — disse brevemente. — Ou pensei que o conhecia. É melhor você ir andando, Harry, está ficando tarde.
– Que quer dizer com isso? – Sirius virou-se para Remo revoltado com sua resposta.
– Parece que Lupin também não acredita em você, Black... – Severo disse, satisfeito em ver a desconfiança entre eles.
– Ele deve ter os motivos dele para achar que não te conhece mais... – Alice disse encarando Sirius insolente.
– Sirius, – Remo disse com cuidado – eu não sei por que eu disse isso, mas tenho certeza de que o livro vai explicar tudo depois... Só não brigue comigo agora.
Tiago baixou os olhos pensativo, o Remo do futuro não parecia acreditar na inocencia de Sirius, e ele era umas das pessoas que melhor conhecia Sirius no mundo. Se não confiava nele devia ter um bom motivo para isso... Ou apenas acreditou no que os outros lhe disseram.
O garoto saiu da sala, andou um pouco pelo corredor, dobrou um canto, depois se desviou para trás de uma armadura e se sentou em sua base para terminar o chocolate, desejando que não tivesse mencionado Black, pois Lupin obviamente não gostava de tocar nesse assunto. Então os pensamentos de Harry foram vagando aos poucos para sua mãe e seu pai.
Ele se sentiu esgotado e estranhamente vazio, ainda que estivesse empanturrado de chocolate. Por mais horrível que fosse ouvir os últimos momentos de seus pais repassarem por sua cabeça, eles tinham sido os únicos em que Harry ouvira as vozes dos dois desde que era pequeno. Mas ele não seria capaz de produzir um Patrono adequado se ficasse desejando ouvir os pais novamente...
— Eles estão mortos — disse a si mesmo com severidade. — Estão mortos e ficar ouvindo seus ecos não vai trazê-los de volta. É melhor você se controlar se quiser aquela Taça de Quadribol.
– Vocês não sabem como estou feliz em estar aqui com vocês agora, e ouvir vocês de verdade, e não seus ecos. – Harry disse encarando os pais com seriedade.
– É muito importante para mim que você esteja feliz agora, Harry. – Lily disse acariciando os cabelos de seu filho com carinho.
– Vou fazer tudo o que puder para estar com você em todos os momentos. – Tiago murmurou estendendo a mão e apertando o ombro de Harry com carinho – Mas espero que tenha nos tirado da cabeça e ganhado a taça de quadribol.
Harry sorriu para os pais, nunca soubera como era tê-los por perto, e mesmo que nada mudasse, essa experiência valia os riscos da viagem.
Ele se levantou, atochou o último pedaço de chocolate na boca e rumou para a Torre da Grifinória.
Corvinal jogou contra Sonserina uma semana depois do inicio do semestre. Sonserina ganhou, mas foi uma vitória apertada.
Segundo Olívio, isto era uma boa notícia para Grifinória, que tiraria o segundo lugar se também batesse Corvinal. Portanto, o capitão aumentou o número de treinos para cinco por semana. Isto significou que com as aulas antidementadores de Lupin, que em si eram mais exaustivas que os treinos de Quadribol, só sobrara a Harry uma noite por semana para fazer todos os deveres de casa. Ainda assim, ele não estava aparentando tanto desgaste quanto Hermione, cuja imensa carga de trabalho parecia estar finalmente cansando-a. Todas as noites, sem falta, Hermione era vista a um canto da sala comunal, várias mesas cheias de livros, tabelas de Aritmancia, dicionários de runas, diagramas de trouxas levantando grandes objetos e ainda fichários e mais fichários de extensas anotações; ela pouco falava com os colegas e respondia mal quando era interrompida.
– Desculpa. – Hermione levantou os olhos do livro e murmurou para Harry e Rony – Eu estava realmente sobrecarregada, mal dormia, não conseguia comer direito, fora as aulas em si.
– Ainda estou me perguntando como você poderia estar em duas aulas que aconteciam no mesmo horário. – Sirius disse pensativo.
Hermione por um segundo abriu a boca e quase deixou escapar o segredo de seu horário do terceiro ano, mas segurou a língua no último segundo:
– Sabe que não posso contar... – Ela disse voltando a ler.
— Como é que ela está fazendo isso? — murmurou Rony para Harry certa noite, quando este se sentara para preparar uma redação difícil sobre venenos indetectáveis pedida por Snape. Harry ergueu a cabeça. Mal conseguiu divisar Hermione por trás da pilha instável de livros.
— Isso o quê?
— Assistindo a todas as aulas! — disse Rony. — Ouvi Mione conversando com a Profª. Vector, aquela bruxa da Aritmancia, hoje de manhã. Estavam discutindo a aula de ontem, mas Mione não podia ter estado lá, porque estava conosco na de Trato das Criaturas Mágicas! E Ernesto McMillan me disse que ela nunca faltou a nenhuma aula de Estudos dos Trouxas, mas metade das aulas são no mesmo horário de Adivinhação, e ela também nunca faltou a nenhuma lá!
Harry não tinha tempo, naquele momento, para desvendar o mistério dos horários impossíveis de Hermione; ele realmente precisava terminar o trabalho para Snape. Dois segundos depois, no entanto, foi novamente interrompido, desta vez por Olívio.
— Más notícias Harry. Acabei de ir falar com a Profª. McGonagall sobre a Firebolt. Ela... Hum... Foi um pouco grossa comigo. Me disse que as minhas prioridades estavam trocadas. Parece que entendeu que eu estava mais preocupado em ganhar a Taça do que com as suas chances de sobrevivência. Só porque eu disse que não me importava se a vassoura o derrubasse, desde que você apanhasse o pomo primeiro. — Olívio sacudiu a cabeça, incrédulo. — Francamente, o jeito como ela gritou comigo dava até para pensar que eu tinha dito alguma coisa horrível... Então perguntei quanto tempo mais ela ia ficar com a vassoura... — Olívio amarrou a cara e imitou a voz severa da professora: “O tempo que for preciso, Wood"... Acho que está na hora de você encomendar uma vassoura nova, Harry. Tem um formulário de pedido no final do Qual... Vassoura... você podia comprar uma Nimbus 2001, como a do Malfoy.
– Qualquer um que não pense só em quadribol já sabia que essa seria a resposta de McGonagall. – Alice disse entortando a boca.
Quase todos os presentes reviraram os olhos para Alice.
– Mas Olívio realmente tem as prioridades trocadas... – Lily disse voltando para o abraço de Tiago – Você não pode concordar com ele nisso...
– Não concordo. – Tiago disse categórico – Prefiro o Harry vivo... Mas não deixo de entender ele... Não deve nem ter pensado no que estava falando.
— Não vou comprar nada que Malfoy ache bom — disse Harry em tom definitivo.
Janeiro transitou para fevereiro imperceptivelmente, sem alteração no frio extremo que fazia. A partida contra Corvinal estava cada dia mais próxima, mas Harry ainda não encomendara a vassoura nova. Ele agora pedia à Profª. McGonagall notícias da Firebolt depois da aula de Transformação. Rony parava, cheio de esperança, ao lado dele, Hermione passava depressa com o rosto virado.
— Não, Potter, ainda não posso devolvê-la — disse a professora na décima segunda vez que isto aconteceu, antes mesmo que ele abrisse a boca para perguntar. — Já a verificamos com relação à maioria dos feitiços comuns, mas o Profº. Flitwíck acredita que a vassoura possa estar carregando um Feitiço de Velocidade. Eu o informarei quando tivermos terminado a verificação. Agora, por favor, pare de me pressionar.
– Mas é claro que a vassoura está carregada com um feitiço de velocidade! – Tiago gritou incrédulo – É uma vassoura de corrida! Ela tem que ser veloz!
– Acho que não foi isso que ela quis dizer. – Remo disse paciente – Ela deve ter tentado dizer um feitiço extra de velocidade...
– Ainda assim, – Tiago disse com um suspiro – um pouco mais de velocidade não seria algo ruim.
Para piorar as coisas, as aulas anti-dementadores não estavam correndo tão bem quanto Harry esperara. Em várias sessões ele fora capaz de produzir um vulto indistinto e prateado, todas as vezes que o dementador se aproximara dele, mas era um Patrono demasiado fraco para afugentar o dementador. A única coisa que fazia era pairar no ar, como uma nuvem semitransparente, e esgotar a energia de Harry enquanto o garoto lutava para mantê-lo presente. Harry sentiu raiva de si mesmo, e culpa pelo desejo secreto de ouvir mais uma vez as vozes dos pais.
— Você está esperando demais de si mesmo — disse o Profº. Lupin com severidade, na quarta semana de treino. — Para um bruxo de treze anos, até mesmo um Patrono pouco nítido é um grande feito. Você não está desmaiando mais, não é?
– Remo tem razão! – Lily disse encarando Harry de forma amorosa – O que você conseguia era bom demais para um garoto de treze anos, eu nunca teria conseguido.
– É claro que teria. – Harry murmurou para que apenas Lily e Tiago ouvissem – Você é uma bruxa brilhante...
Lily baixou os olhos orgulhosa com o primeiro elogio direto de seu filho, e Tiago sorriu para Harry com aprovação.
— Eu pensei que um Patrono... Transformasse os dementadores em alguma coisa — disse Harry desanimado. — Fizesse-os desaparecer...
— O verdadeiro Patrono de fato faz isso. Mas você já conseguiu muito em pouquíssimo tempo. Se os dementadores aparecerem na sua próxima partida de Quadribol, você poderá mantê-los à distância em tempo suficiente para voltar ao chão.
– Conseguir não desmaiar em pleno ar já ajuda muito! – Sirius disse sorrindo para Harry com carinho.
— O senhor disse que é mais difícil quando há um monte deles.
— Tenho total confiança em você — respondeu Lupin sorrindo. — Tome... Você mereceu uma bebida, uma coisa do Três Vassouras. Você não deve ter provado antes...
O professor tirou duas garrafinhas da maleta.
— Cerveja amanteigada! — exclamou Harry sem pensar. — Ah, eu gosto disso!
Lupin ergueu uma sobrancelha.
— Ah... Rony e Hermione trouxeram para mim de Hogsmeade — mentiu Harry depressa.
– Pelo menos você está aprendendo a mentir... – Remo disse rindo – Mas gostaria que não tivesse mentido para mim...
– Ele não sabia que você era o Aluado... Não podia simplesmente contar a um professor que tinha um mapa que o levava direto para Hogsmead... – Sirius disse revirando os olhos para Remo.
— Entendo — disse Lupin, embora continuasse a parecer ligeiramente desconfiado. — Bem... Vamos brindar à vitória de Grifinória sobre Corvinal! Não que, como professor, eu deva tomar partido... — acrescentou ele depressa.
– É claro que eu desconfiei. – Remo disse com um sorriso de canto de boca – Passei anos com Tiago e Sirius, sei farejar mentiras!
– E é claro que você não conseguiria não torcer para a Grifinória. – Tiago disse sorrindo para o amigo.
Os dois beberam a cerveja amanteigada em silêncio, até que Harry disse uma coisa que o estava deixando intrigado havia algum tempo.
— Que é que tem por baixo do capuz do dementador?
O professor baixou a garrafinha pensativo.
— Hummm... Bem, as únicas pessoas que realmente sabem não estão em condições de nos responder. Veja, o dementador tira o capuz somente para usar sua última arma, a pior.
— Que é qual?
— O Beijo do Dementador — disse Lupin com um sorriso enviesado. — É o que dão naqueles que eles querem destruir completamente. Suponho que devam ter algum tipo de boca sob o capuz, porque ferram as mandíbulas na boca da vítima... E sugam sua alma.
Harry, sem querer, cuspiu um pouco de cerveja amanteigada.
— Quê... Eles matam...?
— Ah, não — disse Lupin. — Fazem muito pior. A pessoa pode viver sem alma, sabe, desde que o cérebro e o coração continuem trabalhando. Mas perde a consciência do eu, a memória... Tudo. Não tem chance alguma de se recuperar. Apenas... Existe. Como uma concha vazia. E a alma fica para sempre... Perdida.
Lupin bebeu mais um pouco da cerveja, depois continuou:
— É o destino que espera Sirius Black. Li no Profeta Diário hoje de manhã, o ministro deu aos dementadores permissão para fazerem isso se o encontrarem.
– Isso... Isso é horrível! – Alice disse com um tremor.
Sirius empalideceu, já imaginava que se o ministério o encontrasse o beijo seria seu destino final, mas ter a confirmação o deixava ainda mais amedrontado.
– Não se preocupe. – Tiago murmurou encarando Sirius como se soubesse o que se passava em sua cabeça.
Harry ficou confuso por um instante com a idéia de alguém ter a alma sugada pela boca. Mas depois pensou em Black.
— Ele merece — disse de repente.
– Mereço? – Sirius encarou Harry com magoa.
Harry escondeu o rosto entre os braços, não queria ter que encarar Sirius naquele momento.
– Sirius... – Gina chamou com cuidado pousando a mão delicadamente no ombro dele – Harry era um garoto de treze anos, ele não sabia do que estava falando.
– Gina, – Hermione disse exasperada – você não pode dar essas informações a eles.
– Eu não disse nada demais. – Gina deu de ombros – Apenas que um garoto de treze anos não sabe o que diz...
— Você acha? — perguntou Lupin sem pensar muito. — Você acha mesmo que alguém merece isso?
— Acho — disse Harry resistindo. — Por... Causa de umas coisas...
Ele gostaria de ter contado a Lupin a conversa que ouvira no Três Vassouras a respeito de Black ter traído seus pais, mas isto teria implicado em revelar que fora a Hogsmeade sem autorização, e ele sabia que o professor não ia gostar nem um pouco disso. Então, terminou a cerveja amanteigada, agradeceu a Lupin e deixou a sala de História da Magia.
Harry gostaria de não ter perguntado o que havia por baixo do capuz de um dementador, a resposta fora horrível, e ele ficou tão perdido em considerações sobre o que seria ter a alma sugada que deu um encontrão na Profª. Minerva no meio da escada.
— Preste atenção por onde anda, Potter!
— Desculpe, professora...
— Estive agorinha mesmo procurando você na sala comunal da Grifinória. Bem, tome aqui, fizemos tudo que pudemos imaginar, e parece que não há nada errado com a vassoura. Você tem um ótimo amigo em algum lugar, Potter...
– Eu sabia que não teria nada de errado com a Firebolt! – Tiago disse completamente feliz – E ela te devolveu bem a tempo para a próxima partida!
– E se foi realmente eu quem mandei a vassoura, – Sirius disse sorrindo com Tiago – e eu tenho quase certeza de que foi, então essa é uma grande prova de que não quero matar ninguém!
O queixo de Harry caiu. A professora estava lhe devolvendo a Firebolt, cujo aspecto continuava magnífico como sempre fora.
— Posso ficar com ela? — perguntou Harry com a voz fraca. — Sério?
— Sério — disse a professora sorrindo. — Acho que você vai precisar pegar o jeito dela antes da partida de sábado, não? E Potter... Faça força para ganhar, sim? Ou vamos ficar fora do campeonato pelo oitavo ano seguido, como o Profº. Snape teve a bondade de me lembrar ainda ontem à noite...
– Para quem não se importa com quadribol, você gosta muito de se gabar, Snape. – Remo disse levantando as sobrancelhas para Snape.
Severo o ignorou, não se importava mesmo com quadribol, mas era sempre bom poder se mostrar melhor do que a Grifinória em alguma coisa...
Sem fala, Harry carregou a Firebolt escada acima para a Torre da Grifinória. Quando dobrou um canto, viu Rony, que corria ao seu encontro, rindo de orelha a orelha.
— Ela devolveu? Que maravilha! Escuta, posso dar aquela voltinha? Amanhã?
— Claro... Qualquer coisa... — disse Harry seu coração mais leve do que estivera naquele último mês. — Quer saber de uma coisa... Devíamos fazer as pazes com a Mione... Ela só estava querendo ajudar...
– Fico feliz que tenha percebido isso. – Lily disse sorrindo para Hermione – Mione é uma boa menina, ela sempre pensa no seu bem, Harry.
Mione baixou os olhos de volta para o livro corando.
— Tudo bem — concordou Rony. — Ela está na sala comunal agora, estudando, para variar...
Quando entraram no corredor para a Torre da Grifinória, viram Neville Longbottom insistindo com Sir Cadogan, que aparentemente se recusava a deixá-lo entrar.
— Eu anotei! — dizia Neville com voz de choro. — Mas devo ter deixado cair em algum lugar!
– Você anotou a senha? – Tiago perguntou a Neville descrente enquanto todos os outros o encaravam espantados – Isso é uma coisa realmente perigosa!
– Qualquer sonserino poderia simplesmente entrar no nosso salão comunal, e fazer o que quiser... – Sirius disse preocupado.
– Mas se Neville perdeu as senhas... – Alice disse preocupada – Sirius pode ter encontrado...
– Isso com certeza é melhor do que um sonserino. – Remo disse categórico.
— Vou mesmo acreditar! — bradou Sir Cadogan. Depois, avistando Harry e Rony. — Boa noite, meus valentes soldados! Venham meter este louco a ferros. Ele está tentando entrar à força nas câmaras interiores!
— Ah, cala a boca — exclamou Rony quando ele e Harry emparelharam com Neville.
— Perdi a senha! — contou o garoto, infeliz. — Fiz Sir Cadogan me dizer quais eram as senhas que ia usar esta semana, porque ele não pára de mudar e agora não sei o que fiz com elas!
– As senhas da semana toda? – Frank perguntou preocupado – Isso não é nada bom...
— Odsbôdiquins — disse Harry a Sir Cadogan, que ficou desapontadíssimo e, com relutância, girou o quadro para a frente para deixá-los entrar na sala comunal. Houve um súbito murmúrio de excitação em que todas as cabeças se viraram e, no momento seguinte Harry foi cercado pelos colegas que exclamavam, assombrados com a Firebolt.
— Onde foi que você arranjou essa vassoura, Harry?
— Deixa eu dar uma voltinha?
— Você já andou nela, Harry?
— Corvinal não vai ter a menor chance, o pessoal lá usa Cleansweep Sevens!
— Me deixa só segurá-la um pouquinho, Harry?
– É tão agradável saber que você nem ao menos se deu conta de que a pessoa que pediu para segurá-la um pouquinho foi eu. – Gina bufou.
Harry mordeu o lábio nervoso, realmente não se lembrava de Gina naquela multidão, e a culpa era toda dele, devia ter prestado mais atenção na garota.
Passados uns dez minutos mais ou menos, durante os quais a Firebolt passou de mão em mão, e foi admirada de todos os ângulos, a garotada se dispersou e Harry e Rony puderam ver Hermione direito, a única pessoa que não tinha corrido ao encontro dos garotos, curvada sobre seu trabalho, evitando encontrar o olhar deles.
Harry e Rony se aproximaram da mesa e finalmente Hermione ergueu a cabeça.
— Me devolveram a vassoura — disse Harry, sorrindo para a amiga e erguendo a Firebolt no ar.
— Está vendo, Mione? Não havia nada errado com ela — disse Rony.
– Mamãe ficaria envergonhada se visse a sua delicadeza. – Gina revirou os olhos para Rony – É óbvio que não havia nada de errado com a vassoura, mas você realmente precisava jogar isso na cara dela?
– Desculpa, – Rony murmurou para Hermione constrangido – eu tinha treze anos, não tinha noção do que estava falando.
– Viu, Mione, – Gina disse sem conseguir deixar de rir – eu disse que garotos de treze anos não sabem o que dizem.
— Bem... Mas podia ter havido! Quero dizer, pelo menos agora você sabe que ela é segura!
— É, suponho que sim — disse Harry. — É melhor eu ir guardá-la lá em cima...
— Eu levo! — disse Rony ansioso. — Tenho que dar o tônico a Perebas.
Rony apanhou a vassoura e, segurando-a como se fosse de vidro, levou-a escada acima para o dormitório dos meninos.
— Posso me sentar, então? — perguntou Harry a Hermione.
— Suponho que sim — disse a garota, tirando uma grande pilha de pergaminhos de uma cadeira.
Harry deu uma olhada na mesa atravancada, no longo trabalho de Aritmancia em que a tinta ainda estava molhada, no trabalho ainda mais longo de Estudos dos Trouxas ("Explique por que os trouxas precisam de eletricidade") e na tradução de runas em que Hermione trabalhava agora.
— Como é que você está conseguindo dar conta de tudo isso? — perguntou o garoto.
— Ah, bem... Você sabe, trabalhando à beça. — De perto, Harry viu que ela parecia quase tão cansada quanto Lupin.
– Acho que tudo isso estava te fazendo mal... – Lily disse olhando para Hermione preocupada.
– Além das matérias, eu ainda estava fazendo a pesquisa para ajudar Hagrid... – Hermione disse com um suspiro.
– Rony e Harry tinham se comprometido a ajudar. – Gina disse levantando a sobrancelha para os dois.
– Nós esquecemos... – Rony disse constrangido.
— Por que você não tranca algumas matérias? — perguntou o garoto, observando-a erguer os livros para procurar o dicionário de runas.
— Eu não poderia fazer isso! — respondeu Hermione, escandalizada.
— Aritmancia parece horrível — comentou Harry, apanhando uma complicada tabela numérica.
– Para mim você devia trancar Adivinhação e Estudo dos trouxas. – Tiago disse pensativo – Você odeia adivinhação, e você sabe tudo sobre trouxas, você mora com eles!
– Pelo menos você teria tempo para dormir. – Sirius disse concordando com Tiago enfaticamente – Mas não largue aritmancia, é uma das minhas matérias favoritas!
— Ah, não, é maravilhosa! — respondeu Hermione séria. — É a minha matéria favorita! É...
Mas exatamente o que era maravilhoso na Aritmancia, Harry jamais chegou a saber. Naquele exato momento, um grito estrangulado ecoou pela escada do dormitório dos meninos. Todos na sala se calaram e olharam petrificados para a subida. Então ouviram os passos apressados de Rony, cada vez mais fortes... E em seguida ele apareceu, arrastando um lençol.
— OLHA! — berrou ele, se dirigindo à mesa de Hermione. — OLHA! — berrou de novo, sacudindo o lençol na cara da garota.
— Rony, que...?
— PEREBAS! OLHE! PEREBAS!
Hermione procurava afastar o corpo, com uma expressão de total perplexidade. Harry olhou para o lençol que Rony segurava. Havia alguma coisa vermelha nele.
Alguma coisa que se parecia horrivelmente com...
— SANGUE! — bradou Rony no silêncio de atordoamento que invadiu a sala. — ELE DESAPARECEU! E SABE O QUE TINHA NO CHÃO?
— N... Não — respondeu Hermione com a voz trêmula.
Rony atirou uma coisa em cima da tradução de runas de Hermione. Ela e Harry se curvaram para ver.
Em cima das estranhas formas pontiagudas havia vários pêlos de felino, compridos e amarelo-avermelhados.
– Então o Bichento finalmente engoliu o Perebas? – Alice perguntou com um suspiro triste.
– Mas... – Tiago disse nervoso – Isso não...
– Deviamos almoçar. – Hermione disse pousando o livro na mesa de centro.
O almoço foi ligeiramente silencioso, a maioria deles estava pensando em como Tiago se sacrificou para tentar salvar Harry e Lily, mas Tiago, Sirius e Remo tinham outro pensamento na cabeça.
Assim que terminou de comer, Tiago levantou-se e foi para o quarto, no que foi seguido por Remo e Sirius que sabiam que ele queria conversar.
– Isso não faz sentido. – Tiago disse sentando-se na cama de Lily – Eu pensei que o Pedro havia assumido sua forma animaga e vivido como Perebas por todos esses anos. Eu não entendia o motivo, mas achei que estava certo.
– Mas se fosse o Pedro, ele podia apenas voltar a forma humana e espantar o gato. – Remo disse com um suspiro – Então ele deve realmente ter morrido no dia em que Sirius foi preso.
– Você quer dizer que eu devo ter matado ele? – Sirius perguntou com os olhos caídos.
– Não! – Remo disse categórico – Sei que você não matou ninguém, tenho certeza, conheço você.
– Não... – Sirius disse resignado – Você me conhecia... Seu eu do futuro mesmo disse, que você pensava que me conhecia... Eu devo ter mudado.
– Não! – Tiago disse irritado – Nada disso é verdade! Eu tenho certeza de que outra pessoa fez tudo isso, e nós dissemos que você era o fiel do segredo só para enganar a todos! Alguém pode ter se infiltrado na nossa vida só para isso! Um espião de Voldemort!
– Tiago, você está começando a exagerar! – Sirius bufou – Você está apenas inventando motivos para eu ser inocente porque você não suporta estar errado! – ele continuou levantando-se tremendo de raiva – Eu aprecio sua amizade e seu esforço, mas se eu sou um assassino, eu sou um assassino. Esqueça isso! – e saiu do quarto batendo a porta com força atrás de si.
– Ele não é um assassino. – Tiago disse entredentes – E eu não estou inventando coisas para defende-lo!
– Eu sei. – Remo suspirou – Mas alguma coisa nessa história está errada.
– Mas eu não acho que eu tenha confiado minha vida a uma pessoa desconhecida... – Tiago disse baixando a cabeça e segurando-a para baixo – Eu só confiaria em vocês, ou no Pedro...
– No que está pensando? – Remo perguntou cuidadoso.
– Que só pode ter sido o Pedro... Ele era o fiel do segredo, um engodo provavelmente, o mais fraco de nós... E nos entregou para Voldemort... E no dia seguinte ele e o Sirius se enfrentaram e talvez Sirius realmente tenha matado ele... Afinal, ele entregou Lily e eu à morte...
– Ou Pedro se transformou em um rato e fugiu. – Remo deu de ombros – O que faz a teoria de Perebas ser o Pedro fazer ainda mais sentido.
– Mas por que ele ficaria como rato a vida toda? – Tiago perguntou confuso.
– Para saber o que está acontecendo no mundo bruxo, talvez para saber quando é seguro voltar... – Remo conjecturou – Por isso ele escolheu uma família de bruxos... Assim ele saberia tudo que está acontecendo... Mas por que ele faria isso? Por que ele se uniria a Voldemort?
– Pedro sempre andou atrás dos mais fortes do colégio. – Tiago disse cabisbaixo – Faria sentido se ele depois da escola andasse atrás de alguém mais forte que ele.
– Por isso Pedro não está aqui. – Remo disse levantando-se – Ele não tem uma segunda chance... Porque trair um amigo é uma coisa profunda demais.
Tiago e Remo voltaram para a sala deprimidos, saber que foi traído por um amigo doía, mas saber que esse amigo não era Sirius melhorava um pouco as coisas.
Sirius estava sentado encolhido em seu lugar com o rosto escondido entre as pernas.
– Finalmente. – Severo bufou vendo as letras aparecerem no livro que ele mantinha aberto no colo – Capítulo XIII – Grifinória versus Corvinal.
Olá leitores mais queridos do FeB, não sei se perceberam, mas mudei a frequencia de postagem, levando em conta que não tenho mais capítulos reserva como tinha antes, agora estou postando a cada 15 dias aproximadamente. Espero que entendam que isso é o que preciso fazer se quiser manter a fic.
- Stehcec: É claro que a amizade do trio também é muito especial. Harry não teria passado do primeiro ano se não tivesse a Mione e o Rony ao lado dele, vemos isso em todos os livros, e para mim essa é a grande mensagem dos livros, a amizade verdadeira, o amor e todas as suas formas. A Alice acredita em qualquer coisa que o governo e o jornal dizem, e é bom para ela estar ao lado do Frank que tem os olhos mais abertos... Com o tempo ela vai perceber que nem tudo é o que parece. O Tiago já tem uma boa ideia de tudo o que aconteceu, mas ele só vai ter certeza depois, afinal, ele prefere pensar que nenhum dos amigos dele é um traidor. Eu sempre imagino que o Harry apesar de ter muito em comum com o Tiago, tem algumas caracteristicas marcantes da Lily, como o temperamento, ele é parecido com os pais não só na aparencia física. O Sirius com certeza gastaria tudo o que tem no Harry, mas ele não chegou nem perto de gastar toda a fortuna dele com a firebolt, o Sirius era o único herdeiro da família Black e a família Black é rica a séculos, acredito que o Sirius poderia dar várias firebolts para o Harry se ele quisesse... Ele poderia até montar a equipe da grifinória inteira em firebolts. Eu sei que você é fanática por esportes e só posso imaginar que seria tão viciada em quadribol quanto o Tiago e o Olívio... Mas temos que entender que a Hermione só estava pensando no bem do Harry.
- Day Caracas: OdF vai ser o mais deprimente para mim, já escrevi a morte do Sirius, mas mesmo assim é difícil demais. Não gosto de ver o Sirius triste. O Tiago reluta em pensar que o Pedro traiu ele por que para ele é muito difícil imaginar que qualquer dos seus amigos é um traidor, mas ele já tem as desconfianças dele. A Alice aos poucos vai abrir os olhos para a realidade, no final desse livro ela já vai ver que muito do que ela acredita é mentira, e no próximo ela vai ter certeza de que quase tudo do que ela acredita é mentira. Eu não sei se eu seria viciada em quadribol... Penso que se quadribol existisse, toda a magia também teria que existir, então eu provavelmente ficaria mais fascinada por outras coisas. Os Marotos passaram anos mentindo para proteger o Remo, não seria agora que eles mudariam isso, não é? Saber sobre o Pedro vai mudar um pouco a atitude dos marotos, mas creio que eles podem mudar para melhor...
- Gabriella Rodrigues Pires: Eu escrevo por prazer, de verdade, mas não gosto de deixar as pessoas que mais me incentivam a escrever sem respostas, não gosto de autores que imploram por comentários e depois simplesmente não se dão ao trabalho de responder... Eu adoro quando vocês tem consciencia de que eu não sou uma maquina! Então muito obrigada por entender que eu preciso escrever no meu tempo para as coisas sairem do jeito certo. O Harry realmente está sofrendo muito em ter que ler sobre como ele se sentiu antes de saber a verdade, mas ele sabe que isso é necessário. O Tiago prefere pensar que nenhum de seus amigos trairia ele, mas ele já está desconfiando da verdade. Eu sinceramente nunca vi o Snape como um herói, sempre achei que ele é apenas uma pessoa que se arrependeu de todas as besteiras que fez, e acho estranho as pessoas pensarem mal do Tiago por causa de uma lembrança... O Tiago pelo menos nunca se envolveu com as Artes das Trevas.
- Clara Black Potter: É claro que descobrir uma traição dessas vai deixar os marotos muito chateados, mas eles já estão desconfiando da verdade sim, eu acredito que apenas eles poderiam desconfiar, já que são os únicos que sabem que Rabicho pode se transformar em rato. Para mim o Rabicho não tem salvação, por isso mesmo não coloquei ele na leitura, não acho que ele mereça uma segunda chance. Acho bom que não me abandone mesmo, até por que você é minha designer oficial de capas de MLHP!
- MilaPotter: Fico feliz que goste tanto da fic, mas me diz uma coisa, você tinha feito outro comentário, não? Por que apagou?
- Ste_panza: Se me prometer que não me abandonou ta perdoada pelo desaparecimento. O Frank é bem paciente com a Alice, ela não merece, mas ele cuida dela e tenta abrir os olhos dela para a realidade, ela tem muita sorte. Os Marotos já tem as desconfianças deles, mas o Tiago não quer acreditar nisso, ele não quer pensar que um dos amigos dele traiu ele. Mas logo ele vai ter a confirmação de que as suspeitas dela são verdadeiras. O Harry realmente está sofrendo muito em ter que ler o que ele pensava sobre o Sirius na época, mas ele sabe que é necessário para que o plano deles de certo. Eu fiquei feliz de ter postado esse capítulo para o seu aniversário!
- MionGinnyLuna: Ahhh, eu sabia que já tinha respondido aquele comentário! O Sirius e o Tiago são muito fiéis à amizade que eles tem pelo Remo. E fiz eles se enrolarem por que eles não são perfeitos, né? Eles podem se enrolar quando ficam nervosos. Eu também li os livros com 9/10 anos (os primeiros), mas nas minhas releituras ao longo da vida eu percebi algumas dessas coisas que eu vou colocando na fic, outras eu pesquisei e etc.
- Gi Molly Weasley: Eu também não costumo ler fics que não estão finalizadas, especialmente por que há muitos autores por ai que simplesmente abandonam a fic... E a coisa mais odiosa que já passei foi começar a ler uma fic, amar, e depois ver que não é postada há anos... Fico muito decepcionada. Mas fico feliz que esteja aconpanhando, eu prometo que não vou abandonar! Mesmo que as vezes eu demore um pouco mais para postar.
- Monstra das Bolachas: Tudo bem, ta perdoada, mas só por que tinha competição. O Tiago é muito fiel aos amigos, ele nunca os trairia, pena que ele acabou confiando na pessoa errada, né? Por enquanto eles só desconfiam do Rabicho, mas logo todos vão ficar sabendo da verdade.
- Adalto Ângelo: Fico feliz que esteja gostando! Sempre passo muito tempo pesquisando sobre os personagens e me esforço ao máximo para me manter o mais fiel à personalidade deles o possível.
- Isabelle Godoy: Mas por que você não tinha coragem de comentar? Poxa, eu não mordo sabe? E agora que tomou coragem de comentar, acho melhor que comece a interagir mais no grupo também! Todo mundo no grupo é muito gente boa. Eu adoro saber que a grande maioria dos meus leitores pensa o mesmo que eu sobre o Snape, não consigo entender as pessoas que defendem ele com unhas e dentes como se ele fosse um grande herói. A Alice vai mudar um bocado, o Frank está tentando abrir os olhos dela, mas com os livros ela vai logo aprender que nem tudo que o governo e os jornais dizem é verdade. Espero te ver comentando de verdade heim!
- Marlene.M.Black: Desculpa se eu fui grossa quando te pedi para não pressionar, mas acontece que fico realmente estressada com todo mundo me pressionando como se eu tivesse obrigação de escrever e etc. Eu nunca li Instrumentos Mortais e nem ao menos sei do que se trata, então, do que se trata?
- Regiane Helena: Os Marotos não querem que Rabicho seja o traidor, mas infelizmente já estão desconfiando que é ele. Eles são os únicos que poderiam adivinhar, já que são os únicos que sabem que ele pode se transformar em rato. Eu nunca poderia deixar HP morrer. HP fez de mim quem eu sou.
- cruciushoney: Fico feliz que esteja gostando!
- Izabella Bella Black: O Frank é bem mais prudente do que a Alice, e da para ver muito isso nas horas em que ela simplesmente não consegue calar a boca e ele não apoia ela. Mas ainda assim ele gosta muito dela, e a protege o máximo que consegue, o que deve ser difícil as vezes. Eu imagino a Alice ofendidissima em ver alguém comparando o filho dela com o Pedro, apesar de ainda não saber que ele é comensal e etc, só pelo fato dela nunca ter ido com a cara dele. E da para entender por que a Gina ficou chateada né? principalmente depois de tudo o que ela passou no livro anterior, era de se esperar que o irmão dela pensaria mais nela depois daquilo. É claro que Tiago preferia que nenhum de seus amigos fosse um traidor, mas ele realmente já está desconfiando da verdade. O problema com a Alice é que ela foi criada para acreditar no governo, os pais dela acreditam em tudo que o Profeta diário diz, meio que como a mãe do Simas e até mesmo a Sra. Weasley que acreditou que a Hermione estava brincando com os sentimentos do Harry em CdF. Eu acredito que o Sirius faria qualquer coisa pelo Harry, ainda mais depois de 12 anos de ausencia. Acho que apesar do Tiago e do Sirius serem muito inteligentes eles podem se enrolar com mentiras bobas quando ficam nervosos, afinal eles são humanos, né?
- Sasa Lovegood: Eu te entendo, sei muito bem como a faculdade pode deixar uma pessoa esgotada, então te perdoo por ter dado uma sumida! Volto às aulas amanhã e já estou com preguiça! Acho que a maior parte do preconceito que Sirius sofreu foi por ser um Black, mas isso é muito relativo, levando em conta que a mãe de Tiago também é uma Black e a maior parte das famílias de sangue-puro tem alguma relação com os Black.
- Bia Ginny Potter: A criação que a Alice teve fez ela ter a cabeça muito fechada e acreditar de verdade que o governo e os jornais não mentem. Para mim ela só cresceu quando saiu de Hogwarts e se deu conta do tamanho da guerra, mas pelo menos com os livros ela vai poder amadurecer mais cedo. Eu conheço muitas pessoas fanáticas por esportes, então entendo a reação do Harry, do Rony e do Tiago, mas nunca pensei de verdade nisso, acho que eu não jogaria quadribol, não tenho coordenação motora o suficiente (não sei nem andar de bicicleta). Toda essa história sobre o Sirius ser traidor está deixando o Tiago muito estressado, para piorar ele desconfia que um dos amigos dele realmente é um traidor, então creio que ele realmente está precisando de uma poção calmante. Eu também não consigo enxergar muita lógica no Rabicho estar na grifinória, já li em algum lugar que "é preciso muita coragem para trair os amigos", mas eu não acredito nisso de verdade. Creio que seja um "erro" do chapéu, afinal ninguém é perfeito, nem mesmo o chapéu seletor, ele pode ter visto algo que não estava ali, ou não ter visto algo que estava.
- Nath Tsubasa Evans: Ok, então vamos a uma resposta valendo por 3. Quando as pessoas em geral pensam no Tiago só pensam no garoto de 15 anos que fazia besteiras e não tinha muita maturidade, mas esquecem que ele cresceu, se tornou um bom pai e se sacrificou para tentar salvar a Lily e o Harry, então eu quis mostrar que ele não é mais um garoto de 15 anos e já está se tornando um homem responsável e até sensível. Ta ai um dos momentos em que eu mais "odeio" o Dumbledore, ele tinha o poder de ir até Azkaban e perguntar para o Sirius o que aconteceu, por que ele traiu os Potter e etc, e por 12 anos ele preferiu simplesmente não ir, mesmo sabendo que o Sirius era o melhor amigo do Tiago, Dumbledore não deu a ele chance de se defender e ele foi condenado a prisão sem nenhuma chance de dar a versão dele dos fatos por que Dumbledore testemunhou de que ele era um traidor. O grande problema da Alice é ter sido criada para acreditar em tudo o que o governo diz, por isso ela, mais do que qualquer outro que está lendo o livro, simplesmente acredita quando o livro diz qualquer coisa que seja. Mas ela vai mudar, e logo. Apesar de todo mundo sempre só focar nas coisas que o Harry tem em comum com o Tiago, eu sempre achei a personalidade dele muito mais parecida com o que sabemos sobre a Lily. Quanto à Hermione ter entregado a vassoura a McGonagall, eu entendo ela completamente, afinal ela estava apenas preocupada com o amigo dela, e esse é um motivo muito honrado para fazer qualquer coisa.
Não deixem de comentar! Quem quiser fazer parte do grupo da fic, onde posto novidades, prévias e enquetes: https://www.facebook.com/groups/742689499098462/
Queridas pessoas do grupo, eu queria apenas comentar que vocês realmente não prestaram muita atenção na frase dessa semana, a maioria apostou no Remo, o que seria bem óbvio, se não fossem as aspas e o resto da fala fora das aspas... E além disso, vocês acham que eu faria uma frase da semana tão boba assim? Enfim, quem acertou? E seja sincero agora, você que acertou, acertou antes ou depois de eu dar "a dica"?
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Amei o capitulo, perfeito como sempre.É claro que o Tiago concordaria com o Rony que desmontar um firebolt é um crime. Fico pensando em como deserta forma esse livro não foi um dos bons para a Hermione, primeiro tem o fato dela estar estudando mais materias do que aguenta, depois tem o fato do Bichento querer comer o Perebas ( uma pena que não tenha comido) depois tem a firebolt, esse de certa forma foi o ano que o trio mais brigou. O Tiago falando sobre o livro O manual do capitão, foi muito ingraçado, ri muito e ele se enrolando no final com a Lily sobre ela não conhecer alguns dos lados dele tambem foi muito engraçado. O Sirius e o Remo falndo do Oliviu sobre o fato dele não se inportar com o Sirius estar atras do Harry, deste que eles ganhassem o jogo tambem foi engraçado. Frank tem toda a razão nem todo mundo leva quadribol tão a serio quando o Tiago. Remo com toda a certeza foi o melhor professor de Defesa contra as artes das trevas que Hogwarts ja deve com toda certeza. Eu queria ver o Sirius transformar a lingua do Snape em uma berinjela, ia fazer um par perfeito com o nariz de tomate. Tiago tem toda razão duas corças são iguas, agora um cervo e uma corça se completam e é claro que o patrono do Sirius seria um grande cachorro, seria muito estranho se fosse diferente. Eu sempre acabo chorando nas partes em que o Harry ouve os ultimos momentos de vida de seus pais, fico imaginando como que as pessoas do passado iram reagir ao lerem sobre a parte em que Voldemort se lembra da noite em que tentou matar o Harry em RDM. Eu de certa forma acho a morte do Tiago pior ainda por que ele não deve sequer uma escolha e mesmo sabendo que ia morrer e sem ter a varinha em mãos ele ainda sim enfrentou Voldemort para dar uma chance para que Lily fugisse com o Harry. Errei a frase da semana, a primeira vez que vi estava com sono e só li uma vez e marquei o Remo, depois li a frase de novo e percebi que não era o Remo, mais esqueci de mudar e ficou o Remo mesmo. Harry com toda a certeza aprendeu muito com o Remo. Snape como sempre é outro que não sabe a hora que deve ficar quieto, pode ainda não ter acontecido, mais isso de certa forma mostra a Tiago e Lily quem foram as pessoas que cuidaram do Harry na ausencia deles e o Snape não foi uma delas. Realmente Sirius devia se sentir honrado, por que ao invez do Harry perguntar ao Remo sobre o Tiago ele perguntou sobre o Sirius. Cuitado do Sirius deve ser horrivel ver todos ate um de seus melhores amigos desconfiando dele. Harry com toda certeza deve estar muito feliz em estar na companhia dos pais pela primeira vez deste de quando era um bebê. Hermione quase revelando seu segredo tambem foi legal de se ler, por que mostrou que apesar de tudo ate pra ele esta sendo dificil não contar o que acontece no livro. Tiago tem razão é claro que a vassoura teria um feitiço de velocidade, esses momentos do Tiago sobre quadribol deixam a fanfic bem engraçada, adoro esssas partes. Harry elogiando a mãe foi um momento bem fofo. Esse ‘Pelo menos você esta aprendendo a mentir", engraçado. Alice pelo jeito bem aos pouquinhos esta meio que acordando, ou é impressão minha? Cuitado do Sirius, é claro que ele não merece receber o beijo do Dementador. Concordo plenamente com o Remo, para quem não gosta de quadribol Snape se gaba muito. Realmente é muito perigoso anotar a senha, mais dessa vez o Neville pode culpar o Bichento, foi ele que pegou as senhas. Cuidado do Harry, mais concordo com a Gina o Harry podia ao menos prestar um pouquinho mais de atenção nela. Mas uma vez a Gina tem razão, garotos de treze anos não sabem o que dizem. É tipico do Harry e do Rony esquecerem algumas coisas. Os Marotos perceberam muita coisa, só não pensaram no fato de que Perebas ou melhor Pedro fingiu novamente sua morte. E Sirius é muito esquentado. Você esta de parabéns pelo capitulo. Beijos.
2014-08-03Meu Deus! Arrasou como sempre, amei o capítulo, ficou super bem, como sempre o Tiago já sabendo mais que todos, mas ainda sim com um toque de mistério, incrível, mas o que me tocou mesmo foi o Sirius, estou tão... nem sei o que dizer, me deu um dó dele, coitado, ele que sempre esteve do lado de Tiago, agora sendo acusado de trair o mesmo, e o pior todos acreditando que ele fez isso mesmo, me corta o coração, o jeito desesperado dele, é o que me dá vontade de chorar. Eu quero só ver a reação do Tiago ao saber que o patrono do Harry é igual ao dele, você escreve bastante uma interação do Harry com a Lily, ele se dá melhor com a mãe dá para perceber, mas ele tem uma ligação com o Tiago, não só na aparência mas no coração também, tão lindo. Estou tão feliz que a Alice não foi uma completa idiota nesse capítulo, haha, sei lá, ela já estava me irritando, toda vez que leio quando ela fala eu reviro os olhos e bufo, sério, virou um hábito. O Snape como sempre um ser desprezível que eu ODEIO, desculpe me exaltei, mas é sério ele é pior que a Alice, sempre odiei ele e sempre vou odiar, ele fez o que fez no futuro, por remorso e culpa, e por amor a Lily é claro, ele foi um herói? Foi. Mas o que ele fez com o Harry nunca vai ser justificado, não sei é tão deprimente ver um adulto que era pra sr maduro, atacar uma criança por causa de uma rixa no passado, eu acho que ele é um mal-acabado, que ficou na friendzone, uma friendzone bem merecida, pra mim ele nunca vai ser meu herói e blá-blá, meu herói é o Tiago, ele se sacrificou para SALVAR A FAMÍLIA, o que o Snape fez? FICOU COM O PESO DA CULPA! Mas, eu respeito quem gosta dele, mesmo não gostando. Bem, esse comentário, ficou grande, mas dane-se, quando começo a escrever não paro mais, hehe. Não sei se vou interagir muito no grupo, sei lá, não gosto muito disso, e tem as meninas ninja lá, que comentam mais rápido que nem sei, haha. Mas, agora vou me despedir e dizer que estou ansiosa pelo próximo capítulo. Até, beijos.
2014-08-03oi ju, to sumida eu seicom as ferias acabei entrando so pelo celular, entao nao conseguia comentar.mas eu voltei !!!amei o capitulo, realmente me emocionei.achei muito fofo a parte dos patronos *-* o proximo cap eu acho q sera bem legalfico com pena do sirius pq ele se sente cada vez pior e cada vez acredita mais q ele seja culpado.hj eu to criatividade 0 entao vou deixar esse comentario curtinho msm. esperarei o proximo ansiosabjus
2014-08-03Oie...minhas aulas voltaram, e sei que ainda ando sumida. Mas voltei ao Rio e tô organizando as coisas aqui. Nem caderno pra escrever eu tenho e já tive uma semana de aulas, 1 trabalho pra apresentar e tals.hahahaha... ou seja, voltei com tudo!Adorei o capítulo novo, afinal o Remo é o meu personagem favorito dos marotos, e o capítulo acabou focado nele. Ele merece muito! É fofo, esforçado e inteligente! Hahahaha... olha eu babando!Fico muito feliz com a esperteza dos marotos, eles já "captaram a mensagem" hahahaha... adoro isso. Mas fico preocupada, afinal o segredinho peludo do Reminho vai ser exposto e tenho muito medo da reação da Alice. Afinal ela é bastante imatura. Tenho medo que isso magoe muito o Remo.Parabéns pelo seu potencial, não me canso de dizer que o modo como explora os personagens é maravilhoso! Parabéns novamente!
2014-08-03Não, eu que tenho que pedir desculpas, é chato ficar pressionando. Amei esse capítulo, o jeito como o Tiago defende o Sirius, quero logo ver quando eles descobrirem a verdade. E a perte de o Snape não completar a Lily, quase vomitei arco-íris. Os Instrumentos Mortais é sobre algumas pessoas com sangue de anjo que defendem a humanidade dos demônios. Sei que não faz muito sentido eu falando assim, mas é uma saga realmente boa. Quero ver a cara do Snape no próximo capítulo quando o Harry conseguir fazer um patrono, o Tiago vai ficar realmente orgulhoso, principalmente por causa do que aconteeu ao Malfoy. Mas acho que ele ai ficar ainda mais feliz quando notar a forma do patrono do Harry... To amando cada capítulo!
2014-08-03