Garras e folhas de chá
– Garras e folhas de chá.
– As garras devem significar Trato das Criaturas Mágicas. – Sirius disse ainda observando Tiago preocupado.
– E é óbvio que as folhas de chá são de Adivinhação. – Frank disse dando de ombros, e virou-se para Neville – Não sabemos ainda que matérias você pegou.
– Trato das Criaturas Mágicas e Adivinhação. – Neville disso dando de ombros – Runas Antigas e Aritmancia pareciam difíceis demais...
– Então vamos saber como foram as suas aulas novas. – Alice disse sorrindo para Neville satisfeita, nem sempre tinha como saber o que o filho estava fazendo, já que o livro era focado em Harry.
Quando Harry, Rony e Hermione entraram no Salão Principal para tomar café, na manhã seguinte, a primeira coisa que viram foi Draco Malfoy, que parecia estar entretendo um grande grupo de alunos da Sonserina com uma história muito engraçada.
Quando os três passaram, Malfoy fez uma imitação ridícula de um desmaio que provocou grandes gargalhadas.
Sirius e Remo olharam para Neville irritados fazendo Neville se encolher em seu lugar e murmurar mais um pedido de desculpas a Harry.
— Não ligue para ele — disse Hermione, que vinha logo atrás de Harry. — Não dê bola para ele, não vale a pena...
— Ei, Potter! — chamou esganiçada Pansy Parkinson, uma garota da Sonserina com cara de buldogue. — Potter! Os dementadores estão chegando. Potter! Uuuuuuuuuuuu!
Harry se largou numa cadeira à mesa da Grifinória, ao lado de Jorge Weasley.
— Novos horários de aulas para os alunos do terceiro ano — disse Jorge, distribuindo-os. — Que é que há com você, Harry?
— Malfoy — informou Rony, sentando-se do outro lado de Jorge e olhando feio para a mesa da Sonserina.
Jorge ergueu os olhos na hora em que Malfoy fingia desmaiar de terror outra vez.
— Aquele debilóide! — disse calmamente. — Ele não estava tão exibido ontem à noite quando os dementadores revistaram o nosso lado do trem. Entrou correndo na nossa cabine, não foi, Fred?
— Quase fez xixi nas calças — disse Fred, lançando a Draco um olhar de desprezo.
— Nem eu fiquei muito feliz — comentou Jorge. — Eles são um horror, aqueles dementadores...
— Meio que congelam a gente por dentro, não acha? — disse Fred.
– Eles tem que ser muito ruins para conseguir tirar a alegria de Fred e Jorge, – Lily disse desconfortável – não é?
– Você nem imagina o quanto. – Tiago disse finalmente levantando a cabeça. – Nós encontramos dementadores quando fomos ao ministério para a nossa audiência disciplinar. – Tiago disse indicando Sirius com a cabeça.
– Senti como se nada no mundo fosse voltar a dar certo. – Sirius suspirou – Eles são terríveis, se alimentam de tudo que você tem de bom.
– Espero nunca encontrar um deles na vida. – Lily suspirou encaixando a cabeça no ombro de Tiago e voltando a ler.
— Mas você não desmaiou, desmaiou? — perguntou Harry em voz baixa.
— Esquece isso, Harry — disse Jorge para animá-lo. — Papai teve que ir a Azkaban uma vez, lembra, Fred? E comentou que foi o pior lugar em que esteve na vida, voltou de lá fraco e abalado... Eles sugam a felicidade do lugar, esses dementadores. A maioria dos prisioneiros acaba endoidando.
Sirius sentiu um calafrio subir por sua espinha. Tudo o que ele não queria era passar doze anos no meio daquelas criaturas desagradáveis.
— Em todo caso, vamos ver se Draco vai continuar tão felizinho depois do primeiro jogo de Quadribol — disse Fred. — Grifinória contra Sonserina, primeiro jogo da temporada, está lembrado?
– O melhor lugar para dar o troco naquele metidinho. – Tiago disse sentando-se mais reto no sofá – Esse ano é de vocês! Olivio precisa ganhar a copa das casas ou vai ser conhecido como um capitão inútil e não vai ter chance alguma de jogar profissionalmente... – Tiago parou de falar ao perceber o olhar que Lily lhe dava.
A única vez em que Harry e Draco tinham se enfrentado em uma partida de Quadribol, Draco decididamente tinha levado a pior. Sentindo-se um pouquinho mais animado, Harry se serviu de salsichas e tomates fritos.
Hermione examinava seu novo horário.
— Ah, que ótimo, estamos começando matérias novas hoje — comentou satisfeita.
— Hermione — disse Rony, franzindo a testa ao olhar por cima do ombro da amiga — bagunçaram o seu horário. Veja só: dez aulas por dia. Não existe tempo para tudo isso.
— Eu me arranjo. Já combinei tudo com a Profª. Minerva.
— Mas olha aqui — continuou Rony, rindo-se —, está vendo hoje de manhã? Nove horas, Adivinhação. E embaixo, nove horas, Estudo dos Trouxas. E — o menino se curvou para olhar o horário, mas de perto, incrédulo — olha, embaixo tem Aritmancia, nove horas. Quero dizer, eu sei que você é boa, Mione, mas ninguém é tão bom assim. Como é que você vai poder assistir a três aulas ao mesmo tempo?
– Acho que McGonagall não organizou o horário para que Hermione pudesse ser uma aluna normal. – Sirius disse olhando para Mione espantado.
– Mas isso não é possível. – Lily disse abismada – Você não poderia estar em três aulas diferentes, em três lugares diferentes ao mesmo tempo!
– McGonagall deve ter feito alguma coisa para ela conseguir assistir a todas essas aulas... – Remo comentou desconfiado – Mas não sei se há algum precedente para um aluno assistir mais de uma aula ao mesmo tempo...
— Não seja bobo — disse Hermione com rispidez. — É claro que não vou assistir a três aulas ao mesmo tempo.
— Bom, então...
— Passe a geléia — pediu Hermione.
— Mas...
— Ah, Rony, é da sua conta se o meu horário ficou um pouco cheio demais? — perguntou a menina em tom zangado. — Já disse que combinei tudo com a Profª. Minerva.
Nesse instante Hagrid entrou no Salão Principal. Estava usando o casaco de pele de toupeira e distraidamente balançava um gambá na mão enorme.
— Tudo bem? — perguntou ele, ansioso, parando a caminho da mesa dos professores. — Vocês vão assistir à primeira aula da minha vida! Logo depois do almoço! Estou acordado desde as cinco horas aprontando tudo... Espero que dê certo... Eu, professor... Sinceramente...
– Só espero que ele não tenha começado com alguma coisa perigosa demais. – Lily disse repentinamente apreensiva.
– Hagrid é conhecido por não saber a diferença entre fofo e perigoso. – Alice disse preocupada.
E dando um grande sorriso para os garotos foi para sua mesa, ainda balançando o gambá.
— O que será que ele andou aprontando? — comentou Rony, com uma nota de ansiedade na voz.
O salão começou a se esvaziar à medida que as pessoas saíam para a primeira aula. Rony verificou seu horário.
— É melhor irmos andando, olha, Adivinhação é no alto da Torre Norte. Vamos levar uns dez minutos para chegar lá...
Os garotos terminaram o café, apressados, se despediram de Fred e Jorge, e foram saindo para o saguão. Ao passarem pela mesa da Sonserina, Draco tornou a fazer a imitação do desmaio. As gargalhadas acompanharam Harry até a entrada do saguão.
A viagem pelo castelo até a Torre Norte era longa. Dois anos em Hogwarts não tinham ensinado aos meninos tudo sobre o lugar, e nunca tinham ido à Torre Norte antes.
– Eu sempre acho que vocês deviam ter passado mais tempo explorando o castelo e descobrindo seus segredos. – Tiago disse com um suspiro.
— Tem... Que... Ter... Um... Atalho — ofegava Rony ao subirem a sétima longa escada e chegarem a um patamar desconhecido, onde não havia nada exceto um grande quadro de um campo relvado pendurado na parede de pedra.
— Acho que é por aqui — disse Hermione, espiando o corredor vazio à direita.
— Não pode ser — discordou Rony. — Aí é sul, olha, dá para, ver um pedacinho do lago pela janela...
Harry parou para examinar o quadro. Um gordo pônei cinza malhado pisou lentamente na relva e começou a pastar sem muito entusiasmo. Harry estava acostumado aos personagens dos quadros de Hogwarts andarem e até saírem pela moldura para visitar uns aos outros, mas sempre gostava de apreciar esse movimento. No instante seguinte, um cavaleiro baixo e atarracado, vestindo armadura, entrou retinindo pelo quadro à procura do seu pônei.
Pelas manchas de grama nas joelheiras metálicas, ele acabara de cair do cavalo.
– Sir Cadogan! – Tiago, Sirius e Remo disseram ao mesmo tempo caindo na gargalhada.
– Quem é esse? – Alice perguntou curiosa.
– Um cavaleiro maluco. – Remo respondeu ainda risonho – Ninguém sabe o que fazer com ele. Os outros quadros da escola não gostam dele e ele irrita os professores.
– Eu acho ele engraçado. – Sirius disse categórico.
— Ah-ah! — berrou, vendo Harry, Rony e Hermione. — Quem são esses vilões que invadem as minhas terras! Porventura vieram zombar da minha queda? Desembainhem as espadas, seus velhacos, seus cães!
Os meninos observaram, espantados, o cavaleiro nanico puxar a espada da bainha e começar a brandi-la com violência, saltando para aqui e para ali enraivecido. Mas a espada era demasiado comprida para ele; um golpe particularmente exagerado desequilibrou-o e ele caiu de cara na grama.
— O senhor está bem? — perguntou Harry, aproximando-se do quadro.
— Afaste-se, fanfarrão desprezível! Para trás, patife!
O cavaleiro retomou a espada e usou-a para se reerguer, mas a lâmina penetrou fundo na terra e, embora ele a puxasse com toda a força, não conseguiu retirá-la. Finalmente, teve que se largar outra vez no chão e levantar a viseira para enxugar o rosto coberto de suor.
– Ele continua o mesmo. – Remo sorriu saudoso.
– Quando nós o encontramos ele nos desafiou para inúmeros duelos, mas depois de passarmos um tempinho conversando, ele decidiu que eramos cavaleiros amigos. – Tiago disse rindo.
— Escuta aqui — disse Harry, se aproveitando da exaustão do cavaleiro —, estamos procurando a Torre Norte. O senhor conhece o caminho, não?
— Uma expedição! — A raiva do cavaleiro pareceu sumir instantaneamente. Levantou-se retinindo a armadura e gritou: — Sigam-me, caros amigos, alcançaremos o nosso objetivo ou pereceremos corajosamente na peleja!
Ele deu mais um puxão inútil na espada, tentou, mas não conseguiu montar o gordo pônei e gritou:
— A pé, então, dignos senhores e gentil senhora! Avante! Avante!
E saiu correndo, a armadura fazendo grande estrépito, passou pelo lado esquerdo da moldura e desapareceu de vista.
Os garotos se precipitaram atrás dele pelo corredor, seguindo o barulho da armadura. De vez em quando o avistavam passando para o quadro seguinte.
— Sejam fortes, o pior ainda está por vir! — berrou o cavaleiro e os três o viram reaparecer diante de um grupo assustado de mulheres vestindo anáguas de crinolina, cujo quadro fora pendurado na parede de uma estreita escada circular.
Ofegando ruidosamente, Harry, Rony e Hermione subiram os estreitos degraus em caracol, sentindo-se cada vez mais tontos, até que finalmente ouviram o murmúrio de vozes no alto e perceberam que tinham chegado à sala de aula.
— Adeus! — gritou o cavaleiro, enfiando de repente a cabeça no quadro de uns monges de aspecto sinistro. — Adeus, meus camaradas de armas! Se um dia precisarem de um coração nobre e fibra de aço, chamem Sir Cadogan!
— Ah, sim, chamaremos — murmurou Rony quando o cavaleiro foi sumindo de vista —, mas se um dia precisarmos de um maluco.
– Depois que ele se torna amigável é bem útil. – Remo disse dando de ombros.
– Já usamos ele para vigiar algumas pessoas. – Sirius disse com um sorriso maroto.
– Usaram ele para vigiar quem? – Lily perguntou ansiosa.
– Ninguém importante... – Tiago disse dando de ombros – Só alguns professores...
– E para que vocês precisavam que ele vigiasse professores? – Frank perguntou franzindo a testa.
– Como vocês acham que descobrimos cada segredo do castelo? – Sirius perguntou dando de ombros.
– Nem todos os segredos, não é? – Rony perguntou – Vocês nunca haviam encontrado a Câmara Secreta...
– E isso é completamente justificável. – Remo disse – Sabiamos que a Câmara existia, é claro, mas não havia nenhuma pista dela, não sabíamos que a Murta era uma vítima e nenhum de nós é ofidioglota.
Os garotos subiram os últimos degraus e chegaram a um minúsculo patamar, onde a maioria dos colegas já estava reunida. Não havia portas no patamar, mas Rony cutucou Harry indicando-lhe o teto, onde havia um alçapão circular com uma placa de latão.
— Sibila Trelawney, Professora de Adivinhação — leu Harry. — E como é que esperam que a gente chegue lá em cima?
– Sibila Trelawney? – Alice perguntou confusa – O que aconteceu com Madame Herchcovitch?
– Deve ter se aposentado. – Frank disse dando de ombros – É uma pena, por que ela é uma ótima professora.
– Apesar de ser meio maluquinha e ter um sotaque completamente falso. – Alice completou rindo.
Como se respondesse à sua pergunta, o alçapão se abriu inesperadamente e uma escada prateada desceu aos seus pés. Todos se calaram.
— Primeiro você — disse Rony sorrindo, e Harry subiu a escada. Chegou à sala de aula mais esquisita que já vira. Na realidade, sequer parecia uma sala de aula, e, sim, um cruzamento de sótão com salão de chá antigo. Havia, no mínimo, vinte mesinhas circulares juntas ali, rodeadas por cadeiras forradas de chintz e pequenos pufes estufados. O ambiente era iluminado por uma fraca luz avermelhada; as cortinas das janelas estavam fechadas e os vários abajures, cobertos com xales vermelho-escuros. O calor sufocava e a lareira acesa sob um console cheio de objetos desprendia um perfume denso, enjoativo e doce ao aquecer uma grande chaleira de cobre. As prateleiras em torno das paredes circulares estavam cheias de penas empoeiradas, tocos de velas, baralhos de cartas em tiras, incontáveis bolas de cristal e uma imensa coleção de xícaras de chá.
Rony espiou por cima do ombro de Harry enquanto os colegas se reuniam à volta deles, todos falando aos cochichos.
— E onde está a professora? — perguntou Rony.
Uma voz saiu subitamente das sombras, uma voz suave, meio etérea.
— Sejam bem-vindos. Que bom ver vocês no mundo físico, finalmente.
A impressão imediata de Harry foi a de estar vendo um enorme inseto cintilante. A Profª. Sibila Trelawney saiu das sombras e, à luz da lareira, os garotos viram que era muito magra; uns óculos imensos aumentavam seus olhos várias vezes, e ela vestia um xale diáfano, salpicado de lantejoulas. Em volta do pescoço fino, usava inúmeras correntes e colares de contas, e seus braços e mãos estavam cobertos de pulseiras e anéis.
Hermione bufou para a descrição da sala e da professora.
– Parece que essa professora é ainda mais maluca do que a nossa. – Frank disse rindo.
– Vocês nem imaginam. – Rony murmurou, mas apenas Hermione ouviu.
— Sentem-se, crianças, sentem-se — disse, e todos subiram desajeitados nas cadeiras ou se afundaram nos pufes. Harry, Rony e Hermione se sentaram a uma mesa redonda.
— Bem-vindos à aula de Adivinhação — disse a professora, que se acomodara em uma bergêre diante da lareira. — Sou a Profª. Sibila Trelawney. Talvez vocês nunca tenham me visto antes, acho que me misturar com freqüência à roda-viva da escola principal anuvia minha visão interior.
– Isso é conversa de charlatã. – Tiago disse categórico e recebeu um meio sorriso de Hermione – A real previsão do futuro é muito difícil, mas quando há um vidente real a previsão acontecerá de qualquer forma e em qualquer lugar. A maior parte dos bruxos que realizam profecias nem ao menos se lembram delas...
Ninguém fez nenhum comentário a tão extraordinária declaração. A professora rearrumou delicadamente o xale e continuou:
— Então vocês optaram por estudar Adivinhação, a mais difícil das artes mágicas. Devo alertá-los logo de início que se não possuírem clarividência, terei muito pouco a ensinar a vocês. Os livros só podem levá-los até certo ponto neste campo...
Ao ouvirem isso, Harry e Rony olharam, sorrindo, para Hermione, que pareceu assustada com a notícia de que os livros não ajudariam nessa matéria.
Hermione bufou novamente.
– Uma matéria onde livros não são relevantes não devia ser considerada uma matéria escolar. – ela murmurou irritada fazendo Harry e Rony se entreolharem da mesma forma como fizeram na época.
— Muitos bruxos e bruxas, embora talentosos para ruídos, cheiros e desaparecimentos instantâneos, permanecem, ainda assim, incapazes de penetrar nos mistérios do futuro.
A Profª. Sibila continuou a falar, seus enormes olhos brilhantes iam de um rosto nervoso a outro.
— É um dom concedido a poucos. Você, menino — disse ela de repente a Neville, que quase caiu do pufe. — Sua avó vai bem?
— Acho que vai — respondeu Neville trêmulo.
— Eu não teria tanta certeza se fosse você, querido — disse a professora, enquanto a luz das chamas fazia faiscarem seus longos brincos de esmeraldas.
Neville engoliu em seco. Sibila continuou tranquilamente.
– Eu fiquei realmente apavorado quando ela me perguntou isso. – Neville disse com um suspiro.
– E minha mãe estava bem? – Frank perguntou um pouco assustado.
– Ótima, é claro. – Hermione disse categórica chamando a atenção de todos.
– Achei que não deviamos falar do que ainda não aconteceu nos livros. – Gina disse tentando esconder uma risada.
Hermione deu de ombros e indicou que Lily continuasse lendo.
— Vamos co;brir os métodos básicos de adivinhação este ano. O primeiro trimestre letivo será dedicado à leitura das folhas de chá. No próximo, abordaremos a quiromancia. A propósito, minha querida — disparou ela de repente para Parvati Patil —, tenha cuidado com um homem de cabelos ruivos.
Parvati lançou um olhar assustado a Rony, que se sentara logo atrás dela, e puxou a cadeira devagarinho para longe dele.
Hermione revirou os olhos enquanto Harry e Rony riam um pouco, para eles era óbvio que Rony nunca havia nem ao menos se aproximado de fazer algo ruim para Parvati. A não ser é claro acompanhar sua irmã gêmea ao baile mais de um ano depois.
— No segundo trimestre — continuou a professora — vamos estudar a bola de cristal, isto é, se conseguirmos terminar os presságios do fogo. Infelizmente, as aulas serão perturbadas em fevereiro por uma forte epidemia de gripe. Eu própria vou perder a voz. E, na altura da Páscoa, alguém aqui vai deixar o nosso convívio para sempre.
– É muito fácil prever que ela mesma vai perder a voz. – Sirius disse revirando os olhos – Basta que ela finja estar sem voz na época que ela disse que perderia a voz...
– E ela sinceramente está prevendo a morte de alguém para a Páscoa? – Remo bufou – Provavelmente vai dizer que o Harry vai morrer, ela deve ter participado de alguma reunião de professores onde explicavam que Sirius está tentando matar Harry.
– Isso com certeza explica. – Hermione disse sorrindo satisfeita.
Seguiu-se um silêncio muito tenso a essa predição, mas a Profª. Sibila pareceu não tomar conhecimento.
— Será, querida — dirigiu-se ela a Lilá Brown, que estava mais próxima e se encolheu na cadeira —, que você poderia me passar o bule de prata maior?
Lilá, com um ar de alívio, se levantou, apanhou um enorme bule na prateleira e pousou-o na mesa diante da mestra.
— Obrigada, querida. A propósito, essa coisa que você receia vai acontecer na sexta-feira, dezesseis de outubro.
Lilá estremeceu.
— Agora quero que vocês formem pares. Apanhem uma xícara de chá na prateleira e tragam-na aqui para eu encher. Depois se sentem e bebam, bebam até restar somente a borra. Sacudam a xícara três vezes com a mão esquerda, depois virem-na, de borda para baixo, no pires, esperem até cair a última gota de chá e entreguem-na ao seu par para ele a ler. Vocês vão interpretar os desenhos formados, comparando-os com os das páginas cinco e seis de Esclarecendo o futuro. Vou andar pela sala para ajudar e ensinar a cada par. Ah, e querido — ela segurou o braço de Neville quando ele fez menção de se levantar —, depois que você quebrar a primeira xícara, por favor, escolha uma com desenhos azuis, gosto muito das de desenhos rosa.
– É claro que ela devia saber que Neville é um pouco desastrado... – Tiago disse com simpatia – E quando você fala para uma pessoa desastrada que ela vai quebrar alguma coisa, ela em geral quebra... Uma vez fiz Pedro cair da escada apenas insinuando que havia previsto que ele cairia...
Não deu outra, Neville mal chegara à prateleira de xícaras quando se ouviu um tilintar de porcelana que se quebrava. A professora deslizou até ele levando uma pá e uma escova e disse:
— Uma das azuis, então, querido, se não se importa... Obrigada...
– Por que ela não restaurou a xícara com a varinha? – Lily perguntou confusa.
– Ela é etérea demais para feitiços com varinha. – Hermione disse em tom de deboche.
Depois que Harry e Rony levaram as xícaras para encher, voltaram à mesa e tentaram beber rapidamente o chá pelando. Sacudiram a borra conforme a professora mandara, depois viraram as xícaras e as trocaram entre si.
— Certo — disse Rony depois de abrirem os livros nas páginas cinco e seis. — Que é que você vê na minha?
— Um monte de borra marrom — disse Harry. A fumaça intensamente perfumada da sala o estava deixando sonolento e burro.
— Abram suas mentes, meus queridos, e deixem os olhos verem além do que é mundano! — gritou a Profª. Sibila na penumbra.
Harry tentou se controlar.
— Certo, você tem uma espécie de cruz torta... — Ele consultou o livro Esclarecendo o Futuro. — Isto significa que você vai ter sofrimentos e provações... Sinto muito... Mas tem uma coisa que podia ser o sol... Espere ai... Que significa "grande felicidade"... Então você vai sofrer, mas vai ser muito feliz...
– Eu realmente espero que você esteja certo, cara. – Rony disse de repente – O sofrimento e as provações já passaram, agora estou apenas esperando a grande felicidade.
– Por algum motivo acho que Harry estava certo. – Hermione disse dando um meio sorriso na direção de Rony que o fez corar até as orelhas. Tiago e Sirius perceberam e trocaram um olhar.
— Você precisa mandar examinar a sua visão interior — disse Rony, e os dois precisaram sufocar o riso quando a professora olhou na direção deles. — Minha vez... — Rony examinou a xícara de Harry, a testa franzida com o esforço. — Tem uma pelota que lembra um pouco um chapéu-coco. Vai ver você vai trabalhar no Ministério da Magia...
Rony girou a xícara para cima.
— Mas desse outro lado as folhas parecem mais uma bolota de carvalho... Que será isso? — O garoto consultou seu exemplar de Esclarecendo o Futuro. — Uma sorte inesperada, ganhos de ouro. Que ótimo, você pode me emprestar algum... E tem outra coisa aqui — ele tornou a girar a xícara
– De um jeito ou de outro o Rony acertou essa parte da previsão, não é? – Gina disse sorrindo para Harry.
– Não podemos falar sobre isso. – Hermione disse categórica.
– Mas nós já sabemos que Harry vai ter uma sorte inesperada, e ganho de ouro... – Sirius disse sorrindo.
– E que de alguma forma deve trabalhar para o ministério? – Tiago disse em tom de pergunta olhando desconfiado de Harry para Rony.
– Realmente não podemos falar. – Harry disse cutucando a mãe para que voltasse a ler.
— que parece um animal... É, se isso fosse a cabeça... Podia parecer um hipopótamo... Não, um carneiro...
A Profª. Sibila se virou quando Harry deixou escapar um ronco de riso.
— Deixe-me ver isso, querido — disse ela em tom de censura a Rony, aproximando-se num ímpeto e tirando a xícara de Harry da mão do colega. Todos se calaram para observar.
A professora examinou a xícara, e girou-a no sentido anti-horário.
— O falcão... Meu querido, você tem um inimigo mortal.
– E onde está a novidade nisso? – Sirius perguntou franzindo a testa – Até as pedras de Hogwarts sabem que Harry tem um inimigo mortal.
Hermione sorriu para Sirius.
— Mas todos sabem disso — comentou Hermione num cochicho audível. A professora encarou-a. — Verdade, todos sabem — repetiu a garota. — Todos sabem da inimizade entre Harry e Você-Sabe-Quem.
Harry e Rony a olharam com uma mescla de surpresa e admiração. Nunca tinham ouvido Hermione falar com uma professora daquele jeito.
Sibila preferiu não responder.
Tornou a abaixar seus enormes olhos para a xícara de Harry e continuou a girá-la.
— O bastão... Um ataque. Ai, ai, ai, não é uma xícara feliz...
— Achei que isso era um chapéu-coco — disse Rony sem graça.
— O crânio... Perigo em seu caminho, querido...
– Só falta essa bruxa maluca resolver dizer que Harry vai morrer. – Frank bufou – Toda professora de adivinhação tem mania de prever a morte dos alunos?
– Parece que sim. – Alice disse com um suspiro.
– O que vocês querem dizer com isso? – Remo perguntou curioso.
– A Madame Herchcovitch previu a morte de um garoto da nossa turma no primeiro dia de aula. – Alice disse dando de ombros.
– Que garoto? – Lily perguntou curiosa.
– Não consigo me lembrar... – Frank disse coçando a cabeça.
Todos observavam, hipnotizados, a professora, que deu um último giro na xícara, ofegou e soltou um berro.
Ouviu-se uma nova onda de porcelanas que se partiam tilintando; Neville destruíra sua segunda xícara. A professora afundou em uma cadeira vazia, a mão faiscante de anéis ao peito e os olhos fechados.
— Meu pobre garoto... Meu pobre garoto querido... Não... É mais caridoso não dizer... Não... Não me pergunte...
— Que foi professora? — perguntou Dino Thomas na mesma hora. Todos tinham se levantado e aos poucos se amontoaram em torno da mesa de Harry e Rony, aproximando-se da cadeira de Sibila para dar uma boa olhada na xícara de Harry.
— Meu querido — os olhos da professora se abriram teatralmente —, você tem o Sinistro.
— O quê? — perguntou Harry.
Ele percebeu que não era o único que não entendera; Dino Thomas sacudiu os ombros para ele e Lilá Brown fez cara de intrigada, mas quase todos os outros levaram a mão à boca horrorizados.
— O Sinistro, meu querido, o Sinistro! — exclamou a professora, que parecia chocada com o fato de Harry não ter entendido. — O cão gigantesco e espectral que assombra os cemitérios! Meu querido menino, é um mau agouro, o pior de todos, agouro de morte!
Sirius, Tiago e Remo começaram a rir descontrolados.
– Por que vocês estão rindo? – Lily perguntou incomodada.
– Não é nada. – Tiago disse ainda risonho – Apenas nos lembramos de uma piada antiga sobre um cachorro preto gigantesco que corria atrás do próprio rabo.
Lily, Alice, Frank e Severo olharam para Tiago confusos. Aquilo nem ao menos parecia ter graça, cachorros correm atrás do próprio rabo, não é nada demais. Harry, Rony, Hermione e Gina no entanto pareciam ter achado a coisa toda realmente engraçada.
Harry sentiu o estômago afundar. O cão na capa do livro Presságios de Morte na Floreios e Borrões — o cão nas sombras da rua Magnólia... Lilá Brown levou as mãos à boca também. Todos tinham os olhos fixos em Harry, todos exceto Hermione, que se levantara e procurava chegar às costas da cadeira da professora.
— Eu não acho que isso pareça um Sinistro — disse com firmeza.
– Eu realmente estou adorando ver essa Hermione mais rebelde, e revoltada. – Tiago disse sorrindo – Não parece nem um pouco com a menina seguidora de regras do primeiro livro.
A Profª. Sibila mirou a menina atentamente e com crescente desagrado.
— Desculpe-me dizer isso, minha querida, mas não percebo muita aura ao seu redor. Pouquíssima receptividade às ressonâncias do futuro.
Simas Finnegan inclinou a cabeça de um lado para o outro.
— Parece um Sinistro se a gente fizer assim — disse com os olhos quase fechados —, mas parece muito mais um burro quando a gente olha de outro ângulo — disse ele, inclinando-se para a esquerda.
— Quando vão terminar de resolver se eu vou morrer ou não? — perguntou Harry, surpreendendo até a si mesmo. Agora parecia que ninguém queria olhar para ele.
— Acho que vamos encerrar a aula por hoje — disse a professora no tom mais etéreo possível. — E... Por favor, guardem suas coisas...
Em silêncio a classe devolveu as xícaras à professora, guardou os livros e fechou as mochilas. Até mesmo Rony evitava o olhar de Harry.
— Até que tornemos a nos encontrar — disse Sibila com uma voz fraca — que a sorte lhes seja favorável. Ah, e querido — disse apontando para Neville —, você vai se atrasar da próxima vez, portanto trate de trabalhar muito para recuperar o tempo perdido.
Harry, Rony e Hermione desceram a escada da Profª. Sibila e a escada em caracol em silêncio, e seguiram para a aula de Transformação, da Profª. Minerva. Levaram tanto tempo para encontrar a sala de aula que, por mais cedo que tivessem saído da aula de Adivinhação, acabaram chegando em cima da hora.
Harry escolheu um lugar no fundo da sala, sentindo-se como se estivesse sentado sob um holofote; o resto da classe não parou de lhe lançar olhares furtivos, como se ele estivesse prestes a cair morto a qualquer momento. Ele mal conseguiu ouvir o que a professora dizia sobre Animagos (bruxos que podiam se transformar à vontade em animais), e sequer estava olhando quando ela própria se transformou, diante dos olhos deles, em um gato malhado com marcas de óculos em torno dos olhos.
– Como você pode não prestar atenção? – Sirius perguntou a Harry parecendo extremamente ofendido – Transfiguração é a melhor matéria e esse tema é o melhor de todos.
– E Minerva vai ficar muito ofendida por você não ter visto ela se transformar em gato. – Tiago disse com um suspiro – Quando ela fez isso na nossa turma arrancou aplausos de pé.
– Eu me lembro dessa aula. – Lily concordou – Foi uma das mais interessantes que já tive.
— Francamente, o que foi que aconteceu com os senhores hoje? — perguntou a Profª. Minerva, voltando a ser ela mesma, com um estalinho, e encarando a classe toda. — Não que faça diferença, mas é a primeira vez que a minha transformação não arranca aplausos de uma turma.
Todas as cabeças tornaram a se virar para Harry, mas ninguém falou. Então Hermione ergueu a mão.
— Com licença, professora, acabamos de ter a nossa primeira aula de Adivinhação, estivemos lendo folhas de chá e...
— Ah, naturalmente — comentou Minerva, fechando a cara de repente. — Não precisa me dizer mais nada, Srta. Granger. Me diga qual dos senhores vai morrer este ano?
Todos olharam para ela.
— Eu — disse, por fim, Harry.
— Entendo — disse a Profª. Minerva, fixando em Harry seus olhos de contas. — Então, Potter, é melhor saber que Sibila Trelawney tem predito a morte de um aluno por ano desde que chegou a esta escola. Nenhum deles morreu ainda. Ver agouros de morte é a maneira com que ela gosta de dar boas-vindas a uma nova classe. Não fosse o fato de que nunca falo mal dos meus colegas...
– Parece que McGonagall gosta ainda menos dessa Sibila do que gosta de Ranhoso... – Sirius constatou surpreso – Isso deve fazer você se sentir bem, não é? – ele continuou virando-se para Severo – Harry tem uma professora ainda mais ridícula do que você...
Severo trincou os dentes e teve de usar de toda a sua força de vontade para não levar a mão à varinha.
– Sirius, – Gina disse com muita calma – vocês prometeram evitar brigar e julgar uns aos outros durante os livros...
– Sim, mas ele insiste em insinuar que sou um maluco que mereceu ficar trancado em Azkaban por doze anos... – Sirius disse mostrando pela primeira vez o quanto aquilo o incomodava.
– Ninguém aqui pode julgar ninguém. – Lily disse com severidade encarando a todos, mas parando por um segundo a mais em Severo – Do mesmo jeito que não deixei eles te julgarem no primeiro livro, não vou permitir que você insulte o Sirius agora.
Severo respirou fundo mais uma vez, mas não falou nada.
A professora se calou, mas todos viram que suas narinas tinham embranquecido de cólera. Ela continuou, mais calma:
— A Adivinhação é um dos ramos mais imprecisos da magia. Não vou ocultar dos senhores que tenho muito pouca paciência com esse assunto. Os verdadeiros videntes são muito raros e a Profª. Trelawney...
Ela parou uma segunda vez, e em seguida disse, num tom despido de emoção:
— Para mim o senhor parece estar gozando de excelente saúde, Potter, por isso me desculpe, mas não vou dispensá-lo do dever de casa, hoje. Mas fique descansado, se o senhor morrer, não precisa entregá-lo.
– Isso realmente pode ser considerado uma grande concessão para ela. – Remo disse dando de ombros.
– Não imagino que ela me despensaria do dever de casa se eu morrese. – Sirius disse dando um meio sorriso.
Hermione riu com gosto. Harry se sentiu um pouco melhor. Era mais difícil sentir medo de folhas de chá longe daquela sala fracamente iluminada por luzes vermelhas, que recendia ao perfume atordoante da Profª. Sibila. Ainda assim, nem todos ficaram convencidos. Rony continuava com a expressão preocupada e Lilá cochichou:
— E a xícara de Neville?
– Me desculpa, – Tiago disse encarando Neville, Frank e Alice – mas Neville consegue ser mais desastrado do que o Pedro, e olha que isso é muita coisa.
– É, – Neville disse resignado – eu era um verdadeiro desastre.
– Você pode, por favor, parar de se menosprezar? – Alice perguntou com um suspiro.
Quando a aula de Transformação terminou, eles se reuniram ao resto dos alunos que atroavam a escola em direção ao Salão Principal para almoçar.
— Anime-se, Rony — falou Hermione, empurrando uma travessa de ensopado para o amigo. — Você ouviu o que a Profª. Minerva disse.
Rony se serviu do ensopado e apanhou o garfo, mas não começou a comer.
— Harry — perguntou ele, em tom baixo, com ar sério —, você não viu um canzarrão preto em algum lugar, viu?
— Vi, sim. Na noite em que saí da casa dos Dursley.
– Mas aquele definitivamente não era o Sinistro. – Tiago disse categórico trocando um olhar com Remo e Sirius.
– É, – Remo concordou – ele se parecia mais com o Almofadinhas.
– Vocês vão continuar falando de coisas que nenhum de nós entende e se recusando a explicar? – Lily perguntou irritada.
– Sim. – Sirius disse sorrindo de lado para a garota e arrancando uma gargalhada de Tiago.
Lily revirou os olhos para os garotos e seus segredos e voltou a ler.
Rony deixou o garfo cair com estrépito.
— Provavelmente um cão sem dono — comentou Hermione calmamente.
O garoto olhou para Hermione como se ela tivesse enlouquecido.
— Mione, se Harry viu um Sinistro, isso é... É ruim. Meu tio Abílio viu um e... E morreu vinte e quatro horas depois!
— Coincidência — replicou Hermione dignamente, servindo-se de suco de abóbora.
— Você não sabe o que está falando! — disse Rony, começando a se zangar. — Os Sinistros deixam a maioria dos bruxos mortos de medo!
— Então é isso — retrucou a garota em tom superior. — Eles vêem o Sinistro e morrem de medo. O Sinistro não é um agouro, é a causa da morte! E Harry continua conosco porque não é burro de ver um Sinistro e pensar: “Certo, muito bem, então é melhor eu bater as botas"!
Rony fez protestos para Hermione, que abriu a mochila, tirou o novo livro de Aritmancia e apoiou-o na jarra de suco.
— Acho que Adivinhação é uma coisa meio confusa — disse, procurando a página que queria. — É muita adivinhação, se querem saber a minha opinião.
— Não houve nada confuso com o Sinistro naquela xícara! — retrucou Rony acaloradamente.
– Só que você achava que se parecia com um carneiro, né? – Remo disse sorrindo para Rony.
Rony suspirou e baixou os olhos, gostaria de responder que agora não pensava mais daquele jeito, mas não tinha autorização para falar do que ainda não aconteceu.
– Não sejam tão duros com ele. – Lily disse observando Rony com carinho – Ele deve ter crescido ouvindo que o tio Abílio morreu por que viu um Sinistro, deve ser difícil entender que não é uma coisa real.
Rony sorriu para a mãe de seu melhor amigo, agradecendo pelo apoio.
— Você não me pareceu tão confiante quando disse ao Harry que era um carneiro — respondeu a menina sem se alterar.
— A Profª. Sibila disse que você não tinha a aura necessária! Você não gosta é de ser ruim em uma matéria para variar!
Ele acabara de tocar num ponto sensível. Hermione bateu com o livro de Aritmancia na mesa com tanta força que voaram pedacinhos de carne e cenoura para todo lado.
— Se ser boa em Adivinhação é ter que fingir que estou vendo agouros de morte em borras de folhas de chá, não tenho certeza se quero continuar a estudar essa matéria por muito mais tempo! Aquela aula foi uma idiotice completa se comparada à minha aula de Aritmancia! — E, agarrando a mochila, a menina se retirou.
– O que? – Tiago perguntou completamente confuso – Você não tinha tido nenhuma aula de Aritmancia ainda!
– As aulas de Aritmancia não eram no mesmo horário de Adivinhação? – Remo perguntou pensativo.
– Exatamente, – Frank respondeu – ela não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo!
Remo franziu a testa e mordeu o lábio, mas não disse mais nada.
Rony franziu a testa acompanhando com os olhos a amiga se afastando.
— Do que é que ela estava falando? — perguntou a Harry. — Ela ainda não assistiu a nenhuma aula de Aritmancia.
Harry ficou contente de sair do castelo depois do almoço. A chuva do dia anterior parara; o céu estava claro, cinza-pálido e a grama parecia elástica e úmida sob os pés quando os garotos rumaram para a primeiríssima aula de Trato das Criaturas Mágicas.
Rony e Hermione não estavam se falando. Harry caminhava ao lado dos dois em silêncio enquanto desciam os gramados em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida.
Somente quando identificaram três costas muito conhecidas à frente é que se deram conta de que iriam compartilhar as aulas com os alunos da Sonserina. Draco, falava animadamente com Crabbe e Goyle, que riam com gosto. Harry tinha quase certeza de qual era o assunto da conversa.
– Vamos ter que aturar esse garoto absolutamente desagradável por mais uma aula... – Alice disse com um suspiro, não havia esquecido em momento algum o jeito como o garoto Malfoy havia ofendido Neville.
– Pelo menos eles vão estar com Hagrid e bem longe de Snape. – Sirius disse dando de ombros, tendo o cuidado de não chamar Severo de Ranhoso.
– E ao ar livre em vez de em uma masmorra fria e desagradável. – Tiago completou sorrindo.
Hagrid já estava à espera dos alunos à porta da cabana. Vestia o casaco de pele de toupeira, com Canino, o cão de caçar javalis, nos calcanhares, e parecia impaciente para começar.
— Vamos, andem depressa! — falou quando os alunos se aproximaram. — Tenho uma coisa ótima para vocês hoje! Vai ser uma grande aula! Estão todos aqui? Certo, então me acompanhem!
Por um momento de apreensão, Harry pensou que Hagrid os levaria para a Floresta Proibida; o menino já tivera suficientes experiências desagradáveis ali para a vida inteira. No entanto, o guarda-caça contornou a orla das árvores e cinco minutos depois eles estavam diante de uma espécie de picadeiro. Não havia nada ali.
— Todos se agrupem em volta dessa cerca! — mandou ele. — Isso... Procurem garantir uma boa visibilidade... Agora, a primeira coisa que vão precisar fazer é abrir os livros...
— Como? — perguntou a voz fria e arrastada de Draco Malfoy.
— Que foi? — perguntou Hagrid.
— Como é que vamos abrir os livros? — repetiu o menino.
Ele retirou da mochila seu exemplar de O Livro Monstruoso dos Monstros, amarrado com um pedaço de corda. Outros alunos fizeram o mesmo, alguns, como Harry, tinham fechado o livro com um cinto; outros os tinham enfiado em sacos justos ou fechado os livros com grampos.
— Será... Será que ninguém conseguiu abrir o livro? — perguntou Hagrid, com ar de desapontamento.
Todos os alunos sacudiram negativamente as cabeças.
— Vocês têm que fazer carinho neles — falou o novo professor, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Olhem aqui...
– Mas é óbvio. – Tiago disse ironico – Basta fazer carinho... Essa é a resposta de Hagrid para tudo, não é?
– Se você encontrar um monstro gigantesco e peçonhento, – Sirius começou a recitar como se fosse uma poesia – a resposta é simples, faça carinho e ele estará em acalento.
Ele apanhou o livro de Hermione e rasgou a fita adesiva que o prendia. O livro tentou morder, mas Hagrid passou seu gigantesco dedo indicador pela lombada, o livro estremeceu, se abriu e permaneceu quieto em sua mão.
— Ah, mas que bobeira a nossa! — caçoou Draco. — Devíamos ter feito carinho no livro! Como foi que não adivinhamos!
— Eu... Eu achei que eles eram engraçados — disse Hagrid, inseguro, para Hermione.
— Ah, engraçadíssimos! — comentou Draco. — Uma idéia realmente espirituosa, nos dar livros que tentam arrancar nossa mão.
— Cala a boca, Malfoy — advertiu-o Harry baixinho. Hagrid parecia arrasado, e o garoto queria que aquela primeira aula do seu amigo fosse um sucesso.
— Certo, então — continuou Hagrid, que pelo jeito perdera o fio do pensamento — ... Então vocês já têm os livros e... E... Agora faltam as criaturas mágicas. É. Então vou buscá-las. Esperem um pouco...
Ele se afastou na direção da floresta e desapareceu de vista.
— Nossa, essa escola está indo para o brejo! — falou Draco em voz alta. — Esse pateta dando aulas, meu pai vai ter um acesso quando eu contar...
Sirius rosnou para o livro com raiva. Não gostava de ver ninguém ofendendo seus amigos.
— Cala a boca, Malfoy — repetiu Harry.
— Cuidado, Potter, tem um dementador atrás de você...
— Aaaaaaah! — guinchou Lilá Brown, apontando para o lado oposto do picadeiro.
Trotavam em direção aos garotos mais ou menos uma dezena dos bichos mais bizarros que Harry já vira na vida. Tinham os corpos, as pernas traseiras e as caudas de cavalo, mas as pernas dianteiras, as asas e a cabeça de uma coisa que lembrava águias gigantescas, com bicos cruéis cinza-metálico e enormes olhos laranja-vivo.
– Hipogrifos. – Sirius disse satisfeito, apesar de não ter feito Trato das Criaturas Mágicas, ele adorava animais em geral, talvez com excessão de Madame Nor-r-ra – Sempre quis voar em um hipogrifo, seria incrível.
– Prefiro uma vassoura. – Harry e Tiago disseram ao mesmo tempo e trocaram um olhar de cumplicidade.
As garras das pernas dianteiras tinham uns quinze centímetros de comprimento e um aspecto letal. Cada um dos bichos trazia uma grossa coleira de couro ao pescoço engatada em uma longa corrente, cujas pontas estavam presas nas imensas mãos de Hagrid, que entrou correndo no picadeiro atrás dos bichos.
— Upa! Upa! AÍ! — bradou ele, sacudindo as correntes e incitando os bichos na direção da cerca onde se agrupavam os alunos.
Todos recuaram, instintivamente, quando Hagrid chegou bem perto e amarrou os bichos na cerca.
— Hipogrifos! — bradou Hagrid alegremente, acenando para eles. — Lindos, não acham?
Harry conseguiu entender mais ou menos o que Hagrid quis dizer. Depois que se supera o primeiro choque de ver uma coisa que é metade cavalo, metade ave, a pessoa começava a apreciar a pelagem luzidia dos hipogrifos, que mudava suavemente de pena para pêlo, cada animal de uma cor diferente: cinza-chuva, bronze, rosado, castanho brilhante e nanquim.
— Então — disse Hagrid, esfregando as mãos e sorrindo para todos —, se vocês quiserem chegar mais perto...
Ninguém pareceu querer. Harry, Rony e Hermione, porém, se aproximaram cautelosamente da cerca.
– Vocês são realmente ótimos amigos. – Gina disse com um grande sorriso – Não sei se mesmo gostando muito do Hagrid eu teria coragem de chegar perto...
– Eu não tive. – Neville disse dando de ombros.
— Agora, a primeira coisa que vocês precisam saber sobre os hipogrifos é que são orgulhosos — explicou Hagrid. — Se ofendem com facilidade, os hipogrifos. Nunca insultem um bicho desses, porque pode ser a última coisa que vão fazer na vida.
Malfoy, Grabbe e Goyle não estavam prestando atenção; falavam aos cochichos e Harry teve o mau pressentimento de que estavam combinando a melhor maneira de estragar a aula.
– Isso não é bom. – Tiago disse coçando a cabeça desconfortável – Hagrid acabou de dar uma informação realmente importante e eles não ouviram, alguma coisa vai dar errado...
— Vocês sempre esperam o hipogrifo fazer o primeiro movimento — continuou Hagrid. — É uma questão de cortesia, entendem? Vocês vão até eles, fazem uma reverência e aí esperam. Se o bicho retribuir o cumprimento, vocês podem tocar nele. Se não retribuir, então saiam de perto bem depressinha, porque essas garras machucam feio. Certo, quem quer ser o primeiro?
Em resposta, a maioria dos alunos recuou mais um pouco. Até Harry, Rony e Hermione se sentiram apreensivos. Os hipogrifos balançavam as cabeças de aspecto feroz e flexionavam as fortes asas; não pareciam gostar de estar presos daquele jeito.
— Ninguém? — disse Hagrid, com um olhar suplicante.
— Eu vou — disse Harry.
– Esse é o meu garoto! – Sirius e Tiago disseram ao mesmo tempo sorrindo um para o outro.
– Realmente demonstrando a coragem de todo verdadeiro grifinório. – Remo disse orgulhoso.
Ouviu-se gente ofegar atrás dele e Lilá e Parvati murmuraram a mesma coisa:
— Aaah, não, Harry, lembra das folhas de chá!
Harry não deu ouvido às meninas. Trepou pela cerca do picadeiro.
— É assim que se faz, Harry! — gritou Hagrid. — Certo, então... Vamos ver como você se entende com o Bicuço.
E, dizendo isso, soltou uma das correntes, separou o hipogrifo cinzento dos restantes e retirou a coleira de couro. A turma do outro lado da cerca parecia estar prendendo a respiração.
Os olhos de Draco se estreitaram maliciosamente.
– Aposto que ele estava torcendo internamente para o Bicuço acabar comigo de uma vez. – Harry disse confiante.
Lily que estava apertando o livro com força, tamanha a sua ansiedade, mordeu o lábio inferior e continuou lendo.
— Calma, agora, Harry — disse Hagrid em voz baixa. — Você fez contato com os olhos, agora tente não piscar... Os hipogrifos não confiam na pessoa que pisca demais...
Os olhos de Harry imediatamente começaram a se encher de água, mas ele não os fechou. Bicuço virava a cabeçorra alerta e fixava um cruel olho laranja em Harry.
— Isso mesmo — disse Hagrid. — Isso mesmo, Harry... Agora faça a reverência...
Harry não se sentia nada animado a expor a nuca a Bicuço, mas fez o que era mandado. Curvou-se brevemente e ergueu os olhos.
O hipogrifo continuava a fixá-lo com altivez. Nem se mexeu.
— Ah — exclamou Hagrid, parecendo preocupado. — Certo... Recue, agora, Harry, devagarinho...
Mas nesse instante, para enorme surpresa de Harry, o hipogrifo inesperadamente dobrou os escamosos joelhos dianteiros e afundou o corpo em uma inconfundível reverência.
— Muito bem, Harry! — aplaudiu Hagrid, extasiado. — Certo... Pode tocá-lo! Acaricie o bico dele, vamos!
Com a impressão de que recuar teria sido uma recompensa melhor, Harry avançou devagarinho para o hipogrifo e estendeu a mão. Acariciou seu bico várias vezes e o bicho fechou os olhos demoradamente, como se estivesse gostando.
A turma prorrompeu em aplausos, a exceção de Malfoy, Crabbe e Goyle, que pareciam profundamente desapontados.
– Não foi dessa vez que Harry virou picadinho, não é. – Sirius disse sorrindo completamente satisfeito.
— Certo então, Harry — falou Hagrid. — Acho que ele até deixaria você montar nele!
Isto era mais do que o toma lá dá cá proposto por Harry... Ele estava acostumado a montar vassouras; mas não tinha muita certeza se um hipogrifo seria a mesma coisa.
— Isso, suba ali, logo atrás da articulação das asas — mandou Hagrid. — E cuidado para não arrancar nenhuma pena, ele não vai gostar nem um pouco...
Harry pisou no alto da asa de Bicuço e se içou para cima das costas do bicho, o bicho se ergueu. Harry não tinha muita certeza de onde deveria se agarrar; à sua frente tudo era coberto de penas.
— Pode ir, então! — bradou Hagrid, dando uma palmada nos quartos do hipogrifo.
Sem aviso, as asas de quase quatro metros se abriram a cada lado de Harry; ele só teve tempo de se agarrar ao pescoço do hipogrifo e já estava voando para o alto. Não foi nada semelhante a uma vassoura e Harry soube na hora qual dos dois preferia; as asas do hipogrifo adejavam desconfortavelmente dos lados, batendo por baixo de suas pernas e dando-lhe a sensação de que estava prestes a ser jogado no ar; as penas acetinadas escorregavam dos seus dedos e o garoto não se atrevia a se agarrar com mais força; em vez do vôo suave da Nimbus 2000, ele agora balançava para frente e para trás quando os quartos do hipogrifo subiam e desciam acompanhando o movimento das asas.
– Você realmente voou em um hipogrifo! – Tiago disse admirado – Isso é incrível!
Sirius concordou com uma pontinha de inveja no olhar, mas ainda assim extremamente orgulhoso da coragem de seu afilhado.
Bicuço deu uma volta por cima do picadeiro e em seguida embicou para o chão; essa foi a parte que Harry teve receio; ele jogou o corpo para trás, à medida que o pescoço liso do bicho abaixava, achando que ia escorregar por cima do bico, então, sentiu um baque quando os quatro membros desparelhados do bicho tocaram o chão. Por milagre, conseguiu se segurar e tornar a se endireitar.
— Bom trabalho, Harry! — berrou Hagrid enquanto todos, exceto Malfoy, Crabbe e Goyle, aplaudiam. — Muito bem, quem mais quer experimentar?
Encorajados pelo sucesso, os outros alunos subiram, cautelosos, pela cerca do picadeiro. Hagrid soltou os hipogrifos, um a um, e logo os garotos, nervosos, começaram a fazer reverências por todo o picadeiro. Neville fugiu várias vezes do dele, pois o bicho não estava com jeito de querer dobrar os joelhos. Rony e Hermione praticaram no hipogrifo castanho, enquanto Harry observava.
Malfoy, Crabbe e Goyle ficaram com Bicuço. Ele acabara de retribuir a reverência de Malfoy, que agora lhe acariciava o bico, com um ar desdenhoso.
— Isso é moleza — disse Draco com a voz arrastada, suficientemente alta para Harry ouvir. — Só podia ser, se o Potter conseguiu fazer... Aposto que você não tem nada de perigoso, tem? — disse ao hipogrifo. — Tem, seu brutamontes feioso?
– Malfoy seu idiota. – Severo murmurou de seu lugar desgostoso. Se sentia desconfortável em ver seu eu-futuro bajulando aquele garoto desagradável.
Aconteceu num breve movimento das garras de aço; Draco soltou um berro agudo e no momento seguinte, Hagrid estava pelejando para enfiar a coleira em Bicuço, enquanto o bicho fazia força para avançar no garoto, que caíra dobrado na relva, o sangue aflorando em suas vestes.
– Sabia que aconteceria alguma coisa ruim. – Tiago bufou – O garoto nem ao menos prestou atenção nas instruções de Hagrid.
– É claro que alguma coisa assim aconteceria. – Lily suspirou triste – Isso vai prejudicar muito o Hagrid.
– Espero que não. – Remo disse chateado – Hagrid tem várias testemunhas de que avisou aos alunos para não ofender os hipogrifos, e todo mundo ouviu muito bem o Malfoy chamando Bicuço de brutamontes feioso.
– Tomara que dê tudo certo para o Hagrid. – Lily disse com mais um suspiro e voltou a ler.
— Estou morrendo! — gritou Malfoy enquanto a turma entrava em pânico. — Estou morrendo, olhem só para mim! Ele me matou!
— Você não está morrendo! — disse Hagrid, que ficara muito pálido. — Alguém me ajude... Preciso tirar ele daqui...
Hermione correu para abrir o portão enquanto Hagrid erguia Malfoy nos braços, sem esforço. Quando os dois passaram, Harry observou que havia um corte grande e fundo no braço de Draco; o sangue pingava no gramado e o guarda-caça, com o garoto ao colo, subiu correndo a encosta em direção ao castelo.
Muito abalados, os alunos da aula de Trato das Criaturas Mágicas os seguiram caminhando normalmente. Os alunos da Sonserina gritavam contra Hagrid.
— Deviam despedir ele, imediatamente! — disse Pansy Parkinson, que estava às lágrimas.
— Foi culpa do Draco! — replicou Dino Thomas com rispidez.
Crabbe e Goyle flexionavam os braços, ameaçadores.
Os garotos subiram os degraus de pedra para o saguão deserto.
— Vou ver se ele está bem! — disse Pansy, e os outros ficaram observando-a subir de corrida a escadaria de mármore. Os alunos da Sonserina, ainda murmurando contra Hagrid, rumaram para sua sala comunal, em uma masmorra; Harry, Rony e Hermione subiram as escadas para a Torre da Grifinória.
— Vocês acham que ele vai ficar bem? — perguntou Hermione, nervosa.
– É claro. – Tiago disse sorrindo nervosamente – Se ela fez vários ossos nascerem do nada no braço do Harry no ano anterior, ela pode curar um cortezinho em um segundo.
— Claro que vai. Madame Pomfrey cura cortes em um segundo — disse Harry, que já tivera ferimentos muito mais sérios curados magicamente pela enfermeira.
— Foi realmente ruim acontecer isso na primeira aula de Hagrid, vocês não acham? — comentou Rony, parecendo preocupado.
— Sempre se pode contar com o Draco para estragar as coisas para o Hagrid...
Os três foram os primeiros a chegar ao Salão Principal para jantar, na esperança de verem Hagrid, mas o amigo não estava lá.
— Não iriam despedir ele, vocês acham que sim? — perguntou Hermione aflita, sem tocar no pudim de carne e rins.
– Acho que não. – Remo disse apreensivo – Hagrid tem testemunhas de que ensinou a maneira correta de se aproximar, Draco quem resolveu não prestar atenção...
— É melhor não — replicou Rony, que também não estava comendo.
Harry ficou observando a mesa da Sonserina. Um grande grupo, que incluía Crabbe e Goyle, estava reunido, absorto em conversas. Harry teve certeza de que estavam inventando a própria versão para o ferimento de Draco.
— Bem, não se pode dizer que não foi um primeiro dia de aula interessante — comentou Rony, deprimido.
Os três subiram para o salão comunal da Grifinória depois do jantar e tentaram fazer o dever de casa que a Profª. Minerva passara, mas ficaram o tempo todo interrompendo-o para espiar pela janela.
— Tem luz na janela de Hagrid — disse Harry de repente.
Rony consultou o relógio.
— Se a gente andar depressa, pode descer para ver ele. Ainda é cedo...
— Não sei — disse Hermione, lentamente, e Harry viu que a amiga o olhava.
— Eu tenho permissão para andar pela propriedade — disse o garoto incisivamente. — Sirius Black ainda não passou pelos dementadores ou passou?
– Provavelmente sim. – Tiago disse dando de ombros – Sirius fugiu de uma prisão cheia de dementadores, é meio burrice achar que ele não vai conseguir entrar em Hogwarts só por que tem alguns dementadores em volta.
Sirius sorriu para Tiago satisfeito.
– Mas eles acham que Sirius quer matar Harry... – Alice disse levantando as sobrancelhas – Então ele ter entrado em Hogwarts não é uma coisa boa.
– Logo Harry vai descobrir que eu não quero matar ele e que a única coisa que quero é ser o padrinho mais maneiro do mundo... – Sirius disse confiante.
Então eles guardaram o material de estudo e se dirigiram ao buraco do retrato, felizes por não encontrar ninguém no caminho até a porta principal, porque não tinham tanta certeza assim de que podiam sair.
– É para isso que a capa do Tiago serve, – Remo disse revirando os olhos – não entendo como vocês não usam ela...
O gramado ainda estava úmido e parecia quase negro à luz das estrelas. Quando chegaram à cabana de Hagrid, bateram e uma voz resmungou rouca:
— Pode entrar.
Hagrid estava sentado em mangas de camisa à mesa de madeira escovada; o cachorro, Canino, tinha a cabeça no colo dele. Ao primeiro olhar, os garotos perceberam que o amigo andara bebendo muito; havia uma caneca de alpaca quase do tamanho de um balde diante dele e parecia ter dificuldade para focalizá-los.
— Imagino que seja um recorde — disse com a voz pastosa, quando os reconheceu. Calculo que nunca tiveram um professor que só durasse um dia.
— Você não foi despedido, Hagrid! — ofegou Hermione.
— Ainda não — respondeu ele, infeliz, tomando um grande gole do que havia na caneca. — Mas é só uma questão de tempo, não depois que Malfoy...
– Dumbledore não vai demitir Hagrid, e nem vai permitir que ninguém faça mal a ele. – Lily disse categórica.
— Como é que ele está? — perguntou Rony enquanto se sentavam. — Não foi grave, foi?
— Madame Pomfrey fez o melhor que pôde — disse Hagrid num tom inexpressivo —, mas ele diz que continua doendo muito... Todo enfaixado... Gemendo...
– É claro que ele está mentindo. – Sirius grunhiu irritado.
— Ele está fingindo — disse Harry na mesma hora. — Madame Pomfrey sabe curar qualquer coisa. Ela fez crescer metade dos meus ossos no ano passado. Pode contar que Draco vai se aproveitar o máximo que puder do acidente.
— Os conselheiros da escola foram informados, é claro — disse Hagrid, infeliz. — Acham que comecei muito grande. Devia ter deixado os hipogrifos para mais tarde... Que estudasse vermes ou outra coisa pequena... Só quis fazer uma primeira aula boa... Então a culpa é minha...
— É tudo culpa do Malfoy, Hagrid! — disse Hermione, séria.
— Somos testemunhas — acrescentou Harry. — Você avisou que os hipogrifos atacam quando são insultados. O problema é do Malfoy se ele não estava prestando atenção. Vamos contar ao Dumbledore o que realmente aconteceu.
— Vamos, sim, não se preocupe, Hagrid, vamos confirmar sua história — disse Rony.
Lágrimas saltaram dos cantos enrugados dos olhos de Hagrid, negros como besouros. Ele puxou Harry e Rony e lhes deu um abraço de quebrar as costelas.
— Acho que você já bebeu o suficiente, Hagrid — falou Hermione com firmeza. E apanhou a caneca na mesa e saiu da cabana para esvaziá-la.
— Ah, talvez ela tenha razão — reconheceu Hagrid, soltando Harry e Rony, que recuaram cambaleando e massageando as costelas. O guarda-caça levantou-se com esforço da cadeira e seguiu Hermione até o lado de fora, com o andar vacilante. Os garotos ouviram barulho de água caindo.
– Enfiou a cabeça em um barril de água. – Tiago, Sirius e Remo disseram juntos – Sempre que ele se dá conta de que está bebado demais ele enfia a cabeça em um barril de água que fica do lado de fora da cabana. – Remo concluiu sozinho.
— Que foi que ele fez? — perguntou Harry, nervoso, quando Hermione voltou trazendo a caneca vazia.
— Meteu a cabeça no barril de água — respondeu Hermione, guardando a caneca.
Hagrid voltou, os cabelos e barbas longas empapados, enxugando a água dos olhos.
— Assim está melhor — falou, sacudindo a cabeça como um cachorro e molhando os garotos. — Escutem, foi muita bondade vocês terem vindo me ver, eu realmente...
Hagrid parou de repente, encarando Harry como se tivesse acabado de perceber que ele estava ali.
— QUE É QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO, HEIN? — bradou, tão inesperadamente que os garotos deram um pulo de mais de um palmo. — VOCÊ NÃO PODE SAIR ANDANDO POR AÍ DEPOIS DO ANOITECER, HARRY! E VOCÊS DOIS! DEIXARAM-NO SAIR!
Hagrid foi até Harry agarrou-o pelo braço e puxou-o para a porta.
— Vamos! — disse aborrecido. — Vou levar vocês de volta à escola, e não quero pegar ninguém saindo para me ver depois do anoitecer. Eu não valho o risco!
– Até o Hagrid acha que estou tentando matar o Harry? – Sirius perguntou triste.
– Não se preocupe, – Lily disse carinhosa – vai dar tudo certo, as pessoas logo vão descobrir que você não é comensal da morte e não quer matar o Harry.
– Espero que sim... – Sirius disse cabisbaixo – E espero que eu possa viver em paz cuidando do Harry até o fim desses sete livros. – ele suspirou e baixou os olhos para os livros que estavam sobre a mesa de centro.
Harry pegou o livro da mão de sua mãe e abriu no próximo capítulo.
– Capítulo VII – O Bicho-Papão no armário.
Como já avisei às pessoas do grupo, vou fazer um pequeno concurso e no final de PdA um dos meus leitores vai ganhar um livro (que eu ainda não escolhi, pois vai depender de quem ganhar, não quero dar um livro que a pessoa já tenha). O concurso vai funcionar de forma simples, a pessoa que acumular mais pontos vai ganhar. Como ganhar pontos:
https://www.facebook.com/notes/fanfics-marotos-lendo-hp/regras-para-o-concurso/764189206948491
Quero dizer também que estou me esforçando para manter o ritmo de postagens. E aviso caso não vá conseguir.
- Tanisa: Eu acho que o problema de Snape são suas escolhas erradas. Ele podia ter escolhido ficar com sua amiga de infância, mas preferiu se misturar com um monte de sonserinos seguidores de artes das trevas, e depois disso só foi piorando, ele podia não ter falado sobre a profecia para Voldemort, ele podia não ter tratado Harry mal durante o tempo todo e etc. E depois de fazer todas as escolhas erradas e ver a única pessoa que um dia gostou dele morrer por culpa dele, ele sentiu culpa e por isso resolveu proteger (mas não tratar bem) o filho dessa pessoa. Acho que Sirius e Remo desconfaram um do outro por que se afastaram um pouco depois da escola. Remo deu uma sumida, principalmente por causa de seu problema peludo, as coisas eram mais fáceis em Hogwarts onde Dumbledore podia protege-lo de tudo.
- Marlene.M.Black: Eu até poderia me apiedar de vocês e postar mais uns capítulos se não estivesse tão atrasada com os capítulos. Eu sou realmente insegura, então você ficar falando sempre o quanto gosta da minha fic me da ainda mais motivos para continuar escrevendo, então muito obrigada. Essa foi minha segunda referencia a Marlene, a primeira foi quando falaram da morte dos McKinnon. Tiago já está perdendo toda a paciência com Alice, não sei o que ele vai fazer... Além de Tiago ser melhor que Snape, Tiago está cercado de amigos, Snape está em inferioridade numérica. Eu também não passei a gostar dele depois que tudo foi revelado. Continuei não gostando dele.
- Stehcec: Depois de passar o livro anterior inteiro triste a Gina tinha que mostrar um pouco mais a personalidade dela, não é? Consegui fazer exatamente o que você disse, acabei o capítulo 9 e cheguei à metade do 10. Minha intenção é acabar o 10 e o 11 essa semana! Ps: Uma pena o cruzeiro... Lembrei de você vendo o jogo.
- Monstra das Bolachas: Já falei para várias pessoas que tenho uma leitora portuguesa, é muito orgulho minha fic ter chegado a outro país! Com toda a certeza Tiago vai se sentir mal de qualquer jeito, ter um traidor tão perto de si é muito deprimente. Lily também acredita que Sirius não é um assassino... E eu acho que Lily será bem compreensiva em relação ao problema peludo, não tanto à animagia...
- Day Caracas: Os segredos dele vão se revelar aos poucos durante a fic, mas mesmo assim vai ser bem chocante. Eles não vão conseguir esconder o orgulho... Eu chorei um pouco escrevendo a parte em que Harry escuta Lily pela primeira vez, mas choro sempre que leio então seria difícil segurar o choro. E eu adoro criar histórias aleatórias de coisas que aconteceram com os Marotos, Lily e os outros, é sempre interessante. A Lily estar apoiando Sirius só faz Tiago se apaixonar ainda mais por ela...
- NathaliaHelena: Depois da Gina passar tanto tempo mal no livro anterior, ela tinha que se mostrar um pouco mais nesse, não é? Lily tem bom coração, ela levou bem a sério a história de não julgar as pessoas antes dos livros acabarem, mas apenas não julgar as atitudes dos livros, as atitudes das pessoas que estão lendo é outra história. Pode sumir, só não deixe de reaparecer!
- Clara Black Potter: A Alice ainda vai se tocar de quão errada ela estava e de quão idiota ela estava sendo. Mas eu entendo a revolta de vocês com ela. Claro que estar na Grifinória não é garantia de ser uma pessoa boa, mas no caso de um Black provavelmente é. Todos estão muito ansiosos para a primeira aula de Lupin. Especialmente ele mesmo. Com a Gina junto as aventuras seriam outras e poderiam acabar de forma diferente, mas ela tem o direito de reclamar, não é? Acho que o mais difícil para Hermione é segurar o F.A.L.E e os sentimentos dela por adivinhação... Os segredos dos marotos sendo revelados ainda não sei como vai ser, mas já estou escrevendo o capítulo do mapa do maroto.
- LULU789: Remo ficou dividido entre felicidade e surpresa em ser professor, ele pensou que nunca conseguiria. Um dos mistérios do livro já escrevi, estou no capítulo do mapa do maroto.
- Clenery Aingremont: Acho que RdM vai ser o livro mais deprimente para Lily. E OdF para Tiago... É claro que Sirius tem bondade no coração e não praticaria magia das trevas, mas ele tem a capacidade, conseguiria se quisesse, mas é muito preguiçoso para isso. Rony se sentiu muito culpado por excluir a Gina no ano anterior, mas esqueceu essa culpa bem rápido, não é? Coloquei o Remo ameaçando o Rony para mostrar bem a diferença do Remo maroto para o Professor Lupin. E eu também já desconfiei algumas vezes que ele estaria apenas fingindo dormir no trem... Tiago e Remo são os únicos que vão desconfiar de como Sirius saiu de Azkaban e de como ele entra e sai de Hogwarts, afinal depois do capítulo do mapa do maroto vão achar que ele entra pela dedosdemel, ninguém desconfiaria da casa dos gritos. Tiago não tem o direito de contar o segredo de seus amigos. Até por que ele não sabe que isso será revelado no livro... Então ele acha que vai ter tempo para falar sobre isso com Sirius, Remo e Pedro antes de contar a Lily, mal sabe ele... Alice riu maldosa falando das passagens secretas por que estava desdenhando o fato de Tiago achar que apenas ele e os marotos tiveram a capacidade de descobrir todas elas. Acredito que apesar de ter um maquinista o trem é movido por magia sim, como o carro do senhor Weasley, Rony conseguiu dirigi-lo perfeitamente sem ter noção nenhuma, e depois o carro mostrou que é completamente capaz de se virar sozinho. Eu gostei de colocar essa pequena referência à Ana com o Neville, principalmente por que tem muita gente que pensa nele com a Luna e eu acho nada haver. Neville já está perdendo a paciência com a mãe também, logo ele da uma chamada nela. Para mim o único relacionamento sério e duradouro que o Sirius teve foi o Tiago... Ele gosta muito da liberdade dele para isso.
- sasa lovegood: Acho que esse livro vai acabar sendo mais feliz para Remo do que triste, apenas saber que Sirius não é um traidor assassino vai fazer ele ser feliz. Se ainda estiver comigo em 2016 vou querer ver seu convite! Adoro convites de formatura!
- Hilary J. S. Lestrange: Eu realmente me importo com cada um de vocês, pelo menos os que falam comigo com frequencia. Eu sei muito sobre cada um, sei quem estuda o que e no seu caso o que você não quer estudar e etc. Vocês são importantes de verdade para mim! Se um dia eu escrever um livro te convido para o lançamento, pode deixar. A Alice vai falar muita besteira antes de se tocar de que está errada. Mas ela vai se tocar, depois quero ver como ela vai se desculpar. Com uma ponta de dúvida até mesmo Tiago vai ficar em algum momento, mas a pior mesmo será Alice. Se eu tiver adiantada com os capítulos quando chegar no capítulo da casa dos gritos posso considerar postar os dois junto.
- Mary Potter Malfoy: A Lily tem um coração muito bom, ela sempre vai ficar do lado das pessoas até que a pessoa prove que não merece. Quero ver sua prima de 4 anos depois que ler todos os livros, lendo minhas fics! Criando leitores!
- MionGinnyLuna: Dumbledore tomou muitas atitudes controversas durante os livros, admiro muito ele, mas também não consigo "ama-lo" muito. Eu sempre amei os gêmeos Weasley, e por algum motivo sempre gostei mais do Fred, ai a JK foi lá e matou ele! E o Sirius nem sei o que dizer, Sirius sempre foi meu favorito. JK matou quase todas as referencias paternas que Harry teve, e ainda li uma entrevista em que ela disse que pensou em matar o Arthur Weasley! Alice precisa de mais algumas sacudidelas, algumas vão vir das pessoas outras dos livros.
- Bia Ginny Potter: Eu gosto de criar histórias sobre o tempo dos Marotos em Hogwarts, coisas que não aparecem nos livros, para que nós tenhamos um lado diferente deles. O quarto livro vai ser duro para Lily, ela já quase passou mal com o dragão norberto, imagina com um adulto! A Gina talvez de um ataque de vez em quando, mas acho que ela já superou a maior parte dessas coisas. Eu adoro mexer com o tempo, colocar duas gerações juntas e ver o que acontece, e é claro que tenho um pouco de dificuldade com a relatividade do tempo, mas dou um jeito e continuo. Supostamente ele não quer mudar nada, mas como ele poderia ir parar no passado e não mudar nada?
- Izabella Bella Black: Tiago vai ficar louco de orgulho nesse livro, afinal é o primeiro campeonato de quadribol de Harry. O Remo do livro tinha motivos para duvidar de Sirius, mas não deveria, ele conhecia Sirius melhor do que isso. No final das fics Snape vai ter que decidir entre fazer o que é fácil e o que é certo e isso pode fazer dele um verdadeiro herói, ou não.
- Luiza Snape: Snape precisava de uma pessoa amorosa e boa como você para se tornar uma pessoa um pouco melhor, apesar dele ter tido a Lily ele não foi forte o bastante para ficar ao lado dela. Em uma conversa em algum momento Tiago ou Sirius falou sobre isso, que o futuro de Pedro já devia estar selado, que ele não devia ter nada para mudar. Os marotos vão ficar muito orgulhosos de ver o mapa com os gêmeos e de vê-los passando para Harry, afinal é o legado deles.
- Maria Eduarda Rieg Weasley: Contanto que você sempre reapareça tudo bem por mim! Se eles nunca tivessem deixado Gina de lado o que aconteceu no ano anterior não teria acontecido, ela seria uma garota bem mais feliz sem essa mancha em seu passado. O Neville amadureceu demais depois da batalha de Hogwarts, ele agora está em um lugar melhor na mente dele, mais seguro e muito mais feliz.
- HarryJ.Potter: Que bom que estou ainda melhor do que nas outras.
- set_panza: Eu sou mais uma pessoa de cachorro do que de gato, mas amo todos os bichos! Antes de Alice e Frank virarem aurores eles amadureceram muito, em Hogwarts, apesar deles saberem que o resto do mundo bruxo está em guerra, eles estavam protegidos de tudo e só tinham que se preocupar com bobeiras adolescentes e namoros e terminos, mas quando saem da escola e se deparam com tudo que aconteceu eles percebem que nem tudo é preto ou branco. Em algum momento até mesmo Sirius vai duvidar de si mesmo, mas logo todo mundo vai ver que Sirius nunca trairia Tiago, por nada, muito menos por Voldemort. Eu não vou falar sobre o destino de Snape depois da fic, pois não quero dar Spoilers, mas isso já está definido. Quem vai ficar um bocado irritada em ter que passar pelas aulas de adivinhação de novo é a Hermione né? Que bom que estou superando expectativas, fico orgulhosa por isso!
Akemi Lilith Homura: A Alice logo percebe que foi longe demais. Acho que vocês vão gostar.
Milly Lovegood Black: Você comentou no último segundo. Já estava pronta para postar quando vi! Mas pelo menos deu tempo! Fico feliz que tenha gostado do capítulo!
Tem leitores novos comentando em MLHP e a Pedra Filosofal, gostaria de dizer apenas que eu leio esses comentários com muito carinho, mas fica impossível para mim responder eles junto com os outros, nessa hora que sinto falta de responder comentários diretamente como é no Nyah!
Quem quiser fazer parte do grupo da fic, onde posto novidades, prévias e enquetes:
https://www.facebook.com/groups/742689499098462/
E para quem já é do grupo, quem acertou o autor da frase da semana? Lembrem-se que agora a frase da semana também vale pontos para ganhar o livro no fim de PdA!
Comentários (29)
Querido Juh Munes Eu tenho uma teoria.? 1 O Yoldemort e mais mestiço diretamente que o Harry Potter. bruxo + + Trouxa = Mestiço. Mestiço+ bruxo= bruxo ou bruxa. 2 O Voldemurt e mais mestiço por parte do pai dele. O Harry Potter só e mestiço pelos avós materno e sua tia.? Sinistra
2018-05-12Eu não consegui comentar antes, por que por algum motivo não dava pelo celular.Não lembro se foi nesse capítulo ou em outro que isso aconteceu, mas quando Gina ficou irritada por que não deixaram ela participar da conversa, admito que fiquei irritada com ela. Tudo bem que ela passou por muita coisa no primeiro ano dela, mas aonde que ela ajudou em algo pra ficar reclamando depois? Ela tentou avisar sobre o perigo? Tentou, mas não conseguiu. Pode ser que nos próximos livros ela ajude mais, mas no primeiro ano dela ela não fez nada, e quando reclamou que era deixada pra trás, minha vontade de mandar ela pra pqp foi grande.Tirando isso, que eu nem sei se to comentando no capítulo certo, pq eu fui pulando pra ver em que parte tava. Mas a fic continua maravilhosa.
2016-06-22Muito bom!!!!!!! desculpa a demora,mas a internet aqui de casa é horrivel!
2014-06-01Muito bom!!!!!!! desculpa a demora,mas a internet aqui de casa é horrivel!
2014-06-01O comentário demorou, mas ta aqui kkkkAmei o capitulo. Eu amo essa parte do livro. O trio começando matérias novas, conhecendo os professores. Ficando com medinho da Trelawney kkkkkk.Eu sempre tenho vontade de rir quando ela aparece. Acho que é pela descrição da personagem no livro. Eu realmente imagino um inseto gigante .A aula do Hagrid foi maravilhosa. Porém o Malfeito tinha que fazer merda pra atrapalhar. Vontade de estuporar aquele idiota. Os hipogrifos são um dos meus animais magicos favoritos. Acho que só ficam atrás dos dragões, grifos e centauros. (eu não considero muito os centauros como "animais", mas tudo bem)Eu to MUITO ansiosa pelo proximo capitulo.
2014-05-24Oiii juh! Faz milênios que não apareço por aqui, bom primeiro pq fiquei sem internet ( uma lenga lenga gigantesca...), e segundo pq a faculdade e a iniciação científica tão me consumindo um tempo danado, mas não reclamo pq to amaaaaando tudo, vi também que tu tá fazendo tipo uma gincane né? Bom não to participando pela falta de tempo mesmo, mas achei a iniciativa suuuuper legal!! Quem sabe na próxima as coisas estejam mais calmas e eu participo! Agora falando do capítulo: amo de paixão, adoro ver a Minerva perdendo as estribeiras, a aula do Hagrid é tão boa, mas pra variar o Malfoy surge pra estragar a alegria de todos... Se não me engano o próximo fala da aula do Remo certo? Também amo esse capítulo!!! Na verdade esse livro e RdM são os meus preferidos de toda a série! E nem preciso falar do Sirius né? Tadinho dele.... Peninha master, mas ainda bem que os marotos estão começando a achar cômico, mas acho q sempre bate aquela duvidazinha no Sirius, não é? Bom por hoje é isso!! Beijos pra ti e até amanhã! (Acho que esse foi o meu maior comentário everrr, se eu tivesse participando da gincana aposto que valia altas pontuações, kkkkkk)
2014-05-23Oi♥ Bom, finalmente esta montra arranjou comentário decente.Bom, poço começar por dizer que cada vez quero mais dar um Avada na Alice! Ela não deve de ter miolos nem sequer deve de ser mais esperta que um trasgo! Se o harry trata bem o Sirius, se calhar é por ele não ter matado nem entregado ninguém! Espero que ela se saiba controlar, senão eu começo a achar bem feito o que a Bella fez. Para além disso, agora que pensei, a Lily quando souber que o seu filhos ajudou um prisioneiro a fugir dos dementor e viu um lubisomem na noite de lua cheia, tem no minimo um ataque né?Estou tão anciosa que chegue o mapa do maroto e o segredo dos marotos for descoberto *o*
2014-05-23eu Amei o capitulo pra ser sincera estou amando as fics estao incriveisesperando ansiosamente pela aula do Remo, imagino como ele vai estar tao animado paea ler quanto nos :Dsofrendo pelo que irao ler sobre o sirius e como este vai ficar ao saber o q pensao que ele fez no futuro na verdade a reação de todos
2014-05-23OlááááOMG, outro capítulo perfeito, diria que é meu capítulo favorito, se este não mudasse toda semana, mais precisamente aos sábados hahahahahahAdoro esse capítulo, não sei, mas algo nas partes das aulas de adivinhação me dá vontade de rir... Fico imaginando a cara do Ron durante essas aulas e, pior ainda, a da Hermione (que geralmente aparece na minha mente revirando os olhos num claro sinal de tédio.) E toda essa história do sinistro... Pensei que talvez os marotos fossem demorar mais para descobrir sobre o vira-tempo, mas após ler esse capítulo, acho que não vão demorar tanto tempo assim... Aliás, é legal ver como, muitas vezes, a Hermione se assemelha com a Lily, toda certinha e tals, mas também assemelha-se com o Lupin, por deixar-se levar pelas dos outros dois e sempre apoiá-los, mesmo sabendo que tudo aquilo pode colocá-los em grande confusões.... Hermione é, provavelmente, minha personagem feminina favorita e, talvez, a minha favorita de toda a saga. E também confesso que eu realmente torcia para ela ficar com Harry e fiquei decepcionada quando eles não ficaram juntos no final (decepção que só passou esse ano hahahahha). Mas juro que AMO sua fic, mesmo não sendo meu shipper favorito...Achei tão fofo o Sirius falando que sempre quis voar em um hipogrifo... E ensar que depois o bicuço ficará com ele... E, ao mesmo tempo, nunca sei se comemoro ou choro quando o Draco é atacado por bicuço, porque ele realmente mereceu, aliás, merecia muito mais do que um arranhão, mas sei que isso traz problemas pro Hagrid...É engraçado ver a Lily se estressando com as piadas interna dos marotos, uma vez que ela também deve perceber que Harry, Hermione, Gina e o Ron entendem essas piadas. Pena que ela vai demorar ainda para compreendê-la. Mal vejo a hora de ver os recadinhos agradáveis dos marotos pro Snape no mapa do maroto. Em falar nisso, é muita crueldade minha desejar que quem leia esse capítulo seja o próprio Snape!?!? Imagino a cara dele lendo isso... Seria impagável!Mal vejo a hora de ver a Alice e o Frank começarem a amadurecer. Sinto um pouco de falta disso, eles me irritam e imagino o quanto que irritam os outros também. E me fazem pensar que o Tiago, se pudesse, bateria primeiro neles e, só depois no Snape (principalmente quando ele descobrir que o Snape é/era apaixonado pela Lily). Isso também me deixa intrigada. Quero ver como que o Tiago vai reagir quando descobrir isso... Sei que meu comentário não foi um dos maiores hoje, mas tive prova de bioquimica hoje, o que quer dizer que escrevi suuuper, e estou com preguiça até de escrever hahahahahahFiquei feliz por ver que você já está começando a escrever o capítulo 11... Do capítulo 10 em diante, parece que tudo fica ainda mais interessante, no entanto, deve ser mais dificil de escrever também, uma vez que os segredos dos marotos vem a tona, mas tenho certeza que você fará um trabalho espetacular...
2014-05-23Outro capítulo ótimo =]], assim como você está tentando postar, eu tou tentando comentar kk ://, mesmo que eu não comente todo capítulo, eu estou os lendo, tenha certeza. Se você não conseguir manter, não tem problema de não postar em uma semana, as vezes acontece
2014-05-22