Ao jeitinho brasileiro
Em verdade, Remo não pode se concentrar na aula de Trato de Criaturas Mágicas. Não conseguia evitar a distração. Foi mordido duas vezes pelos raivosos tronquilhos e chegou perto de ser atacado por um explosivim filhote.
- Aludo, se concentra, poxa! Que droga! Segura direito esse tronquilho que eu preciso fazer meu resumo! – Pontas reclamou quando o amigo pareceu afrouxar o aperto que fazia com os dedos sobre o pequeno ser.
- Foi mal, Pontas. – Desculpou-se, não pela primeira vez.
Lily fez dupla com Sirius, parecendo evitar ficar na companhia de Tiago. Continuava a falar com ele, mas tentava ao máximo não ficar mais que cinco minutos sozinha na companhia daquele maroto. O beijo que eles haviam trocado na noite anterior, em sua festa de aniversário ainda lhe parecia algo muito bizarro e constrangedor. Não tinha coragem de fitá-lo nos olhos sem se recordar de seus sonhos na companhia de Tiago. Daqueles beijos audaciosos que eles nunca, sequer, haviam tido, das carícias imaginadas...
- AI!! – Dentinhos afiados perfuraram a pele da ruiva, fazendo seus dedos sangrarem. – Que animalzinho de bosta!! Termina de uma vez esse resumo, Sirius!! – Pediu ela, apertando o dedo cortado contra a veste negra do uniforme.
Não demorou muito para que a aula se findasse. Remo não pensou duas vezes antes de jogar a mochila no ombro e correr desabalado para a entrada do castelo, sem nem esperar os demais amigos.
- Melhissa está me esperando!!! Tchau, galera... – Berrou já longe
Os amigos riam do contentamento de Lupin enquanto guardavam seus materiais. Sirius percebeu o clima tenso entre os amigos que ele forçara a se beijarem, quis remediar a situação.
- Ei, Rabicho... Que tal uma corrida até o castelo, hum???
- Ah, é covardia, Almofadinhas. Não tenho nem chance...
- Deixa de ser mole, Pedro. Te vejo na entrada, seu rato!!! – E correu pelo jardim até o portão principal da escola com Pedro em seus calcanhares, bufando sem ar.
A situação ficou tensa entre Lily e Tiago. Ela viu Sirius sumir no horizonte e apressou o passo em direção ao castelo. Tiago não deixou de notar a atitude da garota e acelerou a caminhada, seguindo-a. Lily, com o canto do olho viu o amigo aproximar-se. Se corresse, deixaria óbvio que estava fugindo dele. Seu pensamento voou a mil e encontrou uma boa desculpa para livrar-se da companhia de Potter.
- Ai, caramba!! Esqueci meu resumo lá na clareira. Que droga! Vou buscar. – Fingiu maravilhosamente bem, mas todos nós sabemos que ela estava mentindo para o líder dos marotos, ou seja, a desculpa não colou.
- Sem problema, não estou com pressa. Posso te acompanhar até lá.
- Ah, não... Não precisa. Pode me esperar na sala comunal.
- Eu faço questão, Lily. Está tarde demais para se perambular por ai, sozinha. Ainda mais do lado de fora do castelo. – Ele assentiu com um ar de preocupado, tudo fingido. Deu um sorriso caloroso e iniciou sua marcha de volta à “sala de aula”.
Lily inquietou-se por segundos. Que diria a ele quando chegassem lá e não houvesse nenhum trabalho esquecido? Revirou sua mochila, fingindo procurar o pergaminho. Apertou o papel firmemente nos dedos e chamou o amigo.
- Ei, Tiago!! Olha só, estava na minha mochila!! Eu que não recordava. Vamos voltar.
Ele não respondeu. Apenas caminhou até a amiga e passou por ela, indo em direção à escola. Os minutos pareciam se escorrer lentamente e a entrada principal parecia distanciar-se cada vez mais. O silêncio era quase palpável de tão denso. Só se ouvia o piar das corujas. Lily pegou-se outra vez a recordar de seu sonho.
- Lily... – A voz rouca do maroto soava rente ao seu ouvido, fazendo-a se arrepiar.
Beijos calorosos eram distribuídos por sua bochecha, encaminhando-se para a boca. Apenas para provocar o desejo da ruiva, Tiago encostara os lábios no cantinho da boca da amada Lily. E então afastou-se delicadamente. Encarou as íris verdes e acarinhou os cabelos cor de fogo. Lily subiu na ponta dos pés e colou seus lábios aos dele desesperadamente. Sentia a maciez de cada fio negro do cabelo de Potter escorrendo por entre seus dedos como água. Sua outra mão ocupou-se em enlaçar-se na cintura de Tiago. As mãos quentes e fortes dele seguravam-na pela nuca e pelo meio das costas.
- Lily!! – O maroto da vida real berrou a seu lado.
- AI! Desculpa, estava distraída. – Ela murmurou em resposta, corando furiosamente pelos pensamentos nada inocentes que tivera segundos atrás.
- Hum, ok. – Ele retrucou. – Lily?
- Diga...
- Você está, sei lá, de mal comigo? – Ela o encarou confusa – É que... Sabe, desde ontem você está meio... Calada com relação a mim.
- Não, não é isso. É só que... Ah, Tiago, convenhamos, ficou um clima estranho entre nós, não?
- É... Meio desagradável e tenso, mas olha... Nada disso importa para mim, viu? Ainda quero ser seu amigo.
- Também quero! – Ela devolveu. “Talvez eu queira até mais que isso” pensou consigo.
- Então... Tá tudo bem com a gente? Digo, ainda amigos?
- Ainda amigos, seu veado! – Ela soltou por entre um riso sapeca.
- Poxa, Lily!! Até tu? É cervo!! – Resmungou ele.
- É minha convivência com o Six. Vou te esperar na torre, chifrinhos!!! – E Lily correu castelo adentro, gargalhando e com Tiago atrás de si.
***
PoV Melhissa:
Ok, eu vou pirar legal aqui!! Remo quis me enlouquecer, só pode ser! Vir com essa de “Te encontro na porta principal às 21h” e nem explicar o porquê!! Parece que os minutos não passam e eu aqui parada feito uma jumenta, em frente a uma porta! Remo Lupin, você é o pior!
Se o seu namorado diz que quer conversar com você, não é preocupante; agora se ele diz que é sério, aí o buraco é mais em baixo. Por Merlin, Morgana e Artemis, o que ele quer comigo?!!
A sineta tocou agora, perfeito! Em minutos ele vai estar aqui. Agora estão descendo os alunos da aula de Adivinhação e de Aritmancia e eu aqui, mais perdida que cego em tiroteio. Aí vem os lufanos da aula do Remo, meu loiro deve chegar logo.
...
Merlin, cadê você, Remo?!! Quem sabe se eu andar... Não, que coisa mais idiota iria parecer eu dando voltas em círculos... Mas que coisa... Que coisa mais... AHRG!!
- Remus Lupin, what do you want with me? Why are you making me wait here for you, blody hell! – Ótimo, eu acabei de perder o controle legal e gritar em português no meio de um monte de britânicos elegantes! Meu mundo só piora a cada segundo!
- Que foi que aquela menina disse? – Um rapaz murmurou para o amigo aqui pertinho.
- Sei lá, dizem que ela não é daqui. Pelo que soube ela é daquele país lá... – O amigo o olhou com uma cara de pergunta. – Aquele grande, na América...
- Estados Unidos? – Merlin, como são tapados!
- Não! Aquele da floresta gigante... Meu Merlin, como é o nome... – Forçou a cabecinha cheia de titica para lembrar-se do nome. – Bu... Ba... Bre... Merlin!!! É aquele da bandeira verde e amarela... Que competiu na copa americana de quadribol...
- Sei! É aquele que tem uma estátua gigante com os braços abertos, né? – O outro devolveu. Olha como é que os obtusos lembram-se do meu amado Brasil...
- Isso!
Os seres que, infelizmente são da minha casa, ficaram tentando lembrar o nome do meu país. Eu mereço mesmo ouvi-los gaguejar todas as palavras com “B”que eles sabem aqui, calada?
- Bra... Bra... Bras... Brasil! Isso! É, dizem que ela é brasilesa ou seja lá como se chama quem nasce no Brasil.
- Ouvi dizer que é um país pobre...
Agora chega! Meu país é ruim, é, mas só eu posso falar dele! Reclame dos defeitos do seu país, mas não deixe ninguém mais fazê-lo! Humpf! Agora eu vi... Dois pirralhos de quarto ano achando que sabem alguma coisa do Brasil, sonhando, né?
- Pobre uma ova! Pobre são vocês que não têm a lindas praias do nordeste, nem a maior bacia hidrográfica do mundo... Não tem uma estátua do Cristo abençoando sua cidade, não tem lindas pradarias no sul, nem o calorzinho delicioso da região norte. Vocês não têm um país que esteja, ao mesmo, no hemisfério norte e no hemisfério sul! E brasilesa? Por Merlin, né, meus amigos? Vão estudar jovens. O correto é “brasileira”. E o que é mais engraçado é que, mesmo que nós sejamos “pobres”, como vocês dizem, nós sabemos um pouco do país de vocês. E vocês? Sabem um pouco do meu país? – Dá-lhe eu!!! Arrasou legal o guri!! Eu sou demais, mesmo, ó!!
- A capital é Caracas! – O mais esnobezinho ainda tentou.
O Platão Médico, 24 horas confirma, o jovem da corvinal que está na presença dos senhores sofre de um problema sério de saúde chamado Estupidez Crônica, um agravante da já conhecida enfermidade Burrice Anormal da Massa Cinzenta!!
- Caracas? “Caracas” digo eu, seu energúmeno! A capital é Brasília!! Caracas é da Venezuela, animal!!! - Eu ainda estava esculachando o idiota aqui, quando vi o Remo cruzando a porta principal. – Agora se me dão licença, depois de ensinar geografia aos aluninhos do maternal, eu tenho outros compromissos.
Só para terminar minha aula esplendida, eu tirei da minha mochila um dos meus muitos livros de geografia brasileira e entreguei. Com um sorrisinho cínico que só eu sei dar eu murmurei um “Presente” para o menino da minha casa, que se chamava John, e fui de encontro ao meu maroto.
- Algo que eu deva saber? – Ele me olhou sério. Hum... Ciúmes, Remucho?
- Só que a sua namorada ensina geografia maravilhosamente bem. – Eu sorri malignamente.
- Ah é? Interessante... – Ai, esse sorriso me derrete todinha.... Remo, porque você é assim, tão perfeito?!!!
- Só que hoje não vamos estudar geografia... Vamos estudar estrelas, hum?
- Não entendi, meu querido...
- Vem comigo. – Ele estava quase me carregando porta afora, o que ele está aprontando para estar com essa pressa toda?
Perguntei a ele para aonde estávamos indo e ele me deu uma reposta tão evasiva que me deixou na mesma. Já tínhamos andado um bocado para uma direção que eu não sei qual era. Percebi que estávamos indo para o campo de quadribol quando cruzamos as pilastras altas da arquibancada.
- Remo o que... – Ele me calou com um beijinho. Vou falar mais vezes em momentos inoportunos, só para ser calada assim.
- Espere, sua apressada. Que tal uma volta de vassoura para se acalmar?
Ele me estendeu uma Cleansweep 5 e ficou com uma Comet 180, que ele uma vez comentou ser do Tiago. Deve ter pegado emprestadas as vassouras dos amigos, pelo que sei, Lupin não tem vassoura, costuma usar as da escola nas aulas de vôo. Brinquei com ele, dizendo que realmente não me lembrava de ele ter comentado que voava bem. Rimos um pouco e depois decolamos. Demos umas voltas divertidas pelo campo, apostando corrida na maioria das vezes, mas eu me cansei logo, não estou acostumada a pilotar vassouras.
Já é uma figura muito estranha uma adolescente como eu com um malão enorme, como esse de Hogwarts, dentro do aeroporto, quando volto para casa nas férias... Imagine se eu carregasse uma vassoura junto? Que cena não seria no saguão de embarque?
Depois que descemos, ele carregou as duas vassouras em direção ao vestiário. Não sou besta de ficar aqui fora sozinha, então o segui. Meu relógio denunciava que era próximo das 22:30. Céus!! Andar com os marotos está me deixando rebelde. Perguntei a ele por que ainda estávamos ali, ele novamente fugiu da pergunta e me pediu somente para esperar. Fiquei me olhando no espelho do vestiário, meu cabelo estava um desastre por conta do vento. Durante um tempinho permaneci me arrumando. O Remo sentou em um dos bancos, calado; isso está ficando muito estranho, por que estamos aqui?
Voltei meus olhos para ele e dei um sorriso, ele retribuiu, terno. Quando minha atenção pairou outra vez no espelho, levei um susto enorme. O espelho estava brilhando, rodeado pelas cores do arco-íris. Eu pulei para trás, assustada.
- Já não era sem tempo! – Remo sorriu para mim como se estivesse aliviado. Ele sabia que isso iria ocorrer?
- Remo... O que é isso? Quero uma resposta descente! – Teimei.
- Eu, com uma ajuda do Sirius e do Tiago, pedi ao professor Dumblendor para fazer uma conexão espelhada com o Brasil... Sabe, para eu conhecer sua família. – Ele corou muito e, acho que, eu também. Minhas bochechas queimavam. – É mais para você rever seus parentes. Eles foram avisados pelo professor para estarem em casa às 18h30min pelo horário deles. Por isso estamos aqui a essa hora...
Meu Merlin, como o Remo é fofo!!!! Não acredito que ele fez isso por mim!!
- Wont!! Remo eu... – Eu realmente não sei o que dizer para ele... É tão romântico!!
Mas, é claro, como sempre tem que haver alguém para me interromper, um garotinho berrou do outro lado do espelho.
- TIA MEL!! - O garoto era moreninho e muito fofo, bochechas gorduchinhas e rosadas. Era o meu sobrinho, o Miguel, filho da minha irmã de criação.
- Oi, Miguel!! – Mandei beijinhos para o meu fofucho. O Remo ficou do meu lado só olhando a cena toda.
- Miguel! Tenha modos meu filho! – Minha irmã repreendeu-o do outro lado. – Oi, Melhissa, querida.
- Oi, maninha amada! Como vão as coisas por aí?
- Muito quentes! Verão deliciosamente calorento esse ano. – Ela contou. – Mamãe!!! Venha logo!! Não temos muito tempo! – Ela berrou chamando minha “mãe”.
Minha mãe e meu pai chegaram em seguida. Ambos são branquinhos dos cabelos escuros. Aline e João... Meus queridos papais!! Só tiveram uma filha, a Luana. Quando ela foi para a faculdade, eles adotaram a mim e meu irmão biológico, o Diogo.
- Minha filha, querida!!! Meu amor, como você está?
- Mamãe!! Eu estou ótima, morrendo de saudades, mas ótima!!
E ficamos perguntando as novidades por um bom tempo.
- E o Di, mãe? – Eu perguntei pelo meu maninho.
- Está melhor, ainda com o gesso na perna e ainda respirando com aparelhos, mas bem melhor. É uma pena que ele esteja no hospital hoje. Ele iria adorar te ver. Sua tia está com ele e, daqui a pouco, seu pai vai para lá, passar a noite.
Remo estava completamente “Aluado” à conversa. Não devia estar entendendo nadinha! Fiquei de explicar para ele, depois, o que tinha ocorrido. Quando o assunto tinha parecido morrer, meu sobrinho abriu a boca para me constranger.
- Tia, quem é esse tio com você? – Meu rosto ardeu de tão vermelho que ficou. Remo deu uma tossidinha ao meu lado, envergonhado.
- Ehrm... Bem... Mãe, pai... Esse é... O Remo, meu... Amigo e... N... Namorado. – Virei tomate, aposto que virei tomate!
Meu pai parou um instante, parecendo entrar em conflito consigo mesmo. Mamãe deu um sorrisinho maroto, achando graça da minha situação e Luana fez um positivo com a mão, como que aprovando minha escolha.
- Namorado, é? – Papai fechou a cara. Mau sinal. Os óculos encarapitados na ponta do nariz já dão uma ideia de respeito, que dirá essa feição retorcida...
- Sim, senhor. – Remo respondeu, tenso. – Eu... Que o senhor entenda que... Bem eu respeito... Tenho o maior... Responsabilidade, eu... – Tadinho dele... Se enrolando todo!
- Relaxe, meu rapaz! Vou achar que está fazendo algo errado... – Papai riu do meu Lupin. – Fique tranquilo, já sabíamos de tudo, por aqui...
- Ah, já? – Todo mundo concordou, até eu, rindo compulsivamente. – Eu fico aliviado, senhor. Saiba que eu respeito muito sua filha e... – Engoliu em seco. – E tenho a melhor das intenções com ela.
- Obrigado, meu rapaz. Fico contente em ouvir isso. – Papai sorriu para ele. – Espero tão logo poder conhecê-lo pessoalmente.
Remo concordou com a cabeça. As bordas do espelho tornaram a brilhar. A conexão estava se fechando.
- Gente, o tempo já está acabando. Eu tenho que ir...
- Tchau minha maninha querida!! Manda notícias que eu tô com saudade!! Quero saber todos os detalhes desse namoro, ouviu? – Luana sempre atenciosa.
- Filha, fique bem. Todos te amamos muito, e você sabe.
- Beijo, mãe!! Dá um abraço apertado no Di! Leva o Miguel na praia por mim e responde minhas cartas!!! – Me despedi da minha família, com um aperto no peito...
O feitiço do espelho acabou quando eu estava jogando beijinhos para eles e eu só vi meu próprio reflexo. Os olhos marejaram, a garganta ardeu... Saudade é algo horrível!
- Mel... Eu sinto muito, eu não queria que você chorasse. Achei que seria um bom presente de 1 mês de namoro. – Remo se desculpou, segurando minha mão.
- Ai! Remo, mil perdões, eu nem lembrava que hoje fazíamos um mês. – Que cabeça estúpida!. – Eu que peço perdão, amor...
- Não se incomode. – O abraço mais gostoso veio e eu não liguei de me aninhar no peito do mau namorado e chorar o quanto fosse preciso.
Meu relógio marcava 23h quando me soltei do Remo, bem mais tranquila. Perguntei como voltaríamos para o castelo. Ele não respondeu.
Não é a toa que Remo é um maroto. Sabe como voltamos? Voando! É! Voando até a janela do dormitório masculino do 7º ano da grifinória. Pulamos a janela e então eu vi um Potter e um Black me encarando maliciosamente e aquele outro maroto gordinho roncando em uma das camas dali.
Que zona era aquele quarto! Por Merlin!
- A noite estava boa, eim? Duas horas sozinhos... O que você supõe, Pontas?
- Eu não sei, Almofadinhas. O lobinho soltou as garras e foi selvagem. – Pervertidos!
- Calem a boca. – Mas o Remo ria... – Anda, Mel. Vamos, vou te levar na sua torre. – Pegou uma capa bem fininha e me puxou até a porta de saída.
- Não! Deixa que eu vá só! Basta um de nós em detenção. E é melhor que não seja o monitor! – Ele tentou protestar, mas eu o calei de um modo o qual ele gostava de usar para fechar minha matraca falante. – Boa noite.
Ele me levou até a sala comunal e me cobriu com a capa, tapou minha boca também.
- É uma capa de invisibilidade. Não podem te ver aqui porque você é de outra casa. Vou te levar até o fim da escada da torre e então tiro a capa de você e subo correndo. – Ele explicou o plano.
Em um período de 3 minutos estávamos no pé da escada, eu já estava sem a capa. Trocamos um beijo com sabor de despedida e ele me mandou ir. Respondi que já iria, ele deu tchau e subiu a escada sem olhar para trás. Quando ouvi a porta do retrato se fechar foi que me virei para o caminho até minha sala comunal. Meu dia valera a pena, apenas por aquele momento precioso com meu Lupin.
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Narração em 3ª pessoa
Os dias correram depois dali. As aulas exigiam demais e os deveres sobrecarregavam todos os tempos livres. Os próprios marotos ficaram sem aprontar. O castelo ficou monótono e parado.
Quando o segundo fim de semana de fevereiro chegou, os alunos ficaram eufóricos por um aviso que estava colocado na porta do grande salão.
A diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts anuncia a todos os alunos uma visita extra ao povoado de Hogsmeade.
Devido ao dia de Saint Valentin, comemorado em 14 de fevereiro, concederemos aos alunos de 3º ano em diante uma visita ao povoado no referido dia (quarta-feira). As aulas do dia serão suspensas para todos os anos e os alunos que permanecerem na escola farão atividades recreativas com a professora de vôo.
Esperando que todos aproveitem a folga,
Alvo P.W.B. Dumblendor – Diretor
- Uma folguinha não foi mal mesmo, não, Tia Minnie!!! – Sirius se pronunciou em voz alta quando adentrou o salão. Os demais alunos riram.
- Sr. Black! Onde foi parar seu respeito para com os professores?10 pontos a menos para Grifinória! – Minerva retrucou, corada.
A graça tinha morrido e os grifinórios pararam de rir. Olhares raivosos fulminaram Sirius, que os ignorou, sorrindo serenamente e lançando beijinhos à professora predileta.
Sentou-se à mesa com seus amigos e tomou um bom café da manhã. Permeado de risadas e brincadeiras. Catherine foi a primeira a se retirar, rumo a biblioteca para fazer seu dever de astronomia e estudar para o teste oral de Feitiços que ocorreria no dia seguinte. Lene ficou com a turma de amigos por mais alguns minutos para, por fim, rumarem para a Torre da Grifinória. Lene fora terminar sua tradução de Runas Antigas e anotar os conteúdos que precisaria levar para Remo, pela tarde.
Lily, Sirius e Tiago ficaram a conversar por algum tempo, até Almofadinhas manifestar o primeiro sinal de sua exaustão física. O sono da noite não dormida começou a se abater sobre ele, de modo que todos os três rumaram a sala comunal da casa deles para que Sirius pudesse ir se deitar. Pontas e Evans ficaram sozinhos para dialogar. Os deveres da menina estavam feitos e em dias e os do maroto estavam por fazer e assim ficariam até aquela tarde. O clima entre eles ainda era, quase imperceptivelmente, tenso. Lily voltara a agir normalmente com o amigo, mas não deixara de ter seus sonhos com ele, cada vez mais apaixonantes, ela diria.
O fato era que, Lily já não parava de pensar, a cada segundo, naquele beijo que tinha trocado, em seu aniversário, com Tiago. Quando estava ao lado dele, ignorava o que sentia e matava, dentro de si, aquele princípio de romance. Tratava-o com normalidade, mas percebia que, com simples atos dele, o coração disparava. O ato de receber dele um beijo na bochecha, a fazia arrepiar-se toda; um abraço lhe bambeava as pernas; Mas, não! Ela jamais admitiria que estava apaixonada por ele porque, simplesmente, o orgulho não deixaria...
O domingo se extinguiu rapidamente. O sol estava a se pôr quando Lily, Marlene e Catherine foram visitar Remo na Ala hospitalar, pouco antes da saída dele para a Casa dos Gritos. A face pálida e o olhar cansado provavam que o maroto estava no fim de suas energias, fatigado de lutar contra a loucura lupina que se ameaçava instalar nele por mais uma noite.
- Oi, Remo! – Lily murmurou baixinho quando sentou-se ao lado do amigo. Foi com um aceno de mãos que ele respondeu.
- Muito ruim? – Lene interpelou.
- Terrível! Está chegando perto da transformação, então a dor se torna mais intensa. Meus ossos inteiros parecem estar se esticando e a minha cabeça lateja de tal modo que não ouço meus pensamentos...
As amigas o observaram, penosas. Ele tratou de mudar de assunto e questionar sobre o domingo delas. Nada de muito interessante foi falado. Quando Madame Pomfrey veio chamá-lo, as amigas lhe desejaram sorte e boa noite, saindo em seguida da enfermaria. Todas mais amuadas.
Estavam a ir para o salão principal quando Catherine recordou-se de ter esquecido sua varinha na sala de Remo. Voltou para buscá-la, mas, desta vez, sozinha. Foi quando viu a figura pela segunda vez. Régulo Black esgueirava-se sorrateiramente em direção à saída do castelo. Pensou consigo o que, por Merlin, estaria aprontando aquele rapaz. Chamou-o.
- Black! – o garoto parou, sem, no entanto, virar-se para ela. Parecia tentar desvendar quem era o dono da voz que o chamava.
- Black! – Catherine continuou, novamente sem obter respostas. Sabia, porém, que Régulo a havia ouvido. – Black, seu imbecil! Ficou surdo ou mudo?! – Ralhou.
- Nenhuma das opções, só evito falar com mestiços sujos!
- Vai mesmo sair? A essa hora? Na surdina?
- De que te importa? – Perguntou a ela, agora já a fitando de longe.
- Me importa que... – O que ia dizer veio até a ponta de sua língua e voltou, engolido amargamente como uma bola de espinhos. Não poderia contar que temia um encontro entre Régulo e um Remo transformado. – Tem razão. De nada me importa seus motivos para sair escondido por aí! Vá lá, se encontrar com seus amigos comensais!
Foi tudo muito rápido. Em um curto período de tempo, Cath viu os olhos de Black se arregalarem de surpresa, depois percebeu que ele se movia em sua direção. Não raciocinou que deveria reagir. Foi puxada bruscamente e encurralada em um canto de parede. A varinha de Régulo estava empunhada, ameaçando-lhe o pescoço. Engoliu em seco. A mão áspera de Black apertando seu punho.
- Como sabe? Hein, espertinha?! Como sabia? Quem te informou? Mulciber? Ou seria o Avery? Anda! Fala de uma vez, quem é seu espião?! – Régulo ameaçou, sibilando raivosamente. Os olhos negros faiscando.
- Ninguém! Do que... Do que está falando, Black?! – Fez-se de corajosa, pondo uma cara de indignação no rosto. Por dentro tremia assustada. Seu cérebro foi a mil por hora. Ela apenas tentara atacá-lo com palavras e acabara por descobrir uma verdade apavorante.
- Quer mesmo brincar de “Do que está falando?”? – A voz veio carregada de ironia e gotejando malícia. Mas não a malícia pervertida, como a de Sirius ou Tiago, a malícia macabra, que a loira associou ao Lorde das Trevas. – Chega de enrolações! Me diga logo, sua peste! Quem te contou da reunião! – A varinha foi empurrada para mais rente ao pescoço de Catherine. A menina já se sentia sufocada pelo aperto em sua traquéia.
- Não, sei! Me larga, Black! – Pediu grossa. A dor da pressão em seu punho aumentara.
Ele a olhou nos olhos e percebeu a sinceridade das palavras. Achou melhor não insistir. Ainda não estava lá pronto para ferir alguém tão profundamente assim. Do mesmo jeito, ainda que estivesse não o faria com ela. Catherine tinha uma coisa estranha. Algo que, no fim de tudo inibia a pouca maldade existente no coração do sonserino. Afrouxou o aperto no pescoço da menina e guardou a varinha nas vestes. Catherine inflou o tórax dando uma inspirada profunda e depois soltando o ar, juntamente com algumas tossidinhas. Régulo esperou-a se recompor para alertá-la e ordená-la.
- Se alguém, sequer souber, que essa conversa existiu, as coisas ficarão complicadas para você, Morrison. – Advertiu com aspereza, dando um último aperto no punho pálido de Cath e depois largando-o com uma brutalidade desnecessária.
Catherine massageou a articulação e girou o punho, aliviando a dor. A pele, antes clara, estava avermelhada do aperto e as marcas dos dedos de Black eram visíveis. Cobriu o punho com a manga do agasalho, escondendo a vermelhidão. Black andava vagarosamente para longe dela, como que querendo ter certeza que não a ferira seriamente. A loira insistiu outra vez no assunto, indagando:
- Você tem realmente certeza que se sentirá bem nesse grupinho a vida toda? Digo, vê-se fazendo isso até morrer?
- Sou um Black, não sou? Já nasci destinado ao Lorde das Trevas. E não tente dizer que há Blacks que não servem o maior bruxo de todos os tempos, porque esses nem são dignos de possuir meu sobrenome puro!
- Não sente nem um pouco a falta de Sirius? – Interpelou ela, como que confirmando uma teoria.
- Deveria?
- Pelo que sei, eram bem próximos... – Régulo hesitou antes de responder, por fim virou-se para Catherine e sibilou.
- O Sirius Black que era meu irmão, se importava comigo e era membro da minha família. O Sirius que você conhece por Black, hoje, já não é mais Black! O correto é chamá-lo de Sirius Potter. Depois que minha mãe o queimou da tapeçaria da família já não devo mais nada aquele infeliz. Que ele viva a vidinha dele na casa do amiguinho Potter e, desde que não atrapalhe minha vida, farei o impossível para nem mais cruzar nossos caminhos depois de Hogwarts!
- Está cego! Cego de mentiras, Black! Se toque, está andando pelo lado errado da bifurcação! Seja racional e verá que ser comensal não é seu destino! O dinheiro e as riquezas não compram amizades, Black! – Catherine exclamou exasperada.
Régulo moveu a cabeça negativamente. Cath suspirou e prendeu os cabelos em um coque, aguardando a retrucada mal educada do rapaz. Contudo, essa não veio. O que ocupou seu lugar foi algo inesperado. Uma resposta de voz mansa.
- Morrison, escute. Eu estou nisso porque quero, ok? Você não precisa e nem deve se meter muito ou então sérios problemas vão te acontecer. Não é uma ameaça, é um alerta, um aviso. Evite se envolver com coisas de Milorde se não tiver interesse nelas, do contrário, será difícil voltar atrás sem sofrer conseqüências muito sérias. Eu agradeço que se preocupe, mas tudo o que falei agora é verdade. Não se envolva com isso. Vai embora antes que alguém suspeite de nos ver conversando. – Pediu, calmo. Afastou-se indo em direção à porta outra vez. Agora Catherine já se dirigia para o salão principal e ele pode sair sem dificuldades.
O jantar passou sem muita diversão, com Sirius, Tiago e Pedro bem cansados, mas animados para a noite na Casa dos Gritos. As amigas subiram imediatamente para o dormitório depois que os marotos foram para sua “missão noturna”. Nem Lily, nem Lene, nem Cath tinham vontade de ficar no meio da bagunça dominical do salão comunal. Recolheram-se cedo.
***
A segunda-feira amanheceu com raios de sol despontando no horizonte. Lene despertou por primeiro, com um pio de coruja em seus ouvidos. Uma das aves do castelo pousara na janela do dormitório e estava a tentar acordar Marlene. A morena desamarrou a carta da pata do animal e deu um grãozinho de alpiste para a coruja cinzenta que agradeceu com uma piadinha fraca. Lene sorriu e abriu a carta, reconheceu a letra da mãe no remetente. A Sra. Mckinon enviava notícias de casa, contando sobre todos os irmãos mais velhos de Marlene e sobre o pai da jovem, que era auror. Contava que o Sr. Mckinon fora atacado em uma missão do Ministério e estava internado no St. Mungus. Estável, mas bem ferido.
Lene emitiu um gritinho assustado que acordou as amigas de dormitório.
- O que foi? – Lily pronunciou-se sonolenta.
Marlene não respondeu de imediato. A surpresa e o choque ainda se abatiam sobre ela. Alice tomou a dianteira e leu a carta por sobre o ombro de Lene. Olhou triste para Mckinon. Lily e Cath se aproximaram e ouviram a breve explicação de Lice, as três ficaram a confortar Lene até que essa se sentisse calma. A preparação para as aulas do primeiro turno foi muda e o café, calado. Tiago e Sirius não entendiam o porque do mutismo matutino. Lily só revelou à eles a verdade próximo ao almoço.
As aulas se arrastaram vagarosamente. Quando o último horário de feitiços acabou, Lily correu até a torre da Grifinória, juntamente com Lene e Cath, para tomar um bom banho e preparar-se para jantar. Foi a primeira a ficar pronta. O calor da primavera começava a figurar em Hogwarts e Lily sentiu-se bem com apenas uma camiseta alaranjada de mangas curtas e seu jeans claro. Com a varinha presa no cós da calça, por debaixo da blusa e, um agasalho fino pendurado no braço, a ruiva desceu para jantar, saltitante. Sua alegria se esvaiu ao cruzar a porta da sala de aritmancia, no 3º andar. Seu estupor foi tal que nada conseguiu fazer, nem se mexer, nem gritar, nem recuar. Só ficou lá, parada, assistindo aquela cena, estática e incrédula.
Tiago Potter.
Sim, Tiago Potter. O apanhador da grifinória estava lá, em pé na porta da sala, enroscado em Angelina Dion, uma lufana do 6º ano, que Lily conhecia das reuniões de monitoria.
Depois de recuperar os sentidos, o primeiro pensamento da ruiva foi correr dali. Repensou, não seria mais uma de Tiago Potter, embora já fosse. Assistiria tudo até o fim, parabenizaria Potter pelo excelente trabalho de tapeá-la como uma idiota. Soltaria tudo que tivesse de soltar, mas não choraria. Não derramaria uma lágrima por ele, Potter não merecia.
Não demorou muito aquela espera. Tiago separou-se de Angelina. Não estava surpreso, como quem é agarrado inesperadamente. Não estava com raiva, como quem é obrigado a fazer algo. Parecia normal. Indiferente. Lily teve a impressão de já conhecer aquela expressão do maroto.
- Obrigado. Eu precisava confirmar uma teoria. Já imaginava que essa seria a resposta, mas mesmo assim agradeço. Espero que não se sinta ofendida pelo que te pedi. – Ouviu-o murmurar.
Lily limpou a garganta com um sonoro pigarreio, obrigando-o a virar-se para vê-la. Os olhares se encontraram por dois segundos, Lily viu surpresa e uma leve apreensão refletida nas íris castanho-esverdeadas. Não pode deixar de se enfurecer, era isso. Ele esperava não ser descoberto nem desmascarado.
- Lily! – A voz soou clara e equilibrada. O vestígio de surpresa sumira. – Há quanto tempo está aí?
- Tempo suficiente para compreender o quão canalha você é.
- Ei! Respeito é bom e eu gosto! – Devolveu ele, ultrajado.
- Ah, é? Eu também gosto e você não me deu, estamos quites!
- Me viu beijar a Angelina? – O timbre dele era cansado.
- Ah! Ligou o cérebro, agora? – Disparou, afiada.
- Qual é, hein Lily? Por que esse escândalo?
- Por que esse escândalo? Você é o pior Potter!
- Nós não namoramos até onde eu sei... – Ele pronunciou, como se constatando o óbvio.
- Então esse é o seu jeito de “Me conquistar”... Adorei a tática, talvez eu deva usar também.
- Não fale do que não sabe, Lily. Você se lembra muito bem que prometi te conquistar. – Ele falou, sério
- E beijar Angelina Dion é uma ótima maneira de fazer isso! – Começou a se exaltar.
- Lily, sabe o que eu não entendo? Você diz que não sente nada por mim quando eu pergunto, mas se incomoda se eu fico com alguém!
- Porque você me beijou no meu aniversário e depois não deu a mínima! Para você não passou de um desafio e quando conseguiu um beijo meu, voltou atrás. Virou o mesmo cafajeste de sempre!
- Você disse que não sentia nada! Não ia te perseguir por causa de um beijo de Verdade ou Desafio! Eu sei que você ia explodir comigo! Ia berrar para Hogwarts inteira que eu não largava mais do seu pé por causa de um selinho que trocamos por um desafio idiota que o Almofadinhas propôs! – Tentou explicar-se
- Desafio idiota que você não pode deixar de fazer para autoafirmar sua masculinidade! Não me conhece! Não podia julgar como eu agiria!! Fez de conta que nada tinha acontecido! – Ela esbravejou, aumentando o tom de voz
- Você gostou do beijo? Significou alguma coisa para você? – Tiago jogou as palavras dela contra ela própria.
- Não importa agora!
- Importa! Sabe por que importa? Porque você, Lily Evans, e pode ficar com raiva de mim depois que eu disser, já passou da hora de você saber umas boas verdades! Você é uma orgulhosa! E mesmo que você tenha adorado aquele beijo meu, você nunca vai admitir, nunca! Você gosta de dizer que eu te dou cantadas e fico com outras meninas, mas, alguma vez você se deu ao trabalho de demonstrar que retribuía o que eu sinto por você? Não! Me dava patadas, ignorava, respondia com ironia e grosseria, e eu tentava de novo e de novo e de novo. E era todo dia a mesma coisa! Agora que eu resolvo seguir adiante a minha vida, você joga na minha cara que tudo o que eu te disse era mentira! Mas quem é você para dizer se era mentira ou não? Você nunca deu valor para nada que eu tenha te dito. Nunca! Agora, é fácil dizer que eu sou o vilão da história, mas você não é vitima de tudo isso. O seu orgulho é enorme, e sim, eu sei que tenho defeitos. Não sou perfeito, mas ao menos eu tento melhorar um pouquinho as minhas falhas. Já você, não aguenta uma crítica! É tão certinha que, qualquer um que vier te dizer a verdade, será tratado como um tapete em que você pisa em cima! – Retrucou furioso, despejando as palavras com firmeza.
- Chega!!! Eu não preciso disso, Potter! Eu não preciso que você me rebaixe assim! – Ela urrou, recebendo cada uma das críticas de Tiago como um tapa na cara.
- Agora você começa a sentir um pouquinho da minha humilhação de ser tratado como um cachorro na frente dos meus amigos todas as vezes que admiti gostar de você. E digo mais! Se você algum dia sequer pensou na possibilidade de ser verdade o que eu te digo, foi o mais perto que chegou de sentir por mim, um pedacinho do que eu sinto por você. Não bastam todas as loucuras e micos que passei para te mostrar que realmente gosto de você? Quer mais uma prova? Aí vai! – Apontou a varinha para o próprio pescoço. – Sonorus! – Murmurou o feitiço, sua voz se amplificou magicamente. – EI, ATENÇÃO TODOS!!! – A escola parou. Quem estava jantando interrompeu a refeição; quem conversava, encerrou as palavras. – AQUI É TIAGO POTTER, APANHADOR DA GRIFINÓRIA. EU QUERO DAR UM AVISO! EU QUERO QUE A ESCOLA INTEIRA, E SEJA LÁ QUEM MAIS ESTIVER ME OUVINDO, SAIBA QUE EU ESTOU COMPLETA, LOUCA, PROFUNDA E INCONDICIONALMENTE APAIXONADO POR LILY EVANS! UMA RUIVA, DOS OLHOS DE ESMERALDA, MONITORA DE HUMOR ESQUENTADINHO E GRIFIÓRIA DO 7º ANO!
Desfez o feitiço, seu tórax subia e descia rapidamente, levando ar aos pulmões. Lily não falou mais nada. Um silêncio extremamente desagradável pairou sobre os dois. Foi Tiago quem o quebrou.
- Agora, que está tudo muito claro, saiba, Lily, que eu não vou esperar a vida toda! Ou larga esse orgulho ou, eu sinto muito, eu vou seguir adiante. E eu não corro mais atrás. Já deu de ser maltratado. Amor não correspondido tem limite de tempo. – Terminou decidido. Marchou em direção ao salão, para jantar. O eco dos passos foi diminuindo de tom até sumir.
Somente aí que Lily notou o sumiço de Angelina Dion. A menina evaporara dali com uma rapidez quase de fumaça. Lily também percebeu outro detalhe crucial. Suas bochechas estavam com fios de cabelos grudados nelas, o nariz estava entupido e a visão embaçada. Ela estava chorando.
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N/A: Ok, esse foi o capítulo que eu escrevi em menos tempo, pessoal.
Como prometido, capítulo postado hoje. A ideia original não pode ser concluída por conta dos inúmeros deveres da escola, então aí está apenas parte do que era para ser o capítulo 22. Vou dividí-lo em duas partes. A pt2 deve vir somente na terça, mas não prometo nada. A ideia está pronta, falta tempo para escrevê-la. Vou ver o que posso fazer pelo cap. no fim de semana e quem sabe eu não atualize na segunda. Veja bem, não é certeza!
Talisman, eu concordo com seu pensamento. Realmente é justo que vocês tenham um retorno, eu mesma acompanho fanfics e sei como é chato não saber se o autor tornará a postar e quando o fará. Ocorre que às vezes, não tenho sinal de internet bom para acessar a FeB ou então falta tempo para fazê-lo. Eu mais uma vez peço perdão se, de algum modo, decepcionei vocês, leitores, e concordo que, se é para emitir opinião devemos ser francos, mostrando os pontos positivos, mas também em que o autor deve melhorar. Obrigada pelo apoio dos leitores, os quais sem eles nao haveria fanfic, obrigada aos que comentam, o incentivo de vocês me leva a progredir cada dia mais.
Obrigada também pelo comentário de brunissimaaa, agradeço seu apoio e suas orações por minha família. Estamos melhorando e caminhando a cada dia! Não se preocupe, tenho bons planos para Lily e Tiago...
De uma autora franca, feliz e agradecida,
Morgana Pontas Potter
P.S: A fala do PoV da Melhissa que está escrita em inglês representa o nosso idioma, já que a fic se passa na Inglaterra e está escrita em português.
A tradução literal da frase é: "Remo Lupin, o que você quer comigo? Por que você está me fazendo te esperar aqui, porcaria?!"
Comentários (2)
a sinceridade do Tiago me fez chorar junto com a Lily, apesar que concordo com ele que passou da hora dela ter escutado tantas verdades! ansiosissima pelo proximo capitulo :D
2014-05-22Rapaz, esse capítulo foi muito paidégua! Estava estranhando demais essa nova convivência do James e a Lily. Era até meio que esperada essa discucão deles, afinal, trata-se de um acerto de contas. Apenas acho meio estranho esse princípio de relacionamento que você quer colocar entre a Cath e o Régulo... Espero que não vingue. Parabéns!
2014-05-22