O Embarque na plataforma 9 e ½
Pov Ginny Weasley
– Vou começar, é nesse que você nos conhece, quero saber o que achou da nossa família- Falei feliz.
–Você também me conhece nesse né Harry? Vai ser legal ver o que achava da gente- Falou Mione.
–Oh Merlin eu me esqueci dessa parte, Ginny não deixe a Mione ler por favor- Implorou Harry.
–O que você pensava sobre mim?- perguntou Mione fingindo estar brava mas eu sabia que ela segurava o riso e no final não aguentou e riu com gosto.- Tudo bem pode ler Ginny.
–Ai vamos nós
CAPÍTULO SEIS
O Embarque na Plataforma Nove e Meia
O último mês de Harry na casa dos Dursley não foi nada divertido. É verdade que Duda agora estava tão apavorado com Harry que não queria nem ficar no mesmo aposento com ele, e tia Petúnia e tio Válter não trancaram Harry no armário nem o obrigaram a fazer nada, tampouco gritaram com ele, na verdade, sequer falaram com ele. Meio aterrorizados, meio furiosos, agiam como se a cadeira em que Harry se sentasse estivesse vazia.
Embora isso fosse sob muitos aspectos um progresso, tornou-se um tanto deprimente depois de algum tempo.
Harry ficava em seu quarto, com a nova coruja por companhia.
Decidira chamá-la Edwiges, um nome que encontrara na História da Magia. Seus livros de escola eram muito interessantes. Deitava-se na cama e lia até tarde da noite. Edwiges voava para dentro e para fora da janela, quando queria. Era uma sorte que tia Petúnia não aparecesse mais para passar o aspirador de pó, porque Edwiges não parava de trazer ratos mortos para o quarto. Toda noite, antes de se deitar para dormir, Harry riscava mais um dia no pedaço de papel que pregara na parede, para contar os dias que faltavam até primeiro de setembro.
No último dia de agosto ele achou melhor falar com os tios sobre a ida à estação no dia seguinte, por isso desceu à sala de estar onde eles estavam assistindo a um programade auditório na televisão. Pigarreou para avisar que estava ali e Duda deu um berro e saiu correndo da sala.
— Hum... Tio Válter?
Tio Válter resmungou para indicar que estava escutando.
— Hum... Preciso estar amanhã na estação para... Embarcar para Hogwarts.
Tio Válter resmungou outra vez.
— Será que o senhor podia me dar uma carona?
Resmungo. Harry supôs que quisesse dizer sim.
— Muito obrigado.
E já ia voltando para cima quando tio Válter falou de verdade.
— Que modo engraçado de ir para a escola de magia, de trem. Os tapetes mágicos furaram todos?
Harry não respondeu.
— Onde fica essa escola afinal?
— Não sei — disse Harry pensando nisso pela primeira vez. Tirou do bolso o bilhete de passagem que Hagrid lhe dera.
— Vou tomar o trem na plataforma 9 e ½ às onze horas — leu.
A tia e o tio arregalam os olhos.
— Plataforma o quê?
— Nove e meia.
— Não diga bobagens — repreendeu tio Válter — Não existe plataforma nove emeia.
— Está no meu bilhete.
— Loucos — disse tio Válter — de pedra, todos eles. Você vai ver. É só esperar. Está bem, levaremos você até a estação. De qualquer maneira tínhamos de ir a Londres amanhã ou nem me daria ao trabalho.
— Por que o senhor vai a Londres? — perguntou Harry, tentando manter a conversa cordial.
— Vamos levar Duda ao hospital — rosnou tio Válter — Precisamos mandar cortar aquele rabo vermelho antes de mandá-lo para Smeltings.
Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado excitado e nervoso para voltar a dormir.
Levantou-se e vestiu o jeans porque não queria entrar na estação com as vestes de bruxo, mudaria de roupa no trem.
Verificou novamente a lista de Hogwarts para se certificar de que tinha tudo de que precisava, viu se Edwiges estava bem trancada na gaiola e então ficou andando pelo quarto à espera que os Dursley se levantassem. Duas horas mais tarde, a mala enorme e pesada de Harry fora colocada no carro dos Dursley. Tia Petúnia convencera Duda a se sentar ao lado do primo e eles partiram.
Chegaram à estação de King's Cross às 10:30h. Válter jogou a mala de Harry num carrinho e empurrou-o até a estação, com um gesto curiosamente bondoso até tio Válter parar diante das plataformas com um sorriso maldoso.
— Bom, aqui estamos, moleque. Plataforma nove, plataforma dez. A sua plataforma devia estar aí no meio, mas parece que ainda não a construíram, não é mesmo.
Ele tinha razão, é claro. Havia um grande número nove de plástico no alto de uma plataforma e um grande número dez no alto da plataforma seguinte, mas no meio, não havia nada.
— Tenha um bom período letivo — disse tio Válter com um sorriso ainda mais maldoso. E foi-se embora sem dizer mais nada.
– Eu não acredito que eles fizeram isso, agora como que você vai entrar?- Perguntou Lily E. horrorizada.
Harry se virou e viu o carro dos Dursley partir. Os três estavam rindo, Harry sentiu a boca seca. Que diabo iria fazer? Estava começando a atrair uma porção de olhares curiosos por causa da Edwiges. Teria que perguntar a alguém.
Parou um guarda que ia passando, mas não mencionou a plataforma nove e meia. O guarda nunca ouvira falar em Hogwarts e quando Harry não soube lhe dizer em que parte do país a escola ficava, ele começou a mostrar aborrecimento, como se Harry estivesse se fazendo de burro de propósito. Desesperado, Harry perguntou pelo trem que partia às onze horas, mas o guarda disse que não havia nenhum. Ao fim, o guarda se afastou, resmungando contra pessoas que o faziam perder tempo. Harry tentou por tudo no mundo não entrar em pânico. Pelo grande relógio em cima do quadro que anunciava os trens que chegavam, só lhe restavam mais dez minutos para embarcar no trem de Hogwarts e elenão tinha idéia de como ia fazer isso, estava perdido no meio da estação com uma mala que mal podia levantar, o bolso cheio de dinheiro de bruxo e uma corujona.
Hagrid devia ter esquecido de lhe dizer alguma coisa que tinha de fazer, como bater no terceiro tijolo à esquerda para entrar no Beco Diagonal. Perguntou-se se deveria tirar a varinha da mala e começar a bater no coletor de bilhetes entre as plataformas nove e dez.
Naquele instante um grupo de pessoas passou as suas costas e ele entreouviu algumas palavras que diziam..
— ... Cheio de trouxas, é claro...
Harry deu meia-volta. Era uma mulher gorda que falava com quatro meninos, todos de cabelos cor de fogo. Cada um deles estava empurrando à frente uma mala como a de Harry e levavam uma coruja. O coração aos saltos, Harry os seguiu empurrando o carrinho. Eles pararam e ele também, bem próximo para ouvir o que diziam.
— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe dos meninos.
— Nove e meia — ouviu-se a voz fina de uma menininha, também de cabelos ruivos que estava segurando a mão da mulher.
— Mamãe, não posso ir...
— Você ainda não tem idade, Ginny, agora fique quieta. Está bem, Percy, você vai primeiro.
O que parecia o menino mais velho marchou em direção às plataformas nove e dez. Harry observou-o, tomando o cuidado de não piscar para não perder nada, mas assim que o menino chegou à linha divisória entre as duas plataformas, um grande grupo de turistas invadiu a plataforma à frente dele e quando uma mochila acabou de passar, o menino havia desaparecido.
— Fred , você agora — mandou a mulher gorda.
— Eu não sou Fred, sou Jorge — retrucou o menino. — Francamente, mulher, você diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge?
— Desculpe, Jorge, querido.
— É brincadeira, eu sou o Fred — disse o menino, e foi. O irmão gêmeo gritou para ele se apressar, e ele deve ter atendido, porque um segundo depois, sumiu, mas como fizera aquilo?
–Acho que eu gostaria de conhecer esses garotos- falou Sirius.
–É eles eram os novos marotos de Hogwarts quando estudavam lá- Falei.
–Me deu a maior dor de cabeça é claro que não tanto quanto o tempo em que vocês estudavam lá, mas deu- Falou Professora Minerva.
–A sim falando nisso porque o Rabicho não veio para cá também?- Perguntou Remus.
–Vocês saberão em breve- Falou Harry um pouco frio.
Agora o terceiro irmão estava se encaminhando rapidamente para a barreira, estava quase lá e, então, de repente, não estava mais em parte alguma.
E foi só.
— Com licença — dirigiu-se Harry à mulher gorda.
– Que delicadeza Harry- Ironizou Lily E.
–E depois manda nós sermos educados- Reclamou James S.
— Olá, querido. É a primeira vez que vai a Hogwarts? O Rony é novo também.
Ela apontou o último filho, o mais moço. Era alto, magro e desengonçado, com sardas, mãos e pés grandes e um nariz comprido.
– Nossa Harry é bom saber que eu lhe causei uma boa primeira impressão.
— É — respondeu Harry, — A coisa é, a coisa é que não sei como...
— Como chegar à plataforma? — disse ela com bondade, e Harry concordou com a cabeça.
— Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante.
Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Rony.
— Hum... Ok.
E Harry virou o carrinho e encarou a barreira. Parecia muito sólida.
Ele começou a andar em direção a ela. As pessoas a caminho das plataformas nove e dez o empurravam. Harry apressou o passo. Ia bater direto no coletor de bilhetes e então ia se complicar, curvando-se para o caminho ele desatou a correr, a barreira estava cada vez mais próxima. Não poderia parar, o carrinho estava descontrolado, ele estava a um passo de distância, fechou os olhos se preparando para a colisão..
E ela não aconteceu... Ele continuou correndo. Abriu os olhos.
Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma apinhada de gente. Um letreiro no alto informava ―Expresso de Hogwarts 11 horas. Harry olhou para trás e viu um arco de ferro forjado no lugar onde estivera o coletor de bilhetes com os dizeres ―Plataforma nove e meia. Conseguira.
A fumaça da locomotiva se dispersava sobre as cabeças das pessoas que conversavam, enquanto gatos de todas as cores trançavam por entre as pernas delas.
Corujas piavam umas para as outras, descontentes, sobrepondo-se à balbúrdia e ao barulho das malas pesadas que eram arrastadas.
Os primeiros vagões já estavam cheios de estudantes, uns debruçados às janelas conversando com as famílias, outros brigando por causa dos lugares. Harry, empurrou o carrinho pela plataforma procurando um lugar vago. Passou por um garoto de rosto redondo que estava dizendo:
— Vó, perdi meu sapo outra vez.
— Ah, Neville — ele ouviu a senhora suspirar.
Um garoto com cabelos rastafari estava cercado por um pequeno grupo de meninos.
— Deixe a gente espiar, Lino, vamos.
O menino levantou a tampa de uma caixa que carregava nos braços e as pessoas em volta deram gritos e berros quando uma coisa dentro da caixa esticou para fora uma perna comprida e peluda.
Harry continuou andando pela aglomeração até que encontrou um compartimento vago no final do trem. Primeiro pôs Edwiges para dentro e começou a empurrar e a forçar com a mala em direção à porta do trem. Tentou erguê-la pelos degraus acima, mas mal conseguiu suspender uma ponta e duas vezes deixou-a cair dolorosamente em cima do pé.
— Quer uma ajuda? — Era um dos gêmeos ruivos que ele seguira para atravessar a barreira.
— Por favor — Harry ofegou.
— Fred! Vem dar uma ajuda aqui!
Com a ajuda dos gêmeos a mala de Harry, finalmente foi colocada a um canto do compartimento.
— Obrigado — disse Harry, afastando os cabelos suados dos olhos.
— Que é isso — perguntou de repente um dos gêmeos apontando para a cicatriz de Harry.
— Caramba — disse o outro gêmeo. — Você é...?
— Ele é — disse o outro gêmeo. — Não é? — acrescentou para Harry.
— O quê? — indagou Harry.
— Harry Potter — disseram os gêmeos em coro.
— Ah, ele — disse Harry — Quero dizer, é, sou.
Todos riram do garoto.
Os dois garotos olharam boquiabertos e Harry sentiu que estava corando. Então, para seu alivio, ouviram uma voz pela porta aberta do trem.
— Fred? Jorge? Vocês estão ai?
— Estamos indo, mamãe.
Dando uma última espiada em Harry, os gêmeos saltaram para fora do trem.
Harry sentou-se à janela onde, meio escondido, podia observar a família de cabelos ruivos na plataforma e ouvir o que diziam. A mãe tinha acabado de puxar o lenço.
— Rony, você está com uma crosta no nariz.
O menino mais novo tentou fugir, mas ela o agarrou e começou a limpar aponta do nariz dele.
— Mamãe, sai para lá — Desvencilhou-se.
— Aaaah, o Roniquinho está com uma coisa no nariz? — caçoou um dos gêmeos.
— Cale a boca — disse Rony.
— Onde está o Percy? — perguntou a mãe.
— Está vindo aí.
O garoto mais velho vinha vindo. Já vestira as vestes largas e pretas de Hogwarts e Harry reparou que tinha um distintivo de prata reluzente com a letra ―M.
— Não posso demorar, mãe — falou ele. — Estou lá na frente, os monitores têm dois vagões separados...
— Ah, você é monitor, Percy? — perguntou um dos gêmeos, com ar de grande surpresa. — Devia ter avisado, não fazíamos ideia.
— Espere ai, acho que me lembro de ter ouvido ele dizer alguma coisa — disse o outro gêmeo. — Uma vez...
— Ou duas..
— Um minuto...
— O verão todo.
— Ah, calem a boca — disse Percy, o monitor.
— Afinal por que foi que o Percy ganhou vestes novas? — disse um dos gêmeos.
— Porque é monitor — disse a mãe com carinho — Está bem, querido, tenha um bom ano letivo — mande-me uma coruja quando chegar.
Ela beijou Percy no rosto e ele foi embora. Então. Virou-se para os gêmeos.
— Agora, vocês dois, este ano, se comportem. Se receber mais uma coruja dizendo que vocês... Vocês explodiram um banheiro ou...
— Explodiram um banheiro? Nunca explodimos um banheiro.
— Mas é uma grande ideia, obrigado, mamãe.
— Não tem graça. E cuidem do Rony.
— Não se preocupe, Roniquinho está seguro com a gente.
Lia Roniquinho do mesmo modo que Fred e Jorge faziam.
–Tinha me esquecido como soava quando eles me zoavam- Falou Ron.
— Cale a boca — mandou Rony outra vez. Já era quase tão alto quanto os gêmeos e seu nariz continuava vermelho onde a mãe o esfregara.
— Ei, mãe, advinha? Adivinha quem acabamos de encontrar no trem?
Harry recuou o corpo rápido para que eles não o vissem olhando.
— Sabe aquele menino de cabelos pretos que estava perto da gente na estação?
–Sabe quem ele é?
— Quem?
— Harry Potter!
Harry ouviu a vozinha da garotinha.
— Ah, mamãe, posso subir no trem para ver ele, mamãe, ali, por favor...
— Você já o viu, Ginny, e o coitado não e um bicho de zoológico para você ficar olhando. É ele mesmo, Fred? Como é que você sabe?
Todos riram da comparação da mulher.
— Perguntei a ele. Vi a cicatriz. Está lá mesmo, parece um raio.
— Coitadinho. Não admira que estivesse sozinho. Foi tão educado quando me perguntou como entrar na plataforma.
— Deixa para lá, você acha que ele se lembra como era o Você-Sabe-Quem?
De repente a mãe ficou muito séria.
— Proíbo-lhe de perguntar a ele, Fred. Não, não se atreva. Como se ele precisasse de alguém para lhe lembrar uma coisa dessas no primeiro dia de escola.
— Está bem, não precisa ficar nervosa.
Ouviu-se um apito.
— Depressa! — disse a mãe, e os três garotos subiram no trem.
Debruçaram-se na janela para a mãe lhes dar um beijo de despedida e a irmãzinha começou a chorar.
— Não chore, Ginny, vamos lhe mandar um monte de corujas.
— Vamos lhe mandar uma tampa de vaso de Hogwarts.
— Jorge!
— Estou só brincando, mamãe.
O trem começou a andar. Harry viu a mãe dos garotos acenando e a irmã, meio risonha, meio chorosa, correndo para acompanhar o trem até ele ganhar velocidade e ela ficar para trás acenando.
Harry observou a menina e a mãe desaparecerem quando o trem fez a curva. As casas passaram num relâmpago pela janela.
Harry sentiu uma grande excitação. Não sabia onde estava indo, mas tinha de ser melhor do que o lugar que estava deixando para trás.
A porta da cabine se abriu e o ruivinho mais moço entrou.
— Tem alguém sentado aqui? — perguntou, apontando para o assento em frente ao de Harry — O resto do trem está cheio.
Harry respondeu que não, com um aceno de cabeça, e o garoto se sentou. Olhou para Harry e em seguida olhou depressa para fora, fingindo que não tinha olhado. Harry reparou que ele ainda tinha uma mancha preta no nariz.
— Oi, Rony, Os gêmeos estavam de volta.
— Escuta aqui, vamos para o meio do trem. Lino Jordan trouxe uma tarântulagigante.
— Certo — resmungou Rony.
— Harry — disse o outro gêmeo —, nós já nos apresentamos? Fred e Jorge Weasley. E este é o Rony, nosso irmão. Vejo vocês mais tarde, então.
— Tchau — disseram Harry e Rony. Os gêmeos fecharam a porta da cabine aopassar.
— Você é Harry Potter mesmo? — Rony deixou escapar.
Harry confirmou com a cabeça.
— Ah, bom, pensei que fosse uma brincadeira do Fred e do Jorge e você tem mesmo... Sabe...
Apontou para a testa de Harry. Harry afastou a franja para mostrar a cicatriz em forma de raio. Rony olhou.
— Então foi aí que Você-Sabe-Quem...?
— Foi, mas não me lembro.
— De nada? — perguntou Rony ansioso.
— Bom... Lembro de muita luz verde, mas nada mais.
— Uau! — Ele ficou parado uns minutos olhando para Harry, depois, como se de repente tivesse se dado conta do que estava fazendo, olhou depressa para fora da janela outra vez.
— Todos na sua família são bruxos? — perguntou Harry que achava Rony tão interessante quanto Rony o achava.
— Hum... São, acho que sim. Acho que mamãe tem um primo em segundo grau que é contador, mas ninguém nunca fala nele.
— Então você já deve saber muitas mágicas.
Os Weasley aparentemente eram uma dessas antigas famílias de bruxos de que o menino pálido no Beco Diagonal falara.
— Ouvi dizer que você foi viver com os trouxas. Como é que eles são?
— Horríveis... Bom, nem todos. Mas minha tia e meu tio e meu primo são, eu gostaria de ter tido três irmãos bruxos.
— Cinco. — Por alguma razão, ele pareceu triste. — Sou o sexto de minha família a ir para Hogwarts. Pode-se dizer que tenho de fazer justiça ao nosso nome. Gui e Carlinhos já terminaram a escola. Gui foi chefe dos monitores e Carlinhos foi capitão do time de Quadribol. Agora Percy é monitor. Fred e Jorge fazem muita bagunça, mas tiram notas muito boas e todo mundo acha que eles são realmente engraçados. Todos esperam que eu me saia tão bem quanto os outros, mas se eu me sair bem, não será nada de mais, porque eles fizeram isso primeiro. E também não se ganha nada novo quando se tem cinco irmãos.Uso as vestes velhas de Gui, a varinha velha de Carlinhos e o rato velho do Percy...
Rony meteu a mão no bolso interno do paletó e tirou um rato cinzento e gordo que estava dormindo.
— O nome dele é Perebas e ele é inútil, quase nunca acorda. Percy ganhou uma coruja de meu pai por ter sido escolhido monitor, mas eles não podiam ter...quero dizer, em vez disso ganhei Perebas.
As orelhas de Rony ficaram vermelhas. Parecia estar achando que falara demais, porque voltou a olhar para fora pela janela.
Harry não achava nada de mais que alguém não tivesse dinheiro para comprar uma coruja. Afinal, ele nunca tivera dinheiro algum na vida até um mês atrás, e disse isso ao Rony, e disse também o que sentira quando usava as roupas velhas de Duda e jamais ganhara um presente de aniversário decente. Isto pareceu animar Rony um pouco.
— ... E até Rúbeo me contar, eu não sabia o que era ser bruxo nem quem eram meus pais nem o Voldemort.
Rony ficou pasmo.
— Que foi?
— Você disse o nome do Você-Sabe-Quem! — exclamou Rony parecendo ao mesmo tempo chocado e impressionado — Eu achava que de todas as pessoas você...
— Não estou tentando ser corajoso nem nada dizendo o nome dele. É que nunca soube que não se podia dizer. Está vendo o que quero dizer? Tenho muito que aprender... Aposto — acrescentou, pondo pela primeira vez em palavras algo que o andava preocupando muito ultimamente — Aposto que vou ser o pior da classe.
— Não vai ser não. Tem uma porção de gente que vem de famílias de trouxas e aprende bem depressa.
Enquanto conversavam, o trem saiu de Londres. Agora corriam por campos cheios de vacas e carneiros. Ficaram calados por um tempo, contemplando os campos e as estradinhas passarem num lampejo.
Por volta do meio-dia e meia ouviram um grande barulho no corredor e uma mulher toda sorrisos e covinhas abriu a porta e perguntou:
— Querem alguma coisa do carrinho, queridos?
Harry, que não tomara café da manhã ergueu-se de um salto, mas as orelhas de Rony ficaram vermelhas outra vez e ele murmurou que trouxera sanduíches. Harry foi até o corredor.
Nunca tivera dinheiro para doces na casa dos Dursley e agora que seus bolsos retiniam com moedas de ouro e prata, estava disposto a comprar quantas barrinhas de chocolate pudesse carregar, mas a mulher não tinha barrinhas. Tinha feijõezinhos de todos os sabores, balas de goma, chicles de bola, sapos de chocolate, tortinhas de abóbora, bolos de caldeirão, varinhas de alcaçuz e várias outras coisas estranhas que Harry nunca vira na sua vida.
Não querendo perder nada, ele comprou uma de cada e pagou à mulher onze sicles de prata e sete nuques.
Rony arregalou os olhos quando Harry trouxe tudo para a cabine e despejou no assento vazio.
— Que fome, hein?
— Morrendo de fome — respondeu Harry, dando uma grande dentada na tortinha de abóbora.
Rony tirara um embrulho encaroçado e abriu-o. Havia quatro sanduíches dentro.
Abriu um e disse:
— Ela sempre se esquece que não gosto de carne enlatada.
— Troco com você por um desses — propôs Harry, oferecendo um pastelão de carne. — Tome...
— Você não vai querer isso, é muito seco. Ela não tem muito tempo — acrescentou depressa. — Você sabe, somos cinco.
— Come... Coma um pastelão — disse Harry, que nunca tivera nada para dividir com alguém antes, aliás, nem ninguém com quem dividir. Era uma sensação gostosa, sentar-se ali com Rony, acabar com todas as tortas e bolos de Harry (os sanduíches ficaram esquecidos).
– Viu nosso filho é humilde, diferente de você James, graças a Merlin ele não puxou isso de você- Falou Lily E.
— Que é isso? — perguntou Harry a Rony, mostrando um pacote de sapos de chocolate. — Eles não são sapos de verdade, são? — Estava começando a achar que nada o surpreenderia.
— Não. Mas vê qual é a figurinha, está me faltando a Agripa.
— O quê?
— Claro que você não sabe, os sapos de chocolate têm figurinhas dentro, sabe, para colecionar, bruxas e bruxos famosos. Tenho umas quinhentas, mas não tenho a Agripa nem o Ptolomeu.
Harry abriu o sapo de chocolate e puxou a figurinha. Era a cara de um homem. Usava óculos de meia-lua, tinha um nariz comprido e torto, cabelos esvoaçantes cor de prata, barba e bigode. Sob o retrato havia o nome Alvo Dumbledore.
— Então este é Dumbledore! — exclamou Harry.
— Não me diga que nunca ouviu falar de Dumbledore! Quer me dar um sapo?
Quem sabe eu tiro a Agripa. Obrigado.
Harry virou o verso da figurinha e leu:
Albus Dumbledore, atualmente diretor Hogwarts.
Considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos. Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das Trevas, em 1945, por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão e por desenvolver um trabalho em alquimia em parceria com Nicolau Flamel. O Professor Dumbledore gosta de música de câmara e boliche.
Harry virou de novo o cartão e viu, para seu espanto, que o rosto de Dumbledore havia desaparecido.
— Ele desapareceu!
— Ora, você não pode esperar que ele fique aí o dia todo. Depois ele volta. Não, tirei a Morgana outra vez e já tenho umas seis... Você quer? Pode começar a colecionar.
Os olhos de Rony se desviaram para a pilha de sapos de chocolate que continuavam fechados.
— Sirva-se — disse Harry. — Mas, sabe, no mundo dos trouxas, as pessoas ficam paradas nas fotos.
— Ficam? O que, eles não se mexem? — Rony parecia surpreso. — Que coisa esquisita!
Harry arregalou os olhos quando Dumbledore voltou para a figurinha e lhe deu um sorrisinho. Rony estava mais interessado em comer os sapos do que em olhar os bruxos e bruxas famosas, mas Harry não conseguia despregar os olhos deles. Logo não tinha só Dumbledore e Morgana, como também Hengisto de Woodcroft, Alberico Grunnion, Circe, Paraceko e Merlim. Por fim ele despregou os olhos da druida Cliodna que estava coçando o nariz, para abrir o saquinho de feijõezinhos de todos os sabores.
— Você vai ter que tomar cuidado com essas aí — alertou Rony. — Quando dizem todos os sabores eles querem dizer TODOS OS SABORES. Sabe, todos os sabores comuns como chocolate, hortelã e laranja, mas também. Espinafre, fígado e bucho. Jorge achou que sentiu gosto de bicho-papão uma vez.
Rony apanhou uma balinha verde, examinou-a atentamente e mordeu uma ponta.
— Eca! Está vendo? Couve-de-bruxelas.
Eles se divertiram comendo as balas. Harry tirou torrada, coco, feijão cozido, morango, caril, capim, café, sardinha e chegou a reunir coragem para morder a ponta de uma bala cinzenta meio gozada que Rony não queria pegar, e que era pimenta.
Os campos que passavam agora pela janela estavam ficando mais silvestres. As plantações tinham desaparecido. Agora havia matas, rios serpeantes e morros verde-escuros.
Ouviram uma batida à porta da cabine e o menino de rosto redondo, por quem Harry passara na plataforma 9 e ½, entrou. Parecia choroso.
— Desculpem, mas vocês viram um sapo?
Quando os dois sacudiram a cabeça, ele chorou.
— Perdi ele! Está sempre fugindo de mim!
— Ele vai aparecer — consolou Harry.
— Vai — disse o menino infeliz. — Se você vir ele...
E saiu.
— Não sei por que ele está tão chateado — disse Rony. — Se eu tivesse trazido um sapo ia querer perder ele o mais depressa que pudesse. Mas, trouxe Perebas, por isso nem posso falar nada.
O rato continuava a tirar sua soneca no colo de Rony.
— Ele podia estar morto e ninguém ia saber a diferença — disse Rony desgostoso. — Tentei mudar a cor dele para amarelo para deixar ele mais interessante, mas o feitiço não deu certo. Vou-lhe mostrar. Olhe...
Remexeu na mala e tirou uma varinha muito gasta. Estava lascada em alguns pontos e havia uma coisa branca brilhando na ponta.
— O pelo do unicórnio está quase saindo. Em todo o caso...
Tinha acabado de erguer a varinha quando a porta da cabine abriu outra vez. O menino sem o sapo estava de volta, mas desta vez tinha uma garota em sua companhia. Ela já estava usando as vestes novas de Hogwarts.
— Ninguém viu um sapo? Neville perdeu o dele.
Tinha um tom de voz mandão, os cabelos castanhos muito cheios e os dentes da frente meio grandes.
–Nossa Harry como você é sincero, fico muito feliz em saber que você me acha linda- Falou Mione brincando.
–Harry deu um sorrisinho sem graça e ela o abraçou falando que estava brincando.
— Já dissemos a ele que não vimos o sapo — respondeu Rony, mas a menina não estava escutando, olhava para a varinha na mão dele.
— Você está fazendo mágicas? Quero ver.
Sentou-se. Rony pareceu desconcertado.
— Hum... Está bem.
— Sol margaridas, amarelo maduro, muda para amarelo esse rato velho e burro.
Ele agitou a varinha, mas nada aconteceu. Perebas continuou cinzento e completamente adormecido.
— Você tem certeza de que esse feitiço está certo? — perguntou a menina. — Bem, não é muito bom, né? Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém na família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, medisseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só espero que seja suficiente, aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são?
– Essa garota me lembra a Lily nos primeiros anos- Fala James C.
–Ei essa garota sou eu- Exclamou Hermione.
Ela disse tudo isso muito depressa.
Harry olhou para Rony e sentiu um grande alivio ao ver, por sua cara espantada, que ele não aprendera todos os livros de cor tampouco.
— Sou Rony Weasley.
— Harry Potter.
— Verdade? Já ouvi falar de você, é claro. Tenho outros livros recomendados, e você está na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes das trevas e em Grandes acontecimentos do século XX.
— Estou? — admirou-se Harry sentindo-se confuso.
— Nossa, você não sabia, eu teria procurado saber tudo que pudesse se fosse comigo — disse Hermione. — já sabem em que casa vão ficar? Andei perguntando e espero ficar na Grifinória, me parece a melhor, ouvi dizer que o próprio Dumbledore foi de lá, mas imagino que a Corvinal não seja muito ruim.. Em todo o caso, acho melhor irmos procurar o sapo de Neville. E é melhor vocês se trocarem, sabe, vamos chegar daqui a pouco.
E foi-se embora, levando o menino sem sapo.
— Seja qual for a minha casa, espero que ela não esteja lá — comentou Rony e jogou a varinha de volta na mala. — Feitiço besta. Foi o Jorge que me ensinou, aposto que sabia que não prestava.
— Em que casa estão os seus irmãos? — perguntou Harry.
— Grifinória. — A tristeza parecia estar se apoderando dele outra vez. — Mamãe e papai estiveram lá também. Não sei o que vão dizer se eu não estiver. Acho que a Corvinal não seria muito ruim, mas imagine se me puserem na Sonserina.
– Aha tá que você iria para a Corvinal, sonha Ron sonha- Falou Mione divertida.
— É a casa em que Vol... Quero dizer Você-Sabe-Quem esteve?
— É. — E afundou novamente no assento, parecendo deprimido.
— Sabe, acho que as pontas dos bigodes de Perebas ficaram um pouquinho mais claras — disse Harry, tentando distrair o pensamento de Rony das casas. — Então, o que é que os seus irmãos mais velhos fazem agora que já terminaram?
Harry estava imaginando o que fazia um bruxo depois que terminava a escola.
— Carlinhos está na Romênia estudando dragões e Gui está na África fazendo um serviço para o Gringotes. Você soube o que aconteceu com o Gringotes? O Profeta Diário só fala nisso, mas acho que morando com os trouxas você não recebe o jornal. Uns caras tentaram roubar um cofre de segurança máxima.
Harry arregalou os olhos.
— Verdade? E o que aconteceu com eles?
— Nada, é por isso que é uma noticia tão importante. Não foram pegos. Papai disse que deve ter sido um bruxo das trevas poderoso para enganar Gringotes, mas estão achando que eles não levaram nada, isso é que é esquisito. É claro que todo o mundo fica apavorado quando uma coisa dessas acontece porque Você-Sabe-Quem pode estar por trás da coisa.
Harry repassou as noticias mentalmente. Estava começando a sentir um arrepio de medo toda vez que Você-Sabe-Quem era mencionado. Supunha que isso fazia parte do ingresso no mundo da magia, mas tinha sido muito mais confortável dizer Voldemort sem se preocupar.
— Qual é o seu time de Quadribol — perguntou Rony.
— Hum... Não conheço nenhum — confessou Harry.
— O quê? — Rony parecia pasmo. — Ah, espere ai, é o melhor jogo do mundo — E saiu explicando tudo sobre as quatro bolas e as posições dos sete jogadores, descreveu jogos famosos a que fora com os irmãos e a vassoura que gostaria de comprar se tivesse dinheiro. Estava mostrando a Harry as qualidades do jogo quando a porta da cabine se abriu mais uma vez, mas agora não era Neville, o menino sem sapo, nem Hermione Granger.
Três garotos entraram e Harry reconheceu o do meio na hora: era o garoto pálido da loja de vestes de Madame Malkin. Olhou para Harry com um interesse muito maior do que revelara no Beco Diagonal.
— É verdade? — perguntou — Estão dizendo no trem que Harry Potter está nesta cabine. Então é você?
— Sou — respondeu Harry. Observava os outros garotos. Os dois eram fortes e pareciam muito maus. Postados dos lados do menino pálido eles pareciam guarda-costas.
— Ah, este é Crabbe e este outro, Goyle — apresentou o garoto pálido displicentemente, notando o interesse de Harry — E meu nome é Draco Malfoy.
Rony tossiu de leve, o que poderia estar escondendo uma risadinha. Malfoy olhou para ele.
— Acha o meu nome engraçado, é? Nem preciso perguntar quem você é. Meu pai me contou que na família Weasley todos têm cabelos ruivos e sardas e mais filhos do que podem sustentar. — Virou-se para Harry — Você não vai demorar a descobrir que algumas famílias de bruxos são bem melhores do que outras, Harry. Você não vai querer fazer amizade com as ruins. E eu posso ajudá-lo nisso.
– Pai?- Perguntou Scorpius assustado, é o garoto parecia ser bem símpatico, bem diferente de Draco.
–Pode-se dizer que as pessoas mudam Scopio- Falou Draco frio.
Ele estendeu a mão para apertar a de Harry, mas Harry não a apertou.
— Acho que sei dizer qual é o tipo ruim sozinho, obrigado. — disse com frieza.
Draco não ficou vermelho, mas um ligeiro rosado coloriu seu rosto pálido.
— Eu teria mais cuidado se fosse você, Harry. — disse lentamente. — A não ser que seja mais educado, vai acabar como os seus pais. Eles também não tinham juízo. Você se mistura com gentinha como os Weasley e aquele Rúbeo e vai acabar se contaminando. Harry e Rony se levantaram. O rosto de Rony estava vermelho como os cabelos.
James quase vôou no Draco mas Sirius e Remus o seguraram.
— Repete isso.
— Ah, você vai brigar com a gente, vai? — Draco caçoou.
— A não ser que você se retire agora — disse Harry com uma coragem maior do que sentia, porque Crabbe e Goyle eram bem maiores do que ele ou Rony.
— Mas não estamos com vontade de nos retirar, estamos, garotos? Já comemos toda a nossa comida e parece que vocês ainda têm alguma coisa.
Goyle fez menção de apanhar os sapos de chocolate ao lado de Rony. Rony deu um pulo para frente, mas antes que encostasse em Goyle, este soltou um berro terrível.
Perebas, o rato, estava pendurado em seu dedo, os dentinhos afiados enterrados na junta de Goyle. Crabbe e Draco recuaram enquanto Goyle rodava e rodava o braço, urrando, e quando Perebas finalmente se soltou e bateu na janela, os três desapareceram namesma hora. Talvez achassem que havia mais ratos escondidos nos doces, ou talvez tivessem ouvido passos, porque um segundo depois, Hermione Granger entrou.
– Salvos pelo gato- Brincou Hugo.
— Que foi que aconteceu? — perguntou, vendo os doces espalhados no chão e Rony apanhando Perebas pela cauda.
— Acho que apagaram ele — disse Rony a Harry. E examinou Perebas mais atentamente. — Não... Não acredito... Ele voltou a dormir.
E dormira mesmo.
— Você já conhecia Draco Malfoy?
Harry contou o encontro deles no Beco Diagonal.
— Já ouvi falar na família dele — disse Rony sombrio. — Foram os primeiros a voltar para o nosso lado depois que Você-Sabe-Quem desapareceu. Disseram que tinha sido enfeitiçado. Papai não acredita nisso. Diz que o pai de Draco não precisou de desculpa para se bandear para o lado das Trevas. — E virou-se para Hermione. — Podemos fazer alguma coisa por você.
— É melhor vocês se apressarem e trocarem de roupa. Acabei de ir lá na frente perguntar ao maquinista e ele me disse que estamos quase chegando. Vocês andaram brigando? Vão se meter em encrenca antes mesmo de chegarmos lá!
— Perebas andou brigando, nós não — disse Rony, fazendo cara zangada. — Você se importa de sair para podermos nos trocar.
— Está bem. Só vim para cá porque as pessoas nas outras cabines estão se comportando feito crianças, correndo pelos corredores — disse Hermione em tom choroso. — E você está com o nariz sujo, sabia?
Rony amarrou a cara quando ela se retirou. Harry espiou pela janela. Estava escurecendo. Viu montanhas e matas sob um céu arroxeado. O trem parecia estar diminuindo a velocidade. Ele e Rony tiraram os paletós e puseram as vestes longas e pretas. A de Rony estava um pouco curta, dava para ver as calças. Uma voz ecoou pelo trem.
— Vamos chegar a Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor, deixem a bagagem no trem, ela será levada para a escola.
O estômago de Harry revirou de nervoso e ele reparou que Rony parecia pálido sob as sardas. Os dois encheram os bolsos com o resto dos doces e se reuniram à garotada que apinhava os corredores.
O trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou. As pessoas se empurraram para chegar à porta e descer na pequena plataforma escura. Harry estremeceu ao ar frio da noite. Então apareceu uma lâmpada balançando sobre as cabeças dos estudantes e Harry ouviu uma voz conhecida.
— Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! Tudo bem Harry?
O rosto grande e peludo de Rúbeo Hagrid sorria por cima de um mar de cabeças.
— Vamos, venham comigo. Mais alguém do primeiro ano?
Aos escorregões e tropeços, eles seguiram Hagrid por um caminho de aparência íngreme e estreita. Estava tão escuro em volta que Harry achou que devia haver grandes árvores ali.
Ninguém falou muito. Neville, o menino que vivia perdendo o sapo, fungou umas duas vezes.
— Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em um segundo. — Hagrid gritou por cima do ombro —, logo depois dessa curva.
Ouviu-se um ooooh muito alto.
O caminho estreito se abrira de repente ate a margem de um grande lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.
— Só quatro em cada barco! — gritou Hagrid, apontando para uma flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Harry e Rony foram seguidos até o barco por Neville e Hermione.
— Todos acomodados? — gritou Hagrid, que tinha um barco só para si. — Então... VAMOS!
E a flotilha de barquinhos largou toda ao mesmo tempo, deslizando pelo lago que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos, os olhos fixos no grande castelo no alto. A construção se agigantava à medida que se aproximavam do penhasco em que estava situado.
— Abaixem as cabeças! — berrou Hagrid quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco, todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo em pedras e seixos.
— Ei, você ai! É o seu sapo? — perguntou Hagrid, que verificava os barcos à medida que as pessoas desembarcavam.
— Trevo! — gritou Neville feliz, estendendo as mãos.
Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna de Hagrid e desembocaram finalmente em um gramado fofinho e úmido à sombra do castelo.
Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.
— Estão todos aqui? Você aí, ainda está com o seu sapo?
Hagrid ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo.
– Em que casa você vai ficar?- Perguntou Lily E. curiosa.
–Não é óbvio? É claro que ele vai ficar na Girfinória- Falou James.
–Pelo o que meu pai tinha falado do senhor eu achei que você fosse metido e esnobasse todo mundo por ser Harry Potter o menino que sobreviveu- Falou Scorpius Malfoy- Mas quando eu me tornei melhor amigo dos seus filhos, quando o Al entrou na Soncerina eu meio que vi que você não é assim, bem pelo contrário é muito humilde.
–érh obrigado Scorpius- Falou Harry envergonhado.
–Como assim quando virei o melhor amigo dos seus filhos? Rose não me diga que você é amiga desse garoto- Falou Ron.
–Na verdade pai Scorp é meu namorado- Revelou a garota o que surpreendeu todos e deixou um Rony muito vermelho.
–Ron caia na real, o garoto me parece ser ótimo sem contar que ele é lindo...- Começou Mione mas ela não devia te-lo chamado de bonito, sem contar que o garoto corou muito, ser chamado de bonito pela mãe da sua namorada que tem a sua idade no momento, acho que não estava nos planos do garoto.
–As pessoas mudam e eu aposto que ele é ótimo para ela- Ela tentou recomeçar- Dê uma chance ao garoto, vamos fazer assim, se até acabar os sete livros ele não lhe provar que é bom o bastante para ela você pode fazer o que quiser, mas se ele provar, você já sabe.
–Tudo bem- Ele concordou relutante.
–Ótimo quem quer ler?- Ela pergunta.
–Eu- Falou Lily Luna
Pov Lily L. Potter
Era bem divertido ter meus avós e seus amigos, meus pais e meus tios da mesma idade que nós, tá não da mesma idade mas de uma idade parecida, era legal até parecia que eramos amigos, sem contar que eu tive a chance de conhecer os tão falados Sirius Black, Remus Lupin, James Potter e Lily Evans e claro eu não poderia me esquecer de Severus Snape que não me pareceu um garoto muito legal mas se papai o homenageou ele deve ser um cara muito legal, peguei o livro e comecei a ler.
–CAPÍTULO SETE
O Chapéu Seletor
A porta abriu-se de chofre. E apareceu uma bruxa alta de cabelos negros e veste verde-esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o primeiro pensamento de Harry foi que era uma pessoa a quem não se devia aborrecer.
–Que bom que percebeu isso Harry porque certas pessoas parecem que não- Falou Professora Minerva olhando para os marotos que deram risinhos.
— Alunos do primeiro ano, Professora Minerva McConagall — informou Hagrid.
— Obrigada Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.
Ela escancarou a porta. O saguão era tão grande que teria cabido à casa dos Dursley inteira dentro. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes como os de Gringotes, o teto era alto demais para se ver, e um a um subiram a imponente escada de mármore em frente que levava aos andares superiores.
Eles acompanharam a Professora Minerva pelo piso de lajotas de pedra. Harry ouviu o murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta á direita, o restante da escola já devia estar reunido.
Mas a Professora Minerva levou os alunos da primeira série a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.
— Bem-vindos a Hogwarts — disse a Professora Minerva. — O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Cornival e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior numero de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.
O olhar dela se demorou por um instante na capa de Neville, que estava afivelada debaixo da orelha esquerda, e no nariz sujo de Rony, Harry nervoso, tentou achatar os cabelos.
— Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês — disse a Professora Minerva. — Por favor, aguardem em silêncio.
E se retirou da sala. Harry engoliu em seco.
— Mas como é que eles selecionam a gente para as casas? — Harry perguntou a Rony.
— Devem fazer uma espécie de teste, acho. Fred diz que dói à cabeça, mas acho que estava brincando.
O coração de Harry deu um pulo terrível. Um teste? Na frente da escola toda? Mas ele ainda nem conhecia mágica nenhuma, que diabo teria que fazer? Não previra nada do gênero assim logo na chegada. Olhou à volta, ansioso, e viu que os outros também pareciam apavorados. Ninguém falava muito a não ser Hermione, que cochichava muito depressa todos os feitiços que aprendera, sem saber o que precisaria mostrar. Harry fez força para não escutar o que ela dizia. Nunca se sentira tão nervoso, nunca, nem mesmo quando tivera que levar um boletim escolar para os Dursley dizendo que, não sabiam como, ele fizera a peruca do professor ficar azul. Ele manteve os olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a Professora Minerva voltaria e o conduziria ao seu triste fim.
Então aconteceu uma coisa que o fez pular bem uns trinta centímetros no ar, várias pessoas atrás dele gritaram.
— Que di...
Ele ofegou. E as pessoas à sua volta também. Uns vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos. Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles deslizaram pela sala conversando e entre si, mal vendo os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo. O que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:
— Perdoar e esquecer eu diria, vamos dar a ele uma segunda chance...
— Meu caro Frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha a nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está fazendo aqui?
Um fantasma, que usava uma gola de rufos engomados e meiões, de repente reparou nos alunos do primeiro ano.
Ninguém respondeu.
— Alunos novos! — disse o frei Gorducho, sorrindo para eles.
— Estão esperando para ser selecionados, imagino?
Alguns garotos confirmaram com a cabeça, mudos.
— Espero ver vocês na Lufa-Lufa! — falou o frei. — A minha casa antiga, sabe?
— Vamos andando agora — disse uma voz enérgica. — A Cerimônia de Seleção vai começar.
A Professora Minerva voltara e um a um os fantasmas saíram voando pela parede oposta.
— Agora façam fila e me sigam.
Sentindo-se pouco à vontade como se suas pernas tivessem virado chumbo, Harry entrou na fila atrás de um garoto de cabelos cor de palha e na frente de Rony, e todos saíram da sala, tornaram a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão.
Harry jamais imaginara um lugar tão diferente e esplêndido era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. A Professora Minerva levou os alunos de primeiro ano até ali, de modo que eles pararam enfileirados diante dos outros, tendo os professores às suas costas.
As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa.
Principalmente para evitar os olhares fixos neles, Harry olhou para cima e viu um teto aveludado e negro salpicado de estrelas. Ouviu Hermione cochichar:
— É enfeitiçado para parecer o céu lá fora li em Hogwarts, uma história.
– Quem lê Hogwarts uma história?- Pergunta Sirius confuso- Se você pode simplesmente explorar Hogwarts como nós fizemos e conhecemos mais Hogwarts do que todo mundo que leu esse livro.
–Ei eu li- Falaram a vó, tia Mione e Rose.
–Mas porque você leu Rose se Hogwarts foi destruída na guerra e reconstruída?- Perguntou Rony.
–Como assim Hog...
–Rony- Bradaram as mulheres do local.
–Tudo bem, tudo bem, não abro mais a boca.
Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o Salão Principal simplesmente não se abria para o infinito.
Harry baixou depressa os olhos quando a Professora Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo. Tia Petúnia não teria permitido que um objeto nessas condições entrasse em casa.
Talvez tivessem que tentar tirar um coelho de dentro dele, Harry pensou delirando, parecia apropriado, reparando que todos no salão agora olhavam para o chapéu, ele olhou também. Por alguns segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu começou a cantar:
Ah, você podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
Suas cartolas altas de cetim brilhoso Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts.
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
Que o Chapéu Seletor não consiga ver,
Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar
Quem sabe sua morada é a Grifinória,
Casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grifinória dos demais,
Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor,
Ou será a velha e sábia Corvinal
A casa dos que têm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão companheiros seus iguais,
Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali estejam seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia que usam quaisquer meios Para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não devem temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos! (Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos) Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!
O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito quieto outra vez.
— Então só precisamos experimentar o chapéu! — cochichou Rony a Harry.— Vou matar o Fred, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo.
Harry deu um sorriso sem graça. É, experimentar um chapéu era bem melhor do que precisar fazer um feitiço, mas desejou que pudessem ter experimentado o chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu parecia estar pedindo muito, Harry não se sentia corajoso nem inteligente nem qualquer outra coisa naquele momento. Se ao menos o chapéu tivesse mencionado uma casa para gente que se sentia meio nervosa, quem sabe teria sido a sua casa.
A Professora Minerva então se adiantou segurando um longo rolo de pergaminho.
— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!
Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que lhe afundou direto até os olhos, e se sentou. Uma pausa momentânea...
— LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu.
A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando Ana foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa. Harry viu o fantasma do fradinho Gorducho acenar alegremente para ela.
— Susana Bones!
— LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu outra vez, e Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana. — Teo Boor
— CORVINAL!
Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que aplaudiu, vários alunos da Corvinal se levantaram para apertar a mão de Teo quando o menino se reuniu a eles.
Mádi Brocklehurst foi para a Corvinal também, mas Lilá Brown foi a primeira a ser escolhida para a Grifinória e a mesa na extrema esquerda explodiu em vivas, Harry viu os irmãos gêmeos de Rony assobiarem.
Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Talvez fosse a imaginação de Harry, mas depois de tudo que ouvira sobre a Sonserina, achou que eles formavam um grupo de aparência desagradável.
Estava começando a se sentir decididamente mal agora.
Lembrou-se da seleção para os times, nas aulas de esporte de sua velha escola. Sempre fora o último a ser escolhido, não porque não fosse bom, mas porque ninguém queria que Duda pensasse que gostavam dele.
— Justino Finch-Fletchlev!
— LUFA-LUFA!
Às vezes, Harry reparou, o chapéu anunciava logo o nome da casa, mas outras levava um tempo para se decidir.
Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha ao lado de Harry na fila, passou sentado no banquinho quase um minuto, antes de o chapéu anunciar que iria para a Grifinória.
— Hermione Granger!
Hermione saiu quase correndo até o banquinho e enfiou o chapéu, ansiosa.
— GRIFINÓRIA! — anunciou o chapéu. Rony gemeu.
– Nossa nós conhecemos vários filhos de pessoas que estudaram no colégio na época de vocês- Falou Scorp.
–Isso é meio óbvio já que todos são bruxos- Falou James S.
Um pensamento horrível ocorreu a Harry, como fazem os pensamentos horríveis quando a pessoa está nervosa. E se ele não fosse escolhido? E se ficasse ali sentado com o chapéu na cabeça cobrindo seus olhos durante um tempão, até a Professora Minerva arrancá-lo de sua cabeça e dizer que obviamente houvera um engano e era melhor ele pegar trem de volta?
– Caramba Harry você pensa positivo- Ironizou Ron.
Quando Neville Longbottom, o menino que não parava de perder o sapo, foi chamado, levou um tombo a caminho do banquinho. O chapéu demorou muito tempo para se decidir sobre Neville. Quando finalmente anunciou "GRIFINÓRIA", Neville saiu correndo com o chapéu na cabeça, e teve de voltar em meio a uma avalanche de risadas para entregá-lo a Morag MacDogal.
Todos riram do garoto.
Malfoy se adiantou, gingando, quando chamaram seu nome e teve seu desejo realizado imediatamente, o chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou:
— SONSERINA!
Faltava pouca gente agora.
Moon..., Nott..., Parkinson..., depois duas gêmeas, Patil e Patil..., depois Perks, Sara... E então, finalmente...
— Harry Potter!
Quando Harry se adiantou, correu um burburinho por todo o salão como um fogo de rastilho.
— Potter, foi o que ela disse?
— O Harry Potter?
A última coisa que Harry viu antes de o chapéu lhe cair sobre os olhos foi um salão cheio de gente se espichando para lhe dar uma boa olhada. Em seguida só viu a escuridão dentro do chapéu.
— Difícil. Muito difícil. Bastante coragem vejo. Uma mente nada má. Há talento, há, minha nossa, uma sede razoável de se provar. Ora isso é interessante... Então onde vou colocá-lo?
Harry apertou as bordas do banquinho e pensou "Sonserina não, Sonserina, não".
— Sonserina não, hein? — disse a vozinha. — Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, não? Bem, se você tem certeza, ficará melhor na GRIFINÓRIA!
– Uhu- Todos comemoraram como se não soubessem que ele fosse ficar naquela casa, vovô era o mais eufórico, é estranho chama-lo de avô sendo que ele é um pouco mais velho que você e é um gato, realmente vovó tem um ótimo gosto, me permiti rir desses pensamentos.
Harry ouviu o chapéu anunciar a última palavra para todo o salão. Tirou o chapéu e se encaminhou trêmulo para a mesa de Grifinória. Sentia tanto alívio por ter sido selecionado e ter escapado de Sonserina, que nem reparou que estava recebendo a maior ovação da cerimônia. Percy, o Monitor, se levantou e apertou sua mão com energia, enquanto os gêmeos Weasley gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!" Harry sentou-se defronte do fantasma com a gola de rufos que vira antes da cerimônia. O fantasma lhe deu uma palmadinha no braço, produzindo em Harry a sensação horrível e repentina de que acabara de mergulhar num balde de água gelada.
Agora ele via bem a Mesa Principal. Na extremidade mais próxima sentava-se Rúbeo Hagrid, cujo olhar encontrou o seu e lhe fez um sinal de aprovação. Harry retribuiu o seu sorriso. E ali, no centro da Mesa Principal, em um cadeirão dourado, encontrava-se Albus Dumbledore. Harry o reconheceu imediatamente pela figurinha que tirara no sapo de chocolate comprado no trem. Os cabelos prateados de Dumbledore eram a única coisa no salão inteiro que brilhava tanto quanto os fantasmas. Harry viu o Professor Quirrell também, o rapaz nervoso do Caldeirão Furado. Parecia muito extravagante num grande turbante púrpura.
E agora só faltavam três pessoas para serem selecionadas. Lisa Turpin virou uma Corvinal e depois foi a vez de Rony. A essa altura ele estava branco-esverdeado. Harry cruzou os dedos sob a mesa para dar sorte e um segundo depois o chapéu anunciou GRIFINÓRIA!
Harry bateu palmas bem alto como os demais quando Rony se largou numa cadeira a seu lado.
— Muito bem, Rony excelente — disse Percy Weasley pomposamente por cima de Harry na mesma hora em que Blás Zabini era mandado para a Sonserina. A Professora Minerva enrolou o pergaminho e recolheu o Chapéu Seletor.
Harry baixou os olhos para o prato dourado e vazio diante dele.
Acabara de perceber como estava faminto. As tortinhas de abóbora pareciam ter sido comidas havia anos.
Albus Dumbledore se levantara. Sorria radiante para os estudantes, os braços bem abertos, como se nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que vê-los todos reunidos ali.
— Sejam bem-vindos! — disse. — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas:
–Pateta! Chorão! Desbocado! Beliscão! Obrigado.
E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas. Harry não sabia se ria ou não.
— Ele é... Um pouquinho maluco? — perguntou incerto, a Percy.
– Não acredito Pai- falei junto de Al e James o que foi um pouco estranho.
— Maluco? — disse Percy despreocupado. — ele é um gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um pouquinho maluco, sim.
— Batatas, Harry?
O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de hortelã.
Não é que os Dursley tivessem deixado Harry com fome, mas nunca lhe permitiram comer tanto quanto quisesse. Duda sempre tirava tudo que Harry realmente queria, mesmo que acabasse doente. Harry encheu o prato com um pouco de cada coisa exceto os docinhos e começou a comer. Estava tudo uma delícia.
— Isto está com uma cara ótima — disse o fantasma de gola de rufos observando, tristemente, Harry cortar o rosbife.
— O senhor não pode...?
— Não como há quase quatrocentos anos — explicou o fantasma. — Não preciso, é claro, mas a pessoa sente falta. Acho que ainda não me apresentei? Cavalheiro Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens. Fantasma residente da torre da Grinfinória.
— Eu sei quem o senhor é! — disse Rony inesperadamente. — Meus irmãos me falaram do senhor. O senhor é, o Nick Quase Sem Cabeça.
— Eu prefiro que você me chame de cavalheiro Nicholas de Mimsy. O fantasma começou muito formal, mas o louro Simas Finnigan o interrompeu.
— Quase Sem Cabeça? Como é que alguém pode ser quase sem cabeça?
Sir Nicholas parecia muitíssimo aborrecido, como se aquela conversinha não estivesse tomando o rumo que ele queria.
— Assim — disse com irritação. E agarrou a orelha esquerda e puxou. A cabeça toda girou para fora do pescoço e caiu por cima do ombro como se estivesse presa por uma dobradiça. Era óbvio que alguém tentara decapitá-lo, mas não fizera o serviço direito.
Satisfeito com a cara de espanto dos garotos, Nick Quase Sem Cabeça empurrou a cabeça de volta ao pescoço, tossiu e disse:
— Então, novos moradores da Grifinória! Espero que nos ajudem a ganhar o campeonato das casas este ano! Grifinória nunca passou tanto tempo sem ganhar a taça. Sonserina tem ganhado nos últimos seis anos! O barão Sangrento está ficando quase insuportável. Ele é o fantasma da Sonserina.
–O que como assim a Sonserina tem ganhado nos ultimos seis anos? A Grifinória é ótima no quadribol e...
–E cale a boca James- Falou Lily E. irritada, vovô era tipo viciado em quadribol.
Harry deu uma olhada na mesa de Sonserina e viu um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados, uma cara muito magra e vestes sujas de sangue prateado. Estava ao lado de Malfoy, que, Harry ficou contente de ver, não parecia muito satisfeito com a distribuição dos lugares.
— Como foi que ele ficou coberto de sangue? — perguntou Simas muito interessado.
— Nunca perguntei — respondeu Nick Quase Sem Cabeça, educadamente.
Depois que todos comeram tudo o que podiam, as sobras desapareceram dos pratos deixando-os limpinhos como no início.
Logo depois surgiram as sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que se possa imaginar, tortas de maças, tortinhas de caramelo, bombas de chocolate, roscas fritas com geléia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos, gelatinas pudim de arroz...
Quando Harry se serviu das tortinhas de caramelo, a conversa se voltou para as famílias.
— Eu sou meio a meio — disse Simas. — Papai é trouxa. Mamãe não contou a ele que era bruxa até depois de casarem. Teve um choque horrível. Os outros riram.
— E você, Neville? — perguntou Rony.
— Bom, minha avó me criou e ela é bruxa, mas a família achou durante anos que eu era completamente trouxa. Meu tio-avô Algi vivia tentando me pegar desprevenido e me forçar a recorrer à magia. Ele me empurrou pela borda de um cais uma vez, eu quase me afoguei. Mas nada aconteceu até eu completar oito anos. Meu tio Algi veio tomar chá conosco e tinha me pendurado pelos calcanhares para fora de uma janela do primeiro andar, quando a minha tia-avó Enid lhe ofereceu um merengue e ele sem querer me deixou cair. Mas eu desci flutuando até o jardim e a estrada. Todos ficaram realmente satisfeitos. Minha avó chorou de tanta felicidade. E vocês deviam ter visto a cara deles quando entrei para Hogwarts. Achavam que eu não era bastante mágico para entrar, entendem. Meu tio Algi ficou tão contente que me comprou um sapo.
Do outro lado de Harry, Percy e Hermione conversavam sobre as aulas.
— Espero que elas comecem logo, tem tanta coisa para a gente aprender, estou muito interessada em Transfiguração, sabe, transformar uma coisa em outra, claro, dizem que é muito difícil, a pessoa começa aos poucos, fósforos em agulhas e coisas pequenas assim.
Harry, que estava começando a se sentir aquecido e cheio de sono, olhou outra vez para a Mesa Principal. Hagrid tomava um grande gole de sua taça. A Professora Minerva conversava com o Professor Dumbledore. O Professor Quirrell, com aquele turbante ridículo, conversava com um professor de cabelos negros e oleosos, nariz de gancho e pele macilenta.
Aconteceu muito de repente. O olhar do professor de nariz de gancho passou pelo turbante de Quirrell e se fixou nos olhos de Harry, e uma pontada aguda e quente correu pela testa de Harry.
— Ai! — Harry levou a mão à testa.
— Que foi? — perguntou Percy.
— N-nada.
A dor se foi com a mesma rapidez com que viera. Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve sob o olhar do professor. Uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.
— Quem é aquele professor que está conversando com o Professor Quirrell? — perguntou a Percy.
— Ah, você já conhece Quirrell é? Não admira que ele pareça tão nervoso, aquele é o Professor Snape. Ele ensina Poções, mas não é o que ele queria. Todo o mundo sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece um bocado as Artes das Trevas, o Snape.
– Como assim Snape? O Snape deu aula para vocês?- Perguntou James C. e Sirius ao mesmo tempo.
–Sim- Confirmou Tia Mione.
–Que azar o meu-Ouvi Severus reclamar- Dar aulas ao filho do Potter.
Harry observou o professor por algum tempo, mas Snape não voltou a olhar em sua direção.
Finalmente, as sobremesas também desapareceram, e o Profofessor Dumbledore ficou de pé mais uma vez. O salão silenciou.
— Hum... Só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição.
Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na direção dos gêmeos Weasley.
— O Sr. Filch o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem ter uma morte muito dolorosa.
Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso.
— Ele não está falando sério! — cochichou a Percy.
— Deve estar — respondeu Percy franzindo a testa para Dumbledore. — E estranho porque em geral ele sempre nos diz a razão porque somos proibidos de ir a algum lugar A floresta está cheia de animais selvagens, todo o mundo sabe disso. Acho que poderia ter dito aos monitores, pelo menos.
— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! — exclamou Dumbledore. Harry reparou que os sorrisos dos outros professores tinham amarelado.
Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.
— Cada um escolha sua música preferida — convidou Dumbledore — e lá vamos nós!
E a escola entoou em altos brados:
Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts,
Nos ensine algo por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos às cabeças precisadas De idéias interessantes.
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena.
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.
Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre. Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.
— Ah, a música — disse secando os olhos. — Uma mágica que transcende todas que trazemos aqui! E agora hora de dormir.
— Andando!
Os novos alunos de Grifinória seguiram Percy por entre os grupos que conversavam, saíram do salão principal e subiram a escadaria de mármore. As pernas de Harry pareceram chumbo outra vez, mas só porque estava muito cansado e saciado. Estava cansado demais até para se surpreender que as pessoas nos retratos ao longo dos corredores murmurassem e apontassem quando eles passavam, ou que duas vezes Percy os tivesse conduzido por portais escondidos atrás de painéis corrediços e tapeçarias penduradas. Subiram outras tantas escadas bocejando e arrastando os pés, e Harry começou a se perguntar quanto ainda faltava para chegar quando de repente pararam.
Um feixe de bengalas flutuava no ar à frente deles, e quando Percy avançou um passo em sua direção, começaram a assaltá-lo.
— Pirraça — cochichou Percy para os alunos do primeiro ano. — Um Poltergeist.
–Ai ai eu amo esse fantasma, sempre nos ajudando a pregar pegadinhas- Falou Sirius logo adquirindo seu sorriso arrogante- Não que nós precisemos não é Ranhoso?
— E falou em voz alta — Pirraça, calma.
Um som alto e grosseiro, como o ar escapando de um balão respondeu.
— Quer que eu vá procurar o barão Sangrento?
Ouviram um estalo e um homenzinho com olhos escuros e maus e a boca escancarada apareceu, flutuando de pernas cruzadas no ar, segurando as bengalas.
— Oooooooooh! — disse com uma risada malvada. — Calourinhos! Que divertido!
E mergulhou repentinamente contra eles. Todos se abaixaram.
— Vá embora, Pirraça, ou vou contar ao barão, e estou falando sério! — ameaçou
Percy.
Pirraça estirou a língua e desapareceu, largando as bengalas na cabeça de Neville. Eles o ouviram partir zunindo, fazendo retinir os escudos de metal ao passar.
— Vocês tenham cuidado como Pirraça — recomendou Percy, quando retomaram a caminhada. — O barão Sangrento é o único que consegue controlá-lo, ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.
No finzinho do corredor havia um retrato de uma mulher muito gorda vestida de rosa.
— Senha? — pediu ela.
— Cabeça de Dragão — disse Percy e o retrato se inclinou para frente revelando um buraco redondo na parede. Todos passaram pelo buraco. Neville precisou de um calço. E se viram na sala comunal da Grifinória, um aposento redondo cheio de poltronas fofas.
Percy indicou às garotas a porta do seu dormitório e, aos meninos, a porta do deles. No alto de uma escada em caracol era óbvio que estavam em uma das torres encontraram finalmente suas camas, cinco camas com reposteiros de veludo vermelho-escuro.
As malas já haviam sido trazidas. Cansados demais para falar muito, eles enfiaram os pijamas e caíram na cama.
— Comida de primeira, não foi? — comentou Rony para Harry pelos reposteiros. — Se manda, Perebas! Ele está roendo os meus lençóis.
Harry ia perguntar a Rony se ele provara as tortinhas de caramelo, mas adormeceu quase imediatamente.
Talvez Harry tivesse comido demais, porque teve um sonho muito estranho. Estava usando o turbante do Professor Quirrell, que não parava de conversar com ele, dizendo que devia se mudar para Sonserina imediatamente, porque era seu destino. Harry disse ao turbante que não queria ir para Sonserina, o turbante foi ficando cada vez mais pesado, Harry tentou tirá-lo, mas ele começou a apertar sua cabeça até doer e aí Malfoy apareceu, rindo do esforço dele. Depois Malfoy se transformou no professor de nariz de gancho, Snape, cuja gargalhada ecoou alta e fria, houve um clarão verde e Harry acordou, suado e trêmulo.
–Que pesadelo em- Comentou Al.
Mudou de posição e voltou a dormir, e quando acordou no dia seguinte, nem se lembrou que tinha sonhado.
–Acabei- Falei.
–Hm eu posso ler?- Perguntou para surpresa geral Severus Snape.
–Hm, claro- Afirmei e dei a ele o livro, ele ao ler o título do capítulo sorriu e falou:
–CAPÍTULO OITO
O Mestre das Poções...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!