Prólogo.
Notas iniciais do capítulo
Bom, apesar da história não se passar no mundo bruxo, espero que vocês gostem.
~*~
– Lily, é sério. Você deve ir ao médico! Além de estar completamente sozinha em um país desconhecido... – Marlene ralhava com Lily, que já estava ficando abusada.
– Lene, é o meu sonho! O país que eu acho que deveria estar desde sempre. – Lily bufou, e chacoalhou-se com o movimento irregular do ônibus.
– Lily, você está doente e precisa ser medicada. Quer ficar doente, Lílian?
– Marlene, eu só estou com um mal estar, vai passar. E até porque, não posso ir ao hospital. – Lily suspirou cansada.
– Porque, Lílian?
– Por que... Sabe, não estou em boas condições aqui. – Disse baixo. Estava cansada. Apesar de estar onde sempre quis, agora não parecia uma boa ideia, mas não se daria por vencida. Nunca. Era muito teimosa.
– Lílian, todo dia eu te pergunto como está e me responde que está bem. Como isso está acontecendo? – Marlene exaltava-se do outro lado do oceano.
– Marlene, falo com você depois, preciso ajeitar a minha vida. – Desligou o telefone na cara da amiga e, finalmente, desceu do ônibus. Já estava sentindo-se mal com todo aquele sacolejo.
Pelas ruas londrinas, andou rapidamente. Hoje, provavelmente, seria o dia de despejo de seu apartamento. Estava mais quebrada do que qualquer mendigo.
Atravessando ruas, trombando em pessoas apressadas para mais um dia fatídico em seus trabalhos ou casa sem se preocupar com qualquer um que estivesse à sua volta.
Deprimente, pensou a ruiva.
– Você é a senhorita Evans? – Perguntou-lhe um cara comum ao chegar à portaria do prédio caído. Precisava de uma reforma.
– Sim, senhor. – Respondeu-lhe apreensiva.
– Bem, por falta de pagamento e pela parte do dono, estamos tirando-lhe do imóvel.
– Como? Mas eu conversei com ele!
– Não, a ordem dele foi clara e foi para hoje. – O homem respondeu por fim e entrou novamente no apartamento.
Lily tentou segui-lo, mas impediram-na.
Expulsa de sua única casa ali, não sabia o que fazer.
Sentada no asfalto frio, Lily tentava achar uma possível solução. A mente trabalhava incansavelmente e o coração espremia-se cada vez mais no peito, sendo tomado cada vez mais pela solidão, que queria se expressada pelos olhos.
– Senhorita Evans? – O homem chamou Lily, que prontamente levantou- se e respondeu.
– Já estamos indo, só sobrou isso da senhora. – Ele entregou-lhe uma caixa de papelão média.
– O-obrigada. – Finalmente, a ruiva conseguiu verbalizar. As palavras pareciam tão longes e difíceis.
– Adeus. – Ele disse e saiu com outros homens.
– Meu Deus, me ajude. Mande-me ajuda. Por favor. – Suplicou Lily aos céus; talvez alguém a escutasse; talvez alguém escutasse suas preces.
–- # --
– Ei, moça. – Lily sentiu-se ser cutucada.
Acordando, Lily visualizou uma mulher com cabelos lisos e loiros, olhos azuis expressivos e de pele rosada.
– Ah, desculpa. – Lily ajeitou-se no banco e varreu com os olhos o local em que estava: parecia um teatro.
As lembranças foram ficando mais claras em sua mente; o choro, a caixa, e o show grátis no teatro; emocionada pela música, dormiu e nem percebeu.
– Desculpe-me. Eu... Eu perdi a hora e... – Lily tentava se explicar.
– Não precisa. – A mulher sorriu amavelmente.
– Aliás, meu nome é Dorcas Meadowes. Fui eu que toquei aqui e cantei. – A mulher estendeu a mão e Lily sorriu.
Passou as costas da mão sobre o rosto limpando os vestígios de lágrimas e aceitou a mão, dizendo:
– Prazer. Eu sou Lílian Evans. Ah! Adorei seu show. – A ruiva sorriu fraquinho.
Dorcas, percebendo que Lily estava mal, convidou à ruiva.
– Você gostaria de tomar um café na minha casa? Está ficando muito frio aqui em Londres ultimamente, chocolate quente sempre é uma boa solução.
Lily pensou em recusar o convite. Olhou hesitante para seus únicos pertences: a caixa de papelão. Não tinha nada a perder, talvez fosse bom, ajudar-lhe-ia há ficar um pouco melhor.
– Tudo bem. – Aceitou de bom grado.
Dorcas sorriu e acompanhou Lily na caminhada.
– Bom, pode me chamar de Dor.
– Pode me chamar de Lily.
–- # --
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!