fogo - capítulo único



Fogo


James Potter encarava a ruiva que conversava com um lufano alguns metros adiante. Linda, com seus cabelos vermelhos caindo em ondas pelas costas, a saia que ia até o meio da coxa e a gravata frouxa davam-lhe um ar despojado, ela sorria. James trincou os dentes, não iria demonstrar ciúmes, nunca! Virou-se e se embrenhou por um dos corredores da escola, sabia que em alguns minutos ela passaria por ali.


O barulho das botas de salto alto ecoaram ao longe, e James entrou pela porta aberta de uma das salas, escondendo-se. A qualquer momento ela apareceria, e quando ele enfim viu a massa de cabelo ruivos passando, abriu a porta e puxou a garota para dentro, antes que ela pudesse falar algo ele a jogou contra a parede beijando-a.


O beijo era intenso –assim como todos eles eram- uma das mãos subiu pela coxa dela, a outra segurava-lhe o pescoço, enquanto suas línguas realizavam uma complicada dança. Ela era sensual ao extremo, James sentiu seu peito subir e descer intensamente devida a intensidade das coisas.


- Sentiu saudades Potter? –Ela falou depois de finalmente parar de beijá-lo. Ele riu com escárnio.


- Pensei que você estivesse com saudades, Evans! –ele retrucou, a risada dela ecoou pela sala.


- Desculpe desapontá-lo. –disse irônica.


- Você não costuma me desapontar. –ele falou antes de beijá-la novamente.


Ela era fogo, puro. Insaciável. Incansável. Um furacão no qual James há muito tempo havia se perdido. Impossível de resistir por muito mais tempo, James afastou-se da parede levando Lily consigo, jogou-a em cima de uma das mesas, sem deixar de beijá-la. As mãos dela subiam e desciam pelo seu peito, a camisa estava aberta e ela contornava seus músculos com movimentos lentos, era alucinante a forma como ela lhe causava tantas sensações.


Ela era um mar em fúria no qual ele não cansava de se afogar.


 


.:.


A festa estava no auge, a música alta levava os alunos a deixarem a timidez de lado e soltarem-se na pista de dança lotada, e no meio deles lá estava ela. O vestido preto colado ao corpo ressaltava suas curvas, o decote em V acentuava seus seios fartos, o negro lhe caia bem, sempre. Destacava sua pele branca como a neve e seus cabelos vermelhos, sem falar nos incríveis olhos verdes. Naquela noite eles se destacavam na maquiagem pesada que ela usava, seus olhos eram como dois faróis encarando James do meio da pista. Ela estava provocando-o, a forma como mexia o corpo lenta e sedutoramente.


A menos de um minuto ela havia gritado com ele, humilhado-o na frente de tanta gente –como sempre fizera- James estava fervendo de raiva, estava cansado disso, depois de tantos anos sendo humilhado pela garota, oque ele mais queria no momento era que ela se danasse. Virou mais um copo de firewhisky sem nem sentir o gosto, depois de tantos a bebida nem ardia mais em sua garganta.


E lá estava ela dançando e rindo com as amigas, provocando-o e desafiando-o a ir até lá. Ele não iria, ninguém sabia desse “lance” que havia entre eles, dos beijos, dos amassos, das noites na sala dos monitores, as coisas aconteceram de forma tão rápida, era meio que um trato não dito que a coisa toda seria mantida em segredo. James logo descobriu que odiava segredos.


Então, como fumaça ela havia sumido, James correu os olhos pela pista procurando por ela. Nada. Nenhuma ruiva espetacular com um vestido negro dançava, e também não estava no bar.


“Dane-se” pensou James, estava cansado daquela ruiva mandona e não iria atrás dela. Preferia voltar sua atenção para outras beldades que dançavam na pista.


 


.:.


James caminhava tranquilamente em direção a sala comunal dos monitores da Grifinória, não estava afim de dormir no dormitório dos Marotos naquela noite, queria paz e tranquilidade para por os pensamentos em ordem.


A noite não havia sido um fiasco afinal, além da humilhação costumeira, havia se divertido ao lado de uma garota da Corvinal loirinha que encontrara na pista de dança, ainda conservava o gosto de cerejas de seu batom nos lábios. Riu ao lembrar-se da garota derrubando bebida no seu belo vestido vermelho. Garotas! Sempre sendo desastradas em sua presença.


Abriu a porta da sala comunal e  toda e qualquer expectativa de tranquilidade foi por água abaixo. Lily estava lá, apoiada em uma das janelas observando o céu estrelado.


- Você demorou –disse ela.


- Eu estava me divertindo! E quando a gente se diverte acaba perdendo a noção do tempo. Não que eu lhe deva explicações. –ele falou frio. Ela riu, uma risada sem um pingo de emoção.


- Ela era bonita pelo menos? –zombou Lily. –Ela chegava aos meus pés?


Lily deixou seu posto perto da janela e aproximou-se do rapaz, sua voz estava baixa e rouca, James sentiu arrepios subirem por sua espinha.


- Ela mexeu com você? Fez você se sentir dessa mesma forma? –ela perguntou roçando seus lábios nos dele.


A respiração dele ficou pesada, não conseguia entender como ela conseguia despertar essas sensações nele, porque diabos ela tinha tanto poder sobre ele, sobre seus sentimentos. Ela acabou com a distância entre seus lábios e beijou-o, um beijo repleto de desejo e luxúria. Suas mãos ágeis arrancaram-lhe o terno, James segurou-lhe pela cintura sentando-a na mesa, beijavam-se como se nunca mais fossem ter essa chance de novo.


Quando estavam juntos dessa forma, não havia meio termo, tudo era confuso, intenso e desesperado, haviam se perdido nessa loucura. Porque era loucura. Era quase doentio, a necessidade, o desejo, a paixão tudo um milhão de vezes aumentado, mais forte.


Beijava-a como se sua vida dependesse disso, como um homem faminto a procura de alimento, seus lábios eram o néctar que lhe dava força, sua mãos frágeis descendo e subindo pelo seu corpo que causava pequenos choques, seus gemidos baixos eram como melodia, uma melodia capaz de hipnotizá-lo e levá-lo à loucura.


Foi então que James se lembrou de tudo o que já havia acontecido até ali, todos os anos de humilhação, brigas, todas as vezes que fora esnobado e rebaixado. “Chega”pensou, ele precisava dar um basta naquilo, ou parava agora, ou não pararia nunca mais.


- Chega Evans! –falou ele saindo de cima dela. –Isso acaba aqui. Não vou deixar você fazer isso Lily, não vai brincar comigo dessa forma.


Um sorriso desdenhoso surgiu nos lábios dela.


- Tarde demais James, você já deixou. –a forma como ela disse o seu nome causando-lhe arrepios. – Estamos metidos nisso até o pescoço, estamos nos afundando cada vez mais...–ela falou caminhando até ele. – Você pode até tentar subir à superfície, mas eu escolho continuar afundando.


.:.


- Você acredita em destino James? – perguntou Lily deitada ao seu lado na cama.


- Sim –ele respondeu. –E você?


Não houve resposta. Ela encarava o teto pensativa:


- Às vezes, eu acho que o destino é ironicamente cruel – falou ela. Suas pernas estavam cruzadas às dele embaixo dos lençóis, os dedos dele deslizavam preguiçosamente pelos cabelos vermelhos dela.


Ela fechou os olhos por um momento, e quando os abriu encarando-o James teve uma certeza:


Afundando...era exatamente assim que James se sentia, afundando-se. E sabia que não importava o que aconteceria dali em adiante, afundaria cada vez mais.


- Como...como nó acabamos nessa situação? –ele perguntou.


- Nós brincamos com fogo, James! E você sabe o que acontece às pessoas que brincam com fogo! –ela respondeu.


- Elas queimam! –falou James. –Então, nós estamos queimando agora?


- Ah James, você e eu acendemos os fósforos ao mesmo tempo, estando embebidos em gasolina! Nós já queimamos há muito tempo!! –ela respondeu.


James encarou seus olhos verdes como esmeraldas, não havia raiva, desejo, mágoa nem ironia neles, havia verdade a mais pura das verdades. E foi nesse momento que James finalmente percebeu que, não importa o quanto lhe oferecessem salvação ele escolheria afundar. Nela, com ela, pelo resto de seus dias.


 Afinal, eles já haviam riscado os fósforos, que deixassem queimar...


 

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Comentários (2)

  • gabyhosanas

    Gostei bastante da sua fic. Eu sempre escrevo as Lílians mais comportadas, mas confesso que adoro as Lílians dominadoras e decididas, como essa. Só acho que poderia deixar a fic livre, não há nada impróprio para menores de 16 anos ;) Pelo menos, não ao meu ver. Você escreve muito bem. Adorei.  

    2014-01-11
  • Diênifer Santos Granger

    Ameeeeeeeeei de mais a fic! Perfeita! Não lia um fic perfeita sobre eles a muuuuito tempo! Parabéns!!!

    2014-01-07
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