Confissão, amizade e decepção
Confissão, amizade e decepção
- Gina - Harry não sabia por onde começar. - Ontem... você... você sabia que eu estava lá, não sabia?
- No banheiro? - perguntou Gina sem rodeios. - Você ainda tem dúvida?
- Mas... - Harry corou. - Aquilo que você fez com a Mione... você, bem... você costuma fazer?
- Está querendo saber se eu fiz aquilo porque sabia que você estava lá? - perguntou Gina com simplicidade.
Harry balançou a cabeça e enfiou um pãozinho na boca.
- Na verdade sim... e não. Olha, Harry, eu tenho uma cofissão a fazer. Preciso contar a alguém... mas precisa ser alguém de confiança... alguém que me entenda.
- Hum - fez Harry, mastigando o pãozinho.
- Você é de confiança - disse Gina, depressa.
- O.k. - falou, sem jeito. - Obrigado. Hm, quer me dizer, então?
Dot, a empregada, passou varrendo o chão da cozinha.
- Pensando bem, é melhor me contar lá no quarto.
- Muito bem, pode falar - disse Harry, se sentando na cama.
- É o següinte - Gina se sentou ao lado do garoto. - Eu nunca dei sorte com garotos...
Harry a fitou, intrigado.
- Se liga, Harry. Estou dizendo que nunca dei sorte em namoro, com garotos.
- Mas, porque? - falou Harry, a admirando. - Você é tão bonita; inteligente...
- Oh, obrigado, Harry - disse Gina. - Mas a questão é que... Primeiro Miguel foi para a Cho. Depois Dino me trocou pelo Simas...
- Simas? - falou Harry, sem entender. - Dino Thomas te trocou pelo Simas?
- Ele é gay.
- Ah - compreendeu Harry. - Eu não sabia.
- Pois é - continuou Gina, desanimada. - E você nunca me deu bola.
- Quê! - falou Harry, indignado. - Não é bem assim.
- Não disfarça, Harry.
- Não, é sério... - disse Harry, nervoso. - Você nunca me disse nada...
- Mas o que eu queria contar - falou Gina, com um gesto de impaciência. - É que, há um tempinho... eu resolvi mudar de lado.
- Mudar de lado? - repetiu Harry, sem entender.
- Eu sou lésbica - disse Gina, depressa.
Harry fitou a garota, surpreso.
- Que legal - falou Harry, estendendo a mão. - Parabéns.
- Harry, sem fingimento...
- Não, Gina. É sério - disse Harry, com sinceridade. - É uma surpresa pra mim. Mas eu não acho que isso seja um motivo para você se envergonhar.
- Você acha? - perguntou Gina, encarando o garoto, insegura.
- Claro - confirmou ele. - É uma coisa diferente. Sabe, você tem é que se orgulhar disso. Não tenha vergonha de ser quem você é, Gina.
- Ah, Harry, obrigado - disse Gina, abraçando ele. - Eu sabia que você entenderia.
- Não é nada.
- Você poderia não dizer nada a ninguém? - pediu Gina.
- O.k. - concordou Harry.
Os dois mergulharam em silêncio, até que...
- E você e a Hermione? - perguntou Gina.
- Que é que tem?
- Harry, ela é apaixonada por você - falou Gina, com simplicidade. - Você gosta dela?
- Gosto - disse Harry, corando.
- Então deixa a timidez de lado e diz a ela - disse Gina, parecendo animada.
- É que eu tenho medo de levar um fora - justificou Harry.
- Ah, qual é, Harry - disse Gina, pegando a mão do garoto. - Será que você não ouviu ela ontem? Ela te adora. O problema é que ela é tímida, que nem você, por isso nunca teve coragem de chegar em você.
Harry pensou por um minuto; nos últimos dias sentia um sentimento maior por Hermione, e, afinal, eles até já haviam se beijado uma vez... sendo desgraçadamente interrompidos pela Dot.
- Ela me disse que vocês se beijaram - disse Gina, como se estivesse lendo os pensamentos do garoto. - Diz que foi maravilhoso.
Harry sorriu para Gina; se sentia mais seguro com a amiga.
- Quer uma ajudazinha para chegar nela?
- Não - disse Harry, com firmeza. - Hoje eu tomo coragem. Deixa que eu falo com ela.
- Puxa, Harry, estou torcendo por vocês - Gina abraçou o garoto mais uma vez. - Mande brasa. Tenho certeza de que ela vai aceitar.
- Mas, você tem alguma idéia? É que eu quero impressionar ela. O que você sugere?
Gina pensou. Até que falou:
- Ora, isso é fácil...
Mione,
Esta é a carta mais difícil de toda a minha vida. Mas eu tenho uma coisa a lhe declarar: desde que te conheci, achei você o máximo. Achei você uma ótima amizade. No segundo ano em Hogwarts, eu quase tive um choque ao saber que você fora petrificada pelo basilisco. No terceiro ano, você me impressionou mais do que nunca, com a sua inteligência, ao me ajudar a libertar Sirius e salvar a vida de Bicuço. No quarto ano, eu ainda era meio "lerdo", mas descobri que Rony não era o único que queria decapitar Krum por este ir com você ao baile. No nosso quinto ano, eu fiquei louco ao saber que você e Rony ficaram juntos na Ordem, enquanto eu ficava encalhado na rua dos Alfeneiros; e fui o maior idiota ao ficar com Cho Chang, eu achava que sabia o que queria, mas me enganei. No sexto, alguma coisa começou a despertar dentro de mim, mas eu, pateticamente, escondi de você e até mesmo de mim. Ontem, quando cheguei na sua casa, ao te ver senti, novamente, uma sensação estranha. E depois nós nos beijamos; um beijo que me despertou ainda mais. Então, para estar hoje aqui, escrevendo-lhe esta carta, cheguei a uma conclusão, e a uma decisão: estou apaixonado por você, e quero ser seu namorado. Sei que há chances de você me descartar, mas eu me arrisco de cara e coragem.
Com amor,
Harry.
Foi uma ótima idéia, a da Gina, pensou Harry, satisfeito, pois talvez ele não consegüiria dizer o que sente por Hermione, e pela carta tudo facilitaria.
- Harry - chamou Hermione, quando chegara na casa. - Vamos a sorveteria?
Harry guardou a carta no bolso; a entregaria mais tarde.
O bairro de Greenfield era um lugar calmo. Montanhas rodeavam a pequena cidade, o que fez Harry lembrar que devia estar realmente muito longe da casa dos Dursley.
A sorveteria não era muito longe da casa dos Granger. Um lugar onde muitos observavam Harry, com curiosidade, talvez pelo fato do garoto nunca ter estado lá.
Harry admirava a brisa suave passar pelos cabelos de Hermione, quando esta se dirigia ao balcão. Ele a admirava como nunca. Ela era belíssima...
- Tá dormindo, ô mané? - ralhou um rapaz, em que Harry, em sua distração, o esbarrara.
O rapaz devia ter uns dois anos a mais do que Harry. Tinha pinta de ser alguém muito popular. Tinha mais gel no cabelo do que outra coisa; e usava óculos escuros.
Um grupinho de garotas excitadas cochichavam, apontando para o garoto.
- Desculpe - pediu Harry.
- Ah, minha jaqueta - disse o rapaz, retirando uma jaqueta escura e muito chique, na qual derrubara vinho ao trombar com Harry.
Ele jogou a jaqueta para trás.
- Tudo bem. É um "novato", não é? Nunca te vi por aqui, garoto - disse ele, parecendo não notar que as garotas risonhas lutavam para ver quem ficava com a jaqueta do playboy.
- Meu nome é Harry - disse Harry, estendendo a mão.
- E eu sou John - disse o rapaz, recusando o aperto. - Agora, se me dá licença.
John se dirigiu a outro garoto, que só não era exatamente igual a ele pelo fato de ser loiro.
Harry escolheu uma mesinha, longe de John e das garotas risonhas. Ele começou a ensaiar sua "declaração" a Hermione.
- Aqui está - Hermione chegou a mesa e depositou dois sorvetões de morango. - Será que você poderia me esperar? Vou ao banheiro.
Harry viu a garota se distanciar para o lado do playboy, aonde havia uma porta que dava acesso ao banheiro. O garoto que estava com John o cutucou quando ela passou; mas ela não dera bola.
Harry tirou a carta do bolso e começou a analisá-la. Entregaria à garota assim que ela voltasse.
Harry olhou novamente para o canto de John e seu comparsa... sentiu uma dor no coração ao ver a cena: John, agarrado a Hermione, a beijava.
Harry, sem pensar em mais nada, largou a carta na mesa, se levantou com violência, e deu o fora da sorveteria, sem ao menos olhar para trás.
Harry começou a andar, sem perceber para onde exatamente estava indo.
Quando virou uma esquina, de cabeça baixa e mãos no bolso, atropelara uma garota.
- Desculpe - disse Harry, apressando-se a ajudar a garota a se levantar.
Era uma bela garota. Devia ter a mesma idade de John. Morena, de cabelos curtos, e olhos quase tão verdes quanto os de Harry. Ela vestia uma saia que, na opinião de Harry, era curta demais, pois suas coxas eram totalmente visíveis.
Harry percebeu por um instante, que a garota ia xingá-lo, mas quando esta viu seu rosto, simplesmente sorriu.
- Tudo bem - disse ela. - Não foi tão grave. Meu nome é Isabela, e o seu? - acrescentou, dando uma olhada geral no garoto.
- Harry - disse ele, desanimado.
Isabela beijou o rosto de Harry.
- Muito prazer - disse ela, pegando nas mãos do garoto. - Vamos para a minha casa? Nos conhecermos, sabe? Bater um papinho...
C-O-M-E-N-T-E-M!!!
Anderson Gryffindor
Comentários (1)
Jezius!!!!
2014-05-05