São apenas palavras
Rose acordou em uma floresta, suas roupas cheias de poeira e de folhas secas. Naquele momento, ela estava usando apenas um vestido branco de seda. Apesar do vento gélido passar facilmente pelo tecido fino, ela não sentia nenhum frio. Seus olhos, claros e atentos, vagaram pelo ambiente ao seu redor, tentando achar alguma coisa familiar. Ao não achar, expirou exasperada com a situação.
Deu de ombros e começou a caminhar entre as árvores, sentindo leves pontadas nas solas dos seus pés quando galhos secos arranhavam os mesmos. Afastava várias camadas de plantas com as mãos, que pareciam aparecer misteriosamente em sua frente. Seus dedos, apesarem de serem pequenos, cortavam facilmente a vegetação. Seus olhos lacrimejaram quando a fumaça os tocou, logo depois envolvendo-a por completo.
Espere… Fumaça? Ela tossiu, cobrindo seu nariz com a barra do vestido. A garota com cabelos ruivos seguiu em direção da fumaça, pensando que acharia alguém que a pudesse ajudar. Para o que exatamente, ela não sabia. Rose fazia uma careta cada vez que a fumaça ficava mais densa, mas ao mesmo tempo pensava que estava ficando cada vez mais perto de ajuda. Os seus pulmões estavam lutando por ar, mas ela não se importou, apenas continuou caminhando.
Quando a floresta acabou, um campo de trigo chegou. Ela franziu o cenho, pensando como maluco e sem noção era aquilo. Rose voltou a caminhar, só que dessa vez o solo era mais macio e fazia cócegas nas solas dos seus pés. O fogo foi visto no horizonte e a garota deixou os passos calmos para lá. Sentiu o vento bater em seu rosto enquanto corria desesperada em direção das chamas, clamando por ajuda.
Não demorou muito para que se aproximasse das chamas, e logo conseguisse enxergar a pessoa que estava atrás das mesmas. Um homem com um sorriso bondoso e olhos gentis a encarava, e ela recuou um passo. Seus olhos apertaram-se, enquanto ela o estudava completamente. Ela colocou as mãos na boca quando reconheceu ele, enquanto seu rosto expressava uma clara surpresa.
“Você é o pai do Ted. Remo Lupin.” Ela disse, com certa descrença. Ela deu um passo hesitante em direção do homem, perguntando-se se era seguro aquele movimento.
“Sim, de fato eu sou. Obviamente, eu a conheço, Rose Weasley.” Remo falou, ainda com o sorriso gentil no rosto. “Você precisa salvá-lo, Rose. Entenda, eu só fui capaz de entrar em seu sonho. Então, por favor, salve-o.” O sorriso gentil havia desaparecido, e uma expressão séria marcava o seu rosto. “Eles estão voltando.”
“Eu tenho que salvar quem?” Perguntou ela, confusa e desesperada com o pedido do homem. Ela começou a esfregar os braços quando um frio repentino encheu o ambiente. Ela tocou o braço de Remo, seu olhar severo. “Eu tenho que salvar quem?” Ela repetiu.
“Salve-” Ele começou, mas algo o interrompeu. Um rosnado, curto e perigoso, rompeu pelo campo de trigo. O homem, com o sorriso bondoso, apertou a mão da garota, quando sussurrou para ela: “Você tem que ir. Acorde.” E passou o dedo sobre a têmpora dela.
A garota ofegou na cama, enquanto seus olhos abriam-se espantados. Uma brisa gélida tocou seu corpo suado logo que ela saiu da cama apressada. Ela lembrou-se do fogo, das chamas que queimavam vorazmente. Rose lembrou-se de Lupin, o pai de Ted. A garota sentou-se no chão, encostando-se na cama, seus cabelos ruivos espalhados pela mesma. O que ela devia salvar? O que havia acontecido? E principalmente, o que Lupin estava fazendo em seus sonhos?
Rose ouviu uma cama ranger com a falta de peso e logo ela teve deslumbre de um emaranhado de cabelos loiros desgrenhados. Sentiu uma mão em seu ombro, e quando se virou para ver quem era, viu Alice Longbottom II. Alice passou um braço em volta dos ombros da garota enquanto sentava-se ao lado dela, observando-a enquanto algumas lágrimas solitárias escorriam pelo rosto da garota.
Quando voltou os olhos novamente para Alice, percebeu que a mesma estava com um sorriso bondoso nos lábios. Alice delicadamente retirou os cabelos grudados da pele de Rose, enquanto dava um suspiro. Apoiou-se também na cama da garota, enquanto a observava com um olhar preocupado no rosto.
“O que aconteceu, Rose?” Perguntou ela, e a garota de cabelos cor de fogo percebeu que, além da preocupação, havia um pouco de medo.
“Eu…” Ela começou, tentando manter seus pensamentos calmos, enquanto soluços escapavam de sua boca. “Tenho que falar isso junto com Roxy. Eu preciso contar o que anda acontecendo para ambas, e em um lugar mais seguro que… Aqui.” Falou, sussurrando. Estava se referindo às colegas de dormitório. Não é que Rose não gostasse das colegas, mas não confiava nelas o bastante para falar em “público”.
Alice apenas acenou com a cabeça, compreendendo o que a amiga havia dito. Ela levantou-se, alisando a camisola. Rose limpou os olhos com às costas da mão, enquanto observava a amiga. Alice, ao perceber que a garota continuava sentada, arqueou a sobrancelha.
"Você vai ficar sentada aí para sempre?" Perguntou, dando uma risada baixa.
"Eu... Eu vou sair." Quando a amiga abriu a boca para falar algo, Rose continuou: "Preciso me acalmar, não se preocupe. Está quase amanhecendo, então o zelador deve estar dormindo. Desculpe-me, mas você precisa dormir mais que eu, Lice. Eu tenho que colocar as coisas em ordem na minha cabeça. Te encontro no café da manhã." E pegou a mão da garota, apertando-a de leve.
Quando ouviu a cama ranger novamente, começou a se despir, trocando sua camisola azul pela suas vestes da Corvinal. Parou por um momento para admirar o M sobre o brasão de sua casa, destacado do prata e do azul. Um sorriso, quase imperceptível, passou pelos lábios da garota, mas ela logo lembrou-se do porquê de ter pegado as vestes e esse desmanchou-se em questão de segundos.
Ela suspirou, e começou a vestir as vestes, o mais rápido que pode. Seu corpo não estava mais suado e Rose considerou aquilo um alívio. Sabia que não deveria sair do dormitório aquelas horas, principalmente sendo a monitora, mas não tinha que pegar um pouco de ar, e pensar um pouco sobre o seu sonho daquela noite.
Os sonhos malucos deveriam ter parado quando ela colocou os pés em Hogwarts, mas não foi o que aconteceu. Parecia que eles estavam cada vez mais piorando, fazendo-a ficar louca cada vez mais. Obviamente, Rose não permitiria que sonhos idiotas fizessem com que mudasse a sua vida completamente, mas tinha algo sobre eles que a incomodavam muito. Talvez ela descobrisse alguma ligação entre eles, e futuramente parasse com essa paranoia.
Após vestir as vestes, pegou a sua varinha e saiu silenciosamente do dormitório feminino. Murmurou "Lumos" e logo a luz saiu da ponta da varinha, iluminando o seu caminho. Estava quase amanhecendo, mas mesmo assim os corredores estariam escuros, e provavelmente a última coisa que ela precisaria era de uma detenção. A garota hesitou em sair do Salão Comunal, mas logo os seus pensamentos começaram a se amontoar em sua cabeça, fazendo com que ela saísse rapidamente do local.
Como ela previu, os corredores estavam escuros. A única coisa que os iluminava era a luz que saía da ponta de sua varinha. Ela tentava não fazer muito barulho com seus passos, mas era quase impossível em meio aos corredores vazios. Rose, por um momento, fez com que sua mente vagasse para o seu sonho, imaginando o que ela teria que salvar. Até onde ela sabia, Ted estava feliz e salvo, namorando Victorie. Algo que ela achava muito fofo, aliás.
Rose ouviu passos ao seu corredor da esquerda e logo ordenou para sua varinha "Nox". Ela olhou em volta, sem saber para onde ir. Era da sua ciência que não deveria estar perambulando pelos corredores aquela tarde da noite, mas era necessário. Alguém a puxou pelo braço, e ela quase soltou um grito, mas uma grande mão tampou sua boca impedindo-a de fazer. Só então seus olhos captaram quem era. Scorpius. Assim que ele retirou a mão da boca dela, Rose abriu-a para xingá-lo, mas Scorpius colocou o dedo nos lábios, pedindo silêncio.
Pelo canto dos olhos, a garota conseguiu ver o zelador caminhando, observando cada canto. Ele passou reto pela fresta onde ambos estavam. Assim que ele se foi, Rose soltou o ar, aliviada em não ter sido pega. Quando fez isso, percebeu o quanto perto estava de Scorpius, então logo saiu do lugar. A ruiva abriu uma carranca para ele quando o loiro também saiu, com um sorriso malicioso nos lábios, examinando-a de cima a baixo.
"Tsc tsc, Weasley." Falou com certa descrença. "O que diria sua mãe se visse que sua filha anda perambulando pelos corredores, de noite?" Disse, um sorriso malicioso formando-se em seu rosto quando ele a analisava novamente. Seus olhos prenderam-se no colo dela. "Sabe, você fica muito melhor assim, na minha opinião. Talvez devesse aparecer mais vezes para mim assim."
Rose olhou para o seu próprio colo, percebendo apenas no momento que havia abotoado sua camiseta errado, fazendo com que sua roupa íntima superior aparecesse levemente. Sentiu o rosto queimar, mas empinou o nariz e cruzou os braços em frente aos seios. Trincou os dentes e um sorriso de triunfo passou pelos seus lábios quando o garoto ergueu a cabeça para o rosto da garota, o sorriso malicioso ainda lá.
Ela virou-se para o lado oposto do garoto e, assim que conferiu se ele não estava vendo nada, desabotoou e abotoou novamente sua camiseta, dessa vez corretamente. Rose percebeu o quão idiota fora ao deixar um detalhe desse passar, e pensou em um xingamento para si mesma enquanto se virava para ele. Ficou surpresa ao saber que ele já havia ido embora, fazendo com que ela franzisse o cenho.
Bem, o Scorpius foi uma boa distração para Rose, que saiu resmungando xingamentos. Ela nem sequer pensou no seu sonho e, quando os corredores começaram a ficar cheios, Rose percebeu que já estava na hora do café da manhã. Ela caminhou até o Salão Principal, e percebeu-se que não havia pensado em seu sonho. Droga, eu deveria ter pensado, agora eu não sei nada sobre ele.
O Salão Principal estava cheio quando ela chegou, e caminhou até a mesa da Corvinal, vendo Alice acenar para ela. Rose sentou-se calmamente ao seu lado, com um sorriso no rosto. A loira começou a conversar com Amy sobre os novos astros do mundo bruxo, e Rose se viu ao meio da conversa sem ao menos perceber, enquanto conversava animadamente com Amelia e Alice. Os olhos claros de Rose vagaram pelo Salão, e ela teve que esticar o pescoço para ter uma visão melhor. Procurava Roxy e Albus, já que precisava conversar com eles.
Porém, seus olhos fixaram-se nos olhos de Malfoy, que olhou para ela percebendo os olhos da garota sobre ele. Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto, fazendo franzir os lábios e desviar os olhos rapidamente. Rose deveria ter sido mais atenta com aquilo e Scorpius ficaria irritando-a para sempre. Ela se pegou pensando em o que ele estava fazendo acordado tão tarde, se estava se encontrando com alguém ou... Não. Ela balançou a cabeça, tirando aquela ideia de seus próprios pensamentos. A ruiva tinha maiores problemas no momento.
"Rose!" Xingou Alice baixinho, cutucando Rose. A ruiva, por sua vez, voltou os olhos para a loira, vendo dois olhos grandes e castanhos zangados a encarando. Rose olhou para ela como se perguntasse "O que foi?".
"Você não ouviu nada do que eu disse..." Ela reclamou, colocando a mão na cabeça, um tanto dramática. "Quero saber sobre... Aquilo. Chegou em alguma conclusão?"
"Ahn... Conversamos sobre isso depois, okay?" Desviou do assunto rapidamente, pegando a sua tabela de horários. "Olha! Nossa primeira aula é de Transfiguração e esse ano estaremos com a...." Falou, passando os olhos sobre a linha. Soltou um gemido de frustração quando leu completamente. "Sonserina."
Ela pegou a mão da garota e, juntas, começaram a caminhar. Rose obviamente sentia os olhos acusatórios de Alice ao seu lado, mas a ruiva não sabia exatamente o que dizer naquele momento. Não queria mencionar que Scorpius estava fora da cama, fazendo sabe lá o quê. Ela sentia como se aquilo fosse um segredo apenas deles dois, e não deveria contar isso para ninguém. Nem para sua melhor amiga.
Seus pensamentos foram para o sonho, e ela pensou novamente no que tinha que salvar. Ted estava salvo, e provavelmente o tio Harry também estava. O que diabos era para ela salvar? Não havia ninguém para Rose salvar, e ela provavelmente não era grandiosa bastante para salvar alguém. Ela era apenas Rose Weasley, a garota da Corvinal. E, bem, de acordo com o Lupin, apenas ela era capaz de receber o sonho, o que era esquisito.
Ao chegarem na sala, sentaram-se uma ao lado da outra, enquanto tiravam seus materiais e colocavam seus livros e pergaminhos em cima da mesa. Não demorou muito para que os outros começassem a chegar, fazendo o mesmo que as garotas fizeram. Rose começou a ler um livro que ela começara a ler e não havia terminado fazia séculos. Alice, com sua delicadeza natural, pegou o livro da mão da ruiva, o fechou e colocou-o em cima da mesa brutalmente. Encarou-a com um olhar nada agradável.
"Me. Diga. O quê. Diabos. Você. Pensou." Sibilou Alice, enquanto a professora dava início à aula.
Rose franziu os lábios, antes de começar a contar os fatos ocorridos. "O zelador quase me pegou, mas aí alguém me escondeu. Obviamente, eu não gosto de ficar apertada com alguém em um canto. Sabe, Lice, eu me pergunto o que-"
"Senhorita Weasley e senhorita Longbottom!" Chamou a professora White. "Gostariam de dividir algo com a turma? Parece que estão muito entretidas com o que estão conversando."
Rose ouviu algumas risadinhas vindas da Sonserina, mas mordeu o lábio inferior, tentando se manter calma.
"Oh, hum..." Gaguejou Rose, olhando desesperada para Alice. "Nós... Estávamos conversando sobre nada importante." Concluiu Rose, com um sorriso envergonhado.
"Ótimo, então por que você não vai se sentar com o senhor Malfoy, Rose?" Pediu severa a professora White. "Tenho certeza que você e a senhorita Galen podem trocar de lugares sem nenhum problema. Faye, também suponho que você também não estava tendo uma conversa importante com o senhor Malfoy, não é mesmo?
"N-Não, senhora." Gaguejou Faye, enquanto discretamente tirava as mãos do colo de Scorpius. Rose quase teve um ataque de riso, mas aí lembrou-se que teria que sentar com ele, e isso logo a desanimou muito.
Rose jogou suas várias coisas em seus próprios braços, enquanto mexia os lábios falando "Depois" para a amiga. A ruiva colocou às suas coisas em cima da mesa sem muita vontade, enquanto olhava para a mesa onde a loira estava sentada como se fosse um sonho impossível. E, de fato, passou a ser.
A adoração e fascinação de Rose pela professora White era inquestionável, considerando-a um símbolo para a Weasley. A ruiva não acreditava nas maldades que diziam sobre ela, normalmente relacionados a "cabra velha" e "vaca que virou bruxa". Quando Rose ouvia rumores sobre Theresa, xingava muito a pessoa que os falava. E, se havia alguém atrás deles, ela descobria e tirava satisfações, sem pena.
"Sabe, Rose. E eu pensando que você era inocente. Estava enganado, pelo que eu vi. Fez coisas proibidas para menores de dezoito anos e esqueceu de abotoar a camiseta corretamente?" Disse em voz baixa, para que apenas ela ouvisse. "Eu realmente prefiro te ver daquela forma. Quero dizer, não recém 'usada' por alguém ou quase gritando para ser estuprada, mas frágil como você estava. Não é algo que se vê frequentemente da orgulhosa Weasley." Sussurrou no ouvido dela.
"E você, Malfoy? Não estava com sua queridinha Dominique ou com a Faye lá?" Perguntou Rose, olhando diretamente nos olhos dele. "Não me surpreenderia, pelo menos eu saberia que todos os boatos sobre você são reais."
"O que você considera real, Weasley? E não, eu não estava com Dominique ou Faye. Sinceramente, acho que elas não precisam de mim para fazer negócios como esse. Elas se viram sozinha." Ele debochou, o que surpreendeu Rose. "O quê?" Disse percebendo a cara de espanto da garota. "Elas são fáceis demais, não me culpe se elas que me amam demais para não me largar." E, mais uma vez, aproximou os lábios da orelha dela. "E não me culpe também por esse seus ciúmes. Você pode me ter a hora que quiser, Rosinha. Agora você sabe disso."
Rose abriu a boca para mandar ele tomar em um lugar nada agradável, mas senhora White falou antes: "Senhorita Weasley e senhor Malfoy! Parem de flertar um com o outro, por favor. Eu vou ter que separar pela segunda vez na aula?"
Só então a ruiva percebeu que todos os encaravam, alguns davam risadinhas. O rosto da garota aqueceu, e imediatamente ela soube que iriam ter boatos. Oh, iriam. A ruiva pegou o livro de Transfiguração em cima da mesa e começou a fingir que estava lendo, querendo fugir dos olhares acusatórios dos alunos. A professora, após um momento, limpou a garganta, querendo voltar a atenção para aula.
Malfoy continuou olhando para Rose, mas ela facilmente o ignorou. Começou a escrever coisas aleatórias em seu pergaminho, alguns relacionados aos seus sonhos. Lupin havia dito que a ruiva deveria salvá-lo, mas não deixou específico se era uma pessoa ou um objeto. Não havia tantas pessoas que Lupin se importava vivas, então provavelmente não era uma pessoa. Porém, havia milhares de objetos para serem protegidos.
Ao seu lado, Scorpius passou um bilhete:
"Já disse que você fica linda com raiva?"
Malfoy ao seu lado soltou uma risada abafada quando a garota amassou o papel rudemente, enfiando-o dentro das suas vestes. Ela queria fazer o loiro engolir aquele papel, mas não podia fazer isso em plena aula. Voltou seu olhar para Scorpius e mexeu os lábios dizendo "Cale a boca".
A garota sentiu-se aliviada quando a professora encerrou a aula, e Rose colocou tudo dentro de sua bolsa o mais rápido que pode. Levantou-se apressada, enquanto andava até Alice, que colocava as coisas na bolsa com muita raiva. Se continuasse a colocar tudo daquele modo na bolsa, ela provavelmente rasgaria. Rose se aproximou da loira, colocando a mão no ombro de Alice, que desviou.
"O que diabos que aquela professora pensa que é?" Disse, quando saíram da sala. "E o que diabos você conversou tanto com Malfoy? Sinceramente Rose, você é uma puta confusão. Sério mesmo."
"Alice-" Começou ela, querendo se desculpar.
"Não! Não se desculpe! Sabe de uma coisa? Até mais, Rose."
Rose não acreditou que a amiga estava fazendo aquilo. Oras, não era a culpa de Rose se o Scorpius era um tremendo filho da puta. Suas mãos se cerraram ao lado do corpo, mas logo ela viu algo que a animou quase instantemente. Ela correu, abrindo espaço entre os alunos, correndo em direção das duas silhuetas.
A garota pulou nas costas de Albus, abraçando seus ombros. Logo depois, abraçou Roxy, que não correspondeu. Franziu o cenho para os dois, enquanto encarava os olhos tímidos de Albus e os ferozes de Roxy. Ela deu alguns passos para trás, querendo saber o que havia de errado. Com certeza, a fofoca não corria tão rápido.
"Desculpe Rose, mas nós temos que ir." Falou Roxy brutalmente, enquanto puxava Albus pelo braço. O garoto olhou sobre o ombro, com um olhar de pena para a garota, como se quisesse se desculpar pelo comportamento da morena.
Rose observou os dois partirem no meio da multidão e desejou poder os acompanhar, mas soube que aquilo não era o melhor a se fazer. Por que todo mundo estava tão irado com ela? A ruiva é que deveria estar irada. Tem que "salvá-lo" sem nem mesmo quem é ele. Isso sim é um motivo para se ficar irado com alguém.
A garota fez uma careta e pegou o seu horário, lendo a próxima linha. Adivinhação. E se o dia não pudesse ficar melhor...
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