No Litoral



Obs.: Este capitulo é uma retrospecção.



As férias de verão nunca foram tão divertidas. Harry estava na Toca, livre dos trouxas por mais um ano. Naquela noite Arthur chegou agitado do trabalho e deu uma noticia que alegrou toda a família:


- Consegui uma casa emprestada com o chefe do Depto. Dos Ministérios. Iremos passar uma semana na praia.


Gina animou-se, fazia tempo que não ia a praia. Sabia que Draco estaria lá, conforme havia lhe dito através da coruja que chegara no dia anterior.



Todos os Weasley e Harry se acomodaram na graciosa casa e foram almoçar no Garret´s, um restaurante famoso da redondeza. Arthur tinha desconto por ser funcionário do Ministério.

Havia uma pequena fila na entrada e o coração de Gina disparou ao deparar com a família Malfoy.

- Ora Arthur, vejo que te pagaram hora extra, não é? - disse o Sr. Malfoy com desdém - Ou será que você precisou vender sua casa para vir até aqui?

- Não precisei vender nada, aliás nunca precisei, ao contrário de você, que vendeu sua alma para um verme, e agora é escravo das vontades dele.

- Seu idiota! Como ousa!!! - disse o Sr. Malfoy que se jogou em cima do Sr. Weasley, iniciando assim, uma briga.

- Arthur não!!! - gritou Sra. Weasley em vão, enquanto os gêmeos, juntamente com Rony gritavam: Pega ela papai, pega ele!!!


Draco aproveitou a distração de todos e puxou Gina para um canto:

- Estava com saudades! - disse ele

- Eu também, muita - disse ela o abraçando com o olhar...

- Me espere hoje à noite, no porto, tenho uma coisa para lhe mostrar.

- Ok, - disse Gina que se voltou para a confusão tentando impedir o pai a voltar-se novamente contra o Sr. Malfoy.


O almoço transcorreu tenso, o Sr. Malfoy lançava olhares críticos para os Weasley e Draco agia com indiferença.

- É teatro - pensava Gina - Ele está encenando, está tão incomodado com a situação quanto eu.




A noite estava quente e o céu estrelado. Gina arrumou-se com graça e quando chegou na sala, deparou-se com a família reunida.

- Vou dar uma volta - disse ela.

- Posso ir com você? Estou precisando de ar puro. - disse Harry.

- É que... bem... - Gina não sabia o que dizer.

- Filha, você vai se encontrar com ele, não vai? - perguntou a Sra. Weasley.

- Mãe, eu...

- Não minta para sua mãe, Virginia.

- Mãe, você precisa compreender, eu amo o Draco.

- Querida, nós entendemos, só queremos o seu bem, mas me responda, o Draco sente a mesma coisa? Tem a mesma dedicação? Os pais dele sabem do romance de vocês?

- Ainda não, mas eu não me importo.

- Você deveria ficar com o Harry, se você não percebeu, ele gosta de você!!! - gritou Rony apontando para Harry que estava cabisbaixo.

- Ei, não me meta nessa história - disse Harry.

- Mãe, eu não me importo, eu amo o Draco e sei que ele me ama também, acharemos um jeito, ele não é como a família, vocês verão.

- Tá bom, no dia em que o Draco for legal, eu viro mulher. - disse Jorge.

- Então pega isso - disse Gina lhe jogando um laço de cabelo - Vai precisar.



Gina chegou à marina. Havia muitas embarcações balançando na água, barcos grandes e suntuosos, outros menores, mas com certeza aquele não era o mundo a qual pertencia.

- Já esta aqui à muito tempo? - disse Draco segurando-a pela cintura.

- Ai Draco, que susto, não ouvi você chegando! - disse Gina.

- Sr. Malfoy! - disse um marinheiro se aproximando - E então, vai querer a pequena hoje?

- Por favor, ela já esta pronta?

- Sim, pode vir.

- Venha Gina - disse Draco a arrastando pela mão - Quero te mostrar uma coisa.


Gina o seguiu, e logo pode avistar uma linda frota de barcos, todos pintados no casco o nome da família Malfoy.

- Todos esses barcos são de sua família? - perguntou Gina inocentemente.

- Sim, mas nem os usamos, papai gosta de tê-los aqui para impressionar os amigos.

“E impressiona mesmo” - pensou Gina.

- Ah, ali está! - disse Draco apontando para um pequeno Veleiro.


Gina o seguiu e pode ler no casco do barco a palavra “Nadia I”

- Que lindo nome, você que escolheu?

- Sim, Nádia significa Espírito de Luz, no Russo significa Esperança.

- “Se tiver uma filha um dia, lhe darei esse nome” - pensou Gina.


O veleiro era lindo e apesar de parecer pequeno por fora, era modificado magicamente, sendo muito grande e espaçoso por dentro. Draco mostrou-lhe cada detalhe, tudo de muito bom gosto. Gina ficou impressionada.

Andavam em silêncio, o barco balançava com o movimento das ondas, nesse instante Gina perdeu o equilíbrio e Draco segurou-a pela cintura. Seus corpos ficaram colados e seus olhares se encontraram. Gina sentiu-se inebriada, aqueles olhos cinzentos olhando-a com tanta ternura e desejo fez com que fosse a mulher mais feliz do mundo. Um longo beijou selou aquela união e fez com que eles esquecessem qualquer lembrança da vida fora daquele lugar.

- Venha aqui, quero lhe mostrar algo - disse Draco puxando-a e levando-a até o quarto com um lindo teto solar. - Vamos deitar e ficar quietos, olhando a lua, as estrelas, e sentindo que a vida nada mais é do que eu e você.


Gina sentiu um desejo enorme de amar e ser amada, fechou os olhos e pode sentir o quanto era feliz, tinha ao seu lado o homem que amava e nada poderia ser mais forte do que aquilo.






- Draco! Já amanheceu!!! - Chamou Gina alarmada. - Preciso voltar para casa.


Draco levantou-se devagar procurando suas roupas, enquanto Gina já estava praticamente pronta.

- Estou indo. Nos falamos depois, meu pai vai me matar - disse Gina.

- Espere! - disse Draco segurando-a pelas mãos.


Gina olhou em seus olhos e percebeu que ele sentia a mesma ansiedade, o mesmo desejo de ficarem para sempre juntos.


- Eu te amo Draco, essa foi a noite mais feliz da minha vida!
Draco suspirou aliviado e Gina, depois de um rápido beijou correu para sua casa, onde uma enorme bronca a esperaria.






Gina entrou na casa, que estava completamente silenciosa. “Eles ainda estão dormindo” pensou, antes de ouvir a voz estridente de seu pai:

- Muito bem Virginia Weasley, acho que nos deve uma explicação.


Ao se virar Gina deparou-se com seu pai e sua mãe, sentados em uma poltrona, pela cara dos dois pode perceber que não haviam pregado o olho.

- Eu sinto muito, esqueci da hora. - disse Gina.

- E posso saber onde você passou a noite? - perguntou a Sra. Weasley já conhecendo a resposta.

- Sim mamãe, eu passei a noite com o Draco.

- Minha filha - disse o Sr. Weasley delicadamente - Não estou certo das intenções desse rapaz, ele é um Malfoy.

- O que me importa o nome dele? Você não percebe que um nome nada mais é do que um pedaço de papel? Ele poderia se chamar Parker, Johnson ou Anderson, mas continuaria sendo a mesma pessoa, a pessoa que eu amo, a pessoa para quem eu resolvi me entregar esta noite.


Harry que estava descendo parou estático na porta, observando a cena.

- Desculpe-me, eu não tive a intenção.

- Tudo bem Harry, acho que a conversa com essa mocinha terá que ficar para depois, vou me deitar um pouco, estou exausta. - disse a Sra. Weasley.


Depois de ficarem a sós Harry começou a dizer:

- É verdade Gina? Você e o Malfoy... - Harry não conseguiu terminar a frase.

- É verdade Harry, eu o amo, vocês estão enganados quanto a ele, você verá.

- Quero que seja feliz Gina, tenho medo de que ele te faça sofrer.

- Harry... - disse Gina com ternura - Fico muito grata por isso, te considero um irmão.

- Você sabe que não te considero assim, mas ainda quero que seja feliz.

- Serei, sinto que uma nova vida começara a partir de hoje.


“Gina não sabia o significado dessas palavras”.




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