Capítulo 1-Noite das bruxas!

Pela estrada de Godric's Hollow caminhava um homem de capa negra. A cada passo que ele dava, dava a impressão que a rua ficava mais escura. O homem de capa preta com o físico esguio caminhava em direção à um terreno baldio, perto de um cemitério. Conforme passava as luzes dos postes ia se apagando. Em seu encalço lhe seguiam mais três pessoas encapuzadas. Na frente do terreno lhes aguardavam um homem gorducho de baixa estatura com o rosto semelhante a de um rato. Seu cabelos loiros eram lambidos e seus dentes da frente eram pontiagudos. Segurava uma criança, um bebê, que não parava de se contorcer em seu colo. Os quatro abaixaram seus capuzes revelando seus rostos.

Bellatrix Lestrange, Lucius Malfoy, Severo Snape e Lorde das Trevas, Voldemort, estavam agora de frente para Pedro Pettigrew.

Bellatrix arrumava seus cachos castanhos enquanto olhava com certo brilho nos olhos para a criança o colo de Pedro. Lucius sorria falsamente enquanto visava a criança em questão. Severo estava nervoso por algum motivo, parecia que iria sair correndo sali a qualquer instante. Enquanto Voldemort visava a criança com seus olhos vermelhos que brilhavam com certa alegria, seus cabelos negros voavam por causa do vento gelado da noite, em seus pés, como um cachorrinho, estava a cobra Nagini, que fitava curiosa o bebê. Pedro estendeu os braços dando a criança para Voldemort. O bebê moreno olhava tudo estático.

–Pedro, onde você deixou aqueles dois?-quis saber Lucius, desconfiado.

–Os deixei desacordados na cozinha, quebrei um prato na nuca de Tiago e desarmei Lílian e depois a petrifiquei e calei sua boca com fita...-Pedro tratou de explicar tudo no mesmo fôlego, quase caindo para trás quando acabou.

–Bom, muito bom...-sussurrava Voldemort olhando para a criança em seu colo.-Hum, Harry Potter...

–Milord, já sabe o que fará com ele?-perguntou Snape, nervoso.

–O que combinei com Bellatrix.-disse simplesmente.

–E o que combinaram?-insistiu Snape.

Voldemort suspirou e colocou a criança no chão, tirando sua varinha das vestes. Apontou para a criança a varinha e gritou:

–AVADA KEDRAVA!

Um pequeno raio verde saiu da varinha, fazendo todos se afastarem petrificados, Bellatrix apenas sorria satisfeita. Os outros três temiam pelo dia em que no lugar da criança fosse eles.

Porém a maldição da morte não teve efeito.

A criança agora berrava alto, porém não havia morrido, pelo contrário, ainda parecia muito bem. Os três homens olharam quase transparentes. Bellatrix riu divertida e Voldemort sorria satisfeito. Voldemort foi até o garoto o pegando no colo com simplicidade e o entregando à Bellatrix.

–Bellatrix, o que aconteceu com seu Marido?-Voldemort disse a última palavra com nojo, fazendo Bellatriz sorrir.

–Matei aquele imbecil, milord.

–Ótimo, como pedido. Muito bem, vocês três idiotas, lhes apresento meu filho e de Bellatrix, Harry Tom Riddle Black Lestrange Gaunt Marvolo.-disse o Lorde sorrindo maleficamente. Os três ficaram brancos.

–Você vai mesmo...?-Snape parecia um papel de tão branco que estava. Então aquele era o plano de Voldemort?

–Claro que vou, Snape. E você será o padrinho.-esclareceu Voldemort num tom que estava claro que aquela conversa tinha acabado.

Bellatrix tinha feito um feitiço de cura, fazendo o machucado cicatrizar. Na testa do garotinha tinha uma cicatriz em forma de raio. Aquela era a marca que Voldemort deixou, deixando claro que Harry era seu filho. Bellatrix sorriu por estar incluída nessa família. Limpou o sangue que ainda tinha no rosto do garotinho que agora não chorava mais, tinha se aliado perfeitamente no colo de sua "mãe" e se posto a dormir calmamente.

–Vamos.-disse Voldemort por fim, pondo seu capuz de volta, sendo imitado pelos outros. Seguiram para fora de Godric's Hollow.

Toda a seção de aurores do ministério estava cercando a casa dos Potter, procurando qualquer vestígio que fosse de Você-sabe-quem. Quando Dumbledore e Sirius haviam chegado, já era tarde demais para fazerem algo. Agora era só tentar consolar a mãe em choque o pai furioso que habitavam aquela cada.

Tiago Potter quebrava tudo o que era de vidro que tinha pelo caminho que passava. Uma medibruxa tinha curado o corte profundo que Pedro tinha feito em sua nuca. Lílian se desabava em choros no sofá. Sirius tentava conter o amigo.

–Como aquele maldito ousou???-disse ele, o quarto do garoto Harry estava interditado, ainda tinha sangue escorrendo pelas suas paredes. De Harry só tinha sobrado sangue e sua mãozinha direita.

Tiago parecia poder lançar uma das maldições imperdoáveis em todos dali. A companhia de Sirius não adiantava de muita coisa.

–Pontas, te acalma, respira, vai, 1..2..3...-tentou Sirius pela milésima vez.

–Me acalmar? ME ACALMAR? Você diz isso por que não vou seu filho e de Marlene que foi mutilado no próprio quarto! Olhe só para Lílian!-retrucou ele apontando para a esposa que se definhava em lágrimas.

–Olha, Tiago, não é por que não foi comigo que não entendo sua dor!-agora Sirius tinha ficado bravo, não suportou que mencionassem sua esposa e suas duas filhas gêmeas, Jasmim e Violeta.-Merda, rapaz, vamos parar com isso! Sabe que são tempos difíceis! Sinceramente, não sei o que dizer, mas ficar irritado não vai ajudar em nada e muito menos acalmar a Lílian!-disse apontando para a ruiva que soluçava alto.

–Eu sei, Almofadinhas, eu sei! Mas é que...Porcaria, por que o Harry? Por que não eu? Ele só tinha uma ano e meio..ELE SÓ TINHA UM ANO E MEIO, PORRA!! POR QUE AQUELE MALDITO O MATOU AO INVÉS DE MIM OU LÍLIAN QUE PODERÍAMOS SER UM PROBLEMA???-Tiago agora chorava, as lágrimas desciam grosas pelo seu rosto.

–TIAGO, CALA A BOCA!-interviu Sirius.-Acha que mudaria a dor de alguém se você ou Lílian morressem? Você acha?

–Eu não disse isso...-sussurrou Tiago.

–Creio que não seja uma boa hora para brigar.-Dumbledore se pronunciou pela primeira vez naquela madrugada.-Sr. Potter, creio que seu amigo Sr. Black esteja certo. Não mudaria nada se fosse você ou Lílian no lugar do garoto.

–Obrigado, Dumbledore.-agradeceu Sirius.

–Ainda mais que a Sra. Potter não gostaria de se estressar muito em uma gravidez...-continuou Dumbledore.

–Quê?-perguntaram os dois ao mesmo tempo.

–Acho que ainda temos muito a explicar.-disse Dumbledore.