Final de Ano



Capítulo vinte e um – Final de Ano


         Julho passara e com ele o frio também. Os garotos ainda comentavam da aventura, mas somente entre eles, pois aquilo era altamente sigiloso. Agosto voou e o final do segundo trimestre terminara com as provas. A nota de todos diminuíram, menos de Saulo e Lola. Porém o vermelho não prejudicou ninguém, até Adolfo melhorara suas notas em Herbologia, que estavam péssimas.


            O terceiro trimestre todos se focaram no estudo, sobretudo Adolfo e Igor, e esqueceram a aventura ocorrida no Inverno.


            O final do campeonato de Trancabola, Quadribol e Casas já estavam na reta final. Ravenclaw não venceria o torneio dos esportes, mas tinha bastante pontos. Hufflepuff procurava mesmo ganhar o de Trancabola, porque os outros já estavam perdidos.


            Na primavera o bosque que o grupo descansa ficava muito belo com flores para todos os lados. Adam pensara se no Jardim das Belas Damas havia também estações como na superfície.


            Alguns dias, quando os amigos ficavam relaxados Adam percebera que Agatha os encaravam com uma tremenda seriedade e concentração. Victorio passara lendo um livro de capa cinza e bem grosso.


            - Nossa, quanto tempo! – ele cumprimentara como sempre de modo muito simpático. – E ai? Conseguiram completar a missão?


            - Sim. Conseguimos. Temos que agradecer a você que nos alertou da esfera e por ter ajudado na sala do senhor Kim Lin. – falou Adam.


            - Foi nada. – um sorriso extremamente largo surgiu no rosto de menino magro. Estava muito contente. – Fico feliz por vocês. – saiu rindo.


            - Acho que ninguém agradece nada ele. Deve ser por isso essa felicidade toda. – analisara Aurora.


            A decisão do jogo de Trancabola era Hufflepuff contra Slytherin. Fora um jogo incrível, poucos jogadores deixaram a bola explodir em suas mãos. A vitória foi da Hufflepuff, quebrando o jejum de perdas que tinham há anos.


            - Eu te disse! – Igor pulava de alegria na frente de Adam. – Viram? Nós somos o campeão! – abraçou Adolfo e Aurora pelos ombros e começaram a pular. Os garotos da Ravenclaw batiam palmas.


            No outro dia, no Domingo, fora a final do Quadribol. Gryffindor contra Slytherin. Augusto e seus amigos eram excelentes jogadores. Stefan, primo de Dimitri e o menor do grupo, era o Apanhador. Rômulo e Giuseppe Batedores, daí você já imagina o que dava esses dois arremessando os balaços. Sérgio o Goleiro. Os artilheiros eram um menino careca, uma menina e Augusto que era o melhor dos três. O irmão de Adam sempre que marcava um gol, se virava para o mesmo lugar da arquibancada, apontava, batia no peito e mandava um beijo com uma piscadela. Adam achou ridículo da parte do irmão, devia estar se esnobando para alguma menina do sexto ou sétimo ano. O jogo terminara quando Stefan pegou o pomo de ouro e deu a vitória para a Gryffindor.


            As próximas semanas seriam de provas. Igor fora uma duas vezes na enfermaria pedindo Madame Giderola um calmante. Aurora agora jogava na cara de Igor que ele era um fraco e metidinho, “filhinho do papai”. Fizeram as provas e eles não foram mal.


            Em dezembro chegaram os boletins. Saulo e Lola sem surpresa os melhores do primeiro ano de Strambo, notas altíssimas, alguns alunos acharam até dissimuladas. Adam e Dimitri acima de 70%. Os quatro estavam aprovados. Os outros três suavam frio. Aurora fora a primeira a abrir. Nem tinha sido tão ruim, pouco abaixo das médias de Adam e Dimitri, o que fora algo bastante incomum. Ela pulava de excitação, completamente alegre.


            - Estaria tudo perfeito, a não ser pelo meu cabelo. – pegou na cabeleira curta e fez uma cara de choro, mas logo volto a se esnobar pelas as notas. – Vamos meninos! Abram logo os seus! São dois cagões mesmo. – disse Aurora.


            Adolfo, depois de certo custo e pressão de Aurora, abriu o seu. Herbologia e História da Magia eram seu foco. Herbologia até que havia recuperado bem. Já História da Magia por somente dois pontos ele não ficou para recuperação. Após ver as notas de Adolfo, Igor passou mal novamente, tinha a absoluta certeza que ficaria na escola o resto do ano, voltaria somente pouco antes do Natal e perderia uma parte de suas férias. Igor olhou as notas DCAT, 64, e Astronomia, 60, no talo, passou raspando. Ele agradeceu a todos os bruxos importantes e famosos que conhecia.


            - Agradeça mesmo, pois eu te dei dois pontos. – A professora Sophie Vernack passou com seu modo autoritário pelo os meninos. Igor fizera uma careta pelas costas da professora de astronomia.


            Voltaram aos seus devidos lugares, pois agora sairia o resultado da Copa das Casas. O diretor Winchister levantara e começou a falar.


            - Este ano, acirrada foi à disputa. Não estava nos planos, mano. Que todos iam para a luta. Em quarto lugar... Hufflupuff com 2.671 pontos. – palmas desanimadas. – Em terceiro lugar Gryffindor com 2.675 pontos. – palmas pouco mais calorosas. – Em segundo lugar... Ravenclaw com 2.691 pontos. – palmas e euforia vinda da mesa da Slytherin. - E em primeiro lugar, que a Taça das Casas irá ganhar... Slytherin com 2.699 pontos. Parabéns!


            No dia seguinte, eles pegaram o trem para Belo Horizonte, mas já haviam se despedido de Aurora e Lola, que pegavam a linha do Uruguai, de Saulo, que embarca a linha de Curitiba/São Paulo/Rio de Janeiro, e de Adolfo, que pega a linha do Paraguai.


            - Tu és do Paraguai? – pergunta Igor.


            - Não. Sou de Campo Grande, MS. Pego essa linha porque ela passa pelo o Paraguai e termina em Campo Grande. Tem alguns alunos de Strambo que são paraguaios.


            Adam, Dimitri e Igor foram para a estação e embarcaram. Desta vez pegaram uma cabine mais a frente, desde modo poderiam comprar doces e guloseimas da senhora do carrinho. Fizeram a festa com as balas, gastaram todo o dinheiro que tinham em mãos, mas eles acharam que foi um investimento ótimo.


            - Tu sabes quem seu irmão apontava no jogo? – perguntou Igor com a boca repleta de balas de goma.


            - Sei não! Mas ele devia estar tentando impressionar alguma garota mais velha. – Adam fizera uma cara de desprezo para Igor. O garoto de cabelos castanhos demonstrava que não queria tocar em qualquer assunto do irmão.


            - Era para Sara, nossa prima, que ele estava a mandar beijos. E disseram-me que nos últimos jogos desde Julho, mais ou menos, ele anda a fazer isto.


            - Sério mesmo? – Adam ficou surpreso e logo depois riu. – Então no dia que fomos pegar a Dramian Ponzio ela e as amigas delas não iam ir ao banheiro, Sara devia estar fugindo do Augusto.


            - É. Pode ser.


            Mais algumas horas de viajem e eles chegaram a Belo Horizonte. Desembargaram na estação subterrânea e encontraram com os familiares. Os pais de Dimitri mantinham a postura e usavam preto. Ao ver o filho a mãe não sorrio e o pai sim, e o abraçou.


            - Quero que vocês conheçam meus amigos. – Dimitri disse chamando Adam e Igor para se aproximarem. – Esses são Adam e Igor Perone e esses são meus pais, Hana e Vladimir.


            - Muito prazer Adam e Igor. – falou o senhor Vladimir Melnick, ele não era tão sério assim. Sua mãe os cumprimentou também e deu um sorriso forçado. – Nas cartas que Dimitri nos mandava ele falava muito bem de vocês e dos outros. Se quiserem nessas férias visitar nossa casa, seria encantador. – Vladimir e Dimitri sorriram.


            Os parentes dos meninos agora se aproximavam. Felipe, Agnes e Teodora. E o senhor Melnick comentou do convite feito a eles. Igor fechou a cara ao ver que seu pai não fora o busca na estação e entrou no taxi dos trouxas chateado.


            Ao chegarem em casa. Antes de entrarem no quarto para verem a mãe, Felipe conversou com Augusto e Adam, sobre como havia sido o ano e a situação de Julieta. Os irmão entraram no quarto e a abraçaram.


            - Agora temos um Ravenclaw em casa. – ela riu, mas um sorriso fraco, porem verdadeiro. Todos riram, até mesmo Augusto.


            Adam foi para seu quarto depois de uma longa conversa em família e dormiu. No dia seguinte, após o café da manhã, o garoto começou a desfazer sua mala. Retirou as roupas, uniforme, material, livros, sua varinha e encontrou o frasco que havia achado no banheiro no dia do teste de Saulo, o analisou e o deixou no chão para pegar a Dramian Ponzio. Alisou a bola púrpura e lembrou o sufoco do extenso caminho que percorreram para pega-la.


            - Hum! Que lindo! O Adam parece uma mocinha que acabou de ganhar sua boneca dos sonhos. E que cor linda essa bola tem. – Augusto entrara no quarto do irmão. Adam virou rapidamente, soltou a bola em cima da cômoda, pegou sua varinha apontou para o irmão. Ele mantinha ela firme e com um rosto fechado. – Que menino burro! – Augusto riu. – Sua varinha não poderá te ajudar aqui. – falou com voz de deboche. – Seu idiota, não podemos fazer magia fora de Strambo. Somos menor de idade. “Eu sou o Adam e sou mais um imbecil da Ravenclaw!” – Augusto entortou os olhos e imitou uma pessoa com problemas mentais.


            Adam enfurecido soltou a varinha e pulou no pescoço do irmão. Ambos caíram no chão e começaram a brigar. Rolavam, até que Adam conseguiu paralisar o movimento do irmão. Ele tirou forças sabe de lá onde. Augusto em contra resposta alertou o irmão sobre a Dramian Ponzio com uma cara ruim.


            - Seu novo brinquedo vai cair e quebrar, o bebê vai ficar sem nada agora. – Augusto fez uma voz de choro. “Cala a boca!” mandou Adam. – Eu só disse a verdade.


            Adam assustado levantou de cima do irmão e viu a Helldark. Ela havia rolado boa parte da cômoda. A bola púrpura caia, parecia estar em câmera lenta o acontecimento. Ela espatifará no chão e tudo seria desperdiçado, tudo teria sido em vão, tudo que ele e seus amigos fizeram seria jogado no lixo.


            A Dramian Ponzio caíra bem encima do frasquinho azul. Quando os dois objetos se tocaram houve uma explosão. Não aquelas que destroem tudo, mas uma com muito vento e luz incandescente. Adam e Augusto foram arremessados na parede pela a força do vento. Nenhum dos meninos conseguia ver nada devido à intensa luminosidade.


            O vento e a luz se enfraqueciam. Agora os dois poderiam ver alguma coisa. Na fonte da luz, que fora o lugar de impacto, via-se uma sombra entre a luz que cada vez ficava maior. A sombra foi tomando forma e estava virando algo que os dois já haviam visto. A Helldark tinha virado uma pessoa. Um menino.

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