Lembranças
Tudo parecia tranquilo. A jovem mãe acariciava seu bebê para tentar fazê-lo dormir, o observava com o rosto amoroso, enquanto cantava uma bela canção de ninar. De vez em quando ela olhava ansiosa pela janela, como se estivesse à espera de alguém chegar.
Alguns minutos se passaram e o bebê acabou adormecendo, quando alguém entrou pela porta.
- Boa noite para a mãe mais linda desse mundo!
-Ti! – disse a jovem enquanto corria para abraçar o rapaz recém-chegado. Apesar de aparentar cansaço e suas roupas estarem um pouco sujas, ele era bonito e tinha um sorriso extremamente acolhedor. O jovem abraçou sua esposa e ficou observando o bebê que sorria enquanto dormia, provavelmente tendo um belo sonho.
“Como é linda minha família!” pensou orgulhoso e feliz “Vou fazer de tudo para protegê-los, nunca irei desistir”.
Porém nessa hora eles ouviram um estrondo. A porta da sala da casa tinha sido explodida.
-Vá Lílian, proteja nossa família, vou atrasá-lo, cuide deles! – falou o rapaz correndo pelas escadas.
-Tiago!! – gritou a jovem, mas era tarde, o marido já tinha sumido pelo corredor.
“A meu Merlin, a Thalia ainda não chegou, o que vou fazer?” Pensou desesperada.
E foi ai que ela lembrou. O alçapão do seu quarto. Ninguém sabia da existência de um cômodo entre o primeiro e o segundo andar. Era uma pequena sala que no cômodo de baixo era escondido com a frente falsa de um armário. Se ela fosse rápida, poderia esconder a família ali e se Merlin ajudasse os comensais não descobririam o truque.
“É tudo o que me resta fazer...é minha última chance!”
Então um barulho veio das escadas. Ela sentiu uma pontada no coração. Sabia que Tiago estava morto. Voldemord estava vindo.
Rapidamente ela correu para destrancar o alçapão. Tudo estava dando certo, mas o berço de Harry ficava do lado oposto. Para não perder tempo ela decidiu começar pelo que estava mais próximo.
“Ele deve estar quase aqui...” pensou enquanto se levantava e corria para pegar o filho. E ela já estava com ele no colo e indo na direção do alçapão quando a porta do quarto foi explodida.
Sem hesitar, ao ver o ódio e a fúria dos olhos em fenda do mostro que queria destruir sua família, ela deitou o menino e ficou em sua frente.
Corajosamente, Lílian Potter levantou a cabeça em uma atitude corajosa e deu a vida por sua família.
-Acorde! Por favor, acorde filha!
-Nããoo! Não! O bebê...não! Ahhhhh! – gritou a jovem acordando em um salto.
-Maite! – disse a mulher abraçando a filha. –Está tudo bem, estamos em casa.
-Mãe, foi horrível!
-Tudo bem já passou, foi só um pesadelo.
Maite abraçou com mais força a mãe tentando buscar forças, como que para apagar a cena horrível que tinha visto. Mas era tudo tão real. Ela ainda estava em choque com aquelas fendas maléficas que eram os olhos do assassino. Ela pode sentir o desespero da moça tentando salvar a família assim como sua coragem em dar a vida pelo filho.
-Com o que você estava sonhando ?
-Foi estanho mamita... – então a bruxa começou a descrever o que acontecera com o casal. – E foi horrível, toda aquela violência, ele parecia destinado a matar o bebê, como pode? Alguém tão indefeso...
-Shhh, vai ficar tudo bem agora. – disse a mãe consolando-a.
Porém havia algo de errado. Maite podia sentir. Uma parte do sonho fora estranha, ela não entendeu porque a mulher havia demorado para pegar o bebê no berço. O sonho não foi muito claro nesta parte, era como se fosse a imagem borrada de um filme. Ela percebeu que a jovem Lílian tinha se abaixado e colocado algo no cômodo antes de ir em busca do bebê, só que ela não conseguiu distinguir o que era. Mas o que seria assim tão importante para ir primeiro?
-Tente relaxar, ficar se recordando do que aconteceu não ajudará em nada. Venha, vou te preparar uma vitamina, vai ver como se sentirá melhor.
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-Harry seu dorminhoco, acorda logo! – disse Hermione jogando uma almofada no amigo. Pra variar ele estava atrasado para o café. Ela achava divertido vê-lo dormir, mas como hoje iriam regressar a Hogwarts não podiam perder a hora.
-Bom dia castanha... – brincou o garoto piscando.
-Levanta ou te jogo pra fora da cama – provocou a menina com um sorriso maroto. Harry notou nessas férias que Hermione voltara muito mais leve do que era antes. Apesar de ainda ser a responsável Granger, ela estava muito mais divertida e tranquila. Bom, todos estavam.
Esse seria o primeiro ano que eles não teriam a ameaça eminente de Voldemord, não precisariam lutar. Esse seria seu primeiro ano “normal”. Ele sentia que sua vida ia finalmente começar. Seria um ano especial.
Harry não fazia ideia do quanto.
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