O sádico ritual de iniciação
Mika, Bia e Luiza! Vocês sabem como manter uma escritora comprometida em continuar a contar sua história! Muito obrigada pelos comentários! Fico feliz que estejam gostando.
Bia, engraçado você se questionar o que aconteceria se algum deles desistisse... Não vou responder agora. Mas tem algo sobre isso no capítulo da semana que vem. :)
Como vocês bem observaram, Reg está crescendo... Mas o novo clube não significa a entrada dele para o grupo dos Comensais, digamos que seria um "cursinho preparatório" para o que ainda está por vir. Isso significa que ele ainda terá um pouco de "vida normal" por mais um ano.
Até eu me empolguei com o discurso de Crouch! Morando em São Paulo e vendo toda essa confusão causada por trouxas inconsequentes que resultou em falta d‘água generalizada me faz desejar que pudéssemos ser governados por uma equipe de bruxos que trabalhasse no sentido de educar e fazer ações definitivas para preservar o planeta. Desculpem o desabafo!
Bem, o capítulo que segue é um pouco desagradável, mas os Comensais não são exatamente "fadas madrinhas"... Talvez combine um pouco com o Halloween que se aproxima... Divirtam-se!
E mais uma vez, obrigada!
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106. O sádico ritual de iniciação
A voz de Malfoy não escondia a satisfação pela resposta de Crouch. Caminhando lentamente em torno do grupo de garotos assustados, Lucius fez uma breve reverência para Crouch (marcando, talvez, um favorito entre os garotos). Ele falou:
- Muito bem, seja bem-vindo então. Esta noite vocês vão ter que provar que estão prontos. Temos algumas tarefas, e aquele que desistir ou não conseguir executá-las a contento, será convidado a retirar-se do grupo. Estão prontos?
Os meninos balançaram a cabeça afirmativamente.
- A primeira tarefa é a seguinte. Quero que todos entreguem suas varinhas e tirem suas roupas. Depois entrem aqui. – Lucius apontou para uma escada entre dois túmulos. Ela provavelmente dava acesso a algum lugar do subterrâneo do cemitério. Não havia luz lá dentro.
Os garotos tiraram as roupas sem questionar. Regulus sentiu-se um pouco desconfortável, uma vez que nu ficava evidente que ele era o mais magro e de aparência mais frágil entre todos os que ali estavam. Mas essa sensação passou assim que entraram nus pela estreita abertura no chão. Embaixo da terra haviam centenas de ossos humanos empilhados, sua pouca estatura já não diferia muito dos outros, que se encolhiam evitando olhar ou tocar no que quer que fosse.
A pouca luz que vinha da abertura no alto era suficiente para mostrar que não haviam outras saídas dali. Assim que Gibbon, que era o último da fila, desceu, Lucius fechou a abertura deixando-os na mais completa escuridão e anunciou:
- Vocês tem 45 minutos para saírem daí.
Os garotos ficaram em silêncio por alguns instantes, piscando os olhos rapidamente para ver se conseguiam se acostumar com a falta total de luz. Severus, que estava próximo da saída, tentou mover a porta do alçapão que Lucius acabara de fechar.
Os meninos começaram a tatear às cegas os inúmeros esqueletos humanos que ali jaziam, esbarrando-se uns aos outros.
- Isso é muito esquisito... Assustador, não? – comentou Amifidel.
- Ora, Ami... Como se você nunca tivesse visto um crânio antes... A sala comunal está cheia deles! – disse Regulus.
- Mas aqui é diferente, lá os crânios são cópias falsas em metal, aqui... Os daqui já estiveram vivos antes, já estiveram cobertos de carne, tinha sangue correndo, eles podiam andar... Podia ser meu parentes.
- Olá, Ami! Eu sou seu bisavô! – John pegou uma caveira e a fez abrir e fechar a boca como se estivesse falando, contudo, nenhum deles pode ver sua brincadeira.
- Ei! Cale a boca, John! Não sei se faz muita diferença isso agora, Ami. O que precisamos saber é o que será que eles esperam que a gente faça? – perguntou Jack.
- É óbvio, não é? Querem saber como nós nos viramos quando estamos desarmados... – respondeu Snape.
Gibbon buffou.
- Eu realmente não estou gostando disso... Que tal se removêssemos alguns desses ossos das paredes, deve haver outra saída escondida.
- Boa ideia. – responderam Jack, John, Avery e Crouch.
- Isso está me parecendo meio inútil... – comentou Rockwood, que não estava nem um pouco a fim de remexer em ossos. – Por que haveria uma outra saída? Isso não é um túnel, é um depósito de ossos. Vamos tentar arrombar a porta!
Dizendo isso, ele subiu as escadas correndo e se jogou contra o alçapão. Além do forte ruído e da grande quantidade de terra que caiu sobre eles, mais nada aconteceu. Do lado de fora, veio o som de gargalhadas. Os comensais se divertiam com o desespero dos garotos. Os garotos começaram a derrumar ossos e mais ossos no chão, de todas as paredes.
- Gibbon, acho que não tem outra saída... – disse Avery, meia hora depois.
O forte cheiro de mofo os deixava tontos. A medida que o tempo foi passando, o desespero e o pânico foi tomando conta dos garotos. Já não se ouvia nenhum som vindo do lado de fora do buraco.
- Será que eles foram embora? – questionou Amifidel, entrando em pânico, lágrimas escorrendo em seu rosto suado e sujo. – Já deve ter passado mais de uma hora que estamos aqui... Não vamos conseguir, vamos morrer nesse buraco.
- Se os outros continuarem parados esperando que nós façamos o trabalho sujo por eles, certamente que vamos! – disse Jack.
Regulus se mantinha parado, encostado na parede de ossos, pensando. Nenhuma daquelas parecia uma maneira viável de sair daquele buraco. Não para um bruxo.
- Vocês estão esquecendo uma coisa importante. – disse Regulus calmamente. – Por mais que estejamos sem roupas e sem nossas varinhas, nós ainda somos...
- Bruxos. – completou Snape.
- E como bruxos devemos procurar uma solução mágica para isso.
- Bem, o que poderíamos fazer sem nossas varinhas? – perguntou Crouch, irritando-se por não ter pensado nisso antes.
- Me parece óbvio que deve haver uma chave de portal escondida em algum lugar aqui. – Disse Regulus. – vamos procurar algo que não sejam ossos. Deve haver algo escondido por aqui.
- Hei! Espere aí! Acho que toquei em algo enquanto procurava outra saída, deve estar por aqui... – disse Gibbon, tateando nos ossos espalhados pelo chão até sentir um pequeno bule de porcelana. – Aqui!
Mal ele disse isso e o bule começou a brilhar estranhamente. Certamente era uma chave de portal. Os outros garotos correram em sua direção e todos tocaram a pequena peça, que brilhou intensamente, iluminando o local. Um segundo depois estavam todos no lado de fora do depósito, os comensais da morte rindo de suas expressões de desconforto e medo.
- Muito bem. Conseguiram agir como era esperado... Quem encontrou a chave de portal?
- Fui eu, senhor. – disse Gibbon, prontamente.
Malfoy olhou para ele com interesse. Rockwood lhe lançou um olhar de desaprovação, então Gibbon complementou:
- Mas não teria encontrado se Black não tivesse tido a ideia de procurarmos uma chave de portal...
- Bella vai ficar orgulhosa de você... – comentou um homem à esquerda. Regulus reconheceu a voz de Rodolphus Lestrange, rapaz recém casado com sua prima e sorriu para ele.
- Estamos indo bem. Tenho mais uma tarefa e estará acabado. – disse Lucius. – Vocês devem ter notado que não estamos sozinhos.
Os garotos olharam em volta, assustados. Na verdade nenhum deles havia visto a figura de um jovem amordaçado e amarrado, encolhido ao lado de uma lápide ornamentada com um anjo de asas abertas, que a Regulus lembrava mais um corvo. Ele olhava assustado para a pequena multidão que agora olhava para ele com interesse.
- Este jovem é o último de uma família de trouxas, filho do pastor da igreja local, que se julgou no direito de prender, torturar e matar uma jovem bruxa após ter presenciado ela colher amoras usando magia. Eles diziam estar salvando a alma dela... A família dele já teve o destino merecido; nós achamos que vocês podem ensiná-lo o que acontece àqueles que mexem com nosso povo... Ah, sim. Vistam-se. – Malfoy jogou as roupas sobre os meninos com um aceno rápido de varinha. – e peguem suas varinhas.
Ele aguardou enquanto os garotos se vestiam. Então um outro bruxo, mais alto que Malfoy e com a voz rouca, disse, entregando-lhes uma sacola de pano estufada:
- Coloquem estes capuzes.
Os garotos seguiram sua ordem mais uma vez sem questionar. Era impossível enxergar sob o capuz. Eles foram colocados em pé um ao lado dos outros, depois foram forçados a mudar de posição até que não se lembrassem mais de quem estava ao seu lado.
- Não falem nada. Não quero nenhum som vindo de vocês. Você! Venha comigo.
Lestrange puxou Gibbon pelo braço e lhe tirou o capuz. Para sua surpresa, os garotos em sua frente estavam todos igualmente vestidos, com longos robes pretos e o capuz sem face em sua frente. Era impossível distinguir uns dos outros, embora alguns fossem mais altos e mais fortes.
- Um desses garotos é o trouxa que vai receber hoje a lição que merece. Quero que você lance sobre ele a maldição cruciatus. Suponho que saiba como fazer...
Gibbon sorriu desconcertado. Ele não sabia a altura do trouxa e era possível que lançasse a maldição sobre um de seus colegas. Ele não queria fazer isso.
- Eu não posso, senhor. E se for um dos nossos?
- Se você não é capaz de fazer, eu chamarei outro. – disse Lestrange, com a voz ameaçadora. Gibbon entendeu que se não fizesse, estaria fora. Então fechou os olhos e apontou para um dos garotos, sem escolher.
- Crucio!
O garoto curvou-se de dor. O capuz caiu. Era Rockwood.
- Parece que você errou... – disse Lestrange.
Gibbon se aproximou de Rockwood e lhe estendeu a mão.
- Me desculpe, cara. Eu não queria.
- Tudo bem. – disse Rockwood, aceitando a ajuda para se recompor.
Mal estava em pé, Lucius recolocou os capuzes neles e os fez rodar com os outros.
- Você. Tire o capuz. Lance sobre o trouxa a maldição cruciatus.
Avery sentiu uma mão apertando-lhe o braço, tirou o capuz e olhou para ele, confuso.
- Mas como vou saber qual deles é o trouxa?
- Há! Você me pergunta como? Coloque seu capuz e volte para o grupo.
- Não! Não vai ser necessário! Eu acho que sei quem é o trouxa! Crucio!
Embora Avery tivesse lançado a maldição sem muita convicção, ela fez John sentir uma dor aguda em seu peito.
- Parece que você também errou... Vai precisar voltar para o grupo... – Lucius cobriu o rosto de Avery com o capuz e puxou Crouch pelo braço. – vocês! caminhem novamente. Parem! Garoto, você já sabe o que fazer, acerte o trouxa!
Crouch tirou o capuz e lentamente passou os olhos sobre os outros garotos. Ele tinha estado mais próximo do trouxa do que os outros, de modo que sabia que o rapaz era forte e alto como Avery e Rockwood. Haviam três opções, no entanto, ele apontou a varinha para o mais baixo e magro de todos.
- Crucio!
O feitiço de Crouch fez Regulus cair no chão. Ele nunca havia sentido algo assim, foi como se todos seus ossos estivessem sendo esmagados e o ar tivesse querendo explodir os pulmões. No meio de toda aquela dor, ele percebeu – ou alucinou – que de alguma forma, aquilo não tinha sido um acidente e o sangue ferveu em suas veias, ele arrancou o capuz:
- Crouch!
- É, aprece que você também errou... - comentou o Comensal da morte grandalhão, rindo-se. – Coloquem seus capuzes. Vamos! Rápido! Não temos a vida inteira para isso!
Os garotos voltaram a se misturar como cartas de um jogo macabro. Quem seria o próximo? Regulus não conseguia tirar da cabeça que ele deveria ter erguido sua varinha e estuporado Crouch. E enquanto um a um todos foram chamados para aquele ritual, Regulus não conseguia parar de pensar que iria se vingar. Pelas suas contas, só havia mais ele e Snape para serem chamados.
- Sua vez. Lance a maldição sobre o trouxa.
Não era o seu braço que havia sido tocado, então era a vez de Snape. Severus Snape olhou atentamente o grupo de garotos encapuzados. Parecia mesmo impossível distingui-los, exceto por um. Havia um garoto que era muito menor que os outros e facilmente identificável: Regulus Black. Severus pensou em Crouch. Não havia como errar, então Crouch havia escolhido deliberadamente torturar o colega. Mas por que? Aquilo não fazia sentido para ele. Severus balançou a cabeça para os lados, ergueu sua varinha lentamente e gritou:
- Avada....
No mesmo instante que sentiu sua mão formigar pela intensidade da magia que parecia estar prestes a lançar, observou atentamente os garotos se mexendo, alguns se jogaram no chão, outros se esconderam atrás de um amigo para evitar a maldição. Apenas um garoto parecia não ter se abalado com a iminente maldição da morte. Um grandalhão à esquerda dos outros. Ele apontou a varinha.
- Crucio!
O trouxa se encolheu e soltou um grito de dor, depois voltou a posição que estava, de joelhos.
- Está vendo, Crouch, como se faz? Primeiro você separa o bezoar do vômito do bode, para depois mete-lo goela abaixo e não o contrário! Da próxima vez que você apontar sua varinha para um amigo meu saiba que o que é seu está guardado... e não vou hesitar nem por um segundo.
Regulus tirou o capuz e sorriu para Severus. A raiva transbordava dos olhos de Severus, quando ele olhou para os comensais. Um a um, todos os homens tiraram suas máscaras. Lucius virou-se para Lestrange e sorriu.
- Bem, parece que podemos parar por aqui... – disse Lestrange.
- Mas eu não... – começou a falar Regulus.
- Você já foi aprovado no teste anterior. Provou que honra o sangue bruxo que corre em suas veias. Você e seu amigo. Os demais tem muito o que aprender. Bella e Narcissa têm muito que se orgulhar. O priminho não deixou a desejar. – disse Lucius.
- Muito bem, garoto. – era um elogio, embora o bruxo alto, magro, de cabelos pretos grossos e um longo nariz afilado, não esboçasse nenhuma expressão de que realmente aprovasse ou se impressionasse com o que Severus havia feito – Você usou a cabeça e protegeu os seus. Muito bem. Os outros também estão de parabéns, nenhum deixou de lançar a maldição para punir o trouxa... Embora, não o tenham acertado e o feitiço não tenha ainda a potência esperada. Isso vem com o tempo. O importante é a coragem e o senso de justiça. É isso que nós fazemos, fazemos justiça quando a lei do Ministério falha.
- Podemos leva-los de volta, então... – falou, finalmente, Rosier, um tanto inseguro se poderia ou não sugerir isso.
- Ah, sim, podemos. – disse Lestrange – façam uma fila, por favor.
Os garotos se organizaram em uma fila. Jack olhou para o trouxa, que ainda estava de joelhos no chão, com as mãos unidas, parecendo fazer algum tipo de prece.
- E ele?
- Ah, sim. Ele. – disse Lucius, antes de retirar, teatralmente, o capuz que cobria o rosto do garoto. Era um garoto ruivo e sardento, aparentava ter uns quinze anos. Seus olhos azuis lhe imploravam por misericórdia, mas Lucius não pareceu se importar. – Pelo crime de torturar e matar a jovem Maretta MacCraig, você foi sentenciado à morte. Avada kedavra!
Os olhos do garoto mal tiveram tempo de refletir o jorro de luz verde que saiu da varinha de Lucius e no instante seguinte se fizeram opacos e inertes, como o restante de seu corpo, que tombou para frente. Regulus, Jack, John e Amifidel desviaram o olhar.
- Rosier! Limpe isso. Há um córrego mais adiante, faça com que entre água suficiente nos pulmões dele para que pareça um acidente. E seja eficiente desta vez. – Lestrange riu de modo debochado.
Regulus notou, pela sombra que a lua projetava no chão, que Rosier sacou a varinha e fez o corpo inerte do garoto se erguer do chão. Essa foi a última coisa que viu antes de sentir uma mão segurar-lhe firmemente o braço, conduzindo-o pelo vácuo de volta à caverna nos arredores de Hogsmeade.
Comentários (1)
Incrível! Foi ótimo o capítulo, não consigo imaginar nada mais macabro para um teste feito por comensais da morte do que você escreveu. Sempre imaginei Regulus magrelo, mas imaginava que Crouch fosse também, afinal ele é o mais novo e talz. A Crounch! Ele fala uma coisa legal e eu acabo tendo esperança dele mudar, no final é o mesmo garoto, que vontade de ver o Severua lançando um Avada Kedavra nele! Que crueldade! Esses comensais são horríveis, não quero ver o Reg se transformando num deles, mesmo os outros, Ami, John, Avery, Severo etc, ficaram muito marcados, nunca imaginaria, quando estava nos primeiros capítulos, que iria gostar tanto deles. Se os comensais fazem isso no primeiro treinamento com sangues puros, imagino o que fazem com trouxas como o garoto ruivo... Gostei um pouco do marido da Bella, ele parece muito mais amigavel que o Lúcio,estava insuportável. Espero pelo próximo capítulo! *O layout do capitulo está estranho, não sei se é o site mas esta muito largo.
2014-10-26